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filhos
A demonstração de interesse pela vida escolar dos filhos é parte fundamental em seu processo de
aprendizagem. Ao perceber que pais e família se interessam por seus estudos e por suas
experiências escolares a criança sente-se valorizada, desenvolvendo-se de forma segura e com
boa autoestima.
Quando a criança entra na escola traz consigo experiências adquiridas no convívio com meios
anteriores o que lhe permitirá formar uma determinada visão sobre si mesma.
O convívio na escola significa para ela, uma ampliação em sua esfera de relações. Na escola a
criança conhecerá outras crianças com as quais deverá compartilhar uma parte de sua vida, além
de estabelecer relações com adultos que não pertencem a sua família.
Acompanhar o crescimento educacional dos filhos aumenta suas habilidades sociais e diminui a
chance de problemas comportamentais. Quanto maior o envolvimento dos pais nas experiências
escolares das crianças, mais facilidade de fazer amigos elas terão!
Sendo assim, quanto mais os pais conversam sobre a escola, visitam o local, se envolvem com as
lições e os trabalhos e incentivam o progresso educacional dos filhos em casa, melhores serão
suas habilidades sociais.
A participação familiar na vida escolar dos filhos leva-os, dentre outras coisas, à demonstração de
um maior autocontrole e à manifestação de um comportamento cooperativo.
Os pais precisam entender, no entanto, que acompanhar a vida escolar dos filhos não deve
significar apenas cobrar. O acompanhamento pressupõe muito mais do que isso. É necessário
estimular, motivar, valorizar, ensinar, conversar, prestigiar, discutir. Nessa parceria, a cobrança é
a última ferramenta a ser utilizada.
Quando a criança se sente ouvida, apoiada, prestigiada, se sente mais estimulada para aprender
e aproveitar todas as oportunidades que a escola promove.
Neste processo ganha a criança, a família e a escola. Neste processo somos todos vencedores!
Amanda Ferreira
"A importância da participação dos pais na escola"
A importância da participação dos Pais na Escola”
Abordando os aspectos pedagógicos da família, Nogueira (1998) explica que a
participação dos pais na vida escolar dos seus filhos, pode influenciar, de modo
efectivo, o desenvolvimento escolar dos filhos.
No mundo escolar, encontra-se todo o tipo de pais. O pai atento e preocupado,
que vai à escola com regularidade, que participa nas reuniões de pais, nas
actividades da escola; o pai que só vai à escola quando é convidado a ir, que
não aparece nas reuniões porque não tem tempo, não participa nas actividades
porque considera ser uma perda de tempo; o pai perfeitamente despreocupado
do filho, que não sabe nem quer saber se está tudo a correr bem na escola,
que anda completamente alheado dos problemas do seu filho; e depois há
ainda aquele pai que fica de repente muito preocupado com o seu filho, quando
lhe aparece em casa uma participação grave do seu educando e então é altura
de “castigar” a escola pelos desastres cometidos pelo seu filho e claro, não foi
essa a educação que lhe deu.
É cada vez mais importante sensibilizar os pais para participarem activamente
na vida escolar dos seus educandos.
A escola faz parte do quotidiano do aluno e os pais devem estar envolvidos em
todo o processo de aprendizagem.
Pode-se dizer que a escola é um prolongamento do lar, onde o aluno se
socializa com os outros e partilha o seu dia-a-dia. Assim, a colaboração e
interacção dos pais com os professores ajuda a resolver muitos dos problemas
escolares, dos seus educandos, que vão surgindo ao longo do seu percurso
escolar.
Para os pais, participar na escola, não deve ser só para receber informações
dos seus educandos. É preciso que façam sugestões, tomem algumas
decisões em conjunto com os professores, participem nas actividades da
escola, etc.
Note-se que, muitas vezes, a causa da abstenção dos pais na vida escolar dos
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filhos passa pelos seus horários de trabalho inflexíveis e acompanhar o
percurso escolar do aluno, torna-se bastante difícil, nestas circunstâncias.
Sempre que possível, os pais devem:
- Comparecer na Escola sempre que pedido ou por iniciativa própria;
- Participar activamente e cooperar em actividades extracurriculares;
- Incentivar o aluno a usar a Biblioteca da Escola, se existir;
- Incutir nos alunos a compreensão da necessidade de respeito pelo trabalho, o
horário, os professores e as exigências disciplinares da Escola;
- Procurar criar o hábito de ser assíduo e pontual às aulas;
- Atribuir pequenas responsabilidades, ajudando o aluno a organizar-se nas
actividades escolares para torná-las mais independentes e seguras de si;
- Mostrar interesse em tudo o que o aluno realiza, incentivando-o nas
pesquisas e esclarecendo dúvidas, sem, no entanto, fazer os trabalhos por ele;
- Favorecer o seu desenvolvimento de acordo com a sua capacidade, não
fazendo comparações com os colegas, mas estimulando-a a superar-se;
- Ser optimista perante a vida em geral, criando um ambiente positivo.
É preciso que os alunos tirem o máximo partido do tempo que passam na
escola, com os colegas e professores e que o façam de uma forma
responsável e sentido que têm todo o apoio que os pais lhes podem dar.
A participação dos pais traz-lhes benefícios, pois que aumentando as suas
informações melhoram o seu papel de educadores.
Aos encarregados de educação cabe a tarefa de fomentar nos seus filhos a
noção de responsabilidade, que estes desempenhem responsavelmente o
papel de estudantes, de forma a que, hoje enquanto jovens se preparem para a
vida adulta.
O envolvimento das famílias melhora o sentimento de ligação à comunidade.
Este envolvimento Escola-Família contribuirá significativamente para uma
educação de sucesso, com sucesso, para o sucesso…
Pesquisando na internet, encontrei um site com uma linguagem bem acessível, que resume um
pouco a "filosofia" do nosso trabalho:
Os pais e a escola:
A escola, ao contrário do que muitos pais pensam, não é "aquele lugar" onde as crianças passam os dias, com a
obrigação de aprender alguma coisa e onde os professores têm todas as responsabilidades.
A escola faz parte do cotidiano familiar da criança e os pais devem estar envolvidos em todo o processo de
aprendizagem.
Pode-se dizer que a escola é um prolongamento do lar, onde o aluno se socializa com os outros e partilha a sua
rotina pessoal. Assim, a colaboração dos pais com os professores ajuda a resolver muitos dos problemas
escolares dos filhos.
O conhecimento do que se passa na escola, quais os seus princípios educativos e quem são os professores,
capacita os pais a participarem mais activamente na vida escolar do seu filho. É necessária, então, uma
interacção contínua entre todas as partes envolvidas.
Para os pais, participar na escola não deve ser só "receber informações". É preciso que façam sugestões e tomem
algumas decisões em conjunto com os professores.
Aliás, os professores e pais não se devem ver como inimigos. São ambos um complemento importante na
educação das crianças.
Infelizmente, muitas vezes, as causas da abstenção dos pais na vida escolar dos filhos passa pelos seus rígidos
horários de trabalho. Acompanhar o percurso escolar da criança, neste aspecto, torna-se bastante difícil,
principalmente quando se está cansado e com falta de paciência.
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Desta forma, e uma vez que pode não ser possível participar mais activamente, o ideal é que os pais participem,
pelo menos, nas reuniões trimestrais com o professor/director de turma. Nelas terão oportunidade de se
certificar do trabalho escolar que tem sido desenvolvido e receber esclarecimentos.
Acima de tudo, lembre-se que a escola é também um local de trabalho. É preciso que as crianças tirem o máximo
partido do tempo que passam com os colegas e professores e que o façam de uma forma responsável e sentindo
que têm todo o apoio que os pais lhes podem dar.
fonte: http://www.junior.te.pt/servlets/Gerais?P=Pais&ID=155
Um ano novo letivo tem início se percebe toda a movimentação no comércio onde pais ou responsáveis buscam
adquirir os materiais escolares necessários, como também uniformes.
Mas enfatizo que a família (independente da sua formação) possui uma responsabilidade maior, esta é a
primeira instituição onde a criança aprende a conviver, portanto tem a responsabilidade de “educar” (antes
conhecida como educação primária que na verdade são aqueles hábitos de boa convivência, das palavras
mágicas (bom dia, boa tarde, com licença...) da importância sobre o respeito e os limites (a minha liberdade
termina onde começa a do outro, o cuidado com o ser humano que convive ou passa por mim inclusive plantas e
animais) estes que os pais ou responsáveis repassam através do diálogo e dos exemplos para os filhos são
fatores importantíssimos e determinantes na formação da personalidade da criança.
Entende se conseqüentemente que a família e a escola precisam buscar estar na mesma sintonia, como se na
verdade formássemos uma orquestra onde todos os instrumentos precisam estar em harmonia para
apresentarem um belo concerto. Portanto é necessário estar claro que para que aconteça aprendizagem a escola
precisa da família, como a família da escola; desta maneira poderemos obter com maior êxito o sucesso no
processo de ensino aprendizagem. Os pais precisam conhecer toda a estrutura física, burocrática e humana da
unidade escolar, pois é onde seu filho irá passar grande parte da sua vida.
Participar das reuniões e sempre que possível estar presente na instituição, mesmo não sendo chamado, para
trocar idéias com os educadores acompanhando de maneira presente o desenvolvimento da criança e do
adolescente. Desta maneira também criará vinculo com o educador e perceberá que este também é um ser
humano e que precisa da colaboração da família para que o seu trabalho tenha resultados positivos. Eu acredito
que tanto instituições privadas como públicas precisam dos pais ou responsáveis presentes na vida dos
educandos, salientando que esse processo deve acontecer a partir do jardim até 8ª série, quando nossos
adolescentes e jovens fazem questão que os pais estejam cada vez mais longe; isso devido à fase, mas os pais
jamais deverão abrir mão dos filhos é nesta fase que eles mais necessitam de atenção, compreensão e sentir-se
amados. Os pais ou responsáveis são e sempre serão as pessoas mais importantes na vida dos filhos, portanto é
importante lembrar que não é exatamente o tempo que se passa com os filhos, mas a qualidade do mesmo. Volto
a afirmar que os únicos e verdadeiros amigos são os pais e a família (independente da sua formação) é o porto
seguro dos filhos, assim sendo é fundamental que exista respeito, diálogo, confiança e amizade.
fonte: http://www.jornaldaeducacao.inf.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=616&Itemid=63#myGallery1-picture(2)
A reunião escolar
fonte: http://www.redenoarsa.com.br/biblioteca/18se04_293.pdf
O dever da família
As dez principais descobertas dos especialistas sobre quando e como
os pais podem ajudar a despertar nos filhos a curiosidade intelectual
e fazê-los alcançar um desempenho melhor nos estudos
8. Monitorar o boletim
No caso de um resultado ruim, o melhor a fazer é definir um plano para melhorar o desempenho – mas não sem antes
consultar a escola e avisar o filho de que está fazendo isso. O objetivo aí é estabelecer, junto com o colégio,
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umaestratégia para reverter a situação e saber qual será, exatamente, sua participação. Está mais do que provado que
castigo, nesse caso, não funciona. Só diminui o grau de autoconfiança, já baixa, e agrava o desinteresse pelos estudos.
fonte: http://www.aulasparticulares.org/news/a-importancia-dos-pais-no-desempenho-escolar-dos-filhos
Pesquisas mostram que nada é tão decisivo para um bom desempenho escolar quanto o incentivo dos pais
para os estudos. Já se sabe até como eles podem dar esse empurrão
Educação volta às aulas traz à tona uma das questões mais incômodas para pais de estudantes em todos os
níveis de ensino: como ajudar a despertar nos filhos a curiosidade intelectual e fazê-los cultivar o apreço pelo
estudo? Para tarefa tão complexa, não existe uma fórmula mágica que, aplicada à risca pela família, resultará
num aluno exemplar. A excelência, afinal, é produto de muitas variáveis, tais como o talento individual e os
estímulos providos pela própria escola – e não apenas de um ambiente favorável ao aprendizado em casa. O
que já se sabe, no entanto, é que a participação dos pais é fundamental, se não decisiva, para um bom
rendimento escolar. "Nenhum outro fator tem tanto impacto para o progresso de um aluno quanto a
interferência adequada da família. E isso se faz sentir, positivamente, por toda a vida adulta", diz o economista
Naércio Menezes, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e
autor de um recente trabalho sobre o assunto no Brasil. O conjunto de medidas que surtem resultado, uma vez
adotadas com persistência em casa, chama atenção pela simplicidade. Apenas incentivar o filho a fazer a lição
de casa e a ir à escola todos os dias, providenciar um lugar tranquilo onde ele possa estudar e comparecer às
reuniões de pais tem o efeito de elevar as notas em torno de 15%, segundo a pesquisa do Insper.
As boas práticas que se originam desse e de outros estudos não fogem muito do que sugere o senso comum.
Tome-se o exemplo da lição de casa. Muitos pais se angustiam porque não têm a menor ideia de como responder
a dúvidas de matemática ou física. Mesmo quando dominam um assunto, ficam na dúvida: até que ponto prestar
ajuda quando são requisitados? Na verdade, tudo o que é necessário é incentivar uma leitura mais atenta do
enunciado, indicar fontes de pesquisa ou estimular uma nova reflexão sobre o problema. Jamais dar a resposta
certa, procedimento cuja repetição está associada à queda no rendimento do aluno. "Participação exagerada só
atrapalha. A independência nos estudos deve ser cultivada, e não tolhida", diz Maria Inês Fini, doutora em
educação. Os especialistas concordam que não cabe aos pais agir como professores em casa – confusão comum,
e sem nenhum reflexo positivo. O que sempre ajuda, aí sim, é demonstrar, desde cedo e de forma bem concreta,
quanto se valoriza a educação, essa talvez a maior contribuição possível da família. Daí a relevância de montar
uma biblioteca em casa ou de manter o hábito de conversar com os filhos sobre o que se passa na escola. De
acordo com uma recente compilação de 29 estudos sobre o tema, esse tipo de ambiente se traduz numa série de
indicadores positivos, como mais vontade de ir à aula, um comportamento melhor na escola e expectativas mais
elevadas sobre o futuro.
Os pais brasileiros estão longe de figurar entre os mais participativos na rotina escolar. Enquanto nos países da
OCDE (organização que reúne os países mais ricos) 64% deles se dizem atuantes, no Brasil esse dado costuma
variar entre 20% e 30%, dependendo de quem dá o número. Parte do flagrante desinteresse se deve à baixa
escolaridade de uma enorme parcela dos pais, que não permaneceu na escola tempo suficiente para aprender a
ler, tampouco para consolidar o hábito do estudo de modo a passá-lo adiante. "Quase não estudei na vida e
sempre tive muita dificuldade para ajudar o meu filho nisso", diz a cearense Maria de Fátima Lima, 40 anos, que
deixou a escola na 2ª série do ensino fundamental e é mãe de Mailson, de 9 anos. Mas isso não explica tudo. A
experiência dos colégios particulares também aponta para a distância dos pais. Uma das razões remete ao fato
de a educação no Brasil ainda não ser vista como artigo prioritário – inclusive nas classes mais altas. Em uma
nova pesquisa da consultoria Nielsen, a educação aparece em quinto lugar entre as maiores preocupações dos
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brasileiros. Vem atrás de estabilidade no emprego, equilíbrio entre trabalho e lazer, pagamento de dívidas e a
economia do país.
Outra explicação para a distância que separa os pais da vida escolar está numa ideia incrustada no pensamento
do brasileiro: a de que a escola deve se encarregar, sozinha, do processo educativo. Essa é a visão predominante
na América Latina e oposta à que impera nos Estados Unidos ou em países asiáticos. "Os pais fazem fila na porta
da minha sala para saber como vão seus filhos", relata Soleiman Dias, professor brasileiro que há sete anos dá
aulas na Coreia do Sul. Essa atividade lhe consome uma hora por dia. Nada parecido com o que se vê na maioria
das escolas brasileiras. "Em países mais dependentes do estado, como o Brasil, a tendência é terceirizar
responsabilidades", diz o economista Claudio de Moura Castro, articulista de VEJA e especialista em educação.
"É o que fazem as famílias brasileiras ao esperar que todas as iniciativas partam da escola." A esse caldo cultural
somam-se ainda os efeitos do que se seguiu aos anos 60. A partir daí, inicia-se no Brasil um forte processo de
contestação à noção de hierarquia, tendo como pano de fundo a escalada dos movimentos estudantis e a
contracultura. Na relação entre pais e filhos, o conceito de liberdade passou a ser confundido com
permissividade. Avalia Tania Zagury, educadora e autora do livro Escola sem Conflito: Parceria com os Pais: "A
inabilidade das famílias em estabelecer limites em casa faz com que deleguem à escola tarefas que deveriam ser
delas também".
Os efeitos são desastrosos. A pressão exercida sobre a escola não leva a nenhum ganho para os alunos. "Existe
aquele perfil de pai que só se preocupa com a nota do filho e chega aqui dizendo: ‘Eu pago por esse serviço e
quero um retorno’", conta Sílvio Barini, diretor do São Domingos, colégio particular de São Paulo. "Ele não faz a
sua parte e espera da escola soluções milagrosas." Não é, no entanto, a reação mais comum ali. A participação
das famílias no colégio se tornou relativamente alta de dois anos para cá, com a presença dos pais num conselho
que, entre outras coisas, toma decisões sobre o orçamento e trata das questões do ensino. O sistema, implantado
nos anos 90, a princípio não deu certo. As famílias tentavam apitar até no currículo. Estabelecidos os limites,
hoje funciona bem. "É uma chance de opinar sobre o destino das mensalidades que pagamos e de conhecer bem
os professores", diz o cientista social Hernani Lotufo, 55 anos, que tem cadeira no conselho e é pai de Maria
Clara, 6, e João Miguel, 11. Não é preciso, no entanto, despender tanto tempo para influenciar positivamente na
rotina escolar. Às vezes, não é necessário sequer ir à escola. É o que propiciam colégios como o Bandeirantes, em
São Paulo, que já colocam na internet fichas dos alunos, com notas e faltas, além do programa das aulas. O
contato pessoal com os professores fica a critério dos pais. Diz a psicóloga Monica Dib, mãe de André, 16 anos:
"Eu, que tenho pouco tempo para estar inteirada, hoje consigo manter ótimas conversas com meu filho sobre a
escola".
Apesar de ainda raras, as boas iniciativas das escolas brasileiras para atrair os pais começam a revelar seus
efeitos. Eles já aparecem, por exemplo, num conjunto de escolas públicas onde a Unesco, em parceria com o
Ministério da Educação, encontrou programas eficazes. Alguns de seus princípios podem ser facilmente
transplantados para a realidade dos colégios particulares. Por exemplo, a ideia de prestar aos pais um
atendimento mais individualizado, bem diferente do das enfadonhas reuniões bimestrais. Um programa
implantado em 47 escolas de Taboão da Serra, município localizado na região metropolitana de São Paulo, chega
a enviar os professores à casa dos estudantes, para orientar os pais sobre como ajudar nos estudos e saber mais
do que se passa com cada aluno. "Com isso, posso traçar um plano de aulas mais ajustado às necessidades reais
dos alunos", diz a professora Guiomar Souza, munida dos resultados dessas medidas. Em dois anos, as notas dos
estudantes em exames oficiais subiram 10%. Reuniões individuais com cada família, mesmo que sejam na
escola, já têm bom efeito. Em 137 colégios municipais de Teresina, professores e assistentes sociais são treinados
para conseguir orientar melhor os pais nesses encontros. A diferença se revela na casa de gente como Maria da
Silva Costa, 57 anos, responsável pela criação do neto, César. "Não sei ler, então a escola sugeriu que eu pedisse
a meu neto que lesse contas e cartas para mim. Ele adorou."
As pesquisas não deixam dúvidas quanto à eficácia de uma boa relação entre a escola e a família, ainda que ela
não precise ser assídua nem tão intensa. A experiência de pais como a psicóloga Virgínia Carnevale e o
engenheiro Paulo Nessimian aponta para ganhos bem concretos. Com dois filhos formados e outros dois
matriculados no Santo Inácio, colégio particular do Rio de Janeiro, o casal sempre manteve um ótimo diálogo
com a escola. "Quando aparece uma nota baixa no boletim, sento com o coordenador e traçamos juntos um
plano para resolver o problema", exemplifica Virgínia. O colégio dispõe de profissionais de plantão para atender
pais como ela, desenvolve atividades esportivas que incluem as famílias e ainda abre as portas para que
organizem festas ali – todas medidas para chamar atenção para a escola. Isso certamente ajuda a explicar por
que o Santo Inácio aparece entre as dez melhores do país, no ranking do Enem. Conclui a especialista Maria
Helena Guimarães: "O esforço conjunto da escola com a família se traduz num potente motor para o
aprendizado".
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Compensa. Um estudo da Fundação Getulio Vargas mostra que os efeitos da presença dos pais na vida escolar,
ainda que mínima, se fazem notar por toda a vida adulta. Na infância e na adolescência, a participação da
família não está associada apenas às notas mais altas, mas também a uma considerável redução nos índices de
evasão. Para se ter uma ideia, o risco de que crianças egressas de um ambiente favorável aos estudos abandonem
a escola cai, em média, 64%. É uma diferença gritante – e decisiva para o sucesso bem mais tarde, no mercado
de trabalho. Basta dizer que cada ano a mais na escola faz subir o salário, em média, 15%. O impacto aumenta na
medida em que se progride nos estudos. Um ano de pós-graduação, por exemplo, significa um ganho de quase
20% no salário. "Quanto mais educação, maior será o retorno", resume o economista Marcelo Neri, autor da
pesquisa. É razão suficiente para que os pais brasileiros comecem a prestar mais atenção à rotina escolar.
fonte: http://veja.abril.com.br/050809/licao-casa-pais-p-122.shtml
A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade” em que as
crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se
pensam ainda campeões da liberdade. (PAULO FREIRE, 2000: 29)
A sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais sem precedentes. Essa é uma constatação que nada tem de
original, pois todos a estão percebendo e vivenciando de alguma maneira. O fato de ser uma professora a fazer essa
constatação também não é nenhuma surpresa, pois é na escola que essa crise acaba, muitas vezes, ficando em maior
evidência.
Nunca na escola se discutiu tanto quanto hoje assuntos como falta de limites, desrespeito na sala de aula e desmotivação
dos alunos. Nunca se observou tantos professores cansados, estressados e, muitas vezes, doentes física e mentalmente.
Nunca os sentimentos de impotência e frustração estiveram tão marcantemente presentes na vida escolar.
Para Esteve (1999), toda essa situação tem relação com uma acelerada mudança no contexto social. Segundo ele,
Nosso sistema educacional, rapidamente massificado nas últimas décadas, ainda não dispõe de uma capacidade de reação
para atender às novas demandas sociais. Quando consegue atender a uma exigência reivindicada imperativamente pela
sociedade, o faz com tanta lentidão que, então, as demandas sociais já são outras (1999: 13).
Por essa razão, dentro das escolas as discussões que procuram compreender esse quadro tão complexo e, muitas vezes,
caótico, no qual a educação se encontra mergulhada, são cada vez mais freqüentes. Professores debatem formas de tentar
superar todas essas dificuldades e conflitos, pois percebem que se nada for feito em breve não se conseguirá mais ensinar e
educar. Entretanto, observa-se que, até o momento, essas discussões vêm sendo realizadas apenas dentro do âmbito da
escola, basicamente envolvendo direções, coordenações e grupos de professores. Em outras palavras, a escola vem,
gradativamente, assumindo a maior parte da responsabilidade pelas situações de conflito que nela são observadas.
Assim, procura-se em novas metodologias de trabalho, por exemplo, as soluções para esses problemas. Computadores e
programas de última geração, projetos multi e interdisciplinares de todos os tipos e para todos os gostos, avaliações
participativas, enfim uma infinidade de propostas e atividades visando a, principalmente, atrair os alunos para os bancos
escolares. Não é mais suficiente a idéia de uma escola na qual o individuo ingressa para aprender e conhecer. Agora a
escola deve também entreter.
No entanto, apesar das diferentes metodologias hoje utilizadas, os problemas continuam, ou melhor, se agravam cada vez
mais, pois além do conhecimento em si estar sendo comprometido irremediavelmente, os aspectos comportamentais não
têm melhorado. Ao contrário. Em sala de aula, a indisciplina e a falta de respeito só têm aumentado, obrigando os
professores a, muitas vezes, assumir atitudes autoritárias e disciplinadoras. Para ensinar o mínimo, está sendo necessário,
antes de tudo, disciplinar, impor limites e, principalmente, dizer não.
A questão que se impõem é: até quando a escola sozinha conseguirá levar adiante essa tarefa? Ou melhor, até quando a
escola vai continuar assumindo isoladamente a responsabilidade de educar?
São questões que merecem, por parte de todos os envolvidos, uma reflexão, não só mais profunda, mas também mais
crítica. É, portanto, necessário refletir sobre os papéis que devem desempenhar nesse processo a escola e,
conseqüentemente, os professores, mas também não se pode continuar ignorando a importância fundamental da família na
formação e educação de crianças e adolescentes.
Voltando a analisar a sociedade moderna, observa-se que uma das mudanças mais significativas é a forma como a família
atualmente se encontra estruturada. Aquela família tradicional, constituída de pai, mãe e filhos tornou-se uma raridade.
Atualmente, existem famílias dentro de famílias. Com as separações e os novos casamentos, aquele núcleo familiar mais
tradicional tem dado lugar a diferentes famílias vivendo sob o mesmo teto. Esses novos contextos familiares geram, muitas
vezes, uma sensação de insegurança e até mesmo de abandono, pois a idéia de um pai e de uma mãe cuidadores dá lugar a
diferentes pais e mães “gerenciadores” de filhos que nem sempre são seus.
Além disso, essa mesma sociedade tem exigido, por diferentes motivos, que pais e mães assumam posições cada vez mais
competitivas no mercado de trabalho. Então, enquanto que, antigamente, as funções exercidas dentro da família eram bem
definidas, hoje pai e mãe, além de assumirem diferentes papéis, conforme as circunstâncias saem todos os dias para suas
atividades profissionais. Assim, observa-se que, em muitos casos, crianças e adolescentes acabam ficando aos cuidados de
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parentes (avós, tios), estranhos (empregados) ou das chamadas babás eletrônicas, como a TV e a Internet, vendo seus pais
somente à noite.
Toda essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não só entre pais e filhos, mas também entre os
próprios pais. E um dos sentimentos mais comuns entre estes é o de culpa. É ela que, na maioria das vezes, impede um pai
ou uma mãe de dizer não às exigências de seus filhos. É ela que faz um pai dar a seu filho tudo o que ele deseja, pensando
que assim poderá compensar a sua ausência. É a culpa que faz uma mãe não avaliar corretamente as atitudes de seu filho,
pois isso poderá significar que ela não esteve suficientemente presente para corrigi-las.
Enfim, é a culpa de não estar presente de forma efetiva e construtiva na vida de seus filhos que faz, muitas vezes, um pai ou
uma mãe ignorarem o que se passa com eles. Assim, muitos pais e mães acabam tornando-se reféns de seus próprios filhos.
Com receio de contrariá-los, reforçam atitudes inadequadas e, com isso, prejudicam o seu desenvolvimento, não só
intelectual, mas também, mental e emocional.
Esses conflitos acabam agravando-se quando a escola tenta intervir. Ocorre que muitos pais, por todos os problemas já
citados, delegam responsabilidades à escola, mas não aceitam com tranqüilidade quando essa mesma escola exerce o papel
que deveria ser deles. Em outras palavras,
[...] os pais que não têm condições emocionais de suportar a sua parcela de responsabilidade, ou culpa, pelo mau
rendimento escolar, ou algum transtorno de conduta do filho, farão de tudo, para encontrar argumentos e pinçar fatos, a fim
de imputar aos professores que reprovaram o aluno, ou à escola como um todo, a total responsabilidade pelo fracasso do
filho (ZIMERMAN apud BOSSOLS, 2003: 14).
Assim, observa-se que, em muitos casos a escola (e seus professores) acaba sendo sistematicamente desautorizada quando,
na tentativa de educar, procura estabelecer limites e responsabilidades. O resultado desses sucessivos embates é que essas
crianças e adolescentes acabam tornando-se testemunhas de um absurdo e infrutífero cabo-de-guerra, entre a sua escola e a
sua família. E a situação pode assumir uma maior complexidade porque, conforme também explica Zimerman, “o próprio
aluno, que não suporte reconhecer a responsabilidade por suas falhas, fará um sutil jogo de intrigas que predisponha os pais
contra os professores e a escola” (apud BOSSOLS, 2003: 14).
Entretanto, é importante compreender que, apesar de todas as situações aqui expostas, o objetivo não é o de condenar ou
julgar. Está-se apenas demonstrando que, ao longo dos anos, gradativamente a família, por força das circunstâncias já
descritas, tem transferido para a escola a tarefa de formar e educar. Entretanto, essa situação não mais se sustenta. É preciso
trazer, o mais rápido possível, a família para dentro da escola. É preciso que ela passe a colaborar de forma mais efetiva
com o processo de educar. É preciso, portanto, compartilhar responsabilidades e não transferi-las.
É dentro desse espírito de compartilhar que não se pode deixar de citar a iniciativa do MEC, que instituiu a data de 24 de
abril como o Dia Nacional da Família na Escola. Nesse dia, todas as escolas são estimuladas a convidar os familiares dos
alunos para participar de suas atividades educativas, pois segundo declaração do ex-Ministro da Educação Paulo Renato
Souza "quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles aprendem mais".
A família deve, portanto, se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos. Presença que implica
envolvimento, comprometimento e colaboração. Deve estar atenta a dificuldades não só cognitivas, mas também
comportamentais. Deve estar pronta para intervir da melhor maneira possível, visando sempre o bem de seus filhos, mesmo
que isso signifique dizer sucessivos “nãos” às suas exigências. Em outros termos, a família deve ser o espaço indispensável
para garantir a sobrevivência e a proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou
da forma como se vêm estruturando (KALOUSTIAN, 1988).
Educar, portanto, não é uma tarefa fácil, exige muito esforço, paciência e tranqüilidade. Exige saber ouvir, mas também
fazer calar quando é preciso educar. O medo de magoar ou decepcionar deve ser substituído pela certeza de que o amor
também se demonstra sendo firme no estabelecimento de limites e responsabilidades. Deve-se fazer ver às crianças e jovens
que direitos vêm acompanhados de deveres e para ser respeitado, deve-se também respeitar.
No entanto, para não tornar essa discussão por demais simplista, é importante, entender, que quando se trata de educar não
existem fórmulas ou receitas prontas, assim como não se encontra, em lugar algum, soluções milagrosas para toda essa
problemática. Como já foi dito, educar não é uma tarefa fácil; ao contrário, é uma tarefa extremamente complexa. E talvez
o que esteja tornando toda essa situação ainda mais difícil seja o fato de a sociedade moderna estar vivendo um momento
de mudanças extremamente significativas.
Segundo Paulo Freire: “A mudança é uma constatação natural da cultura e da história. O que ocorre é que há etapas, nas
culturas, em que as mudanças se dão de maneira acelerada. É o que se verifica hoje. As revoluções tecnológicas encurtam o
tempo entre uma e outra mudança” (2000: 30). Em outras palavras, está-se vivendo, em um pequeno intervalo de tempo,
um período de grandes transformações, muitas delas difíceis de serem aceitas ou compreendidas. E dentro dessa conjuntura
está a família e a escola. Ambas tentando encontrar caminhos em meio a esse emaranhado de escolhas, que esses novos
contextos, sociais, econômicos e culturais, nos impõem.
Para finalizar esse texto é importante fazer algumas considerações que, se não trazem soluções definitivas, podem apontar
caminhos para futuras reflexões. Assim, é preciso compreender, por exemplo, que no momento em que escola e família
conseguirem estabelecer um acordo na forma como irão educar suas crianças e adolescentes, muitos dos conflitos hoje
observados em sala de aula serão paulatinamente superados. No entanto, para que isso possa ocorrer é necessário que a
família realmente participe da vida escolar de seus filhos. Pais e mães devem comparecer à escola não apenas para entrega
de avaliações ou quando a situação já estiver fora de controle. O comparecimento e o envolvimento devem ser permanentes
e, acima de tudo, construtivos, para que a criança e o jovem possam se sentir amparados, acolhidos e amados. E, do mesmo
9
modo, deve-se lutar para que pais e escola estejam em completa sintonia em suas atitudes, já que seus objetivos são os
mesmos. Devem, portanto, compartilhar de um mesmo ideal, pois só assim realmente estarão formando e educando,
superando conflitos e dificuldades que tanto vêm angustiando os professores, como também pais e os próprios alunos.
RESUMO
Neste artigo investigam-se as percepções de pais sobre o desempenho escolar dos seus filhos,
analisando o conteúdo de entrevistas semi-estruturadas com 32 pais, sendo dezesseis pais de
alunos com desempenho classificado como sucesso e demais pais de alunos com insucesso
escolar. Quanto ao desempenho escolar, tanto os pais de alunos com sucesso, como os de
insucesso atribuem razões relacionadas à responsabilidade do filho, do professor e também às da
própria família. Os resultados permitem evidenciar que tanto uns quanto outros revelam que a
família deve promover a valorização da escola e de auxílio às tarefas, bem como a escola precisa
rever os seus valores e procedimentos em relação ao aluno e à família. Assim, destacamos a
necessidade de os pais serem mais bem orientados pela escola para poderem assessorar seus
filhos. Estratégias sugeridas pela escola, ou outros pais, podem auxiliar pais que, por
trabalharem, não possam estar presentes na escola.
Maria Rita Zoéga Soares; Sílvia Regina de Souza; Maria Luiza Marinho
RESUMO
Psicólogos têm sido solicitados a oferecer orientação a pais sobre a influência de suas atitudes no
desempenho acadêmico dos filhos. Tanto a escola quanto a família são instituições importantes à
socialização e à educação infantil e há efeitos positivos relacionados ao envolvimento parental na
vida acadêmica das crianças. Orientações deveriam ser fornecidas no sentido de prevenir
problemas comportamentais, facilitando a interação dos pais na realização dos trabalhos
escolares dos filhos, utilizando o encorajamento verbal e o reforço direto, o que supõe suporte e
monitoramento das atividades diárias e do progresso escolar. O envolvimento dos pais na vida
acadêmica dos filhos deve ser incentivado devido aos benefícios que pode trazer para o sucesso
acadêmico. O objetivo do presente artigo foi o de apresentar orientações para que pais
promovam o desenvolvimento de comportamentos facilitadores da aprendizagem e possam
participar mais ativamente da vida acadêmica dos filhos.
Voltando ao século XIX, a história da família brasileira marcada pela revolução industrial, que
teve inicio na Europa e só chegou ao Brasil no século XIX, sendo transformada em nuclear (pai,
mãe e filho), sendo o pai a autoridade maior tendo este acesso livre ao público, e à mãe cabia a
responsabilidade pelas tarefas domésticas e educação dos filhos.
Havia controle sobre a sexualidade feminina tendo como fim exclusivo a procriação para
herança, enquanto a sexualidade masculina era exercida livremente, a virgindade era valorizada
e o adultério praticado pela mulher severamente punido.
Hoje muita coisa já mudou, como menor número de filhos, mais casamentos civis, mulheres
assumindo a família, aumento de mulheres no mercado de trabalho e nas posições mais
elevadas. Exemplos: Presidente, ministras.
A escola tornou-se uma das mais importantes instituições sociais na função de mediar a
relação entre o individuo e a sociedade. Essa função caracteriza-se pela transmissão cultural de
modelos sócias de comportamento, valores morais, propiciando a humanização socialização enfim
a educação, ocupando grande parte das vidas dos alunos, ensina técnicas valores e ideais cada
vez mais substitui as famílias na orientação sexual profissional, ou seja, a vida como um todo. O
questionamento é quem é o responsável pela educação de crianças e adolescentes? A escola? A
família?
Deste modo a pesquisa assume um caráter analítico, tendo como base a pesquisa bibliográfica
com base em autores consagrados, no intuito de dar somatória e veracidade ao trabalho
apresentado, bem como é uma pesquisa de cunho teórico, qualitativo, a qual foi feita uma
observação em sala de aula a fim de dar contribuições a um dos temas abordados.
O 1º capítulo traz uma questão bastante discutida no que se diz respeito à verdadeira função da
escola e a construção do ser social, bem como retrata o cotidiano da escola e qual a importância
da família dentro deste contexto, e uma observação de um cotidiano vivenciado em uma escola.
Já o 2º capítulo retrata a família como 1º grupo social a que a criança pertence, aqui é abordado à
importância da família em todas as esferas de vida do ser humano, bem como a importância
desta no meio escolar, as suas contribuições para o desenvolvimento do educando e a integração
família- escola. Escola e família tem um papel a cumprir no desenvolvimento do educando, cabe a
cada uma dessas esferas fazê-lo da melhor forma possível, não sobrecarregando uma ou outra
com problemas de ordem que não lhe seja específica, deste modo é oportuno formar uma
parceria para que juntas possam sanar os problemas com união, pois ambas devem ser agentes
facilitadoras no processo ensino-aprendizagem ,este é o tema abordado no 3º capítulo.
A escola e a família são instituições que como advento da modernidade surgem destinado ao
cuidado e educação de crianças e jovens. Enfocar neste contexto a questão dos pais na mediação
da aprendizagem de seus filhos é procurar trabalhá-los para este fim, fazendo-os com que
percebam a importância da família junto à escola, fazendo-os perceber que a sua contribuição
afetará de forma positiva no desenvolvimento do seu filho. A educação familiar é um fator
bastante importante na formação da personalidade do indivíduo, ressaltando a importância de
refletir o quanto a educação e os costumes transmitidos pela família, influenciam a conduta e o
comportamento apresentado pelo indivíduo em qualquer local. Deste modo é oportuno fazer as
atribuições pertinentes à família para que a mesma não tente transferir a sua responsabilidade
para a escola.
Escola e família devem andar juntas em prol do desenvolvimento cognitivo, afetivo e pessoal do
individuo, bem como agregando valores para uma boa convivência do mesmo na
sociedade.Família e escola são referenciais decisivos para a constituição humana. É, portanto,
possível, e altamente desejável, que caminhem juntas, sem com isso perder sua identidade e
características próprias; sem que se desviem da direção e dos objetivos específicos, progredindo
na consolidação dos objetivos comuns: a formação do "ser", do cidadão ético e crítico, que se
assuma como sujeito de sua própria existência, e possa exercer sua cidadania e uma ação
transformadora no mundo.
Nesse contexto é necessário que se atente para políticas educacionais que dê de fato ao individuo
equidade e condições de crescer junto à sociedade. A escola deve dar condições preparando o
individuo na construção solida da sua identidade, inserindo valores e pressupostos que possa
fazer com que o mesmo conviva em sociedade e na sociedade com autonomia, solidariedade,
capacidade de transformação e ética.
Segundo Guiomar Namo de Melo (1987:22) "A escolarização básica constitui instrumento
indispensável á construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização
daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao exercício
da cidadania ''[...] Porém, a escola pública passa por vários problemas dentro de seu contexto,
com isso uma educação interessada na transformação da sociedade fica longe dos objetivos mais
urgentes no contexto atual.
Ainda segundo Guiomar Namo de Melo (1987:22), "A escola é medicadora entre a condição
concreta de vida da clientela que nela ingressa e a destinação social dessa clientela." Deste modo
é oportuno salientar que a escola na sua práxis educativa deve dar os subsídios concretos para
que a sua clientela seja capaz de trilhar o caminho de uma sociedade com objetivos que busquem
o sucesso pessoal e profissional. O envolvimento das famílias na escola ajuda para uma educação
de sucesso, desta forma aprende-se a aprender, mas, para aprender o individuo deverá ser
estimulado por um meio favorável, sendo a família um meio de comportamento ao qual
exteriorizam na sala de aula.
A escola é um complemento da família, devendo haver uma junção positiva em prol do bom
desempenho e desenvolvimento da criança, cada uma com o seu papel em função de um único
objetivo, com isto cada instituição escola/família deve desempenhar o seu papel da melhor forma
possível, em prol de melhorias concretas na educação do indivíduo. É importante citar Içami Tiba
(1996, p.140) que diz: "O ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o
ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos. Os pais e a
escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno".
A escola deve buscar construir por meio de uma intervenção elaborada e consciente a criação de
espaços de reflexão e experiências de vida numa comunidade educativa, instituindo acima de
tudo a aproximação entre as duas instituições (família-escola). Cabe, porém aos educadores
serem os pioneiros na elaboração e uma conscientização em prol da união positiva entre escola e
família, abordando temas que façam com que os pais mostrem o grau de participação na vida
escolar de seu filho, bem como os fazendo perceber que a sua colaboração será de grande valia
no processo de aprendizagem. Com tantos deveres a cumprir, muitas vezes sozinha, a escola se
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ver perdida, desnorteada, sem saber o que fazer para que seus alunos dentro e fora do espaço
físico mostrem-se capazes de atuar de forma responsável e coerente com uma determinada
situação. O que se percebe é que sozinha a escola tem falhado, por isso a importância urgente de
parceria, da união entre essas duas instituições imprescindíveis na vida de qualquer ser humano.
2.1 A Escola E O Seu Cotidiano
Investigar o cotidiano escolar é ter o conhecimento que a educação produz o saber de
compreender e transformar a realidade. O cotidiano se refere ao conjunto de atividades que são
desenvolvidas no dia-a-dia. Heller (1992, p.17) coloca que: A vida cotidiana é a vida do homem
inteiro, ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua
individualidade, de sua personalidade.
Nela, colocam-se 'em funcionamento' todos os sentidos, todas as suas capacidades intelectuais,
suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, ideias, ideologias. É neste cotidiano
vivido pelo homem que as relações sociais vão formando-se, vão sendo concebidas e outras vão
sendo vivenciadas. A escola traz, no seu contexto cotidiano, diferentes aspectos a ser observado,
o comportamento dos alunos, a interação professor/aluno/pais, o relacionamento entre si dos
alunos e destes com o corpo que compõe a escola, refletir acerca deste cotidiano é procurar
soluções para problemas enfrentados na escola.
Passos (1996, p12) [...] acredita que estudar a escola através da análise do seu cotidiano é
compreender a ação dos sujeitos que nela se inserem, entendendo a macro-social. É importante
lançar um olhar sobre a escola para realidade específica de cada escola, suas articulações com a
realidade compreender a lógica reprodutivista de seu funcionamento priorizando os processos de
construção da escola a partir das divisões e dicotomias assim como as relações
professores/alunos, professores/pais, disciplina/indisciplina. Sendo assim é importante ressaltar
que o cotidiano escolar é complexo, tendo em vista vários obstáculos encontrados neste âmbito.
O conhecimento do cotidiano também tem favorecido a compreensão das ações dos sujeitos no
âmbito escolar. Sônia Penin, Agnes Heller, Berger e Luckmann aprofundam seus estudos na
análise da vida cotidiana, mostrando a importância de compreendê-la para poder transformá-la.
Segundo os mesmos, o cotidiano dá-se nas relações do vivido e não do concebido. É nas relações
do vivido que se dá o saber, que se constitui o conhecimento.
Berger e Luckmann (1991) enfatizam que a realidade da vida cotidiana é partilhada com outros.
Este vivido se dá nas interações que se partilha no "aqui e agora" com os outros. O mundo da
vida cotidiana é um mundo elaborado no pensamento e nas ações do homem, repleto de
subjetividade. Os autores consideram que o mundo da vida cotidiana é um mundo carregado de
sentido subjetivo, onde o pensamento e as ações lhe dão sentido.
Segundo Penin (1995) para compreender as relações sociais que permeiam a escola é necessário
conhecer o vivido na vida cotidiana da escola, procurando vislumbrar tanto as condições objetivas
do vivido quanto as representações dos profissionais que ali vivem. É necessário conhecer o
sentido das representações desses indivíduos (pensamentos, reflexões, discursos), das suas
práticas sociais. É no cotidiano que as práticas vão ser vividas, e através delas é que vamos
observar o papel e o sentido atribuído a cada uma. O cotidiano, apesar de programado, é também
princípio de mudanças sociais.
Assim sendo, Heller (1989) coloca que: A vida cotidiana é a vida do homem inteiro, ou seja, o
homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua
personalidade. Nela, colocam-se 'em funcionamento' todos os sentidos, todas as suas
capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, idéias,
ideologias. (p. 17). É nesse cotidiano vivido pelo homem que as relações sociais vão formando-se,
vão sendo concebidas e outras vão sendo vivenciadas. A expressão "conhece-te a ti mesmo", de
Sócrates, é considerada por ele o começo para que o homem elabore sua autocrítica. A busca de
uma análise crítica da vida cotidiana requer conhecer-se a si mesmo, para poder transformar o
vivido na cotidianidade.
Família 1º Grupo Social
Ao longo da historiografia da humanidade são encontrados diversos tipos de características de
família, que estão relacionadas à formação sócio-político cultural e econômica de uma
determinada época, a definição de família não é clara, pois seu significado pode extrapolar as
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simples convenções. Família, no sentido mais amplo é o conjunto de pessoas que se unem pelo
desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se completarem, pois é onde têm seus
primeiros contatos com o mundo externo, com a linguagem, com a aprendizagem e aprendem os
primeiros valores e hábitos.
A segunda refere-se à capacidade do indivíduo para reconhecer a "base segura" que é a pessoa
em que se confia também chamada por Antunes de figura de ligação. Também para Barajas
(1990: p, 45) "A família é o primeiro e principal contexto de socialização do sujeito, com
importantes funções educativas no mais amplo sentido deste termo, já que esta cumpre um papel
centralizador de importantes fatores que influem no desenvolvimento social do sujeito". Assim
acredita-se que é impossível pensar em qualquer forma de organização social quando a mesma é
carente de estrutura familiar.
A família é a ponte que liga o indivíduo à sociedade. É a base que estabelece o alicerce do ser
humano, às condutas e valores. O grupo familiar é o núcleo e o ponto de partida da interiorização
do conceito grupal, e as distorções no sistema "família" interferem nas demais atividades grupais
das quais o indivíduo participa. Deste modo: "A família é normalmente o primeiro grupo social a
que pertence o ser humano, e entre as instituições sociais é aquela pela qual se realizam contatos
mais íntimos, já que grande parte da vida e os acontecimentos importantes em geral são vividos
na família. Pelas funções que desempenha, ela é considerada instituição fundamental na
sociedade" (HITO 2004: p, 23).
É na família que o indivíduo começa a se preparar para a vida e aprende as primeiras noções de
mundo. Começa a entender as diferenças entre as pessoas e a respeitá-las. Eis uma contribuição
nesse sentido: "A família proporciona ao indivíduo sua primeira experiência de viver e trabalhar
com outras pessoas em uma comunidade. Mesmo dentro da família, existem inúmeras diferenças
individuais. O que agrada a uma pessoa pode incomodar a outra.
Desenvolver o respeito mútuo e aprender a aceitar, até mesmo a apreciar, nossas diferenças leva
um bocado de tempo e requer muita paciência. Ao aceitarmos essas diferenças, porém, e a
render e funcionar como um grupo descobrimos o lado prazeroso de fazer parte de uma família
(NOLTE e HARRIS, 2003: p, 87/88).
O meio familiar exerce uma das mais importantes influências no desenvolvimento das
capacidades cognitivas e na estruturação das características afectivas dos filhos. No entanto, a
educação familiar não deve entoar só os efeitos do desenvolvimento dos filhos. A família deve ser
considerada um ecossistema da educação. A família é a instituição mais privilegiada da educação,
pois é no seu meio natural que o homem nasce e existe e onde se desperta como pessoa. Exerce
enorme influência quer na integração escolar quer no desenvolvimento dos filhos.
De acordo com Kaloustian (1988, p. 22) a família é: [...] é o lugar indispensável para a garantia
dasobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do
arranjo familiar ou da forma como veem se estruturando. É na família que propicia os aportes
afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus
componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal einformal, é em seu
espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de
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solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são
observados valores culturais.
A família constitui a base da sociedade contemporânea, funcionando como unidade em que todo
indivíduo deve estar inserido para formação de seu caráter e construção do seu eu social. A
família adquire importância na vida do indivíduo a partir de seu nascimento em virtude de seu
dever de guarda, criação e educação da criança. Posteriormente tem-se uma fase de
desenvolvimento, onde se prepara para a vida em sociedade estabelecendo relações de
afetividade e trabalho.
Conclui-se, portanto que a família tem sim uma função dentro da sociedade e esta é a de formar
cidadãos conscientes e aptos para a convivência social, independente de que âmbito em que
esteja inserido, se profissional, se na escola, se entre amigos.
3.1 A Importância Da Família No Processo Ensino- Aprendizagem
Nos dias atuais a família pouco tem contribuído para a aprendizagem dos seus filhos, e tão pouco
dá importância ao andamento dos estudos transmitidos na escola deixando muitas vezes de
fazerem parte de um contexto muito importante na vida dos mesmos. A importância da
participação dos pais na vida escolar dos filhos tem apresentado um papel importante no
desempenho escolar. O acompanhamento e a relação desenvolvida em família são indispensáveis
para que o aluno se insira no ambiente escolar sem maiores problemas.
Ensinar os filhos para serem vencedores, superar desafios com coragem e garra, não para serem
melhores do que os outros, mas para que saibam usar da melhor maneira possível os seus
próprios potenciais e habilidades, mesmo com todos os desafios. O papel dos pais na educação de
seus filhos é fundamental para que os mesmos possam ter resultados positivos, bem como
perceberem que são capazes de realizar suas tarefas, serem competentes e autônomos.
Abordando os aspectos pedagógicos da família, Nogueira (1998) explica que a participação dos
pais na vida escolar dos seus filhos, pode influenciar, de modo efectivo, o desenvolvimento
escolar dos filhos. Não cabe somente a escola o papel de transmitir conhecimento, a criança
aprende de diferentes formas e os ensinamentos trazidos de casa são um tesouro que deve ser
valorizado. Independentemente de como a família é constituída, esta é uma instituição
fundamental da sociedade, pois é nela que se espera que ocorra o processo de socialização
primária, onde ocorrerá a formação de valores [...] (Valadão Santos, 1997, p.22).
Assim a família se revela não somente como fator indispensável na estabilidade emocional da
criança como também na sua educação, com isso, o sucesso da tarefa escolar depende da
colaboração familiar ativa, motivar os filhos para progredirem nos estudos deve ser primordial na
convivência familiar, os pais precisam ter a consciência do seu papel no desenvolvimento escolar
do seu filho.
Para isto é fundamental que os pais sintam a escola como um ambiente seguro e acolhedor e, ao
mesmo tempo, é necessário a participação e o acompanhamento por parte dos progenitores ou
responsáveis na vida das crianças. O acompanhamento familiar pode evitar uma possível
reprovação e possibilitará o verdadeiro aprendizado do educando.
Tiba (2002, p.181), afirma que "se os pais acompanharem o rendimento escolar do filho desde o
começo do ano poderá identificar precocemente essas tendências e, com o apoio dos professores,
reativar seu interesse por determinada disciplina em que vai mal". As crianças estão ingressando
cada vez mais cedo nas escolas e passam uma grande parte do tempo no ambiente escolar. A
iniciação escolar é um momento muito importante na vida da criança. É um momento de
aprendizado e também as crianças ampliam suas relações sociais. O ingresso na instituição de
educação infantil pode alargar o universo das crianças, em vista da possibilidade de conviverem
com outras crianças e com adultos de origens e hábitos culturais diversos, de aprender novas
brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades distantes. (RCNEI, 1998, vl.2,p.13) A
família e a escola têm um papel fundamental para a formação da criança, sabemos que muito
tem sido transferido da família para a escola, funções que eram das famílias: educação sexual,
definição política, formação religiosa, caráter, dança, entre outros. Com isso a escola vai
abandonando seu foco, e as famílias perdem a função. Além disso, a escola não deve ser só um
lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida
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afetiva. A cada uma, família e escola cabem cumprir a parte que lhe compete, mesmo que possa
haver algumas áreas de confluência e superposições, pois para a escola, seus alunos são
transeuntes curriculares; para os pais seus filhos são para sempre.
Tiba (2006, p.188). Apesar de a família ser apontada como uma das variáveis responsáveis pelo
fracasso escolar do aluno (Carvalho, 200), a sua contribuição para o desenvolvimento e
aprendizagem humana é inegável. Neste contexto, os recursos psicológicos, sociais, econômicos e
culturais dos pais são aspectos essenciais para a promoção do desenvolvimento humano. É cada
vez mais importante sensibilizar os pais para participarem ativamente na vida escolar dos seus
educandos. A escola faz parte do quotidiano do aluno e os pais devem estar envolvidos em todo o
processo de aprendizagem. Sendo assim, é importante ressaltar que, a escola tem como função
estimular a construção do conhecimento nas áreas do saber, consideradas fundamentais para o
processo de formação de seus alunos. Essa é uma missão específica da escola, portanto,
nenhuma família tem a obrigação de ministrar ou transmitir informações específicas ou
científicas.
Por outro lado, não cabe ao profissional da educação assumir responsabilidades inerentes à
família do aluno. Porém, deve despertar tratamentos respeitosos, confiantes e afetuosos, como
profissional e membro da sociedade que é, mas não como um membro da família. A família deve
acolher a criança, oferecendo-lhe um ambiente estável e amoroso. Muitas, infelizmente, não
conseguem manter um relacionamento harmonioso. Para algumas pessoas, é bastante difícil, seja
por questões econômicas ou sociais. Ao observar este universo, as escolas podem criar um
ambiente familiar diferente, "ajudando-as a caminhar para fora de um ambiente familiar adverso
e criando uma rede de relações, fora das famílias de origem, que lhes possibilite uma vida digna,
com relações humanas estáveis e amorosas" (SZYMANSKI, 2003, pp.62-63).
Ao lado da família, a escola permanece sendo um espaço de formação embora bem delimitado as
diferenças entre família e escola. Saber participar da vida dos filhos na medida certa,
incentivando, elogiando, conduzindo-os para que administrem da melhor forma possível os
estudos e a vida pessoal é uma forma de amor, carinho. É preciso criar estratégias de
aproximação entre família-escola, para que juntas busquem a formação integral da criança,
contribuindo para o seu desenvolvimento social, cognitivo e também seu aprendizado escolar.
Segundo Nogueira: A presença dos pais no recinto escolar e sua maior participação em
determinadas atividades tornam-se mais comuns. Os contatos formais e informais se multiplicam
e se diversificam. No cotidiano, os canais de comunicação parecem ampliar para além da
tradicional participação nas associações de pais e mestres e da presença em reuniões oficiais com
professores. Hoje há palestras, cursos, jornadas e festas da família, a agenda escolar do aluno, os
bilhetes, os contatos telefônicos, as conversas na entrada e na saída das aulas. (NOGUEIRA, 2006,
p.11).
17
Pais e mães podem participar de várias formas no ambiente escolar e na própria educação dos
filhos, basta que a escola ofereça opções e dedique um tempo para que isso aconteça. Claro que
essa não é uma tarefa fácil, uma vez que os professores estão envolvidos emocionalmente com
seus alunos e famílias. Famílias e escola têm a responsabilidade de educar as crianças, para isso
precisam estabelecer uma relação de parceria, aumentando as possibilidades de compartilhar
critérios educativos que possam minimizar as possíveis diferenças entre os dois ambientes, escola
e família.
Não há dúvidas que o ambiente escolar e a família compõem o meio social no qual o aluno está
inserido. Eles dois mais o local em que localiza sua residência ou sua escola, bem como os laços
sociais e econômicos compõem o meio social com forte interferência no aprendizado e na
motivação para aprendê-lo. Buscar meios para que a família possa criar o hábito de participar da
vida escolar dos seus filhos, percebendo o quanto a família é importante no processo Ensino
Aprendizagem do aluno, através de ações previstas no Projeto Político Pedagógico, propor
alteração no Projeto Político Pedagógico com o intuito de melhorar o processo ensino
aprendizagem, despertar as famílias, fazendo com que possam perceber a importância da
participação nas atividades escolares dos filhos, promoverem atividades que permitam o
envolvimento das famílias, criarem momentos de integração entre pais, alunos e comunidade
escolar, mostrando-lhes o quanto eles são importantes na vida escolar de seus filhos. 4 Escola E
Família: Juntas Em Prol Do Desenvolvimento Pleno Do Educando
Tanto a família quanto a escola têm o objetivo de educar crianças e adolescentes, por, isso,
parece evidente que ambas devam manter uma relação de proximidade e cooperação, porém, o
que parece tão óbvio não ocorre de fato. A sintonia entre escola e família torna-se um elemento
facilitador para que a vida escolar seja vivenciada com maior tranquilidade, deste modo, os pais
podem transmitir segurança a seus filhos e, consequentemente, facilitar o processo de adaptação.
O que se tem observado, por um lado, é que a escola reclama a ausência da família no
acompanhamento do desempenho escolar da criança, da falta de pulso dos pais para colocar
limites aos filhos e da dificuldade que muitos deles encontram em transmitir valores éticos e
morais considerados importantes para a convivência em sociedade.
O que na verdade falta é uma maior integração e comunicação entre escola e a família para o
preparo e o acompanhamento do que é passado para o aluno na sua vida escolar. Ao mesmo
tempo em que se é aluno se é filho e vice-versa, o que faz com que família e escola estejam
interligadas; entretanto, é importante que se perceba quais são as funções e as responsabilidades
de uma e de outra, para que as duas não fiquem em um "jogo de empurra", onde o aluno acaba
ficando no meio, quando na realidade, ele é o personagem de importância indiscutível para
ambas, mas suas necessidades ainda continuam à espera de um olhar mais apurado.
O que ocorre é que se torna difícil caracterizar os papeis dessas instituições. As funções da família
e da escola encontram-se muito difusas numa sociedade tão complexa como a atual. Há uma
confusão de papeis, sendo que tanto os pais quanto os professores sentem dificuldades em definir
suas funções. (Valadão; Santos, 1997, p. 47).
A sintonia entre escola e família torna-se um elemento facilitador para que a vida escolar seja
vivenciada com maior tranquilidade, deste modo, os pais podem transmitir segurança a seus
filhos e, consequentemente, facilitar o processo de adaptação. A família, por sua vez, também é
responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as
"atitudes destes frente às emergências de autoria do aprendente, se repetidas constantemente,
irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos" (FERNÁNDEZ, 2001).
Em seu livro, "O saber em jogo", Alicia Fernández cita uma pesquisa com famílias de classe baixa
facilitadoras da aprendizagem. O que caracteriza estas famílias é a criação de um espaço
favorável para que cada membro possa escolher e responsabilizar-se pelo escolhido, propiciando
um espaço para a autoria de pensamento. O perguntar é possível e favorecido, há facilidade de
aceitar as diferentes opiniões e ideias. Condições estas que não são comuns em famílias
produtoras de problemas de aprendizagem. A escola e a família compartilham funções sociais,
políticas e educacionais na medida em que contribuem e influenciam na formação do indivíduo.
Neste sentido escola e família emergem como duas instituições fundamentais para desencadear
os processos formativos do ser humano, indispensáveis para uma consolidação do sucesso em
todas as etapas da vida. A união família-escola gera benefício em relação não só ao processo
ensino/ aprendizagem, mas também na troca de informações acerca da criança, no
desenvolvimento da criança na escola e em casa. Ou seja, essa inter-relação possibilita
compreender atuação da criança tanto em casa como na escola, suas condutas e as relações que
estabelece com os adultos no seio familiar. (ANDRADE, 2008).
Assim tanto escola quanto família pode compreender e analisar os comportamentos apresentados
tanto em casa como na escola, essa união será benéfica uma vez que os participes da jornada de
vida da criança tira proveitos e conseguem diagnosticar problemas que podem surgir nos dois
âmbitos escolar/familiar e com isso traçar soluções para que todos saiam ganhando.
4.1 A Relação Familia- Escola No Decorrer Dos Tempos
As sociedades que deram origem à constituição da família nuclear (composta de pais, mães e
filhos) sofreram inúmeras transformações no decorrer do tempo. Ariés (1978, p. 273) aponta que
no período da Idade Média não havia intimidade familiar, a vida no passado, até o século 17, era
vivida em público, "[...] as pessoas viviam misturadas umas com as outras, senhores e criados,
crianças e adultos, em casas permanentemente abertas às indiscrições dos visitantes [...]." O
autor esclarece, ainda, que as crianças, aproximadamente, aos sete anos de idade, eram
mergulhadas na sociedade e ingressavam na grande comunidade dos homens, sua educação era
garantida pela aprendizagem junto aos adultos e ministrada por uma outra família; "não havia
lugar para a escola nessa transmissão através da aprendizagem direta de uma geração a outra"
(p. 229), e o ensino era voltado para a experiência prática.
De acordo com Ariés (1978, p. 225), com o passar do tempo "[...] a família transformou-se
profundamente na medida em que modificou suas relações internas com as crianças" e começou
a estabelecer um laço de intimidade com os filhos, a se preocupar com sua educação e a cultivar
um sentimento de afeto para com eles. Conforme o autor, a partir da segunda metade do século
17, período em que marca o início da Idade Moderna, a aprendizagem tradicional é substituída
pela escola.
Mais até do que isso, para Cunha (2000) em sua análise a situação brasileira, existia um
verdadeiro discurso contra as famílias. De acordo com o ideal dos princípios normativos da ciência
médica do séc. XIX, a família era "caracterizada em permanente estado de mau funcionamento,
era dada como incompetente, incapaz, sem qualidades para educar as crianças" (ibid, p.452).
Estudos têm mostrado que nas primeiras décadas do século XX, havia um afastamento da família
da escola, embora seja fundamental a participação das famílias na educação dos filhos, estas
demonstravam, naquele momento, um profundo desinteresse e despreparo para lidar com o
assunto. No entanto buscava-se projetar e desenvolver ações que visavam reaproximar a família
da escola, essas ações mostram uma intenção colonizadora da escola em relação à família.
Alguns pais se afastavam da escola por pensarem que não serão ouvidos, respeitados, ou mesmo,
19
que a sua participação não fará diferença alguma.Por volta da década de 30 o discurso se
modifica e considera-se necessária a aproximação da família. Contudo, esta aproximação deverá
ser feita de forma que os profissionais instruam as famílias em como proceder com seus filhos.
Montandon (1987) periodizou o discurso científico sobre a aproximação entre família e escola no
decorrer das últimas décadas da seguinte forma: nos anos 60, preconizava-se um encorajamento
dos pais aos aprendizados escolares de seus filhos; já nos anos 70 falava-se vagamente em uma
complementaridade recíproca entre a família e a escola, e nos anos 80 recomendava-se aos
professores estabelecerem uma forte colaboração com as famílias, a fim de compreenderem
melhor o contexto onde estas estão inseridas, estimulando o envolvimento dos pais na escola e
nas atividades escolares de seus filhos. Essas mudanças no discurso fazem parte da busca em
compreender o desempenho escolar a partir da observação da influência familiar sobre as
trajetórias escolares das crianças.
Por outro lado, significa também que a contrapartida do Estado vem se dando no sentido de
incentivar essa participação e de criar mecanismos para que ela se concretize. Ao que parece, a
razão principal da intervenção estatal se associa a uma estratégia de promoção do sucesso
escolar, uma vez que algumas pesquisas têm demonstrado a influência positiva, sobre o
desempenho acadêmico, do envolvimento parental na escolaridade dos filhos, o que contribuiria,
a termo, para a redução das taxas de evasão e de repetência. Uma das principais causas
diagnosticadas da fragilidade da interação das famílias com as escolas é que a maioria dos
usuários do ensino público não tem a cultura de exigir educação de qualidade para seus filhos.
Não para falar dos problemas que envolvem a família atualmente, mas para ouvi-los e tentar
engajá-los em algum movimento realizado pela escola como: projetos, festas, desfiles escolares,
palestras educativas, etc.
Nessa perspectiva, a escola por sua maior aproximação às famílias constitui-se em instituição
social importante na busca de mecanismos que favoreça um trabalho avançado em favor de uma
atuação que mobilize os integrantes tanto da escola, quanto da família, em direção a uma maior
capacidade de dar respostas aos desafios que impõe a essa sociedade.
Como diz Paro (1997, p.30) "a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais,
para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as
questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da
qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano."
Nesse sentido, conclui-se que uma escola de qualidade deve ser o objetivo de qualquer gestor
comprometido, portanto este dever perseguir os objetivos propostos, refletindo em uma
efetividade social e, para tanto, a escola deve ter claro o que quer estruturar e programar o
melhor possível para seus alunos, captando ao máximo os recursos que dispõe (físicos, humanos
e financeiros), unindo a energia de todos os envolvidos para ser cumpridora de seus objetivos
éticos e sociais. E isto só poderá realmente ser concretizado com a efetiva elaboração e
administração do projeto político pedagógico.
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A Importância da Participação dos Pais no Processo Ensino Aprendizagem
Autor: Mary Anne Cardoso da Silva | Publicado na Edição de: Setembro de 2015
1. Introdução
22
apresentado pelo indivíduo em qualquer local. Deste modo é oportuno fazer as atribuições
pertinentes à família para que a mesma não tente transferir a sua responsabilidade para a
escola.
Ressaltando-se que essa harmonia entre família e escola se baseia em uma parceria
que buscam auxiliar-se mutuamente na construção do desenvolvimento social e
intelectual do adolescente. Levando em conta que o ser humano estar sempre
aprendendo, nas mais diversas situações que passa na vida, a família tem um papel
fundamental, visto que a mesma, desde cedo, determina o que seus filhos necessitam
aprender, os ambientes que devem frequentar. Essa parceria que se dar entre ambas é
essencial para o crescimento do ser humano, de uma vez que essas duas instituições são
responsáveis por preparar o indivíduo para atuar na sociedade.
A questão da divisão de responsabilidades em relação à educação da criança
significa entre outros aspectos, que a escola deverá fazer uma reflexão sobre vários
âmbitos, inclusive tendo em vista, que os pais não são especialistas em educação.
Quanto mais coesa a família e a escola, por exemplo, estiverem em relação a valores de
comportamentos positivos, certamente a criança poderá desenvolver melhor suas
capacidades. Sendo, que no âmbito escolar encontram-se vários tipos de pais; o pai
preocupado com a aprendizagem do filho que vai regularmente a escola, está sempre
presente nas atividades da escola. O pai que só vai a escola, quando é convidado para
uma reunião e geralmente já chega apressado, pois não dispõe de tempo, e para ele as
atividades escolares envolvendo os pais é pura perda de tempo. O pai despreocupado que
nem mesmo convidado aparece nas reuniões, totalmente alheio aos problemas do filho; e
ainda aquele pai que só aparece, quando seu filho comete alguma ocorrência grave e
então costuma culpar a escola pelos desastres cometidos pelo seu filho, dizendo sempre
não foi essa a educação que lhe deu. Daí torna-se de suma importância, a escola trabalhar
na conscientização dos pais para participarem ativamente na vida escolar do seu filho, de
uma vez que a escola faz parte do dia a dia do aluno e os mesmos devem estar envolvidos
diretamente em todo o processo de aprendizagem, a fim de que o educando possa ter um
bom desempenho cognitivo e psicológico.
O termo família deriva do latim, famulus, que significa “escravo doméstico”. Foi
criado na Roma Antiga, onde entre os dependentes inclui-se a esposa e os filhos. Assim a
família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus fâmulos: esposa, filhos, servos
livres e escravos. O tema família ocupou um importante lugar nas preocupações dos
cientistas
sociais e dos antropólogos e outros estudiosos se concentraram muito tempo sobre
livros, fotografias, escrito, pinturas etc. procurando entender a origem da família, sua
organização e seu funcionamento no decorrer do tempo. Tal tarefa tem sua complexidade,
pelo fato da família estar sempre em transformação, devido a exigência social de cada
época. Atualmente, ainda temos bastante dificuldade para conceituar família, mediante a
sua complexidade. Osório nos diz que,
[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão somente de
descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas ou modalidades assumidas
23
pela família através dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum elemento comum a
todas as formas com que se apresenta este agrupamento humano (OSÓRIO, 1996, p.14).
Entre os séculos XIV e XVIII, os relatos nos mostram uma sociedade sem
adolescentes. A vida é dividida em três grandes momentos: a infância considerada o
período da dependência; a idade da guerra, em que os homens vão defender suas terras e
seus países; e a idade sedentária, que compreende os homens da lei, adultos (ARIÈS,
1981). É nesse contexto que Freud e outros estudiosos encontram terreno fértil para
desenvolver as suas teorias de desenvolvimento, que valorizam a criança e o adolescente,
em suas ações e reações (ORSI, 2003).
Houve uma transformação na família em resposta à economia capitalista que até hoje
domina o mundo ocidental. A família, então, se transforma de forma radical, a mulher
mesmo recebendo um salário baixo, precisa ajudar no orçamento da casa e as crianças
são entregues à escola, o sistema capitalista domina a corrida pelo dinheiro avança e
determina o tempo que as famílias têm para se dedicar aos filhos.
O modelo da família que foi proposto pela burguesia, ainda visto como protótipo ideal
veio sofrendo várias mudanças, sendo assim a família contemporânea está sendo
reduzida, ou melhor, sua função está degenerada cada dia mais. A concepção de tradição
e vínculo familiar está sendo substituído pela importância da identidade pessoal do
sucesso, com também o êxito dos filhos.
As grandes transformações ocorridas na sociedade e na economia têm acarretado
grandes mudanças na estrutura familiar. Aparecem arranjos familiares diferentes, além da
diminuição no seu tamanho. Temos hoje um grande número de famílias reconstituídas,
fruto de separações, divórcios e novas uniões. As relações familiares estão mais
complexas, visto que:
- aumentou a participação da mulher no mercado de trabalho;
- há maior liberdade sexual, e por isso as pessoas podem definir os parceiros e o
número de filhos;
- há um grande número de famílias chefiadas por mulheres.
Segundo Falcão (2007, p.07), ―”(...) a Família foi perdendo seus principais atributos, de
tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim.” Percebe-se que
atualmente, não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação
familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma
necessidade de sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de serem
alfabetizados, o que dificulta a participação desejada no desenvolvimento escolar do
filho.
A participação dos pais na escola é uma necessidade contemporânea, almejada por
todos que fazem parte do contexto escolar, independente de ser ensino fundamental ou
educação infantil. Lidar com famílias hoje , é lidar com a diversidade. Famílias intactas,
famílias em processos de separação e muitas outras. Pode-se observar que existe, sem
dúvida, uma alteração radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o
único provedor, ficando evidente a mudança do papel da mulher na família. As novas
25
configurações familiares, tão diferentes da família tradicional, mostram-nos uma nova
realidade.
As reconstruções familiares acarretam obviamente mudanças significativas no campo
relacional familiar, provocando a emergência de situações sem precedentes, para as
quais não há experiências prévias na evolução da família que possam servir de referência
para balizar o processo de assentamento sócio-cultural dessas novas formas de convívio
social (OSÓRIO, 1996, p.56).
26
De uma vez que a família é a base da convivência social, e é por ela que a criança dá
seus primeiros passos para as relações com outras pessoas. É ela que molda
sua personalidade e seu crescimento cognitivo. Segundo Jardim
A família constitui um grupo, cuja estrutura se relaciona com a organização da
personalidade do indivíduo, é o primeiro agrupamento e o que está mais próximo da
unidade da personalidade e em termos de crescimento do indivíduo. Bons pais constroem
um lar e mantêm-se juntos, provendo então uma relação básica de cuidados à criança e
mantendo, portanto, um contexto em que cada criança encontra gradualmente a si
mesma (seu self) e ao mundo, e uma relação operativa entre ela e o mundo
(JARDIM, 2006, p. 22).
A relação, o diálogo entre pais e filhos, faz com que a criança seja mais comunicativa,
provavelmente não apresentando distúrbios de convivência e aprendizado. Porém existem
aquelas famílias que só tem uma convivência em finais de semana e feriado, o isso tem
prejudicado as crianças, no seu crescimento e no desempenho escolar. Muitas mães se
sentem totalmente culpadas pelo abandono, e realizam todas as querências de seus
filhos, crianças que se sentem sozinhas normalmente possuem uma grande agressividade
onde se socializa, ou seja, na escola. Quando então são chamadas atenção, não dão
importância e então a mãe ou o pai é chamado para resolver tal conflito, no entanto
normalmente esses pais jamais admitem que sejam os seus filhos os errados e sim os
outros, isso porque são pais super-protetores, que não querem enxergar os seus próprios
erros.
Cruz (1996) afirma que o acompanhamento do processo de desenvolvimento dos filhos
é algo maravilhoso, porém para isso a família tem que estar próximo da criança. E isso faz
com que os filhos se sintam mais amados e compreendidos e fará que elas não
apresentem as dificuldades citadas acima, pois os pais conheceram seus filhos, e as
crianças distinguiram seus progenitores. Desse modo, a família tem importante
contribuição a dar na educação em geral e na aprendizagem de seus filhos, a mesma
possui o profundo conhecimento sobre o desenvolvimento de seu filho, o qual se torna
extremamente valioso para a compreensão de suas necessidades educacionais. Esses
conhecimentos incluem informações acerca do desenvolvimento da criança no lar, como
também seus interesses.
27
colonizadora da escola em relação à família. Alguns pais se afastavam da escola por
pensarem que não seriam ouvidos, respeitados, ou mesmo, que a sua participação não
iria fazer diferença alguma. Por volta da década de 30 o discurso se modifica e considera-
se necessária a aproximação da família. Contudo, esta aproximação deverá ser feita de
forma que os profissionais instruam as famílias em como proceder com seus filhos.
Montandon (1987) periodizou o discurso científico sobre a aproximação entre família e
escola no decorrer das últimas décadas da seguinte forma: nos anos 60, preconizava-se
um encorajamento dos pais aos aprendizados escolares de seus filhos; já nos anos 70
falava-se vagamente em uma complementaridade recíproca entre a família e a escola, e
nos anos 80 recomendava-se aos professores estabelecerem uma forte colaboração com
as famílias, a fim de compreenderem melhor o contexto onde estas estão inseridas,
estimulando o envolvimento dos pais na escola e nas atividades escolares de seus filhos.
Essas mudanças no discurso fazem parte da busca em compreender o desempenho
escolar a partir da observação da influência familiar sobre as trajetórias escolares das
crianças.
Na década de 90, temos a aprovação de leis nacionais e elaboração de diretrizes do
Ministério da Educação, cujos conteúdos evidenciam a importância da participação da
família na escola e o significado de participação. Assim é oportuno afirmar que as
famílias não podem ser consideradas como um bloco único na questão do envolvimento
familiar com a escola. A mesma tem um papel de suma importância na vida do cidadão
que é ensinar junto com a comunidade, formando para a cidadania e instruir o indivíduo
sobre seus direitos e deveres como parte integrante da sociedade, favorecendo a
participação dos alunos em relações sociais. A conjetura de uma instituição social deve,
sem sombra de dúvida, exerce uma função educativa junto aos pais, e estas se revelam a
partir de uma prática de discussões que primem por informar, aconselhar e encaminhar os
mais diversos assuntos. Desse modo, a família e escola, em colaboração mútua, pode
promover uma educação integral para o cidadão, em cumprimento com as exigências
legais da sociedade.
Como bem sabemos a família é o primeiro grupo social a qual a criança pertence e é
através dessa convivência com a mesma que a criança desenvolve padrões de
socialização , pois os pais são responsáveis em ensinar os primeiros passos a criança, e
os primeiros conhecimentos, a escola dá continuidade a esse processo, é por isso que a
participação ativa da família é de fundamental importância.
É indispensável que família e escola sejam parceiras, com os papéis bem definidos, onde
não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo. A família pode sugerir encontros
para a escola, não ficando presos somente às reuniões formais, pois além de ser um bom
momento para consolidar a confiança, podem discutir juntos acerca dos seus papéis. A
escola pode estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e
fazem e obtendo informações sobre a criança (LOPES, 2009 p. 01).
28
transmitir segurança a seus filhos e, consequentemente, facilitar o processo de
adaptação. A família, por sua vez, também é responsável pela aprendizagem da criança, já
que os pais são os primeiros ensinantes e as "atitudes destes frente às emergências de
autoria do aprendente, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de
aprendizagem dos filhos" (FERNÁNDEZ, 2001).
A escola, por sua vez, necessita garantir uma relação de diálogo, ouvindo o que a
família tem a dizer e se colocando como parceira no processo de desenvolvimento dos
alunos. A escola precisa demonstrar interesse e apresentar atitudes livres de
preconceitos para com os alunos e suas famílias. Ela precisa, ainda, agir como
moderadora das ansiedades das famílias, com vistas a contribuir na resolução de
problemas apresentados pelos alunos. Como lembra Nérici (1972, p. 12) “A influência da
família, no entanto, é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma
outra instituição está em condições de substituí-la”. Para Bastos (2001, p. 66), a escola
apresenta a preocupação de levar o conhecimento científico ao aluno, dando
continuidade e complementando a educação familiar. Para isto, preocupa-se como
conseguir a adesão da família nas atividades escolares.
Para Carvalho (2004), planejado como parte complementar do processo ensino-
aprendizagem, o dever de casa não somente afeta o trabalho do docente, mas a vida dos
estudantes fora da escola e sua rotina familiar, uma vez que a conexão entre as
atividades de sala de aula e de casa promovem a aproximação familiar, em apoio as
atividades escolares. Portanto, como fundamental componente da interação família–
escola, o dever de casa ocorre através de uma política simples, ampliada por famílias e
escolas, a uma política formal que profere os esforços educativos destas instituições. O
mesmo autor coloca que "o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio direto e
sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais
quanto deficiências escolares" (CARVALHO, 2000, p.144).
A escola tem buscado solucionar esse problema de aproximação da família e da
escola com reuniões periódicas, procurando visar estratégias abertas que facilitem uma
estreita relação, de forma que a família sinta-se envolvida nas tarefas propostas pela
escola, revendo a questão que os mesmos (pai e mãe), são os principais educadores. De
maneira geral, sobre a relação família e educação, reafirma abaixo:
a educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é, da melhor
forma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido de aceitação social.
Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade pessoal do educando, tendo em
vista explicitar suas possibilidades, em função das autênticas necessidades das pessoas
e da sociedade (...) A influência da Família, no entanto, é básica e fundamental no
processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de
substituí-la. (...) A educação para ser autêntica, tem de descer à individualização, à
apreensão da essência humana de cada educando, em busca de suas fraquezas e
temores, de suas fortalezas e aspirações. (...) O processo educativo deve conduzir à
responsabilidade, liberdade, crítica e participação. Educar, não como sinônimo de instruir,
mas de formar, de ter consciência de seus próprios atos. De modo geral, instruir é dizer o
que uma coisa é, e educar e dar o sentido moral e social do uso desta coisa (NÉRICI,
1972, p. 12).
A finalidade é que essa união entre pais e escola se construa através de uma
interação planejada e consciente, em que a Escola possa criar espaços de reflexão e
experiências de vida numa comunidade educativa, assim sendo quem tem a lucrar com
essa parceria são os envolvidos (pais - professores - alunos). Não esquecendo que os
benefícios desse envolvimento tendem a grandes transformações evolutivas nos níveis
cognitivos, sociais, afetivos e até mesmo na formação da personalidade dos alunos.
Segundo Silva (2008, p. 01),
Aí entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com os pais, em
reuniões simples, organizadas, onde é permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos
os assuntos, será de grande valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos. A
construção desta parceria deveria partir dos professores, visando, com a proximidade dos
pais na escola, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos.
Muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos os problemas de seus
filhos que lhe são passados pelos professores, não estão prontas para isso.
Desta forma, é necessário compreender, por exemplo, que no momento em que escola
e família conseguirem formar um acordo na forma como irão educar suas crianças e
adolescentes, uma boa parte dos conflitos observados atualmente em sala de aula serão
aos poucos solucionados. No entanto, para que isso possa acontecer se faz necessário
que a família realmente participe da vida escolar de seus filhos. Pais e mães devem
comparecer à escola não apenas para entrega de avaliações ou para ouvir reclamações
30
quando a situação já estiver fora de controle. Essa presença e o envolvimento devem ser
permanentes e, acima de tudo, construtivos. Consequentemente, é bastante visível que
uma família ausente ou ainda que terceiros sejam responsáveis pela educação, a criança
reflete esses problemas nos seus sentimentos e na hora em que tem que se relacionar
com outras pessoas ficam agressivas ou mesmo tímidas, o que é apurado é que uma
família onde não transmite segurança, não há participação nas atividades dos filhos,
essas crianças desenvolvem vários déficits de aprendizagem e no desenvolvimento
social.
A relação escola/família pode ser tornar um pouco sem harmonia, principalmente
quando não partilham da mesma opinião. Geralmente isso ocorre com famílias omissas
que não conhecem seus filhos, acreditando que qualquer problema é culpa dos
professores, gerando grandes transtornos no aprendizado do aluno. Por isso é
fundamental que os pais tenham uma convivência maior na vida escolar e que os
professores deem toda a atenção para dúvidas que os pais podem ter, ajudando e
auxiliando-os.
Mediante a parceria entre família e escola há uma inerência fortíssima com os
resultados a serem contemplados com esse enlace, de uma vez que essa união deve ter
como foco a melhoria para o ensino aprendizagem. Como afirma Paro (1992) que a
instituição de ensino deve usar todos os métodos de aproximação direta com a família,
pois dessa forma podem compartilhar informações significativas em relações a seus
objetivos, recursos, problemas, além de questões pedagógicas. Somente dessa maneira,
os pais poderão participar efetivamente do aumento do nível educacional, bem como do
desenvolvimento de seu filho.
5. Considerações Finais
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Disciplina, limites na medida certa. Novos paradigmased.rev.atual. eampl.- São Paulo: Integrare
Editora, 2006.
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