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Sumário

Balthasar, uma apresentação........................................................ 7

Ave Maria....................................................................................... 15

Primeira Coroa: A Origem


O mistério em que tu, ó Virgem, concebeste por obra do Espírito
Santo.............................................................................................. 21

Aquele em que tu, ó Virgem, visitaste Isabel............................... 26

Aquele em que tu, ó Virgem, deste à luz...................................... 31

Aquele em que tu, ó Virgem, te apresentaste no Templo.......... 36

Aquele em que tu, ó Virgem, reencontraste o Menino no Templo.... 40

Segunda Coroa: A Passagem


O mistério em que Ele suou sangue por nós............................... 50

Aquele que por nós foi flagelado................................................. 53

Aquele que por nós foi coroado de espinhos.............................. 57

Aquele que, por nós, carregou a pesada cruz............................. 61

Aquele que foi por nós Crucificado.............................................. 66


Hans Urs Von Balthasar

Terceira Coroa: A Consumação


O mistério dAquele que ressuscitou dos mortos........................ 73

Aquele que ascendeu aos céus...................................................... 77

Aquele que nos enviou o Espírito Santo...................................... 80

Aquele que Te recebeu no céu, ó Virgem..................................... 84

Aquele que coroou a Ti, ó Virgem, no Céu.................................. 88

Nota conclusiva............................................................................. 92

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Primeira Coroa
A Origem
O mistério em que tu, ó Virgem,
concebeste por obra do Espírito Santo

A
quilo que aconteceu na discreta morada em Nazaré é a
 irradiação da luz universal, católica, sobre o mundo. Na
 Antiga Aliança, o céu sempre se abrira e tanto a Palavra
como o Espírito de Deus vinham até a terra, mas jamais o Espírito
sombreara o ventre de uma Virgem. Tudo o que veio antes foi cami-
nho e preparação: agora é a realização.
Uma vez que o Filho do Pai se deixou levar pelo Espírito Santo a
um ventre humano, o céu se abre de uma maneira nova e revela uma
vida trinitária em Deus: tudo procede do Pai, que permanece invisí-
vel, na retaguarda; não é Ele que se faz homem, Ele envia, porém, o
Espírito Santo, que realiza a vontade do Pai, levando o Filho ao lugar
em que aquela vontade possa ser realizada “assim na terra como no
céu”. A vitalidade íntima de Deus se manifesta na Encarnação, o que
fica perfeitamente claro nas três afirmações do anjo: “O Senhor [o
Pai] é contigo”, “Tu darás à luz o Filho do Altíssimo” e “O Espírito
Santo descerá sobre ti”.
Também em Deus tudo parte do desígnio salvífico do Pai, na
medida em que o Filho e o Espírito procedem eternamente de Sua
bondade insondavelmente fecunda. Não, porém, como servos su-
bordinados, mas essencialmente iguais, ou seja, como participantes

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Hans Urs Von Balthasar

originais do plano da graça do Pai para o mundo, com um entendi-


mento equivalente ao do pensamento paterno, que, em última ins-
tância, não pode ser outra coisa além da Bondade sempre maior. Essa
Bondade já é eternamente entregue ao Filho e ao Espírito comum a
ambos. Por isso, só pode se manifestar também ao mundo trinita-
riamente: através do consentimento, na verdade, da autoentrega do
Filho – até a cruz –, tornando efetivamente conhecida essa Bondade
do Pai, e do consentimento e autoentrega do Espírito, colocando-se
inteiramente a serviço daquele amor efusivo do Pai na entrega do
Filho.
Que tudo procede do “livre beneplácito” (eudokia) do Pai, lem-
bra-nos a oração do “Pai-Nosso”, que nos remete sempre de volta a
Ele, entre as dezenas de “Ave-Marias”. A Ele devem ir as bênçãos ori-
ginais. “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do
alto do céu nos abençoou com toda bênção espiritual em Cristo, e
nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante dos seus olhos. No seu amor Ele nos predesti-
nou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segun-
do o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua
maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem=Amado”
(Ef 1,3-6). Esse brotar da bondade original do Pai é chamado de “mis-
tério” (Ef 1,9), que transborda copiosamente sobre toda a humanida-
de, judeus e pagãos. E também faz parte disso o fato de que “fostes
selados com o Espírito Santo” (1,13): originalmente, quando a sombra
do Espírito veio sobre a Virgem. A bendição de Maria por Isabel visa,
através de Maria, o fruto de seu ventre, e através desse fruto, Aquele
que o enviou, o Pai eterno, que é bendito por Paulo (na Carta aos
Efésios) porque o Pai, em seu desígnio de graça, abençoou toda a
Criação.
O Filho, porém, que deseja que a bondade original do Pai se
torne palpável para o mundo, não toma nenhuma ação por iniciati-
va própria: algo assim acabaria colocando-o em primeiro plano, ao

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Primeira Coroa A Origem

invés do Pai. No início de toda atividade está a obediência. A pronti-


dão de se deixar totalmente à disposição do Pai, de acordo com Sua
vontade. A não-preferência de uma ou outra coisa, a indiferença, o
abandono. Já o caminho desde o seio do Pai eterno até o seio da Mãe
inserida na dimensão temporal é um caminho na obediência, o mais
difícil e cheio de conseqüências, que todavia é percorrido no interior
da missão dada pelo Pai. “Eis que venho, ó Deus, para fazer a tua
vontade” (Heb 10,7).
Aquele que o traz e move é o Espírito. O Espírito do Pai que
envia e do Filho que obedece, o Espírito, portanto, que no trazer e no
mover é tanto ativo quanto obediente. É ele quem apresentará ao Fi-
lho a vontade do Pai ao longo de todos os caminhos através do mun-
do, e com isso participará, à sua maneira espiritual, da obediência do
Filho. A bondade efusiva do Pai – a graça – e a recepção agradecida
dessa bondade e graça são comunicadas e unificadas em sua Pessoa.
Mas a Palavra deve, com efeito, tornar-se homem, o evento da
salvação não é um assunto intra-divino. Tornar-se homem significa
tornar-se filho humano, ter uma Mãe, uma Mãe que, ao receber a se-
mente de Deus, tem de dizer o seu “sim” plenamente humano. O ho-
mem não é subjugado ou violentado por Deus de nenhuma maneira
ou sob nenhuma perspectiva. Nada pode ou deve ser-lhe imposto, se
ele não estiver de acordo com as conseqüências, ainda que não tenha
plena consciência delas. Nem agora, nem depois o homem poderá
acusar a Deus de ter sido por Ele “iludido” e “enganado”, da maneira
como Jeremias acusa o seu Deus: “Seduziste-me, Senhor, e eu me
deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo” (Jr 20,7). Ao
contrário, a Mãe acolhe antecipadamente a atitude de seu Filho, re-
presentando-a não apenas temporariamente, mas para sempre, para
poder ser pura resposta à disposição do Pai. A Palavra eterna que o
Pai pronuncia no mundo dos homens é, por si mesma, também e
sempre, resposta a Ele, e essa resposta tem, agora, de soar a partir
do mundo: a partir de duas pessoas, Mãe e Filho, pois não existe um

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