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CENTRO CIENTÍFICO CONHECER

CURSO:
AÇÕES DA ESCOLA CONTRA
O BULLYING
Módulo 2
“Sofro bullying desde pequena, mas nunca liguei muito para isso. Hoje, isso começou
me afetar mais. Parei de frequentar lugares onde todos os meus amigos vão pois não
aguento as piadinhas que fazem sobre mim quando estão todos reunidos. Pelo fato de
eu ter um nariz um pouco grande e ser muito magra, eles me chamam de apelidos
bem chatos como ‘ladra de ar’ e ‘graveto’. E eu nem preciso estar perto para isso
acontecer, pois mesmo quando estou no meu canto, recebo tuítes com zoações a meu
respeito. Já falei para os meus pais sobre o problema, mas eles só riem e acham que é
bobagem. Pedi que eles me levassem a um psicólogo, mas eles acharam desnecessário.
O que eles não sabem é o quanto isso me faz mal. Quando começam a falar de mim,
eu tenho vontade de fugir e ir para um lugar bem longe para chorar. Eu comecei a me
cortar, para que pudesse esquecer esse problema e ajuda um pouco. Eu não sei mais o
que fazer….”
M.N. (14 anos)

Quem são os protagonistas envolvidos no Bullying?


Existe apenas uma forma de Bullying? Formas de
Bullying, consequencias agressor e vitima
2. Personagens envolvidos no Bullying

Segundo Fante (2005) os envolvidos na prática do bullying podem ser divididos entre
Agressor, Vítima e Espectador:
Agressores ou Bullies: são os ditos populares; vitimizam os mais fracos,
conseguindo, muitas vezes, o auxílio dos demais alunos para se auto afirmarem. Vale
dizer que tais alunos que contribuem juntamente com o agressor para a prática de
violência, também são considerados bullies. Para manter a sua popularidade acabam
humilhando, ridicularizando e hostilizando a vítima sem motivos evidentes, sendo
considerados por tais comportamentos como valentões. A conduta do agressor,
normalmente, caracteriza-se pela dominação e imposição mediante o poder e a
ameaça para conseguir aquilo que almeja. Pertence a famílias, por vezes, em que há
ausência de carinho, diálogo, presença dos pais e de limites. Os bullies, geralmente, se
envolvem em situações anti-sociais e de risco, quais sejam: roubo, drogas, álcool,
tabaco, vandalismo e brigas. Vale destacar que tais autores sentem dificuldades em
aceitar as normas que lhe são impostas; não aceitam ser contrariados; não toleram
atrasos; são maus- caráter; têm como característica a impulsividade, a irritabilidade e
baixa resistência a frustrações.
Vítima: para Silva apud Leão (2010) existem três tipo de vítimas:
 Vítima Típica - é pouco sociável, sofre repetidamente as consequências dos
comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil,
coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade,
submissão, insegurança, baixa auto-estima,, dificuldade de aprendizagem,
ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo,
tanto física quanto verbalmente.
 Vítima Provocadora - refere-se aquele que atrai e provoca reações agressivas
contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada
ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta,
dispersiva e ofensora. É, de modo geral, imatura, de costumes irritantes e quase
sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.
 Vítima Agressora - reproduz os maus tratos sofridos. Como forma de
compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas
as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um
ciclo vicioso.
Espectadores ou Testemunhas: também figuram como personagens de tal
fenômeno, entretanto, são assim chamados por apenas assistirem à prática da
violência e não se manifestarem, quer seja, para interferir na defesa da vítima ou para
denunciar o feito. Simplesmente se mantêm inertes. Esse posicionamento,
normalmente, é adotado por medo de serem a próxima vítima. De acordo com Chalita
apud Leão (2010), os espectadores “[...] aprendem a ser omissos e passivos para se
defender [...]”. O medo em delatar o agressor ou defender a vítima, pode transformá-
los na vida adulta em cidadãos egoístas, que aceitam e até mesmo legitimam as
injustiças sociais.

2.1 As formas do Bullying

O bullying, de acordo com Chalita (2008) pode ser dividido de forma direta ou indireta.

Forma DIRETA Forma INDIRETA

Maior frequência entre Mais comum entre o sexo


agressores meninos. feminino.

Atitudes mais usadas: insultos, Atitudes mais frequentes:


xingamentos, apelidos difamações, realização de
ofensivos, agressões fisicas, fofocas e boatos cruéis, intrigas,
rumores degradantes sobre a
extorsão de dinheiro , estragar
vítima e seus familiares e
objetos dos colegas e obrigar a atitudes de indiferença.
realização de atividades.
De acordo com Leão (2010) é importante salientar que quando se trata da
forma indireta do bullying, os meios de comunicação têm grande relevância como
forma mais rápida de propagação de comentários cruéis e maliciosos sobre
determinada pessoa pública. Esse modo de intimidação, ora mencionado, chama-se de
“cyberbullying", pois trata-se da utilização dos meios de comunicação, tais como
mensagens de correio eletrônico, blogs, torpedos, fotoblogs e sites de relacionamento,
desde que sejam anônimos, para adoção de comportamentos produzidos de forma
repetitiva, por um período prolongado de tempo, de um indivíduo ou grupo contra
uma mesma vítima, com a intenção de causar danos.

2.2 Identificando os envolvidos na prática do Bullying

Considerando que uma das características de maior relevância da conduta bullying é a


violência velada, faz-se necessário, tanto por parte da escola quanto dos pais estarem
atentos a qualquer modificação, por menor que seja, em relação ao comportamento
da criança.
Em consonância, o pesquisador Dan Olweus apud Fante (2005) elenca alguns
comportamentos que devem ser observados para que a vítima e o agressor sejam
identificados, tais como:
 Comportamento da Vítima na escola:
- durante o recreio está frequentemente isolado e separado do grupo, ou
procura ficar próximo do professor ou de algum adulto.
- na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se
inseguro e ansioso.
- nos jogos em equipe é o último a ser escolhido.
- apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito.
- apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares.
- apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa
rasgada, de forma não-natural.
- falta às aulas com certa frequência (absentismo)
- perde constantemente os seus pertences.
 Comportamento da Vítima em casa:
- apresenta, com frequência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago,
tonturas, sobretudo de manhã.
- muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação.
- regressa da escola com as roupas rasgadas ou sujas e com o material escolar
danificado.
- apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares.
- apresenta aspecto contrariado, triste, deprimido, aflito ou infeliz.
- apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa.
- apresenta desculpas para faltar às aulas.
- raramente possui amigos, ou possui ao menos um amigo para compartilhar
seu tempo livre.
- pede dinheiro extra à família ou furta
- apresenta gastos altos na cantina da escola.

 Comportamento do Agressor na escola:


- faz brincadeiras ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil.
- coloca apelidos ou chama pelo nome ou sobrenome dos colegas, de forma
malsoante; insulta, menospreza, ridiculariza, difama.
- faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga. Incomoda, intimida, empurra,
picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em
discussões e desentendimentos.
- pega dos outros colegas materiais escolares, dinheiro, lanches e outros
pertences, sem o consentimento.

 Comportamento do Agressor em casa:


- regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade.
- apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com os pais e irmãos,
chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença
de força física.
- é habilidoso para sair-se bem de ‘situações difíceis’.
- exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém.
- porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.

2.3 Consequências do Bullying


Fante (2005) afirma que as consequências da prática do bullying afetam todos os
protagonistas do fenômeno, acarretando problemas físicos, emocionais de curto e
longo prazo. Oportuno mencionar que tais consequências podem se estender e trazer
prejuízos no futuro, como por exemplo nas relações de trabalho, na constituição da
família e na posterior criação dos filhos.
Crianças que são vítimas de bullying podem apresentar “explosões de cólera e
episódios transitórios de paranoia ou psicose, comprometendo a regulagem da
emoção e da memória”.
Levando em consideração a intensidade de absorção do sofrimento vivenciado
pela vítima em decorrência da conduta bullying, ela estará propensa a manifestar
reações intrapsíquicas e extrapsíquicas, apresentando sintomas de natureza
psicossomática, tais como:
[...] enurese, taquicardia, sudorese, insônia, cefaléia, dor
epigástrica, bloqueio dos pensamentos e raciocínio, ansiedade,
estresse e depressão, pensamentos de vingança e suicídio, bem
como reações extrapsíquicas, expressas por agressividade,
impulsividade, hiperatividade e abuso de substâncias químicas.

Vale dizer que o fato de a criança não conseguir superar os traumas obtidos
pelas agressões sofridas pode “acarretar problemas no desenvolvimento psíquico e
comportamento, gerando insegurança e dificuldade em se relacionar com o outro”.
Desencadeiam-se, ainda, no processo educacional, alguns aspectos negativos,
como, “queda do rendimento escolar, falta de interesse pelos estudos, absentismo,
déficit de concentração e de aprendizagem, reprovação e evasão escolar”.
O agressor, em contrapartida, poderá desenvolver condutas anti-sociais e
comportamentos delinquentes, quais sejam:
Agregação a grupos delinquentes, agressão sem motivo
aparente, uso de drogas, porte ilegal de armas, furtos,
indiferença à realidade que o cerca, crença de que deve levar
vantagem em tudo, crença de que é impondo–se com violência
que conseguirá obter o que quer na vida... afinal foi assim nos
anos escolares.

E por fim, ou espectadores ou testemunhas caracterizados, como já


mencionado, por aqueles que assistem à prática das agressões e não se manifestam,
também sofrem com as consequências, mesmo que indiretamente, pois a prática do
bullying no ambiente escolar “faz com que o aluno não tenha o direito a uma escola
segura, solidária e saudável, o que irá prejudicar o desenvolvimento sócio-
educacional."

Quer saber mais?


Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=flVvO_pN62U
Referências

CHALITA, G. Pedagogia da Amizade. São Paulo: Editora Gente, 2008.

FANTE, C. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. São Paulo: Verus, 2005.

LEÃO, L. G. R. O fenômeno bullying no ambiente escolar. Disponível em:


<http://www.facevv.edu.br/Revista/04/O%20FEN%C3%94MENO%20BULLYING%20NO
%20AMBIENTE%20ESCOLAR%20-%20leticia%20gabriela.pdf>. Acesso em: 30 mar 2014.

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