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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS

UBIRAJARA JAQUEIRA BISPO

DOURADOS - MS

OUTUBRO/2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS

UBIRAJARA JAQUEIRA BISPO

RESENHA CRÍTICA - O TRÁFICO DE MULHERES: NOTAS SOBRE A


“ECONOMIA POLÍTICA” DO SEXO

Resenha crítica apresentada para a disciplina de


Corpo, Saúde e Sexualidade, ministrada pelo
Professor Doutor Jarbas, no curso de Ciências
Sociais, na Universidade Federal da Grande
Dourados.

DOURADOS – MS

OUTUBRO/2018
RESENHA

RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: Notas sobre a “ Economia Política” do sexo.


S.O.S CORPO. Pernambuco: Recife, março de 1993.

1. CREDENCIAS DA AUTORA

Gayle S. Rubin é uma antropóloga cultural americana, ativista e teórica das


políticas de gênero.

Escreveu sobre uma série de assuntos, incluindo feminismo, sadomasoquismo,


prostituição, pedofilia, pornografia e literatura lésbica, bem como estudos
antropológicos e histórias de subculturas sexuais, especialmente focados em
contextos urbanos. Ela é professora associada de antropologia, estudos sobre
mulheres e literatura comparada na Universidade de Michigan em Ann Arbor.

Em 1994, Rubin completou seu Ph.D. em antropologia na Universidade de


Michigan com uma dissertação intitulada O Vale dos Reis: Leathermen em San
Francisco, 1960-1990. Além de sua nomeação na Universidade de Michigan, ela foi
Professora Visitante do FO Matthiessen em 2014 sobre Gênero e Sexualidade na
Universidade de Harvard. Rubin faz parte do conselho editorial da revista Feminist
Encounters e do conselho consultivo internacional da revista feminista Sign

2. RESUMO DO ARTIGO

A autora neste artigo, faz uma abordagem sob viés econômico do tráfico de
mulheres. Recorre a autores consagrados como Karl Marx, Friedrich Engels, Claude
Lévi-Strauss, Sigmund Freud entre outros, para tentar achar uma resposta a esta
temática.

O artigo está divido nos seguintes temas: Marx, Engels, Parentesco, Preciosa e
vil mercadoria, Avançando no labirinto, A psicanálise e seus dissabores, The
Oedipus hex, Édipo revisitado, “Papai, papai, seu safado, tô fora” e conclui com o
texto: “ A economia política do sexo”.

Na parte introdutória do artigo, Rubin define de forma preliminar o que seria o


“sistema sexo/gênero”: “consiste em uma série de arranjos por meio dos quais uma
sociedade transforma a sexualidade biológica em produtos da atividade humana,
nos quais essas necessidades sexuais transformadas são satisfeitas”.

Também faz uma crítica a obra de Karl Marx, devido ao autor na sua visão de
abordar o mundo social, dividir os seres humanos em trabalhadores, camponeses ou
capitalistas, não se atendo eram homens ou mulheres. Realmente, a obra de Marx
não se preocupa em dividir o trabalho entre homens e mulheres, mas nos motivos
que levaram a expropriação dos meios de produção da classe trabalhadora, mas
não que com isso dizer que fazia pouco caso da divisão do trabalho por gênero.

A autora relata no texto, que muitas tentativas foram feitas, a partir de uma
análise marxista, para explicar a contribuição da força de trabalho feminina, para o
desenvolvimento capitalista, seja por se tratar a época de uma mão de obra mais
barata, ou seja, como administradora do consumo familiar. Rubin argumenta, que
apesar do trabalho doméstico não ser remunerado, ele contribuiu para o
desenvolvimento do capitalismo, no resultado final da mais-valia. A antropóloga tem
razão, pois o trabalho doméstico em regra que é realizado pelas mulheres, torna a
vida do trabalhador mais agradável, e o mesmo pode usufruir do lar, ao final de um
dia exaustivo na fábrica, recarregando assim as suas energias, para um novo dia de
labuta.

Ao falar sobre a obra de Engels, precisamente do seu clássico: A origem da


família, da propriedade privada e do Estado, ela elogia o autor por visualizar a
opressão sexual como parte do capitalismo. Rubin é grata a Engels por indicar a
existência e a importância da vida social, a qual autora denomina “ sistema de
sexo/gênero”. O que é de inteira justiça.

Ao fazer abordagem sobre o Parentesco, tema que é muito caro a


Antropologia, Gayle Rubin relata que o sistema de parentesco varia de uma cultura
para a outra. Também afirma que o sistema de parentesco tem desafiado a
imaginação antropológica, na tentativa de explicar os tabus do incesto, do
casamento entre primos cruzados, os termos de descendência, relações de
intimidade forçada ou evitada, clãs, seções e tabus sobre nomes.

A autora em seu artigo, relata a importância da obra: “ As Estruturas


Elementares do Parentesco” do antropólogo Lévi-Strauss, que prova que o
parentesco é uma imposição da organização cultural sobre os fatos da procriação
biológica. Gayle Rubin neste artigo comprova que a mulher era usada como moeda
de troca em várias sociedades “primitivas”, com a finalidade de realizar alianças
políticas e econômicas. Ela afirma também que as mulheres eram tratadas como os
“presentes” a ser ofertado a outro clã. E conclui o seguinte: “se as mulheres estão à
disposição dos homens para a doação, elas não estão em posição de dispor de sei
mesma para se dar”.

Segundo a antropóloga, a Psicanálise a época era inimiga dos movimentos das


mulheres e dos homossexuais, por transformar a lei moral em científica. As teses
freudianas foram rejeitadas pelos movimentos supracitados.

A autora tem razão ao realizar esta crítica, pois a moral normalmente ligada a
religião, tem mantido há anos debate com a ciência, e em disputas acirradas. Não e
de hoje que se discute se a homossexualidade é doença ou não.

Com base na teoria do pré-edipiana, Gayle Rubin relata que as crianças


nasciam bissexuais, e que é a sociedade que impõe o gênero. Também afirma que o
complexo de Édipo é um aparato para a produção de personalidade sexual. Neste
artigo, a autora descreve a diferença entre o phallus e o pênis, tema este que nos
chama a atenção para conseguir entender o “sistema sexo/gênero. O phallus,
conforme pensamento da autora, é: “um conjunto de significados que são conferidos
ao pênis.

Para a autora, os sistemas de parentesco são dotados de regras que governam


a sexualidade, e a heterossexualidade é o produto do parentesco, há uma diferença
entre os direitos dos homens e o das mulheres. A leitura que a Rubin faz e bastante
atual, pois pouca coisa mudou na sociedade, no tocante aos papéis definidos para o
homem e para a mulher.

A antropóloga critica veementemente a psicanálise e a antropologia estrutural,


por serem ideologias do sexismo. Prossegue na crítica a Freud a Lévi-Strauss por
não questionarem o sexismo endêmico nos sistemas descritos por ambos autores.
Para a autora o sistema sexo/gênero deve ser reorganizado pela política.

Para Gayle Rubin os sistemas sexo/gênero são produtos da atividade humana


histórica. Para ela as mulheres são objetos de trocas. As noivas têm valos político e
econômico, e o parentesco, bem como o casamento são convenções sociais, com
viés econômico e político. A autora é feliz nesta assertiva, pois passado vários
séculos, o tratamento dado a mulher, apresentando-a como “mero objeto“, ainda
continua existindo em diversas sociedades, em pleno século XXI. Nas sociedades
ditas “avançadas ainda há o costume do noivo pedir a mão da noiva em casamento
ao pai da mesma, e no dia da cerimônia, o sogro levar a filha ao altar e a entrega ao
noivo. Vemos neste exemplo, que a mulher ainda continua sendo tratada como
fosse um objeto de troca, que deixa de ser propriedade do pai, e passa a ser
propriedade do marido.

Este artigo escrito por Gayle Rubin, é de suma importância para aqueles que
buscam entender o significado, com a devida profundidade, do termo Gênero. Hoje
se discute muito, mas de modo superficial, e muitas vezes fazendo uso do senso
comum.

Esta obra é recomendada para professores, que buscam uma base cientifica
para poderem abordar sobre o tema apresentado neste belo artigo, para seus
alunos, e para acadêmicos das diversas graduações, afim de agregarem mais
conhecimentos e para o público em geral que tenha curiosidade sobre o que foi
abordado neste artigo. O texto é rico, a abordagem sobre o tema é didática,
científica, e recorre aos autores clássicos tanto da sociologia, bem como da
psicanálise, e também na experiência da autora que é uma antropóloga cultural.
Ubirajara Jaqueira Bispo é Técnico em Eletrotécnica, Militar da reserva da Marinha
do Brasil (Suboficial), Advogado, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito, da
UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Acadêmico no curso de
Ciências Sociais, na Faculdade de Ciências Humanas, da UFGD- Universidade
Federal da Grande Dourados, e Pós-Graduando em Docência Superior, Tecnológica
e Científica no IFMS- Instituto Federal do Mato Grosso do Sul.

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