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º
Autor/Proponente Isabel Martinho Data

Documento Original x Coletânea de Textos

Nome da Ação Código


Módulo/UFCD C609 - Metrologia dimensional (UFCD: 4903) Núcleo TROFA

1 TÍTULO
O sistema internacional de unidades
4903_C609_1_Met_T1_O sistema internacional de unidades

2 RESUMO
O Sistema Internacional de Unidades - SI; Algarismos significativos; Ordem de grandeza; Outros sistemas
de unidades.

3 ÍNDICE
4.1 O Sistema internacional de unidades
4.1.1 Unidades de Base
4.1.2 Exemplos de unidades derivadas do SI expressas a partir das unidades de base
4.1.3 Unidades derivadas do SI com nomes e símbolos especiais
4.1.4 Unidades não SI em uso com o Sistema Internacional
4.1.5 Outras unidades não-SI em uso com o SI
4.1.6 Prefixos S.I.:
4.1.7 Outras unidades utilizadas
4.2 Algarismos significativos
4.2.1 Regras para contagem de algarismos significativos:
4.3 Notação científica e ordem de grandeza
4.3.1 Notação científica
4.3.2 Ordem de grandeza

4 DESENVOLVIMENTO
4.1 O Sistema internacional de unidades
As unidades de base do SI são sete, consideradas independentes do ponto de vista dimensional, definidas
para as grandezas e simbolizadas de acordo com o seguinte quadro:

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4.1.1 Unidades de Base

Grandeza unidade S.I.


Símbolo
Nome da grandeza da Nome Símbolo
dimensão
Comprimento l, L metro m
Massa M quilograma kg
Tempo T segundo s
Corrente eléctrica I ampere A
Temperatura termodinâmica Θ kelvin K
Quantidade de matéria N mole mol
Intensidade luminosa J candela cd

Definições:

UNIDADE DE COMPRIMENTO

O metro é o comprimento do trajecto percorrido pela luz no vazio, durante um intervalo de 1 / 299 792 458 do
segundo.

(17ª CGPM de 1983 - Resolução n.º 1)

UNIDADE DE MASSA

O quilograma é a unidade de massa; é igual à massa do protótipo internacional do quilograma.

(3ª CGPM de 1901 - pág. 70 das actas)

UNIDADE DE TEMPO

O segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.

(17ª CGPM de 1983 - Resolução n.º 1)

4.1.2 Exemplos de unidades derivadas do SI expressas a partir das unidades de base

Grandeza derivada Unidade derivada do SI Símbolo


2
Superfície metro quadrado m
3
Volume metro cúbico m
Velocidade metro por segundo m/s
2
Aceleração metro por segundo quadrado m/s
3
Massa volúmica quilograma por metro cúbico kg/m
2
Densidade de corrente ampere por metro quadrado A/m

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4.1.3 Unidades derivadas do SI com nomes e símbolos especiais


Unidade Expressão em unidades
Grandeza Símbolo
derivada do SI de base SI
-1
Ângulo plano radiano rad m·m =1
2 -2
Ângulo sólido esterradiano sr m ·m =1
-1
Frequência hertz Hz s
-2
Força newton N m · kg · s
-1 -2
Pressão, tensão pascal Pa m · kg · s
2 -2
Energia, trabalho, quantidade de calor joule J m · kg · s
2 -3
Potência, fluxo energético watt W m · kg · s
Quantidade de electricidade, carga eléctrica coulomb C s·A
2 -3 -1
Diferença de potencial eléctrica, força electromotriz volt V m · kg · s · A
-2 -1 4 2
Capacidade eléctrica farad F m · kg · s · A
2 -3 -2
Resistência eléctrica ohm  m · kg · s · A
Temperatura Celsius grau Celsius °C K

1 radiano é o ângulo compreendido entre dois raios que, sobre a circunferência, definem (intersectam) um arco cujo
comprimento é igual ao raio. Numa circunferência cabem 2 radianos.

O grau, geralmente simbolizado °, é uma medida dos ângulos planos e corresponde a 1/360 duma circunferência.
Cada grau pode ser dividido em minutos, que equivalem a 1/60 do grau.
 radianos correspondem a 180°.

4.1.4 Unidades não SI em uso com o Sistema Internacional


O CIPM de 1969 e, mais tarde, o de 1996 reconheceu que os utilizadores do SI terão necessidade de
empregar conjuntamente certas unidades que embora fora do sistema estão em uso e têm um papel
importante
Nome Símbolo Valor em unidade SI
minuto min 1 min = 60 s
hora h 1 h = 60 min = 3 600 s
dia d 1 d = 24 h = 86 400 s
grau ° 1° = (/180) rad
minuto ¢ 1 ¢ = (1/60) ° = (/10 800) rad
segundo ² 1 ² = (1/60) ¢ = (/648 800) rad
3 -3 3
litro l ou L 1 l = 1 dm = 10 m
3
tonelada t 1 t = 10 kg
neper Np 1 Np = 1
bel B 1 B = (1/2) ln 10 (Np)

4.1.5 Outras unidades não-SI em uso com o SI


devido a necessidades específicas nos domínios comercial, jurídico ou científico

Nome Símbolo Valor em unidades SI


milha marítima 1 milha marítima = 1852 m
nó 1 milha marítima por hora = (1852/3600) m/s = 1,852 km/h = 0,5144 m/s
2 2 2
are a 1 a = 1 dam = 10 m
2 4 2
hectare ha 1 ha = 1 hm = 10 m

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Nome Símbolo Valor em unidades SI


5
bar bar 1 bar = 0,1 Mpa = 100 kPa = 1000 hPa = 10 Pa

4.1.6 Prefixos S.I.:

Múltiplos Submúltiplos
Factor Prefixo Símbolo Factor Prefixo Símbolo
24 -1
10 yota Y 10 deci d
21 -2
10 zeta Z 10 centi c
18 -3
10 exa E 10 mili m
15 -6
10 peta P 10 micro μ
12 -9
10 tera T 10 nano n
9 -12
10 giga G 10 pico p
6 -15
10 mega M 10 fento f
3 -18
10 quilo k 10 ato a
2 -21
10 hecto h 10 zepto z
1 -24
10 deca da 10 yocto y

4.1.7 Outras unidades utilizadas


GRANDEZA NOME(S) SÍMBOLO(S) RELAÇÃO COM A UNIDADE CORRESPONDENTE DO SI
Polegada  in 0,0254 m ou 2,54 cm
Pé  ft 0,3048 m ou 30,48 cm
Comprimento
Jarda  yd 0,9144 m ou 91,44 cm
Milha  mi 1609 m ou 1,609 km
Quilate  - 0,0002 kg ou 0,2g
Massa Libra  lb 0,454 kg ou 454g
Arroba  - 14,688 kg

Temperatura
É a grandeza física que mede o estado de agitação das partículas
de um corpo, caracterizando o seu estado térmico.
A unidade de temperatura que se define como
Grau Celsius a centésima parte do intervalo entre o ponto
ºC de gelo (0º C) e o ponto de vapor (100º C) da
água.

 t F  32
Grau Fahrenheit 5
tC  9  t C  5  t F
ºF 9
Kelvin
T  t c  273,15 K T  t C
K

4.2 Algarismos significativos


Quando se trabalha com medidas quase sempre
aparece uma dúvida:
Com quantos algarismos se escreve uma medida?
Tente medir o diâmetro do seu lápis. Que resultado
obtém?
7mm? 7,1 mm? 7,15 mm?
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Esta pergunta tem inúmeras respostas, e todas podem estar certas!


Se mediu com uma régua comum, provavelmente será 7 mm, ou
talvez 7,5 mm ou ainda 0,7 cm.
Se dispõe de um instrumento mais
preciso, como um micrómetro ou um
paquímetro, pode ter medido 7,34 mm ou
7,4082 mm.
Se repetir a medição várias vezes pode ser que em cada uma encontre
um valor diferente!

Como saber qual é o valor correcto?


Como escrever esse valor?
Na verdade, nem sempre existe um valor correcto nem uma só forma de escrevê-lo.
O valor de uma medida depende do instrumento utilizado, da escala em que ele está graduado e, às
vezes, do próprio objecto a ser medido e da pessoa que faz a medição.

Algarismos exactos
são algarismos escritos como resultado de uma medição e que estão concordantes com as divisões da
escala.
Algarismo aproximado ou incerto (duvidoso)
é o algarismo não exacto, correspondente a uma fracção da menor divisão da escala.

Algarismos significativos
são todos os exactos mais o aproximado ou incerto.

4.2.1 Regras para contagem de algarismos significativos:


1ª REGRA:
A contagem faz-se da esquerda para a direita, começando pelo 1º algarismo diferente de zero. Se
o primeiro algarismo da esquerda for maior do que «5» ou igual «5», conta por dois algarismos
significantes.

2ª REGRA:
Quando se procede a um arredondamento num resultado, arredonda-se para o valor mais
próximo.
Se o algarismo a suprimir é o «5», o algarismo a arredondar não muda se for par e aumenta uma
unidade se for ímpar – Regra do Par.

3ª REGRA: adição e subtracção


Numa soma ou diferença, cujas parcelas têm algarismos significativos decimais, o número de
algarismos decimais do resultado é o da parcela que tem menos decimais.

4ª REGRA: multiplicação e divisão


O número de algarismos significativos de um produto ou de um quociente deve ser igual ao
número de algarismos significativos do factor que tem menos algarismos significativos.
5ª REGRA: potências de base 10
Quando se exprime o valor de uma grandeza, apenas se devem utilizar algarismos significativos.
Os algarismos não significativos devem estar representados num factor apresentado na forma de
potência de base 10.
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6ª REGRA: cálculos intermédios


Nos cálculos intermédios, utiliza-se mais um algarismo do que os que se escrevem no resultado.

7ª REGRA: coeficientes numéricos


Os coeficientes numéricos das fórmulas têm um número infinito de algarismos significativos.

8ª REGRA: constantes (físicas e matemáticas)


O número de algarismos significativos utilizados numa constante física ou matemática deve ser
igual ao número de algarismos significativos do resultado mais um.

4.3 Notação científica e ordem de grandeza


4.3.1 Notação científica
Qualquer número pode ser escrito como o produto de um nº compreendido entre 1e 10 por uma
potência inteira, de 10, positiva ou negativa. Deste modo, o número é escrito apenas com um dígito à
esquerda da vírgula. A representação feita deste modo é designada por notação científica.
em que:
1  N  10 e
Fórmula geral: N 10n n – número inteiro, positivo ou negativo

Exemplos:
586,762 = 5,86762 x 102
0,00000772 = 7,72 x 10-6

4.3.2 Ordem de grandeza


Ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima desse número.
Exemplos:
920 = 9,2 x 102 - ordem de grandeza: 102
0,00022 = 2,2 x 10-4 - ordem de grandeza: 10-4
 Uma das vantagens desta notação é a facilidade de operar com estes números de uma forma
mais fácil do que com os seus equivalentes numéricos. Vamos ver como se opera nestes casos:

 Multiplicação
( N 10 n )  (M 10 m )
Primeiro multiplica-se N por M.
Depois efectua-se a multiplicação das potências, ou seja, somam-se os expoentes.

Isto é: N 10 n  M 10 m  ( N  M ) 10 ( n  m)

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 Divisão

N  10 n
( N  10 )  ( M  10 ) 
n m

M  10 m
Primeiro divide-se N por M.
Depois efectua-se a divisão das potências, ou seja, subtraem-se os expoentes.

N  10 n N
Isto é:   10 ( n  m)
M  10 m
M

 Adição e subtracção
( N 10 p )  ( M 10 p )  ( N  M ) 10 p

( N 10 p )  ( M 10 p )  ( N  M ) 10 p

Tendo o cuidado de verificar que 1  N  M  10

Exemplos:
(3  10 4 ) x (10 2 )  (3  1)  10 ( 4  2 )  3  10 6

(4  10 3 ) x (2  10  4 )  (4  2)  10 ( 3 4 )  8  10 1

6  10 5 6
  10 ( 5 2 )  3  10 3
2  10 2
2

(2,3 X 10 - 2 )  (3,1 X 10 -3 )  (23 X 10 -3 )  (3,1 X 10 -3 ) 


 (23  3,1)  10 -3  26.1  10 3  2,61  10  2

5 BIBLIOGRAFIA
Jogos sobre unidades de medida: http://www.teachingmeasures.co.uk/menu.swf
Medidas: http://web.educom.pt/pr1305/mat_medidas.htm
Instituto Português da Qualidade - O Sistema Internacional de Unidades (SI):
http://www.ipq.pt/museu/sistema/index.htm
Bureau International des Poids et Mesures (em inglês) http://www1.bipm.org/en/si/si_brochure/
The NIST Reference for Constants, Units and Uncertainty (em inglês) http://physics.nist.gov/cuu/Units/
Conversores de unidades
http://www.imperialtometric.com/
http://www.convertworld.com/pt/

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Texto de Apoio CRI n.º
Autor/Proponente Isabel Martinho Data
Documento Original x Coletânea de Textos

Nome da Ação Código


Módulo/UFCD C609 - Metrologia dimensional (UFCD: 4903) Núcleo TROFA

1 TÍTULO
Toleranciamento dimensional
4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional

2 RESUMO
Toleranciamento dimensional; Tolerâncias; Furos; Veios; Ajustamentos

3 ÍNDICE
4.1 Toleranciamento dimensional
4.1.1 Introdução
4.1.2 Definições
4.2 Sistema ISO de tolerâncias lineares
4.2.1 Classes de qualidade IT
4.2.2 Desvios fundamentais
4.3 Ajustamentos
4.3.1 Tipos de ajustamento
4.3.2 Ajustamentos recomendados

4 DESENVOLVIMENTO
4.1 Toleranciamento dimensional

4.1.1 Introdução
As exigências da moderna indústria metalomecânica (indústrias
automóvel e aeronáutica) têm conduzido a que os equipamentos e as
peças funcionem cada vez a velocidades mais elevadas, com maiores
cargas e com menores tolerâncias.

“A precisão de fabricação deverá ir apenas à precisão necessária ao correcto funcionamento das peças”.

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Podemos distinguir:

ELEMENTOS FUNCIONAIS
Elementos funcionais são elementos de uma peça que contactam (contacto fixo ou móvel) com elementos de
peças vizinhas e têm uma geometria funcional e dimensões funcionais.

ELEMENTOS NÃO FUNCIONAIS


Elementos não funcionais são todos os elementos não funcionais de uma peça, correspondendo-lhes uma
geometria não funcional e dimensões não funcionais. Estes elementos podem, em geral, ser produzidos com
pequena precisão.

4.1.2 Definições
ELEMENTO
DESVIO FUNDAMENTAL
Uma característica ou pormenor individual da
peça, como seja uma superfície, uma reentrância, É a posição da zona de tolerância em relação à
um cilindro, um furo ou uma linha de eixo; linha zero. A norma ISO 286-1:1988 define 28
desvios fundamentais para veios e igual número
VEIO para furos.
Elemento interior que, numa montagem, vai estar
CLASSE DA TOLERÂNCIA
contido noutro elemento.
Ex.: veio, (não necessariamente cilíndrico) Termo usado para designar a combinação de uma
Caracteres minúsculos ( es, ei, cmax, cmin, cn, t); tolerância fundamental com um desvio
fundamental.
FURO Ex.: h8 ou G10.
Elemento exterior que, numa montagem, vai
COTAS LIMITES
conter outro elemento.
Ex.: furo, escatel Correspondem às cotas máxima e mínima.
Caracteres minúsculos ( ES, EI, CMAX, CMIN, CN, T);
COTA MÁXIMA (CMAX, cmax)
TOLERÂNCIA (T)
Dimensão máxima permitida ao elemento.
É a quantidade que uma dimensão especificada
pode variar. A tolerância corresponde à diferença
entre a cota máxima e a cota mínima. COTA MÍNIMA (CMIN, cmin )
T = CMAX - CMIN Dimensão mínima permitida ao elemento.

ZONA DE TOLERÂNCIA COTA NOMINAL (CN, cn )


Zona compreendida entre a cota máxima e a cota Cota não toleranciada inscrita nos desenhos.
mínima, que define a magnitude da tolerância e a
sua posição em relação à linha zero (LZ). DIMENSÃO ACTUAL

TOLERÂNCIA FUNDAMENTAL (IT) A cota actual corresponde à cota física da peça,


num dado instante do fabrico, obtida por medição
Classe de qualidade de acordo com o sistema ISO directa. Para respeitar as tolerâncias, o seu valor
de desvios de ajustamentos. deve estar compreendido entre as cotas limites.
IT = ES - EI = es - ei

[Autor] 2/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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DESVIO SUPERIOR (ES, es)


Diferença entre a cota máxima e a cota nominal; ES = CMAX - CN

DESVIO INFERIOR (EI, ei)


Diferença entre a cota mínima e a cota
nominal; EI = CMIN - CN

LINHA ZERO
É uma linha que na representação gráfica
dos desvios e ajustamentos, representa a
cota nominal e em relação à qual os
desvios são definidos.

4.2 Sistema ISO de tolerâncias lineares


O valor da tolerância depende de três factores:
⃞ Cota nominal;
⃞ Qualidade;
⃞ Posição da zoa de tolerância em relação à linha zero.

4.2.1 Classes de qualidade IT


A norma ISO 286-1 define 20 classe de tolerâncias fundamentais ou classes de qualidade.
IT01, IT0, IT1, … , IT18.

Utilização das classes de tolerância fundamentais


Classe de
Utilização
Qualidade
01 a 4 Instrumentos de verificação (calibres, padrões, etc.)
5e6 Construção mecânica de grande precisão.
7e8 Construção mecânica cuidada.
9 a 11 Construção mecânica corrente.
12 a 18 Construção mecânica grosseira (laminagem, estampagem, fundição, forjamento)
Quadro 1 - Campo de utilização das qualidades

4.2.2 Desvios fundamentais


Para toleranciar uma cota não funcional podem ser considerados desvios simétricos, utilizando os valores de
tolerância tabelados.
Para toleranciar uma cota funcional é também necessário especificar a posição da zona de tolerância em
relação à linha zero

A norma ISO 286-1 define 28 CLASSES DE DESVIOS FUNDAMENTAIS (posições do campo de tolerâncias) para
furos e outras 28 classe para veios.

A B C CD D E EF F FG G H J JS K
FUROS
M N P R S T U V X Y Z ZA ZB ZC
a b c cd d e ef f fg g h j js k
Veios
m n p r s t u v x y z za zb zc
Quadro 2 - classes de desvios fundamentais

[Autor] 3/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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Figura 1 - Posições dos campos de tolerância de veios e furos

Figura 2 - Posição dos campos de tolerância em furos

Figura 3 - Posição dos campos de tolerância em veios

[Autor] 4/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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4.3 Ajustamentos

Figura 4 - Exemplos de ajustamentos


4.3.1 Tipos de ajustamento
Na montagem de um veio num furo, podem ocorrer três situações:
⃞ folga
⃞ aperto
⃞ ajustamento incerto

Figura 5 - Tipos de ajustamentos

AJUSTAMENTO
AJUSTAMENTO - Relação obtida da diferença, antes da montagem, das dimensões das duas peças ou
elementos.

AJUSTAMENTO COM FOLGA (F)


AJUSTAMENTO COM FOLGA (F) - Quando a dimensão
real do veio, antes da montagem, é menor que a
dimensão real do furo.
Folga → CMIN > cmax

FOLGA MÁXIMA (FMAX) - É a máxima folga, resultante das


tolerâncias impostas para furo e veio, que pode ocorrer
na montagem. Ocorre quando a dimensão real do veio
coincide com a sua cota mínima e a dimensão real do
furo coincide com a sua cota máxima.
Fmax = CMAX - cmin = ES - ei
Figura 6 - Ajustamento com folga
FOLGA MÍNIMA (FMIN) - Ocorre quando a dimensão real do veio corresponde à cota máxima e a dimensão real
do furo coincide com a sua cota mínima.
Fmin = CMIN - cmax = EI - es

[Autor] 5/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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AJUSTAMENTO COM APERTO (A)


AJUSTAMENTO COM APERTO (A) - Quando a dimensão real
do veio, antes da montagem, é maior que a dimensão real do
furo.
Aperto → CMAX < cmin

APERTO MÁXIMO (AMAX) - Corresponde à interferência


máxima, entre o furo e o veio, que pode ocorrer na
montagem. Ocorre quando a dimensão real do veio coincide
com a sua cota máxima e a dimensão real do furo coincide
com a sua cota mínima.
Amax = cmax - CMIN = es - EI
Figura 7 - Ajustamento com aperto

APERTO MÍNIMO (AMIN) - Corresponde à interferência mínima, entre o furo e o veio, que pode ocorrer na
montagem. Ocorre quando a dimensão real do veio coincide com a sua cota mínima e a dimensão real do furo
coincide com a sua cota máxima.
Amin = cmin - CMAX = ei - ES

AJUSTAMENTO INCERTO
AJUSTAMENTO INCERTO - Quando a dimensão real do veio
tanto pode ser maior como menor que a dimensão real do
furo. Para este tipo de ajustamento pode-se calcular a folga
máxima e o aperto máximo, não fazendo sentido falar de
folga e aperto mínimos.

Figura 8 - Ajustamento Incerto

Os tipos de ajustamentos podem ainda dividir-se em vários sub-tipos.

Ajustamentos com folga Ajustamentos com aperto Ajustamentos incertos


- Lassos - Blocados - Ligeiramente presos
- Rotativos - Apertados a frio
- Deslizantes - Apertados a quente
- Deslizantes justos

TOLERANCIAMENTO DO AJUSTAMENTO (TAJ)


TOLERANCIAMENTO DO AJUSTAMENTO (TAJ) Taj  t  T
É definida com a soma algébrica das tolerâncias dos dois elementos.
Taj  Fmax - Fmin
Alternativamente pode ser obtida a partir das folgas e dos apertos:
Taj  A max - A min

CLASSE DO AJUSTAMENTO
CLASSE DO AJUSTAMENTO - Resulta da combinação de uma classe de tolerâncias para furos com uma classe
de tolerância para veios.
Ex.: H7/u6

[Autor] 6/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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4.3.2 Ajustamentos recomendados


20 classes de qualidade 28 classes de desvios fundamentais

Número muito elevado de combinações


ISO 1829: recomenda classes de tolerâncias

h5 js 5 k5 m5 n5 p5 r5 s5 t5
f6 g6 h6 js 6 k6 m6 n6 p6 r6 s6 t6
e7 f7 h7 js 7 k7 m7 n7 p7 r7 s7 t7 u7
d8 e8 f8 h8
d9 e9 h9
d10
a11 b11 c11 h11 VEIOS

F6 G6 H6 JS6 K6 M6 N6 P6 R6 S6 T6
F7 G7 H7 JS7 K7 M7 N7 P7 R7 S7 T7 U7
D8 E8 F8 H8 JS8 K8 M8 N8 P8 R8
D9 E9 F9 H9
D10 E10 H10
A11 B11 C11 D11 H11 FUROS

Quadro 3 - Classes de tolerância recomendadas em ajustamentos

SISTEMA DE FURO NORMAL E VEIO NORMAL:


Existem dois sistemas normalizados para a realização destas combinações:

SISTEMA DE FURO NORMAL: Baseado num furo com desvio fundamental na posição H.
SISTEMA DE VEIO NORMAL: Baseado num furo com desvio fundamental na posição h.
Nota:
Como em geral o furo é de mais difícil maquinação, deve ser escolhida uma qualidade inferior ou igual à do veio. (H8/f7)

Tipo de
Classes Caracterísiticas Montagem Aplicações
ajustamento
Livre H11 - c11 Grande folga, precisão muito fraca, permite grandes velocidades Parafusos, eixos
Para movimentos rápidos, permite grandes variações de Casquilhos,
Rotativo H9 - d9
temperatura e lubrificantes de elevada viscosidade À mão êmbolos
Boa precisão garantindo folga, permite velocidades moderadas e
Rotativo justo H8 - f7 Guias
lubrificação com lubrificantes de baixa viscosidade
Deslizante H7 - g6 Permite deslocamentos e rotações com precisão À mão sob pressão Rodas dentadas
Folga mínima nula, permite uma montagem precisa dos veios, Rolamentos,
Deslizante justo H7 - h6 Com maço
podendo estes no entanto, ser facilmente desmontáveis. chavetas
Ligeiramente Engrenagens,
H7 - k6 Para montagens que necessitam de uma fixação suficientemente
preso Com martelo rolamentos,
rígida, mas permite a desmontagem
Blocado H7 - n6 uniões
Para peças que necessitam de ser alinhadas e montadas Pinhões em veios
Apertado a frio H7 - p6 Prensa a frio
rigidamente e com precisão. Não permite a desmontagem. motores
Apertado a Rotores e
H7 - s6 Para conjuntos cuja função é transmitir grandes esforços Prensa a quente
quente motores
Quadro 2 - Classe de ajustamento recomendadas para sistema de furo normal

[Autor] 7/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

5 BIBLIOGRAFIA
Este dossier é uma compilação de apontamentos adaptados e retirados dos seguintes sites e livros:

INEGI
http://inegi.inegi.up.pt/ons/normas.htm

Desenho de construções mecânicas


José Simões Morais

Desenho técnico moderno - 4ª edição


Arlindo Silva, Carlos Tavares, João Dias e Luís Sousa

IMP CON 017b 8/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


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Figura 9 - Desvios de referência dos veios

[Autor] 9/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional


CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

Figura 10 - Desvios de referência dos furos

[Autor] 10/10 4903_C609_Met_T2_Toleranciamento dimensional

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