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12/11/2018 Brasil tem mais uma temporada esquecível no exterior - 09/12/2018 - Juca Kfouri - Folha

Juca Kfouri (/colunas/jucakfouri/)

Brasil tem mais uma temporada esquecível no


exterior
Não há nada a comemorar no confronto do nosso futebol com o estrangeiro

Bressan, do Grêmio, lamenta expulsão no segundo jogo da semifinal entre Grêmio e River
Plate na Libertadores; gremistas não conseguiram chegar à segunda final seguida no torneio -
Diego Vara - 31.out.2018/Reuters

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12/11/2018 Brasil tem mais uma temporada esquecível no exterior - 09/12/2018 - Juca Kfouri - Folha

9.dez.2018 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/12/09/)

Mais um ano se vai e outra vez o futebol brasileiro tem pouco a festejar, pelo
menos no que diz respeito ao enfrentamento com nossos adversários além
fronteiras.

No ano passado tivemos o Grêmio campeão da Libertadores.

Neste restou o Atlético Paranaense (https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/12/atletico-pr-ve-


em busca da Copa Sul-Americana,
junior-perder-penalti-e-1o-jogo-da-final-termina-empatado.shtml)

torneio secundário, quase consolo, embora, no caso, valioso para um clube


ainda em busca de protagonismo.

O Furacão até campeão brasileiro já foi em 2001, mas não se firmou.

Disputou, também é verdade, a decisão da Libertadores de 2005, mas, por


força do regulamento sem noção da Conmebol, teve de jogar a primeira
partida fora de casa, no Beira-Rio, porque sua Arena da Baixada não
comportava 40 mil torcedores, embora fosse palco seguro e tivesse instalado
arquibancadas provisórias para abrigar o público exigido.

Empatou 1 a 1 em Porto Alegre com o estádio semivazio e levou de 4 a 0 no


Morumbi com 72 mil torcedores.

Caso venha a ser campeão contra o Junior Barranquilla, e tem bola para
tanto, na quarta-feira (12), o Furacão salvará um pouco, só um pouco,
temporada esquecível para o outrora poderoso futebol brasileiro.
Porque mais uma vez, como aconteceu em 2013/14/15 e 16, um clube do
Patropi nem sequer disputou a decisão do maior torneio continental
(https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/11/apos-sugestao-de-presidente-da-fifa-final-da-libertadores-sera-em-

madri.shtml).

E a Copa do Mundo, na Rússia, teve o sabor amargo da frustração.

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Cercada de compreensível otimismo depois da impecável campanha, sob o


comando de Tite, nas eliminatórias e nos amistosos, a seleção parou na
Bélgica (https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/07/travado-brasil-perde-da-belgica-e-e-eliminado-da-copa-do-
mundo-da-russia.shtml).

Ainda nas quartas de final, na Arena Kazan, derrotada por 2 a 1, apesar de ter
jogado bem, de ter criado duas chances claras para abrir o placar no começo
do jogo, antes de sofrer o 2 a 0 inaugurado com a infelicidade do gol contra
de Fernandinho, de ter reagido no segundo tempo, diminuído para 2 a 1,
sofrido pênalti em Gabriel Jesus não assinalado e de ter visto Renato
Augusto, que havia feito o gol, perder outro, em passe de Philippe Coutinho.

Num dos melhores jogos da Copa, o Brasil finalizou 27 vezes contra nove
chutes belgas, acertou o gol nove vezes contra três dos rivais, teve a bola por
59% do tempo, oito escanteios a seu favor contra quatro, trocou 520 passes,
com 88% de acertos, contra 376 e 80%, e perdeu.

Perdeu como perdeu, depois da Copa, algumas de suas melhores promessas,


como o meio-campista Arthur, e os atacantes Vinicius Júnior
(https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/08/vinicius-junior-tem-estreia-discreta-em-vitoria-do-time-b-do-real-

madrid.shtml), Lucas Paquetá e Rodrygo.

O primeiro, o ex-gremista, de apenas 22 anos, para o Barcelona.

O segundo, para o Real Madrid, e o terceiro, para o Milan, ambos ex-


Flamengo, de 18 e 21 anos respectivamente, e o quarto, quase ex-Santos,  de
17, de malas prontas para trocar a Vila Belmiro pelo Santiago Bernabéu em
julho do ano que vem.

Assim têm sido, há anos, as piores perdas do nosso futebol exportador de pé


de obra, o que vende o artista em vez do espetáculo, e por isso, por ver seus
talentos só pela TV, tem ocupação de apenas 44% da capacidade de seus
estádios. 

Perder ou ganhar da Bélgica é o menos grave, pois o resultado soou injusto

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até para o treinador belga que, ao cumprimentar Tite, reconheceu a


superioridade brasileira.

Duro é saber ser inútil revelar jovens ano após ano e perdê-los como se
fossem commodities, como se fossem petróleo, café, soja, suco de laranja,
riquezas passíveis de reposição.

O talento, não. 

Mesmo porque, quando surgem outros, não completam um ano por aqui.

Juca Kfouri
Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

ENDEREÇO DA PÁGINA

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