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LEGISLAÇÃO PGE/SP

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

SUMÁRIO
1. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO ..................................................................... 03
2. LEI COMPLEMENTAR Nº 1.270/15 (LOPGE)....................................................................... 99
3. LEI COMPLEMENTAR Nº 846/98 (OS) .............................................................................. 156
4. LEI Nº 11.598/03 (OSCIP) ................................................................................................. 163
5. LEI Nº 6.544/89 (LICITAÇÕES E CONTRATOS) .................................................................. 169
6. LEI Nº 10.177/98 (PROCESSO ADMINISTRATIVO) ........................................................... 199
7. LEI Nº 7.835/92 (CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS) .......................... 217

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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
Preâmbulo: O Povo Paulista, invocando a proteção de Deus, e inspirado nos princípios constitucio-
nais da República e no ideal de a todos assegurar justiça e bem-estar, decreta e promulga, por seus
representantes, a
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO
(Atualizada até a Emenda nº 43, de 10/11/2016)

TÍTULO I
Dos Fundamentos do Estado
Artigo 1º - O Estado de São Paulo, integrante da República Federativa do Brasil, exerce as compe-
tências que não lhe são vedadas pela Constituição Federal.

Artigo 2º - A lei estabelecerá procedimentos judiciários abreviados e de custos reduzidos para as


ações cujo objeto principal seja a salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais.

Artigo 3º - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que declara insuficiência de
recursos.

Artigo 4º - Nos procedimentos administrativos, qualquer que seja o objeto, observar-se-ão, entre
outros requisitos de validade, a igualdade entre os administrados e o devido processo legal, especi-
almente quanto à exigência da publicidade, do contraditório, da ampla defesa e do despacho ou
decisão motivados.

TÍTULO II
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Artigo 5º - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
§ 1º - É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições.
§ 2º - O cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercer a de outro, salvo as
exceções previstas nesta Constituição.

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Artigo 6º - O Município de São Paulo é a Capital do Estado.

Artigo 7º - São símbolos do Estado a bandeira, o brasão de armas e o hino.

Artigo 8º - Além dos indicados no art. 26 da Constituição Federal, incluem-se entre os bens do Esta-
do os terrenos reservados às margens dos rios e lagos do seu domínio.

CAPÍTULO II
Do Poder Legislativo
SEÇÃO I
Da Organização do Poder Legislativo
Artigo 9º - O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa, constituída de Deputados,
eleitos e investidos na forma da legislação federal, para uma legislatura de quatro anos.
§ 1º - A Assembléia Legislativa reunir-se-á, em sessão legislativa anual, independentemente de con-
vocação, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
§ 2º - No primeiro ano da legislatura, a Assembléia Legislativa reunir-se-á, da mesma forma, em
sessões preparatórias, a partir de 15 de março, para a posse de seus membros e eleição da Mesa.
§ 3º - As reuniões marcadas para as datas fixadas no § 1º serão transferidas para o primeiro dia útil
subseqüentes, quando recaírem em sábado, domingo ou feriado.
§ 4º - A sessão legislativa não será interrompida sem aprovação do projeto de lei de diretrizes or-
çamentárias e sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento e sobre as contas prestadas
pelo Governador, referentes ao exercício anterior.
§ 5º - A convocação extraordinária da Assembléia Legislativa far-se-á:
1 - pelo Presidente, nos seguintes casos:
a) decretação de estado de sítio ou de estado de defesa que atinja todo ou parte do território esta-
dual;
b) intervenção no Estado ou em Município;
c) recebimento dos autos de prisão de Deputado, na hipótese de crime inafiançável.
2 - pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa ou pelo Governador, em caso de
urgência ou interesse público relevante.
§ 6º - Na sessão legislativa extraordinária, a Assembléia Legislativa somente deliberará sobre a ma-
téria para a qual foi convocada, vedado o pagamento de parcela indenizatória de valor superior ao
subsídio mensal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 10 – A Assembleia Legislativa funcionará em sessões públicas, presente, nas sessões delibe-
rativas, pelo menos um quarto de seus membros e, nas sessões exclusivamente de debates, pelo
menos um oitavo de seus membros.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 17 de maio de 2012

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§ 1º - Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembléia Legislativa e de suas


Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
§ 2º - O voto será público."
(**) Redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 12, de 28 de junho de 2001

Artigo 11 - Os membros da Mesa e seus substitutos serão eleitos para um mandato de dois anos.
§ 1º - A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio, pela maioria absoluta da Assembléia Legislativa.
§ 2º - É vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões assegurar-se-á, tanto quanto possível, a repre-
sentação proporcional dos partidos políticos com assento na Assembléia Legislativa.

Artigo 13 - A Assembléia Legislativa terá Comissões permanentes e temporárias, na forma e com as


atribuições previstas no Regimento Interno.
§ 1º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
1 - discutir e votar projetos de lei que dispensarem, na forma do Regimento Interno, a competência
do Plenário, salvo se houver, para decisão deste, requerimento de um décimo dos membros da
Assembléia Legislativa;
2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do disposto no artigo 52-A, para prestar pessoal-
mente, no prazo de 30 (trinta dias), informações sobre assunto previamente determinado, impor-
tando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 27, de 15 de junho de 2009Legislação do Estado
3 - convocar dirigentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e funda-
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar informações sobre assuntos de área
de sua competência, previamente determinados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se, pelo não
comparecimento sem justificação adequada, às penas da lei;
4 - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor Público Ge-
ral, para prestar informações a respeito de assuntos previamente fixados, relacionados com a res-
pectiva área;
5 - acompanhar a execução orçamentária;
6 - realizar audiências públicas dentro ou fora da sede do Poder Legislativo;
7 - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas;
8 - velar pela completa adequação dos atos do Poder Executivo que regulamentem dispositivos
legais;
9 - tomar o depoimento de autoridade e solicitar o de cidadão;
10 - fiscalizar e apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de desenvolvi-
mento e, sobre eles, emitir parecer.

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11 - convocar representantes de empresa resultante de sociedade desestatizada e representantes


de empresa prestadora de serviço público concedido ou permitido, para prestar informações sobre
assuntos de sua área de competência, previamente determinados, no prazo de 30 (trinta) dias,
sujeitando-se, pelo não comparecimento sem adequada justificação, às penas da lei."
(**) Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 10, de 20 de fevereiro de 2001
§ 2º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas mediante re-
querimento de um terço dos membros da Assembléia Legislativa, para apuração de fato determi-
nado e por prazo certo, sendo suas conclusões, quando for o caso, encaminhadas aos órgãos com-
petentes do Estado para que promovam a responsabilidade civil e criminal de quem de direito.
§ 3º - O Regimento Interno disporá sobre a competência da Comissão representativa da Assembléia
Legislativa que funcionará durante o recesso, quando não houver convocação extraordinária.
§ 4º – Aplicam-se ao Conselho de Defesa das Prerrogativas Parlamentares da Assembleia Legislativa
as competências previstas nos itens 2, 3, 7 e 11 do § 1º deste artigo, para apuração de fatos e in-
formações estritamente afetos à inobservância ou infringência das prerrogativas das Deputadas e
Deputados.
(**) Acrescido pela Emenda Constitucional nº 42, de 15 de outubro de 2015

SEÇÃO II
Dos Deputados
Artigo 14 – Os Deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pala-
vras e votos.
§ 1º - Os Deputados, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Tri-
bunal de Justiça
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 2º – Desde a expedição do diploma, os membros da Assembléia Legislativa não poderão ser pre-
sos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
e quatro horas à Assembléia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
§ 3º – Recebida a denúncia contra Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal de
Justiça dará ciência à Assembléia Legislativa que, por iniciativa de partido político nela representa-
do e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
ação.
§ 4º - O pedido de sustação será apreciado pela Assembléia Legislativa no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º – A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º – Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas
em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações.
§ 7º – A incorporação às Forças Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de
guerra, dependerá de prévia licença da Assembléia Legislativa.

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§ 8º – As imunidades de Deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas


mediante o voto de dois terços dos membros da Assembléia Legislativa, nos casos de atos pratica-
dos fora do recinto dessa Casa, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
§ 9º - O Deputado ou a Deputada, sempre que representando uma das Comissões Permanentes,
Comissões Parlamentares de Inquérito ou a Assembleia Legislativa, neste último caso mediante
deliberação do Plenário, terá livre acesso às repartições públicas, podendo diligenciar pessoalmen-
te junto aos órgãos da administração direta e indireta e agências reguladoras, sujeitando-se os res-
pectivos responsáveis às sanções civis, administrativas e penais previstas em lei, na hipótese de
recusa ou omissão.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 31, de 22 de outubro de 2009
§ 10 - No caso de inviolabilidade por quaisquer opiniões, palavras, votos e manifestações verbais ou
escritas de deputado em razão de sua atividade parlamentar, impende-se o arquivamento de in-
quérito policial e o imediato não-conhecimento de ação civil ou penal promovida com inobservân-
cia deste direito do Poder Legislativo, independentemente de prévia comunicação ao deputado ou
à Assembléia Legislativa. (AC)
§ 11 - Salvo as hipóteses do § 10, os procedimentos investigatórios e as suas diligências de caráter
instrutório somente serão promovidos perante o Tribunal de Justiça, e sob seu controle, a quem
caberá ordenar toda e qualquer providência necessária à obtenção de dados probatórios para de-
monstração de alegado delito de deputado. (AC)"
(**)§§ acrescentados pela Emenda Constitucional nº 15, de 15 de maio de 2.002

Artigo 15 - Os Deputados não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o con-
trato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, incluindo os de que sejam demissíveis
"ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de con-
trato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas na alínea
"a" do inciso I;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere a alínea "a" do
inciso I;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato eletivo federal, estadual ou municipal.

Artigo 16 - Perderá o mandado o Deputado:


I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

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III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça-parte das sessões ordinárias,
salvo licença ou missão autorizada pela Assembléia Legislativa;
(**) IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
(**) ADIN- 3200-3 - STF
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado, nos crimes apenados com
reclusão, atentatórios ao decoro parlamentar.
(**)Redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 18, de 30 de março de 2004.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI deste artigo, a perda do mandato será decidida pela Assembléia
Legislativa, por votação nominal e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido
político representado no Legislativo, assegurada ampla defesa."
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 11, de 28 de junho de 2001
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa, de ofício ou median-
te provocação de qualquer dos membros da Assembléia Legislativa ou de partido político nela re-
presentado, assegurada ampla defesa.

Artigo 17 - Não perderá o mandato o Deputado:


I - investido na função de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do
Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela Assembléia Legislativa por motivo de doença ou para tratar, sem subsídio, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 1º - O suplente será convocado, nos casos de vaga, com a investidura nas funções previstas neste
artigo, ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição, se faltarem mais de quinze meses
para o término do mandato.
§ 3º- Na hipótese do inciso I deste artigo, o Deputado poderá optar pelo subsídio fixado aos parla-
mentares estaduais.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 18 – O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legis-
lativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais, observado o que dispõem os artigos 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Parágrafo único - Os Deputados farão declaração públicas de bens, no ato da posse e no término do
mandato.

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SEÇÃO III
Das Atribuições do Poder Legislativo
Artigo 19 - Compete à Assembléia Legislativa, com a sanção do Governador, dispor sobre todas as
matérias de competência do Estado, ressalvadas as especificadas no art. 20, e especialmente sobre:
I - sistema tributário estadual, instituição de impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribui-
ção social;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida públi-
ca e empréstimos externos, a qualquer título, pelo Poder Executivo;
III - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o artigo 47, XIX, “b”;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IV - autorização para a alienação de bens imóveis do Estado ou a cessão de direitos reais a eles rela-
tivos, bem como o recebimento, pelo Estado, de doações com encargo, não se considerando como
tal a simples destinação específica do bem;
V - autorização para cessão ou para concessão de uso de bens imóveis do Estado para particulares,
dispensado o consentimento nos casos de permissão e autorização de uso, outorgada a título pre-
cário, para atendimento de sua destinação específica;
VI - criação e extinção de Secretarias de Estado e órgãos da administração pública;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
VII - bens do domínio do Estado e proteção do patrimônio público;
VIII - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Procu-
radoria Geral do Estado;
IX - normas de direito financeiro.

Artigo 20 - Compete, exclusivamente, à Assembléia Legislativa:


I - eleger a Mesa e constituir as Comissões;
II - elaborar seu Regimento Interno;
III – dispor sobre a organização de sua Secretaria, funcionamento, polícia, criação, transformação
ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá-
rias;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador eleitos e conceder-lhes licença para ausentar-se
do Estado, por mais de quinze dias;
V - apresentar projeto de lei para fixar, para cada exercício financeiro, os subsídios do Governador,
do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Deputados Estaduais;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 08 de abril de 2005

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VI - tomar e julgar, anualmente, as contas prestadas pela Mesa da Assembléia Legislativa, pelo Go-
vernador e pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do Poder Legislativo, do Poder
Executivo e do Poder Judiciário, e apreciar os relatórios sobre a execução dos Planos de Governo;
VII - decidir, quando for o caso, sobre intervenção estadual em Município;
VIII - autorizar o Governador a efetuar ou contrair empréstimos, salvo com Município do Estado,
suas entidades descentralizadas e órgãos ou entidades federais;
IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;
X - Fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclusive os da administração descentralizada;
XI - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas do Estado, após argüição em sessão
pública;
XII - aprovar previamente, após argüição em sessão pública, a escolha dos titulares dos cargos de
Conselheiros do Tribunal de Contas, indicados pelo Governador do Estado;
(**) Redação dada pelo art. 3º da Emenda Constitucional nº 12, de 28 de junho de 2001
XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou ato normativo declarado inconstitucio-
nal em decisão irrecorrível do Tribunal de Justiça;
XIV - convocar Secretários de Estado, dirigentes, diretores e Superintendentes de órgãos da admi-
nistração pública indireta e fundacional e Reitores das universidades públicas estaduais para pres-
tar, pessoalmente, informações sobre assuntos previamente determinados, no prazo de trinta dias,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificativa;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 19 de maio de 2000
XV - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor Público
Geral, para prestar informações sobre assuntos previamente determinados, no prazo de trinta dias,
sujeitando-se às penas da lei, na ausência sem justificativa;
XVI - requisitar informações dos Secretários de Estado, dirigentes, diretores e superintendentes de
órgãos da administração pública indireta e fundacional, do Procurador-Geral de Justiça, dos Reito-
res das universidades públicas estaduais e dos diretores de Agência Reguladora sobre assunto rela-
cionado com sua pasta ou instituição, importando crime de responsabilidade não só a recusa ou o
não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como o fornecimento de informações falsas;” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008.
XVII - declarar a perda do mandato do Governador;
XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito, exceto nos casos previstos nesta constituição;
XIX - autorizar ou aprovar convênios, acordos ou contratos de que resultem para o Estado encargos
não previstos na lei orçamentária;
XX - mudar temporariamente sua sede;
XXI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa de ou-
tros Poderes;
XXII - solicitar intervenção federal, se necessário, para assegurar o livre exercício de suas funções;
XXIII - destituir o Procurador-Geral de Justiça, por deliberação da maioria absoluta de seus mem-
bros;

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XXIV – solicitar ao Governador, na forma do Regimento Interno, informações sobre atos de sua
competência privativa, bem como ao Presidente do Tribunal de Justiça, informações de natureza
eminentemente administrativa;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 17 de setembro de 2015
XXV - receber a denúncia e promover o respectivo processo, no caso de crime de responsabilidade
do Governador do Estado;
XXVI - apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas.

SEÇÃO IV
Do Processo Legislativo
Artigo 21 - O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emenda à Constituição;
II - lei complementar;
III - lei ordinária;
IV - decreto legislativo;
V - resolução.

Artigo 22 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assembléia Legislativa;
II - do Governador do Estado;
III - de mais de um terço das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros;
IV - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no mínimo, por um por cento dos eleitores.
§ 1º - a Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa ou de estado de
sítio.
§ 2º - a proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada quando obti-
ver, em ambas as votações, o voto favorável de três quintos dos membros da Assembléia Legislati-
va.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembléia Legislativa, com o res-
pectivo número de ordem.
§ 4º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada não poderá ser objeto de nova propos-
ta na mesma sessão legislativa.

Artigo 23 - As leis complementares serão aprovadas pela maioria absoluta dos membros da Assem-
bléia Legislativa, observados os demais termos da votação das leis ordinárias.
Parágrafo único - Para os fins deste artigo, consideram-se complementares:
1 - a Lei de Organização Judiciária;

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2 - a Lei Orgânica do Ministério Público;


3 - a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado;
4 - a Lei Orgânica da Defensoria Pública;
5 - a Lei Orgânica da Polícia Civil;
6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar;
7 - a Lei Orgânica do Tribunal de Contas;
8 - a Lei Orgânica das Entidades Descentralizadas;
9 - a lei Orgânica do Fisco Estadual;
10 - os Estatutos dos Servidores Civis e dos Militares;
11 - o Código de Educação;
12 - o Código de Saúde;
13 - o Código de Saneamento Básico;
14 - o Código de Proteção ao Meio Ambiente;
15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e Emergências;
16 - a Lei sobre Normas Técnicas de Elaboração Legislativa;
17 - a lei que institui regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
18 - a Lei que impuser requisitos para a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios ou para a sua classificação como estância de qualquer natureza.

Artigo 24 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão
da Assembléia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Procurador-Geral de
Justiça e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º - Compete, exclusivamente, à Assembléia Legislativa a iniciativa das leis que disponham sobre:
1 - criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios;
2 - regras de criação, organização e supressão de distritos nos Municípios.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional n° 2, de 21 de fevereiro de 1995
3 – subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado, observado o que
dispõem os artigos 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
4 - declaração de utilidade pública de entidades de direito privado.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008
§ 2º - Compete, exclusivamente, ao Governador do Estado a iniciativa das leis que disponham so-
bre:
1 - criação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárqui-
ca, bem como a fixação da respectiva remuneração;

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2 – criação e extinção das Secretarias de Estado e órgãos da administração pública, observado o


disposto no artigo 47, XIX;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
3 - organização da Procuradoria Geral do Estado e da Defensoria Pública do Estado, observadas as
normas gerais da União;
4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposen-
tadoria;(NR)
5 - militares, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração,
reforma e transferência para inatividade, bem como fixação ou alteração do efetivo da Polícia Mili-
tar;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
6 - criação, alteração ou supressão de cartórios notariais e de registros públicos.
§ 3º - O exercício direto da soberania popular realizar-se-á da seguinte forma:
1 - a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação de projeto de lei subscrito por, no mí-
nimo, cinco décimos de unidade por cento do eleitorado do Estado, assegurada a defesa do projeto
por representante dos respectivos responsáveis, perante as Comissões pelas quais tramitar;
2 - um por cento do eleitorado do Estado poderá requerer à Assembléia Legislativa a realização de
referendo sobre lei;
3 - as questões relevantes aos destinos do Estado poderão ser submetidas a plebiscito, quando pelo
menos um por cento do eleitorado o requerer ao Tribunal Regional Eleitoral, ouvida a Assembléia
Legislativa;
4 - o eleitorado referido nos itens anteriores deverá estar distribuído em, pelo menos, cinco dentre
os quinze maiores Municípios com não menos que dois décimos de unidade por cento de eleitores
em cada um deles;
5 - não serão suscetíveis de iniciativa popular matérias de iniciativa exclusiva, definidas nesta Cons-
tituição;
6 - o Tribunal Regional Eleitoral, observada a legislação federal pertinente, providenciará a consulta
popular prevista nos itens 2 e 3, no prazo de sessenta dias.
§ 4º - Compete, exclusivamente, ao Tribunal de Justiça a iniciativa das leis que disponham sobre:
1 - criação e extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, incluído o Tribu-
nal de Justiça Militar;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
2 - organização e divisão judiciárias, bem como criação, alteração ou supressão de ofícios e cartó-
rios judiciários.
§ 5º - Não será admitido o aumento da despesa prevista:
1 - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalvado o disposto no art. 174, §§ 1º e 2º;
2 - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Assembléia Legislativa, do Poder
Judiciário e do Ministério Público.

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§ 6º – A atribuição de denominação de próprio público dar-se-á concorrentemente pela Assembleia


Legislativa e Governador do Estado, na forma de legislação competente a cada um, atendidas as
regras da legislação específica.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 43, de 10 de novembro de 2016

Artigo 25 - Nenhum projeto de lei que implique a criação ou o aumento de despesa pública será
sancionado sem que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos
novos encargos.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica a créditos extraordinários.

Artigo 26 - O Governador poderá solicitar que os projetos de sua iniciativa tramitem em regime de
urgência.
Parágrafo único – Se a Assembléia Legislativa não deliberar em até quarenta e cinco dias, o projeto
será incluído na ordem do dia até que se ultime sua votação.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional n° 22, de 25 de maio de 2006

Artigo 27 - O Regimento Interno da Assembléia Legislativa disciplinará os casos de decreto legislati-


vo e de resolução cuja elaboração, redação, alteração e consolidação serão feitas com observância
das mesmas normas técnicas relativas às leis.

Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será ele enviado ao Governador que,
aquiescendo, o sancionará e promulgará.
§ 1º - Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao inte-
resse público, veta-lo-á, total ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, comunicando, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Assembléia Legisla-
tiva, o motivo do veto.
§ 2º - O veto parcial deverá abranger, por inteiro, o artigo, o parágrafo, o inciso, o item ou alínea.
§ 3º - Sendo negada a sanção, as razões do veto serão comunicadas ao Presidente da Assembléia
Legislativa e publicadas se em época de recesso parlamentar.
§ 4º - Decorrido o prazo, em silêncio, considerar-se-á sancionado o projeto, sendo obrigatória a sua
promulgação pelo Presidente da Assembléia Legislativa no prazo de dez dias.
§ 5º - A Assembléia Legislativa deliberará sobre a matéria vetada, em único turno de votação e dis-
cussão, no prazo de trinta dias de seu recebimento, considerando-se aprovada quando obtiver o
voto favorável da maioria absoluta de seus membros.
§ 6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 5º, o veto será incluído na ordem do
dia da sessão imediata, até sua votação final.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional n° 22, de 25 de maio de 2006
§ 7º - Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado para promulgação, ao Governador.

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§ 8º - Se, na hipótese do § 7º, a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Go-
vernador, o Presidente da Assembléia Legislativa promulgará e, se este não o fizer, em igual prazo,
caberá ao Primeiro Vice-Presidente fazê-lo.
(**)Artigo 29 - Ressalvados os projetos de iniciativa exclusiva, a matéria constante de projeto de lei
rejeitado somente poderá ser renovada, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maio-
ria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa.
(**)ADIN 1546-0-SP - Declarada a inconstitucionalidade pelo STF da expressão "Ressalvados os projetos de
iniciativa exclusiva" - Diário da Assembléia de 5/12/98, p.3

SEÇÃO V
Da Procuradoria da Assembléia Legislativa
Artigo 30 - À Procuradoria da Assembléia Legislativa compete exercer a representação judicial, a
consultoria e o assessoramento técnico-jurídico do Poder Legislativo.
Parágrafo único - Lei de iniciativa da Mesa da Assembléia Legislativa organizará a Procuradoria da
Assembléia Legislativa, observados os princípios e regras pertinentes da Constituição Federal e
desta Constituição, disciplinará sua competência e disporá sobre o ingresso na classe inicial, medi-
ante concurso público de provas e títulos.

SEÇÃO VI
Do Tribunal de Contas
Artigo 31 - O Tribunal de Contas do Estado, integrado por sete Conselheiros, tem sede na Capital do
Estado, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território estadual, exercendo, no que
couber, as atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal.
§ 1º - Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
requisitos:
1 - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
2 - idoneidade moral e reputação ilibada;
3 - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;
4 - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
§ 2º – Os Conselheiros do Tribunal serão escolhidos na seguinte ordem, sucessivamente:
1 – dois terços pela Assembleia Legislativa;
2 – um terço pelo Governador do Estado, com aprovação pela Assembleia Legislativa, observadas
as regras contidas no inciso I do § 2º do artigo 73 da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional n° 33, de 1º de novembro de 2011
§ 3° - Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e subsídios dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do artigo 40 da Constituição Federal e do artigo 126 desta Constitui-
ção.

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(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006


§ 4º - Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, serão substituídos na forma determinada
em lei, depois de aprovados os substitutos, pela Assembléia Legislativa.
§ 5º - Os substitutos de Conselheiros, quando no efetivo exercício da substituição, terão as mesmas
garantias e impedimentos do titular.
§ 6º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado farão declaração pública de bens, no ato da
posse e no término do exercício do cargo.

SEÇÃO VII
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado,
das entidades da administração direta e indireta e das fundações instituídas ou mantidas pelo Po-
der Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito
privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou
pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com auxílio do Tri-
bunal de Contas do Estado, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públi-
cos da administração direta e autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, inclu-
ídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas daqueles que
derem perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
na administração direta e autarquias, empresas públicas e empresas de economia mista, incluídas
as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - avaliar a execução das metas previstas no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no
orçamento anual;
V - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público e
demais entidades referidas no inciso II;
VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de cujo capital social o Estado participe de forma
direta ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo;

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VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao Estado e pelo Estado, mediante con-
vênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;
VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa ou por comissão técnica sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de
auditorias e inspeções realizadas;
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, se verificada a ilegalidade;
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembléia
Legislativa;
XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados;
XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas da administração financeira dos Municípios,
exceto a dos que tiverem Tribunal próprio;
XIV - comunicar à Assembléia Legislativa qualquer irregularidade verificada nas contas ou na gestão
públicas, enviando-lhe cópia dos respectivos documentos.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Assembléia Legislativa
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se a Assembléia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - O Tribunal encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anualmente, relatório de suas
atividades.

Artigo 34 - A Comissão a que se refere o art. 33, inciso V, diante de indícios de despesas não autori-
zadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados esses, insuficientes, a Comissão solicitará
ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Assembléia Legislativa sua sustação.

Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de


controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos do Estado;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamen-
tária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração estadual, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

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III – exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a forma de calcular qualquer parcela
integrante do subsídio, vencimento ou salário de seus membros ou servidores;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
do Estado;
V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularida-
de, ilegalidade ou ofensa aos princípios do art. 37 da Constituição Federal, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assembléia Legislativa.

Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas, anualmente, à Assembléia Legislativa, no


prazo de sessenta dias, a contar da abertura da sessão legislativa.

CAPÍTULO III
Do Poder Executivo
SEÇÃO I
Do Governador e Vice-Governador do Estado
Artigo 37 - O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, eleito para um mandato de
quatro anos, podendo ser reeleito para um único período subseqüente, na forma estabelecida na
Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 38 - Substituirá o Governador, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-


Governador.
Parágrafo único - O Vice-Governador, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
complementar, auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Artigo 39 - A eleição do Governador e do Vice-Governador realizar-se-á no primeiro domingo de


outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no artigo 77 da Constituição
Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Artigo 40 - Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou vacância dos respec-
tivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Governança o Presidente da Assem-
bléia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça.

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Artigo 41 - Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador, far-se-á eleição noventa dias de-
pois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância no último ano do período governamental, aplica-se o disposto no artigo
anterior.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os sucessores deverão completar o período de governo restante.

Artigo 42 - Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o dispos-
to no art. 38, I, IV e V, da Constituição Federal.

Artigo 43 - O Governador e o Vice-Governador tomarão posse perante a Assembléia Legislativa,


prestando compromisso de cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal e a do Estado e de ob-
servar as leis.
Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governador ou o Vice-
Governador, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Artigo 44 - o Governador e o Vice-Governador não poderão, sem licença da Assembléia Legislativa,


ausentar-se do Estado, por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Parágrafo único - O pedido de licença, amplamente motivado, indicará, especialmente, as razões da
viagem, o roteiro e a previsão de gastos.

Artigo 45 - o Governador deverá residir na Capital do Estado.

Artigo 46 - O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato da posse e no término do mandato,


fazer declaração pública de bens.

SEÇÃO II
Das Atribuições do Governador
Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador, além de outras atribuições previstas nesta
Constituição:
I - representar o Estado nas suas relações jurídicas, políticas e administrativas;
II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como, no prazo nelas estabelecido, não infe-
rior a trinta nem superior a cento e oitenta dias, expedir decretos e regulamentos para sua fiel exe-
cução, ressalvados os casos em que, nesse prazo, houver interposição de ação direta de inconstitu-
cionalidade contra a lei publicada;” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008.
IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

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V - prover os cargos públicos do Estado, com as restrições da Constituição Federal e desta Constitu-
ição, na forma pela qual a lei estabelecer;
VI - nomear e exonerar livremente os Secretários de Estado;
VII - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias, observadas as condições estabelecidas nesta
Constituição;
VIII - decretar e fazer executar intervenção nos Municípios, na forma da Constituição Federal e des-
ta Constituição;
IX - prestar contas da administração do Estado à Assembléia Legislativa na forma desta Constitui-
ção;
X - apresentar à Assembléia Legislativa, na sua sessão inaugural, mensagem sobre a situação do
Estado, solicitando medidas de interesse do Governo;
XI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
XII - fixar ou alterar, por decreto, os quadros, vencimentos e vantagens do pessoal das fundações
instituídas ou mantidas pelo Estado, nos termos da lei;
XIII - indicar diretores de sociedade de economia mista e empresas públicas;
XIV - praticar os demais atos de administração, nos limites da competência do Executivo;
XV - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar capital, desde que haja recursos hábeis, de
sociedade de economia mista ou de empresa pública, bem como dispor, a qualquer título, no todo
ou em parte, de ações ou capital que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumentado, median-
te autorização da Assembléia Legislativa;
XVI - delegar, por decreto, a autoridade do Executivo, funções administrativas que não sejam de
sua exclusiva competência;
XVII - enviar à Assembléia Legislativa projetos de lei relativos ao plano plurianual, diretrizes orça-
mentárias, orçamento anual, dívida pública e operações de crédito;
XVIII - enviar à Assembléia Legislativa projeto de lei sobre o regime de concessão ou permissão de
serviços públicos.
XIX - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração estadual, quando não implicar aumento de des-
pesa, nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Parágrafo único - A representação a que se refere o inciso I poderá ser delegada por lei, de iniciati-
va do Governador, a outra autoridade.
SEÇÃO III
Da Responsabilidade do Governador
Artigo 48 - São crimes de responsabilidade do Governador ou dos seus Secretários, quando por eles
praticados, os atos como tais definidos na lei federal especial, que atentem contra a Constituição
Federal ou a do Estado, especialmente contra:” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008.

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I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes
constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único - A definição desses crimes, assim como o seu processo e julgamento, será estabe-
lecida em lei especial.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA

(**) Artigo 49 - Admitida a acusação contra o Governador, por dois terços da Assembléia Legislati-
va, será ele submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infrações penais
comuns, (**) ou, nos crimes de responsabilidade, perante Tribunal Especial.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA
(**) § 1º - O Tribunal Especial a que se refere este artigo será constituído por sete Deputados e sete
Desembargadores, sorteados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, que também o presidirá.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA
(**) § 2º - Compete, ainda privativamente, ao Tribunal Especial referido neste artigo processar e
julgar o Vice-Governador nos crimes de responsabilidade, e os Secretários de Estado, nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles, ou com os praticados pelo Governador, bem como o Procu-
rador-Geral de Justiça e o Procurador-Geral do Estado.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA
§ 3º - O Governador ficará suspenso de suas funções:
1 - nas infrações penais comuns, recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de
Justiça;
(**) 2 - nos crimes de responsabilidade, após instauração do processo pela Assembléia Legislativa.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA
§ 4º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Governador, sem prejuízo do prosseguimento do processo.
(**) § 5º - Enquanto não sobrevier a sentença condenatória transitada em julgado, nas infrações
penais comuns, o Governador não estará sujeito a prisão.
(**) (ADIN 1021-2 – DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE)
(**) § 6º - O Governador, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos es-
tranhos ao exercício de suas funções.
(**) (ADIN 1021-2 – DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE)

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(**) Artigo 50 - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical poderá denunci-
ar o Governador, o Vice-Governador e os Secretários de Estado, por crime de responsabilidade,
perante a Assembléia Legislativa.
(**) ADIN 2220-2 – LIMINAR DEFERIDA

SEÇÃO IV
Dos Secretários de Estado
Artigo 51 - Os Secretários de Estado serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos e
no exercício dos direitos políticos.

Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares diretos e da confiança do Governador, serão respon-


sáveis pelos atos que praticarem ou referendarem no exercício do cargo.

Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares diretos e da confiança do Governador, serão respon-


sáveis pelos atos que praticarem ou referendarem no exercício do cargo, bem como por retardar
ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.
§ 1º - Os Secretários de Estado responderão, no prazo estabelecido pelo inciso XVI do art. 20, os
requerimentos de informação formulados por Deputados e encaminhados pelo Presidente da As-
sembléia após apreciação da Mesa, reputando-se não praticado o ato de seu ofício sempre que a
resposta for elaborada em desrespeito ao parlamentar ou ao Poder Legislativo, ou que deixar de
referir-se especificamente a cada questionamento feito.
§ 2º - Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, os Secretários de Estado respondem pelos atos
dos dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da administração pública direta, indireta e
fundacional a eles diretamente subordinados ou vinculados.
§ 3º - Aos diretores de Agência Reguladora aplica-se o disposto no § 1º deste artigo. “ (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008.
Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado, semestralmente, comparecer perante a Comissão
Permanente da Assembléia Legislativa a que estejam afetas as atribuições de sua Pasta, para pres-
tação de contas do andamento da gestão, bem como demonstrar e avaliar o desenvolvimento de
ações, programas e metas da Secretaria correspondente.
§ 1º - Aplica-se o disposto no ‘caput’ deste artigo aos Diretores de Agências Reguladoras.
§ 2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste artigo, no que couber, aqueles já disciplinados
em Regimento Interno do Poder Legislativo.
§ 3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com a finalidade de apresentar, quadrimestral-
mente, perante Comissão Permanente do Poder Legislativo, a demonstração e a avaliação do cum-
primento das metas fiscais por parte do Poder Executivo suprirá a obrigatoriedade constante do
‘caput’ deste artigo.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 31, de 22 de outubro de 2009
§ 4º – No caso das Universidades Públicas Estaduais e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta-
do de São Paulo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores e ao Presidente, efetivar, anu-
almente e no que couber, o disposto no ‘caput’ deste artigo.
(**) Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 37, de 5 de dezembro de 2012

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Artigo 53 - Os Secretários farão declaração pública de bens, no ato da posse e no término do exer-
cício do cargo, e terão os mesmos impedimentos estabelecidos nesta Constituição para os Deputa-
dos, enquanto permanecerem em suas funções.

CAPÍTULO IV
Do Poder Judiciário
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:
I - o Tribunal de Justiça;
II - o Tribunal de Justiça Militar;
III - os Tribunais do Júri;
IV - as Turmas de Recursos;
V - os Juízes de Direito;
VI - as Auditorias Militares;
VII - os Juizados Especiais;
VIII - os Juizados de Pequenas Causas.
(**) Redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 8, de 20 de maio de 1999– EFICÁCIA SUSPENSA
POR MEIO DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF –
(**)ADIN Nº 2011-1

Artigo 55 - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia financeira e administrativa.


Parágrafo único - São assegurados, na forma do art. 99 da Constituição Federal, ao Poder Judiciário
recursos suficientes para manutenção, expansão e aperfeiçoamento de suas atividades jurisdicio-
nais, visando ao acesso de todos à Justiça.

Artigo 56 - Dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretri-
zes orçamentárias, o Tribunal de Justiça, pelo seu Órgão Especial, elaborará proposta orçamentária
do Poder Judiciário, encaminhando-a, por intermédio de seu Presidente, ao Poder Executivo, para
inclusão no projeto de lei orçamentária.
(**) Redação dada pelo art. 2º da Emenda Constitucional nº 8, de 20 de maio de 1999 – EFICÁCIA SUSPENSA
POR MEIO DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF – ADIN Nº 2011-1

Artigo 57 - À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda
Estadual ou Municipal e correspondentes autarquias, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação de precatórios e à conta dos respectivos
créditos, proibida a designação de casos ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para esse fim.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1º – É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária


ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de preca-
tórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 2º – As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça proferir a decisão exeqüenda e determinar
o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e ex-
clusivamente para o caso de preterimento de seu direito de precedência, o seqüestro da quantia
necessária à satisfação do débito.
§ 3º – Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, venci-
mentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações
por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em
julgado.
§ 4º – O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição dos precatórios, não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Estadual ou
Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 5º – São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem
como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não
se faça, em parte, na forma estabelecida no § 4º deste artigo e, em parte, mediante expedição de
precatório.
§ 6º – A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 4º deste artigo, segundo as dife-
rentes capacidades das entidades de direito público.
§ 7º – Incorrerá em crime de responsabilidade o Presidente do Tribunal de Justiça se, por ato co-
missivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 58 - Ao Tribunal de Justiça, mediante ato de seu Presidente, compete nomear, promover,
remover, aposentar e colocar em disponibilidade os juízes de sua Jurisdição, ressalvado o disposto
no art. 62, exercendo, pelos seus órgãos competentes, as demais atribuições previstas nesta Consti-
tuição.
(**) Redação dada pelo art. 3º da Emenda Constitucional nº 8, de 20 de maio de 1999 – EFICÁCIA SUSPENSA
POR MEIO DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF – ADIN Nº 2011-1
Parágrafo único - Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de Justiça, observadas as disponibilidades
orçamentárias, indeferir as férias de quaisquer de seus membros por necessidade de serviço, ou
determinar a reassunção imediata de magistrado no exercício de seu cargo, cabendo a este, nas
hipóteses aqui previstas, o direito à correspondente indenização das férias no mês subsequente ao
indeferimento, ou a anotação para gozo oportuno, a requerimento do interessado.”
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 10 de dezembro de 2009

Artigo 59 - A Magistratura é estruturada em carreira, observados os princípios, garantias, prerroga-


tivas e vedações estabelecidos na Constituição Federal, nesta Constituição e no Estatuto da Magis-
tratura.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Parágrafo único - O benefício da pensão por morte deve obedecer o princípio do artigo 40, § 7º, da
Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão Especial, com vinte e cinco Desembargadores,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno,
inclusive para uniformizar a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário.

Artigo 61 - O acesso dos Desembargadores ao Órgão Especial, respeitadas a situação existente e a


representação do quinto constitucional, dar-se-á pelos critérios de antigüidade e eleição, alterna-
damente.
Parágrafo único - Pelo primeiro critério, a vaga será preenchida pelo Desembargador mais antigo,
salvo recusa oportunamente manifestada. Pelo segundo, serão elegíveis pelo Tribunal Pleno.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

(**) Artigo 62 - O Presidente e o 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça e o Corregedor Geral da


Justiça comporão o Conselho Geral da Magistratura, e serão eleitos a cada biênio, dentre os inte-
grantes do órgão especial, pelos Desembargadores, Juízes dos Tribubais de Alçada e Juízes vitalí-
cios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1999).
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 11 de março de 199 – EFICÁCIA SUSPENSA POR MEIO
DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF –
(**) ADIN Nº 2012-9
§ 1º - Haverá um Vice-Corregedor Geral da Justiça , para desempenhar funções, em caráter itine-
rante, em todo o território do Estado.
§ 2º - Cada Seção do Tribunal de Justiça será presidida por um Vice-Presidente.

(**) Artigo 63 - Um quinto dos lugares dos Tribunais de Justiça e de Justiça Militar será composto
de advogados e de membros do Ministério Público, de notório saber jurídico e reputação ilibada,
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional ou na carreira, indicados em lista sêxtupla,
pela Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo Ministério Público, conforme a clas-
se a que pertencer o cargo a ser provido.
Parágrafo único - Dentre os nomes indicados, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça formará lista
tríplice, encaminhando-a ao Governador do Estado que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um
de seus integrantes para o cargo e o nomeará, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
da Assembléia Legislativa.
(**) Redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 25, de 13 de maio de 2008.

Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais de segundo grau serão motivadas e tomadas
em sessão pública, sendo as de caráter disciplinar tomadas por voto da maioria absoluta dos mem-
bros do Tribunal de Justiça, ou de seu Órgão Especial, salvo nos casos de remoção, disponibilidade e
aposentadoria de magistrado, por interesse público, que dependerão de voto de dois terços, asse-
gurada ampla defesa.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado competem a administração e uso dos imóveis
e instalações forenses, podendo ser autorizada parte desse uso a órgãos diversos, no interesse do
serviço judiciário, como dispuser o Tribunal de Justiça, asseguradas salas privativas, condignas e
permanentes aos advogados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, sob a admi-
nistração das respectivas entidades.

Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver acordo ou satisfação total da pretensão não
constarão das certidões expedidas pelos Cartórios dos Distribuidores, salvo se houver autorização
da autoridade judicial competente.
Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de que cuida este artigo serão expedidas com isen-
ção de custos e emolumentos, quando se trate de interessado que declare insuficiência de recursos.

Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas em entrâncias, nos termos da Lei de Organi-
zação Judiciária.

Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral, tanto de titular como de preposto, depende
de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga sem
abertura de concurso por mais de seis meses.
Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a realização do concurso de que trata este artigo,
observadas as normas da legislação estadual vigente.

SEÇÃO II
Da Competência dos Tribunais
Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça:
(**) Redação dada pelo art. 6º da Emenda Constitucional nº 8, de 20 de maio de 1999 - EFICÁCIA SUSPENSA
POR MEIO DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF –
(**) ADIN Nº 2011-1
I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos diretivos, na forma de seu regimento interno;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
II - pelos seus órgãos específicos:
a) elaborar seu regimento interno, com observância das normas de processo e das garantias pro-
cessuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares, velando pelo exercício da respectiva atividade
correcional;
c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros, e aos servidores que lhes forem
subordinados;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

d) prover, por concurso público de provas, ou provas e títulos, ressalvado o disposto no parágrafo
único do art. 169 da Constituição Federal, os cargos de servidores que integram seus quadros, exce-
to os de confiança, assim definidos em lei, que serão providos livremente.

Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial,
propor à Assembléia Legislativa, observado o disposto no art. 169 da Constituição Federal.:
I – a alteração do número de seus membros e dos membros do Tribunal de Justiça Militar;
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, incluído o
Tribunal de Justiça Militar;
III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça Militar;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.
Artigo 71 - Tribunais de Alçada serão instalados em regiões do interior do Estado, pela forma e nos
termos em que dispuser a lei.
Artigo 71-A – O Tribunal de Justiça poderá funcionar de forma descentralizada, constituindo Câma-
ras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo.
Parágrafo único – O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências
e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servin-
do-se de equipamentos públicos e comunitários.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 72 - A Lei de Organização Judiciária poderá criar cargos de Juiz de Direito Substituto em Se-
gundo Grau, a serem classificados em quadro próprio, na mais elevada entrância do primeiro grau e
providos mediante concurso de remoção.
§ 1º - A designação será feita pelo Tribunal de Justiça para substituir seus membros ou nele auxiliar,
quando o acúmulo de feitos evidenciar a necessidade de sua atuação.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 2º - Em nenhuma hipótese haverá redistribuição ou passagem de processos, salvo para o voto do
revisor.

SEÇÃO III
Do Tribunal de Justiça
Artigo 73 - O Tribunal de Justiça, órgão superior do Poder Judiciário do Estado, com jurisdição em
todo o seu território e sede na Capital, compõe-se de Desembargadores em número que a lei fixar,
providos pelos critérios de antigüidade e de merecimento, em conformidade com o disposto nos
arts. 58 e 63 deste Capítulo.
Parágrafo único - O Tribunal de Justiça exercerá, em matéria administrativa de interesse geral do
Poder Judiciário, direção e disciplina da Justiça do Estado.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição, pro-
cessar e julgar originariamente:
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados Esta-
duais, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público Geral e os
Prefeitos Municipais;
II - nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os juízes dos Tribunais de Alçada
e do Tribunal de Justiça Militar, os juízes de Direito e os juízes auditores da Justiça Militar, os mem-
bros do Ministério Público, exceto o Procurador-Geral de Justiça, o Delegado Geral da Polícia Civil e
o Comandante-Geral da Polícia Militar;
II - nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os juízes do Tribunal de Justiça
Militar, os juízes de Direito e os juízes de Direito do juízo militar, os membros do Ministério Público,
exceto o Procurador-Geral de Justiça, o Delegado Geral da Polícia Civil e o Comandante-Geral da
Polícia Militar;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
III - os mandados de segurança e os "habeas data" contra atos do Governador, da Mesa e da Presi-
dência da Assembléia, do próprio Tribunal ou de algum de seus membros, dos Presidentes dos Tri-
bunais de Contas do Estado e do Município de São Paulo, do Procurador-Geral de Justiça, do Prefei-
to e do Presidente da Câmara Municipal da Capital;
IV - os "habeas corpus", nos processos cujos recursos forem de sua competência ou quando o coa-
tor ou paciente for autoridade diretamente sujeita a sua jurisdição, ressalvada a competência do
Tribunal de Justiça Militar, nos processos cujos recursos forem de sua competência;
V - os mandados de injunção, quando a inexistência de norma regulamentadora estadual ou muni-
cipal, de qualquer dos Poderes, inclusive da Administração indireta, torne inviável o exercício de
direitos assegurados nesta Constituição;
VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, con-
testados em face desta Constituição, o pedido de intervenção em Município e ação de inconstitu-
cionalidade por omissão, em face de preceito desta Constituição;
VII - as ações rescisórias de seus julgados e as revisões criminais nos processos de sua competência;
VIII - os conflitos de competência entre os Tribunais de Alçada ou as dúvidas de competência entre
estes e o Tribunal de Justiça;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IX - os conflitos de atribuição entre as autoridades administrativas e judiciárias do Estado;
X - a reclamação para garantia da autoridade de suas decisões;
(**) XI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, contestados em face da
Constituição Federal
(**) (ADIN 347-0/600 – LIMINAR DEFERIDA).

Artigo 75 - Compete, também, ao Tribunal de Justiça:


I - provocar a intervenção da União no Estado para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, nos
termos desta Constituição e da Constituição Federal;
II - requisitar a intervenção do Estado em Município, nas hipóteses previstas em lei.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente ou em


grau de recurso, as demais causas que lhe forem atribuídas por lei complementar.
§ 1º - Cabe-lhe, também, a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facul-
tada, em qualquer fase do processo, a delegação de atribuições.
§ 2º - Cabe-lhe, ainda, processar e julgar os recursos relativos às causas que a lei especificar, entre
aquelas não reservadas à competência privativa do Tribunal de Justiça Militar ou dos órgãos recur-
sais dos Juizados Especiais.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 77 - Compete, ademais, ao Tribunal de Justiça, por seus órgãos específicos, exercer controle
sobre atos e serviços auxiliares da justiça, abrangidos os notariais e os de registro.

SEÇÃO IV
Dos Tribunais de Alçada
Artigo 78 - Os Tribunais de Alçada são transformados em seções do Tribunal de Justiça, podendo
ser preservada, a critério do Tribunal de Justiça, a sua atual estrutura administrativa.
(**) Redação dada pelo art. 7º da Emenda Constitucional nº 8, de 20 de maio de 1999 - EFICÁCIA
SUSPENSA POR MEIO DE LIMINAR CONCEDIDA PELO STF –
(**) ADIN Nº 2011-1
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

"Artigo 79 - Ressalvada a competência residual do Tribunal de Justiça, compete aos Tribunais de


Alçada processar e julgar, em grau de recurso:
I - ..............................................................................................
II - em matéria criminal:
a) os crimes contra o patrimônio, excetuados os com evento morte;
b) os crimes relativos a entorpecentes e drogas afins;
c) os crimes relativos a armas de fogo e os contra a ordem tributária, econômica e contra as
relações de consumo;
d) os crimes de falsidade documental, seqüestro, quadrilha ou bando e corrupção de menores
pela indução ou prática com eles de infração penal, se conexos com os crimes de sua competência;
e) as demais infrações penais a que não seja cominada pena de reclusão, isolada, cumulativa
ou alternadamente, excetuadas as relativas a falências, as dolosas contra a vida e as de responsabi-
lidade de Vereadores." (NR)
(**) Redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 17, de 02 de março de 2004
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

SEÇÃO V
Do Tribunal de Justiça Militar e dos Conselhos de Justiça Militar
Artigo 79 - A – A Justiça Militar do Estado será constituída, em primeiro grau, pelos juízes de Direito
e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo Tribunal de Justiça Militar.

Artigo 79 - B – Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares do Estado, nos cri-
mes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ainda decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 80 - O Tribunal de Justiça Militar do Estado, com jurisdição em todo o território estadual e
com sede na Capital, compor-se-á de sete juízes, divididos em duas câmaras, nomeados em con-
formidade com as normas da Seção I deste Capítulo, exceto o disposto no art. 60, e respeitado o
art. 94 da Constituição Federal, sendo quatro militares Coronéis da ativa da Polícia Militar do Esta-
do e três civis.

Artigo 81 - Compete ao Tribunal de Justiça Militar processar e julgar:


I - originariamente, o Chefe da Casa Militar, o Comandante-Geral da Polícia Militar, nos crimes mili-
tares definidos em lei, os mandados de segurança e os "habeas-corpus", nos processos cujos recur-
sos forem de sua competência ou quando o coator ou coagido estiverem diretamente sujeitos a sua
jurisdição e às revisões criminais de seus julgados e das Auditorias Militares;
II - em grau de recurso, os policiais militares, no crimes militares definidos em lei.
II – em grau de recurso, os policiais militares, nos crimes militares definidos em lei, observado o
disposto no artigo 79 – B.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 1º - Compete ainda ao Tribunal exercer a correição geral sobre as atividades de Polícia Judiciária
Militar, bem como decidir sobre a perda do posto e da patente dos Oficiais e da graduação das pra-
ças.
§ 2º - Compete aos juízes de Direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
Conselho de Justiça, sob a presidência do juiz de Direito, processar e julgar os demais crimes milita-
res.
§ 3º - Os serviços de correição permanente sobre as atividades de Polícia Judiciária Militar e do
Presídio Militar serão realizados pelo juiz de Direito do juízo militar designado pelo Tribunal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Artigo 82 - Os juízes do Tribunal de Justiça Militar e os juízes de Direito do juízo militar gozam dos
mesmos direitos, vantagens e subsídios e sujeitam-se às mesmas proibições dos Desembargadores
do Tribunal de Justiça e dos juízes de Direito, respectivamente.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Parágrafo único – Os juízes de Direito do juízo militar serão promovidos ao Tribunal de Justiça Mili-
tar nas vagas de juízes civis, observado o disposto nos artigos 93, III e 94 da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

SEÇÃO VI
Dos Tribunais do Júri
Artigo 83 - Os Tribunais do Júri têm as competências e garantias previstas no art. 5º, XXXVIII da
Constituição Federal. Sua organização obedecerá ao que dispuser a lei federal e, no que couber, a
lei de organização judiciária.

SEÇÃO VII
Das Turmas de Recursos
Artigo 84 - As Turmas de Recursos são formadas por juízes de Direito titulares da mais elevada en-
trância de Primeiro Grau, na Capital ou no Interior, observada a sua sede, nos termos da resolução
do Tribunal de Justiça, que designará seus integrantes, os quais poderão ser dispensados, quando
necessário, do serviço de suas varas.
§ 1º - As Turmas de Recursos constituem-se em órgão de segunda instância, cuja competência é
vinculada aos Juizados Especiais e de Pequenas Causas.
§ 2º - A designação prevista neste artigo deverá ocorrer antes da distribuição dos processos de
competência da Turma de Recursos.

SEÇÃO VIII
Dos Juízes de Direito
Artigo 85 - Os juízes de Direito integram a carreira da Magistratura e exercem a jurisdição comum
estadual de primeiro grau, nas comarcas e juízos, segundo a competência determinada por lei.

Artigo 86 - O Tribunal de Justiça, através de seu Órgão Especial, designará juízes de entrância espe-
cial com competência exclusiva para questões agrárias.
§ 1º - A designação prevista neste artigo só pode ser revogada a pedido do juiz ou por deliberação
da maioria absoluta do órgão especial.
§ 2º - No exercício dessa jurisdição, o juiz deverá, sempre que necessário à eficiente prestação ju-
risdicional, deslocar-se até o local do litígio.
§ 3º - O Tribunal de Justiça organizará a infra-estrutura humana e material necessária ao exercício
dessa atividade jurisdicional.

SEÇÃO IX
Dos Juizados Especiais e dos Juizados de Pequenas Causas
Artigo 87 - Os Juizados Especiais das Causas Cíveis de Menor Complexidade e das Infrações Penais
de Menor Potencial Ofensivo terão sua composição e competência definidas em lei, obedecidos os
princípios previstos no art. 98, I, da Constituição Federal.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 88 - A lei disporá sobre a criação, funcionamento e processo dos Juizados de Pequenas Cau-
sas a que se refere o art. 24, X, da Constituição Federal.

SEÇÃO X
Da Justiça de Paz
Artigo 89 - A Justiça de Paz compõe-se de cidadãos remunerados, eleitos pelo voto direto, universal
e secreto, com mandato de quatro anos, e tem competência para, na forma de lei, celebrar casa-
mento, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e
exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

SEÇÃO XI
Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação Direta de Inconstitucionalidade
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida neces-
sária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembléia Legislativa;
II - o Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal;
III - o Procurador-Geral de Justiça;
IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal, demonstrando seu inte-
resse jurídico no caso;
VI - os partidos políticos com representação na Assembléia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou
ato normativo municipais, na respectiva Câmara.
§ 1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade.
§ 2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normati-
vo, citará, previamente, o Procurador-Geral do Estado, a quem caberá defender, no que couber, o
ato ou o texto impugnado.
§ 3º - Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à Assembléia Legislativa ou à
Câmara Municipal interessada, para a suspensão da execução, no todo ou em parte, da lei ou do
ato normativo.
§ 3º Declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal
- Este parágrafo foi declarado inconstitucional, por decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, no Re-
curso Extraordinário nº 199.293-0
§ 4º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma desta
Constituição, a decisão será comunicada ao Poder competente para a adoção das providências ne-
cessárias à prática do ato que lhe compete ou início do processo legislativo, e, em se tratando de
órgão administrativo, para a sua ação em trinta dias, sob pena de responsabilidade.
§ 5º - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu órgão especial poderá o
Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal,
como objeto de ação direta.
§ 6º - Nas declarações incidentais, a decisão dos Tribunais dar-se-á pelo órgão jurisdicional colegia-
do competente para exame da matéria.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO V
Das Funções Essenciais à Justiça
SEÇÃO I
Do Ministério Público
Artigo 91 - O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta-
do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.
Parágrafo único - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.

Artigo 92 - Ao Ministério Público é assegurada autonomia administrativa e funcional, cabendo-lhe,


na forma de sua lei complementar:
I - praticar atos próprios de gestão;
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal ativo e inativo da carreira e dos
serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva contabilização;
IV - propor à Assembléia Legislativa a criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem
como a fixação dos subsídios de seus membros, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias e no artigo 169 da Constituição Federal;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
V - prover os cargos iniciais de carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de promoção,
remoção e demais formas de provimento derivado;
VI - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça;
VII - compor os órgãos da Administração Superior;
VIII - elaborar seus regimentos internos;
IX - exercer outras competências dela decorrentes;
§ 1º - O Ministério Público instalará as Promotorias de Justiça e serviços auxiliares em prédios sob
sua administração.
§ 2º - As decisões do Ministério Público, fundadas em sua autonomia funcional e administrativa,
obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada a
competência constitucional dos Poderes do Estado.
Artigo 93 - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabeleci-
dos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a, por intermédio do Procurador-Geral de
Justiça, ao Poder Executivo, para inclusão no projeto de lei orçamentária.
§ 1º - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias próprias e globais do Ministério
Público serão entregues, na forma do art. 171, sem vinculação a qualquer tipo de despesa.
§ 2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro Estadual, serão utilizados em programas
vinculados aos fins da Instituição, vedada outra destinação.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Ministério Pú-


blico, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, aplicação de dotações e recursos pró-
prios e renúncia de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno estabelecido na sua lei complementar e, no que couber, no art.
35 desta Constituição.

Artigo 94 - Lei complementar, cuja iniciativa é facultada ao Procurador-Geral de Justiça, disporá


sobre:
I - normas específicas de organização, atribuições e Estatuto do Ministério Público, observados,
entre outros, os seguintes princípios:
a) ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se, do bacharel em direito, no mínimo,
três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
b) promoção voluntária, por antiguidade e merecimento, alternadamente, de entrância a entrância,
e da entrância mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça aplicando-se, por assemelhação,
o disposto no art. 93, III, da Constituição Federal;
c) subsídios fixados com diferença não excedente a dez por cento de uma para outra entrância, e
da entrância mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, cujo subsídio, em espécie, a
qualquer título, não poderá ultrapassar o teto fixado nos artigos 37, XI, da Constituição Federal e
115, XII, desta Constituição;
d) aposentadoria, observado o disposto no artigo 40 da Constituição Federal e no artigo 126 desta
Constituição;
e) o benefício da pensão por morte deve obedecer o princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição
Federal;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
II - elaboração de lista tríplice, entre integrantes da carreira, para escolha do Procurador-Geral de
Justiça pelo Governador do Estado, para mandato de dois anos, permitida uma recondução;
III - destituição do Procurador-Geral de Justiça por deliberação da maioria absoluta da Assembléia
Legislativa;
(**) Redação dada pelo art. 4º da Emenda Constitucional nº 12, de 28 de junho de 2001
IV - controle externo da atividade policial;
V - procedimentos administrativos de sua competência;
VI - regime jurídico dos membros do Ministério Público, integrantes de quadro especial, que ofici-
am junto aos Tribunais de Contas;
VII - demais matérias necessárias ao cumprimento de seus fins institucionais.
(**) § 1º - Decorrido o prazo previsto em lei, sem nomeação do Procurador-Geral de Justiça, será
investido no cargo o integrante mais votado da lista tríplice prevista no inciso II deste artigo.
(**) (ADIN Nº 2084-6)
§ 2º - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração pública de bens, no ato da posse e no término
do mandato.

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Artigo 95 - Os membros do Ministério Público têm as seguintes garantias:


I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judi-
cial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada a
ampla defesa;
III – irredutibilidade de subsídio, observado, quanto à remuneração, o disposto na Constituição
Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Parágrafo único - O ato de remoção e de disponibilidade de membro do Ministério Público, por
interesse público, fundar-se-á em decisão por voto de dois terços do órgão colegiado competente,
assegurada ampla defesa.
Artigo 96 - Os membros do Ministério Público sujeitam-se, entre outras, às seguintes proibições:
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas proces-
suais;
II - exercer a advocacia;
III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério,
se houver compatibilidade de horário;
V - exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
V - exercer atividade político-partidária;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
VI – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
VII – exercer a advocacia no juízo ou tribunal perante o qual atuava, antes de decorridos três anos
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Artigo 97 - Incumbe ao Ministério Público, além de outras funções:
I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, menores, inca-
pazes ou portadores de deficiências, sem prejuízo da correição judicial;
II - deliberar sobre sua participação em organismos estatais de defesa do meio ambiente, do con-
sumidor, de política penal e penitenciária e outros afetos a sua área de atuação;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa ou entidade
representativa de classe, por desrespeito aos direitos assegurados na Constituição Federal e nesta
Constituição, as quais serão encaminhadas a quem de direito, e respondidas no prazo improrrogá-
vel de trinta dias.
Parágrafo único - Para promover o inquérito civil e os procedimentos administrativos de sua com-
petência, o Ministério Público poderá, nos termos de sua lei complementar:
1 - requisitar dos órgãos da administração direta ou indireta, os meios necessários a sua conclusão;
2 - propor à autoridade administrativa competente a instauração de sindicância para a apuração de
falta disciplinar ou ilícito administrativo.

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SEÇÃO II
Da Procuradoria Geral do Estado
"Artigo 98 - A Procuradoria Geral do Estado é instituição de natureza permanente, essencial à ad-
ministração da justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada diretamente ao Governador,
responsável pela advocacia do Estado, sendo orientada pelos princípios da legalidade e da indispo-
nibilidade do interesse público." (NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
§ 1º - Lei orgânica da Procuradoria Geral do Estado disciplinará sua competência e a dos órgãos que
a compõem e disporá sobre o regime jurídico dos integrantes da carreira de Procurador do Estado,
respeitado o disposto nos artigos 132 e 135 da Constituição Federal.
§ 2º - Os Procuradores do Estado, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas
fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica na forma do caput deste artigo.
§ 3º - Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circuns-
tanciado das corregedorias.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 99 - São funções institucionais da Procuradoria Geral do Estado:


"I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e suas autarquias, inclusive as de regime es-
pecial, exceto as universidades públicas estaduais;" (NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
"II - exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo e das enti-
dades autárquicas a que se refere o inciso anterior;" (NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
III - representar a Fazenda do Estado perante o Tribunal de Contas;
IV - exercer as funções de consultoria jurídica e de fiscalização da Junta Comercial do Estado;
V - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo ao Governador do Estado;" (NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
VI - promover a inscrição, o controle e a cobrança da dívida ativa estadual;
VII - propor ação civil pública representando o Estado;
VIII - prestar assistência jurídica aos Municípios, na forma da lei;
IX - realizar procedimentos administrativos, inclusive disciplinares, não regulados por lei especi-
al;"(NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
X - exercer outras funções que lhe forem conferidas por lei.
Artigo 100 - A direção superior da Procuradoria-Geral do Estado compete ao Procurador Geral do
Estado, responsável pela orientação jurídica e administrativa da instituição, ao Conselho da Procu-
radoria Geral do Estado e à Corregedoria Geral do Estado, na forma da respectiva lei orgânica.

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"Parágrafo único - O Procurador Geral do Estado será nomeado pelo Governador, em comissão,
entre os Procuradores que integram a carreira e terá tratamento, prerrogativas e representação de
Secretário de Estado, devendo apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e de sua
exoneração." (NR);
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.
(**) STF (ADIN 2581-3) – MED. LIMINAR.

"Artigo 101 - Vinculam-se à Procuradoria Geral do Estado, para fins de atuação uniforme e coorde-
nada, os órgãos jurídicos das universidades públicas estaduais, das empresas públicas, das socieda-
des de economia mista sob controle do Estado, pela sua Administração centralizada ou descentrali-
zada, e das fundações por ele instituídas ou mantidas.
Parágrafo único - As atividades de representação judicial, consultoria e assessoramento jurídico das
universidades públicas estaduais poderão ser realizadas ou supervisionadas, total ou parcialmente,
pela Procuradoria Geral do Estado, na forma a ser estabelecida em convênio."(NR)
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004

Artigo 102 - As autoridades e servidores da Administração Estadual ficam obrigados a atender às


requisições de certidões, informações, autos de processo administrativo, documentos e diligências
formuladas pela Procuradoria Geral do Estado, na forma da lei.

SEÇÃO III
Da Defensoria Pública
Artigo 103 - À Defensoria Pública, instituição essencial à função jurisdicional do Estado, compete a
orientação jurídica e a defesa dos necessitados, em todos os graus.
§ 1º - Lei Orgânica disporá sobre a estrutura, funcionamento e competência da Defensoria Pública,
observado o disposto na Constituição Federal e nas normas gerais prescritas por lei complementar
federal.
§ 2º - À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subor-
dinação ao disposto no artigo 99, § 2º, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

SEÇÃO IV
Da Advocacia
Artigo 104 - O advogado é indispensável à administração da justiça e, nos termos da lei, inviolável
por seus atos e manifestações, no exercício da profissão.
Parágrafo único - É obrigatório o patrocínio das partes por advogados, em qualquer juízo ou tribu-
nal, inclusive nos juizados de menores, nos juizados previstos nos incisos VIII e IX do art. 54 e junto
às turmas de recursos, ressalvadas as exceções legais.

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Artigo 105 - O Poder Executivo manterá, no sistema prisional e nos distritos policiais, instalações
destinadas ao contato privado do advogado com o cliente preso.
Artigo 106 - Os membros do Poder Judiciário, as autoridades e os servidores do Estado zelarão para
que os direitos e prerrogativas dos advogados sejam respeitados, sob pena de responsabilização na
forma da lei.

Artigo 107 - O advogado que não seja defensor público, quando nomeado para defender autor ou
réu pobre, terá os honorários fixados pelo juiz, na forma que a lei estabelecer.

Artigo 108 - As atividades correicionais nos Cartórios Judiciais contarão, necessariamente, com a
presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo.

Artigo 109 - Para efeito do disposto no art. 3º desta Constituição, o Poder Executivo manterá qua-
dros fixos de defensores públicos em cada juizado e, quando necessário, advogados designados
pela Ordem dos Advogados do Brasil - SP, mediante convênio.

SEÇÃO V
Do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
Artigo 110 - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana será criado por lei com
a finalidade de investigar as violações de direitos humanos no território do Estado, de encaminhar
as denúncias a quem de direito e de propor soluções gerais a esses problemas.

TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
Da Administração Pública
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 111 – A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes do
Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabili-
dade, finalidade, motivação, interesse público e eficiência.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 111-A – É vedada a nomeação de pessoas que se enquadram nas condições de inelegibilida-
de nos termos da legislação federal para os cargos de Secretário de Estado, Secretário-Adjunto,
Procurador Geral de Justiça, Procurador Geral do Estado, Defensor Público Geral, Superintendentes
e Diretores de órgãos da administração pública indireta, fundacional, de agências reguladoras e
autarquias, Delegado Geral de Polícia, Reitores das universidades públicas estaduais e ainda para
todos os cargos de livre provimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 21 de março de 2012

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Artigo 112 - As leis e atos administrativos externos deverão ser publicados no órgão oficial do Esta-
do, para que produzam os seus efeitos regulares. A publicação dos atos não normativos poderá ser
resumida.

Artigo 113 - A lei deverá fixar prazos para a prática dos atos administrativos e estabelecer recursos
adequados a sua revisão, indicando seus efeitos e forma de processamento.

Artigo 114 - A administração é obrigada a fornecer a qualquer cidadão, para a defesa de seus direi-
tos e esclarecimentos de situações de seu interesse pessoal, no prazo máximo de dez dias úteis,
certidão de atos, contratos, decisões ou pareceres, sob pena de responsabilidade da autoridade ou
servidor que negar ou retardar a sua expedição. No mesmo prazo deverá atender às requisições
judiciais, se outro não for fixado pela autoridade judiciária.

Artigo 115 - Para a organização da administração pública direta e indireta, inclusive as fundações
instituídas ou mantidas por qualquer dos Poderes do Estado, é obrigatório o cumprimento das se-
guintes normas:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preenchem os requisi-
tos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia, em concurso público
de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissões, declarado em
lei, de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período. A nomeação do candidato aprovado obedecerá à ordem de classificação;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado em concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-
ramento;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, obedecido o disposto
no art. 8º da Constituição Federal;
VII - o servidor e empregado público gozarão de estabilidade no cargo ou emprego desde o registro
de sua candidatura para o exercício de cargo de representação sindical ou no caso previsto no inci-
so XXIII deste artigo, até um ano após o término do mandato, se eleito, salvo se cometer falta grave
definida em lei;
VIII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para os portadores de deficiências,
garantindo as adaptações necessárias para a sua participação nos concursos públicos e definirá os
critérios de sua admissão;
X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
XI - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servido-
res públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data.
XII - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos
servidores públicos, observados, como limites máximos, no âmbito dos Poderes Legislativo, Execu-
tivo e Judiciário, bem como no âmbito do Ministério Público, os valores percebidos como remune-
ração, em espécie, a qualquer título, respectivamente, pelos Deputados à Assembléia Legislativa,
Secretários de Estado, Desembargadores do Tribunal de Justiça e pelo Procurador-Geral de Justiça;
XI – a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre
servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data e por lei específica, observada
a iniciativa privativa em cada caso;
XII – em conformidade com o artigo 37, XI, da Constituição Federal, a remuneração e o subsídio dos
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacio-
nal, os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais no âmbi-
to do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noven-
ta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
XIII - até que se atinja o limite a que se refere o inciso anterior, é vedada a redução de salários que
implique a supressão das vantagens de caráter individual, adquiridas em razão de tempo de servi-
ço, previstas no art. 129 desta Constituição. Atingido o referido limite, a redução se aplicará inde-
pendentemente da natureza das vantagens auferidas pelo servidor;
XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio-
res aos pagos pelo Poder Executivo;
XV – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público, observado o disposto na Constituição Federal;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acu-
mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo título ou idêntico funda-
mento;
XVII – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
observado o disposto na Constituição Federal;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibili-
dade de horários:
a) de dois cargos de professor;

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b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;


c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamenta-
das;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
XIX - a proibição de acumular, a que se refere o inciso anterior, estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público;
XX - a administração fazendária e seus agentes fiscais de rendas, aos quais compete exercer, priva-
tivamente, a fiscalização de tributos estaduais, terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
dição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo Poder Público;
XX - A – a administração tributária, atividade essencial ao funcionamento do Estado, exercida por
servidores de carreiras específicas, terá recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuará de forma integrada com as administrações tributárias da União, de outros Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fis-
cais, na forma da lei ou convênio;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, privatização ou extinção das sociedades
de economia mista, autarquias, fundações e empresas públicas depende de prévia aprovação da
Assembléia Legislativa;
XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXIII - fica instituída a obrigatoriedade de um Diretor Representante e de um Conselho de Repre-
sentantes, eleitos pelos servidores e empregados públicos, nas autarquias, sociedades de economia
mista e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à lei definir os limites de
sua competência e atuação;
XXIV - é obrigatória a declaração pública de bens, antes da posse e depois do desligamento, de todo
o dirigente de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia e fundação instituída ou
mantida pelo Poder Público;
XXV - Os órgãos da Administração direta e indireta ficam obrigados a constituir Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA - e, quando assim o exigirem suas atividades, Comissão de Controle
Ambiental, visando à proteção da vida, do meio ambiente e das condições de trabalho dos seus
servidores, na forma da lei;
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de trabalho reduzida em decorrência de aciden-
te de trabalho ou doença do trabalho será garantida a transferência para locais ou atividades com-
patíveis com sua situação;
XXVII - é vedada a estipulação de limite de idade para ingresso por concurso público na administra-
ção direta, empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia e fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, respeitando-se apenas o limite constitucional para aposentadoria
compulsória.

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XXVIII - os recursos provenientes dos descontos compulsórios dos servidores públicos, bem como a
contrapartida do Estado, destinados à formação de fundo próprio de previdência, deverão ser pos-
tos, mensalmente, à disposição da entidade estadual responsável pela prestação do benefício, na
forma que a lei dispuser;
XXIX - a administração pública direta e indireta, as universidades públicas e as entidades de pesqui-
sa técnica e científica oficiais ou subvencionadas pelo Estado prestarão ao Ministério Público o a-
poio especializado ao desempenho das funções da Curadoria de Proteção de Acidentes do Traba-
lho, da Curadoria de Defesa do Meio Ambiente e de outros interesses coletivos e difusos;
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas da administração pública
direta, indireta, fundações e órgãos controlados pelo Poder Público deverá ter caráter educacional,
informativo e de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que ca-
racterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - É vedada ao Poder Público, direta ou indiretamente, a publicidade de qualquer natureza fora
do território do Estado, para fins de propaganda governamental, exceto às empresas que enfren-
tam concorrência de mercado e divulgação destinada a promover o turismo estadual.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 22 de outubro de 2009
§ 3º - A inobservância do disposto nos incisos II, III e IV deste artigo implicará a nulidade do ato e a
punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 4º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públi-
cos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 5º - As entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas
pelo Poder Público, o Ministério Público, bem como os Poderes Legislativo e Judiciário, publicarão,
até o dia trinta de abril de cada ano, seu quadro de cargos e funções, preenchidos e vagos, referen-
tes ao exercício anterior.
§ 6º - É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes dos artigos 40,
42 e 142 da Constituição Federal e dos artigos 126 e 138 desta Constituição com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 7º - Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XII do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 8º - Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo e no inciso XI do artigo 37 da Constituição
Federal, poderá ser fixado no âmbito do Estado, mediante emenda à presente Constituição, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 116 - Os vencimentos, vantagens ou qualquer parcela remuneratória, pagos com atraso,
deverão ser corrigidos monetariamente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis à espécie.

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SEÇÃO II
Das Obras, Serviços Públicos, Compras e Alienações
Artigo 117 - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e aliena-
ções serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condi-
ções a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Parágrafo único - É vedada à administração pública direta e indireta, inclusive fundações instituídas
ou mantidas pelo Poder Público, a contratação de serviços e obras de empresas que não atendam
às normas relativas à saúde e segurança no trabalho.

Artigo 118 - As licitações de obras e serviços públicos deverão ser precedidas da indicação do local
onde serão executados e do respectivo projeto técnico completo, que permita a definição precisa
de seu objeto e previsão de recursos orçamentários, sob pena de invalidade da licitação.
Parágrafo único - Na elaboração do projeto mencionado neste artigo, deverão ser atendidas as
exigências de proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio ambiente, observando-se o dis-
posto no § 2º do art. 192 desta Constituição.

Artigo 119 - Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos à regulamentação e fisca-
lização do Poder Público e poderão ser retomados quando não atendam satisfatoriamente aos seus
fins ou às condições do contrato.
Parágrafo único - Os serviços de que trata este artigo não serão subsidiados pelo Poder Público, em
qualquer medida, quando prestados por particulares.

Artigo 120 - Os serviços públicos serão remunerados por tarifa previamente fixada pelo órgão exe-
cutivo competente, na forma que a lei estabelecer.

Artigo 121 - Órgãos competentes publicarão, com a periodicidade necessária, os preços médios de
mercado de bens e serviços, os quais servirão de base para as licitações realizadas pela administra-
ção direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

Artigo 122 - Os serviços públicos, de natureza industrial ou domiciliar, serão prestados aos usuários
por métodos que visem à melhor qualidade e maior eficiência e à modicidade das tarifas.
Parágrafo único - Cabe ao Estado explorar diretamente, ou mediante concessão, na forma da lei, os
serviços de gás canalizado em seu território, incluído o fornecimento direto a partir de gasodutos
de transporte, de maneira a atender às necessidades dos setores industrial, domiciliar, comercial,
automotivo e outros.

Artigo 123 - A lei garantirá, em igualdade de condições, tratamento preferencial à empresa brasilei-
ra de capital nacional, na aquisição de bens e serviços pela administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
(**) Revogado pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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CAPÍTULO II
Dos Servidores Públicos do Estado
SEÇÃO I
Dos Servidores Públicos Civis
Artigo 124 - Os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações instituí-
das ou mantidas pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos de carreira.
§ 1º - A lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia de vencimentos para cargos
de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Legislati-
vo, Executivo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza
ou ao local de trabalho.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá alteração nos vencimentos dos demais cargos da
carreira a que pertence aquele cujos vencimentos foram alterados por força da isonomia.
§ 3º - Aplica-se aos servidores a que se refere ao "caput" deste artigo e disposto no art. 7º, IV, VI,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da Constituição Federal.
§ 4º - Lei estadual poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servido-
res públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, XI, da Constituição Federal e no
artigo 115, XII, desta Constituição.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 125 - O exercício do mandato eletivo por servidor público far-se-á com observância do art.
38 da Constituição Federal.
§ 1º - Fica assegurado ao servidor público, eleito para ocupar cargo em sindicato de categoria, o
direito de afastar-se de suas funções, durante o tempo em que durar o mandato, recebendo seus
vencimentos e vantagens, nos termos da lei.
§ 2º - O tempo de mandato eletivo será computado para fins de aposentadoria especial.
Artigo 126 – Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fun-
dações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribu-
ição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
§ 1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposen-
tados:
1 - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto
se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurá-
vel, na forma da lei;
2 - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de con-
tribuição;
3 - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no servi-
ço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições:

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a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão conside-
radas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de pre-
vidência de que tratam este artigo e o artigo 201 da Constituição Federal, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores:
1 - portadores de deficiência;
2 - que exerçam atividades de risco;
3 - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integri-
dade física.
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação
ao disposto no § 1º, 3, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exer-
cício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6º - Declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 6º-A - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Consti-
tuição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência pre-
visto neste artigo.
§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
1 - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Fede-
ral, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do
óbito; ou
2 - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimen-
to, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o artigo 201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por cento da parcela excedente
a este limite, caso em atividade na data do óbito.
§ 8º - Declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 8º-A - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposen-
tadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no artigo 115, XII, desta Constituição e do artigo 37, XI, da Constitui-
ção Federal à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumula-
ção de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o
regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade
com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de pre-
vidência social.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre no-
meação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social.
§ 14 - O Estado, desde que institua regime de previdência complementar para os seus respectivos
servidores titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a
serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os bene-
fícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal.
§ 15 - O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa
do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no artigo 202 e seus parágrafos, da Constitui-
ção Federal, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar,
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
modalidade de contribuição definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplica-
do ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição
do correspondente regime de previdência complementar.
§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°
serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regi-
me de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
me geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 19 - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, 3, “a”, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um a-
bono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, 2.
§ 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servido-
res titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada
ente estatal, ressalvado o disposto no artigo 142, § 3º, X, da Constituição Federal.
§ 21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefí-
cios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal, quando
o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.
§ 22 - O servidor, após noventa dias decorridos da apresentação do pedido de aposentadoria volun-
tária, instruído com prova de ter cumprido os requisitos necessários à obtenção do direito, poderá
cessar o exercício da função pública, independentemente de qualquer formalidade.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos estaduais, para efeito de estabilidade, o disposto no
art. 41 da Constituição Federal.

Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só poderão ser instituídas por lei e quando aten-
dam efetivamente ao interesse público e às exigências do serviço.

Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de
serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte
dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos
vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição.

Artigo 130 - Ao servidor será assegurado o direito de remoção para igual cargo ou função, no lugar
de residência do cônjuge, se este também for servidor e houver vaga, nos termos da lei.
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se também ao servidor cônjuge de titular de man-
dato eletivo estadual ou municipal.

Artigo 131 - O Estado responsabilizará os seus servidores por alcance e outros danos causados à
Administração, ou por pagamentos efetuados em desacordo com as normas legais, sujeitando-os
ao seqüestro e perdimento dos bens, nos termos da lei.

Artigo 132 – Os servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e funda-
ções, desde que tenham completado cinco anos de efetivo exercício, terão computado, para efeito
de aposentadoria, nos termos da lei, o tempo de contribuição ao regime geral de previdência social
decorrente de atividade de natureza privada, rural ou urbana, hipótese em que os diversos siste-
mas de previdência social se compensarão financeiramente, segundo os critérios estabelecidos em
lei.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 133 - O servidor, com mais de cinco anos de efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a
exercer cargo ou função que lhe proporcione remuneração superior à do cargo de que seja titular,
ou função para a qual foi admitido, incorporará um décimo dessa diferença, por ano, até o limite de
dez. (NR)
- Este artigo teve sua redação alterada pelo Recurso Extraordinário nº 219934, provido pelo Supremo Tribu-
nal Federal, declarou a inconstitucionalidade de expressão:a qualquer título".

Artigo 134 - O servidor, durante o exercício do mandato de vereador, será inamovível.

Artigo 135 – Ao servidor público titular de cargo efetivo do Estado será contado, como efetivo exer-
cício, para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de contribuição decorrente de servi-
ço prestado em cartório não oficializado, mediante certidão expedida pela Corregedoria-Geral da
Justiça.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato administrativo, se absolvido pela Justiça, na
ação referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao serviço público, com todos os
direitos adquiridos.

Artigo 137 - A lei assegurará à servidora gestante mudança de função, nos casos em que for reco-
mendado, sem prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vantagens do cargo ou função-
atividade.

SEÇÃO II
Dos Servidores Públicos Militares
Artigo 138 - São servidores públicos militares estaduais os integrantes da Polícia Militar do Estado.
§ 1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se refere este artigo, o disposto no art. 42 da
Constituição Federal.
§ 2º - Naquilo que não colidir com a legislação específica, aplica-se aos servidores mencionados
neste artigo o disposto na seção anterior.
§ 3º - O servidor público militar demitido por ato administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação
referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado à Corporação com todos os direitos
restabelecidos.
§ 4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do Oficialato
ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
§ 5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade superior a dois
anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no parágrafo
anterior.
§ 6º - O direito do servidor militar de ser transferido para a reserva ou ser reformado será assegu-
rado, ainda que respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição, nos casos previstos
em lei específica.

CAPÍTULO III
Da Segurança Pública
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 139 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio.
§ 1º - O Estado manterá a Segurança Pública por meio de sua polícia, subordinada ao Governador
do Estado.
§ 2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
§ 3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de Bombeiros, é força auxiliar, reserva do Exército.

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SEÇÃO II
Da Polícia Civil
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida por delegados de polícia de carreira, bacha-
réis em Direito, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 1º - O Delegado Geral da Polícia Civil, integrante da última classe da carreira, será nomeado pelo
Governador do Estado e deverá fazer declaração pública de bens no ato da posse e da sua exonera-
ção.
§ 2º – No desempenho da atividade de polícia judiciária, instrumental à propositura de ações pe-
nais, a Polícia Civil exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem
jurídica.
§ 3º – Aos Delegados de Polícia é assegurada independência funcional pela livre convicção nos atos
de polícia judiciária.
§ 4º – O ingresso na carreira de Delegado de Polícia dependerá de concurso público de provas e
títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exi-
gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, dois anos de atividades jurídicas, observando-se, nas
nomeações, a ordem de classificação.
§ 5º – A exigência de tempo de atividade jurídica será dispensada para os que contarem com, no
mínimo, dois anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial-civil, anteriormente à publica-
ção do edital de concurso.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 3 de abril de 2012
§ 6º - A remoção de integrante da carreira de delegado de polícia somente poderá ocorrer median-
te pedido do interessado ou manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia Civil, nos ter-
mos da lei.
§ 7º - Lei orgânica e estatuto disciplinarão a organização, o funcionamento, os direitos, deveres,
vantagens e regime de trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes, servidores especiais, assegu-
rado na estruturação das carreiras o mesmo tratamento dispensado, para efeito de escalonamento
e promoção, aos delegados de polícia, respeitadas as leis federais concernentes.
§ 8º - Lei específica definirá a organização, funcionamento e atribuições da Superintendência da
Polícia Técnico-Científica, que será dirigida, alternadamente, por perito criminal e médico legista,
sendo integrada pelos seguintes órgãos;
1 - Instituto de Criminalística;
2 - Instituto Médico Legal.
(**) Parágrafos 3°, 4° e 5° renumerados para 6°, 7° e 8°, respectivamente, pela Emenda Constitucional nº 35,
de 3 de abril de 2012
(**) - ADIN - 2.861 - aguardando liminar (**) ADIN- Nº2.822

SEÇÃO III
Da Polícia Militar
Artigo 141 - À Polícia Militar, órgão permanente, incumbem, além das atribuições definidas em lei,
a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1º - O Comandante Geral da Polícia Militar será nomeado pelo Governador do Estado dentre ofi-
ciais da ativa, ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares, conforme dispu-
ser a lei, devendo fazer declaração pública de bens no ato da posse e de sua exoneração.
§ 2º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, o funcionamento, direitos, deveres, van-
tagens e regime de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes, servidores militares estaduais,
respeitadas as leis federais concernentes.
§ 3º - A criação e manutenção da Casa Militar e Assessorias Militares somente poderão ser efetiva-
das nos termos em que a lei estabelecer.
§ 4º - O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo Governador do Estado entre oficiais da ativa,
ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento definidos na legislação pre-
vista no § 2º do artigo anterior.

SEÇÃO IV
Da Política Penitenciária
Artigo 143 - A legislação penitenciária estadual assegurará o respeito às regras mínimas da Organi-
zação das Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a defesa técnica nas infrações disciplinares
e definirá a composição e competência do Conselho Estadual de Política Penitenciária.

TÍTULO IV
Dos Municípios e Regiões
CAPÍTULO I
Dos Municípios
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 144 - Os Municípios, com autonomia política, legislativa, administrativa e financeira se auto-
organizarão por Lei Orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e nesta
Constituição.

Artigo 145 - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios preservarão a


continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, far-se-ão por lei obedecidos os
requisitos previstos em lei complementar, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações diretamente interessadas.

Artigo 145 - A criação, a fusão, a incorporação e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos
de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, nos termos do artigo 18, § 4º,
da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 145-A - A alteração da denominação de Municípios, quando não resultar do disposto no arti-
go 145, far-se-á por lei estadual e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, à população
do respectivo Município
§ 1º - O plebiscito será realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral, mediante solicitação da Câmara
Municipal, instruída com representação subscrita por, no mínimo, 1% (um por cento) dos eleitores
domiciliados no respectivo Município e informação do órgão técnico competente sobre a inexistên-
cia de topônimo correlato no Estado ou em outra unidade da Federação.
§ 2º - Caso o resultado do plebiscito seja favorável à alteração proposta, o Tribunal Regional Eleito-
ral o encaminhará à Assembleia Legislativa para a elaboração da lei estadual mencionada no ‘ca-
put’.”
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 22 de outubro de 2009Legislação do Estado
Parágrafo único - O território dos Municípios poderá ser dividido em distritos, mediante lei munici-
pal, atendidos os requisitos previstos em lei complementar, garantida a participação popular.
Artigo 146 – A classificação de Municípios Turísticos, assim considerados as Estâncias e os Municí-
pios de Interesse Turístico, far-se-á por lei estadual e dependerá da observância de condições e
requisitos mínimos estabelecidos em lei complementar e da manifestação do órgão técnico compe-
tente.
§1º – O Poder Executivo deverá encaminhar à Assembleia Legislativa, a cada três anos, projeto de
Lei Revisional dos Municípios Turísticos, a ser disciplinado na lei complementar prevista no ‘caput’
deste artigo.
§2º – O Estado manterá, na forma que a lei estabelecer, um Fundo de Melhoria dos Municípios
Turísticos, com o objetivo de desenvolver programas de melhoria e preservação ambiental, urbani-
zação, serviços e equipamentos turísticos.
§3º – O Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos terá dotação orçamentária anual correspon-
dente a 11% (onze por cento) da totalidade da arrecadação dos impostos municipais das Estâncias
no exercício imediatamente anterior, limitada ao valor inicial da última dotação atualizado pela
variação anual nominal da receita de impostos estaduais estimada na subsequente proposta orça-
mentária.
§4º – Os critérios para a distribuição, transferência e aplicação dos recursos do Fundo de Melhoria
dos Municípios Turísticos serão estabelecidos em lei, garantida a destinação de 20% (vinte por cen-
to) para os Municípios de Interesse Turístico.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 9 de abril de 2015
Artigo 147 - Os Municípios poderão, por meio de lei municipal, constituir guarda municipal, desti-
nada à proteção de seus bens, serviços e instalações, obedecidos os preceitos da lei federal.
Artigo 148 - Lei estadual estabelecerá condições que facilitem e estimulem a criação de Corpos de
Bombeiros Voluntários nos Municípios respeitada a legislação federal.

SEÇÃO II
Da Intervenção
Artigo 149 - O Estado não intervirá no Município, salvo quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;


III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimen-
to do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para a observância de princípios constan-
tes nesta Constituição, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, prazo e condições de execução e, se
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação da Assembléia Legislativa, no prazo de
vinte e quatro horas.
§ 2º - Estando a Assembléia Legislativa em recesso, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo
prazo de vinte e quatro horas, para apreciar a Mensagem do Governador do Estado.
§ 3º - No caso do inciso IV, dispensada a apreciação pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-
se-á a suspender a execução do ato impugnado, se esta medida bastar ao restabelecimento da
normalidade, comunicando o Governador do Estado seus efeitos ao Presidente do Tribunal de Jus-
tiça.
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes volta-
rão, salvo impedimento legal, sem prejuízo da apuração administrativa, civil ou criminal decorrente
de seus atos.
§ 5º - O interventor prestará contas de seus atos ao Governador do Estado e aos órgãos de fiscali-
zação a que estão sujeitas as autoridades afastadas.

SEÇÃO III
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial
Artigo 150 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária operacional e patrimonial do Municí-
pio e de todas as entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, finalidade, motivação, moralidade, publicidade e interesse público, aplicação de
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle exter-
no, e pelos sistemas de controle interno e de cada Poder, na forma da respectiva lei orgânica, em
conformidade com o disposto no art. 31 da Constituição Federal.
(**) Artigo 151 - O Tribunal de Contas do Município de São Paulo será composto por cinco Conse-
lheiros e obedecerá, no que couber, aos princípios da Constituição Federal e desta Constituição.
(**) ADIN 346-1/600 – LIMINAR INDEFERIDA
(**) Parágrafo único - Aplicam-se aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo as nor-
mas pertinentes aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
(**) ADIN 346-1/600 – LIMINAR INDEFERIDA)

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO II
Da Organização Regional
SEÇÃO I
Dos Objetivos, Diretrizes e Prioridades
Artigo 152 - A organização regional do Estado tem por objetivo promover:
I - o planejamento regional para o desenvolvimento sócio-econômico e melhoria da qualidade de
vida;
II - a cooperação dos diferentes níveis de governo, mediante a descentralização, articulação e inte-
gração de seus órgãos e entidades da administração direta e indireta com atuação na região, visan-
do ao máximo aproveitamento dos recursos públicos a ela destinados;
III - a utilização racional do território, dos recursos naturais, culturais e a proteção do meio ambien-
te, mediante o controle da implantação dos empreendimentos públicos e privados na região;
IV - a integração do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum aos entes
públicos atuantes na região;
V - a redução das desigualdades sociais e regionais.
Parágrafo único - O Poder Executivo coordenará e compatibilizará os planos e sistemas de caráter
regional.

SEÇÃO II
Das Entidades Regionais
Artigo 153 - O território estadual poderá ser dividido, total ou parcialmente, em unidades regionais
constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, mediante lei complementar, para integrar
a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, atendidas as
respectivas peculiaridades.
§ 1º - Considera-se região metropolitana o agrupamento de Municípios limítrofes que assuma des-
tacada expressão nacional, em razão de elevada densidade demográfica, significativa conurbação e
de funções urbanas e regionais com alto grau de diversidade, especialização e integração sócio-
econômica, exigindo planejamento integrado e ação conjunta permanente dos entes públicos nela
atuantes.
§ 2º - Considera-se aglomeração urbana o agrupamento de Municípios limítrofes que apresente
relação de integração funcional de natureza econômico-social e urbanização contínua entre dois ou
mais Municípios ou manifesta tendência nesse sentido, que exija planejamento integrado e reco-
mende ação coordenada dos entes públicos nela atuantes.
§ 3º - Considera-se microrregião o agrupamento de Municípios limítrofes que apresente, entre si,
relações de interação funcional de natureza físico-territorial, econômico-social e administrativa,
exigindo planejamento integrado com vistas a criar condições adequadas para o desenvolvimento e
integração regional.
Artigo 154 - Visando a promover o planejamento regional, a organização e execução das funções
públicas de interesse comum, o Estado criará, mediante lei complementar, para cada unidade regi-
onal, um conselho de caráter normativo e deliberativo, bem como disporá sobre a organização, a
articulação, a coordenação e, conforme o caso, a fusão de entidades ou órgãos públicos atuantes
na região, assegurada, nestes e naquele, a participação paritária do conjunto dos Municípios, com
relação ao Estado.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1º - Em regiões metropolitanas, o conselho a que alude o "caput" deste artigo integrará entidade
pública de caráter territorial, vinculando-se a ele os respectivos órgãos de direção e execução, bem
como as entidades regionais e setoriais executoras das funções públicas de interesse comum, no
que respeita ao planejamento e às medidas para sua implementação.
§ 2º - É assegurada, nos termos da lei complementar, a participação da população no processo de
planejamento e tomada de decisões, bem como na fiscalização da realização de serviços ou funções
públicas em nível regional.
§ 3º - A participação dos municípios nos conselhos deliberativos e normativos regionais, previstos
no "caput" deste artigo, será disciplinada em lei complementar.

Artigo 155 - Os Municípios deverão compatibilizar, no que couber, seus planos, programas, orça-
mentos, investimentos e ações às metas, diretrizes e objetivos estabelecidos nos planos e progra-
mas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento econômico-social e de ordenação territori-
al, quando expressamente estabelecidos pelo conselho a que se refere o art. 154.
Parágrafo único - O Estado, no que couber, compatibilizará os planos e programas estaduais, regio-
nais e setoriais de desenvolvimento, com o plano diretor dos Municípios e as prioridades da popu-
lação local.

Artigo 156 - Os planos plurianuais do Estado estabelecerão, de forma regionalizada, as diretrizes,


objetivos e metas da Administração Estadual.

Artigo 157 - O Estado e os Municípios destinarão recursos financeiros específicos, nos respectivos
planos plurianuais e orçamentos, para o desenvolvimento de funções públicas de interesse comum,
observado o disposto no art. 174 desta Constituição.

Artigo 158 - Em região metropolitana ou aglomeração urbana, o planejamento do transporte cole-


tivo de caráter regional será efetuado pelo Estado, em conjunto com os municípios integrantes das
respectivas entidades regionais.
Parágrafo único - Caberá ao Estado a operação do transporte coletivo de caráter regional, direta-
mente ou mediante concessão ou permissão.

TÍTULO V
Da Tributação, das Finanças e dos Orçamentos
CAPÍTULO I
Do Sistema Tributário Estadual
SEÇÃO I
Dos Princípios Gerais
Artigo 159 - A receita pública será constituída por tributos, preços e outros ingressos.
Parágrafo único - Os preços públicos serão fixados pelo Executivo, observadas as normas gerais de
Direito Financeiro e as leis atinentes à espécie.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 160 - Compete ao Estado instituir:


I - os impostos previstos nesta Constituição e outros que venham a ser de sua competência;
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia, ou pela utilização, efetiva ou potencial, de ser-
viços públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
IV – contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime pre-
videnciário e de assistência social, na forma do artigo 149, § 1º, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capaci-
dade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Artigo 161 - O Estado proporá e defenderá a isenção de impostos sobre produtos componentes da
cesta básica.
Parágrafo único - Observadas as restrições da legislação federal, a lei definirá, para efeito de redu-
ção ou isenção da carga tributária, os produtos que integrarão a cesta básica, para atendimento da
população de baixa renda.

Artigo 162 - O Estado coordenará e unificará serviços de fiscalização e arrecadação de tributos, bem
como poderá delegar à União, a outros Estados e Municípios, e deles receber encargos de adminis-
tração tributária.

SEÇÃO II
Das Limitações do Poder de Tributar
Artigo 163 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Estado:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea “b”;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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IV - utilizar tributo com efeito de confisco;


V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributo, ressalvada a cobran-
ça de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público Estadual;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive sua fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos de lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
VII - respeitado o disposto no art. 150 da Constituição Federal, bem assim na legislação comple-
mentar específica, instituir tributo que não seja uniforme em todo o território estadual, ou que
implique distinção ou preferência em relação a Município em detrimento de outro, admitida a con-
cessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-
econômico entre as diferentes regiões do Estado;
VIII - instituir isenções de tributos da competência dos municípios.
§ 1º - A proibição do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas ou mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados aos seus fins
essenciais ou deles decorrentes.
§ 2º - As proibições do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicá-
veis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário.
§ 3º - A contribuição de que trata o art. 160, IV, só poderá ser exigida após decorridos noventa dias
da publicação da lei que a houver instituído ou modificado, não se lhe aplicando o disposto no inci-
so III, "b", deste artigo.
§ 4º - As proibições expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio,
a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos
que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderão ser concedidos medi-
ante lei estadual específica, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o corres-
pondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § 2º, XII, “g”, da Consti-
tuição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
(**) § 7º - Para os efeitos do inciso V, não se compreende como limitação ao tráfego de bens a a-
preensão de mercadorias, quando desacompanhadas de documentação fiscal idônea, hipótese em
que ficarão retidas até a comprovação da legitimidade de sua posse pelo proprietário.
(**) ADIN 395-0/600 – AGUARDANDO JULGAMENTO DE MÉRITO

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§ 8º - A vedação do inciso III, “c”, não se aplica à fixação da base de cálculo do imposto previsto no
artigo 165, I, “c”.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Artigo 164 - É vedada a cobrança de taxas:
I - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;
II - para a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos
de interesse pessoal.

SEÇÃO III
Dos Impostos do Estado
Artigo 165 - Compete ao Estado instituir:
I - impostos sobre:
a) transmissão "causa mortis" e doação de quaisquer bens ou direitos;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual, intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior;
c) propriedade de veículos automotores;
II - adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domici-
liadas no território do Estado de São Paulo, a título do imposto previsto no art. 153, III, da Constitu-
ição Federal, incidentes sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.
§ 1º - O imposto previsto no inciso I, "a":
1 - incide sobre:
a) bens imóveis situados neste Estado e direitos a eles relativos;
b) bens móveis, títulos e créditos, cujo inventário ou arrolamento for processado neste Estado;
c) bens móveis, títulos e créditos, cujo doador estiver domiciliado neste Estado;
2 - terá suas alíquotas limitadas aos percentuais máximos fixados pelo Senado Federal.
§ 2º - O imposto previsto no inciso I, "b", atenderá ao seguinte:
1 - será não comulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação
de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou
em outro Estado ou pelo Distrito Federal;
2 - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
3 - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
4 - terá as suas alíquotas fixadas nos termos do art. 155, § 2º, IV, V e VI, da Constituição Federal.

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5 - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localiza-
do em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
6 - na hipótese da alínea "a" do item anterior, caberá a este Estado, quando nele estiver localizado
o destinatário, o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
7 - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ain-
da que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto a este Estado, quando nele estiver situado o esta-
belecimento destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não com-
preendidos na competência tributária dos Municípios;
8 - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a des-
tinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto co-
brado nas operações e prestações anteriores;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, incluindo lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º, da Constituição Federal;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
9 - não compreenderá, em sua base de cálculo o montante do imposto sobre produtos industriali-
zados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industria-
lização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.
§ 3º - O produto das multas provenientes do adicional do imposto de renda será aplicado obrigato-
riamente na construção de casas populares.
§ 4º - O imposto previsto no inciso I, “c”:
1 - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
2 - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 166 - Lei de iniciativa do Poder Executivo isentará do imposto as transmissões "causa mortis"
de imóvel de pequeno valor, utilizado como residência do beneficiário da herança.
Parágrafo único - A lei a que se refere o "caput" deste artigo estabelecerá as bases do valor referi-
do, de conformidade com os índices oficiais fixados pelo Governo Federal.

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SEÇÃO IV
Da Repartição das Receitas Tributárias
Artigo 167 - O Estado destinará aos Municípios:
I - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus respectivos territórios;
II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circu-
lação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação;
III - vinte e cinco por cento dos recursos que receber nos termos do art. 159, II, da Constituição
Federal.
IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio
econômico que couber ao Estado, nos termos do § 4º do artigo 159 da Constituição Federal e na
forma da lei a que se refere o inciso III do mesmo artigo.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 1º - As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso II, serão credita-
das conforme os seguintes critérios:
1 - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação
de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
2 - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.
§ 2º - As parcelas de receita pertencentes aos Municípios mencionados no inciso III serão credita-
das conforme os critérios estabelecidos no § 1º.
§ 3º - Cabe à lei dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da
liberação das participações previstas neste artigo.

Artigo 168 - É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribu-
ídos nesta seção aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único – A proibição contida no caput não impede o Estado de condicionar a entrega de
recursos ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias, e ao cumprimento do dispos-
to no artigo 198, § 2º, III, e § 3º, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

CAPÍTULO II
Das Finanças
Artigo 169 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará sujeita aos limites estabelecidos na lei com-
plementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal.
Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de
cargos ou a alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título,
pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:

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1 - se houver prévia dotação orçamentária, suficiente para atender às projeções de despesa de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
2 - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
Artigo 170 - O Poder Executivo publicará e enviará ao Legislativo, até trinta dias após o encerra-
mento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 1º - Até dez dias antes do encerramento do prazo de que trata este artigo, as autoridades nele
referidas remeterão ao Poder Executivo as informações necessárias.
§ 2º - Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o Tribunal de Contas e o Ministério Público,
publicarão seus relatórios, nos termos deste artigo.

Artigo 171 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 172 - Os recursos financeiros, provenientes da exploração de gás natural, que couberem ao
Estado por força do disposto no § 1º do art. 20 da Constituição Federal, serão aplicados preferenci-
almente na construção, desenvolvimento e manutenção do sistema estadual de gás canalizado.

Artigo 173 - São agentes financeiros do Tesouro Estadual os hoje denominados Banco do Estado de
São Paulo S/A e Caixa Econômica do Estado de São Paulo S/A.

CAPÍTULO III
Dos Orçamentos
Artigo 174 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão, com observância dos preceitos
correspondentes da Constituição Federal:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da adminis-
tração pública estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pú-
blica estadual, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabe-
lecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º - Os planos e programas estaduais previstos nesta Constituição serão elaborados em conso-
nância com o plano plurianual.
§ 4º - A lei orçamentária anual compreenderá:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

1 - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, seus fundos, órgãos e entidades da admi-
nistração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
2 - o orçamento de investimentos das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto;
3 - o orçamento de seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos e ela vinculados, da
administração direta e indireta, bem como os fundos e fundações instituídas ou mantidas pelo Po-
der Público.
4 – o orçamento da verba necessária ao pagamento de débitos oriundos de sentenças transitadas
em julgado, constantes dos precatórios judiciais apresentados até 1º de julho, a serem consignados
diretamente ao Poder Judiciário, ressalvados os créditos de natureza alimentícia e as obrigações
definidas em lei como de pequeno valor.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
§ 5º - A matéria do projeto das leis a que se refere o "caput" deste artigo será organizada e compa-
tibilizada em todos os seus aspectos setoriais e regionais pelo órgão central de planejamento do
Estado.
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo dos efeitos decorrentes
de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e credití-
cia.
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 4º, itens 1 e 2, deste artigo, compatibilizados com o plano plu-
rianual, terão, entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter-regionais.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º - O Governador enviará à Assembléia Legislativa:
1 - até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do Governador eleito, o projeto de lei dispondo
sobre o plano plurianual;
2 - até 30 de abril, anualmente, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias; e
3 - até 30 de setembro, de cada ano, o projeto de lei da proposta orçamentária para o exercício
subseqüente.” (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 23 de janeiro de 2008
Artigo 175 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orça-
mento anual e aos créditos adicionais, bem como suas emendas, serão apreciados pela Assembléia
Legislativa.
§ 1º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem serão
admitidas desde que:
1 - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
2 - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;

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c) transferências tributárias constitucionais para Municípios.


3 - sejam relacionadas:
a) com correção de erros ou omissões;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 2º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 3º - O Governador poderá enviar mensagem ao Legislativo para propor modificações nos projetos
a que se refere este artigo, enquanto não iniciada, na Comissão competente, a votação da parte
cuja alteração é proposta.
§ 4º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 5º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Artigo 176 - São vedados:
I - o início de programas, projetos e atividades não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamen-
tários ou adicionais;
III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressal-
vadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com fim preciso, aprovados
pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as permissões pre-
vistas no art. 167, IV, da Constituição Federal e a destinação de recursos para a pesquisa científica e
tecnológica, conforme dispõe o art. 218, § 5º, da Constituição Federal;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indica-
ção dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra-
mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da se-
guridade social para suprir necessidade ou cobrir "déficit" de empresas, fundações e fundos, inclu-
sive dos mencionados no art. 165, § 5º, da Constituição Federal.
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exer-
cício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exer-
cício financeiro subseqüente.

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TÍTULO VI
Da Ordem Econômica
CAPÍTULO I
Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização geográfica das atividades de produção de bens
e serviços, visando o desenvolvimento equilibrado das regiões.

Artigo 178 – O Estado dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte constituídas


sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no país, aos micro e pequenos produtores
rurais, assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simpli-
ficação de suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução
destas, por meio de lei.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006
Parágrafo único - As microempresas e empresas de pequeno porte constituem categorias econômi-
cas diferenciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e de
produção rural a que se destinam.

Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

CAPÍTULO II
Do Desenvolvimento Urbano
Artigo 180 - No estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano, o
Estado e os Municípios assegurarão:
I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia do bem-estar de seus habi-
tantes;
II - a participação das respectivas entidades comunitárias no estudo, encaminhamento e solução
dos problemas, planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
III - a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente urbano e cultural;
IV - a criação e manutenção de áreas de especial interesse histórico, urbanístico, ambiental, turísti-
co e de utilização pública;
V - a observância das normas urbanísticas, de segurança, higiene e qualidade de vida;
VI - a restrição à utilização de áreas de riscos geológicos;
VII - as áreas definidas em projeto de loteamento como áreas verdes ou institucionais não poderão,
em qualquer hipótese, ter sua destinação, fim e objetivos originariamente estabelecidos alterados.
VII - as áreas definidas em projetos de loteamento como áreas verdes ou institucionais não poderão
ter sua destinação, fim e objetivos originariamente alterados, exceto quando a alteração da desti-
nação tiver como finalidade a regularização de:
loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais estejam total ou parcialmente ocupadas por nú-
cleos habitacionais de interesse social destinados à população de baixa renda, e cuja situação esteja
consolidada ou seja de difícil reversão;
equipamentos públicos implantados com uso diverso da destinação, fim e objetivos originariamen-
te previstos quando da aprovação do loteamento;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

imóveis ocupados por organizações religiosas para suas atividades finalísticas.”


(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 15 de dezembro sw 2008
(**)§1º - As exceções contempladas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII deste artigo serão admitidas
desde que a situação das áreas objeto de regularização esteja consolidada até dezembro de 2004, e
mediante a realização de compensação, que se dará com a disponibilização de outras áreas livres
ou que contenham equipamentos públicos já implantados nas proximidades das áreas objeto de
compensação.
§ 2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior poderá ser dispensada, por ato fundamen-
tado da autoridade municipal competente, desde que nas proximidades da área pública cuja desti-
nação será alterada existam outras áreas públicas que atendam as necessidades da população.
§ 3º - A exceção contemplada na alínea ‘c’ do inciso VII deste artigo será permitida desde que a
situação das áreas públicas objeto de alteração da destinação esteja consolidada até dezembro de
2004, e mediante a devida compensação ao Poder Executivo Municipal, conforme diretrizes estabe-
lecidas em lei municipal específica.”
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 15 de dezembro de 2008

Artigo 181 - Lei municipal estabelecerá, em conformidade com as diretrizes do plano diretor, nor-
mas sobre zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação do solo, índices urbanísticos,
proteção ambiental e demais limitações administrativas pertinentes.
§ 1º - Os planos diretores, obrigatórios a todos os Municípios, deverão considerar a totalidade de
seu território municipal.
§ 2º - Os Municípios observarão, quando for o caso, os parâmetros urbanísticos de interesse regio-
nal, fixados em lei estadual, prevalecendo, quando houver conflito, a norma de caráter mais restri-
tivo, respeitadas as respectivas autonomias.
§ 3º - Os Municípios estabelecerão, observadas as diretrizes fixadas para as regiões metropolitanas,
microrregiões e aglomerações urbanas, critérios para regularização e urbanização, assentamentos e
loteamentos irregulares.
(**) § 4º - É vedado aos Municípios, nas suas legislações edilícias, a exigência de apresentação da
planta interna para edificações unifamiliares. No caso de reformas, é vedado a exigência de qual-
quer tipo de autorização administrativa e apresentação da planta interna para todas as edificações
residenciais, desde que assistidas por profissionais habilitados.
(**) Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 16, de 25 de novembro de 2002

Artigo 182 - Incumbe ao Estado e aos Municípios promover programas de construção de moradias
populares, de melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

Artigo 183 - Ao Estado, em consonância com seus objetivos de desenvolvimento econômico e soci-
al, cabe estabelecer, mediante lei, diretrizes para localização e integração das atividades industriais,
considerando os aspectos ambientais, locacionais, sociais, econômicos e estratégicos, e atendendo
ao melhor aproveitamento das condições naturais urbanas e de organização especial.

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Parágrafo único - Competem aos Municípios, de acordo com as respectivas diretrizes de desenvol-
vimento urbano, a criação e a regulamentação de zonas industriais, obedecidos os critérios estabe-
lecidos pelo Estado, mediante lei, e respeitadas as normas relacionadas ao uso e ocupação do solo
e ao meio ambiente urbano e natural.

CAPÍTULO III
Da Política Agrícola, Agrária e Fundiária
Artigo 184 - Caberá ao Estado, com a cooperação dos Municípios:
I - orientar o desenvolvimento rural, mediante zoneamento agrícola inclusive;
II - propiciar o aumento da produção e da produtividade, bem como a ocupação estável do campo;
III - manter estrutura de assistência técnica e extensão rural;
IV - orientar a utilização racional de recursos naturais de forma sustentada, compatível com a pre-
servação do meio ambiente, especialmente quanto à proteção e conservação do solo e da água;
V - manter um sistema de defesa sanitária animal e vegetal;
VI - criar sistema de inspeção e fiscalização de insumos agropecuários;
VII - criar sistema de inspeção, fiscalização, normatização, padronização e classificação de produtos
de origem animal e vegetal;
VIII - manter e incentivar a pesquisa agropecuária;
IX - criar programas especiais para fornecimento de energia, de forma favorecida, com o objetivo
de amparar e estimular a irrigação;
X - criar programas específicos de crédito, de forma favorecida, para custeio e aquisição de insu-
mos, objetivando incentivar a produção de alimentos básicos e da horticultura.
§ 1º - Para a consecução dos objetivos assinalados neste artigo, o Estado organizará sistema inte-
grado de órgãos públicos e promoverá a elaboração e execução de planos de desenvolvimento
agropecuários, agrários e fundiários.
§ 2º - O Estado, mediante lei, criará um Conselho de Desenvolvimento Rural, com objetivo de pro-
por diretrizes à sua política agrícola, garantida a participação de representantes da comunidade
agrícola, tecnológica e agronômica, organismos governamentais, de setores empresariais e de tra-
balhadores.

Artigo 185 - O Estado compatibilizará a sua ação na área agrícola e agrária para garantir as diretri-
zes e metas do Programa Nacional de Reforma Agrária.

Artigo 186 - A ação dos órgãos oficiais atenderá, de forma preferencial, aos imóveis que cumpram a
função social da propriedade, e especialmente aos mini e pequenos produtores rurais e aos benefi-
ciários de projeto de reforma agrária.

Artigo 187 - A concessão real de uso de terras públicas far-se-á por meio de contrato, onde consta-
rão, obrigatoriamente, além de outras que forem estabelecidas pelas partes, cláusulas definidoras:

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I - da exploração das terras, de modo direto, pessoal ou familiar, para cultivo ou qualquer outro
tipo de exploração que atenda ao plano público de política agrária, sob pena de reversão ao conce-
dente;
II - da obrigatoriedade de residência dos beneficiários na localidade de situação das terras;
III - da indivisibilidade e da intransferibilidade das terras, a qualquer título, sem autorização expres-
sa e prévia do concedente;
IV - da manutenção das reservas florestais obrigatórias e observância das restrições ambientais do
uso do imóvel, nos termos da lei.

Artigo 188 - O Estado apoiará e estimulará o cooperativismo e o associativismo como instrumento


de desenvolvimento sócio-econômico, bem como estimulará formas de produção, consumo, servi-
ços, créditos e educação co-associadas, em especial nos assentamentos para fins de reforma agrá-
ria.

Artigo 189 - Caberá ao Poder Público, na forma da lei, organizar o abastecimento alimentar, assegu-
rando condições para a produção e distribuição de alimentos básicos.
(**) Artigo 190 - O transporte de trabalhadores urbanos e rurais deverá ser feito por ônibus, aten-
didas as normas de segurança estabelecidas em lei.
(**) ADIN 403-4 – DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE

CAPÍTULO IV
Do Meio Ambiente, dos Recursos Naturais e do Saneamento
SEÇÃO I
Do Meio Ambiente
Artigo 191 - O Estado e os Municípios providenciarão, com a participação da coletividade, a preser-
vação, conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do traba-
lho, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e
econômico.

Artigo 192 - A execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos e a explo-


ração de recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão
admitidas se houver resguardo do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
§ 1º - A outorga de licença ambiental, por órgão, ou entidade governamental competente, inte-
grante de sistema unificado para esse efeito, será feita com observância dos critérios gerais fixados
em lei, além de normas e padrões estabelecidos pelo Poder Público e em conformidade com o pla-
nejamento e zoneamento ambientais.
§ 2º - A licença ambiental, renovável na forma da lei, para a execução e a exploração mencionadas
no "caput" deste artigo, quando potencialmente causadoras de significativa degradação do meio
ambiente, será sempre precedida, conforme critérios que a legislação especificar, da aprovação do
Estudo Prévio de Impacto Ambiental e respectivo relatório a que se dará prévia publicidade, garan-
tida a realização de audiências públicas.

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Artigo 193 - O Estado, mediante lei, criará um sistema de administração da qualidade ambiental,
proteção, controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais,
para organizar, coordenar e integrar as ações de órgãos e entidades da administração pública direta
e indireta, assegurada a participação da coletividade, com o fim de:
I - propor uma política estadual de proteção ao meio ambiente;
II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pública e junto ao setor privado, para manter e
promover o equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade ambiental, prevenindo a degradação em
todas as suas formas e impedindo ou mitigando impactos ambientais negativos e recuperando o
meio ambiente degradado;
III - definir, implantar e administrar espaços territoriais e seus componentes representativos de
todos os ecossistemas originais a serem protegidos, sendo a alteração e supressão, incluindo os já
existentes, permitidas somente por lei;
IV - realizar periodicamente auditorias nos sistemas de controle de poluição e de atividades poten-
cialmente poluidoras;
V - informar a população sobre os níveis de poluição, a qualidade do meio ambiente, as situações
de risco de acidentes, a presença de substâncias potencialmente nocivas à saúde, na água potável e
nos alimentos, bem como os resultados das monitoragens e auditorias a que se refere o inciso IV
deste artigo;
VI - incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a capacitação tecnológica para a resolução dos pro-
blemas ambientais e promover a informação sobre essas questões;
VII - estimular e incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de fontes de energia alter-
nativas, não poluentes, bem como de tecnologias brandas e materiais poupadores de energia;
VIII - fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação genética;
IX - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e dos ecossistemas;
X - proteger a flora e a fauna, nesta compreendidos todos os animais silvestres, exóticos e domésti-
cos, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e que provoquem extinção de
espécies ou submetam os animais à crueldade, fiscalizando a extração, produção, criação, métodos
de abate, transporte, comercialização e consumo de seus espécimes e subprodutos;
XI - controlar e fiscalizar a produção, armazenamento, transporte, comercialização, utilização e
destino final de substâncias, bem como o uso de técnicas, métodos e instalações que comportem
risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida e meio ambiente, incluindo o de trabalho;
XII - promover a captação e orientar a aplicação de recursos financeiros destinados ao desenvolvi-
mento de todas as atividades relacionadas com a proteção e conservação do meio ambiente;
XIII - disciplinar a restrição à participação em concorrências públicas e ao acesso a benefícios fiscais
e créditos oficiais às pessoas físicas e jurídicas condenadas por atos de degradação do meio ambi-
ente;
XIV - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilização dos causadores de poluição
ou de degradação ambiental;
XV - promover a educação ambiental e a conscientização pública para a preservação, conservação e
recuperação do meio ambiente;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

XVI - promover e manter o inventário e o mapeamento da cobertura vegetal nativa, visando à ado-
ção de medidas especiais de proteção, bem como promover o reflorestamento, em especial, às
margens de rios e lagos, visando à sua perenidade;
XVII - estimular e contribuir para a recuperação da vegetação em áreas urbanas, com plantio de
árvores, preferencialmente frutíferas, objetivando especialmente a consecução de índices mínimos
de cobertura vegetal;
XVIII - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações de proteção ao meio ambiente constituídas
na forma da lei, respeitando a sua autonomia e independência de atuação;
XIX - instituir programas especiais mediante a integração de todos os seus órgãos, incluindo os de
crédito, objetivando incentivar os proprietários rurais a executarem as práticas de conservação do
solo e da água, de preservação e reposição das matas ciliares e replantio de espécies nativas;
XX - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos que, direta
ou indiretamente, possam causar degradação do meio ambiente, adotando medidas preventivas ou
corretivas e aplicando as sanções administrativas pertinentes;
XXI - realizar o planejamento e o zoneamento ambientais, considerando as características regionais
e locais, e articular os respectivos planos, programas e ações;
Parágrafo único - O sistema mencionado no "caput" deste artigo será coordenado por órgão da
administração direta que será integrado por:
a) Conselho Estadual do Meio Ambiente, órgão normativo e recursal, cujas atribuições e composi-
ção serão definidas em lei;
b) órgãos executivos incumbidos da realização das atividades de desenvolvimento ambiental.

Artigo 194 - Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado a recuperar o meio ambiente de-
gradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Parágrafo único - É obrigatória, na forma da lei, a recuperação, pelo responsável, da vegetação a-
dequada nas áreas protegidas, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

Artigo 195 - As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, com aplicação de multas diárias e progressi-
vas no caso de continuidade da infração ou reincidência, incluídas a redução do nível de atividade e
a interdição, independentemente da obrigação dos infratores de reparação aos danos causados.
Parágrafo único - O sistema de proteção e desenvolvimento do meio ambiente será integrado pela
Polícia Militar mediante suas unidades de policiamento florestal e de mananciais, incumbidas da
prevenção e repressão das infrações cometidas contra o meio ambiente, sem prejuízo dos corpos
de fiscalização dos demais órgãos especializados.

Artigo 196 - A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona Costeira, o Complexo Estuarino Lagunar entre
Iguape e Cananéia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e Paranapanema e as unidades de con-
servação do Estado são espaços territoriais especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na
forma da lei, dependendo de prévia autorização e dentro de condições que assegurem a preserva-
ção do meio ambiente.

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Artigo 197 - São áreas de proteção permanente:


I - os manguezais;
II - as nascentes, os mananciais e matas ciliares;
III - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, bem como aquelas que sirvam
como local de pouso ou reprodução de migratórios;
IV - as áreas estuarinas;
V - as paisagens notáveis;
VI - as cavidades naturais subterrâneas.

Artigo 198 - O Estado estabelecerá, mediante lei, os espaços definidos no inciso V do artigo anteri-
or, a serem implantados como especialmente protegidos, bem como as restrições ao uso e ocupa-
ção desses espaços, considerando os seguintes princípios:
I - preservação e proteção da integridade de amostras de toda a diversidade de ecossistemas;
II - proteção do processo evolutivo das espécies;
III - preservação e proteção dos recursos naturais.

Artigo 199 - O Poder Público estimulará a criação e manutenção de unidades privadas de conserva-
ção.

(**)Artigo 200 - O Poder Público Estadual, mediante lei, criará mecanismos de compensação finan-
ceira para Municípios que sofrerem restrições por força de instituição de espaços territoriais espe-
cialmente protegidos pelo Estado.
(**) ADIN- 13.140-0 TJ - Julgada extinta, sem exame do mérito.

Artigo 201 - O Estado apoiará a formação de consórcios entre os Municípios, objetivando a solução
de problemas comuns relativos à proteção ambiental, em particular à preservação dos recursos
hídricos e ao uso equilibrado dos recursos naturais.

Artigo 202 - As áreas declaradas de utilidade pública, para fins de desapropriação, objetivando a
implantação de unidades de conservação ambiental, serão consideradas espaços territoriais, espe-
cialmente protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que degradem o meio ambiente ou
que, por qualquer forma, possam comprometer a integridade das condições ambientais que moti-
varam a expropriação.

Artigo 203 - São indisponíveis as terras devolutas estaduais apuradas em ações discriminatórias e
arrecadadas pelo Poder Público, inseridas em unidades de preservação ou necessárias à proteção
dos ecossistemas naturais.
(**) Artigo 204 - Fica proibida a caça, sob qualquer pretexto, em todo o Estado.
(**) ADIN 350-0/600 – AGUARDANDO JULGAMENTO NO STF

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SEÇÃO II
Dos Recursos Hídricos
Artigo 205 - O Estado instituirá, por lei, sistema integrado de gerenciamento dos recursos hídricos,
congregando órgãos estaduais e municipais e a sociedade civil, e assegurará meios financeiros e
institucionais para:
I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e sua prioridade para abastecimento às
populações;
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio dos custos das respectivas obras, na
forma da lei;
III - a proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos
econômicos ou sociais;
V - a celebração de convênios com os Municípios, para a gestão, por estes, das águas de interesse
exclusivamente local;
VI - a gestão descentralizada, participativa e integrada em relação aos demais recursos naturais e às
peculiaridades da respectiva bacia hidrográfica;
VII - o desenvolvimento do transporte hidroviário e seu aproveitamento econômico.

Artigo 206 - As águas subterrâneas, reservas estratégicas para o desenvolvimento econômico-social


e valiosas para o suprimento de água às populações, deverão ter programa permanente de conser-
vação e proteção contra poluição e superexploração, com diretrizes em lei.

Artigo 207 - O Poder Público, mediante mecanismos próprios, definidos em lei, contribuíra para o
desenvolvimento dos Municípios em cujos territórios se localizarem reservatórios hídricos e naque-
les que recebam o impacto deles.

Artigo 208 - Fica vedado o lançamento de efluentes e esgotos urbanos e industriais, sem o devido
tratamento, em qualquer corpo de água.

Artigo 209 - O Estado adotará medidas para controle da erosão, estabelecendo-se normas de con-
servação do solo em áreas agrícolas e urbanas.

Artigo 210 - Para proteger e conservar as águas e prevenir seus efeitos adversos, o Estado incenti-
vará a adoção, pelos Municípios, de medidas no sentido:
I - da instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis para abastecimento às populações e
da implantação, conservação e recuperação de matas ciliares;
II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a usos incompatíveis nas sujeitas a inunda-
ções freqüentes e da manutenção da capacidade de infiltração do solo;

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III - da implantação de sistemas de alerta e defesa civil, para garantir a segurança e a saúde públi-
cas, quando de eventos hidrológicos indesejáveis;
IV - do condicionamento, à aprovação prévia por organismos estaduais de controle ambiental e de
gestão de recursos hídricos, na forma da lei, dos atos de outorga de direitos que possam influir na
qualidade ou quantidade das águas superficiais e subterrâneas;
V - da instituição de programas permanentes de racionalização do uso das águas destinadas ao
abastecimento público e industrial e à irrigação, assim como de combate às inundações e à erosão.
Parágrafo único - A lei estabelecerá incentivos para os Municípios que aplicarem, prioritariamente,
o produto da participação no resultado da exploração dos potenciais energéticos em seu território,
ou da compensação financeira, nas ações previstas neste artigo e no tratamento de águas residuá-
rias.

Artigo 211 - Para garantir as ações previstas no artigo 205, a utilização dos recursos hídricos será
cobrada segundo as peculiaridades de cada bacia hidrográfica, na forma da lei, e o produto aplicado
nos serviços e obras referidos no inciso I, do parágrafo único, deste artigo.
Parágrafo único - O produto da participação do Estado no resultado da exploração de potenciais
hidroenergéticos em seu território, ou da compensação financeira, será aplicado, prioritariamente:
1 - em serviços e obras hidráulicas e de saneamento de interesse comum, previstos nos planos es-
taduais de recursos hídricos e de saneamento básico;
2 - na compensação, na forma da lei, aos Municípios afetados por inundações decorrentes de re-
servatórios de água implantados pelo Estado, ou que tenham restrições ao seu desenvolvimento
em razão de leis de proteção de mananciais.

Artigo 212 - Na articulação com a União, quando da exploração dos serviços e instalações de ener-
gia elétrica, e do aproveitamento energético dos cursos de água em seu território, o Estado levará
em conta os usos múltiplos e o controle das águas, a drenagem, a correta utilização das várzeas, a
flora e a fauna aquáticas e a preservação do meio ambiente.

Artigo 213 - A proteção da quantidade e da qualidade das águas será obrigatoriamente levada em
conta quando da elaboração de normas legais relativas a florestas, caça, pesca, fauna, conservação
da natureza, defesa do solo e demais recursos naturais e ao meio ambiente.

SEÇÃO III
Dos Recursos Minerais
Artigo 214 - Compete ao Estado:
I - elaborar e propor o planejamento estratégico do conhecimento geológico de seu território, exe-
cutando programa permanente de levantamentos geológicos básicos, no atendimento de necessi-
dades do desenvolvimento econômico e social, em conformidade com a política estadual do meio
ambiente;
II - aplicar o conhecimento geológico ao planejamento regional, às questões ambientais, de erosão
do solo, de estabilidade de encostas, de construção de obras civis e à pesquisa e exploração de
recursos minerais e de água subterrânea;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

III - proporcionar o atendimento técnico nas aplicações do conhecimento geológico às necessidades


das Prefeituras do Estado;
IV - fomentar as atividades de mineração, de interesse sócio-econômico-financeiro para o Estado,
em particular de cooperativas, pequenos e médios mineradores, assegurando o suprimento de
recursos minerais necessários ao atendimento da agricultura, da indústria de transformação e da
construção civil do Estado, de maneira estável e harmônica com as demais formas e ocupação do
solo e atendimento à legislação ambiental;
V - executar e incentivar o desenvolvimento tecnológico aplicado à pesquisa, exploração racional e
beneficiamento de recursos minerais.

SEÇÃO IV
Do Saneamento
Artigo 215 - A lei estabelecerá a política das ações e obras de saneamento básico no Estado, respei-
tando os seguintes princípios:
I - criação e desenvolvimento de mecanismos institucionais e financeiros, destinados a assegurar os
benefícios do saneamento à totalidade da população;
II - prestação de assistência técnica e financeira aos Municípios, para o desenvolvimento dos seus
serviços;
III - orientação técnica para os programas visando ao tratamento de despejos urbanos e indústriais
e de resíduos sólidos, e fomento à implantação de soluções comuns, mediante planos regionais de
ação integrada.

Artigo 216 - O Estado instituirá, por lei, plano plurianual de saneamento estabelecendo as diretrizes
e os programas para as ações nesse campo.
§ 1º - O plano, objeto deste artigo, deverá respeitar as peculiaridades regionais e locais e as carac-
terísticas das bacias hidrográficas e dos respectivos recursos hídricos.
§ 2º - O Estado assegurará condições para a correta operação, necessária ampliação e eficiente
administração dos serviços de saneamento básico prestados por concessionária sob seu controle
acionário.
§ 3º - As ações de saneamento deverão prever a utilização racional da água, do solo e do ar, de
modo compatível com a preservação e melhoria da qualidade da saúde pública e do meio ambiente
e com a eficiência dos serviços públicos de saneamento.

TÍTULO VII
Da Ordem Social
CAPÍTULO I
Disposição Geral
Artigo 217 - Ao Estado cumpre assegurar o bem-estar social, garantindo o pleno acesso aos bens e
serviços essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo.

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CAPÍTULO II
Da Seguridade Social
SEÇÃO I
Disposição Geral
Artigo 218 - O Estado garantirá, em seu território, o planejamento e desenvolvimento de ações que
viabilizem, no âmbito de sua competência, os princípios de seguridade social previstos nos artigos
194 e 195 da Constituição Federal.

SEÇÃO II
Da Saúde
Artigo 219 - A saúde é direito de todos e dever do Estado.
Parágrafo único - Os Poderes Públicos Estadual e Municipal garantirão o direito à saúde mediante:
1 - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao bem-estar físico, mental e social do
indivíduo e da coletividade e à redução do risco de doenças e outros agravos;
2 - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, em todos os níveis;
3 - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de interesse da saúde individual e coletiva,
assim como as atividades desenvolvidas pelo sistema;
4 - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e recuperação de sua
saúde.

Artigo 220 - As ações e os serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle.
§ 1º - As ações e os serviços de preservação da saúde abrangem o ambiente natural, os locais públi-
cos e de trabalho.
§ 2º - As ações e serviços de saúde serão realizados, preferencialmente, de forma direta, pelo Poder
Público ou através de terceiros, e pela iniciativa privada.
§ 3º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
(**) § 4º - A participação do setor privado no sistema único de saúde efetivar-se-á segundo suas
diretrizes, mediante convênio ou contrato de direito público, tendo preferência as entidades filan-
trópicas e as sem fins lucrativos.
(*) Regulamentado pela Lei nº 10.201, de 7/1/1999
§ 5º - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado, quando participarem do sistema
único de saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e às normas administrativas incidentes sobre o
objeto de convênio ou de contrato.
§ 6º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições priva-
das com fins lucrativos.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 221 - Os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, que terão sua composição, organização
e competência fixadas em lei, garantem a participação de representantes da comunidade, em es-
pecial, dos trabalhadores, entidades e prestadores de serviços da área de saúde, além do Poder
Público, na elaboração e controle das políticas de saúde, bem como na formulação, fiscalização e
acompanhamento do sistema único de saúde.

Artigo 222 - As ações e os serviços de saúde executados e desenvolvidos pelos órgãos e instituições
públicas estaduais e municipais, da administração direta, indireta e fundacional, constituem o sis-
tema único de saúde, nos termos da Constituição Federal, que se organizará ao nível do Estado, de
acordo com as seguintes diretrizes e bases:
I - descentralização com direção única no âmbito estadual e no de cada Município, sob a direção de
um profissional de saúde;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações de saúde, com estabelecimento em lei dos crité-
rios de repasse das verbas oriundas das esferas federal e estadual;
III - integração das ações e serviços com base na regionalização e hierarquização do atendimento
individual e coletivo, adequado às diversas realidades epidemiológicas;
IV - universalização da assistência de igual qualidade com instalação e acesso a todos os níveis, dos
serviços de saúde à população urbana e rural;
V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de despesas e taxas, sob qualquer título.
Parágrafo único - O Poder Público Estadual e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e ser-
viços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
1 - no caso do Estado, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o artigo 165 da Cons-
tituição Estadual e dos recursos de que tratam os artigos 157 e 159, I, “a”, e II, da Constituição Fe-
deral, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos Municípios;
2 - no caso dos Municípios, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o artigo 156 da
Constituição Federal e dos recursos de que tratam os artigos 158, I e II, e 159, I, “b”, da Constituição
Federal e artigo 167 da Constituição Estadual.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 223 - Compete ao Sistema Único de Saúde, nos termos da lei, além de outras atribuições:
I - a assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades específicas de todos os segmentos da
população;
II - a identificação e o controle dos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e
coletiva, mediante, especialmente, ações referentes à:
a) vigilância sanitária;
b) vigilância epidemiológica;
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso;
e) saúde da mulher;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

f) saúde da criança e do adolescente;


g) saúde dos portadores de deficiências.
III - a implementação dos planos estaduais de saúde e de alimentação e nutrição, em termos de
prioridades e estratégias regionais, em consonância com os Planos Nacionais;
IV - a participação na formulação da política e na execução das ações de saneamento básico;
V - a organização, fiscalização e controle da produção e distribuição dos componentes farmacêuti-
cos básicos, medicamentos, produtos químicos, biotecnológicos, imunobiológicos, hemoderivados
e outros de interesse para a saúde, facilitando à população o acesso a eles;
VI - a colaboração na proteção do meio ambiente, incluindo do trabalho, atuando em relação ao
processo produtivo para garantir:
a) o acesso dos trabalhadores às informações referentes a atividades que comportem riscos à saú-
de e a métodos de controle, bom como aos resultados das avaliações realizadas;
b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de doenças do trabalho;
VII - a participação no controle e fiscalização da produção, armazenamento, transporte, guarda e
utilização de substâncias de produtos psicoativos, tóxicos e teratogênicos;
VIII - a adoção de política de recursos humanos em saúde e na capacitação, formação e valorização
de profissionais da área, no sentido de propiciar melhor adequação às necessidades específicas do
Estado e de suas regiões e ainda àqueles segmentos da população cujas particularidades requerem
atenção especial, de forma a aprimorar a prestação de assistência integral;
IX - a implantação de atendimento integral aos portadores de deficiências, de caráter regionalizado,
descentralizado e hierarquizado em níveis de complexidade crescente, abrangendo desde a aten-
ção primária, secundária e terciária de saúde, até o fornecimento de todos os equipamentos neces-
sários à sua integração social;
X - a garantia do direito à auto-regulação da fertilidade como livre decisão do homem, da mulher
ou do casal, tanto para exercer a procriação como para evitá-la, provendo por meios educacionais,
científicos e assistenciais para assegurá-lo, vedada qualquer forma coercitiva ou de indução por
parte de instituições públicas ou privadas;
XI - a revisão do Código Sanitário Estadual a cada cinco anos;
XII - a fiscalização e controle do equipamento e aparelhagem utilizados no sistema de saúde, na
forma da lei.

Artigo 224 - Cabe à rede pública de saúde, pelo seu corpo clínico especializado, prestar o atendi-
mento médico para a prática do aborto nos casos excludentes de antijuridicidade, previstos na le-
gislação penal.

Artigo 225 - O Estado criará banco de órgãos, tecidos e substâncias humanas.


§ 1º - A lei disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção de órgão, tecidos e
substâncias humanas, para fins de transplante, obedecendo-se à ordem cronológica da lista de
receptores e respeitando-se, rigorosamente, as urgências médicas, pesquisa e tratamento, bem
como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 2º - A notificação, em caráter de emergência, em todos os casos de morte encefálica comprova-


da, tanto para hospital público como para a rede privada, nos limites do Estado, é obrigatória.
§ 3º - Cabe ao Poder Público providenciar recursos e condições para receber as notificações que
deverão ser feitas em caráter de emergência, para atender ao disposto nos §§ 1º e 2º.

Artigo 226 - É vedada a nomeação ou designação, para cargo ou função de chefia ou assessoramen-
to na área de Saúde, em qualquer nível, de pessoa que participe de direção, gerência ou adminis-
tração de entidades que mantenham contratos ou convênios com o Sistema Único de Saúde, a nível
estadual, ou sejam por ele credenciadas.

Artigo 227 - O Estado incentivará e auxiliará os Órgãos Públicos e entidades filantrópicas de estudo,
pesquisa e combate ao câncer, constituídos na forma da lei, respeitando a sua autonomia e inde-
pendência de atuação científica.

Artigo 228 - O Estado regulamentará, em seu território, todo processo de coleta e percurso de san-
gue.

Artigo 229 - Compete à autoridade estadual, de ofício ou mediante denúncia de risco à saúde, pro-
ceder à avaliação das fontes de risco no ambiente de trabalho e determinar a adoção das devidas
providências para que cessem os motivos que lhe deram causa.
§ 1º - Ao sindicato de trabalhadores, ou a representante que designar, é garantido requerer a in-
terdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver expo-
sição a risco iminente para a vida ou a saúde dos empregados.
§ 2º - Em condições de risco grave ou iminente no local de trabalho, será lícito ao empregado inter-
romper suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a eliminação do risco.
§ 3º - O Estado atuará para garantir a saúde e a segurança dos empregados nos ambientes de tra-
balho.
§ 4º - É assegurada a cooperação dos sindicatos de trabalhadores nas ações de vigilância sanitária
desenvolvidas no local de trabalho.

Artigo 230 - O Estado garantirá o funcionamento de unidades terapêuticas para recuperação de


usuários de substâncias que geram dependência física ou psíquica, resguardado o direito de livre
adesão dos pacientes, salvo ordem judicial.

Artigo 231 - Assegurar-se-á ao paciente, internado em hospitais da rede pública ou privada, a facul-
dade de ser assistido, religiosa e espiritualmente, por ministro de culto religioso.

SEÇÃO III
Da Promoção Social
Artigo 232 - As ações do Poder Público, por meio de programas e projetos na área de promoção
social, serão organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas com base nos seguintes princí-
pios:

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I - participação da comunidade;
II - descentralização administrativa, respeitada a legislação federal, cabendo a coordenação e exe-
cução de programas às esferas estadual e municipal, considerados os Municípios e as comunidades
como instâncias básicas para o atendimento e realização dos programas;
III - integração das ações dos órgãos e entidades da administração em geral, compatibilizando pro-
gramas e recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre as esferas estadual e municipal.
Parágrafo único – É facultado ao Poder Público vincular a programa de apoio à inclusão e promoção
social até cinco décimos por cento de sua receita tributária, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de:
1 - despesas com pessoal e encargos sociais;
2 - serviço da dívida;
3 - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoia-
dos.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 233 - As ações governamentais e os programas de assistência social, pela sua natureza emer-
gencial e compensatória, não deverão prevalecer sobre a formulação e aplicação de políticas sociais
básicas nas áreas de saúde, educação, abastecimento, transporte e alimentação.

Artigo 234 - O Estado subvencionará os programas desenvolvidos pelas entidades assistenciais fi-
lantrópicas e sem fins lucrativos, com especial atenção às que se dediquem à assistência aos porta-
dores de deficiências, conforme critérios definidos em lei, desde que cumpridas as exigências de
fins dos serviços de assistência social a serem prestados.
Parágrafo único - Compete ao Estado a fiscalização dos serviços prestados pelas entidades citadas
no "caput" deste artigo.

Artigo 235 - É vedada a distribuição de recursos públicos, na área de assistência social, diretamente
ou por indicação e sugestão ao órgão competente, por ocupantes de cargos eletivos.

Artigo 236 - O Estado criará o Conselho Estadual de Promoção Social, cuja composição, funções e
regulamentos serão definidos em lei.

CAPÍTULO III
Da Educação, da Cultura e dos Esportes e Lazer
SEÇÃO I
Da Educação
Artigo 237 - A educação, ministrada com base nos princípios estabelecidos no artigo 205 e seguin-
tes da Constituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade e solidariedade humana, tem
por fim:

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I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos
demais grupos que compõem a comunidade;
II - o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais da pessoa humana;
III - o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
IV - o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem co-
mum;
V - o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos conhecimentos científicos e tecnoló-
gicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio, preservando-o;
VI - a preservação, difusão e expansão do patrimônio cultural;
VII - a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe, raça ou sexo;
VIII - o desenvolvimento da capacidade de elaboração e reflexão crítica da realidade.

Artigo 238 - A lei organizará o Sistema de Ensino do Estado de São Paulo, levando em conta o prin-
cípio da descentralização.

Artigo 239 - O Poder Público organizará o Sistema Estadual de Ensino, abrangendo todos os níveis e
modalidades, incluindo a especial, estabelecendo normas gerais de funcionamento para as escolas
públicas estaduais e municipais, bem como para as particulares.
§ 1º - Os Municípios organizarão, igualmente, seus sistemas de ensino.
§ 2º - O Poder Público oferecerá atendimento especializado aos portadores de deficiências, prefe-
rencialmente na rede regular de ensino.
§ 3º - As escolas particulares estarão sujeitas à fiscalização, controle e avaliação, na forma da lei
§ 4° – O Poder Público adequará as escolas e tomará as medidas necessárias quando da construção
de novos prédios, visando promover a acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilida-
de reduzida, mediante a supressão de barreiras e obstáculos nos espaços e mobiliários.
(**) Acrescido pela Emenda Constitucional nº 39, de 27 de janeiro de 2014

Artigo 240 - Os Municípios responsabilizar-se-ão prioritariamente pelo ensino fundamental, inclusi-


ve para os que a ele não tiveram acesso na idade própria, e pré-escolar, só podendo atuar nos ní-
veis mais elevados quando a demanda naqueles níveis estiver plena e satisfatoriamente atendida,
do ponto de vista qualitativo e quantitativo.

Artigo 241 - O Plano Estadual de Educação, estabelecido em lei, é de responsabilidade do Poder


Público Estadual, tendo sua elaboração coordenada pelo Executivo, consultados os órgãos descen-
tralizados do Sistema Estadual de Ensino, a comunidade educacional, e considerados os diagnósti-
cos e necessidades apontados nos Planos Municipais de Educação.

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Artigo 242 - O Conselho Estadual de Educação é órgão normativo, consultivo e deliberativo do sis-
tema de ensino do Estado de São Paulo, com suas atribuições, organização e composição definidas
em lei.

Artigo 243 - Os critérios para criação de Conselhos Regionais e Municipais de Educação, sua compo-
sição e atribuições, bem como as normas para seu funcionamento, serão estabelecidos e regula-
mentados por lei.

Artigo 244 - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais
das escolas públicas de ensino fundamental.

Artigo 245 - Nos três níveis de ensino será estimulada a prática de esportes individuais e coletivos,
como complemento à formação integral do indivíduo.
Parágrafo Único - A prática referida no "caput", sempre que possível, será levada em conta em face
das necessidades dos portadores de deficiências.

Artigo 246 - É vedada a cessão de uso de próprios públicos estaduais, para o funcionamento de
estabelecimentos de ensino privado de qualquer natureza.

Artigo 247 - A educação da criança de zero a seis anos, integrada ao sistema de ensino, respeitará
as características próprias dessa faixa etária.

Artigo 248 - O órgão próprio de educação do Estado será responsável pela definição de normas,
autorização de funcionamento, supervisão e fiscalização das creches e pré-escolas públicas e priva-
das no Estado.
Parágrafo único - Aos Municípios, cujos sistemas de ensino estejam organizados, será delegada
competência para autorizar o funcionamento e supervisionar as instituições de educação das crian-
ças de zero a seis anos de idade.

Artigo 249 - O ensino fundamental, com oito anos de duração, é obrigatório para todas as crianças,
a partir dos sete anos de idade, visando a propiciar formação básica e comum indispensável a to-
dos.
§ 1º - É dever do Poder Público o provimento, em todo o território paulista, de vagas em número
suficiente para atender à demanda do ensino fundamental obrigatório e gratuito.
§ 2º - A atuação da administração pública estadual no ensino público fundamental dar-se-á por
meio de rede própria ou em cooperação técnica e financeira com os Municípios, nos termos do
artigo 30, VI, da Constituição Federal, assegurando a existência de escolas com corpo técnico quali-
ficado e elevado padrão de qualidade, devendo ser definidas com os Municípios formas de colabo-
ração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 3º - O ensino fundamental público e gratuito será também garantido aos jovens e adultos que, na
idade própria, a ele não tiveram acesso, e terá organização adequada às características dos alunos.
§ 4º - Caberá ao Poder Público prover o ensino fundamental diurno e noturno, regular e supletivo,
adequado às condições de vida do educando que já tenha ingressado no mercado de trabalho.
§ 5º - É permitida a matrícula no ensino fundamental, a partir dos seis anos de idade, desde que
plenamente atendida a demanda das crianças de sete anos de idade.

Artigo 250 - O Poder Público responsabilizar-se-á pela manutenção e expansão do ensino médio,
público e gratuito, inclusive para os jovens e adultos que, na idade própria, a ele não tiveram aces-
so, tomando providências para universalizá-lo.
§ 1º - O Estado proverá o atendimento do ensino médio em curso diurno e noturno, regular e su-
pletivo, aos jovens e adultos especialmente trabalhadores, de forma compatível com suas condi-
ções de vida.
§ 2º - Além de outras modalidades que a lei vier a estabelecer no ensino médio, fica assegurada a
especificidade do curso de formação do magistério para a pré-escola e das quatro primeiras séries
do ensino fundamental, inclusive com formação de docentes para atuarem na educação de porta-
dores de deficiências.

Artigo 251 - A lei assegurará a valorização dos profissionais de ensino, mediante a fixação de planos
de carreira para o Magistério Público, com piso salarial profissional, carga horária compatível com o
exercício das funções e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos.

Artigo 252 - O Estado manterá seu próprio sistema de ensino superior, articulado com os demais
níveis.
Parágrafo único - O sistema de ensino superior do Estado de São Paulo incluirá universidades e
outros estabelecimentos.

Artigo 253 - A organização do sistema de ensino superior do Estado será orientada para a amplia-
ção do número de vagas oferecidas no ensino público diurno e noturno, respeitadas as condições
para a manutenção da qualidade de ensino e do desenvolvimento da pesquisa.
Parágrafo único - As universidades públicas estaduais deverão manter cursos noturnos que, no
conjunto de suas unidades, correspondam a um terço pelo menos do total das vagas por elas ofe-
recidas.

Artigo 254 - A autonomia da universidade será exercida respeitando, nos termos do seu estatuto, a
necessária democratização do ensino e a responsabilidade pública da instituição, observados os
seguintes princípios:
I - utilização dos recursos de forma a ampliar o atendimento à demanda social, tanto mediante
cursos regulares quanto atividades de extensão;
II - representação e participação de todos os segmentos da comunidade interna nos órgãos decisó-
rios e na escolha de dirigentes, na forma de seus estatutos.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1º - A lei criará formas de participação da sociedade, por meio de instâncias públicas externas à
universidade, na avaliação do desempenho da gestão dos recursos.
§ 2º - É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma
da lei.
§ 3º - O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (NR)”
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 255 - O Estado aplicará, anualmente, na manutenção e no desenvolvimento do ensino públi-


co, no mínimo, trinta por cento da receita resultante de impostos, incluindo recursos provenientes
de transferências.
Parágrafo único - A lei definirá as despesas que se caracterizem como manutenção e desenvolvi-
mento do ensino.

Artigo 256 - O Estado e os Municípios publicarão, até trinta dias após o encerramento de cada tri-
mestre, informações completas sobre receitas arrecadadas e transferências de recursos destinados
à educação nesse período e discriminadas por nível de ensino.

Artigo 257 - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das neces-
sidades do ensino fundamental.
Parágrafo único - Parcela dos recursos públicos destinados à educação deverá ser utilizada em pro-
gramas integrados de aperfeiçoamento e atualização para os educadores em exercício no ensino
público.

(**) Artigo 258 - A eventual assistência financeira do Estado às instituições de ensino filantrópicas,
comunitárias ou confessionais, conforme definidas em lei, não poderá incidir sobre a aplicação mí-
nima prevista no artigo 255.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 4 de dezembro de 2001
Artigo 258 - O Poder Público poderá, mediante convênio, destinar parcela dos recursos de que trata
o artigo 255 a instituições filantrópicas, definidas em lei, para a manutenção e o desenvolvimento
de atendimento educacional, especializado e gratuito a educandos portadores de necessidades
especiais.

SEÇÃO II
Da Cultura
Artigo 259 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes
da cultura, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão de suas manifestações.

Artigo 260 - Constituem patrimônio cultural estadual os bens de natureza material e imaterial, to-
mados individualmente ou em conjunto, portadores de referências à identidade, à ação e à memó-
ria dos diferentes grupos formadores da sociedade nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;

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II - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;


III - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artís-
tico-culturais;
IV - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleonto-
lógico, ecológico e científico.

Artigo 261 - O Poder Público pesquisará, identificará, protegerá e valorizará o patrimônio cultural
paulista, através do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
do Estado de São Paulo, CONDEPHAAT, na forma que a lei estabelecer.

Artigo 262 - O Poder Público incentivará a livre manifestação cultural mediante:


I - criação, manutenção e abertura de espaços públicos devidamente equipados e capazes de ga-
rantir a produção, divulgação e apresentação das manifestações culturais e artísticas;
II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico com os Municípios, integração de progra-
mas culturais e apoio à instalação de casas de cultura e de bibliotecas públicas;
III - acesso aos acervos das bibliotecas, museus, arquivos e congêneres;
IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissionais da cultura;
V - planejamento e gestão do conjunto das ações, garantida a participação de representantes da
comunidade;
VI - compromisso do Estado de resguardar e defender a integridade, pluralidade, independência e
autenticidade das culturas brasileiras, em seu território;
VII - cumprimento, por parte do Estado, de uma política cultural não intervencionista, visando à
participação de todos na vida cultural;
VIII - preservação dos documentos, obras e demais registros de valor histórico ou científico.

Artigo 263 - A – É facultado ao Poder Público vincular a fundo estadual de fomento à cultura até
cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
I – despesas com pessoal e encargos sociais;
II – serviço da dívida;
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoi-
ados.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

SEÇÃO III
Dos Esportes e Lazer
Artigo 264 - O Estado apoiará e incentivará as práticas esportivas formais e não formais, como direi-
to de todos.

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Artigo 265 - O Poder Público apoiará e incentivará o lazer como forma de integração social.

Artigo 266 - As ações do Poder Público e a destinação e recursos orçamentários para o setor darão
prioridade:
I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e, na forma da lei, ao esporte de alto rendimen-
to;
II - ao lazer popular;
III - à construção e manutenção de espaços devidamente equipados para as práticas esportivas e o
lazer;
IV - à promoção, estímulo e orientação à prática e difusão da Educação Física;
V - à adequação dos locais já existentes e previsão de medidas necessárias quando da construção
de novos espaços, tendo em vista a prática de esportes e atividades de lazer por parte dos portado-
res de deficiência, idosos e gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos.
Parágrafo único - O Poder Público estimulará e apoiará as entidades e associações da comunidade
dedicadas às práticas esportivas.

Artigo 267 - O Poder Público incrementará a prática esportiva às crianças, aos idosos e aos portado-
res de deficiências.

CAPÍTULO IV
Da Ciência e Tecnologia
Artigo 268 - O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capaci-
tação tecnológica.
§ 1º - A pesquisa científica receberá tratamento prioritário do Estado, diretamente ou por meio de
seus agentes financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência.
§ 2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas sociais
e ambientais e para o desenvolvimento do sistema produtivo, procurando harmonizá-lo com os
direitos fundamentais e sociais dos cidadãos.

Artigo 269 - O Estado manterá Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia com o objetivo de formu-
lar, acompanhar, avaliar e reformular a política estadual científica e tecnológica e coordenar os
diferentes programas de pesquisa.
§ 1º - A política a ser definida pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia deverá orientar-se
pelas seguintes diretrizes:
1 - desenvolvimento do sistema produtivo estadual;
2 - aproveitamento racional dos recursos naturais, preservação e recuperação do meio ambiente;
3 - aperfeiçoamento das atividades dos órgãos e entidades responsáveis pela pesquisa científica e
tecnológica;

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4 - garantia de acesso da população aos benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico;


5 - atenção especial às empresas nacionais, notadamente às médias, pequenas e microempresas.
§ 2º - A estrutura, organização, composição e competência desse Conselho serão definidas em lei.

Artigo 270 - O Poder Público apoiará e estimulará, mediante mecanismos definidos em lei, institui-
ções e empresas que invistam em pesquisa e criação de tecnologia, observado o disposto no § 4º
do artigo 218 da Constituição Federal.

Artigo 271 - O Estado destinará o mínimo de um por cento de sua receita tributária à Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, como renda de sua privativa administração, para apli-
cação em desenvolvimento científico e tecnológico.
Parágrafo único - A dotação fixada no "caput", excluída a parcela de transferência aos Municípios,
de acordo com o artigo158, IV, da Constituição Federal, será transferida mensalmente, devendo o
percentual ser calculado sobre a arrecadação do mês de referência e ser pago no mês subseqüente.

Artigo 272 - O patrimônio físico, cultural e científico dos museus, institutos e centros de pesquisa da
administração direta, indireta e fundacional são inalienáveis e intransferíveis, sem audiência da
comunidade científica e aprovação prévia do Poder Legislativo.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica à doação de equipamentos e insumos para a
pesquisa, quando feita por entidade pública de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecno-
lógica, para outra entidade pública da área de ensino e pesquisa em ciência e tecnologia.

CAPÍTULO V
Da Comunicação Social
Artigo 273 - A ação do Estado, no campo da comunicação, fundar-se-á sobre os seguintes princí-
pios:
I - democratização do acesso às informações;
II - pluralismo e multiplicidade das fontes de informação;
III - visão pedagógica da comunicação dos órgãos e entidades públicas.
Artigo 274 - Os órgãos de comunicação social pertencentes ao Estado, as fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público ou a quaisquer entidades sujeitas, direta ou indiretamente, ao seu
controle econômico, serão utilizados de modo a assegurar a possibilidade de expressão e confronto
das diversas correntes de opinião.

CAPÍTULO VI
Da Defesa do Consumidor
Artigo 275 - O Estado promoverá a defesa do consumidor mediante adoção de política governa-
mental própria e de medidas de orientação e fiscalização, definidas em lei.

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Parágrafo único - A lei definirá também os direitos básicos dos consumidores e os mecanismos de
estímulo à auto-organização da defesa do consumidor, de assistência judiciária e policial especiali-
zada e de controle de qualidade dos serviços públicos.

Artigo 276 - O Sistema Estadual de Defesa do Consumidor, integrado por órgãos públicos das áreas
de saúde, alimentação, abastecimento, assistência judiciária, crédito, habitação, segurança e edu-
cação, com atribuições de tutela e promoção dos consumidores de bens e serviços, terá como ór-
gão consultivo e deliberativo o Conselho Estadual de Defesa do Consumidor, com atribuições e
composição definidas em lei.

CAPÍTULO VII
Da Proteção Especial
SEÇÃO I
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem, do Idoso e dos Portadores de Deficiências
(**) Renomeado pela Emenda Constitucional nº 38, de 16 de outubro de 2003
Artigo 277 – Cabe ao Poder Público, bem como à família, assegurar à criança, ao adolescente, ao
jovem, ao idoso e aos portadores de deficiências, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à li-
berdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e agressão. (NR)
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 38, de 16 de outubro de 2003
Parágrafo único - O direito à proteção especial, conforme a lei, abrangerá, entre outros, os seguin-
tes aspectos:
1 - Garantia à criança e ao adolescente de conhecimento formal do ato infracional que lhe seja atri-
buído, de igualdade na relação processual, representação legal, acompanhamento psicológico e
social e defesa técnica por profissionais habilitados;
2 - obrigação de empresas e instituições, que recebam do Estado recursos financeiros para a reali-
zação de programas, projetos e atividades culturais, educacionais, de lazer e outros afins, de preve-
rem o acesso e a participação de portadores de deficiências.
Artigo 278 - O Poder Público promoverá programas especiais, admitindo a participação de entida-
des não governamentais e tendo como propósito:
I - assistência social e material às famílias de baixa renda dos egressos de hospitais psiquiátricos do
Estado, até sua reintegração na sociedade;
II - concessão de incentivo às empresas para adequação de seus equipamentos, instalações e roti-
nas de trabalho aos portadores de deficiências;
III - garantia às pessoas idosas de condições de vida apropriadas, freqüência e participação em to-
dos os equipamentos, serviços e programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de
lazer, defendendo sua dignidade e visando à sua integração à sociedade;
IV - integração social de portadores de deficiências, mediante treinamento para o trabalho, convi-
vência e facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos;

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V - criação e manutenção de serviços de prevenção, orientação, recebimento e encaminhamento


de denúncias referentes à violência;
VI - instalação e manutenção de núcleos de atendimento especial e casas destinadas ao acolhimen-
to provisório de crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiências e vítimas de violência,
incluindo a criação de serviços jurídicos de apoio às vítimas, integrados a atendimento psicológico e
social;
VII - nos internamentos de crianças com até doze anos nos hospitais vinculados aos órgãos da ad-
ministração direta ou indireta, é assegurada a permanência da mãe, também nas enfermarias, na
forma da lei.
VIII - prestação de orientação e informação sobre a sexualidade humana e conceitos básicos da
instituição da família, sempre que possível, de forma integrada aos conteúdos curriculares do ensi-
no fundamental e médio;
IX - criação e manutenção de serviços e programas de prevenção e orientação contra entorpecen-
tes, álcool e drogas afins, bem como de encaminhamento de denúncias e atendimento especializa-
do, referentes à criança, ao adolescente, ao adulto e ao idoso dependentes.

Artigo 279 - Os Poderes Públicos estadual e municipal assegurarão condições de prevenção de defi-
ciências, com prioridade para a assistência pré-natal e à infância, bem como integração social de
portadores de deficiências, mediante treinamento para o trabalho e para a convivência, mediante:
I - criação de centros profissionalizantes para treinamento, habilitação e reabilitação profissional de
portadores de deficiências, oferecendo os meios adequados para esse fim aos que não tenham
condições de freqüentar a rede regular de ensino;
II - implantação de sistema "Braille" em estabelecimentos da rede oficial de ensino, em cidade pólo
regional, de forma a atender às necessidades educacionais e sociais dos portadores de deficiências.
Parágrafo único - As empresas que adaptarem seus equipamentos para o trabalho de portadores
de deficiências poderão receber incentivos, na forma da lei.

Artigo 280 - É assegurado, na forma da lei, aos portadores de deficiências e aos idosos, acesso ade-
quado aos logradouros e edifícios de uso público, bem como aos veículos de transporte coletivo
urbano.

Artigo 281 - O Estado propiciará, por meio de financiamentos, aos portadores de deficiências, a
aquisição dos equipamentos que se destinam a uso pessoal e que permitam a correção, diminuição
e superação de suas limitações, segundo condições a serem estabelecidas em lei.

SEÇÃO II
Dos Índios
Artigo 282 - O Estado fará respeitar os direitos, bens materiais, crenças, tradições e todas as demais
garantias conferidas aos índios na Constituição Federal.
§ 1º - Compete ao Ministério Público a defesa judicial dos direitos e interesses das populações indí-
genas, bem como intervir em todos os atos do processo em que os índios sejam partes.

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§ 2º - A Defensoria Pública prestará assistência jurídica aos índios do Estado, suas comunidades e
organizações.
§ 3º - O Estado protegerá as terras, as tradições, usos e costumes dos grupos indígenas integrantes
do patrimônio cultural e ambiental estadual.
Artigo 283 - A lei disporá sobre formas de proteção do meio ambiente nas áreas contíguas às reser-
vas e áreas tradicionalmente ocupadas por grupos indígenas, observado o disposto no artigo 231 da
Constituição Federal.

TÍTULO VIII
Disposições Constitucionais Gerais
Artigo 284 - O Estado comemorará, anualmente, no período de 3 a 9 de julho, a Revolução Consti-
tucionalista de 1932.

Artigo 285 - Fica assegurado a todos livre e amplo acesso às praias do litoral paulista.
§ 1º - Sempre que, de qualquer forma, for impedido ou dificultado esse acesso, o Ministério Público
tomará imediata providência para a garantia desse direito.
§ 2º - O Estado poderá utilizar-se da desapropriação para abertura de acesso a que se refere o "ca-
put".

Artigo 286 - Fica assegurada a criação de creches nos presídios femininos e, às mães presidiárias, a
adequada assistência aos seus filhos durante o período de amamentação.
(**) Artigo 287 - A lei disporá sobre a instituição de indenização compensatória a ser paga, em caso
de exoneração ou dispensa, aos servidores públicos ocupantes de cargos e funções de confiança ou
cargo em comissão, bem como aos que a lei declarar de livre exoneração.
(**) Parágrafo único – A indenização referida no "caput" não se aplica aos servidores públicos que,
exonerados ou dispensados do cargo ou função de confiança ou de livre exoneração, retornem à
sua função-atividade ou ao seu cargo efetivo.
(**) ADIN 326-7 – DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 287 E SEU PARÁGRAFO ÚNICO.

Artigo 288 - É assegurada a participação dos servidores públicos nos colegiados e diretorias dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais, de assistência médica e previdenciários sejam
objeto de discussão e deliberação, na forma da lei.

Artigo 289 - O Estado criará crédito educativo, por meio de suas entidades financeiras, para favore-
cer os estudantes de baixa renda, na forma que dispuser a lei.

Artigo 290 - Toda e qualquer pensão paga pelo Estado, a qualquer título, não poderá ser de valor
inferior ao do salário mínimo vigente no País.

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Artigo 291 - Todos terão o direito de, em caso de condenação criminal, obter das repartições polici-
ais e judiciais competentes, após reabilitação, bem como no caso de inquéritos policiais arquivados,
certidões e informações de folha corrida, sem menção aos antecedentes, salvo em caso de requisi-
ção judicial, do Ministério Público, ou para fins de concurso público.
Parágrafo único - Observar-se-á o disposto neste artigo quando o interesse for de terceiros.

Artigo 292 - O Poder Executivo elaborará plano de desenvolvimento orgânico e integrado, com a
participação dos Municípios interessados, abrangendo toda a zona costeira do Estado.

Artigo 293 - Os Municípios atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Pau-
lo poderão criar e organizar seus serviços autônomos de água e esgoto.
(**) Parágrafo único - A indenização devida à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo será ressarcida após levantamento de auditoria conjunta entre a Secretaria da Fazenda do
Estado e o Município, no prazo de até vinte e cinco anos.
(**) ADIN 1746-6 – LIMINAR DEFERIDA – AGUARDANDO JULGAMENTO DE MÉRITO

Artigo 294 - Fica assegurada a participação da sociedade civil nos conselhos estaduais previstos
nesta Constituição, com composição e competência definidas em lei.

Artigo 295 - O Estado manterá um sistema unificado visando à localização, informação e referências
de pessoas desaparecidas.

Artigo 296 - É vedada a concessão de incentivos e isenções fiscais às empresas que comprovada-
mente não atendam às normas de preservação ambiental e às relativas à saúde e à segurança do
trabalho.
Artigo 297 – São também aplicáveis no Estado, no que couber, os artigos das Emendas à Constitui-
ção Federal que não integram o corpo do texto constitucional, bem como as alterações efetuadas
no texto da Constituição Federal que causem implicações no âmbito estadual, ainda que não con-
templadas expressamente pela Constituição do Estado.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS


Artigo 1º - Os Deputados integrantes da atual legislatura, iniciada em 15 de março de 1987, exerce-
rão seus mandatos até 15 de março de 1991, data em que se iniciará a legislatura seguinte.
Parágrafo único - Os Deputados eleitos para a legislatura seguinte à atual exercerão seus mandatos
até 14 de março de 1995."

Artigo 2º - O atual Governador do Estado, empossado em 15 de março de 1987, exercerá seu man-
dato até 15 de março de 1991, data em que tomará posse o Governador eleito para o período se-
guinte.
Parágrafo único - O Governador eleito para o período seguinte ao atual exercerá seu mandato até
1º de janeiro de 1995.

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Artigo 3º - A revisão constitucional será iniciada imediatamente após o término da prevista no art.
3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal e aprovada pelo voto
da maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa.

Artigo 4º - O Regimento Interno da Assembléia Legislativa estabelecerá normas procedimentais


com rito especial e sumaríssimo, com o fim de adequar esta Constituição ou suas leis complemen-
tares à legislação federal.

Artigo 5º - A Capital do Estado poderá ser transferida mediante lei, desde que estudos técnicos
demonstrem a conveniência dessa mudança e após plebiscito, com resultado favorável, pelo eleito-
rado do Estado.

Artigo 6º - Até 28 de junho de 1990, as empresas públicas, sociedades de economia mista e as fun-
dações instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual incorporarão aos seus estatutos as
normas desta Constituição que digam respeito às suas atividades e serviços.

(**) Artigo 7º - As quatro primeiras vagas de Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, ocorri-
das a partir da data da publicação desta Constituição, serão preenchidas na conformidade do dis-
posto no art. 31, § 2º, item 2, desta Constituição.
(**) ADIN 374-7 – LIMINAR DEFERIDA
(**) Parágrafo único - Após o preenchimento das vagas, na forma prevista neste artigo, serão obe-
decidos o critério e a ordem fixados pelo art. 31, §§ 1º e 2º, desta Constituição.
(**) ADIN 374-7 – LIMINAR DEFERIDA

Artigo 8º - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, no prazo de cento e oitenta dias, proporão
uma forma de integração dos seus controles internos em conformidade com o art. 35 desta Consti-
tuição

Artigo 9º - Enquanto não forem criados os serviços auxiliares a que se refere o inciso IV do art. 92,
IV, desta Constituição, o Ministério Público terá assegurados, em caráter temporário, os meios ne-
cessários ao desempenho das funções a que se refere o art. 97.

Artigo 10 - Dentro de cento e oitenta dias, a contar da promulgação desta Constituição, o Poder
Executivo encaminhará à Assembléia Legislativa o projeto de Lei Orgânica a que se refere o art. 103,
parágrafo único. Enquanto não entrar em funcionamento a Defensoria Pública, suas atribuições
poderão ser exercidas pela Procuradoria de Assistência Judiciária da Procuradoria-Geral do Estado
ou por advogados contratados ou conveniados com o Poder Público.

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(*)Artigo 11 - Aos Procuradores do Estado, no prazo de sessenta dias da promulgação da Lei Orgâ-
nica da Defensoria Pública, será facultada opção, de forma irretratável, pela permanência no qua-
dro da Procuradoria-Geral do Estado, ou no quadro de carreira de Defensor Público, garantidas as
vantagens, níveis e proibições.
(*) ADIN - 3720-0

"Artigo 11-A - A assunção das funções dos órgãos jurídicos das autarquias, inclusive as de regime
especial, pela Procuradoria Geral do Estado fica condicionada à adequação da estrutura organiza-
cional desta, sem prejuízo da possibilidade de imediata designação de Procuradores do Estado para
a execução de tarefas específicas do interesse das entidades autárquicas, por ato do Procurador
Geral do Estado, mediante prévia solicitação do respectivo Superintendente.
(**)Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 14 de abril de 2004.

(**) Artigo 12 - Os créditos a que se refere o art. 57, §§ 3º e 4º, bem como os saldos devedores dos
precatórios judiciários, incluindo-se o remanescente de juros e correção monetária pendentes de
pagamento na data da promulgação desta Constituição, serão pagos em moeda corrente com atua-
lização até a data do efetivo depósito, da seguinte forma:
(**) I - no exercício de 1990, serão pagos os precatórios judiciários protocolados até 1º.7.83;
(**) II - no exercício de 1991, os protocolados no período de 2.7.83 a 1º.7.85;
(**) III - no exercício de 1992, os protocolados no período de 2.7.85 a 1º.7.87;
(**) IV - no exercício de 1993, os protocolados no período de 2.7.87 a 1º.7.89;
(**) V - no exercício de 1994, os protocolados no período de 2.7.89 a 1º.7.91;
(**) VI - no exercício de 1995, os protocolados no período de 2.7.91 a 1º.7.93;
(**) VII - no exercício de 1996, os protocolados no período de 2.7.93 a 1º.7.94;
(**) VIII - no exercício de 1997, os protocolados no período de 2.7.94 a 1º.7.96.
(**) ADIN 187-6 – SEM PEDIDO DE LIMINAR
(**) § 1º - Os precatórios judiciários referentes aos créditos de natureza não alimentar, sujeitos ao
preceito estabelecido no art. 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
Federal estão excluídos da forma de pagamento disposta neste artigo.
(**) § 2º - A forma de pagamento a que se refere este artigo não desobriga as entidades a efetua-
rem o pagamento na forma do art. 100 da Constituição Federal e art. 57, §§ 1º e 2º, desta Constitu-
ição.
(**) ADIN 446-8 – LIMINAR DEFERIDA EM PARTE QUANTO AO § 4º DO ART. 57 – AGUARDANDO JULGAMEN-
TO DE MÉRITO

Artigo 12 - A – Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza


alimentícia, os de que trata o artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Cons-
tituição Federal e suas complementações e os que já tiverem os seus respectivos recursos liberados
ou depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação da Emenda à Constitui-
ção Federal nº 30, de 13 de setembro de 2000, e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até 31
de dezembro de 1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido dos juros
legais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão
de créditos.

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§ 1º - É permitida a decomposição de parcelas, a critério do credor.


§ 2º - As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não liquidadas até o final
do exercício a que se referem, poder liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora.
§ 3º - O prazo referido no caput deste artigo fica reduzido para dois anos, nos casos de precatórios
judiciais originários de desapropriação de imóvel residencial do credor, desde que comprovada-
mente único à época da imissão na posse.
§ 4º - O Presidente do Tribunal competente deverá, vencido o prazo ou em caso de omissão no
orçamento, ou preterição ao direito de precedência, a requerimento do credor, requisitar ou de-
terminar o seqüestro de recursos financeiros da entidade executada, suficientes à satisfação da
prestação.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

Artigo 13 - O Tribunal de Justiça, no prazo de cento e oitenta dias contados da promulgação desta
Constituição, encaminhará projeto de lei fixando a forma e os termos para criação de Tribunais de
Alçada Regionais, a que se refere o art. 71.

Artigo 14 - A competência das Turmas de Recursos a que se refere o art. 84 entrará em vigor à me-
dida que forem designados seus juízes. Tais designações terão seu início dentro de seis meses, pela
Comarca da Capital.

Artigo 15 - O Tribunal de Justiça, dentro do prazo de noventa dias, após a promulgação desta Cons-
tituição, encaminhará projeto de lei à Assembléia Legislativa, dispondo sobre a organização, com-
petência e instalação dos Juizados Especiais a que se refere o art. 87.
§ 1º - São mantidos os Juizados Especiais de Pequenas Causas criados com base na Lei Federal nº
7.244, de 7 de novembro de 1984, e na Lei Estadual nº 5.143, de 28 de maio de 1986, bem como
suas instâncias recursais.
§ 2º - O projeto a que se refere o "caput" deste artigo deverá prever a instalação, na Capital, de
Juizados Especiais em número suficiente e localização adequada ao atendimento da população dos
bairros periféricos.

Artigo 16 - Até a elaboração da lei que criar e organizar a Justiça de Paz, ficam mantidos os atuais
juízes e suplentes de juiz de casamentos, até a posse de novos titulares, assegurando-lhes os direi-
tos e atribuições conferidos aos juízes de paz de que tratam o art. 98, II, da Constituição Federal, o
art. 30 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e o art. 89 desta Constituição.

(**) Artigo 17 - Lei a ser editada no prazo de quatro meses após a promulgação desta Constituição
disporá sobre normas para criação dos cartórios extrajudiciais, levando-se em consideração sua
distribuição geográfica, a densidade populacional e demanda do serviço.
(**) ADIN 321-6/600 – LIMINAR INDEFERIDA

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§ 1º - O Poder Executivo providenciará no sentido de que, no prazo de seis meses após a publicação
da lei mencionada no "caput" deste artigo, seja dado cumprimento a ela, instalando-se os cartórios.
§ 2º - Os cartórios extrajudiciais localizar-se-ão, obrigatoriamente, na circunscrição onde tenham
atribuições.

Artigo 18 - Os servidores civis da administração direta, autárquica e das fundações instituídas ou


mantidas pelo Poder Público em exercício na data da promulgação desta Constituição, que não
tenham sido admitidos na forma regulada pelo art. 37 da Constituição Federal, são considerados
estáveis no serviço público, desde que contassem, em 5 de outubro de 1988, cinco anos continua-
dos, em serviço.
§ 1º - O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título, quando se
submeterem a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confi-
ança ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não
será computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos termos da lei.
§ 4º - Para os integrantes das carreiras docentes do magistério público estadual não se considera,
para os fins previstos no "caput", a interrupção ou descontinuidade de exercício por prazo igual ou
inferior a noventa dias, exceto nos casos de dispensa ou exoneração solicitadas pelo servidor.

Artigo 19 - Para os efeitos do disposto no art. 133, é assegurado ao servidor o cômputo de tempo
de exercício anterior à data da promulgação desta Constituição.

Artigo 20 - O pagamento do adicional por tempo de serviço e da sexta-parte, na forma prevista no


art. 129, será devido a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da publicação desta Constituição,
vedada sua acumulação com vantagem já percebida por esses títulos.

Artigo 21 - Dentro de cento e oitenta dias, proceder-se-á à revisão dos direitos dos servidores pú-
blicos inativos e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajus-
tá-los ao disposto no art. 126, § 4º, desta Constituição e ao que dispõe a Constituição Federal, re-
troagindo seus efeitos a 5 de outubro de 1988.

Artigo 22 - Os atuais Supervisores de Ensino do Quadro do Magistério, aposentados, que exerciam


cargos ou funções idênticas às do antigo Inspetor de Ensino Médio, sob a égide da Lei nº 9.717, de
31 de janeiro de 1967, ou do Decreto nº 49.532, de 26 de abril de 1968, em regime especial de tra-
balho ou de dedicação exclusiva, terão assegurado o direito à contagem do período exercido, para
fim de incorporação.

Artigo 23 - Aos servidores extranumerários estáveis do Estado, ficam asseguradas todas as vanta-
gens pecuniárias concedidas aos que, exercendo idênticas funções, foram beneficiados pelas dispo-
sições da Constituição Federal de 1967.

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Artigo 24 - Os exercentes da função-atividade de Orientador Trabalhista e Orientador Trabalhista


Encarregado, originários do quadro da Secretaria de Relações do Trabalho, os Assistentes de Aten-
dimento Jurídico da Fundação Estadual de Amparo ao Trabalhador Preso, bem como os servidores
públicos que sejam advogados e que prestam serviços na Procuradoria de Assistência Judiciária da
Procuradoria-Geral do Estado, serão aproveitados na Defensoria Pública, desde que estáveis em 5
de outubro de 1988.
Parágrafo único - Os servidores referidos no "caput" deste artigo serão aproveitados em função-
atividade ou cargo idêntico ou correlato ao que exerciam anteriormente.

Artigo 25 - Ao servidor ocupante de cargo em comissão ou designado para responder pelas atribui-
ções de cargo vago retribuído mediante "pro labore", ou em substituição de Direção, Chefia ou
Encarregatura, com direito à aposentadoria, que contar, no mínimo cinco anos contínuos ou dez
intercalados em cargo de provimento dessa natureza, fica assegurada a aposentadoria com proven-
tos correspondentes ao cargo que tiver exercido ou que estiver exercendo, desde que esteja em
efetivo exercício há pelo menos um ano, na data da promulgação desta Constituição.

Artigo 26 - Os vencimentos do servidor público estadual que teve transformado o seu cargo ou
função anteriormente à data da promulgação desta Constituição corresponderão, no mínimo, à-
queles atribuídos ao cargo ou função de cujo exercício decorreu a transformação.
Parágrafo único - Aplica-se aos proventos dos aposentados o disposto no "caput" do presente arti-
go.

Artigo 27 - Aplica-se o disposto no art. 8º e seus parágrafos do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição Federal aos servidores públicos civis da administração direta, autárqui-
ca, fundacional e aos empregados das empresas públicas ou sociedade de economia mista, sob
controle estatal.

Artigo 28 - Será contado para todos os fins, como de efetivo exercício na carreira em que se encon-
trem, o tempo de serviço dos ex-integrantes das carreiras da antiga Guarda Civil, Força Pública,
Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras e outras carreiras policiais extintas.

Artigo 29 - Fica assegurada promoção na inatividade aos ex-integrantes da Força Pública, Guarda
Civil, Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras que se encontravam no serviço ativo em 9 de abril de
1970, hoje na ativa ou inatividade, vinculados às Polícias Civil e Militar, mediante requerimento
feito até noventa dias após promulgada esta Constituição que não tenham sido contemplados, de
maneira isonômica, pelo artigo seguinte e pelas Leis nº 418/85, 4.794/85, 5.455/86 e 6.471/89.

Artigo 30 - Aos integrantes inativos da Polícia Militar do Estado, a partir de 15 de março de 1968,
em virtude de invalidez, a pedido, após trinta anos ou mais de serviço, ou por haver atingido a ida-
de limite para permanência no serviço ativo e que não foram beneficiados por lei posterior àquela
data, fica assegurado, a partir da promulgação desta Constituição, o apostilamento do título ao
posto ou graduação imediatamente superior ao que possuíam quando da transferência para a ina-
tividade, com vencimentos e vantagens integrais, observando-se o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º,
da Constituição Federal, inclusive.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Parágrafo único - Os componentes da extinta Força Pública do Estado, que em 8 de abril de 1970 se
encontravam em atividade na graduação de subtenentes, terão seus títulos apostilados no posto
superior ao que se encontram na data da promulgação desta Constituição, restringindo-se o bene-
fício exclusivamente aos 2ºs tenentes.

Artigo 31 - O concurso público, prorrogado uma vez, por período inferior ao prazo de validade pre-
visto no edital de convocação, e em vigor em 5 de outubro de 1988, terá automaticamente ajusta-
do o período de sua validade, de acordo com os termos do inciso III do art. 37 da Constituição Fede-
ral.

Artigo 32 - As normas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho integrarão, obrigatoria-


mente, o Código Sanitário do Estado, sendo o seu descumprimento passível das correspondentes
sanções administrativas.

Artigo 33 - O Poder Público promoverá, no prazo de três anos, a identificação prévia de áreas e o
ajuizamento de ações discriminatórias, visando a separar as terras devolutas das particulares, e
manterá cadastro atualizado dos seus recursos fundiários.

Artigo 34 - Até que lei complementar disponha sobre a matéria, na forma do art. 145 desta Consti-
tuição, a criação de Municípios fica condicionada à observância dos seguintes requisitos:
I - população mínima de dois mil e quinhentos habitantes e eleitorado não inferior a dez por cento
da população;
II - centro urbano já constituído, com um mínimo de duzentas casas;
III - a área da nova unidade municipal deve ser distrito ou subdistrito há mais de três anos e ter
condições apropriadas para a instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal;
IV - a área deve apresentar solução de continuidade de pelo menos cinco quilômetros, entre o seu
perímetro urbano e a do Município de origem, excetuando-se, neste caso, os distritos e subdistritos
integrantes de áreas metropolitanas;
V - a área não pode interromper a continuidade territorial do Município de origem;
VI - o nome de novo Município não pode repetir outro já existente no País, bem como conter a
designação de datas e nomes de pessoas vivas.
§ 1º - Ressalvadas as Regiões Metropolitanas, a área da nova unidade municipal independe de ser
distrito ou subdistrito quando pertencer a mais de um Município, preservada a continuidade terri-
torial.
§ 2º - O desmembramento de Município ou Municípios, para a criação de nova unidade municipal,
não lhes poderá acarretar a perda dos requisitos estabelecidos neste artigo.
§ 3º - Somente será considerada aprovada a emancipação quando o resultado favorável do plebisci-
to obtiver a maioria dos votos válidos, tendo votado a maioria absoluta dos eleitores.
§ 4º - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores serão designadas dentro de noventa
dias, a partir da publicação da lei emancipadora, salvo se faltarem menos de dois anos para as elei-
ções municipais gerais, hipótese em que serão realizadas com estas.
§ 5º - O término do primeiro mandato dar-se-á em 31 de dezembro de 1992.

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Artigo 35 - Com a finalidade de regularizar-se a situação imobiliária do Município de Barão de Anto-


nina, fica o Estado autorizado a conceder títulos de legitimação de posse, comprovada, administra-
tivamente, apenas a morada permanente, por si ou sucessores, pelo prazo de dez anos, aos ocu-
pantes das terras devolutas localizadas naquele Município, bem como para a própria Prefeitura
Municipal, comprovada para esta, apenas, a efetiva ocupação, relativamente aos imóveis, áreas e
logradouros públicos.

Artigo 36 - O Estado criará, na forma da lei, por prazo não inferior a dez anos, os Fundos de Desen-
volvimento Econômico e Social do Vale do Ribeira e do Pontal do Paranapanema.

Artigo 37 - Os fundos existentes na data da promulgação desta Constituição extinguir-se-ão, se não


forem ratificados pela Assembléia Legislativa, no prazo de um ano.

Artigo 38 - Os conselhos, fundos, entidades e órgãos previstos nesta Constituição, não existentes na
data da sua promulgação, serão criados mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, que terá o
prazo de cento e oitenta dias para remeter à Assembléia Legislativa o projeto. No mesmo prazo,
remeterá os projetos de adaptação dos já existentes e que dependam de lei para esse fim.

Artigo 39 - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º da Constitui-
ção Federal, serão obedecidas as seguintes normas:
I - O projeto de lei de diretrizes orçamentárias do Estado será encaminhado até oito meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa;
II - O projeto de lei orçamentária anual do Estado será encaminhado até três meses antes do encer-
ramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Artigo 40 - Enquanto não forem disciplinados por lei o plano plurianual e as diretrizes orçamentá-
rias, não se aplica à lei de orçamento o disposto no art. 175, § 1º, item 1, desta Constituição.

(**) Artigo 41 - O cumprimento do disposto no art. 190 será exigido após doze meses da promulga-
ção desta Constituição.
(**) ADIN 403-4 – DECLARADA A INCONSTITUCIONALIDADE

Artigo 42 - O Estado, no exercício da competência prevista no art. 24, incisos VI, VII e VIII, da Consti-
tuição Federal, no que couber, elaborará, atendendo suas peculiaridades, o Código de Proteção ao
Meio Ambiente, no prazo de cento e oitenta dias.

Artigo 43 - Fica o Poder Público, no prazo de dois anos, obrigado a iniciar obras de adequação, a-
tendendo ao disposto no art. 205 desta Constituição.

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Artigo 44 - Ficam mantidas as unidades de conservação atualmente existentes, promovendo o Es-


tado a sua demarcação, regularização dominial e efetiva implantação no prazo de cinco anos, con-
signando nos próximos orçamentos as verbas para tanto necessárias.

Artigo 45 - O Poder Público, dentro de cento e oitenta dias, demarcará as áreas urbanizadas na
Serra do Mar, com vistas a definir as responsabilidades do Estado e dos Municípios, em que se en-
quadram essas áreas, a fim de assegurar a preservação do meio ambiente e ao disposto no art. 12,
§ 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.

Artigo 46 - No prazo de três anos, a contar da promulgação desta Constituição, ficam os Poderes
Públicos Estadual e Municipal obrigados a tomar medidas eficazes para impedir o bombeamento de
águas servidas, dejetos e de outras substâncias poluentes para a represa Billings.
Parágrafo único - Qualquer que seja a solução a ser adotada, fica o Estado obrigado a consultar
permanentemente os Poderes Públicos dos Municípios afetados.

Artigo 47 - O Poder Executivo implantará no prazo de um ano, a contar da data da promulgação


desta Constituição, na Secretaria de Estado da Saúde, banco de órgãos, tecidos e substâncias hu-
manas.

Artigo 48 - A Assembléia Legislativa, no prazo de um ano, contado da promulgação desta Constitui-


ção, elaborará lei complementar específica, disciplinando o Sistema Previdenciário do Estado.

Artigo 49 - Nos dez primeiros anos da promulgação desta Constituição, o Poder Público desenvolve-
rá esforços, com a mobilização de todos os setores organizados da sociedade e com a aplicação de,
pelo menos, cinqüenta por cento dos recursos a que se refere o art. 255 desta Constituição, para
eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental, com qualidade satisfatória.

Artigo 50 - Até o ano 2000, bienalmente, o Estado e os Municípios promoverão e publicarão censos
que aferirão os índices de analfabetismo e sua relação com a universalização do ensino fundamen-
tal, de conformidade com o preceito estabelecido no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição Federal.

Artigo 51 - No prazo de cento e vinte dias, a contar da promulgação desta Constituição, o Poder
Público Estadual deverá definir a situação escolar dos alunos matriculados em escolas de 1º e 2º
graus da rede particular que, nos últimos cinco anos, tiveram suas atividades suspensas ou encer-
radas por desrespeito a disposições legais, obedecida a legislação aplicável à espécie.

Artigo 52 - Nos termos do art. 253 desta Constituição e do art. 60, parágrafo único do Ato das Dis-
posições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, o Poder Público Estadual implantará
ensino superior público e gratuito nas regiões de maior densidade populacional, no prazo de até
três anos, estendendo às unidades das universidades públicas estaduais e diversificando os cursos
de acordo com as necessidades sócio-econômicas dessas regiões.
Parágrafo único - A expansão do ensino superior público a que se refere o "caput" poderá ser viabi-
lizada na criação de universidades estaduais, garantido o padrão de qualidade.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 53 - O disposto no parágrafo único do art. 253 deverá ser implantado no prazo de dois anos.

Artigo 54 - A lei, no prazo de cento e oitenta dias após a promulgação do Código do Consumidor, a
que se refere o art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal,
estabelecerá normas para proteção ao consumidor.

Artigo 55 - A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros públicos, dos edifícios de uso público e
dos veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado aos portadores de deficiên-
cias.

Artigo 56 - No prazo de cinco anos, a contar da promulgação desta Constituição, os sistemas de


ensino municipal e estadual tomarão todas as providências necessárias à efetivação dos dispositi-
vos nela previstos, relativos à formação e reabilitação dos portadores de deficiências, em especial e
quanto aos recursos financeiros, humanos, técnicos e materiais.

Parágrafo único - Os sistemas mencionados neste artigo, no mesmo prazo, igualmente, garantirão
recursos financeiros, humanos, técnicos e materiais, destinados a campanhas educativas de pre-
venção de deficiências.

Artigo 57 - Aos participantes ativos da Revolução Constitucionalista de 1932 serão assegurados os


seguintes direitos:
I - pensão especial, sendo inacumulável com quaisquer rendimentos recebidos dos cofres públicos,
exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção;
II - em caso de morte, pensão à viúva, companheira ou dependente, na forma do inciso anterior.
Parágrafo único - A concessão da pensão especial a que se refere o inciso I substitui, para todos os
efeitos legais, qualquer outra pensão já concedida aos ex-combatentes.

Artigo 58 - Salvo disposições em contrário, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário deverão


propor os projetos que objetivam dar cumprimento às determinações desta Constituição, bem co-
mo, no que couber, da Constituição Federal, até a data de 28 de junho de 1990, para apreciação
pela Assembléia Legislativa.

Artigo 59 - A Imprensa Oficial do Estado promoverá a edição do texto integral desta Constituição
que, gratuitamente, será colocado à disposição de todos os interessados.

Artigo 60 – O Estado entregará aos Municípios vinte e cinco por cento do montante de recursos
recebidos da União com base no artigo 91 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal, respeitando-se, ainda, o disposto nos §§ 2º a 4º do mesmo artigo.

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Artigo 61 – Fica instituído, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Estadual,
o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado por lei complementar com o objetivo
de proporcionar aos residentes no Estado de São Paulo o acesso a níveis dignos de sobrevivência,
cujos recursos serão aplicados em ações complementares de nutrição, habitação, educação, saúde,
reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse social voltados para a melhoria
da qualidade de vida.
§ 1º - Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza:
1 - a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de até dois pontos percen-
tuais da alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Ope-
rações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ou do
imposto que vier a substituí-lo, sobre produtos e serviços supérfluos definidos em lei complemen-
tar federal;
2 - dotações orçamentárias;
3 - doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas ou jurídicas do País ou do exterior;
4 - outras doações, de qualquer natureza, a serem definidas na regulamentação do próprio fundo.
§ 2º - Para o financiamento do Fundo poderá ser instituído um adicional de até dois pontos percen-
tuais na alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Servi-
ços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, incidente sobre produ-
tos e serviços supérfluos e nas condições definidas em lei complementar federal, não se aplicando,
sobre este percentual, o disposto no artigo 158, IV, da Constituição Federal.
§ 3º - O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento que conte
com a participação da sociedade civil, nos termos da lei.

Artigo 62 - Na ausência da lei complementar a que se refere o artigo 198, § 3º, da Constituição Fe-
deral, deverá ser observado para o cumprimento do § 1º do artigo 222 da Constituição Estadual o
disposto no artigo 77 do Ato Das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
(**) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14 de fevereiro de 2006

SALA DAS SESSÕES, EM 5 DE OUTUBRO DE 1989.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 1.270,


DE 25 DE AGOSTO DE 2015
Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:
TÍTULO I
Da Competência e Organização
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Artigo 1º - Esta lei complementar reorganiza a Procuradoria Geral do Estado, define suas atribui-
ções e as de seus órgãos e dispõe sobre o regime jurídico dos integrantes da carreira de Procurador
do Estado.

Artigo 2º - A Procuradoria Geral do Estado é instituição de natureza permanente, essencial à admi-


nistração da justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada diretamente ao Governador, res-
ponsável pela advocacia do Estado, sendo orientada pelos princípios da legalidade, da indisponibili-
dade do interesse público, da unidade e da eficiência.

CAPÍTULO II
Das Atribuições
Artigo 3º - São atribuições da Procuradoria Geral do Estado, sem prejuízo de outras que lhe forem
outorgadas por normas constitucionais e legais:
I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e suas autarquias, inclusive as de regime espe-
cial, exceto as universidades públicas;
II - exercer, com exclusividade, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo e das entidades autárquicas a que se refere o inciso I deste artigo;
III - representar, com exclusividade, a Fazenda do Estado perante o Tribunal de Contas;
IV - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo ao Governador;
V - promover, com exclusividade, a inscrição, o controle e a cobrança da dívida ativa estadual;
VI - propor ou responder as ações judiciais, de qualquer natureza, que tenham por objeto a defesa
do erário ou do interesse público, bem como nelas intervir, na forma da lei;
VII - prestar assistência jurídica aos Municípios, na forma do artigo 25, inciso III, desta lei comple-
mentar;
VIII - realizar procedimentos administrativos, inclusive disciplinares, não regulados por lei especial;

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IX - acompanhar inquéritos policiais sobre crimes funcionais, fiscais ou contra a Administração Pú-
blica e atuar como assistente da acusação nas respectivas ações penais, quando for o caso;
X - patrocinar as ações diretas de inconstitucionalidade, as ações declaratórias de constitucionali-
dade e as arguições de descumprimento de preceito fundamental propostas pelo Governador, a-
companhando e intervindo naquelas que envolvam interesse do Estado;
XI - definir, previamente, a forma de cumprimento de decisões judiciais;
XII - propor a extensão administrativa da eficácia de decisões judiciais reiteradas;
XIII - promover a uniformização da jurisprudência administrativa e da interpretação das normas,
tanto na Administração Direta como na Indireta;
XIV - manifestar-se sobre as divergências jurídicas entre órgãos da Administração Direta ou Indire-
ta;
XV - opinar previamente à formalização dos contratos administrativos, convênios, termos de ajus-
tamento de conduta, consórcios públicos ou atos negociais similares celebrados pelo Estado e suas
autarquias, observado o disposto no artigo 45 desta lei complementar;
XVI - representar o Estado e suas autarquias nas assembleias gerais das sociedades de que sejam
acionistas;
XVII - promover a discriminação de terras e a regularização fundiária no Estado;
XVIII - representar ao Governador sobre providências de ordem jurídica reclamadas pelo interesse
público e pela boa aplicação das normas vigentes;
XIX - coordenar, para fins de atuação uniforme, os órgãos jurídicos das universidades públicas, das
empresas públicas, das sociedades de economia mista sob controle do Estado, pela sua administra-
ção centralizada ou descentralizada, e das fundações por ele instituídas ou mantidas, observado o
disposto no § 8º deste artigo;
XX - gerir e administrar os fundos especiais de despesa que lhe são afetos;
XXI - integrar o Tribunal de Impostos e Taxas, observada a legislação pertinente.
§ 1º - A Procuradoria Geral do Estado, em caráter excepcional e em razão de relevante interesse
público, poderá contratar jurista para a emissão de parecer sobre matéria específica, mediante
prévia motivação do Procurador Geral do Estado e oitiva do Conselho.
§ 2º - A representação extrajudicial atribuída à Procuradoria Geral do Estado não exclui o exercício
das competências próprias do Governador, Secretários de Estado e dirigentes de autarquias, na
celebração de contratos e de outros instrumentos jurídicos.
§ 3º - Na formulação de propostas a que se refere o inciso XII deste artigo, que tratem de matéria
tributária, será colhida a prévia manifestação da Secretaria da Fazenda.
§ 4º - As propostas de edição e reexame de súmulas, para os fins do disposto no inciso XIII deste
artigo, serão formuladas ao Procurador Geral pelos órgãos superiores ou de coordenação setorial
da Procuradoria Geral do Estado, pelos Secretários de Estado e pelos dirigentes das entidades da
administração descentralizada.
§ 5º - As súmulas aprovadas pelo Procurador Geral passarão a vigorar após homologação pelo Go-
vernador e publicação no Diário Oficial do Estado.
§ 6º - Nenhuma decisão da Administração Pública Direta ou Indireta poderá ser exarada em diver-
gência com as súmulas.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 7º - As autoridades e servidores da Administração Estadual ficam obrigados a atender às requisi-


ções de certidões, informações, autos de processo administrativo, documentos e diligências formu-
ladas pela Procuradoria Geral do Estado, dispensando às respectivas requisições tratamento priori-
tário.
§ 8º - A supervisão e a realização, total ou parcial, das atividades de representação judicial, consul-
toria e assessoramento jurídico das universidades públicas pela Procuradoria Geral do Estado ficam
condicionadas à celebração de convênio entre o Estado e a universidade interessada.

Artigo 4º - A Procuradoria Geral do Estado, observado o disposto no inciso X do artigo 7º, poderá
reconhecer a procedência de pedidos formulados em ações judiciais, deixar de propô-las, desistir
das já propostas ou transigir em relação ao objeto litigioso, bem como deixar de interpor recursos
ou desistir dos já interpostos.

CAPÍTULO III
Da Organização
Artigo 5º - A Procuradoria Geral do Estado, cujas atribuições se exercem em três áreas de atuação -
Consultoria Geral, Contencioso Geral e Contencioso Tributário-Fiscal - é integrada pelos seguintes
órgãos:
I - Superiores:
a) Gabinete do Procurador Geral;
b) Conselho da Procuradoria Geral do Estado;
c) Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado;
II - de Coordenação Setorial:
a) Subprocuradoria Geral do Contencioso Geral;
b) Subprocuradoria Geral do Contencioso Tributário-Fiscal;
c) Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral;
III - Auxiliares:
a) Centro de Estudos - CE;
b) Câmara de Integração e Orientação Técnica - CIOT;
c) Câmara de Conciliação da Administração Estadual - CCAE;
d) Centro de Estágios.
IV - de Apoio:
a) Centro de Engenharia, Cadastro Imobiliário e Geoprocessamento - CECIG;
b) Centro de Tecnologia da Informação - CTI;
V - de Administração: Coordenadoria de Administração - CA;
VI - Complementares:
a) Conselho da Advocacia da Administração Pública Estadual;

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b) Ouvidoria da Procuradoria Geral do Estado.


§ 1º - A Procuradoria Geral do Estado terá quadro de pessoal próprio, com cargos diretivos e de
assessoramento, de provimento em comissão, e cargos de provimento efetivo, estruturados em
carreira que atenda às necessidades institucionais.
§ 2º - Os órgãos de Coordenação Setorial contarão com estrutura administrativa para execução de
sua atividade fim e disporão das seguintes assistências e órgãos de execução:
1 - Subprocuradoria Geral do Contencioso Geral:
a) Assistência de Defesa do Meio Ambiente, Assistência de Políticas Públicas, Assistência de Pessoal
e Assistência de Arbitragens;
b) Procuradorias Especializadas: Procuradoria do Contencioso Judicial, Procuradoria do Contencioso
Ambiental e Imobiliário, Procuradoria do Contencioso de Pessoal e Procuradoria de Execuções;
2 - Subprocuradoria Geral do Contencioso Tributário-Fiscal:
a) Assistências: Assistência de Recuperação de Ativos e Assistência de Leilões Judiciais;
b) Procuradorias Especializadas: Procuradoria Fiscal e Procuradoria da Dívida Ativa;
3 - Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral:
a) Assistências: Assistência de Procedimentos Especiais, Assistência de Gestão de Imóveis, Assistên-
cia Jurídica aos Municípios e Assistência de Apoio Operacional da PGE;
b) Procuradorias Especializadas: Procuradoria Administrativa, Procuradoria da Fazenda junto ao
Tribunal de Contas, Procuradoria de Procedimentos Disciplinares e Procuradoria de Assuntos Tribu-
tários;
c) Consultorias Jurídicas e Procuradoria da Junta Comercial.
§ 3º - As Procuradorias Regionais e a Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília integram as
Áreas do Contencioso Geral e do Contencioso Tributário-Fiscal.

CAPÍTULO IV
Dos Órgãos Superiores
SEÇÃO I
Do Procurador Geral do Estado
Artigo 6º - O Procurador Geral do Estado, responsável pela orientação jurídica e administrativa da
instituição, será nomeado pelo Governador, em comissão, entre os Procuradores em atividade con-
firmados na carreira, e terá tratamento, prerrogativas e representação de Secretário de Estado,
devendo apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e da exoneração.

Artigo 7º - Além das competências previstas na Constituição Estadual e em lei, cabe ao Procurador
Geral:
I - fixar a orientação jurídica e administrativa da instituição;
II - planejar o desenvolvimento institucional e a atuação funcional da Procuradoria Geral do Estado,
definir objetivos estratégicos, diretrizes e programas de metas, bem como providenciar os meios e
os recursos necessários à sua consecução;

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III - superintender, orientar e coordenar as atividades da Procuradoria Geral do Estado, atuando em


colaboração com os demais órgãos superiores;
IV - encarregar-se do relacionamento institucional da Procuradoria Geral do Estado, perante a Ad-
ministração Estadual e fora dela;
V - representar o Estado na celebração de convênios e celebrar termos de cooperação com órgãos
da Advocacia Pública dos demais entes federativos, para a cooperação mútua no desempenho das
atribuições do Procurador do Estado, notadamente nas ações judiciais movidas fora deste Estado,
observadas as normas regulamentares;
VI - submeter ao Governador lista tríplice, formada pelo Conselho, para nomeação do Procurador
do Estado Corregedor Geral;
VII - submeter ao Conselho o encaminhamento ao Governador de proposta de destituição do Pro-
curador do Estado Corregedor Geral, nas hipóteses do artigo 15, inciso XXVII, desta lei complemen-
tar;
VIII - propor ao Governador a declaração de nulidade de atos administrativos da Administração
Direta e Indireta;
IX - representar ao órgão competente sobre a inconstitucionalidade de leis e emendas constitucio-
nais ou ilegalidade de atos administrativos de qualquer natureza;
X - desistir, transigir, firmar compromisso e confessar nas ações de interesse da Fazenda do Estado;
XI - receber citações e notificações nas ações propostas contra o Estado e suas autarquias;
XII - definir parâmetros, nos casos não previstos em lei, para o não ajuizamento, desistência, tran-
sação, compromisso e confissão nas ações judiciais de interesse do Estado e de suas autarquias,
bem como para a dispensa de inscrição na dívida ativa;
XIII - exercer, com o apoio de seu Gabinete, assessoramento jurídico e técnico-legislativo ao Gover-
nador;
XIV - propor a estrutura, a organização e as atribuições da Procuradoria Geral do Estado, bem como
a criação e a extinção de seus cargos e funções, ouvido o Conselho;
XV - promover a lotação dos cargos da Procuradoria Geral do Estado e a classificação de seus ocu-
pantes, bem como conceder-lhes exoneração, afastamento, permuta, direitos e vantagens;
XVI - designar Procuradores do Estado para o exercício das funções de confiança previstas nos arti-
gos 65, 69, incisos I e IV, e 72 desta lei complementar;
XVII - determinar a instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar contra inte-
grantes da carreira de Procurador do Estado, bem como aplicar-lhes as sanções disciplinares;
XVIII - presidir o Conselho da Procuradoria Geral do Estado e dar cumprimento às suas delibera-
ções, nos termos desta lei complementar;
XIX - homologar a lista de classificação referente ao concurso para ingresso na carreira de Procura-
dor do Estado;
XX - presidir o Conselho da Advocacia da Administração Pública e dar cumprimento às suas delibe-
rações;
XXI - elaborar a proposta orçamentária da Procuradoria Geral do Estado, em conformidade com a
lei de diretrizes orçamentárias, e remetê-la à autoridade competente, para inclusão no projeto de
lei orçamentária anual, assim como aplicar as respectivas dotações;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

XXII - definir a posição processual do Estado e de suas autarquias nas ações populares e civis públi-
cas;
XXIII - propor ao Governador a extensão administrativa da eficácia de decisões judiciais reiteradas;
XXIV - aprovar e submeter à homologação do Governador súmulas de uniformização da jurispru-
dência administrativa;
XXV - editar atos normativos e referendar leis e decretos que se relacionem à Procuradoria Geral do
Estado;
XXVI - designar o Presidente da Comissão de Concurso de Ingresso, ouvido o Conselho;
XXVII - expor previamente ao Conselho a proposta orçamentária e o Plano Anual de Diretrizes e
Metas da Procuradoria Geral do Estado;
XXVIII - comparecer, semestralmente, perante a comissão permanente da Assembleia Legislativa a
que estejam afetas as suas atribuições para prestar contas do andamento da gestão, bem como
demonstrar e avaliar o desenvolvimento de ações, programas e metas da Procuradoria Geral do
Estado referentes ao ano anterior.
§ 1º - O Procurador Geral poderá delegar as atribuições previstas nos incisos X, XI e XXII deste arti-
go, observando-se que, na hipótese do inciso XXII, a atribuição poderá apenas ser delegada aos
Subprocuradores Gerais.
§ 2º - O Procurador Geral poderá avocar o exame de qualquer matéria compreendida na compe-
tência funcional dos Subprocuradores Gerais, ou rever atos e decisões destes.

SEÇÃO II
Do Gabinete do Procurador Geral
Artigo 8º - O Gabinete do Procurador Geral, órgão incumbido de auxiliá-lo no exercício de suas fun-
ções, será constituído por um Procurador Geral Adjunto, um Procurador do Estado Chefe de Gabi-
nete, por Procuradores do Estado Assessores e por pessoal de apoio técnico e administrativo.
§ 1º - O Procurador Geral Adjunto e o Procurador do Estado Chefe de Gabinete serão nomeados
pelo Governador, em comissão, por indicação do Procurador Geral, dentre Procuradores do Estado
em atividade confirmados na carreira, que não registrem punição de natureza disciplinar nos últi-
mos 5 (cinco) anos, devendo apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e da exonera-
ção.
§ 2º - Compete ao Procurador Geral Adjunto:
1 - substituir o Procurador Geral em suas ausências temporárias e impedimentos;
2 - colaborar com o Procurador Geral no exercício de suas atribuições institucionais;
3 - promover, com o auxílio da Câmara de Integração e Orientação Técnica, que presidirá, a intera-
ção e articulação entre as Áreas do Contencioso e da Consultoria Geral, para efeito de atuação con-
junta e harmônica;
4 - coordenar e orientar a participação dos Procuradores do Estado em órgãos colegiados da Admi-
nistração Estadual, externos à Procuradoria Geral do Estado.
§ 3º - Além de competências próprias previstas em lei, o Procurador do Estado Chefe de Gabinete
terá as seguintes atribuições:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

1 - coordenar as atividades desempenhadas pelo Serviço de Informação ao Cidadão - SIC da Procu-


radoria Geral do Estado;
2 - coordenar as atividades desempenhadas pela Ouvidoria da Procuradoria Geral do Estado;
3 - supervisionar as atividades desempenhadas pelo Grupo Setorial de Planejamento, Orçamento e
Finanças Públicas da Procuradoria Geral do Estado;
4 - outras atribuições que lhe forem conferidas por resolução do Procurador Geral.

Artigo 9º - Integram o Gabinete do Procurador Geral:


I - Assessoria Jurídica do Gabinete, para assuntos de interesse geral, especialmente o assessora-
mento jurídico do Governador, de órgãos que lhe sejam diretamente vinculados e do Fundo de
Solidariedade do Estado de São Paulo - FUSSESP, inclusive a elaboração de minutas de informação
em mandados de injunção e mandados de segurança impetrados contra atos das respectivas auto-
ridades, sem prejuízo de outros assuntos que lhe sejam submetidos pelo Procurador Geral;
II - Assessoria Técnico-Legislativa, para o assessoramento jurídico ao exercício das funções legislati-
vas e normativas que a Constituição do Estado outorga ao Governador;
III - Assessoria de Empresas e de Fundações;
IV - Assessoria de Precatórios Judiciais;
V - Assessoria de Contencioso Judicial;
VI - Assessoria de Coordenação de Regionais, para auxílio em assuntos gerais relacionados à atua-
ção das Procuradorias Regionais.
§ 1º - As atividades das Assessorias poderão ser realizadas por equipes especializadas, sob a coor-
denação de um Procurador do Estado Assessor Chefe designado pelo Procurador Geral.
§ 2º - As atribuições das equipes especializadas que integram as Assessorias e das suas respectivas
coordenações serão detalhadas em ato do Procurador Geral.
§ 3º - A Assessoria de Precatórios Judiciais e a Assessoria de Coordenação de Regionais vinculam-se
ao Procurador Geral Adjunto.

Artigo 10 - O Grupo Setorial de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas funcionará junto ao


Gabinete do Procurador Geral, com composição e atribuições decorrentes de legislação própria.
Parágrafo único - O Gabinete do Procurador Geral contará com Assessoria de Comunicação e Im-
prensa e unidades de apoio técnico e administrativo.

SEÇÃO III
Do Conselho da Procuradoria Geral do Estado
Artigo 11 - O Conselho da Procuradoria Geral do Estado será integrado pelo Procurador Geral, que
o presidirá, pelo Corregedor Geral, pelos Subprocuradores Gerais, pelo Procurador do Estado Chefe
do Centro de Estudos, na condição de membros natos, e por 8 (oito) membros eleitos entre Procu-
radores do Estado em atividade, sendo 1 (um) representante para cada nível da carreira e mais 1
(um) representante para cada área de atuação.

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Artigo 12 - A eleição dos membros do Conselho a que se refere o artigo 11 desta lei complementar
será disciplinada por decreto.
§ 1º - O mandato dos membros eleitos do Conselho será de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
§ 2º - Os Conselheiros eleitos farão jus a gratificação “pro labore” enquanto estiverem no efetivo
exercício do mandato, não se sujeitando à remoção de que trata o artigo 103, inciso II, alínea “a”,
desta lei complementar.

Artigo 13 - Todos os membros do Conselho terão direito a voto, cabendo ao Presidente, também, o
de desempate.

Artigo 14 - Os membros do Conselho serão substituídos, em suas faltas e impedimentos, da seguin-


te forma:
I - o Procurador Geral, pelo Procurador Geral Adjunto;
II - o Procurador do Estado Corregedor Geral, pelo Procurador do Estado Corregedor Geral Adjunto;
III - os Subprocuradores Gerais, pelos Subprocuradores Gerais Adjuntos;
IV - o Procurador do Estado Chefe do Centro de Estudos, por um de seus Assistentes;
V - os Conselheiros eleitos, pelos respectivos suplentes.

Artigo 15 - Compete ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado:


I - elaborar lista tríplice a ser encaminhada ao Governador para escolha do Procurador do Estado
Corregedor Geral;
II - referendar a escolha do Procurador do Estado Chefe do Centro de Estudos e dos membros do
Conselho Curador a que se refere o § 1º do artigo 49 desta lei complementar;
III - decidir, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, pela convocação de Procurador ou
servidor da Procuradoria Geral do Estado para prestar esclarecimentos sobre sua atuação funcio-
nal;
IV - deliberar, mediante proposta do Procurador Geral, sobre a abertura de concurso de remoção;
V - organizar e dirigir os concursos de ingresso e de promoção na carreira de Procurador do Estado
e realizar o concurso de remoção, processando e julgando reclamações e recursos a eles pertinen-
tes;
VI - fixar os critérios de merecimento para fins de promoção;
VII - elaborar lista de classificação do concurso de ingresso para homologação pelo Procurador Ge-
ral e publicação;
VIII - convocar os Procuradores do Estado empossados para a escolha de vagas, de acordo com a
ordem de classificação no concurso de ingresso;
IX - decidir sobre a confirmação na carreira de Procurador do Estado, nos termos do artigo 91 desta
lei complementar;
X - deliberar sobre a remoção de oficio e a remoção compulsória;

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XI - manifestar-se previamente e em caráter vinculante sobre pedidos de afastamento de integran-


tes da carreira e suas renovações anuais, ressalvados os casos previstos nesta lei complementar;
XII - determinar, sem prejuízo da competência do Procurador Geral e do Corregedor Geral, a instau-
ração de sindicâncias e de processos administrativos disciplinares contra integrantes da carreira de
Procurador do Estado;
XIII - opinar sobre aplicação de penalidade disciplinar a Procurador do Estado, bem como nos recur-
sos correspondentes;
XIV - referendar proposta do Procurador Geral para criação de novas unidades, subunidades ou
órgãos da Procuradoria Geral do Estado, bem como para alteração da sede ou dos limites territori-
ais das Procuradorias Regionais;
XV - referendar proposta do Procurador Geral para fixação ou alteração do número de Procurado-
res do Estado destinados a cada um dos órgãos de execução das Áreas do Contencioso e da Consul-
toria Geral;
XVI - fixar, mediante proposta do Procurador Geral, os requisitos para a classificação em órgãos de
execução da Procuradoria Geral do Estado, bem como para o desempenho de atribuições e funções
de confiança previstas nesta lei complementar;
XVII - deliberar sobre a criação e a fixação de vagas de estagiários;
XVIII - manifestar-se obrigatoriamente nas propostas de alteração de estrutura, organização e atri-
buições da Procuradoria Geral do Estado e regime jurídico dos Procuradores do Estado;
XIX - opinar sobre a proposta de orçamento anual da Procuradoria Geral do Estado, na forma e nos
prazos estabelecidos em seu regimento;
XX - fixar o número de Corregedores Auxiliares, observado o disposto nesta lei complementar;
XXI - opinar sobre medidas propostas pela Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado;
XXII - pronunciar-se sobre qualquer matéria que lhe seja encaminhada pelo Procurador Geral;
XXIII - representar ao Procurador Geral sobre providências reclamadas pelo interesse público, con-
cernentes à Procuradoria Geral do Estado;
XXIV - propor ao Procurador Geral a adoção de medidas concernentes ao aperfeiçoamento, estru-
tura e funcionamento da Instituição;
XXV - tutelar as prerrogativas funcionais, desagravando Procurador do Estado ofendido no exercício
de seu cargo e oficiando as autoridades competentes;
XXVI - examinar relatórios de correição e de levantamentos estatísticos elaborados pela Corregedo-
ria Geral;
XXVII - decidir, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, pelo encaminhamento ao Governa-
dor de proposta do Procurador Geral visando à destituição do Corregedor Geral em caso de abuso
de poder, conduta incompatível ou grave omissão dos deveres do cargo, assegurada ampla defesa;
XXVIII - manifestar-se sobre proposta de contratação de jurista, formulada pelo Procurador Geral,
nos termos do artigo 3º, § 1º, desta lei complementar;
XXIX - elaborar seu regimento interno.

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§ 1º - As sessões do Conselho, com periodicidade estabelecida em regulamento, serão públicas,


ressalvadas as hipóteses legais de sigilo, e instaladas com a presença da maioria absoluta de seus
membros.
§ 2º - As deliberações do Conselho serão motivadas, publicadas por extrato e tomadas pela maioria
dos membros presentes à sessão, salvo expressa previsão em sentido contrário.
§ 3º - Aos Procuradores do Estado será assegurada a manifestação nas sessões do Conselho, na
forma definida em seu regimento interno.

SEÇÃO IV
Da Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado
Artigo 16 - A Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado será constituída por um Procurador do
Estado Corregedor Geral, um Procurador do Estado Corregedor Geral Adjunto e por Procuradores
do Estado Corregedores Auxiliares.
§ 1º - O Corregedor Geral será nomeado pelo Governador, para mandato de 2 (dois) anos, permiti-
da uma recondução, dentre os integrantes dos dois últimos níveis da carreira de Procurador do
Estado, que não registrem punição de natureza disciplinar nos últimos 5 (cinco) anos, indicados em
lista tríplice formada pelos membros do Conselho, após votação secreta e uninominal.
§ 2º - Compete ao Governador a destituição do Corregedor Geral, observado o disposto no artigo
15, inciso XXVII, desta lei complementar.
§ 3º - O Corregedor Geral Adjunto e os Corregedores Auxiliares serão indicados pelo Corregedor
Geral e designados pelo Procurador Geral, entre os Procuradores do Estado com mais de 5 (cinco)
anos de efetivo exercício na carreira que não registrem punição de natureza disciplinar nos últimos
5 (cinco) anos.
§ 4º - Ao Corregedor Geral Adjunto compete substituir o Corregedor Geral em suas faltas e impe-
dimentos e colaborar na condução das atividades administrativas afetas à Corregedoria.
§ 5º - O número de Corregedores Auxiliares será fixado pelo Conselho da Procuradoria Geral do
Estado, proporcionalmente ao número de integrantes da carreira em efetivo exercício, provenien-
tes das três áreas de atuação da Procuradoria Geral do Estado.
§ 6º - O Corregedor Geral Adjunto e os Corregedores Auxiliares desempenharão suas funções com
prejuízo das atribuições do cargo de Procurador do Estado.

Artigo 17 - A Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado é o órgão orientador e fiscalizador das


atividades funcionais e da conduta de seus membros, incumbindo-lhe, dentre outras atribuições:
I - fiscalizar e orientar as atividades dos órgãos da Procuradoria Geral do Estado e dos integrantes
da carreira, no exercício de suas funções;
II - apreciar as representações que lhe forem encaminhadas relativamente à atuação da Procurado-
ria Geral do Estado e dos integrantes da carreira;
III - realizar correições nos órgãos da Procuradoria Geral do Estado e nos órgãos jurídicos das autar-
quias referidas no artigo 3º, inciso I, desta lei complementar, propondo ao Procurador Geral e ao
Conselho medidas necessárias à racionalização e eficiência dos serviços;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

IV - organizar e divulgar os dados estatísticos das atividades desenvolvidas pelos diversos órgãos da
Procuradoria Geral do Estado, propondo a criação de cargos ou sua redistribuição;
V - fornecer subsídios para a avaliação periódica dos Procuradores do Estado e verificar o atendi-
mento aos padrões de desempenho profissional estabelecidos;
VI - requisitar cópias de peças e trabalhos, certidões e informações, relativos às atividades desen-
volvidas pelos integrantes da carreira;
VII - realizar, com exclusividade, procedimentos disciplinares contra integrantes da carreira de Pro-
curador do Estado;
VIII - encaminhar ao Procurador Geral proposta de regulamento do estágio probatório dos inte-
grantes da carreira;
IX - acompanhar o estágio probatório dos Procuradores do Estado e, quando necessário, prestar ao
Conselho informações acerca da respectiva conduta e do desempenho profissional;
X - submeter ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado proposta de confirmação ou de exone-
ração do Procurador do Estado em estágio probatório;
XI - indicar ao Procurador Geral as necessidades materiais ou de pessoal nos serviços afetos à Pro-
curadoria Geral do Estado.

Artigo 18 - Compete ao Corregedor Geral, dentre outras atribuições:


I - instaurar de ofício, por determinação do Procurador Geral ou do Conselho, apurações prelimina-
res, sindicâncias e processos administrativos disciplinares contra Procuradores do Estado e servido-
res da Procuradoria Geral do Estado, nas infrações conexas, e designar o Corregedor Auxiliar encar-
regado da sua realização;
II - determinar e superintender a organização de informações relativas à atividade funcional dos
Procuradores do Estado;
III - expedir atos visando à regularidade e ao aperfeiçoamento dos serviços da Procuradoria Geral
do Estado.

CAPÍTULO V
Dos Órgãos de Coordenação Setorial
SEÇÃO I
Das Subprocuradorias Gerais
Artigo 19 - A Subprocuradoria Geral do Contencioso Geral, a Subprocuradoria Geral do Contencioso
Tributário-Fiscal e a Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral serão constituídas pelos Subprocu-
radores Gerais, Subprocuradores Gerais Adjuntos, Procuradores do Estado Assistentes e por pesso-
al de apoio técnico e administrativo.
Parágrafo único - Os Subprocuradores Gerais serão nomeados pelo Governador, em comissão, por
indicação do Procurador Geral, dentre os Procuradores do Estado com mais de 5 (cinco) anos de
efetivo exercício na carreira e que não registrem punição de natureza disciplinar nos últimos 5 (cin-
co) anos, devendo apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e da exoneração.

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Artigo 20 - Compete ao Subprocurador Geral do Contencioso Geral e ao Subprocurador Geral do


Contencioso Tributário-Fiscal:
I - coordenar, supervisionar e regulamentar a atuação em juízo do Estado e de suas autarquias,
definindo orientações e estratégias gerais que deverão ser seguidas pelos respectivos órgãos de
execução;
II - indicar ao Procurador Geral os respectivos Subprocuradores Gerais Adjuntos, seus Assistentes,
os Procuradores do Estado Chefes das Procuradorias Especializadas das suas respectivas áreas de
atuação, bem como os das Procuradorias Regionais;
III - promover a alocação de recursos necessários ao funcionamento das unidades que lhes sejam
vinculadas;
IV - adotar medidas que visem ao aperfeiçoamento e à uniformização da atuação das unidades que
lhes sejam vinculadas;
V - propor ao Procurador Geral a criação de Procuradorias Especializadas do Contencioso Geral, do
Contencioso Tributário-Fiscal e de Procuradorias Regionais, sua extinção ou remanejamento;
VI - propor ao Procurador Geral a divisão em subunidades das Procuradorias Especializadas, da
Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília e das Procuradorias Regionais;
VII - fixar critérios para distribuição do trabalho entre os Procuradores do Estado classificados nas
suas respectivas áreas de atuação, que resultem na atribuição de tarefas de maior complexidade e
repercussão, visando à especialização profissional e à otimização dos recursos humanos disponí-
veis;
VIII - autorizar o não ajuizamento, desistência, transação, compromisso e confissão nas ações judi-
ciais de interesse do Estado e de suas autarquias, conforme os parâmetros estabelecidos por ato do
Procurador Geral;
IX - fixar os critérios de atuação dos Procuradores do Estado junto aos juizados especiais federal e
estadual da Fazenda Pública, com vistas à conciliação das partes processuais, observados os parâ-
metros estabelecidos por ato do Procurador Geral;
X - fixar os critérios de distribuição das ações judiciais ajuizadas fora do território do Estado de São
Paulo;
XI - cooperar com as Procuradorias Gerais de outros entes federativos para a defesa dos interesses
do Estado de São Paulo;
XII - autorizar a sustação de cobranças ou o parcelamento de débitos, antes ou depois do ajuiza-
mento, e o cancelamento ou a dispensa de inscrição na dívida ativa, conforme os parâmetros esta-
belecidos por ato do Procurador Geral;
XIII - autorizar a adjudicação ou a arrematação de bens e decidir sobre sua destinação;
XIV - manter contato com autoridades da Administração Estadual, em assuntos de interesse da
respectiva área de atuação, dando ciência ao Procurador Geral;
XV - instituir sistema de gerenciamento de dados relativos à qualidade e à produtividade da atua-
ção dos respectivos órgãos de execução;
XVI - decidir sobre qualquer outra matéria de interesse exclusivo das suas respectivas áreas de atu-
ação, ressalvada a competência privativa do Procurador Geral.
§ 1º - As atribuições previstas neste artigo poderão ser delegadas.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 2º - O Subprocurador Geral da Consultoria Geral deverá ser ouvido previamente à definição do


conteúdo da argumentação do Estado em juízo, quando se tratar de matéria que possa ter especial
repercussão na sua área de atuação.

Artigo 21 - Compete ao Subprocurador Geral da Consultoria Geral:


I - coordenar, supervisionar e regulamentar a atuação extrajudicial do Estado e de suas autarquias,
definindo orientações destinadas aos órgãos de execução vinculados à Área da Consultoria Geral;
II - indicar ao Procurador Geral o Subprocurador Geral Adjunto, seus Assistentes e os Procuradores
do Estado Chefes das Procuradorias Especializadas da Área da Consultoria Geral, das Consultorias
Jurídicas e da Procuradoria da Junta Comercial;
III - designar os Procuradores do Estado classificados nas Consultorias Jurídicas, observado o dispos-
to no artigo 74, parágrafo único, desta lei complementar;
IV - promover a alocação de recursos necessários ao funcionamento das unidades que lhes sejam
vinculadas;
V - adotar medidas que visem ao aperfeiçoamento e à uniformização da atuação das unidades e
dos órgãos da Área da Consultoria Geral;
VI - propor ao Procurador Geral a criação de Procuradorias Especializadas e de Consultorias Jurídi-
cas, e a extinção ou remanejamento das existentes;
VII - propor ao Procurador Geral a divisão em subunidades das Procuradorias Especializadas e das
Consultorias Jurídicas;
VIII - fixar critérios para distribuição do trabalho entre os Procuradores do Estado classificados nas
suas respectivas áreas de atuação, que resultem na atribuição de tarefas de maior complexidade e
repercussão, visando preferencialmente à especialização profissional e à otimização dos recursos
humanos disponíveis;
IX - aprovar pareceres e fixar orientações jurídicas, submetendo ao Procurador Geral as matérias de
relevância ou que possam ter repercussão para toda a Administração Estadual;
X - manter contatos com autoridades da Administração Estadual, em assuntos de interesse da área,
dando ciência ao Procurador Geral;
XI - instituir sistema de gerenciamento de dados relativos à qualidade e à produtividade da atuação
dos órgãos de execução vinculados à Área da Consultoria Geral;
XII - decidir sobre qualquer outra matéria de interesse da Área da Consultoria Geral, ressalvada a
competência privativa do Procurador Geral.
§ 1º - As atribuições previstas neste artigo poderão ser delegadas.
§ 2º - O Subprocurador Geral do Contencioso Geral e o Subprocurador Geral do Contencioso Tribu-
tário-Fiscal deverão ser ouvidos previamente à aprovação a que se refere o inciso IX deste artigo,
quando se tratar de matéria que possa ter especial repercussão nas suas respectivas áreas de atua-
ção. Artigo 22 - Compete aos Subprocuradores Gerais Adjuntos:
I - coletar dados e informações para orientar os Subprocuradores Gerais na fixação de orientações
destinadas aos respectivos órgãos de execução;
II - informar ao Subprocurador Geral a necessidade de aperfeiçoamento e uniformização da atua-
ção das unidades vinculadas à respectiva Subprocuradoria Geral;

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III - diagnosticar as tarefas de maior complexidade e repercussão e auxiliar na fixação de critérios


para distribuição do trabalho, nos termos do disposto no inciso VII do artigo 20 e no inciso VIII do
artigo 21, ambos desta lei complementar;
IV - monitorar sistema de gerenciamento de dados relativos à qualidade e à produtividade da atua-
ção dos respectivos órgãos de execução;
V - colaborar na condução das atividades administrativas afetas à respectiva Subprocuradoria Ge-
ral;
VI - substituir os Subprocuradores Gerais em suas faltas e impedimentos;
VII - outras atribuições delegadas pelo Subprocurador Geral.

Artigo 23 - Compete às Assistências a seguir relacionadas, integrantes da Subprocuradoria Geral do


Contencioso Geral:
I - à Assistência de Defesa do Meio Ambiente:
a) realizar a interlocução da Procuradoria Geral do Estado com os demais órgãos da Administração
Estadual e com outros órgãos e entidades em matéria ambiental;
b) coordenar a atuação dos órgãos do Contencioso Geral em questões relacionadas à defesa do
meio ambiente;
c) prestar orientação e apoio técnico aos Procuradores do Estado incumbidos de atuar na defesa do
meio ambiente, com vistas à especialização e à uniformização de teses e procedimentos;
II - à Assistência de Políticas Públicas:
a) a institucionalização de canais de comunicação entre os órgãos da Administração e os da Procu-
radoria Geral do Estado para a transmissão recíproca de informações técnicas, de maneira célere e
segura, a respeito das ações judiciais;
b) coordenar a atuação dos órgãos do Contencioso Geral perante o Poder Judiciário em questões
relacionadas a políticas públicas;
c) prestar orientação e apoio técnico aos órgãos do Contencioso Geral em questões relacionadas a
políticas públicas, com vistas à especialização na matéria e uniformização de teses e procedimen-
tos;
d) agir preventivamente na solução de litígios, propondo a criação de grupos de estudo ou de tra-
balho para o desenvolvimento de temas específicos e sugerindo alteração de procedimentos para
aprimoramento da atuação em juízo;
e) opinar sobre a celebração de acordos em ações coletivas que versem sobre políticas públicas e
sobre a formalização de termos de ajustamento de conduta no âmbito de inquéritos civis, sem pre-
juízo da manifestação da Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral;
III - à Assistência de Pessoal:
a) realizar a interlocução da Procuradoria Geral do Estado com os demais órgãos da Administração
Estadual e com outros órgãos e entidades em matéria concernente a servidor público;
b) coordenar a atuação dos órgãos do Contencioso Geral nas questões relacionadas à matéria de
servidor público;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

c) prestar orientação e apoio técnico aos Procuradores do Estado em matéria de servidor público,
com vistas à especialização e à uniformização de teses e procedimentos;
IV - à Assistência de Arbitragens:
a) atuar em todos os procedimentos arbitrais de interesse da Fazenda Pública;
b) promover a interlocução da Procuradoria Geral do Estado com os demais órgãos e entidades da
Administração Estadual para subsidiar a defesa da Fazenda Pública nas arbitragens instauradas;
c) coordenar a atuação das empresas e fundações nas arbitragens de interesse desses entes, quan-
do não for o caso de representação direta pela Procuradoria Geral do Estado;
d) opinar a respeito do juízo de conveniência de a Fazenda Pública submeter-se à arbitragem, pré-
via ou posteriormente ao conflito;
e) emitir orientações genéricas ou específicas a respeito das questões relacionadas à arbitragem.

Artigo 24 - Compete às Assistências a seguir relacionadas, integrantes da Subprocuradoria Geral do


Contencioso Tributário-Fiscal:
I - à Assistência de Recuperação de Ativos:
a) coordenar a recuperação de dívidas inscritas de maior potencial econômico;
b) traçar metas de arrecadação para as unidades incumbidas da cobrança da dívida ativa e indicar
os procedimentos e orientações para seu alcance, com a aprovação do Subprocurador Geral do
Contencioso Tributário-Fiscal;
c) outras atribuições fixadas pelo Subprocurador Geral do Contencioso Tributário-Fiscal;
II - à Assistência de Leilões Judiciais, coordenar as atividades relacionadas aos leilões judiciais.
§ 1º - Insere-se nas atribuições da Subprocuradoria Geral do Contencioso Tributário-Fiscal a elabo-
ração de minutas de informações em mandados de segurança e de injunção envolvendo matéria
tributária impetrados contra autoridades fazendárias, ressalvada a competência da Procuradoria de
Assuntos Tributários.
§ 2º - A competência de que trata o § 1° deste artigo poderá ser delegada.

Artigo 25 - Compete às Assistências a seguir relacionadas, integrantes da Subprocuradoria Geral da


Consultoria Geral:
I - à Assistência de Procedimentos Especiais:
a) controlar os expedientes oriundos do Tribunal de Contas e realizar os procedimentos administra-
tivos não disciplinares deles decorrentes, no âmbito das atribuições da Procuradoria Geral do Esta-
do;
b) realizar procedimentos administrativos não disciplinares, conforme atribuição legal ou regula-
mentar, especialmente o de reparação de danos previsto na Lei nº 10.177, de 30 de novembro de
1998;
c) realizar outros procedimentos administrativos não disciplinares por expressa determinação do
Procurador Geral ou do Subprocurador Geral da Consultoria Geral;
II - à Assistência de Gestão de Imóveis:

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a) realizar a interlocução da Procuradoria Geral do Estado com os demais órgãos da Administração


Estadual e com outros órgãos e entidades em matéria imobiliária, sem prejuízo das atribuições das
unidades da Área da Consultoria Geral;
b) coordenar e orientar a atuação das unidades da Área da Consultoria Geral para a execução da
política patrimonial imobiliária do Estado;
c) prestar orientação e apoio técnico aos Procuradores do Estado da Área da Consultoria Geral in-
cumbidos de atuar em matéria imobiliária, com vistas à uniformização de teses e procedimentos;
d) responder consultas jurídicas que envolvam matéria imobiliária, mediante solicitação da Subpro-
curadoria Geral da Consultoria Geral;
III - à Assistência Jurídica aos Municípios, prestar assistência jurídica em assuntos de natureza extra-
judicial às Prefeituras e às Câmaras Municipais;
IV - à Assistência de Apoio Operacional:
a) emitir manifestação sobre matéria que lhe foi submetida pelo Subprocurador Geral da Consulto-
ria Geral;
b) opinar em procedimentos disciplinares, inclusive nos respectivos recursos;
c) manifestar-se sobre minutas de atos convocatórios de licitação, de contratos, convênios e de-
mais instrumentos de ajuste de interesse da Procuradoria Geral do Estado, cabendolhe opinar so-
bre recursos interpostos em certames licitatórios;
d) elaborar minuta de informações em mandado de segurança impetrado contra ato do Procurador
Geral, exceto nas ações que versem sobre matéria fiscal e tributária.

Artigo 26 - As atividades das Assistências a que se referem os artigos 23, 24 e 25 desta lei comple-
mentar poderão ser organizadas em equipes especializadas, sob a coordenação de um Procurador
do Estado Assistente, designado por ato do Procurador Geral.
Parágrafo único - As atribuições das equipes especializadas que integram as Assistências e de suas
respectivas coordenações serão fixadas por ato do Procurador Geral.

SEÇÃO II
Dos Órgãos de Execução
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 27 - Os órgãos de execução de que trata este capítulo serão integrados por um Procurador
do Estado Chefe, respectivamente, com as seguintes atribuições:
I - orientar, coordenar e superintender a atuação dos Procuradores do Estado e os serviços adminis-
trativos;
II - aplicar os critérios fixados pelo Subprocurador Geral da respectiva área de atuação, para distri-
buição do trabalho entre os Procuradores do Estado;
III - desenvolver estratégias para atuação diferenciada em assuntos ou ações judiciais de elevado
valor ou de maior interesse para a Administração Estadual;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

IV - zelar pela qualidade técnica, presteza e eficiência do trabalho produzido pelos Procuradores do
Estado, aprovando pareceres jurídicos ou assinando em conjunto peças processuais consideradas
relevantes;
V - avaliar periodicamente o desempenho profissional de cada Procurador do Estado, comunicando
o resultado à Corregedoria Geral, podendo propor ao Procurador Geral a anotação de elogio em
prontuário;
VI - manter sistema de controle de resultados qualitativos e quantitativos para o trabalho executa-
do nas Áreas do Contencioso e da Consultoria Geral, com o fornecimento de dados gerenciais que
permitam o aprimoramento da atuação jurídica do Estado e de suas autarquias;
VII - decidir sobre questões administrativas, no âmbito de sua competência.
Parágrafo único - Os Procuradores do Estado Chefes serão auxiliados por Procuradores do Estado
Assistentes.

Artigo 28 - As Procuradorias Especializadas, as Procuradorias Regionais, a Procuradoria do Estado


de São Paulo em Brasília e as Consultorias Jurídicas poderão ser divididas em subunidades para
melhor organização dos serviços.
§ 1º - A divisão em subunidades considerará aspectos quantitativos, territoriais e relativos à sua
natureza, complexidade, importância estratégica, valor econômico envolvido e grau de dificuldade
na execução, no que se refere à distribuição dos serviços.
§ 2º - No âmbito da subunidade, o Procurador do Estado designado para a respectiva chefia exerce-
rá as competências previstas no artigo 27 desta lei complementar, no que couber.

Artigo 29 - Os parâmetros de acompanhamento de recursos pelas Procuradorias Especializadas e


pelas Procuradorias Regionais serão definidos por resolução do Procurador Geral.

Artigo 30 - As Procuradorias Regionais poderão ser reorganizadas por decreto, vedado o aumento
de despesa, observandose a divisão administrativa do Estado, salvo se relevantes razões de interes-
se público justificarem composição diversa.

SUBSEÇÃO II
Dos Órgãos de Execução da Área do Contencioso Geral
Da Procuradoria do Contencioso Judicial
Artigo 31 - É atribuição da Procuradoria do Contencioso Judicial a representação do Estado e de
suas autarquias em processos ou em ações de qualquer natureza e objeto, exceto naqueles de
competência privativa de outras Procuradorias. Da Procuradoria do Contencioso Ambiental e Imo-
biliário

Artigo 32 - São atribuições da Procuradoria do Contencioso Ambiental e Imobiliário:


I - nas Comarcas da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

a) representar o Estado e suas autarquias em processos ou ações de qualquer natureza, cujo objeto
principal, incidente ou acessório, verse sobre direitos reais ou possessórios, patrimônio imobiliário,
proteção do meio ambiente e águas de domínio do Estado;
b) promover ações discriminatórias de terras devolutas do Estado e de legitimação de posse, provi-
denciar a expedição de títulos de domínio e a incorporação ao patrimônio do Estado das que se
encontrarem vagas ou livres de posse legítima, e propor sua destinação, na forma de lei;
c) promover, por via amigável ou judicial, as desapropriações de interesse do Estado e de suas au-
tarquias;
II - fornecer aos demais órgãos da Procuradoria Geral do Estado os subsídios que lhe forem solicita-
dos em questões relativas ao patrimônio imobiliário e ambiental do Estado e de suas autarquias;
III - realizar e desenvolver outras atividades de apoio ao Procurador Geral nos assuntos de natureza
normativa relacionados com o patrimônio imobiliário e ambiental.

Da Procuradoria do Contencioso de Pessoal


Artigo 33 - É atribuição da Procuradoria do Contencioso de Pessoal representar o Estado e suas
autarquias em processos ou ações de qualquer natureza, cujo objeto principal, incidente ou acessó-
rio, verse sobre matéria concernente a servidores públicos.

Da Procuradoria de Execuções
Artigo 34 - É atribuição da Procuradoria de Execuções a representação judicial do Estado e de suas
autarquias nos processos em fase de liquidação e de execução de sentença, até atendimento final
ao requisitório judicial.
§ 1º - A competência da Procuradoria de Execuções abrange as ações que tramitam nas unidades
subordinadas à Subprocuradoria Geral do Contencioso Geral.
§ 2º - O Subprocurador Geral do Contencioso Geral poderá limitar a competência prevista no “ca-
put” deste artigo, atendendo à necessidade da organização dos serviços.

SUBSEÇÃO III
Dos Órgãos de Execução da Área do Contencioso Tributário-Fiscal
Da Procuradoria Fiscal
Artigo 35 - São atribuições da Procuradoria Fiscal:
I - promover a cobrança da dívida ativa ajuizada do Estado e de suas autarquias;
II - representar o Estado nos processos de inventário, arrolamento, divórcio, falência, recuperação
judicial, bem como em quaisquer outros nos quais houver interesse do Estado em matéria tributá-
ria;
III - defender os interesses do Estado e de suas autarquias nas ações e processos de qualquer natu-
reza, inclusive mandados de segurança, relativos à matéria tributária;
IV - representar o Estado e suas autarquias em processos ou ações que versem sobre matéria finan-
ceira relacionada com a arrecadação tributária;
V - atuar, como assistente de acusação, nas hipóteses de crimes contra a ordem tributária, se for o
caso.

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Da Procuradoria da Dívida Ativa


Artigo 36 - São atribuições da Procuradoria da Dívida Ativa:
I - promover o controle da dívida ativa do Estado e de suas autarquias;
II - realizar os atos de inscrição na dívida ativa, zelando pela sua celeridade e segurança;
III - promover a cobrança da dívida ativa não ajuizada do Estado e de suas autarquias;
IV - gerenciar dados e informações sobre a inscrição e a cobrança da Dívida Ativa.
Parágrafo único - As atribuições previstas neste artigo poderão ser delegadas às Procuradorias Re-
gionais, conforme disciplina fixada pelo Subprocurador Geral do Contencioso Tributário-Fiscal.

SUBSEÇÃO IV
Das Procuradorias Regionais
Artigo 37 - São atribuições das Procuradorias Regionais:
I - exercer as atribuições definidas nos artigos 31 a 35 desta lei complementar nas respectivas Co-
marcas;
II - executar serviços de natureza especial que lhes forem atribuídos pelo Procurador Geral;
III - exercer outras atribuições definidas em lei ou normas regulamentares;
IV - desenvolver as atividades do Centro de Estudos na respectiva unidade, na forma do disposto
nos artigos 46, parágrafo único, e 47, parágrafo único, desta lei complementar.

SUBSEÇÃO V
Da Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília
Artigo 38 - A Procuradoria do Estado de São Paulo em Brasília atuará nos processos judiciais e ad-
ministrativos de interesse do Estado e de suas autarquias, em tramitação nos órgãos e tribunais
sediados na Capital Federal.

SUBSEÇÃO VI
Dos Órgãos de Execução da Área da Consultoria Geral
Da Procuradoria Administrativa
Artigo 39 - São atribuições da Procuradoria Administrativa, entre outras:
I - manifestar-se sobre matéria jurídica de especial interesse da Administração Pública Estadual, em
virtude de sua repercussão ou complexidade;
II - acompanhar a atividade jurídico-consultiva da Administração, propondo, quando for o caso, a
uniformização da interpretação e da aplicação de dispositivos constitucionais, legais e regulamenta-
res;
III - manifestar-se sobre propostas de extensão administrativa de decisões judiciais;
IV - manifestar-se sobre propostas de edição ou de reexame de súmulas de uniformização da juris-
prudência administrativa do Estado.

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Da Procuradoria da Fazenda junto ao Tribunal de Contas


Artigo 40 - São atribuições da Procuradoria da Fazenda junto ao Tribunal de Contas, entre outras:
I - representar e defender, com exclusividade, os interesses da Fazenda do Estado perante o Tribu-
nal de Contas;
II - requerer as medidas previstas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas quando verificar a ocorrên-
cia de ilegalidade de ato determinativo de despesas, inclusive na hipótese de contratos, em relação
aos quais não tenha havido manifestação anterior da Procuradoria Geral do Estado ou a manifesta-
ção tenha sido contrária ao ato;
III - opinar verbalmente, ou por escrito, a requerimento próprio, por deliberação do Plenário, das
Câmaras ou mediante despacho da Presidência ou de qualquer Conselheiro, nos processos sujeitos
a fiscalização e julgamento do Tribunal, desde que presente interesse estadual;
IV - participar das sessões do Tribunal Pleno e das Câmaras, manifestando-se nos termos legais e
regimentais;
V - levar ao conhecimento dos órgãos da Administração Direta e Indireta do Estado e do Tribunal de
Contas, para os fins de direito, a ocorrência de qualquer crime, ilegalidade ou irregularidade de que
venha a ter ciência;
VI - remeter à autoridade competente para execução cópia autêntica dos atos de imposição de
multa e das decisões condenatórias de responsáveis em alcance ou de restituição de quantias em
processo de tomada de contas;
VII - velar, supletivamente, pela execução das decisões do Tribunal de Contas;
VIII - interpor os recursos cabíveis e requerer a revisão e rescisão de julgados;
IX - opinar nas matérias de interesse do erário sujeitas à jurisdição e à competência do Tribunal de
Contas;
X - representar ao Subprocurador Geral da Consultoria Geral a respeito de mudança de entendi-
mento ou reiterada divergência entre a orientação jurídica da Procuradoria Geral do Estado e as
decisões daquela Corte.
Parágrafo único - A atuação dos Procuradores do Estado junto ao Tribunal de Contas observará as
orientações fixadas pelo Procurador Geral e pelo Subprocurador Geral da Consultoria Geral.

Da Procuradoria da Junta Comercial


Artigo 41 - São atribuições da Procuradoria da Junta Comercial exercer as funções de assessoria e
consultoria jurídicas e de fiscalização da Junta Comercial do Estado, cabendo-lhe, ainda, oficiar em
juízo, em matéria e questão relativa à prática de atos de registro público de empresas e de ativida-
des afins.
Parágrafo único - Aplica-se à Procuradoria da Junta Comercial o disposto nos artigos 44 e 45 desta
lei complementar.

Da Procuradoria de Procedimentos Disciplinares


Artigo 42 - São atribuições da Procuradoria de Procedimentos Disciplinares:

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I - realizar, desde a portaria inicial até o relatório conclusivo, os procedimentos disciplinares não
regulados por lei especial, em face de servidores da Administração Direta e Autárquica, indepen-
dentemente de seu regime jurídico;
II - realizar, excepcionalmente, apurações disciplinares, mediante determinação do Procurador
Geral;
III - estudar, elaborar e propor:
a) instruções de caráter geral e súmulas para uniformização da jurisprudência administrativa do
Estado em matéria de procedimentos disciplinares;
b) medidas para o aprimoramento da celeridade, eficácia e segurança dos procedimentos discipli-
nares;
IV - acompanhar, quando for o caso, inquéritos e processos criminais que envolvam servidores do
Estado;
V - requisitar informações a outros órgãos ou entidades da Administração, que serão prestadas no
prazo que for assinado, sob pena de responsabilidade do agente que der causa ao atraso;
VI - prestar orientação técnica em matéria disciplinar às unidades administrativas.

Da Procuradoria de Assuntos Tributários


Artigo 43 - Compete à Procuradoria de Assuntos Tributários prestar consultoria e assessoramento
jurídico em matéria fiscal e em matéria tributária, em especial:
I - emitir parecer jurídico por determinação do Procurador Geral ou dos Subprocuradores Gerais e
por solicitação do Secretário da Fazenda;
II - examinar anteprojetos de lei e minutas de decreto, por determinação do Procurador Geral ou
por solicitação do Secretário da Fazenda;
III - representar objetivando a propositura de ação de controle abstrato de constitucionalidade de
lei ou de ato normativo, bem como elaborar informações e manifestações relativas a essas ações;
IV - elaborar minutas de informações em mandados de segurança e em mandados de injunção im-
petrados contra ato do Governador do Estado, do Procurador Geral e do Secretário da Fazenda.
Parágrafo único - A competência de que trata o inciso IV deste artigo poderá ser delegada por ato
do Subprocurador-Geral da Consultoria Geral.

Das Consultorias Jurídicas


Artigo 44 - São atribuições das Consultorias Jurídicas:
I - exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico em assuntos de interesse dos
órgãos e das entidades atendidos, incluindo a participação em reuniões, realização de estudos,
formulação de propostas e elaboração de instrumentos jurídicos;
II - opinar em procedimentos disciplinares quando provocadas pela autoridade competente e obri-
gatoriamente nos casos em que houver recurso;

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III - manifestar-se sobre minutas de atos convocatórios de licitação, contratos, convênios e demais
instrumentos de ajuste de interesse da Administração Estadual, cabendo-lhes, a critério da autori-
dade competente, opinar sobre recursos interpostos em certames licitatórios;
IV - manifestar-se sobre a constitucionalidade e a legalidade de atos administrativos e de antepro-
jetos de lei de interesse dos órgãos e entidades atendidos;
V - prestar assessoramento aos órgãos vinculados às respectivas Pastas, em procedimentos admi-
nistrativos em tramitação junto ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, sempre que necessá-
rio à tutela dos interesses da Administração Estadual;
VI - elaborar minutas de informações em mandados de segurança e em mandados de injunção im-
petrados contra ato de autoridade administrativa dos órgãos e entidades atendidos, no âmbito de
sua competência;
VII - encaminhar, prioritariamente, expedientes relativos a ações judiciais, mantendo controle até
sua devolução ao órgão requisitante;
VIII - examinar e encaminhar os autos de processos relativos à cobrança de débitos ao órgão de
execução competente;
IX - propor ao Subprocurador Geral da Consultoria Geral a fixação de diretrizes e a uniformização de
entendimento jurídico entre os órgãos consultivos.
§ 1º - As Secretarias de Estado, a Polícia Civil, a Polícia Militar e as autarquias serão atendidas por
Consultorias Jurídicas específicas.
§ 2º - Caberá aos órgãos e entidades a que se refere o § 1° deste artigo providenciar local adequado
para o funcionamento das respectivas Consultorias Jurídicas, fornecendo-lhes o suporte administra-
tivo necessário, e definir as autoridades competentes para o encaminhamento dos expedientes que
lhes forem destinados.

Artigo 45 - Será obrigatória a manifestação prévia das Consultorias Jurídicas nos expedientes que
versem sobre:
I - licitação, contratos administrativos e convênios;
II - anteprojetos de lei e minutas de decretos regulamentares;
III - procedimentos disciplinares no âmbito da Administração Direta e Autárquica, ressalvado o dis-
posto no inciso II do “caput” do artigo 44 desta lei complementar;
IV - edição de súmulas para uniformização da jurisprudência administrativa e extensão administra-
tiva de decisões judiciais reiteradas.
Parágrafo único - O Procurador Geral poderá dispensar a manifestação das Consultorias Jurídicas:
1 - nas hipóteses do inciso I deste artigo, quando houver minutas-padrão de editais de licitação, de
contratos, de convênios, e respectivos procedimentos, pré-aprovados pela Procuradoria Geral do
Estado;
2 - nas hipóteses do inciso II deste artigo, em relação a determinadas matérias, em atendimento a
requerimento fundamentado da autoridade competente.

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CAPÍTULO VI
Dos Órgãos Auxiliares
SEÇÃO I
Do Centro de Estudos
Artigo 46 - Ao Centro de Estudos, órgão auxiliar da Procuradoria Geral do Estado, compete promo-
ver o aprimoramento profissional e cultural dos Procuradores do Estado, do pessoal técnico e ad-
ministrativo e dos estagiários e a melhoria das condições de trabalho, e especialmente:
I - auxiliar na realização do concurso de ingresso na carreira de Procurador do Estado;
II - elaborar, em caráter permanente, estudos, avaliações e propostas para aperfeiçoamento dos
concursos de ingresso e de promoção e dos critérios de recrutamento dos Procuradores do Estado
e de aferição de merecimento;
III - organizar o curso de adaptação à carreira de que trata o artigo 90, § 1º, item 1, desta lei com-
plementar, e contribuir para a adaptação funcional do Procurador do Estado em estágio probatório;
IV - organizar e promover cursos, seminários, estágios, treinamentos e atividades correlatas, visan-
do ao aperfeiçoamento dos Procuradores do Estado, estagiários e servidores da Instituição;
V - organizar e promover cursos de pós-graduação, por meio da Escola Superior da Procuradoria
Geral do Estado - ESPGE, admitida a participação de terceiros interessados, nos termos da regula-
mentação;
VI - fomentar a criação de grupos de estudo para discussão de assuntos de interesse institucional e
prestar-lhes suporte administrativo;
VII - promover a divulgação de matéria doutrinária, legislativa e jurisprudencial de interesse da
Instituição;
VIII - editar revistas de estudos jurídicos e boletins periódicos;
IX - efetivar a organização sistemática de pareceres e de trabalhos forenses, bem como da legisla-
ção, doutrina e jurisprudência, relacionados com as atividades e os fins da Administração Pública;
X - elaborar estudos e pesquisas bibliográficas por solicitação de órgãos da Procuradoria Geral do
Estado;
XI - manter o acervo da Biblioteca Central e registros relativos às Bibliotecas Setoriais;
XII - colaborar com a organização e a conservação dos documentos e arquivos da Procuradoria Ge-
ral do Estado;
XIII - propor ao Procurador Geral a adoção de programas para o melhoramento e a modernização
da infraestrutura dos órgãos da Procuradoria Geral, com utilização de recursos próprios;
XIV - prestar suporte administrativo à Câmara de Integração e Orientação Técnica.
Parágrafo único - O Centro de Estudos poderá descentralizar suas atividades, a fim de facilitar e
incentivar a participação e integração de todos os Procuradores do Estado.

Artigo 47 - O Centro de Estudos será dirigido por um Procurador do Estado Chefe, designado pelo
Procurador Geral e referendado pelo Conselho da Procuradoria Geral do Estado, auxiliado por Pro-
curadores do Estado Assistentes, nas atividades concernentes a:
I - divulgação;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

II - aperfeiçoamento e ajuda financeira;


III - Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado - ESPGE;
IV - atividades regionais.
Parágrafo único - O Centro de Estudos contará com a colaboração de um Procurador do Estado
classificado em cadauma das Procuradorias Regionais e da Procuradoria do Estado de São Paulo em
Brasília para, sem prejuízo de suas atribuições, representá-lo nas unidades descentralizadas.

Artigo 48 - A ESPGE tem por finalidade a especialização da advocacia estatal e a difusão do conhe-
cimento jurídico entre profissionais de escolaridade superior, com a promoção da respectiva titula-
ção de seus alunos, nos termos da legislação vigente.

Artigo 49 - A ESPGE será integrada por um Conselho Curador, de caráter normativo e deliberativo,
constituído pelos seguintes membros:
I - Procurador do Estado Chefe do Centro de Estudos, como membro nato, que o presidirá;
II - Procurador do Estado Assistente, Coordenador Geral da ESPGE, como membro nato;
III - 5 (cinco) integrantes do corpo docente da ESPGE, dentre eles, no mínimo, 3 (três) Procuradores
do Estado em atividade;
IV - 2 (dois) representantes da comunidade científica, de notório saber jurídico;
V - 1 (um) representante do corpo discente, eleito por seus pares, para um mandato de 2 (dois)
anos, vedada a reeleição.
§ 1º - Os representantes a que se referem os incisos III e IV deste artigo serão escolhidos pelo Pro-
curador Geral e referendados pelo Conselho da Procuradoria Geral do Estado para mandato de 2
(dois) anos, permitida uma única recondução.
§ 2º - Caberá ao Conselho Curador aprovar seu regimento interno e também o da ESPGE.

Artigo 50 - O Centro de Estudos disporá de Fundo Especial de Despesa para consecução de suas
finalidades, na forma da lei, constituído de recursos provenientes de dotações orçamentárias con-
signadas anualmente no orçamento do Estado e de receitas que lhe forem legalmente atribuídas,
mais as seguintes:
I - doações, auxílios, contribuições, subvenções, patrocínios ou investimentos recebidos de institui-
ções públicas ou entidades privadas;
II - renda de bens patrimoniais;
III - valores arrecadados a título de inscrição no concurso de ingresso na Procuradoria Geral do Es-
tado;
IV - valores auferidos com a realização de cursos, seminários, treinamentos, estágios e publicações;
V - rendimentos financeiros decorrentes da aplicação de saldos disponíveis.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 51 - Para os fins a que se refere o artigo 46 e para a gestão dos recursos referidos no artigo
50, contará o Centro de Estudos com o apoio da Coordenadoria de Administração da Procuradoria
Geral do Estado e, ainda, com unidades definidas em decreto para as seguintes atividades:
I - protocolo e registro de documentos;
II - serviços de administração;
III - material e patrimônio;
IV - biblioteca;
V - apoio às atividades de:
a) publicação e divulgação;
b) formação e aperfeiçoamento;
c) programas de ajuda financeira a Procuradores do Estado e servidores da PGE.

Artigo 52 - Para a consecução de seus objetivos, o Centro de Estudos poderá representar a Procu-
radoria Geral do Estado na celebração de termos de cooperação com institutos educacionais, uni-
versidades e instituições e entidades públicas ou privadas nacionais ou estrangeiras.

SEÇÃO II
Da Câmara de Integração e Orientação Técnica - CIOT
Artigo 53 - A Câmara de Integração e Orientação Técnica - CIOT - tem por finalidade integrar os
órgãos de coordenação setorial para fins de racionalização, uniformização e orientação técnica das
atividades dos órgãos de execução.
§ 1º - A CIOT será composta pelos Subprocuradores Gerais, pelo Procurador do Estado Assessor de
Coordenação de Regionais e pelo Procurador do Estado Chefe da Procuradoria Administrativa, sob
a presidência do Procurador Geral Adjunto.
§ 2º - A critério dos membros da CIOT, poderão ser convidados Procuradores do Estado e demais
servidores da Administração para participar de suas reuniões.
§ 3º - O funcionamento e as atribuições da CIOT serão definidos em resolução do Procurador Geral.
§ 4º - As deliberações da CIOT serão submetidas a homologação do Procurador Geral, que determi-
nará as providências para sua efetivação.

SEÇÃO III
Da Câmara de Conciliação da Administração Estadual - CCAE
Artigo 54 - À Câmara de Conciliação da Administração Estadual - CCAE compete buscar solução de
controvérsias de natureza jurídica entre entidades da Administração Estadual, em sede administra-
tiva, por meio de conciliação.
§ 1º - Compete ao Procurador Geral Adjunto a coordenação dos trabalhos da CCAE, com o auxílio
de Procuradores do Estado conciliadores, designados por ato do Procurador Geral.
§ 2º - A critério dos membros da CCAE, poderão ser convidados Procuradores do Estado e demais
servidores da Administração para participar de suas atividades.
§ 3º - O funcionamento da CCAE será definido em resolução do Procurador Geral.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 55 - O conciliador e os representantes dos órgãos e das entidades em conflito deverão, utili-
zando-se dos meios legais e observados os princípios da Administração Pública, envidar esforços
para que a conciliação se realize.

Artigo 56 - Realizada a conciliação, será lavrado o respectivo termo e submetido à homologação do


Procurador Geral.
Parágrafo único - O termo de conciliação homologado será encaminhado à CCAE.

Artigo 57 - A CCAE poderá solicitar a manifestação da Procuradoria Administrativa sobre questão


jurídica para dirimir a controvérsia, que será submetida ao Procurador Geral, por intermédio do
Subprocurador Geral da Consultoria Geral.

SEÇÃO IV
Do Centro de Estágios
Artigo 58 - Ao Centro de Estágios, coordenado pelo Procurador do Estado Chefe de Gabinete, com-
pete:
I - propor:
a) as áreas de formação profissional admissíveis para estágio;
b) o número de estagiários de cada área a serem admitidos nos diversos órgãos da Procuradoria
Geral do Estado;
c) normas gerais e específicas para os estágios;
II - selecionar os candidatos, inclusive por meio de entidades conveniadas;
III - credenciar e descredenciar os estagiários, exercendo atividade correcional geral.

CAPÍTULO VII
Da Comissão de Concurso de Ingresso
Artigo 59 - A Comissão de Concurso de Ingresso, colegiado de natureza transitória, incumbida de
processar o concurso de ingresso na carreira de Procurador do Estado, será presidida por um mem-
bro da carreira em efetivo exercício designado pelo Procurador Geral, e integrada, obrigatoriamen-
te, pelo Procurador do Estado Chefe do Centro de Estudos e por um representante da Ordem dos
Advogados do Brasil - OAB, Secção de São Paulo, com participação em todas as suas fases.
§ 1º - O Conselho da Procuradoria Geral do Estado indicará os membros para integrar a Comissão,
escolhidos entre:
1 - preferencialmente, procuradores do Estado da ativa ou aposentados com titulação acadêmica,
especialização ou atuação reconhecida em uma das matérias examinadas;
2 - outros profissionais do Direito com titulação acadêmica correspondente, no mínimo, ao grau de
doutor.
§ 2º - O Presidente da Comissão poderá solicitar aos órgãos da Procuradoria Geral do Estado o a-
poio necessário à realização do certame.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO VIII
Dos Órgãos de Apoio
SEÇÃO I
Da Coordenação dos Órgãos de Apoio
Artigo 60 - Os órgãos de apoio serão coordenados por Procurador do Estado confirmado na carrei-
ra, designado pelo Procurador Geral.

SEÇÃO II
Do Centro de Engenharia, Cadastro Imobiliário e Geoprocessamento - CECIG
Artigo 61 - O Centro de Engenharia, Cadastro Imobiliário e Geoprocessamento - CECIG, e os Servi-
ços de Engenharia e Cadastro Imobiliário das Procuradorias Regionais são os órgãos responsáveis
pelos trabalhos técnicos de engenharia necessários aos serviços da Procuradoria Geral do Estado.

Artigo 62 - São atribuições dos órgãos a que se refere o artigo 61 desta lei complementar:
I - inventariar, levantar, demarcar, avaliar e cadastrar os próprios estaduais, ilhas, lagos, lagoas, rios
e respectivos terrenos marginais de domínio do Estado;
II - levantar e avaliar qualquer bem imóvel, quando solicitado pela Administração;
III - organizar e atualizar cadastro geral de próprios estaduais e de imóveis em processo de incorpo-
ração, a qualquer título, especialmente por desapropriação ou ação discriminatória;
IV - auxiliar os Procuradores do Estado nas ações judiciais e indicar representante para atuar como
assistente técnico, quando solicitado.
Parágrafo único - As atividades indicadas nos incisos I a III deste artigo poderão ser executadas por
entidade ou órgão da Administração Estadual, facultado o acompanhamento pelos órgãos a que se
refere o artigo 61 desta lei complementar.

SEÇÃO III
Do Centro de Tecnologia da Informação - CTI
Artigo 63 - Compete ao Centro de Tecnologia da Informação - CTI, desenvolver e orientar a implan-
tação ou integração de sistemas eletrônicos de informação, de interesse para as atividades da Pro-
curadoria Geral do Estado.
Parágrafo único - A estrutura e o funcionamento do órgão previsto no “caput” deste artigo serão
fixados por decreto.

CAPÍTULO IX
Da Coordenadoria de Administração - CA
Artigo 64 - Compete à Coordenadoria de Administração - CA, a execução da gestão orçamentária e
financeira da Procuradoria Geral do Estado e o atendimento nas questões relativas às áreas de:
I - patrimônio;
II - infraestrutura material;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

III - pessoal e recursos humanos;


IV - transportes;
V - comunicações administrativas.
Parágrafo único - Caberá, ainda, à CA a orientação e supervisão das unidades subsetoriais a ela
vinculadas em relação às atividades previstas neste artigo, conforme estrutura definida em decreto.

Artigo 65 - O Coordenador de Administração será designado entre Procuradores do Estado confir-


mados na carreira e auxiliado por Procuradores do Estado Assistentes e pessoal técnico e adminis-
trativo.

Artigo 66 - São unidades da Coordenadoria de Administração:


I - Departamento de Orçamento e Finanças;
II - Departamento de Recursos Humanos;
III - Departamento de Suprimentos e Atividades Complementares;
IV - Grupo de Apoio Técnico.
§ 1º - Compete ao Departamento de Orçamento e Finanças planejar, gerenciar, coordenar e execu-
tar as atividades relacionadas com os Sistemas de Administração Financeira e Orçamentária.
§ 2º - Compete ao Departamento de Recursos Humanos planejar, gerenciar, coordenar e executar
as atividades inerentes à administração de recursos humanos.
§ 3º - Compete ao Departamento de Suprimentos e Atividades Complementares planejar, gerenci-
ar, coordenar e executar os serviços de administração de material e patrimônio, transportes inter-
nos motorizados, manutenção, comunicações administrativas e outras atividades auxiliares.
§ 4º - Compete ao Grupo de Apoio Técnico prestar suporte nas áreas de atuação do Coordenador
da Administração.

CAPÍTULO X
Dos Órgãos Complementares

SEÇÃO I
Do Conselho da Advocacia da Administração Pública Estadual
Artigo 67 - O Conselho da Advocacia da Administração Pública Estadual, constituído para orientar a
atuação uniforme e coordenada dos órgãos jurídicos da administração direta e indireta, observado
o disposto no artigo 3°, inciso XIX, desta lei complementar, será presidido pelo Procurador Geral e
composto pelos seguintes membros:
I - Procurador Geral Adjunto;
II - Subprocuradores Gerais;
III - 5 (cinco) representantes dos órgãos jurídicos das empresas públicas, das sociedades de econo-
mia mista sob controle do Estado e das fundações por ele instituídas ou mantidas, escolhidos na
forma do regulamento, para mandato de 1 (um) ano, permitida uma única recondução;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

IV - Procurador do Estado Assessor Chefe da Assessoria de Empresas e Fundações.


Parágrafo único - As universidades públicas poderão indicar conjuntamente um representante de
seus órgãos jurídicos para compor o Conselho de que trata o “caput” deste artigo.

Artigo 68 - São atribuições do Conselho da Advocacia da Administração Pública Estadual:


I - manifestar-se previamente sobre as propostas de edição de súmulas de uniformização de juris-
prudência administrativa e de extensão administrativa da eficácia de decisões judiciais reiteradas
referentes à Administração Indireta;
II - sugerir medidas para o aprimoramento da legislação estadual ou de sua execução;
III - propor medidas que visem ao aperfeiçoamento e à uniformização de atuação dos órgãos jurídi-
cos da Administração Estadual;
IV - propor medidas destinadas à correção dos atos praticados em desconformidade com a orienta-
ção jurídica ou as diretrizes fixadas para toda a Administração Estadual e à apuração de responsabi-
lidades, quando for o caso.

SEÇÃO II
Da Ouvidoria
Artigo 69 - A Ouvidoria da Procuradoria Geral do Estado é o órgão responsável pelo exercício das
competências previstas na legislação estadual, em atendimento à proteção e à defesa do usuário
dos serviços públicos prestados pela Procuradoria Geral do Estado, com estrutura e atribuições
estabelecidas em decreto, observado o seguinte:
I - o Ouvidor da Procuradoria Geral do Estado será designado por ato do Procurador Geral entre
Procuradores do Estado com mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício na carreira e que não regis-
trem punição de natureza disciplinar nos últimos 5 (cinco) anos, indicados em lista tríplice formada
pelos membros do Conselho, após votação secreta e uninominal;
II - o mandato do Ouvidor será de 2 (dois) anos, permitida uma recondução;
III - o Ouvidor será auxiliado por Procuradores do Estado Subouvidores e substituído por suplente
nos seus impedimentos;
IV - os Procuradores do Estado Subouvidores serão indicados pelo Ouvidor e designados por ato do
Procurador Geral, devendo atuar sem prejuízo das atribuições normais.
Parágrafo único - A Ouvidoria apresentará ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado relatório
semestral das atividades do órgão, sugestões e propostas para o aprimoramento do serviço públi-
co.

TÍTULO II
Da Carreira de Procurador do Estado
CAPÍTULO I
Dos Níveis
Artigo 70 - Os cargos de provimento efetivo da carreira de Procurador do Estado são organizados
em níveis, observada a seguinte estrutura:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

I - Procurador do Estado Nível I;


II - Procurador do Estado Nível II;
III - Procurador do Estado Nível III;
IV - Procurador do Estado Nível IV;
V - Procurador do Estado Nível V.

CAPÍTULO II
Dos Cargos em Comissão
Artigo 71 - São cargos de provimento em comissão privativos de Procurador do Estado:
I - Procurador Geral do Estado;
II - Procurador do Estado Corregedor Geral;
III - Procurador Geral do Estado Adjunto;
IV - Procurador do Estado Chefe de Gabinete;
V - Subprocurador Geral do Estado.
Parágrafo único - A nomeação para os cargos de que trata este artigo atenderá aos requisitos pre-
vistos nesta lei complementar.

CAPÍTULO III
Das Funções
Artigo 72 - Constituem funções de confiança privativas de Procurador do Estado:
I - Subprocurador Geral Adjunto;
II - Procurador do Estado Assessor, Procurador do Estado Assessor Chefe, Procurador do Estado
Chefe, e Procurador do Estado Ouvidor Geral;
III - Procurador do Estado Assistente, Procurador do Estado Corregedor Geral Adjunto, Procurador
do Estado Coordenador Geral de Administração, Procurador do Estado Coordenador dos Órgãos de
Apoio;
IV - Procurador do Estado Corregedor Auxiliar;
V - Procurador do Estado Chefe de Subunidade.
§ 1º - Para o exercício das funções previstas neste artigo, serão designados Procuradores do Estado
confirmados na carreira, por ato do Procurador Geral, observado o disposto nesta lei complemen-
tar.
§ 2º - As funções de confiança de Procurador do Estado Assessor e de Procurador do Estado Assis-
tente não poderão exceder a 10% (dez por cento) do número total de cargos efetivos da carreira de
Procurador do Estado.

Artigo 73 - Caberá ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado deliberar sobre a fixação das atri-
buições das funções de confiança previstas nesta lei complementar, mediante proposta do Procu-
rador Geral.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO IV
Da Lotação e da Classificação
Artigo 74 - Os Procuradores do Estado serão lotados na Procuradoria Geral do Estado e classificados
nos órgãos de execução pelo Procurador Geral.
Parágrafo único - Para efeito do disposto no “caput” deste artigo, as consultorias jurídicas previstas
no artigo 44 desta lei complementar, sediadas no mesmo município, serão consideradas, em seu
conjunto, um único órgão de execução.

Artigo 75 - Caberá ao Conselho deliberar sobre o número de Procuradores do Estado destinados a


cada um dos órgãos da Procuradoria Geral do Estado e os requisitos necessários para a respectiva
classificação, mediante proposta do Procurador Geral.

CAPÍTULO V
Do Concurso de Ingresso
Artigo 76 - O ingresso na carreira de Procurador do Estado se dará mediante aprovação prévia em
concurso público de provas e títulos, e será realizado quando houver, no mínimo, 20 (vinte) cargos
vagos a serem preenchidos, mediante autorização do Governador do Estado.
§ 1º - O concurso compreenderá provas escritas e prova oral, ambas com caráter eliminatório, e
avaliação de títulos.
§ 2º - Na avaliação de títulos somente serão computáveis:
1 - título de doutor em direito conferido por Faculdade de Direito oficial ou reconhecida, ou por
Escola de Direito estrangeira de reconhecido valor;
2 - título de docente, por concurso, em Faculdade de Direito oficial ou reconhecida;
3 - diploma ou certificado de conclusão de curso de especialização, mestrado, extensão universitá-
ria ou equivalente, com duração mínima de 2 (dois) anos, ministrado por Faculdade de Direito ofici-
al ou reconhecida, ou por Escola de Direito estrangeira de reconhecido valor;
4 - obra jurídica editada;
5 - exercício, por mais de 1 (um) ano, de cargo, emprego ou função de natureza jurídica em entida-
des da administração direta e indireta, inclusive fundações;
6 - estágio, como estudante de Direito, na Procuradoria Geral do Estado com duração de ao menos
1 (um) ano;

Artigo 77 - O ingresso na carreira se dará no cargo de Procurador do Estado Nível I.

Artigo 78 - O Conselho indicará os membros que comporão a Comissão de Concurso de Ingresso,


observado o disposto no artigo 59 desta lei complementar.

Artigo 79 - O edital conterá as matérias sobre as quais versarão as provas, respectivos programas e
critérios de avaliação dos títulos, assim como o número de cargos vagos existentes.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 80 - São requisitos para inscrição:


I - ser brasileiro nato ou naturalizado;
II - haver recolhido ao Fundo Especial de Despesa do Centro de Estudos a taxa de inscrição fixada
no edital.
§ 1º - O edital poderá estabelecer outros requisitos para inscrição ou aprovação no concurso de
ingresso, especialmente nota mínima para aprovação em cada matéria, bem com o limite máximo
de candidatos aprovados na segunda prova escrita, obedecendo-se a classificação em ordem de-
crescente do total de pontos obtidos na primeira prova.
§ 2º - O Conselho fixará o valor da taxa d e inscrição e fará constar do edital o prazo de validade do
concurso e a possibilidade de aproveitamento de candidatos habilitados, observada a ordem de
classificação, em número não superior ao dobro das vagas existentes na data da abertura do cer-
tame.

Artigo 81 - A lista de classificação será elaborada pelo Conselho e encaminhada ao Procurador Geral
para homologação e publicação.

CAPÍTULO VI
Da Nomeação
Artigo 82 - Os cargos iniciais da carreira de Procurador do Estado serão providos em caráter efetivo,
por nomeação, obedecida a ordem de classificação no concurso público de que trata o capítulo
anterior.

CAPÍTULO VII
Da Posse e do Compromisso
Artigo 83 - Os Procuradores serão empossados pelo Procurador Geral, em sessão solene do Conse-
lho da Procuradoria Geral do Estado, mediante assinatura de termo de compromisso em que o
empossado prometa cumprir fielmente os deveres do cargo.
Parágrafo único - É de 30 (trinta) dias, contados da publicação do decreto de nomeação, o prazo
para a posse de Procurador do Estado, prorrogável por igual período a critério do Procurador Geral,
sob pena de insubsistência do ato de provimento.

Artigo 84 - São condições para a posse:


I - ter aptidão física e psíquica, comprovada por laudo médico oficial, nos termos da legislação per-
tinente;
II - estar quite com o serviço militar ou o serviço alternativo atribuído pelas Forças Armadas, na
forma da lei;
III - estar quite com a Justiça Eleitoral e em gozo dos direitos políticos;
IV - estar inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, na condição de Advogado;
V - ter boa conduta, comprovada por declaração do próprio interessado de que:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

a) não teve condenação criminal definitiva;


b) não teve aplicação de pena de demissão nos últimos 5 (cinco) anos ou de demissão a bem do
serviço público nos últimos 10 (dez) anos;
VI - apresentar declaração de bens.

CAPITULO VIII
Da Classificação e do Exercício
Artigo 85 - O Procurador do Estado deverá entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias a contar
da posse, prorrogável por igual período, a critério do Procurador Geral, sob pena de exoneração.
§ 1º - O Procurador do Estado empossado será provisoriamente classificado no Gabinete do Procu-
rador Geral, à disposição do Centro de Estudos, iniciando o exercício do cargo pela frequência às
atividades que lhe forem programadas pelo referido órgão.
§ 2º - A duração das atividades a que se refere o § 1° deste artigo será determinada por ato do Pro-
curador Geral.

Artigo 86 - O Conselho da Procuradoria Geral do Estado convocará os Procuradores empossados


para a escolha de vagas, por ordem de classificação no concurso de ingresso.
§ 1º - Para efeito do disposto no “caput” deste artigo, não serão disponibilizadas vagas na Procura-
doria Administrativa e na Procuradoria de Assuntos Tributários.
§ 2º - O Procurador do Estado que não atender à convocação a que se refere o “caput” deste artigo
perderá o direito à escolha da vaga.

Artigo 87 - O Procurador Geral classificará os empossados nos órgãos de execução da Procuradoria


Geral do Estado, de conformidade com a escolha a que se refere o artigo 86 desta lei complemen-
tar, ou de ofício, na hipótese do § 2º do mesmo artigo.

Artigo 88 - Em caso de mudança de sede de exercício, será concedido período de trânsito de até 8
(oito) dias, a contar da publicação do ato que determinar a nova classificação.

Artigo 89 - Nas hipóteses de reingresso na carreira, o Procurador do Estado terá o prazo de 10 (dez)
dias para entrar em exercício, a contar da publicação do ato de classificação.

CAPÍTULO IX
Do Estágio Probatório
Artigo 90 - Os 3 (três) primeiros anos de exercício no cargo de Procurador do Estado servirão para
verificação do preenchimento dos requisitos mínimos necessários à sua confirmação na carreira.
§ 1º - Constituem requisitos de que trata este artigo:
1 - certificado de frequência no curso de adaptação à carreira;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

2 - conduta profissional compatível com o exercício do cargo.


§ 2º - Nas hipóteses dos incisos I a III do artigo 115 desta lei complementar, os requisitos para con-
firmação na carreira deverão ser cumpridos após cessado o afastamento.

Artigo 91 - A verificação do cumprimento dos re-quisitos de que trata o artigo 90 desta lei comple-
mentar será feita pela Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado, que remeterá ao Conselho,
até 120 (cento e vinte) dias antes do término do estágio, relatório circunstanciado sobre a conduta
e o desempenho profissional do Procurador do Estado, concluindo, fundamentadamente, sobre sua
confirmação ou exoneração.
Parágrafo único - O Conselho abrirá o prazo de 10 (dez) dias para defesa do interessado, caso o
parecer da Corregedoria seja pela exoneração, e decidirá pelo voto da maioria absoluta dos seus
membros.

Artigo 92 - O Procurador Geral expedirá o ato de exoneração do Procurador de Estado em estágio


probatório quando:
I - o Conselho manifestar-se contrariamente à confirmação;
II - o interessado não houver concluído o curso de adaptação à carreira.

CAPÍTULO X
Do Regime de Trabalho
Artigo 93 - Os Procuradores do Estado sujeitam-se a Jornada Integral de Trabalho, caracterizada
pela exigência da prestação de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, com dedicação exclusiva,
vedado o exercício da advocacia fora do âmbito das atribuições previstas nesta lei complementar.

CAPÍTULO XI
Da Promoção
Artigo 94 - A promoção consiste na elevação do cargo do Procurador do Estado para nível imedia-
tamente superior na carreira.

Artigo 95 - A promoção será processada anualmente pelo Conselho da Procuradoria Geral do Esta-
do, segundo os critérios alternativos de antiguidade e de merecimento, em proporções iguais.
§ 1º - Poderá concorrer à promoção o Procurador do Estado que no dia 31 de dezembro do ano a
que corresponder a promoção tenha cumprido o interstício a que se refere o artigo 97 desta lei
complementar.
§ 2º - A promoção produzirá efeitos a partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte ao que correspon-
der à promoção.
§ 3º - A abertura do concurso de promoção dar-se-á, anualmente, no mês de janeiro.
§ 4º - Obedecido o interstício e as demais exigências estabelecidas em decreto, poderão ser benefi-
ciados com a promoção 15% (quinze por cento) do contingente integrante de cada um dos níveis
dos cargos de Procurador do Estado, em atividade, existente na data da abertura do processo de
promoção.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 5º - Quando o contingente integrante do nível for igual ou inferior a 6 (seis) Procuradores do Es-
tado, poderá ser beneficiado com a promoção 1 (um) Procurador, desde que atendidas as exigên-
cias legais.
§ 6º - Na vacância, os cargos dos níveis II a V retornarão ao nível inicial da carreira.

Artigo 96 - A participação no concurso de promoção depende de inscrição do interessado.

Artigo 97 - Somente poderá concorrer à promoção o integrante da carreira de Procurador do Esta-


do que contar, no mínimo, 3 (três) anos de efetivo exercício no respectivo nível.
§ 1º - Serão computados para os fins do disposto no “caput” deste artigo os afastamentos previstos
no artigo 78 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e o período de
licença para tratamento de saúde não excedente a 90 (noventa) dias, por interstício.
§ 2º - Para efeito de promoção por antiguidade, também serão computados os afastamentos pre-
vistos nos artigos 79, 80 e 82 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, e 125, § 1º, da
Constituição Estadual.
§ 3º - Não se aplica o disposto no “caput” deste artigo se não houver Procurador do Estado que
preencha tal requisito.

Artigo 98 - Não podem concorrer à promoção por merecimento:


I - os membros efetivos do Conselho;
II - o Procurador do Estado que tenha reingressado na carreira há menos de 6 (seis) meses, exceto
no caso de reintegração;
III - o Procurador do Estado que tenha sofrido punição em procedimento administrativo disciplinar
nos 3 (três) anos anteriores à data da abertura do concurso.

Artigo 99 - A antiguidade será apurada pelo tempo de efetivo exercício no nível.


§ 1º - O Procurador Geral fará publicar no Diário Oficial do Estado, em janeiro de cada ano, a lista
de antiguidade dos Procuradores do Estado por nível da carreira, contando em dias o tempo de
serviço no nível, na carreira e no serviço público estadual.
§ 2º - As reclamações contra a lista de antiguidade deverão ser apresentadas no prazo de 5 (cinco)
dias da respectiva publicação.
§ 3º - O empate na classificação por antiguidade resolver-se-á favoravelmente ao candidato que
tiver:
1 - maior tempo de serviço na carreira;
2 - maior tempo de serviço público estadual;
3 - maior idade;
4 - mais encargos de família.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 100 - O mérito, para efeito de promoção, será aferido segundo critérios estabelecidos em
deliberação do Conselho da Procuradoria Geral do Estado, que observará a competência profissio-
nal, eficiência no exercício da função pública, dedicação, pontualidade e zelo no cumprimento das
obrigações funcionais, aprimoramento da cultura jurídica e serviços relevantes para a instituição.
§ 1º - Os elementos indispensáveis à avaliação do mérito serão considerados a partir das condições
existentes na precedente promoção por antiguidade ou por merecimento, inclusive no que se refe-
re ao resultado das avaliações periódicas de desempenho profissional.
§ 2º - O integral cumprimento de mandato de membro do Conselho da Procuradoria Geral do Esta-
do terá peso qualificado na aferição de merecimento para efeito de concurso de promoção.
§ 3º - O disposto no § 2° deste artigo aplica-se também aos membros natos do Conselho, desde que
o tenham integrado durante, pelo menos, 2 (dois) anos.

Artigo 101 - O Conselho designará Comissão de Promoção, composta por Procuradores do Estado
confirmados na carreira,assegurada a representação paritária das áreas de atuação, com os objeti-
vos de auxiliar na avaliação do merecimento, segundo os critérios definidos em deliberação, e de
fornecer subsídios para a elaboração da respectiva lista de classificação.
§ 1º - O Conselho fará publicar a lista de classificação por merecimento no Diário Oficial do Estado,
contando-se da publicação o prazo de 5 (cinco) dias para recurso.
§ 2º - O recurso será decidido pelo Conselho, por maioria simples, ouvida a Comissão de Promoção.

Artigo 102 - O Conselho elaborará e encaminhará ao Procurador Geral, para as providências cabí-
veis, a lista consolidada de classificação dos candidatos por ambos os critérios, indicando em sepa-
rado aqueles que alcançaram o direito à promoção, de acordo com o número de vagas.

CAPÍTULO XII
Das Remoções
Artigo 103 - A classificação dos integrantes da carreira de Procurador do Estado somente poderá
ser alterada:
I - por iniciativa do Procurador do Estado nos seguintes casos:
a) concurso de remoção;
b) permuta, a critério do Procurador Geral, ouvidos os Subprocuradores Gerais;
c) união de cônjuges ou companheiros, inclusive na hipótese de união estável homoafetiva;
II - em razão do interesse público, mediante deliberação motivada de 2/3 (dois terços) dos mem-
bros do Conselho, nos seguintes casos:
a) de ofício;
b) compulsoriamente, após a conclusão de procedimento disciplinar.
§ 1º - É vedada a inscrição em concurso de remoção de Procurador do Estado afastado da carreira.
§ 2º - A remoção por concurso consiste em procedimento realizado pelo Conselho da Procuradoria
Geral do Estado, no qual se assegure a divulgação das vagas a serem preenchidas e a possibilidade
de escolha pelos interessados, observado o critério de antiguidade, nos termos do edital de abertu-
ra do certame.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 3º - A abertura do concurso a que se refere o § 2° deste artigo será deliberada pelo Conselho da
Procuradoria Geral do Estado, mediante proposta do Procurador Geral, da qual constará a relação
de vagas, podendo haver a reserva de até ¼ (um quarto) destas para provimento por futuros inte-
grantes da carreira aprovados no respectivo concurso de ingresso.
§ 4º - A remoção por permuta não será admitida se o Procurador do Estado interessado estiver
afastado da carreira ou não possa assumir as funções no novo órgão de classificação no prazo de 30
(trinta) dias, salvo as hipóteses de afastamento legal pelo período de até 6 (seis) meses.
§ 5º - A remoção a que se refere a alínea “c” do inciso I deste artigo dependerá da existência de
vaga e da conveniência do serviço, não sendo admitida se demonstrado prejuízo para o órgão de
classificação.

Artigo 104 - A classificação de integrantes da Área da Consultoria Geral na Procuradoria Administra-


tiva se dará sem observância do disposto no artigo 103 desta lei complementar, após oitiva do Sub-
procurador Geral da Área da Consultoria Geral e da manifestação do Procurador do Estado interes-
sado.
Parágrafo único - A classificação de integrantes das demais áreas de atuação na Procuradoria Ad-
ministrativa observará o disposto no artigo 103, inciso II, “a”, desta lei complementar.

CAPÍTULO XIII
Do Reingresso
Artigo 105 - O reingresso na carreira de Procurador do Estado se dará somente por reintegração,
reversão ou aproveitamento.

Artigo 106 - Reintegração é o reingresso do Procurador do Estado em decorrência de decisão judi-


cial transitada em julgado.

Artigo 107 - Reversão é o reingresso do Procurador do Estado aposentado por invalidez quando
insubsistentes as razões que determinaram o ato de aposentação.
§ 1º - A reversão somente poderá efetivar-se quando, em inspeção médica, ficar comprovada a
capacidade para o exercício do cargo.
§ 2º - Na reversão de ofício poderá ser suspenso o pagamento dos respectivos proventos caso o
inativo, injustificadamente, não se apresente para a realização da inspeção de saúde.
§ 3º - Constatada a insubsistência das condições que impuseram a inativação, será deflagrado pro-
cedimento de invalidação do ato de aposentação.
§ 4º - Anulado o ato de aposentadoria, o servidor que não assumir o exercício no prazo legal deverá
ter instaurado contra si processo administrativo disciplinar, por inassiduidade ou abandono de car-
go, conforme o caso.
§ 5º - A reversão se fará em cargo vago, elevado ao mesmo nível em que se encontrava o aposen-
tado no momento de sua aposentadoria, sendo o tempo de afastamento por tal motivo considera-
do apenas para efeito de nova aposentadoria.

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Artigo 108 - Aproveitamento é o reingresso do Procurador do Estado em disponibilidade.


§ 1º - O aproveitamento será obrigatório na primeira vaga e se efetivará mediante elevação do
cargo vago ao mesmo nível em que se encontrava o interessado no momento da declaração de
disponibilidade.
§ 2º - Em nenhum caso poderá se efetivar o aprovei¬tamento sem que, mediante inspeção médica,
fique provada a capacidade para o exercício do cargo.
§ 3º - Será tornado sem efeito o ato de aproveitamento e cessada a disponibilidade do Procurador
do Estado que não comparecer à inspeção de saúde ou não assumir o exercício no prazo legal.
§ 4º - Será aposentado no cargo que ocupava o Procurador do Estado em disponibilidade que, em
inspeção de saúde, for julgado incapaz para o seu exercício.

CAPÍTULO XIV
Da Exoneração, da Demissão e da Aposentadoria
Artigo 109 - A exoneração será concedida ao Procurador do Estado mediante requerimento, com
efeito retroativo à data do protocolo.

Artigo 110 - A demissão do Procurador do Estado só poderá ocorrer em decorrência de processo


administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa, na forma dos artigos 147 e seguintes desta
lei complementar.

Artigo 111 - O Procurador do Estado aposentado não perderá seus direitos, vantagens e prerrogati-
vas, ficando-lhe assegurados aqueles atribuídos aos Procuradores do Estado em atividade, salvo os
incompatíveis com a sua condição de inativo.

TÍTULO III
Dos Direitos, das Garantias e das Prerrogativas do Procurador do Estado
CAPÍTULO I
Das Férias, Licenças e Afastamentos
Artigo 112 - O Procurador do Estado terá direito ao gozo de 30 (trinta) dias de férias anuais, poden-
do ser divididas em períodos de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único - É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta necessidade de serviço e
pelo máximo de 2 (dois) anos consecutivos.

Artigo 113 - Sem prejuízo dos vencimentos e vantagens pecuniárias, conceder-se-á licença:
I - para tratamento de saúde;
II - por motivo de doença do cônjuge, companheiro(a), inclusive na hipótese de união estável ho-
moafetiva, parentes consanguíneos e afins, em linha reta, até o 2º grau;
III - maternidade;
IV - paternidade;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

V - adoção;
VI - prêmio;
VII - para casamento;
VIII - por luto, em virtude de falecimento do cônjuge, companheiro(a), inclusive na hipótese de
união estável homoafetiva, filhos, enteados, pais, padrasto ou madrasta e irmãos, até 8 (oito) dias;
IX - por luto, em virtude de falecimento dos avós, netos e sogros, até 2 (dois) dias;
X - por acidente de trabalho ou doença profissional;
XI - compulsoriamente, como medida profilática, nos termos do Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado;
XII - em outros casos previstos em lei.

Artigo 114 - O Procurador do Estado, após 5 (cinco) anos de efetivo exercício, poderá requerer li-
cença, com prejuízo dos vencimentos e vantagens pecuniárias, para tratar de assuntos particulares,
pelo prazo de 2 (dois) anos, podendo ser negada se inconveniente ao interesse do serviço.
Parágrafo único - Não será concedida nova licença antes de decorridos 10 (dez) anos do término da
anterior.

Artigo 115 - Os afastamentos de qualquer natureza somente serão concedidos mediante prévia
aprovação do Conselho da Procuradoria Geral do Estado, sob pena de nulidade do ato, exceto para
exercer:
I - mandato eletivo;
II - mandato em entidade de classe de Procurador do Estado;
III - cargo de Ministro de Estado, de Secretário de Estado ou equivalentes.
Parágrafo único - É vedado o afastamento durante o estágio probatório, exceto para a participação
em certames científicos de duração inferior a 1 (uma) semana e nas hipóteses mencionadas nos
incisos I, II e III deste artigo.

Artigo 116 - Após 5 (cinco) anos ininterruptos de serviço público, em que não haja sofrido penalida-
de disciplinar, é assegurado o direito a licença-prêmio de 90 (noventa) dias, de que trata o inciso VI
do artigo 113 desta lei complementar, observando-se os demais termos e condições do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado.

Artigo 117 - São considerados como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, os dias em
que o Procurador do Estado não estiver exercendo suas funções em razão de:
I - licenças previstas no artigo 113, sendo que as previstas nos incisos I e II deverão observar o dis-
posto no artigo 97, § 1°, desta lei complementar;
II - férias;
III - período de trânsito;
IV - afastamentos previstos nos artigos 115 e 143, inciso I, ambos desta lei complementar.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO II
Das Prerrogativas e das Garantias
Artigo 118 - São prerrogativas e garantias do Procurador do Estado, além das previstas em lei, no-
tadamente a que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB:
I - não ser constrangido, por qualquer modo ou forma, a agir em desconformidade com a sua cons-
ciência ético-profissional;
II - requisitar auxílio e colaboração das autoridades públicas para o exercício de suas atribuições;
III - requisitar das autoridades competentes certidões, informações, autos de processo administra-
tivo, documentos e diligências necessários ao desempenho de suas funções nos prazos e condições
fixadas em decreto;
IV - utilizar-se dos meios de comunicação estaduais quando o interesse do serviço o exigir;
V - postular em juízo ou fora deste sem instrumento de mandato e com dispensa de emolumentos
e custas;
VI - ter garantida a irredutibilidade de vencimentos, nos termos da Constituição Federal;
VII - obter, sem custo, a carteira funcional;
VIII - obter, mediante reembolso, o custeio da anuidade da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB;
IX - dispor de instalações condignas e compatíveis com o exercício de suas funções;
X - ter acesso a dados e informações relativos à sua pessoa existentes nos órgãos da Procuradoria
Geral do Estado, com direito à retificação e à complementação dos mesmos, se o caso;
XI - computar como tempo de serviço público estadual, para todos os fins, exceto aposentadoria, o
tempo de estágio na Procuradoria Geral do Estado de São Paulo;
XII - ter garantida a inviolabilidade por seus atos e manifestações no exercício de suas funções, ob-
servado o disposto no inciso III do artigo 122 desta lei complementar;
XIII - ter garantida a inamovibilidade em relação ao órgão de execução em que estiver classificado,
ressalvadas as hipóteses de remoção, nos termos dos artigos 103 e 104 desta lei complementar.

Artigo 119 - Em caso de infração penal imputada a Procurador do Estado, a autoridade policial, dela
tomando conhecimento, comunicará o fato ao Procurador Geral.

Artigo 120 - A prisão de Procurador do Estado, em qualquer circunstância, será imediatamente


comunicada ao Procurador Geral, sob pena de responsabilidade, e será cumprida nos termos da lei
que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB.

TÍTULO IV
Dos Deveres, Proibições e Impedimentos

CAPÍTULO I
Dos Deveres e das Proibições
Artigo 121 - São deveres do Procurador do Estado, entre outros previstos em lei:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

I - defender a ordem jurídica, pugnar pela boa aplicação das leis vigentes e pela celeridade da ad-
ministração da justiça;
II - desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma
da lei, lhe forem atribuídos pelo Procurador Geral;
III - proceder na vida pública e privada de forma que dignifique a função pública;
IV - zelar pelos bens confiados à sua guarda;
V - observar, nos casos indicados em lei, sigilo quanto à matéria dos procedimentos judiciais e ad-
ministrativos em que atuar, sendo pessoalmente responsável por toda manifestação, em qualquer
meio de divulgação, a respeito de matéria judicial ou administrativa a seu cargo;
VI - residir na sede de exercício, salvo autorização do Procurador Geral;
VII - manter assiduidade;
VIII - representar sobre irregularidades que afetem o bom desempenho de suas atribuições;
IX - sugerir providências tendentes ao aperfeiçoamento dos serviços;
X - manter atualizados os seus dados pessoais e curriculares.

Artigo 122 - Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, ao Procurador do Esta-
do é vedado:
I - aceitar cargo, emprego ou função pública fora dos casos autorizados em lei;
II - exercer a advocacia fora do âmbito das atribuições institucionais;
III - empregar em qualquer expediente oficial, ou intervenção oral, expressão ou termo incompatí-
veis com o dever de urbanidade, tal como definido pelo Código de Ética e Disciplina da Ordem dos
Advogados do Brasil - OAB;
IV - valer-se da qualidade de Procurador do Estado para obter qualquer vantagem;
V - exercer o magistério em desacordo com a Constituição Federal, observadas as diretrizes fixadas
pelo Procurador Geral e pelo Corregedor Geral.

CAPÍTULO II
Dos Impedimentos e das Suspeições
Artigo 123 - É defeso ao Procurador do Estado exercer suas funções em processo judicial ou admi-
nistrativo:
I - em que seja parte ou de qualquer forma interessado;
II - em que haja atuado como advogado de qualquer das partes;
III - em que seja parte ou tenha interesse cônjuge ou companheiro, parente consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
IV - nos casos previstos na legislação processual e na lei que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e
a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 124 - O Procurador do Estado não poderá participar de Comissão ou Banca de Concurso,
intervir no seu julgamento e votar sobre organização de lista para promoção, quando concorrer
parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, bem como seu côn-
juge ou companheiro.

Artigo 125 - Não poderão servir sob a chefia imediata de Procurador do Estado o seu cônjuge ou
companheiro e parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Artigo 126 - O Procurador do Estado dar-se-á por suspeito quando:


I - houver interesse moral;
II - houver proferido parecer favorável à pretensão deduzida em juízo pela parte adversa;
III - ocorrer qualquer dos demais casos previstos na legislação processual.

Artigo 127 - Nas hipóteses previstas neste capítulo, o Procurador do Estado comunicará ao seu su-
perior hierárquico imediato, em expediente próprio, os motivos do impedimento ou da suspeição,
para que este os acolha ou rejeite.
Parágrafo único - Aplicam-se ao Procurador Geral as disposições deste capítulo, observado o se-
guinte:
1 - nos casos de procedimento disciplinar, será observado o disposto no artigo 168 desta lei com-
plementar;
2 - nos demais casos, o Procurador Geral, em ato fundamentado, encaminhará a matéria ao seu
substituto legal ou a submeterá ao Governador.

TÍTULO V
Do Regime Disciplinar
CAPÍTULO I
Das Atividades Correcionais
Artigo 128 - Além de vistorias e de inspeções, a atividade funcional dos integrantes da carreira de
Procurador do Estado está sujeita a:
I - correição permanente;
II - correição ordinária;
III - correição extraordinária.

Artigo 129 - Correição permanente é a realizada pelos chefes dos órgãos de execução da Procura-
doria Geral do Estado, sem prejuízo da competência da Corregedoria.
§ 1º - Fica assegurado ao responsável pela correição permanente o livre acesso aos arquivos exis-
tentes na respectiva unidade, que contenham os trabalhos executados pelo Procurador do Estado.
§ 2º - Compete ao Procurador do Estado Chefe informar ao Corregedor Geral os dados relevantes
extraídos das correições permanentes, quando for o caso.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 130 - Correição ordinária é a realizada bienalmente pelo Corregedor Geral e pelos Correge-
dores Auxiliares em todos os órgãos da Procuradoria Geral do Estado para verificar a regularidade e
a eficiência dos serviços, bem como a atuação do Procurador do Estado em exercício na respectiva
unidade.
Parágrafo único - A periodicidade prevista neste artigo poderá ser reduzida em relação a qualquer
órgão da Procuradoria Geral do Estado, a critério do Corregedor Geral.

Artigo 131 - Correição extraordinária é a realizada pelo Corregedor Geral e pelos Corregedores Au-
xiliares, de ofício ou por determinação do Procurador Geral.

Artigo 132 - Qualquer pessoa poderá representar ao Corregedor Geral sobre abusos, erros ou omis-
sões cometidos por integrantes da carreira de Procurador do Estado.

Artigo 133 - Concluída a correição, o Corregedor Geral apresentará ao Procurador Geral relatório
circunstanciado dos fatos apurados e das providências adotadas, propondo as que excedam às suas
atribuições.

CAPÍTULO II
Das Infrações, Penalidades e Prescrição
Artigo 134 - Os Procuradores do Estado são passíveis das seguintes sanções disciplinares:
I - repreensão;
II - suspensão;
III - multa;
IV - demissão;
V - demissão a bem do serviço público;
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Artigo 135 - As sanções previstas no artigo 134 desta lei complementar serão aplicadas:
I - a de repreensão, em casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres;
II - a de suspensão, que não excederá a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou
de reincidência;
III - a de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento;
IV - a de demissão, nos casos de:
a) abandono de cargo, consistente na interrupção do exercício pelo Procurador do Estado por mais
de 30 (trinta) dias consecutivos;
b) inassiduidade, por ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 (quarenta e cinco)
dias, interpoladamente, no período de 12 (doze) meses;
c) procedimento irregular de natureza grave;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

d) ineficiência no serviço;
e) aplicação indevida de recursos públicos;
f) exercício da advocacia fora do âmbito das atribuições institucionais;
V - a de demissão a bem do serviço público, nos casos de:
a) lesão dolosa aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio estadual ou de bens confiados à sua
guarda;
b) aceitação ilegal de cargo, emprego ou função pública;
c) exercício da advocacia contra o Estado de São Paulo e suas autarquias;
d) prática de ato com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
e) prática de ato definido como crime contra a Administração Pública, a fé pública e a Fazenda Es-
tadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
f) prática de outros atos definidos como crime apenados com reclusão ou crime inafiançável e im-
prescritível, nos termos da Constituição Federal;
g) prática de ato definido em lei como crime contra o Sistema Financeiro, ou de lavagem ou oculta-
ção de bens, direitos ou valores;
h) prática de ato definido em lei como de improbidade;
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade, nos casos de infração punível com demissão ou
demissão a bem do serviço público, praticada durante o exercício de cargo.
§ 1º - A pena de suspensão acarreta a perda dos direitos e das vantagens decorrentes do exercício
do cargo, não podendo ter início durante os períodos de férias ou de licença do infrator.
§ 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá convertê-la em multa, na base de 50%
(cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, devendo o Procurador do Estado,
neste caso, permanecer em exercício.
§ 3º - Considera-se reincidência, para os efeitos desta lei complementar, a prática de nova infração,
dentro de 5 (cinco) anos, contados do cumprimento da sanção disciplinar.

Artigo 136 - Na aplicação das penas disciplinares, considerar- se-ão os antecedentes do infrator, a
natureza e a gravidade da infração, as circunstâncias em que foi praticada e os danos que dela re-
sultaram ao serviço público.

Artigo 137 - As penas serão impostas pela autoridade competente, após prévia manifestação do
Conselho da Procuradoria Geral do Estado no processo administrativo disciplinar ou sindicância,
conforme o caso, devendo constar do assentamento individual do punido.

Artigo 138 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 134 desta lei complementar, são
competentes:
I - o Governador;
II - o Procurador Geral.

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Artigo 139 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição:


I - em 2 (dois) anos, da infração punível com repreensão, suspensão ou multa;
II - em 5 (cinco) anos, da infração punível com demissão, demissão a bem do serviço público e cas-
sação de aposentadoria ou disponibilidade;
III - no prazo da prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos, na hipóte-
se de a infração ser prevista em lei como infração penal.

Artigo 140 - A prescrição começa a correr:


I - do dia em que a falta for cometida;
II - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou per-
manentes.
§ 1º - Interrompe a prescrição a portaria que instaura sindicância ou a que instaura processo admi-
nistrativo.
§ 2º - O lapso prescricional corresponde:
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente aplicada;
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível.
§ 3º - A prescrição não corre:
1 - enquanto sobrestado o procedimento administrativo para aguardar decisão judicial, na forma
do artigo 141, § 1º, item 3, desta lei complementar;
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser restabelecido.
§ 4º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá determinar desde logo, quando
for o caso, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência.

CAPÍTULO III
Do Procedimento Disciplinar
SEÇÃO I
Das Disposições Gerais
Artigo 141 - As infrações disciplinares imputadas a Procurador do Estado serão apuradas mediante
os seguintes procedimentos, assegurados o contraditório e a ampla defesa:
I - sindicância, quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de repreen-
são, suspensão ou multa;
II - processo administrativo, quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas
de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade.
§ 1º - Os procedimentos disciplinares de que trata esteartigo:
1 - serão realizados exclusivamente pela Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado e presididos
pelo Corregedor Geral ou por Corregedor Auxiliar por ele designado;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

2 - terão caráter sigiloso, exceto a decisão final e a que julgar recurso ou revisão, que serão publi-
cadas no Diário Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, e averbadas no registro funcional
do Procurador do Estado;
3 - não poderão ser sobrestados, salvo para aguardar decisão judicial, mediante despacho motivado
da autoridade competente para aplicar a pena, observado o disposto no artigo 140, § 3º, item 1,
desta lei complementar.
§ 2º - Quando não houver elementos suficientes para a caracterização da infração ou da sua autori-
a, será instaurada apuração preliminar, de natureza investigativa.

Artigo 142 - Os procedimentos disciplinares de que trata o artigo 141 desta lei complementar serão
instaurados por determinação:
I - do Procurador Geral;
II - do Corregedor Geral;
III - do Conselho da Procuradoria Geral do Estado.

Artigo 143 - Determinada a instauração de sindicância ou de processo administrativo disciplinar, ou


no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Corregedor Geral,
por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências:
I - afastamento preventivo do Procurador do Estado, quando o recomendar a moralidade adminis-
trativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta)
dias, prorrogáveis uma única vez por igual período;
II - designação do Procurador do Estado acusado para o exercício de atividades exclusivamente
burocráticas até decisão final do procedimento;
III - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos
do procedimento.
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração ou presidir a sindicância ou o processo adminis-
trativo poderá representar ao Corregedor Geral, para propor a aplicação das medidas previstas
neste artigo, bem como sua cessação ou alteração.
§ 2º - O Corregedor Geral poderá, a qualquer momento, por despacho fundamentado, fazer cessar
ou alterar as medidas previstas neste artigo.

Artigo 144 - O período de afastamento preventivo computa-se como de efetivo exercício, não sen-
do descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada.

Artigo 145 - Nas hipóteses previstas no artigo 135, inciso I, e após a portaria de instauração da sin-
dicância a que se refere o artigo 146, ambos desta lei complementar, o Corregedor Geral proporá
ao Procurador do Estado acusado a suspensão do procedimento pelo prazo de 1 (um) ano, desde
que não tenha sido apenado por outra infração disciplinar nos últimos 5 (cinco) anos.
§ 1º - O Corregedor Geral especificará as condições da suspensão, em especial a apresentação de
relatórios trimestrais de atividades e a frequência regular sem faltas injustificadas.

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§ 2º - A suspensão será revogada se o beneficiário vier a ser processado por outra falta disciplinar
ou se descumprir as condições estabelecidas no § 1º deste artigo, prosseguindo-se,nestes casos, os
procedimentos disciplinares cabíveis.
§ 3º - Expirado o prazo da suspensão e tendo sido cumpridas suas condições, o Corregedor Geral
encaminhará os autos ao Procurador Geral para a declaração da extinção da punibilidade.
§ 4º - Não será concedido novo benefício idêntico durante o dobro do prazo da anterior suspensão,
contado da declaração de extinção da punibilidade, na forma do § 3° deste artigo.
§ 5º - Durante o período da suspensão não correrá prazo prescricional, ficando vedado ao Procura-
dor do Estado acusado ocupar cargo em comissão ou exercer função de confiança.

SEÇÃO II
Da Sindicância
Artigo 146 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei complementar para o processo
administrativo disciplinar, com as seguintes modificações:
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três) testemunhas;
II - a sindicância deverá estar concluída em 60 (sessenta) dias.

SEÇÃO III
Do Processo Administrativo Disciplinar
Artigo 147 - O processo administrativo disciplinar será instaurado mediante portaria do Corregedor
Geral, no prazo de 8 (oito) dias contados do recebimento da determinação a que se refere o artigo
142 desta lei complementar.
§ 1º - A portaria deverá conter o nome e a identificação do acusado, a infração que lhe é atribuída,
com descrição dos fatos, indicação das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese
cabível.
§ 2º - As publicações relativas a processo administrativo disciplinar mencionarão o respectivo nú-
mero, omitindo o nome do acusado, que será identificado pelas iniciais, exceto na citação por edital
e nas hipóteses mencionadas no artigo 141, § 1º, item 2, desta lei complementar.
§ 3º - As citações e intimações no processo administrativo disciplinar serão feitas no prazo de 10
(dez) dias e as notificações das partes e dos interessados no prazo de 48 (quarenta e oito) horas
antes da realização do ato processual objeto da respectiva comunicação.

Artigo 148 - A autoridade processante será secretariada por servidor da Procuradoria Geral do Es-
tado, exceto nas audiências e nos atos promovidos fora da Capital, quando poderá ser indicado
servidor devidamente compromissado para tal fim.

Artigo 149 - Aplicam-se à autoridade processante e ao secretário as hipóteses de impedimento e


suspeição previstas nesta lei complementar.
Parágrafo único - Não poderá ser encarregado da apuração Procurador do Estado em estágio pro-
batório.

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Artigo 150 - O Corregedor Auxiliar ou o servidor designado para os fins do artigo 148 desta lei com-
plementar deverá comunicar, desde logo, ao Corregedor Geral impedimento ou suspeição que
houver.

Artigo 151 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará a autoridade processante
dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a citação do acusado e a notificação do
denunciante, se houver.

Artigo 152 - O acusado será citado pessoalmente e poderá constituir advogado, que será intimado
por publicação no Diário Oficial do Estado para os atos do processo.
§ 1º - O mandado de citação deverá conter:
1 - cópia da portaria;
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo advogado do acusado;
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que poderá ser acompanhada pelo advo-
gado do acusado;
4 - cientificação de que o acusado será defendido por advogado dativo, caso não constitua advoga-
do próprio;
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer provas, no prazo de 3
(três) dias após a data designada para seu interrogatório;
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir exoneração até o interrogatório,
quando se tratar exclusivamente de abandono de cargo, bem como de inassiduidade.
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, por intermédio do respectivo superior hierár-
quico, ou via postal, com aviso de recebimento.
§ 3º - Não sendo encontrado ou furtando-se à citação, o acusado será citado por edital, publicado
uma única vez no Diário Oficial, no mínimo 10 (dez) dias antes do interrogatório.
§ 4º - Não comparecendo o acusado, será declarada sua revelia, designando-se para promover-lhe
a defesa um advogadodativo, salvo se o indiciado constituir advogado, o que poderá fazer a qual-
quer tempo.
§ 5º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado, de que conste seu no-
me e número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, bem como os dados necessá-
rios à identificação do procedimento.

Artigo 153 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no interregno entre a data da
citação e a fixada para o interrogatório do acusado, sendo notificado para tal fim.
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado, próprio ou da-
tivo.
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante, podendo, antes de ser interrogado, ter
ciência das declarações que aquele houver prestado.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 154 - A autoridade processante indeferirá os requerimentos impertinentes ou meramente


protelatórios, fundamentando a decisão, da qual se intimará o acusado.

Artigo 155 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias
para requerer a produção de provas, ou apresentá-las.
§ 1º - O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco) testemunhas.
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por documentos, até as alega-
ções finais.
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução.

Artigo 156 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas pela
autoridade processante e pelo acusado.
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu comparecimento poderá ser solicitado ao
respectivo superior imediato com as indicações necessárias.

Artigo 157 - A testemunha não poderá se eximir de depor, salvo se for ascendente, descendente,
cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho
adotivo do acusado, exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a
prova do fato e de suas circunstâncias.
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam elas proibidas de depor,
observada a exceção deste artigo.
§ 2º - O servidor que se recusar a depor, sem justa causa, terá suspenso o pagamento de seu ven-
cimento ou remuneração pela autoridade competente, até que satisfaça essa exigência, mediante
comunicação da autoridade processante.
§ 3º - O servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá direito a
transporte e ao recebimento de diárias na forma da legislação em vigor, podendo ainda ser expedi-
da carta precatória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente.
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem testemunhar.

Artigo 158 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela autoridade do
lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada
a defesa.
§ 1º - Deverá constar da carta precatória a síntese da imputação e os esclarecimentos pretendidos,
bem como a advertência sobre a necessidade da presença de advogado.
§ 2º - A expedição da carta precatória não suspenderá a instrução do procedimento.
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final decisão; a todo tempo, a
precatória, uma vez devolvida, será juntada aos autos.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 159 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência designada, inde-
pendentemente de notificação.
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não comparecer
espontaneamente.
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na mesma
data designada para a audiência outra testemunha, independentemente de notificação.

Artigo 160 - Havendo mais de um acusado os prazos serão comuns e em dobro.

Artigo 161 - Em qualquer fase do processo administrativo disciplinar, poderá a autoridade proces-
sante, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes.
§ 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas diretamente, sem ob-
servância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos autos.
§ 2º - As informações a que se refere o §1° deste artigo poderão ser obtidas por meio eletrônico
oficial, devendo ser juntada via impressa aos autos.
§ 3º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou de peritos oficiais, a autoridade processante os
requisitará, observadas as hipóteses de impedimento e suspeição previstas nesta lei complemen-
tar.

Artigo 162 - Durante a instrução, os autos do processo administrativo disciplinar permanecerão na


repartição competente.
§ 1º - Será concedida ao acusado vista dos autos, mediante simples solicitação, desde que não pre-
judique o curso do procedimento, bem como extração de cópias, por meio de requerimento e com
especificação das peças processuais de seu interesse.
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do acusado ou para apre-
sentação de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado.
§ 3º - Não corre o prazo senão depois da publicação a que se refere o § 2° deste artigo e desde que
os autos estejam efetivamente disponíveis para vista.
§ 4º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo, du-
rante o prazo para manifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo comum, quando
existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante
que justifique a permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade processante em
despacho motivado.

Artigo 163 - Serão indeferidos pela autoridade processante, mediante decisão fundamentada, os
requerimentos desnecessários ao esclarecimento do fato e as provas ilícitas, impertinentes, desne-
cessárias ou protelatórias.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 164 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos imputáveis ao acusado, po-
derá ser promovida a instauração de novo procedimento para sua apuração ou, caso conveniente,
aditada a portaria, reabrindo-se oportunidade de defesa.

Artigo 165 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, que poderá apresentar
alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias.
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, a autoridade processante designa-
rá advogado dativo, assinando-lhe novo prazo.

Artigo 166 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, contados da apresenta-
ção das alegações finais.
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, separadamente, as irregularidades
imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição ou a punição, indican-
do, neste caso, a pena que entender cabível.
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de interesse
do serviço público.

Artigo 167 - Concluído o procedimento com a elaboração do relatório opinativo, os autos serão
enviados pelo Corregedor Geral, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Conselho da Procurado-
ria Geral do Estado, para deliberação.
Parágrafo único - O Conselho poderá:
1 - determinar ou propor novas diligências;
2 - reconhecer a existência de defeitos ou de nulidades e determinar ou propor as providências
para o saneamento, quando for o caso;
3 - propor o arquivamento, a absolvição ou a condenação;
4 - propor a aplicação de penalidade;
5 - determinar ou propor qualquer providência de interesse da Administração.

Artigo 168 - Encerrada a apreciação do procedimento, o Conselho emitirá parecer conclusivo e en-
caminhará os autos ao Procurador Geral que, em 10 (dez) dias, os decidirá ou, nas hipóteses de
impedimento e suspeição previstas nesta lei complementar, os encaminhará ao Governador para
decisão.

Artigo 169 - A conclusão do processo administrativo disciplinar poderá indicar fundamentadamente


a remoção compulsória do indiciado.

Artigo 170 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos os termos lavrados pelo se-
cretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem como
certidões e compromissos.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, rubricando
o presidente as folhas acrescidas.
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar por
cópia.

Artigo 171 - Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a folha de serviço atualizada
do indiciado.

Artigo 172 - Quando ao Procurador do Estado se imputar crime, praticado na esfera administrativa,
a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo providenciará para que se
instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a autoridade
policial cientificará a autoridade administrativa.

Artigo 173 - As autoridades responsáveis pela condução do processo administrativo e do inquérito


policial se auxiliarão, para que os mesmos se concluam dentro dos prazos respectivos.

Artigo 174 - Quando o ato atribuído ao Procurador do Estado for considerado criminoso, serão re-
metidas à autoridade competente cópias autenticadas das peças essenciais do processo.

Artigo 175 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver influenciado
na apuração da verdade substancial ou diretamente na decisão do processo administrativo discipli-
nar ou sindicância.

Artigo 176 - Dos atos, termos e documentos principais do processo administrativo disciplinar extra-
ir-se-ão cópias para a formação de autos suplementares.

Artigo 177 - Ao término do processo administrativo, os autos serão arquivados na Corregedoria da


Procuradoria Geral do Estado.

Artigo 178 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados da data do cumprimento da
sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser considerada em
prejuízo do acusado, inclusive para efeito de reincidência.
Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem do serviço público acarretam a incompatibilidade
para nova investidura em cargo, função ou emprego público, pelo prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) a-
nos, respectivamente.

Artigo 179 - O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar é de 90 (noventa) dias
contados da data da citação do acusado.

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SEÇÃO IV
Do Processo por Abandono do Cargo e por Inassiduidade
Artigo 180 - Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem abandono de cargo, bem
como inassiduidade, o superior imediato comunicará o fato à autoridade competente para deter-
minar a instauração de processo disciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha funcio-
nal do Procurador do Estado e com atestados de frequência.

Artigo 181 - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo, bem como inassiduida-
de, se o Procurador do Estado tiver pedido exoneração.

Artigo 182 - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar abandono de cargo,
bem como inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogató-
rio, ou por ocasião deste.

Artigo 183 - A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo legalmente justi-
ficável.

SEÇÃO V
Dos Recursos
Artigo 184 - Da decisão que aplicar a penalidade caberá:
I - recurso hierárquico, quando aplicada a pena pelo Procurador Geral do Estado;
II - pedido de reconsideração, quando aplicada a pena pelo Governador.
§ 1º - O recurso, cabível uma única vez, da decisão que aplicar penalidade, será interposto pelo
acusado no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação da decisão impugnada no Diário Ofici-
al do Estado ou da intimação pessoal do Procurador do Estado, quando for o caso.
§ 2º - Do recurso deverá constar, além do nome e da qualificação do recorrente, a exposição das
razões de inconformismo.
§ 3º - O Procurador Geral terá prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente, manter ou reformar sua
decisão, ouvido o Conselho da Procuradoria Geral do Estado.
§ 4º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediatamente encaminhada a reexame
pelo superior hierárquico.
§ 5º - A pena imposta não poderá ser agravada pela decisão do recurso.
§ 6º - O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que incorretamente denomina-
do ou endereçado.

Artigo 185 - Os recursos de que trata esta lei complementar não têm efeito suspensivo; os que fo-
rem providos darão lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do ato puniti-
vo.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

CAPÍTULO IV
Da Revisão
Artigo 186 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição disciplinar de que não caiba mais
recurso, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedi-
mento, que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada.
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido.
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento.
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão indeferidos.
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente.

Artigo 187 - A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão.

Artigo 188 - A instauração de processo revisional poderá ser requerida fundamentadamente pelo
interessado ou, se falecidoou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascendente, des-
cendente ou irmão, sempre por intermédio de advogado.
Parágrafo único - O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou com a indica-
ção daquelas que pretenda produzir.

Artigo 189 - A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver confirmado em grau de recurso,
será competente para o exame da admissibilidade do pedido de revisão, bem como, caso deferido
o processamento, para a sua decisão final.

Artigo 190 - Deferido o processamento da revisão, o pedido será encaminhado ao Corregedor Geral
que designará Corregedor Auxiliar que não tenha funcionado no procedimento disciplinar de que
resultou a punição do requerente.

Artigo 191 - O Corregedor Auxiliar determinará seu apensamento ao procedimento disciplinar ori-
ginal e notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou re-
querer outras provas que pretenda produzir.
Parágrafo único - No processamento da revisão serão observadas as normas previstas nesta lei
complementar para o processo administrativo disciplinar.

Artigo 192 - Encerrada a instrução, será aberta vista ao requerente para, no prazo de 3 (três) dias,
apresentar alegações finais.

Artigo 193 - Decorrido o prazo de que trata o artigo 192 desta lei complementar, e dentro de 30
(trinta) dias, o Corregedor Auxiliar elaborará relatório conclusivo sobre a procedência ou não do
pedido e enviará os autos ao Corregedor Geral, que os remeterá ao Conselho para deliberação.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Parágrafo único - Após a manifestação do Conselho, os autos serão remetidos ao Procurador Geral
para:
1 - decidir sobre o pedido, no prazo de 20 (vinte) dias, sem prejuízo das diligências que entender
necessárias para melhor esclarecimento dos fatos;
2 - opinar conclusivamente e submeter ao Governador do Estado, quando esse houver proferido a
decisão final no procedimento disciplinar objeto da revisão.

Artigo 194 - A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a classificação da infração,
absolver o punido, modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela
decisão reformada.

TÍTULO VI
Do Fundo Especial da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo
Artigo 195 - Fica criado, no âmbito da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, o Fundo Especial
da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo - FUNPROGESP.

Artigo 196 - O FUNPROGESP tem por finalidade complementar os recursos financeiros indispensá-
veis ao aparelhamento da Procuradoria Geral do Estado, destinando-se esses recursos, preferenci-
almente, às despesas com investimento em inovação tecnológica.

Artigo 197 - O FUNPROGESP terá como gestor o Procurador Geral, que designará órgão da Procura-
doria Geral do Estado incumbido de organizar a contabilidade financeira e o plano de aplicação dos
recursos.

Artigo 198 - Constituem receitas do FUNPROGESP:


I - dotações orçamentárias próprias;
II - recursos provenientes das receitas de outros fundos;
III - recursos provenientes de aluguéis ou de permissões de uso de espaços livres para terceiros,
onde funcionem os órgãos da Procuradoria Geral do Estado;
IV - recursos provenientes do produto de alienação de equipamentos, veículos, outros materiais
permanentes ou material inservível ou dispensável;
V - rendimentos financeiros dos recursos do próprio fundo;
VI - outros recursos que lhe forem expressamente atribuídos por lei.

Artigo 199 - Os bens adquiridos por intermédio do FUNPROGESP serão incorporados ao patrimônio
da Procuradoria Geral do Estado.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 200 - O FUNPROGESP terá escrituração contábil própria, observadas as legislações federal e
estadual, bem como as normas emanadas do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Parágrafo único - A prestação de contas de aplicação e da gestão financeira do FUNPROGESP será
consolidada na Procuradoria Geral do Estado, por ocasião do encerramento do correspondente
exercício.

Artigo 201 - O Procurador Geral, mediante resolução, editará os atos complementares necessários
ao funcionamento do FUNPROGESP.

TÍTULO VII
Das Disposições Finais
Artigo 202 - Os vencimentos e as vantagens pecuniárias dos integrantes da carreira de Procurador
do Estado e dos ocupantes dos cargos em comissão e das funções de confiança referidos, respecti-
vamente, nos artigos 70, 71 e 72 desta lei complementar, serão fixados em lei complementar, de
iniciativa do Governador.

Artigo 203 - Ficam acrescidos os §§ 1º, 2º e 3º ao artigo 3º da Lei Complementar nº 724, de 15 de


julho de 1993, com a seguinte redação:
“Artigo 3º - .......................................................
....................................................................
§ 1º - Quando necessário o deslocamento de sua sede de exercício, o Procurador do Estado fará jus
ao recebimento de diária, na forma fixada por ato do Procurador Geral, equivalente ao percentual
de até 1/30 (um trinta avos) dos vencimentos do Procurador do Estado Nível I.
§ 2º - Em situações excepcionais, poderá o Procurador Geral estabelecer condições para o paga-
mento antecipado de diárias.
§ 3º - O Procurador do Estado que, em virtude de promoção, remoção ou designação, passar a ter
exercício em nova sede, ali passando a residir em caráter permanente, terá direito, a título de ajuda
de custo para as despesas de sua instalação, ao equivalente a 30 (trinta) diárias integrais.” (NR).

Artigo 204 - Passa a vigorar com a seguinte redação o § 2º do artigo 55, da Lei Complementar nº 93,
de 28 de maio de 1974, com a redação que lhe conferiu o artigo 13, da Lei Complementar nº 907,
de 21 de dezembro de 2001:
“Artigo 55 - .......................................................
....................................................................
§ 2º - Do total depositado nos termos deste artigo, serão destinados:
1 - até 3% (três por cento) para pagamento de Prêmio de Incentivo à Produtividade e Qualidade
(PIPQ) aos servidores em exercício na Procuradoria Geral do Estado;
2 - 2% (dois por cento) ao Fundo Especial de Despesas do Centro de Estudos, visando ao aperfeiço-
amento intelectual dos integrantes da carreira de Procurador do Estado, formação e aperfeiçoa-
mento funcional dos servidores em exercício na Procuradoria Geral do Estado e à contratação de
jurista para emitir parecer de interesse da Instituição;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

3 - 4% (quatro por cento) ao Fundo Especial da Procuradoria Geral do Estado - FUNPROGESP.” (NR).

Artigo 205 - Aplicam-se subsidiariamente aos ocupantes de cargos de Procurador do Estado as dis-
posições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, no que não colidirem com esta lei
complementar.

Artigo 206 - Ficam criados, na Tabela I do Subquadro de Cargos Públicos (SQC-III), do quadro da
Procuradoria Geral do Estado, 170 (cento e setenta) cargos de provimento efetivo de Procurador do
Estado nível I, enquadrados na referência 1, da Escala de Vencimentos de que trata o artigo 2º
da Lei Complementar nº 724, de 15 de julho de 1993, alterada pelo artigo 1º da Lei nº 8.826, de 11
de julho de 1994.

Artigo 207 - As despesas decorrentes da aplicação desta lei complementar correrão à conta das
dotações próprias consignadas no orçamento vigente, suplementadas se necessário.

Artigo 208 - Esta lei complementar e suas disposições transitórias entram em vigor na data da sua
publicação, ficando revogado o artigo 3° da Lei Complementar n° 1.077, de 11 de dezembro de
2008.

TÍTULO VIII
Das Disposições Transitórias
Artigo 1º - Os cargos, de provimento em comissão, de Procurador do Estado Assessor Chefe, de
Procurador do Estado Assessor, de Procurador do Estado Assistente e de Procurador do Estado
Chefe do Quadro da Procuradoria Geral do Estado e da Casa Civil serão extintos 30 (trinta) dias
após a entrada em vigor da lei complementar mencionada no artigo 202 das disposições finais des-
ta lei complementar, fixando-se, a partir da extinção dos cargos prevista neste artigo, o cargo de
Procurador do Estado Nível V, como paradigma para cálculo de direitos referenciados aos mencio-
nados cargos extintos.

Artigo 2º - A partir da extinção dos cargos de provimento em comissão de Procurador do Estado


Assessor Chefe, Procurador do Estado Assessor e Procurador do Estado Assistente prevista no arti-
go 1° destas Disposições Transitórias, os cargos dessas denominações, assim como os de Procura-
dor do Estado Chefe que, por força de disposições legais anteriores, estiveram providos em caráter
efetivo, ficarão com a denominação alterada para Procurador do Estado Nível V.
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se aos Procuradores do Estado aposentados em
cargos das mesmas denominações.

Artigo 3º - Fica mantido o regime de trabalho dos integrantes da carreira de Procurador do Estado
que na data da publicação desta lei complementar estejam sujeitos à Jornada Parcial de Trabalho,
caracterizada pela exigência da prestação de 30 (trinta) horas semanais de trabalho, não se lhes
aplicando o disposto no inciso VIII do artigo 118 desta lei complementar.

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Artigo 4º - Enquanto não completada a assunção dos órgãos jurídicos das autarquias pela Procura-
doria Geral do Estado, a eles continuará aplicável o disposto no artigo 101, “caput”, da Constituição
Estadual, permanecendo os Procuradores de autarquia que os integram sujeitos às disposições
atinentes a direitos e deveres, garantias e prerrogativas, proibições e impedimentos previstos nesta
lei complementar.

Palácio dos Bandeirantes, 25 de agosto de 2015.

LEI COMPLEMENTAR Nº 846,


DE 04 DE JUNHO DE 1998
Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu
promulgo a seguinte lei complementar:

CAPÍTULO I
Das Organizações Sociais
Seção I
Da Qualificação
Artigo 1º - O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de di-
reito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à saúde, à cultura, ao esporte, ao
atendimento ou promoção dos direitos das pessoas com deficiência, ao atendimento ou promoção
dos direitos de crianças e adolescentes, à proteção e conservação do meio ambiente e à promoção
de investimentos, de competitividade e de desenvolvimento, atendidos os requisitos previstos nes-
ta lei complementar. (NR)
Parágrafo único - As pessoas jurídicas de direito privado a que se refere o “caput” deste artigo se-
rão submetidas ao controle externo da Assembleia Legislativa, que o exercerá com o auxílio do
Tribunal de Contas do Estado, ficando o controle interno a cargo do Poder Executivo. (NR)
- Artigo 1º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.

Artigo 2º - São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior
habilitem-se à qualificação como organização social:
1 - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
a) natureza social de seus objetivos;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros


no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de ter a entidade, como órgãos de deliberação superior e de direção, um Con-
selho de Administração e uma Diretoria, definidos nos termos do Estatuto, assegurado àquele
composição e atribuições normativas e de controle básicos previstos nesta lei complementar;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de membros da comuni-
dade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
e) composição e atribuições da Diretoria da entidade;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial do Estado, dos relatórios financeiros e do
relatório de execução do contrato de gestão;
g) em caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio liquido em qualquer hipótese,
inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que Ihe foram des-
tinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção
ou desqualificação da entidade, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito do
Estado, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio do Estado, na proporção dos recursos e bens
por este alocados;
II - ter a entidade recebido aprovação em parecer favorável, quanto á conveniência e oportunidade
de sua qualificação como organização social, do Secretário de Estado da área correspondente e do
Secretário da Administração e Modernização do Serviço Público.
Parágrafo único - Somente serão qualificadas como organização social, as entidades que, efetiva-
mente, comprovarem possuir serviços próprios de assistência a saúde, há mais de 5 (cinco) anos.

Seção II
Do Conselho de Administração
Artigo 3º - O Conselho de Administração deve estar estruturado nos termos do respectivo estatuto,
observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critérios bási-
cos:
I - ser composto por:
a) até 55 % (cinquenta e cinco por cento) no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os
membros ou os associados;
b) 35% (trinta e cinco por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do Conselho, dentre
pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;
c) 10% (dez por cento) de membros eleitos pelos empregados da entidade;
II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho que não poderão ser parentes con-
sanguíneos ou afins ate o 3° grau do Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado, terão
mandato de quatro anos, admitida uma recondução;
III - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois anos, se-
gundo critérios estabelecidos no estatuto;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

IV - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do Conselho, sem direito a voto;
V - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano, e extraordinaria-
mente, a qualquer tempo;
VI - os conselheiros não receberão remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem à
organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem; e
VII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a Diretoria da entidade devem renunciar ao
assumirem às correspondentes funções executivas.

Artigo 4º - Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser incluídas entre as
atribuições privativas do Conselho de Administração:
I - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
II - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;
III - designar e dispensar os membros da Diretoria;
IV - fixar a remuneração dos membros da Diretoria;
V - aprovar os estatutos, bem como suas alterações e a extinção da entidade por maioria, no míni-
mo, de 2/3 (dois terços) de seus membros;
VI - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutura, o
gerenciamento, os cargos e as competências;
VII - aprovar por maioria, no mínimo, de 2/3 (dois terços) de seus membros, o regulamento próprio
contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras e serviços, bem como
para compras e alienações, e o plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade;
VIII - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os relatórios
gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela Diretoria; e
IX - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos financei-
ros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa.

Artigo 5º - Aos conselheiros, administradores e dirigentes das organizações sociais da saúde é ve-
dado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde - SUS.

Seção III
Do Contrato de Gestão
Artigo 6º - Para os efeitos desta lei complementar, entende-se por contrato de gestão o instrumen-
to firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à
formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas a
que se refere o “caput” do artigo 1º desta lei complementar. (NR)
- Artigo 6º, "caput", com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.
§ 1º - É dispensável a licitação para a celebração dos contratos de que trata o "caput" deste artigo.

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§ 2º - A organização social da saúde deverá observar os princípios do Sistema Único de Saúde, ex-
pressos no artigo 198 da Constituição Federal e no artigo 7° da Lei n.° 8080, de 19 de setembro de
1990.
§ 3º - A celebração dos contratos de que trata o "caput" deste artigo, com dispensa da realização
de licitação, será precedida de publicação da minuta do contrato de gestão e de convocação públi-
ca das organizações sociais, através do Diário Oficial do Estado, para que todas as interessadas em
celebrá-lo possam se apresentar.
§ 4º - O Poder Público dará publicidade:
I - da decisão de firmar cada contrato de gestão, indicando as atividades que deverão ser executa-
das; e
II - das entidades que manifestarem interesse na celebração de cada contrato de gestão.
§ 5º - Revogado.
- § 5º revogado pela Lei Complementar nº 1.095, de 18/09/2009.

Artigo 7º - O contrato de gestão a que se refere o artigo 6º desta lei complementar, conforme sua
natureza e objeto, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e
do órgão ou entidade contratada e será publicado na íntegra no Diário Oficial. (NR)
- Artigo 7º, "caput", com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.
Parágrafo único - O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação do Conselho de Admi-
nistração, ao Secretário de Estado da área competente.

Artigo 8.º - Na elaboração do contrato de gestão devem ser observados os princípios inscritos no
artigo 37 da Constituição Federal e no artigo 111 da Constituição Estadual e, também, os seguintes
preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, estipulação das metas a
serem atingidas e respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios obje-
tivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e produ-
tividade;
II - estipulação dos limites e critérios para a despesa com a remuneração e vantagens de qualquer
natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício
de suas funções;
III - atendimento à disposição do § 2º do artigo 6º desta lei complementar; e
IV - atendimento exclusivo aos usuários do Sistema Único de Saúde - SUS e usuários do Instituto de
Assistência Médica ao Servidor Público Estadual - IAMSPE, no caso das organizações sociais da saú-
de.
- Inciso IV com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.
§ 1º - Revogado.
§ 2º - Revogado.
- §§ 1º e 2º revogados pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.

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§ 3º - O contrato de gestão deverá assegurar tratamento igualitário entre os usuários do Sistema


SUS e do IAMSPE e os pacientes particulares ou usuários de planos de saúde privados. (NR)
§ 3º - Para fins do disposto no inciso IV deste artigo, observar-se-á o seguinte: (NR)
1 - o contrato de gestão assegurará tratamento igualitário entre os usuários do Sistema SUS e do
IAMSPE; (NR)
2 - a unidade de saúde adotará sistemática de controle de atendimento de pacientes filiados a ope-
radores de planos de saúde privados e particulares, ingressantes na qualidade de usuários do Sis-
tema SUS e do IAMSPE. (NR)
- § 3º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.
§ 4º - O Secretário de Estado competente deverá definir as demais cláusulas necessárias dos con-
tratos de gestão de que for signatário. (NR)
- § 4º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.131, de 27/12/2010.

Seção IV
Da Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão
Artigo 9º - A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será fiscalizada pe-
las Secretarias de Estado, pela Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente -
Fundação Casa - SP e pela Fundação para Conservação e Produção Florestal do Estado de São Pau-
lo, nas áreas correspondentes. (NR)
- Artigo 9º, "caput", com redação dada pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.
§ 1º - O contrato de gestão deve prever a possibilidade de o Poder Público requerer a apresentação
pela entidade qualificada, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme reco-
mende o interesse público, de relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo
comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da pres-
tação de contas correspondente ao exercício financeiro, assim como suas publicações no Diário
Oficial do Estado.
§ 2º - Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão serão analisados, periodica-
mente por comissão de avaliação indicada pelo Secretário de Estado competente, composta por
profissionais de notória especialização, que emitirão relatório conclusivo, a ser encaminhado àque-
la autoridade e aos órgãos de controle interno e externo do Estado.
§ 3 º - A comissão de avaliação da execução do contrato de gestão das organizações sociais da saú-
de, da qual trata o parágrafo anterior, compor-se-á, dentre outros membros, por 2 (dois) integran-
tes indicados pelo Conselho Estadual de Saúde, reservando-se, também, 2 (duas) vagas para mem-
bros integrantes da Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Legislativa e deverá encaminhar,
trimestralmente, relatório de suas atividades à Assembléia Legislativa.

Artigo 10 - Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomarem co-


nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem
pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público,
para as providências relativas aos respectivos âmbitos de atuação, sob pena de responsabilidade
solidária.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 11 - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical é parte legítima para
denunciar irregularidades cometidas pelas organizações sociais ao Tribunal de Contas ou á Assem-
bléia Legislativa.

Artigo 12 - O balanço e demais prestações de contas da organização social devem, necessariamen-


te, ser publicados no Diário Oficial do Estado e analisados pelo Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.

Seção V
Do Fomento ás Atividades Sociais
Artigo 13 - As entidades qualificadas como organizações sociais ficam declaradas como entidades
de interesse social e utilidade pública para todos os efeitos legais.

Artigo 14 - Às organizações sociais serão destinados recursos orçamentários e, eventualmente,


bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.
§ 1º - Ficam assegurados ás organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respecti-
vas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de
gestão.
§ 2º - Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de ges-
tão, parcela de recursos para fins do disposto no artigo 16 desta lei complementar, desde que haja
justificativa expressa da necessidade pela organização social.
§ 3º - Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, consoante cláusula
expressa do contrato de gestão.
§ 4º - Revogado.
- § 4º revogado pela Lei Complementar nº 1.095, de 18/09/2009.

Artigo 15 - Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser substituídos por outros de
igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o patrimônio do Estado.
Parágrafo único - A permuta de que trata o "caput" deste artigo dependerá de previa avaliação do
bem e expressa autorização do Poder Público.

Artigo 16 - Fica facultado ao Poder Executivo o afastamento de servidor para as organizações soci-
ais, com ônus para a origem.
§ 1º- Não será incorporada aos vencimentos ou á remuneração de origem do servidor afastado
qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.
§ 2º - Revogado.
- § 2º revogado pela Lei Complementar nº 1.095, de 18/09/2009.

Artigo 17 - São extensíveis, no âmbito do Estado, os efeitos dos artigos 13 e 14, § 3º, para as enti-
dades qualificadas como organizações sociais pela União, pelos Estados, Distrito Federal e Municí-
pios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação local não contrarie as normas gerais
emanadas da União sobre a matéria, os preceitos desta lei complementar, bem como os da legisla-
ção específica de âmbito estadual.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Seção VI
Da Desqualificação
Artigo 18 - O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização
social quando verificado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.
§ 1º - A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla
defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos
ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
§ 2º - A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e do saldo remanescente dos re-
cursos financeiros entregues á utilização da organização social, sem prejuízo das sanções contratu-
ais penais e civis aplicáveis a espécie.

CAPÍTULO II
Das Disposições Finais e Transitórias
Artigo 19 - A organização social fará publicar na imprensa e no Diário Oficial do Estado, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias contados da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio
contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

Artigo 20 - Os Conselheiros e Diretores das organizações sociais, não poderão exercer outra ativi-
dade remunerada com ou sem vínculo empregatício, na mesma entidade.

Artigo 21 - Nas hipóteses de a entidade pleiteante da habilitação como organização social existir há
mais de 5 (cinco) anos, contados da data da publicação desta lei complementar, fica estipulado o
prazo de 2 (dois) anos para adaptação das normas do respectivo estatuto ao disposto no artigo 3.º,
incisos de I a V.

Artigo 22 - Fica acrescido parágrafo ao artigo 20 da Lei Complementar n.º 791, de 9 de março de
1995, do seguinte teor:
"§ 7º - A habilitação de entidade como organização social e à decorrente relação de parceria com o
Poder Público, para fomento e execução de atividades relativas à área da saúde, nos termos da
legislação estadual pertinente, não se aplica o disposto no § 5º deste artigo."

Artigo 23 - Os requisitos específicos de qualificação das organizações sociais da área de cultura se-
rão estabelecidos em decreto do Poder Executivo, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a
contar da publicação desta lei complementar.

Artigo 23-A - Às entidades criadas por lei pelo Estado não se aplica o disposto nas alíneas “c” e “d”
do inciso I do artigo 2º desta lei complementar. (NR)
- Artigo 23-A acrescentado pela Lei Complementar nº 1.243, de 30/05/2014.

Artigo 24 - Esta lei complementar entrará em vigor na data de sua publicação.


Palácio dos Bandeirantes, 4 de junho de 1998

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

LEI Nº 11.598, DE 3 DE
DEZEMBRO DE 2007
Estabelece diretrizes e procedimentos para a simplificação e integração do processo de registro e legalização
de empresários e de pessoas jurídicas, cria a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização
o
de Empresas e Negócios - REDESIM; altera a Lei n 8.934, de 18 de novembro de 1994; revoga dispositivos do
o os
Decreto-Lei n 1.715, de 22 de novembro de 1979, e das Leis n 7.711, de 22 de dezembro de 1988, 8.036, de
11 de maio de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, e 8.906, de 4 de julho de 1994; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguin-
te Lei:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais de simplificação e integração do processo de registro e
legalização de empresários e pessoas jurídicas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

CAPÍTULO I
DA REDESIM E DAS DIRETRIZES PARA SUA ESTRUTURAÇÃO E
FUNCIONAMENTO
Art. 2o Fica criada a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e
Negócios - REDESIM, com a finalidade de propor ações e normas aos seus integrantes, cuja partici-
pação na sua composição será obrigatória para os órgãos federais e voluntária, por adesão median-
te consórcio, para os órgãos, autoridades e entidades não federais com competências e atribuições
vinculadas aos assuntos de interesse da Redesim.
Parágrafo único. A Redesim será administrada por um Comitê Gestor presidido pelo Ministro de
Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e sua composição, estrutura e funcio-
namento serão definidos em regulamento.

Art. 3o Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e entidades que componham a


Redesim deverão considerar a integração do processo de registro e de legalização de empresários e
de pessoas jurídicas e articular as competências próprias com aquelas dos demais membros, bus-
cando, em conjunto, compatibilizar e integrar procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de
exigências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário.

Art. 4o Os órgãos e entidades que componham a Redesim, no âmbito de suas competências, deve-
rão manter à disposição dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores,
informações, orientações e instrumentos que permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou
inscrição, alteração e baixa de empresários e pessoas jurídicas, de modo a prover ao usuário certe-
za quanto à documentação exigível e quanto à viabilidade do registro ou inscrição.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1o As pesquisas prévias à elaboração de ato constitutivo ou de sua alteração deverão bastar a


que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades competentes:
I - da descrição oficial do endereço de seu interesse e da possibilidade de exercício da atividade
desejada no local escolhido;
II - de todos os requisitos a serem cumpridos para obtenção de licenças de autorização de funcio-
namento, segundo a natureza da atividade pretendida, o porte, o grau de risco e a localização;
III - da possibilidade de uso do nome empresarial ou de denominação de sociedade simples, associ-
ação ou fundação, de seu interesse.
§ 2o O resultado da pesquisa prévia de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverá constar da
documentação que instruirá o requerimento de registro no órgão executor do Registro Público de
Empresas Mercantis e Atividades Afins ou de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
§ 3o Quando o nome empresarial objeto da pesquisa prévia de que tratam o caput e o inciso III do
§ 1o deste artigo for passível de registro pelo órgão público competente, será por este reservado
em nome do empresário ou sócio indicado na consulta, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
contadas da manifestação oficial favorável.
§ 4o A pesquisa prévia de que tratam o caput e inciso III do § 1o deste artigo será gratuita.

Art. 5o Para os fins de registro e legalização de empresários e pessoas jurídicas, os requisitos de


segurança sanitária, controle ambiental e prevenção contra incêndios deverão ser simplificados,
racionalizados e uniformizados pelos órgãos e entidades que componham a Redesim, no âmbito
das respectivas competências.
§ 1o As vistorias necessárias à emissão de licenças e de autorizações de funcionamento poderão ser
realizadas após o início de operação do estabelecimento quando a atividade, por sua natureza,
comportar grau de risco compatível com esse procedimento.
§ 2o As vistorias de interesse dos órgãos fazendários deverão ser realizadas a partir do início de
operação do estabelecimento, exceto quando, em relação à atividade, lei federal dispuser sobre a
impossibilidade da mencionada operação sem prévia anuência da administração tributária.

Art. 6o Os Municípios que aderirem à Redesim emitirão Alvará de Funcionamento Provisório, que
permitirá o início de operação do estabelecimento imediatamente após o ato de registro, exceto
nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado alto.
§ 1o A conversão do Alvará de Funcionamento Provisório em Alvará de Funcionamento será condi-
cionada à apresentação das licenças ou autorizações de funcionamento emitidas pelos órgãos e
entidades competentes.
§ 2o Caso os órgãos e entidades competentes não promovam as respectivas vistorias no prazo de
vigência do Alvará de Funcionamento Provisório, este se converterá, automaticamente, em defini-
tivo.
§ 3o O Alvará de Funcionamento Provisório será emitido contra a assinatura de Termo de Ciência e
Responsabilidade pelo empresário ou responsável legal pela sociedade, no qual este firmará com-
promisso, sob as penas da lei, de observar os requisitos exigidos para funcionamento e exercício
das atividades econômicas constantes do objeto social, para efeito de cumprimento das normas de
segurança sanitária, ambiental e de prevenção contra incêndio.

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§ 4o Do Termo de Ciência e Responsabilidade constarão informações sobre as exigências que deve-


rão ser cumpridas com anterioridade ao início da atividade do empresário ou da pessoa jurídica,
para a obtenção das licenças necessárias à eficácia plena do Alvará de Funcionamento.

Art. 7o Para os atos de registro, inscrição, alteração e baixa de empresários ou pessoas jurídicas,
fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de natureza documental ou formal, restritiva
ou condicionante, que exceda o estrito limite dos requisitos pertinentes à essência de tais atos,
observado o disposto nos arts. 5o e 9o desta Lei, não podendo também ser exigidos, de forma espe-
cial:
I - quaisquer documentos adicionais aos requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de
Empresas Mercantis e Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, excetuados os casos
de autorização legal prévia;
II - documento de propriedade, contrato de locação ou comprovação de regularidade de obrigações
tributárias referentes ao imóvel onde será instalada a sede, filial ou outro estabelecimento;
III - comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas jurídicas com seus
órgãos de classe, sob qualquer forma, como requisito para deferimento de ato de inscrição, altera-
ção ou baixa de empresários ou pessoas jurídicas, bem como para autenticação de instrumento de
escrituração;
IV - certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do titular
ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercan-
til ou a administração de sociedade, em virtude de condenação criminal;
V – (VETADO).
§ 1o Eventuais exigências no curso de processo de registro e legalização de empresário ou de pes-
soa jurídica serão objeto de comunicação pelo órgão competente ao requerente, com indicação das
disposições legais que as fundamentam.
§ 2o Os atos de inscrição fiscal e tributária, suas alterações e baixas efetuados diretamente por
órgãos e entidades da administração direta que integrem a Redesim não importarão em ônus, a
qualquer título, para os empresários ou pessoas jurídicas.

Art. 7o-A. O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes a
empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá in-
dependentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, prin-
cipais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas
de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou
dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. (Incluído
pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
§ 1o A baixa referida no caput deste artigo não impede que, posteriormente, sejam lançados ou
cobrados impostos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de reco-
lhimento ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras
irregularidades praticadas pelos empresários ou por seus titulares, sócios ou administrado-
res. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 2o A solicitação de baixa na hipótese prevista no caput deste artigo importa responsabilidade


solidária dos titulares, dos sócios e dos administradores do período de ocorrência dos respectivos
fatos geradores. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 8o Verificada pela fiscalização de qualquer órgão componente da Redesim divergência em da-
do cadastral do empresário ou da pessoa jurídica originário de instrumento de constituição, altera-
ção ou baixa, deverá constar do auto a que seja reduzido o ato de fiscalização a obrigatoriedade de
atualização ou correção daquele, no prazo de 30 (trinta) dias, mediante registro de instrumento
próprio no órgão executor do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou do
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso.

CAPÍTULO II
DOS SISTEMAS INFORMATIZADOS DE APOIO AO REGISTRO E À
LEGALIZAÇÃO DE EMPRESAS
o
Art. 9 Será assegurada ao usuário da Redesim entrada única de dados cadastrais e de documen-
tos, resguardada a independência das bases de dados e observada a necessidade de informações
por parte dos órgãos e entidades que a integrem.
§ 1o Os órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e do Re-
gistro Civil das Pessoas Jurídicas colocarão à disposição dos demais integrantes da Redesim, por
meio eletrônico:
I - os dados de registro de empresários ou pessoas jurídicas, imediatamente após o arquivamento
dos atos;
II - as imagens digitalizadas dos atos arquivados, no prazo de 5 (cinco) dias úteis após o arquiva-
mento.
§ 2o As imagens digitalizadas suprirão a eventual exigência de apresentação do respectivo docu-
mento a órgão ou entidade que integre a Redesim.
§ 3o Deverão ser utilizadas, nos cadastros e registros administrativos no âmbito da Redesim, as
classificações aprovadas por órgão do Poder Executivo Federal designado em regulamento, deven-
do os órgãos e entidades integrantes zelar pela uniformidade e consistência das informações.

Art. 10. Para maior segurança no cumprimento de suas competências institucionais no processo de
registro, com vistas na verificação de dados de identificação de empresários, sócios ou administra-
dores, os órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e do
Registro Civil de Pessoas Jurídicas realizarão consultas automatizadas e gratuitas:
I - ao Cadastro Nacional de Documentos Extraviados, Roubados ou Furtados;
II - a sistema nacional de informações sobre pessoas falecidas;
III - a outros cadastros de órgãos públicos.

Art. 11. O Poder Executivo Federal criará e manterá, na rede mundial de computadores - internet,
sistema pelo qual:

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I - será provida orientação e informação sobre etapas e requisitos para processamento de registro,
inscrição, alteração e baixa de pessoas jurídicas ou empresários, bem como sobre a elaboração de
instrumentos legais pertinentes;
II - sempre que o meio eletrônico permitir que sejam realizados com segurança, serão prestados os
serviços prévios ou posteriores à protocolização dos documentos exigidos, inclusive o preenchi-
mento da ficha cadastral única a que se refere o art. 9o desta Lei;
III - poderá o usuário acompanhar os processos de seu interesse.
Parágrafo único. O sistema mencionado no caput deste artigo deverá contemplar o conjunto de
ações que devam ser realizadas envolvendo os órgãos e entidades da administração federal, esta-
dual, do Distrito Federal e municipal, observado o disposto no art. 2o desta Lei, aos quais caberá a
responsabilidade pela formação, atualização e incorporação de conteúdo ao sistema.

CAPÍTULO III
DA CENTRAL DE ATENDIMENTO EMPRESARIAL - FÁCIL
Art. 12. As Centrais de Atendimento Empresarial - FÁCIL, unidades de atendimento presencial da
Redesim, serão instaladas preferencialmente nas capitais e funcionarão como centros integrados
para a orientação, registro e a legalização de empresários e pessoas jurídicas, com o fim de promo-
ver a integração, em um mesmo espaço físico, dos serviços prestados pelos órgãos que integrem,
localmente, a Redesim.
§ 1o Deverá funcionar uma Central de Atendimento Empresarial - FÁCIL em toda capital cuja muni-
cipalidade, assim como os órgãos ou entidades dos respectivos Estados, adiram à Redesim, inclusi-
ve no Distrito Federal, se for o caso.
§ 2o Poderão fazer parte das Centrais de Atendimento Empresarial - FÁCIL, na qualidade de parcei-
ros, as entidades representativas do setor empresarial, em especial das microempresas e empresas
de pequeno porte, e outras entidades da sociedade civil que tenham como foco principal de atua-
ção o apoio e a orientação empresarial.
§ 3o Em cada unidade da Federação, os centros integrados de registro e legalização de empresários
e pessoas jurídicas poderão ter seu nome próprio definido pelos parceiros locais, sem prejuízo de
sua apresentação juntamente com a marca “FÁCIL”.

Art. 13. As Centrais de Atendimento Empresarial - FÁCIL serão compostas por:


I - um Núcleo de Orientação e Informação, que fornecerá serviços de apoio empresarial, com a
finalidade de auxiliar o usuário na decisão de abertura do negócio, prestar orientação e informa-
ções completas e prévias para realização do registro e da legalização de empresas, inclusive as con-
sultas prévias necessárias, de modo que o processo não seja objeto de restrições após a sua proto-
colização no Núcleo Operacional;
II - um Núcleo Operacional, que receberá e dará tratamento, de forma conclusiva, ao processo úni-
co de cada requerente, contemplando as exigências documentais, formais e de informação referen-
tes aos órgãos e entidades que integrem a Redesim.
Parágrafo único. As Centrais de Atendimento Empresarial - FÁCIL que forem criadas fora das capi-
tais e do Distrito Federal poderão ter suas atividades restritas ao Núcleo de Orientação e Informa-
ção.

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CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 14. No prazo de:
I - 180 (cento e oitenta) dias, serão definidas pelos órgãos e entidades integrantes da Redesim
competentes para emissão de licenças e autorizações de funcionamento as atividades cujo grau de
risco seja considerado alto e que exigirão vistoria prévia;
II - 18 (dezoito) meses, serão implementados:
a) pelo Poder Executivo federal o cadastro a que se refere o inciso I do caput do art. 10 desta Lei, no
âmbito do Ministério da Justiça, para ser disponibilizado na rede mundial de computadores - inter-
net;
b) pelos Municípios com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes que aderirem à Redesim os procedi-
mentos de consulta prévia a que se referem os incisos I e II do § 1o do art. 4o desta Lei;
III - 3 (três) anos, será implementado pelo Poder Executivo federal sistema informatizado de classi-
ficação das atividades que uniformize e simplifique as atuais codificações existentes em todo o ter-
ritório nacional, com apoio dos integrantes da Redesim.
Parágrafo único. Até que seja implementado o sistema de que trata o inciso III do caput deste arti-
go, os órgãos integrantes da Redesim deverão:
I - promover entre si a unificação da atribuição de códigos da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas–Fiscal - CNAE–Fiscal aos estabelecimentos empresariais de uma mesma jurisdição, com
a utilização dos instrumentos de apoio à codificação disponibilizados pela Fundação Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística - IBGE;
II - buscar condições para atualização permanente da codificação atribuída aos agentes econômicos
registrados.

Art. 15. (VETADO).

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 16. O disposto no art. 7o desta Lei aplica-se a todos os órgãos e entidades da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios competentes para o registro e a legalização de empresá-
rios e pessoas jurídicas, relativamente aos seus atos constitutivos, de inscrição, alteração e baixa.

Art. 17. Os arts. 43 e 45 da Lei no 8.934, de 18 de novembro de 1994, passam a vigorar com as se-
guintes alterações:
“Art. 43. Os pedidos de arquivamento constantes do art. 41 desta Lei serão decididos no prazo
máximo de 5 (cinco) dias úteis, contados do seu recebimento; e os pedidos constantes do art. 42
desta Lei serão decididos no prazo máximo de 2 (dois) dias úteis, sob pena de ter-se como arquiva-
dos os atos respectivos, mediante provocação dos interessados, sem prejuízo do exame das forma-
lidades legais pela procuradoria.” (NR)

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“Art. 45. O Pedido de Reconsideração terá por objeto obter a revisão de despachos singulares ou
de Turmas que formulem exigências para o deferimento do arquivamento e será apresentado no
prazo para cumprimento da exigência para apreciação pela autoridade recorrida em 3 (três) dias
úteis ou 5 (cinco) dias úteis, respectivamente.” (NR)

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 19. (VETADO).

Brasília, 3 de dezembro de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

L EI Nº 6.544, DE 22 DE
NOVEMBRO DE 1989
Dispõe sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações,
concessões e locações no âmbito da Administração Centralizada e Autárquica

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Obras, Serviços, Compras e Alienações
SEÇÃO I
Das Disposições Gerais
Artigo 1º - Esta lei dispõe sobre o estatuto jurídico das licitações e contratos pertinentes a obras,
serviços, compras, alienações, concessões e locações no âmbito da Administração Centralizada e
Autárquica do Estado.

Artigo 2º - As obras, serviços, compras, alienações e locações da Administração serão necessaria-


mente precedidos de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta lei.

Artigo 3.º - A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da igualdade, da pu-
blicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo, do interesse público e dos que lhe são correlatos. (NR)

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1.º - É vedado incluir, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que: (NR)
1. comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do procedimento licitatório; (NR)
2. estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos
licitantes, ressalvado o disposto no § 3.º. (NR)
§ 2.º - Observadas condições satisfatórias de desempenho e de qualidade, de prazo de entrega e de
garantia, será assegurada preferência aos bens e serviços produzidos no País. (NR)
§ 3.º - Na aquisição de bens e serviços pela Administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, será assegurado, em igualdade de condições, tratamen-
to preferencial à empresa brasileira de capital nacional tal como definida no inciso II do Artigo 171
da Constituição da República. (NR)
§ 4.º - A preferência a que se refere o paragrafo anterior prevalecerá sobre a prevista no § 2.º. (NR)
§ 5.º - A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedi-
mento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. (NR)
- Artigo 3º com redação dada pela Lei nº 7.397, de 08/07/1991.

Artigo 4º - Para os fins desta lei, considera-se:


I - obra - toda construção, reforma ou ampliação realizada por execução direta ou indireta;
II - serviço - toda a atividade realizada direta ou indiretamente, tais como demolição, fabricação,
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, manutenção, transporte, co-
municação ou trabalhos técnicos profissionais;
III - serviço de engenharia - toda atividade compreendida na legislação federal regulamentadora
das profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo;
IV - compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parcelada-
mente;
V - alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
VI - locação - todo contrato em que terceiros se obriguem a ceder à Administração, por tempo de-
terminado, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante retribuição;
VII - execução direta - a que é feita pelos próprios órgãos da Administração centralizada ou autár-
quica;
VIII - execução indireta - a que a Administração centralizada ou autárquica contrata com terceiros,
sob qualquer das seguintes modalidades:
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço
certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço
certo de unidades determinadas;
c) administração contratada - quando se contrata a execução de obra ou serviço mediante reem-
bolso das despesas e pagamento da remuneração ajustada para os trabalhos de administração;
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais;

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IX - projeto básico - o conjunto de elementos que defina a obra ou serviço, ou o complexo de obras
ou serviços que compõem empreendimento, e que possibilite a estimativa de seu custo final e pra-
zo de execução;
X - projeto executivo - o conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da
obra ou serviço;
XI - contratante - o Estado ou Autarquia signatários do contrato;
XII - contratado - a pessoa física ou jurídica signatária do contrato firmado com o Estado ou Autar-
quia.
XIII - microempresa - a empresa que auferir, durante o ano, receita bruta igual ou inferior ao valor
de R$ 83.700,00 (oitenta e três mil e setecentos reais); (NR)
XIV - empresa de pequeno porte a empresa que auferir, durante o ano, receita bruta superior ao
valor de R$ 83.700,00 (oitenta e três mil e setecentos reais) e igual ou inferior a R$ 720.000,00 (se-
tecentos e vinte mil reais). (NR)
- Incisos XIII e XIV acrescentados pela Lei nº 10.601, de 19/06/2000.
Parágrafo único - A receita bruta anual a que se referem os incisos XIII e IV deste artigo será a aufe-
rida no período de 1.º de janeiro a 31 de dezembro, ou, caso a empresa não tenha exercido ativi-
dade no período completo do ano, a calculada á razão de um duodécimo do valor, por mês ou fra-
ção. (NR)
- Parágrafo único acrescentado pela Lei nº 10.601, de 19/06/2000.

SEÇÃO II
Das Obras e Serviços
Artigo 5º - Nenhuma obra ou serviço será objeto de licitação sem projeto básico aprovado pela
autoridade competente, nem de contrato sem a existência de recursos orçamentários, sob pena de
nulidade dos atos e de responsabilidade de quem lhes deu causa.
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se aos casos de dispensa e de inexigibilidade de
licitação, salvo nas hipóteses previstas nos incisos III e IV do Artigo 24.

Artigo 6º - A execução da obra ou serviço será sempre programada em sua totalidade, com previ-
são de seus custos atual e final, levando-se em consideração os prazos de execução.
§ 1º - É vedado o parcelamento da execução da obra ou do serviço, salvo insuficiência de recursos
ou comprovado motivo de ordem técnica.
§ 2º - Na execução parcelada, cada etapa ou conjunto de etapas da obra ou do serviço será objeto
de licitação distinta, salvo na hipótese do inciso V do Artigo 24.
§ 3º - A autorização da despesa, em qualquer caso, será feita para o custo final da obra ou serviço
projetado.

Artigo 7.º - Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou
do serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: (NR)

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; (NR)


II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou exe-
cutivo ou da qual o autor seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por
cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; e (NR)
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. (NR)
§ 1.º - É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II des-
te artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da administração interes-
sada. (NR)
§ 2.º - O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua
a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado
pela administração. (NR)
§ 3.º - Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qual-
quer vínculo de natureza técnica comercial, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pes-
soa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-
se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. (NR)
§ 4.º - O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação. (NR)
- Artigo 7º com redação dada pela Lei nº 9.371, de 25/09/1996.

Artigo 8º- As obras e serviços poderão ser executados nos seguintes regimes:
I - execução direta;
II - execução indireta, mediante:
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) administração contratada; e
d) tarefa.

Artigo 9º - As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos,
categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local
ou às exigências específicas do empreendimento.

Artigo 10 - Nos projetos básicos e projetos executivos serão considerados principalmente os seguin-
tes requisitos:
I - segurança;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
III - preservação do meio ambiente natural e construído;
IV - economia na execução, conservação e operação;

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V - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, matérias-primas e tecnologia existentes


no local para execução, conservação e operação;
VI - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do
serviço;
VII - adoção das normas técnicas adequadas.

Artigo 11 - A prestação de serviços de alimentação de cadeias, presídios, manicômios, hospitais,


escolas e similares fica sujeita a normas regulamentares, específicas de cada Secretaria de Estado,
observadas as peculiaridades locais e os seguintes requisitos;
I - obediência aos princípios da licitação;
II - preço por unidade de refeição;
III - ajuste para fornecimento periódico sujeito a revisão, de acordo com a legislação vigente, quan-
do superior a 3 (três) meses;
IV - cardápio padronizado e alimentação balanceada, sempre que possível, de acordo com os gêne-
ros usuais na localidade;
V - adoção de refeições industrializadas, onde houver instalações para sua manipulação, desde que
adequadas a seus fins e vantajosas para a Administração.

SEÇÃO III
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
Artigo 12 - Para os fins desta lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os
trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos, pesquisas e projetos básicos ou executivos;
II - levantamentos técnicos, cadastrais e cartográficos;
III - pareceres, perícias e avaliação em geral;
IV - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras;
V - fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras ou serviços;
VI - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VII - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; e
VIII - serviços relativos à informática.

Artigo 13 - A elaboração de projetos poderá ser objeto de concurso com estipulação de prêmios,
observado o disposto no § 2º deste artigo.
§ 1º - A autoridade competente para contratar poderá constituir comissão, permanente ou especi-
al, para escolha de profissional ou empresa de notória especialização ou para a realização de con-
curso.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 2º - A Administração só pagará ou premiará projeto, desde que o autor ceda os direitos patrimo-
niais a ele relativos e possa utilizá-los de acordo com o previsto no regulamento do concurso ou no
ajuste para sua elaboração.
§ 3º - Quando o projeto disser respeito a obra imaterial, de caráter tecnológico, insuscetível de
privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elemen-
tos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte
físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

SEÇÃO IV
Das Compras
Artigo 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada especificação de seu objeto e a indicação
dos recursos financeiras para seu pagamento, sob pena de nulidade dos atos e de responsabilidade
de quem lhes der causa.

Artigo 15 - As compras, sempre que possível e conveniente, deverão:


I - atender ao princípio da padronização que imponha compatibilidade de especificações técnicas e
de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção e assistência técnica;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços, precedido de ampla pesquisa de mer-
cado:
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado.
§ 1º - Os preços registrados serão periodicamente publicados no Diário Oficial do Estado, para ori-
entação da Administração.
§ 2º - O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto.

Artigo 16 - As compras de materiais e gêneros serão feitas pelas Secretarias, Autarquias e pela Pro-
curadoria Geral do Estado e, em situações especiais, de forma centralizada, pela Secretaria da Ad-
ministração e Modernização do Serviço Público, conforme disciplinação em decreto.
- Artigo 16 com redação dada pela Lei nº 10.295, de 20/04/1999.

Artigo 17 - As compras de materiais sujeitos ao controle do Ministério do Exército, destinados à


Polícia Militar do Estado, serão realizadas pelo órgão competente da Corporação.

Artigo 18 - As compras de gêneros alimentícios perecíveis, em localidades dotadas de centro de


abastecimento, poderão ser realizadas com base no preço do dia e na forma estabelecida em regu-
lamento.

Artigo 19 - Os impressos, mobiliários, máquinas e artigos de escritório para uso da Administração


serão padronizados, quando possível.

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SEÇÃO V
Das Alienações
Artigo 20 - A alienação de bens da Administração centralizada ou autárquica, subordinada à exis-
tência de interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obede-
cerá as seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa, avaliação prévia e concorrência, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação;
c) permuta;
d) investidura;
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes
casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins de interesse social, vedada a destinação a entidades
ou instituições que não tenham sede e foro no Estado de São Paulo, bem como as Prefeituras de
Municípios de outros Estados da Federação;
b) permuta;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em Bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de outros títulos, na forma da legislação pertinente.
§ 1º - A Administração, preferentemente à venda ou doação de bens imóveis, contratará concessão
de direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência. A concorrência pode-
rá ser dispensada quando o uso se destinar a concessionários de serviço público, a entidades assis-
tenciais, ou verificar-se relevante interesse público na concessão, devidamente justificado.
§ 2º - Entende-se por investidura, para os fins desta lei, a alienação aos proprietários de imóveis
lindeiros, por preço nunca inferior ao da avaliação, de área remanescente ou resultante de obra
pública, área esta que se torne inaproveitável isoladamente.
§ 3º - A doação será efetuada mediante a apresentação, pela entidade beneficiada, dos documen-
tos indicados em regulamento.
§ 4º - A doação com encargo poderá ser licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente,
os encargos, prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do contrato.

Artigo 21 - Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à com-
provação do recolhimento de garantia nunca inferior a 10% (dez por cento) da avaliação.
Parágrafo único. - Para a venda de bens imóveis avaliados, isolados, globalmente ou em lote, em
quantia não superior a Cz$ 44.726.000,00 (quarenta e quatro milhões e setecentos e vinte e seis mil
cruzados), a Administração poderá permitir o leilão, corrigido o valor na forma do Artigo 92 desta
lei.

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CAPITULO II
Da Licitação
SEÇÃO I
Das Modalidades, Limites, Dispensa e Inexigibilidade
Artigo 22 - São modalidades de licitação:
I - concorrência, em que se admite a participação de quaisquer interessados, que satisfaçam as
condições do edital, publicado resumidamente por 3 (três) dias consecutivos no Diário Oficial do
Estado e uma ou mais vezes em jornal diário da Capital do Estado, indicando o local onde os inte-
ressados obterão o texto integral e todas as informações necessárias, sempre convocados com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias corridos. A Administração, ainda, conforme o vulto da con-
corrência poderá utilizar-se de outros meios de divulgação;
II - tomada de preços, entre interessados previamente cadastrados, obedecida a necessária qualifi-
cação, convocados com antecedência mínima de 15 (quinze) dias corridos, por edital resumido pu-
blicado por uma vez no Diário Oficial do Estado e afixado em lugar acessível aos licitantes, feita
comunicação às entidades de classe que os representam;
III - convite, entre pelo menos 3 (três) interessados do ramo pertinente ao objeto da licitação, ca-
dastrados ou não, convocados por escrito pela Administração, com antecedência mínima de 3 (três)
dias úteis;
IV - concurso, destinado à escolha de trabalho técnico ou artístico, mediante a instituição de prê-
mio aos vencedores, do qual poderão participar quaisquer interessados, convocados com antece-
dência mínima de 30 (trinta) dias corridos, por edital resumido, publicado no Diário Oficial;
V - leilão, destinado à venda de bens inservíveis para a Administração, ou de produtos legalmente
apreendidos, a quem oferecer maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. A convocação
será feita com antecedência mínima de 15 (quinze) dias corridos por edital resumido, publicado no
Diário Oficial e em jornal diário local.
§ 1º - A concorrência é a modalidade de licitação cabível na compra ou alienação de bens imóveis e
nas concessões de direito real de uso, de serviço ou de obra pública, bem como nas licitações inter-
nacionais, qualquer que seja o valor de seu objeto.
§ 2º - Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em
qualquer caso, a concorrência.
§ 3º - Os editais e convites serão expedidos pelo órgão incumbido da licitação e enviados direta-
mente à imprensa e aos interessados, conforme o caso.

Artigo 23 - As modalidades de licitação, a que se referem os incisos I a III do artigo anterior, serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
a) concorrência - acima de Cz$ 134.178.000,00;
b) tomada de preços - até Cz$ 134.178.000,00;
c) convite - até Cz$ 13.417.000,00;
II - para compras e serviços não especificados no inciso anterior:

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a) concorrência - acima de Cz$ 89.452.000,00;


b) tomada de preços - até Cz$ 89.452.000,00;
c) convite - até Cz$ 3.130.000,00.

Artigo 24 - É dispensável a licitação:


I - para obras e serviços de engenharia até Cz$ 894.000,00;
II - para outros serviços e compras até Cz$ 134.000,00 e para alienações, nos casos previstos nesta
lei;
III - nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;
IV - nos casos de emergência, quando caracterizada a urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares;
V - quando houver comprovada necessidade e conveniência administrativa na contratação direta,
para complementação de obra, serviço ou fornecimento anterior, observado o limite previsto no §
1º do artigo 62;
VI - quando não acudirem interessados à licitação, e esta não puder ser repetida sem prejuízo para
a Administração, mantidas neste caso as condições preestabelecidas;
VII - quando a operação envolver concessionário de serviço público e o objeto do contrato seja
pertinente ao da concessão;
VIII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos prati-
cados no mercado ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos estatais incumbidos do
controle oficial de preços, casos em que, observado o parágrafo único do artigo 43, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços;
IX - quando a operação envolver exclusivamente pessoas jurídicas de direito público interno, ou
entidades paraestatais ou, ainda, aquelas sujeitas ao seu controle majoritário, exceto se houver
empresas privadas que possam prestar ou fornecer os mesmos bens ou serviços, hipóteses em que
todas ficarão sujeitas à licitação;
X - para a aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros padronizados ou uniformizados, por
órgão oficial, quando não for possível estabelecer critério objetivo para o julgamento das propos-
tas.
XI - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (NR)
XII - para aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certifica-
da, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade; (NR)
XIII - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de resci-
são contratual, desde que atendida a ordem de classificação de licitação anterior e aceitas as mes-
mas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigi-
do. (NR)
- Incisos IV e V e § 3º do artigo 25 transformados em Incisos XI a XIII, com redação dada pela Lei nº
9.001, de 26/12/1994

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Parágrafo único. - Não se aplica a exceção prevista no final do inciso IX deste artigo, no caso de
fornecimento de bens ou prestação de serviços à própria Administração, por órgãos que a inte-
grem, ou entidades paraestatais, criadas para esse fim específico, bem assim no caso de forneci-
mento de bens e serviços sujeitos a preço fixo ou tarifa, estipulados pelo Poder Público.

Artigo 25 - É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: (NR)


I - para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produ-
tor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; (NR)
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no Artigo 12 desta lei, de natureza singular,
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação; (NR)
III - para contratação de profissionais de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empre-
sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. (NR)
§ 1.º - Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de
sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organi-
zação, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir o que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satis-
fação do objeto do contrato. (NR)
§ 2.º - Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfatura-
mento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou prestador
de serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. (NR)
- Artigo 25 com redação dada pela Lei nº 9.001, de 26/12/1994.

Artigo 26 - As dispensas previstas nos incisos III a X do Artigo 24, a situação de inexigibilidade refe-
rida nos incisos I, II e III do Artigo 25, necessariamente justificadas, e o parcelamento previsto no §
1.º, do Artigo 6.º, deverão ser comunicados por escrito, dentro de 5 (cinco) dias úteis, à autoridade
superior, para ratificação, em igual prazo, como condição de eficácia dos atos.
Parágrafo único - As comunicações a que se referem o "caput" deste artigo deverão ter cópias en-
caminhadas ao Tribunal de Contas do Estado, no prazo de 10 (dez) dias úteis após a ratificação da
autoridade superior. (NR)
- Parágrafo único acrescentado pela Lei nº 9.127, de 08/03/1995.

SEÇÃO II
Da Habilitação
Artigo 27 - Para a habilitação nas licitações, exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documen-
tação relativa a:
I - personalidade jurídica;
II - capacidade técnica;

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III - idoneidade financeira;


IV - regularidade fiscal;
V - cumprimento, pelos interessados na realização de obras, serviços ou vendas para o Estado, dos
encargos previdenciários, das normas relativas à saúde e à segurança no trabalho de seus empre-
gados.
VI - comprovação, pelos interessados na realização de obras, serviços ou vendas para o Estado, da
observância das vedações estabelecidas no Artigo 7.º inciso XXXIII, da Constituição Federal. (NR)
- Inciso VI acrescentado pela Lei nº 9.797, de 07/10/1997.
§ 1º - A documentação relativa à personalidade jurídica, conforme o caso, consistirá em:
1. cédula de identidade;
2. registro comercial, no caso de empresa individual;
3. ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrados, em se tratando
de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhados da ata regularmente
arquivada da assembléia da última eleição da Diretoria;
4. inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em
exercício;
5. decreto de autorização, devidamente arquivado, em se tratando de empresa ou sociedade es-
trangeira em funcionamento no País.
§ 2º - A documentação relativa à capacidade técnica, conforme o caso, consistirá em:
1. registro ou inscrição na entidade profissional competente;
2. atestados de desempenho anterior de atividade pertinente e compatível, em quantidades e pra-
zos, com o objeto da licitação, fornecidos por pessoas de direito público ou privado, indicando lo-
cal, natureza, volume, quantidade, prazo e outros dados característicos da obra, serviço ou forne-
cimento;
3. indicação das instalações e do aparelhamento técnico adequado e disponível para a realização
do objeto da licitação;
4. relação da equipe técnica e administrativa da empresa, acompanhada do respectivo currículo;
5. prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
§ 3º - A documentação relativa à idoneidade financeira, conforme o caso, consistirá em:
1. demonstrações contábeis do último exercício que comprovem a boa situação financeira da em-
presa;
2. certidão negativa de pedido de falência ou concordata, ou execução patrimonial, expedida pelo
distribuidor da sede da pessoa jurídica ou domicílio da pessoa física.
§ 4º - a documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o casos consistirá em:
1. prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes
(CGC).
2. prova de quitação de tributos com a Fazenda federal, estadual e municipal.
§ 5º - A documentação relativa ao cumprimento dos encargos previdenciários consistirá em:

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1. prova de situação regular perante o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (F.G.T.S);
2. prova de situação regular perante o Programa de Integração Social (PIS);
3. prova de situação regular perante o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assis-
tência Social (IAPAS).
§ 6.º - A documentação relativa à comprovação do disposto no inciso VI consistirá de prova de situ-
ação regular perante o Ministério do Trabalho. (NR)
- § 6º acrescentado pela Lei nº 9.797, de 07/10/1997.
§ 7º - As empresas estrangeiras que não funcionem no Pais comprovarão as exigências dos parágra-
fos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos Consulados e
traduzidos por tradutor juramentado. (NR)
§ 8º - Nas concorrências internacionais, para obras e serviços, as empresas estrangeiras que não
funcionem no País deverão consorciar-se com empresas nacionais ou terem representação legal no
Brasil, com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente,
hipótese em que será exigido, ainda, um índice de nacionalização do objeto do contrato, de percen-
tual a critério da autoridade contratante. (NR)
§ 9º - Os documentos referidos nos parágrafos anteriores poderão ser apresentados em original,
por qualquer processo de cópia autenticada, ou publicação em órgão da imprensa oficial. (NR)
§ 10 - A documentação de que trata este artigo poderá ser dispensada nos casos de convite. (NR)
§ 11 - O certificado de registro cadastral, a que se refere o § 1.º do artigo 33 desta lei, substitui os
documentos enumerados neste artigo, obrigada a parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a
superveniência de fato impeditivo da habilitação. (NR)
§ 12 - Havendo interesse público, empresas em regime concordata poderão participar da licitação
para compra de entrega imediata. (NR)
§ 13 - Não se exigirá prestação de garantia para a habilitação de que trata esse artigo, nem prévio
recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do capital, quando
solicitado, com os seus elementos constitutivos. (NR)
§ 14 - Para gozar da preferência a que se refere o § 3.º do Artigo 3.º, as empresas brasileiras de
capital nacional deverão apresentar prova de que a maioria de seu capital votante e o exercício de
fato e de direito, do poder decisório para gerir suas atividades, está sob a titularidade direta ou
indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no Pais ou de entidades de direito público in-
terno. (NR)
- § 13 acrescentado pela Lei nº 7.397, de 08/07/1991, renumerado para § 14 pela Lei Lei nº 9.797,
de 07/10/1997.
- §§ 6º ao 13 renumerados pela Lei nº 9.797, de 07/10/1997.

Artigo 27-A - As microempresas e as empresas de pequeno porte de que tratam os incisos XIII e XIV
do artigo 42 desta lei ficam dispensadas, para a habilitação em licitações na modalidade tomada de
preços, da apresentação dos documentos previstos no item 1 do § 3.º e no item 2 do § 4.º, ambos
do artigo anterior, devendo, entretanto, apresentar declaração escrita, firmada por seu represen-
tante legal, de que se encontram em situação regular perante a Fazenda Federal, a Fazenda Esta-
dual e a Fazenda Municipal. (NR)
- Artigo 27-A acrescentado pela Lei nº 10.601, de 19/06/2000.

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Artigo 28 - Nas compras para entrega futura, obras e serviços de grande vulto ou complexidade, a
Administração poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, exigência de capital
mínimo registrado e realizado, ou de patrimônio líquido mínimo, como dado objetivo de compro-
vação da idoneidade financeira das empresas licitantes e para efeito de garantia do adimplemento
do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 1º - O Poder Executivo definirá, em ato próprio, o grau de complexidade e o volume da operação
a que se refere este artigo, bem assim os limites máximos exigíveis, a fim de que não se frustre a
competitividade do procedimento licitatório.
§ 2º - O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido, a que se refere o "caput" deste artigo, não
poderá exceder a 100% (cem por cento) do valor estimado da contratação.
§ 3º - Em cada licitação poderá ser exigida, ainda, a relação de compromissos assumidos pelo inte-
ressado, que importem diminuição de capacidade operativa ou absorção de disponibilidade finan-
ceira.

Artigo 29 - Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão


as seguintes normas:
I - comprovação do compromisso público, ou particular, de constituição de consórcio, subscrito
pelos consorciados;
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio, que deverá atender as condições de liderança
obrigatoriamente fixadas no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos no artigo 27, por parte de cada consorciada;
IV - impedimento de participação de empresa consorciada na mesma licitação, através de mais de
um consórcio ou isoladamente.
§ 1º - No consórcio de empresas nacionais e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, a
empresa nacional, observado o disposto no inciso II deste artigo.
§ 2º - O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constitui-
ção e registro do consórcio nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Artigo 30 - O sistema instituído por esta lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas concor-
rências de grande vulto e alta complexidade técnica.
Parágrafo único - A utilização do sistema previsto neste artigo, por parte dos órgãos ou entidades
da Administração Estadual, está subordinada aos critérios fixados em regulamento próprio, pelo
Poder Executivo.

SEÇÃO III
Dos Registros Cadastrais
Artigo 31 - Para os fins desta lei, os órgãos da Administração centralizada e as autarquias que reali-
zem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, atualiza-
dos pelo menos uma vez por ano.
Parágrafo único. - É facultada a utilização de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades
estaduais.

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Artigo 31-A - Para a finalidade específica de aquisição de bens, a Administração Centralizada man-
terá Cadastro Geral de Fornecedores, na forma a ser disciplinada em regulamento. (NR)
§ 1.º - O pedido de inscrição no Cadastro de que trata este artigo poderá ser entregue em qualquer
órgão da Administração, que realize licitações, devendo ser encaminhado ao órgão competente
para julgamento. (NR)
§ 2.º - O órgão competente para proceder ao julgamento do pedido de inscrição, bem como para
expedir o certificado de registro cadastral, poderá delegar essa atribuição a órgãos da Administra-
ção, que realizem licitações. (NR)
- Artigo 31-A acrescentado pela Lei nº 8.063, de 15/10/1992.

Artigo 32 - Ao requerer inscrição nos cadastros de que tratam os Artigos 31 e 31-A, o interessado
fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do Artigo 27. (NR)
- Artigo 32 com redação dada pela Lei nº 8.063, de 15/10/1992.

Artigo 33 - Os inscritos nos cadastros a que se referem os Artigos 31 e 31-A serão classificados por
categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididos em grupos, segundo a capacidade
técnica e financeira, avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada no Artigo
27. (NR)
§ 1.º - Aos inscritos nos cadastros será fornecido certificado, renovável sempre que se atualizarem
os registros. (NR)
§ 2.º - A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas e as penalidades que lhe
forem aplicadas serão anotadas nos registros cadastrais. (NR)
- Artigo 33 com redação dada pela Lei nº 8.063, de 15/10/1992.

Artigo 34 - A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que
deixar de satisfazer as exigências do artigo 27 desta lei, ou as estabelecidas para a classificação
cadastral.

SEÇÃO IV
Do Procedimento e Julgamento
Artigo 35 - O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva e a indicação
sucinta de seu objeto, a ele juntados oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, da comunicação às entidades de classe ou da
entrega do convite;
III - ato de designação da Comissão Julgadora ou do responsável pelo convite;
IV - documentação destinada à habilitação e original das propostas;
V - atas, relatórios e deliberação da Comissão Julgadora;

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VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação;


VII - julgamento, com classificação das propostas e adjudicação do objeto da licitação;
VIII - homologação do procedimento licitatório pela autoridade superior;
IX - recursos eventualmente apresentados pelos interessados e respectivas manifestações e deci-
sões;
X - despacho de anulação ou de revogação da licitação quando for o caso;
XI - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XII - outros comprovantes de publicações;
XIII - demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. - As minutas dos editais de licitação, bem como dos contratos, acordos, convênios
ou ajustes devem ser previamente examinados pelo órgão jurídico competente.

Artigo 36 - O edital conterá, no preâmbulo, o número de ordem em série anual, o nome da reparti-
ção interessada, a finalidade da licitação, a menção de que será regida por esta lei, o local, dia e
hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos enve-
lopes, e indicará o seguinte:
I - objeto e tipo da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições de execução e de entrega do objeto da licitação;
III - prestação de garantia, quando exigida, e sanções para o caso de inadimplemento;
IV - condições de pagamento, e, quando for o caso, de reajustamento de preços;
V - condições de recebimento do objeto da licitação;
VI - condições para participação na licitação e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, assegurado, em igualdade de condições, tratamento preferencial às
empresas brasileiras de capital nacional, nos termos do Artigo 123 da Constituição do Estado; (NR)
- Inciso VII com redação dada pela Lei nº 7.397, de 08/07/1991.
VIII - local e horário em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à
licitação;
IX - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º - O original do edital deverá ser datado e assinado pela autoridade que o expedir, permane-
cendo no processo da licitação, dele extraindo-se as cópias integrais ou resumidas, para sua divul-
gação.
§ 2º - O convite deverá atender, no que couber, ao disposto neste artigo.

Artigo 37 - A realização da licitação deverá observar um prazo mínimo, a contar da primeira ou úni-
ca publicação do edital, que será de 30 (trinta) dias corridos para a concorrência e concurso, de 15
(quinze) dias corridos para tomada de preços e leilão e de 3 (três) dias úteis para convite.

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Artigo 38 - A administração não pode descumprir as normas e condições do edital, a que se acha
estritamente vinculada.
§ 1º - Decairá do direito de impugnar, perante a Administração, os termos do edital de licitação
aquele que, tendo-o aceito sem objeção, venha a apontar, depois do julgamento, falhas ou irregu-
laridades que o viciariam, hipótese em que tal impugnação não terá efeito de recurso.
§ 2º - A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüen-
tes.

Artigo 39 - Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da


política monetária, do comércio exterior, e atender às exigências dos órgãos federais competentes.

Artigo 40 - A licitação poderá ser processada e julgada observadas as seguintes etapas consecuti-
vas: (NR)
I - realização de sessão pública em dia, hora e local designados para recebimento dos envelopes
contendo as propostas e os documentos relativos à habilitação, bem como da declaração dando
ciência de que o licitante cumpre plenamente os requisitos de habilitação; (NR)
II - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes; (NR)
III - verificação da conformidade e compatibilidade de cada proposta com os requisitos e as especi-
ficações do edital ou convite e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou os fixa-
dos pela Administração ou pelo órgão oficial competente ou, ainda, com os preços constantes do
sistema de registro de preços, quando houver, promovendo-se a desclassificação das propostas
desconformes ou incompatíveis; (NR)
IV - julgamento e classificação das propostas, de acordo com os critérios de avaliação do ato convo-
catório; (NR)
V - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes desclassificados, com a respectiva docu-
mentação de habilitação, desde que não tenha havido recurso ou após a sua denegação; (NR)
VI - abertura dos envelopes e apreciação da documentação relativa à habilitação dos concorrentes
cujas propostas tenham sido classificadas até os 3 (três) primeiros lugares; (NR)
VII - deliberação da Comissão de Licitação sobre a habilitação dos 3 (três) primeiros classifica-
dos; (NR)
VIII - se for o caso, abertura dos envelopes e apreciação da documentação relativa à habilitação de
tantos concorrentes classificados quantos forem os inabilitados no julgamento previsto no inciso VII
deste artigo; (NR)
IX - deliberação final da autoridade competente quanto à homologação do procedimento licitatório
e adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor, no prazo de 10 (dez) dias úteis após o
julgamento. (NR)
§ 1º - As licitações do tipo melhor técnica e técnica e preço terão início com a abertura das propos-
tas técnicas, as quais serão analisadas e julgadas pela Comissão de Licitação. (NR)
§ 2º - A autoridade competente poderá, por decisão fundamentada, determinar que o processa-
mento da licitação obedeça a ordem prevista na legislação federal. (NR)

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§ 3º - Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comis-
são. (NR)
§ 4º - É facultado à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, promover dili-
gência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do processo licitatório, vedada a cria-
ção de exigência não prevista no edital. (NR)
§ 5º - Para os efeitos do disposto no inciso VI deste artigo, admitir-se-á o saneamento de falhas,
desde que, a critério da Comissão de Licitação, os elementos faltantes possam ser apresentados no
prazo máximo de 3 (três) dias, sob pena de inabilitação do licitante e aplicação da multa prevista no
edital. (NR)
§ 6º - Os erros materiais irrelevantes serão objeto de saneamento, mediante ato motivado da Co-
missão de Licitação. (NR)
§ 7º - É vedada a participação de uma única pessoa como representante de mais de um licitan-
te. (NR)
§ 8º - O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, às demais modalidades de
licitação. (NR)
§ 9º - Não cabe desistência de proposta durante o processo licitatório, salvo por motivo justo de-
corrente de fato superveniente e aceito pela Comissão ou pelo pregoeiro. (NR)
§ 10 - Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as propostas, não cabe des-
classificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou
só conhecidos após o julgamento. (NR)
§ 11 - Poderá a autoridade competente, até a assinatura do contrato, excluir o licitante ou o adjudi-
catário, por despacho motivado, se, após a fase de habilitação, tiver ciência de fato ou circunstân-
cia, anterior ou posterior ao julgamento da licitação, que revele inidoneidade ou falta de capacida-
de técnica ou financeira. (NR)
§ 12 - O licitante que ensejar o retardamento do certame, não mantiver a proposta ou fizer decla-
ração falsa, inclusive aquela prevista no inciso I deste artigo, garantido o direito prévio de citação e
ampla defesa, ficará impedido de licitar e contratar com a Administração, pelo prazo de até 5 (cin-
co) anos, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, sem prejuízo das multas previs-
tas em edital e no contrato e das demais cominações legais. (NR)
§ 13 - As licitações processadas por meio de sistema eletrônico observarão procedimento próprio
quanto ao recebimento de documentação e propostas, sessões de apreciação e julgamento e ar-
quivamento dos documentos. (NR)
- Artigo 40 com redação dada pela Lei nº 13.121, de 07/07/2008.

Artigo 41 - No julgamento das propostas levar-se-ão em conta, conforme o caso, no interesse do


serviço público, as condições de:
I - qualidade;
II - rendimento;
III - preço;
IV - pagamento;

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V - prazos;
VI - outras previstas no edital ou no convite.
§ 1º - No exame do preço serão consideradas todas as circunstâncias de que resulte vantagem para
a Administração.
§ 2º - Será obrigatória a justificação escrita da Comissão Julgadora ou do responsável pelo convite,
sempre que não for escolhida a proposta de menor preço.
§ 3º - Não se poderá levar em conta qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no con-
vite, nem preço ou vantagem baseados nas ofertas dos demais licitantes.
§ 4º - Não se admitirá proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórias ou de valor
zero, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos.

Artigo 42 - O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão Julgadora, ou o respon-
sável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos.
Parágrafo único. - Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação:
1 - a de menor preço;
2 - a de melhor técnica;
3 - a de técnica e preço;
4 - a de preço-base, em que a Administração fixa um valor inicial e estabelece, em função dele,
limites mínimo e máximo de preços, especificados no ato convocatório.

Artigo 43 - serão desclassificadas:


I - as propostas que não atendam às exigências do edital ou convite;
II - as propostas manifestamente inexeqüíveis.
Parágrafo único. - Quando todas as propostas forem desclassificadas, a Administração poderá fixar
aos licitantes o prazo de 8 (oito) dias úteis para apresentação de outras escoimadas das causas re-
feridas neste artigo.

Artigo 44 - A Administração poderá revogar a licitação por interesse público, devendo anulá-la por
ilegalidade, sempre em decisão fundamentada, de ofício ou mediante provocação.
§ 1º - A anulação do procedimento licitatório, por motivo de ilegalidade, não gera obrigação de
indenizar, ressalvado o disposto do parágrafo único do Artigo 54.
§ 2º - A revogação do procedimento licitatório, por interesse público, impõe à Administração a o-
brigação de indenizar somente as despesas havidas pelo licitante para participar do certame.
§ 3º - A licitação será revogada, sem direito a qualquer indenização, quando as propostas apresen-
tadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado.
§ 4º - A nulidade do procedimento licitatório induz a do contrato.

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Artigo 45 - A Administração não poderá celebrar o contrato, sob pena de nulidade, com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório.

Artigo 46 - A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamen-


to, e as modalidades de licitação serão julgadas por comissão, permanente ou especial, de no mí-
nimo. 3 (três) membros.
§ 1º - No caso de convite, a Comissão Julgadora poderá ser substituída por servidor designado pela
autoridade competente.
§ 2º - A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou
aquisição de equipamentos.
§ 3º - Enquanto não nomeada a Comissão Julgadora, incumbirá à autoridade que expediu o edital
prestar os esclarecimentos que forem solicitados.
§ 4º - A investidura dos membros das Comissões Permanentes não excederá a 2 (dois) anos, vedada
a recondução para a mesma Comissão, no período subseqüente.

Artigo 47 - O Concurso, a que se refere o artigo 13, deve ser precedido de regulamento próprio a
ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1º - O regulamento deverá indicar:
1. a qualificação exigida dos participantes;
2. as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
3. as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

Artigo 48 - O leilão, a que se refere o parágrafo único do Artigo 21, pode ser cometido a leiloeiro
oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinen-
te.
§ 1º - Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração, para base do preço
inicial de venda.
§ 2º - Os bens arrematados serão pagos à vista, ou no percentual estabelecido no edital, e imedia-
tamente entregues ao arrematante, após a assinatura da respectiva até lavrada no local do leilão.
§ 3º - O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se vai
realizar.

CAPÍTULO III
Dos Contratos
SEÇÃO I
Disposições Preliminares
Artigo 49 - Os contratos administrativos de que trata esta lei regulam-se pelas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, as disposições de direito privado.

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§ 1º - Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, ex-
pressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em con-
formidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º - Os contratos que inexijam ou dispensem licitação devem atender aos termos do ato que os
autorizou e da proposta, quando for o caso.

Artigo 50 - São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


I - o objeto de seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento e, quando for o caso, os critérios de reajustamento;
IV - os prazos de início, de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de rece-
bimento definitivo conforme o caso;
V - o valor e os recursos para atender às despesas;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - as responsabilidades das partes, penalidades e valor das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa, previstos
no artigo 78;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso.
Parágrafo único. - Nos contratos com pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no estrangeiro deverá
constar, também, cláusula que declare competente o foro da Capital do Estado para dirimir qual-
quer questão contratual.

Artigo 51 - A critério da autoridade competente, em cada caso poderá ser exigida prestação de
garantia para as contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º - Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades:
1. caução em dinheiro, em títulos da dívida pública do Estado ou fidejussória;
2. fiança bancária;
3. seguro-garantia.
§ 2º - As garantias a que se referem os itens 1 e 2 do parágrafo anterior, quando exigidas, não ex-
cederão de 5% (cinco por cento) do valor do contrato.
§ 3º - A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato,
ou, facultativamente, na proporção de seu cumprimento.
§ 4º - Nos casos de contrato, que importe entrega de bens pela Administração, dos quais o contra-
tado ficará depositário, a garantia deverá corresponder ao valor desses bens, independentemente
do limite referido no § 2º.

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Artigo 52 - Os contratos regidos por esta lei não podem ter vigência superior a 5 (cinco) anos, con-
tados da data da assinatura do respectivo instrumento.
§ 1º - Os prazos de início, de etapas de execução, de conclusão e de entrega, admitem prorrogação
a critério da Administração, mantidas as demais cláusulas do contrato, desde que ocorra algum dos
seguintes motivos:
1. alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
2. superveniência de fato excepcional e imprevisível, estranho à vontade das panes, que altere fun-
damentalmente as condições de execução do contrato;
3. interrupção da execução do contrato ou diminuição do rítmo de trabalho, por ordem e no inte-
resse da Administração;
4. aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta lei
(§ 1º do artigo 62);
5. impedimento de execução do contrato, por fato ou ato de terceiro, reconhecido pela Adminis-
tração em documento contemporâneo a sua ocorrência;
6. omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, do qual resulte diretamente impe-
dimento ou retardamento na execução do contrato.
§ 2º - Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente.
§ 3º - O limite de 5 (cinco) anos, a que se refere este artigo, não se aplica aos contratos de conces-
são de direito real de uso, concessão de obra pública ou de serviço público, bem assim aos de loca-
ção de bem imóvel para o serviço público.

Artigo 53 - O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta lei, confere a Admi-
nistração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público;
II - extinguí-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do artigo 77;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções previstas nesta lei.

Artigo 54 - A declaração de nulidade do contrato administrativo opera com retroação, impedindo


os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzi-
dos.
Parágrafo único. - A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado,
pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada, contarão que não lhe seja
imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

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SEÇÃO II
Da Formalização dos Contratos
Artigo 55 - Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, sob a for-
ma de termo, em livro próprio ou no processo da respectiva licitação ou da inexigibilidade ou dis-
pensa, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por escritura pública.
Parágrafo único. - É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento.

Artigo 56 - É vedado atribuir efeitos financeiros retroativos aos contratos regidos por esta lei, bem
assim as suas alterações sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de quem lhe deu causa.

Artigo 57 - Todo contrato deve mencionar, no preâmbulo os nomes das partes e seus representan-
tes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da inexigi-
bilidade ou da dispensa, a sujeição às normas desta lei e as cláusulas contratuais.

Artigo 58 - O termo de contrato é obrigatório no caso de concorrência e nos em que o valor da a-


vença exceder a Cz$ 17.890.000,00 (dezessete milhões, oitocentos e noventa mil cruzados) e facul-
tativamente nos demais, em que a Administração poderá substituí-lo por outros instrumentos há-
beis, tais como: "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra" ou "or-
dem de execução de serviços".
§ 1º - Será fornecida aos interessados, sempre que possível, a minuta do futuro contrato.
§ 2º - Nos casos de "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra",
"ordem de execução de serviço", ou outros instrumentos hábeis, aplica-se, no que couber, o dis-
posto no artigo 50.
§ 3º - É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério
da Administração e independentemente de seu valor, nas hipóteses de compras com entrega ime-
diata e integral dos bens adquiridos, das quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistên-
cia técnica.

Artigo 59 - É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato celebrado e a


qualquer interessado a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos
devidos.

Artigo 60 - O "termo de contrato" e demais instrumentos hábeis, bem como seus eventuais adita-
mentos, serão publicados no Diário Oficial do Estado, na íntegra ou extrato, dentro de 20 (vinte)
dias, contados da assinatura.
Artigo 61 - A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contra-
to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob
pena de decair ele do direito a contratação, sem prejuízo das sanções previstas no artigo 81.
§ 1º - O prazo da convocação poderá ser prorrogado, uma vez, por igual período, quando solicitado
durante o seu transcurso pela parte, e desde que ocorra justo motivo.

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§ 2º - É facultado à Administração, quando o convocado do não assinar o "termo de contrato", não


aceitar ou não retirar o instrumento equivalente, no prazo e condições estabelecidos convocar
licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas
condições propostas pelo 1.º classificado, inclusive quanto aos preços, ou revogar a licitação, inde-
pendentemente da cominação prevista vista no artigo 79.
§ 3º - Decorridos 60 (sessenta) dias da data da abertura das propostas sem convocação para a con-
tratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos, salvo se a validade das propos-
tas ultrapassar esse prazo.

SEÇÃO III
Da Alteração dos Contratos
Artigo 62 - Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados nos seguintes casos:
I - unilateralmente, pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica aos
seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminui-
ção quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta lei;
II - bilateralmente, por mútuo acordo das partes:
a) quando necessária a modificação do regime de execução ou do modo de fornecimento, em face
de verificação técnica da inaplicabilidade nos termos contratuais originários;
b) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias su-
pervenientes, mantido o valor inicial;
c) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
§ 1º - O contratante fica obrigado a aceitar, nas mesmas mas condições contratuais, os acréscimos
ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial do contrato, e, no caso particular de reforma de obras ou equipamentos, até o limite de
50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos, excluída sempre desse cálculo a parcela de
eventual reajustamento.
§ 2º - Se no contrato não houverem sido contratados preços unitários para obras ou serviços, esses
serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites dos no parágrafo anterior.
§ 3º - No caso de supressão de obras ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais
e os houver depositado no local dos trabalhos, deverão eles ser pagos pela Administração pelos
preços de aquisição regularmente comprovados.
§ 4º - No caso de acréscimos de obras, serviços ou compras, os aditamentos contratuais não pode-
rão ultrapassar os limites previstos no § 1º deste artigo.
§ 5º - Quaisquer tributos ou encargos legais, criados, alterados ou extintos, após assinatura do con-
trato, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão na revisão destes para mais
ou para menos, conforme o caso.

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§ 6º - Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Ad-


ministração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º - Toda e qualquer alteração deverá ser justificada por escrito e previamenre autorizada pela
autoridade competente, devendo ser formalizada por termo de aditamento, que poderá ser único,
lavrado no processo originário até o final da obra, serviço ou compra.
§ 8º - No caso de reajustamento de preços, é facultada a substituição do termo de aditamento pela
demonstração dos respectivos cálculos.

SEÇÃO IV
Da Execução dos Contratos
Artigo 63 - O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
avençadas e as normas desta lei, respondendo cada qual pelas conseqüências de sua inexecução
total ou parcial.

Artigo 64 - A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da


Administração, especialmente designado.
Parágrafo único - O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrên-
cias relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização
das faltas ou defeitos observados. As decisões e providências que ultrapassem a sua competência
deverão ser solicitadas a seus superiores, em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Artigo 65 - O contratado deverá manter no local da obra ou serviço, preposto, aceito pela adminis-
tração, para representá-lo na execução do contrato.

Artigo 66 - O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas


expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou in-
correções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Artigo 67 - O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a


terceiros, decorrente de culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Artigo 68 - O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comer-


ciais, resultantes da execução do contrato.
§ 1º - A inadimplência do contratado, com referência aos encargos indicados neste artigo, não
transfere à Administração Pública a responsabilidade de seu pagamento, nem poderá onerar o ob-
jeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis.
§ 2º - A Administração poderá exigir, também, seguro para garantia de pessoas e bens, devendo
essa exigência constar do edital da licitação ou do convite.

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Artigo 69 - O contratado, na execução do ajuste, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e


legais, poderá subcontratar parte da obra, serviço ou fornecimento na forma do pactuado na cláu-
sula própria ou, independentemente dessa previsão, nos limites fixados, caso a caso, pela Adminis-
tração.

Artigo 70 - Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes, dentro de 15 (quinze) dias corridos da comunicação escrita
do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso de prazo de observação, ou de visto-
ria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no Artigo
72;
II - em se tratando de compras:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material ou gênero
com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material ou gênero e conse-
qüente aceitação.
§ 1º - Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante
termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º - O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segu-
rança da obra, nem a ética profissional, pela perfeita execução do contrato.
§ 3º - O prazo a que se refere a alínea "b", do inciso I, deste artigo, não poderá ser superior a 120
(cento e vinte) dias corridos, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no
edital.

Artigo 71 - Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:


I - gêneros perecíveis, alimentação preparada e outros materiais, a critério da Administração;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até Cz$ 3.130.000,00, desde que não se componham de aparelhos,
equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. - Nos caso deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Artigo 72 - Salvo disposição em contrário, constante do edital, convite ou de ato normativo, os en-
saios, testes e demais provas exigidas por normas técnicas oficiais, para boa execução do objeto do
contrato, correm por conta do contratado.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 73 - A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento, se em


desacordo com o contrato.

Artigo 74 - A Administração deverá corrigir monetariamente na forma da legislação aplicável, os


pagamentos efetuados em desacordo com o prazo estabelecido em cláusula contratual própria,
tornando-se passível de responsabilização aquele que der causa a atraso imotivado.

SEÇÃO V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Artigo 75 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências
contratuais e as previstas em lei.

Artigo 76 - Constituem motivo para rescisão do contrato:


I - O não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações projetos ou prazos;
II - O cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
III - a lentidão no seu cumprimento, levando a Administração a presumir a não conclusão da obra
ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento sem justa causa e prévia comunicação à
Administração;
VI - a subcontratação total, a cessão ou transferência, total ou parcial, do objeto do contrato, bem
como a fusão, cisão ou incorporação que afetem a boa execução deste;
VII - a subcontratação parcial de seu objeto ou a associação do contratado com outrem, exceto se
admitida no edital e no contrato, ou mediante prévia aprovação por escrito, da Administração;
VIII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e
fiscalizar a sua execução assim como as de seus superiores;
IX - o cometimento reiterado de faltas na sua execução anotado na forma do parágrafo único do
artigo 64;
X - a decretação de falência, o pedido de concordata ou a instauração de insolvência civil;
XI - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XII - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que, a juízo da
Administração, prejudique a execução do contrato;
XIII - o protesto de títulos ou a emissão de cheques sem suficiente provisão, que caracterizem a
insolvência do contratado;
XIV - razões de interesse do serviço público;
XV - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modifica-
ção do valor inicial do contrato, além dos limites permitidos nesta lei (artigo 62, § 1.º);

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

XVI - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, salvo em caso de calami-
dade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra;
XVII - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração, decorren-
tes de obras, serviços ou fornecimento já recebidos, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra;
XVIII - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para a execução de
obras, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais;
XIX - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da
execução do contrato;
XX - o não cumprimento das normas relativas à saúde e à segurança no trabalho dos empregados
da empresa contratada previstos na legislação federal, estadual ou municipal ou de dispositivos
relativos à matéria constantes de acordo, convenção ou dissídio coletivo.

Artigo 77 - A rescisão do contrato poderá ser:


I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a
XIII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzido a termo no processo de licitação;
III - judicial, nos termos da legislação processual.
§ 1º - A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e funda-
mentada da autoridade competente.
§ 2º - Nos casos dos incisos XIV a XVIII do artigo anterior será o contratado ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, inclusive o pagamento do custo da desmobilização
tendo, ainda, direito a:
1. devolução da garantia;
2. pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão.

Artigo 78 - A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências,
sem prejuízo das sanções previstas nesta lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio
da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos material e pessoal empregados na
execução do contrato, necessários à sua continuidade, a serem devolvidos ou ressarcidos posteri-
ormente mediante avaliação;
III - perda ou execução da garantia contratual, para ressarcimento dos prejuízos causados à Admi-
nistração;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato, até o limite dos prejuízos causados à Adminis-
tração.
§ 1º - A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II fica a critério da Administração, que pode-
rá dar continuidade à obra ou serviço por execução direta ou indireta.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 2º - É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, as-


sumindo o controle das atividades necessárias à sua execução.
§ 3º - Nas hipóteses do inciso II deste artigo o ato deverá ser precedido de autorização expressa do
Secretário de Estado competente.

CAPÍTULO IV
Das Penalidades
Artigo 79 - A recusa injusta do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total
da obrigação assumida, sujeitando-o à multa prevista no instrumento convocatório.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos dos
Artigos 25, § 3.º, e 61, § 2.º, que não aceitarem a contratação nas mesmas condições propostas
pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto a prazo e preço.

Artigo 80 - O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,


fixada na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
§ 1º - A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o
contrato e aplique as outras sanções previstas nesta lei.
§ 2º - A multa será descontada dos pagamentos ou da garantia do respectivo contrato, ou, quando
for o caso, cobrada judicialmente.

Artigo 81 - Pela inexecução total ou parcial do ajuste, a Administração poderá, garantida a prévia
defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Adminis-
tração por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração, enquanto perdura-
rem os motivos da punição ou até que seja promovida a reabilitação, perante a própria autoridade
que aplicou a penalidade.
§ 1º - Se a multa for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o
contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela
Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2º - As sanções previstas nos incisos I e III deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a
do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco)
dias úteis.
§ 3º - A sanção estabelecida no inciso IV é de competência exclusiva do Governador do Estado,
podendo ser também aplicada juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado no respectivo processo, em qualquer hipótese, no prazo de 10 (dez) dias úteis da abertura de
vista.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 82 - As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão ser aplicadas às em-
presas ou profissionais que:
I - praticarem, por meio doloso, fraude fiscal, no recolhimento de quaisquer tributos;
II - praticarem atos ilícitos, visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrarem não possuir idoneidade para contratar com a Administração, em virtude de atos
ilícitos praticados.

CAPITULO V
Dos Recursos
Artigo 83 - Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta lei, cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos
casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas e adjudicação;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do artigo 77, aplicação das penas de advertência,
suspensão temporária ou multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o obje-
to da licitação ou contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
III - pedido de reconsideração de decisão do Governador do Estado, no caso do § 3º do artigo 81,
no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º - A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "b", "c" e "e" deste artigo, excluídos os de
advertência e multas de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação no Diário Oficial do
Estado.
§ 2º - O recurso previsto na alínea "a" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo. A autoridade
competente poderá, motivadamente e havendo razões de interesse público, atribuir ao recurso
interposto eficácia suspensiva, nos casos previstos nas alíneas "b" e "e" do inciso I deste artigo.
§ 3º - Interpostos os recursos previstos nas alíneas "a" e "b", os demais licitantes serão devidamen-
te cientificados, mediante publicação no Diário Oficial do Estado, para que ofereçam, querendo,
impugnação no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados dessa publicação.
§ 4º - O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido,
a qual poderá reconsiderar sua decisão no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou nesse mesmo prazo
fazê-lo subir, devidamente informado, devendo ser decidido no prazo de 15 (quinze) dias contados
de seu recebimento.

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CAPITULO VI
Das Disposições Finais e Transitórias
Artigo 84 - Na contagem dos prazos-estabelecidos nesta lei, excluir-se-á o dia do inicio e incluir-se-
á o do vencimento.
Parágrafo único - Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no
órgão ou na entidade.

Artigo 85 - Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao ór-
gão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e
pagamento.
Parágrafo único - Fica facultado à entidade interessada o acompanhamento da execução do contra-
to.

Artigo 86 - O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por
esta lei será feito pelo Tribunal de Contas do Estado, na forma da legislação pertinente, ficando os
órgãos interessados da Administração centralizada e autárquica responsáveis pela demonstração
da legalidade e regularidade da despesa, nos termos da Constituição do Estado.
Parágrafo único - Qualquer licitante ou contratante poderá representar ao Tribunal de Contas con-
tra irregularidades na aplicação desta lei, para fins do disposto neste artigo.

Artigo 87 - Salvo os casos expressamente mencionados, o regulamento fixará a competência das


autoridades para a prática dos atos previstos nesta lei.

Artigo 88 - As Secretarias de Estado e Autarquias poderão expedir normas peculiares a suas obras,
serviços, compras, alienações e locações. observadas as disposições desta lei.

Artigo 89 - Os convênios e consórcios celebrados pela Administração centralizada e autárquica do


Estado com entidades públicas ou particulares regem-se pelo disposto nesta lei, no que couber.

Artigo 90 - As obras, os serviços, as compras, as alienações e as locações realizadas pelos órgãos


dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, da Defensoria
Pública e das universidades públicas estaduais regem-se pelas normas desta lei, no que cou-
ber. (NR)
- Artigo 90 com redação dada pela Lei nº 14.476, de 30/06/2011.

Artigo 91 - As sociedades de economia mista e empresas públicas estaduais, as funções mantidas


pelo Estado e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Estado editarão regula-
mentos próprios, adaptados às suas peculiaridades com procedimentos seletivos simplificados e
observância dos princípios básicos da licitação, inclusive as vedações contidas no parágrafo único
do artigo 85 do Decreto-lei Federal n. 2.300, de 21 de novembro de 1986, e alterações posteriores.
Parágrafo único. - Os regulamentos a que se refere este artigo, após a aprovação pelo Governador
do Estado, deverão ser publicados no Diário Oficial do Estado.

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Artigo 92 - Os valores fixados nos artigos 21, parágrafo único, 23, 24, incisos I e II, 58 e 71, inciso III,
desta lei, serão automaticamente corrigidos a partir do primeiro dia útil de cada trimestre civil, a
iniciar-se pelo 3.º trimestre de 1988.
Parágrafo único. - A Administração publicará no Diário Oficial do Estado os novos valores a que se
refere este artigo.

Artigo 93 - As modificações no regime jurídico das licitações e contratos administrativos estaduais


introduzidas por esta lei não se aplicam aos procedimentos licitatórios e aos contratos instaurados
e assinados anteriormente à sua vigência, a exceção do estabelecido no parágrafo único deste arti-
go.
Parágrafo único. - Vetado.

Artigo 94 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Artigo 95 - Revogam-se as disposições em contrário e, especialmente, a Lei n. 89, de 27 de dezem-


bro de 1972 e suas alterações.

Palácio dos Bandeirantes, 22 de novembro de 1989.

LEI Nº 10.177, DE 30 DE
DEZEMBRO DE 1998
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

TÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Artigo 1.º - Esta lei regula os atos e procedimentos administrativos da Administração Pública cen-
tralizada e descentralizada do Estado de São Paulo, que não tenham disciplina legal específica.
Parágrafo único - Considera-se integrante da Administração descentralizada estadual toda pessoa
jurídica controlada ou mantida, direta ou indiretamente, pelo Poder Público estadual, seja qual for
seu regime jurídico.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 2.º - As normas desta lei aplicam-se subsidiariamente aos atos e procedimentos administra-
tivos com disciplina legal específica.

Artigo 3.º - Os prazos fixados em normas legais específicas prevalecem sobre os desta lei.

TÍTULO II
Dos Princípios da Administração Pública
Artigo 4.º - A Administração Pública atuará em obediência aos princípios da legalidade, impessoali-
dade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, interesse público e motivação dos atos
administrativos.

Artigo 5.º - A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a
realização do fim público a que se dirige.

Artigo 6.º - Somente a lei poderá:


I - criar condicionamentos aos direitos dos particulares ou impor-lhes deveres de qualquer espécie;
e
II - prever infrações ou prescrever sanções.

TÍTULO III
Dos Atos Administrativos
CAPÍTULO I
Disposição Preliminar
Artigo 7.º - A Administração não iniciará qualquer atuação material relacionada com a esfera jurídi-
ca dos particulares sem a prévia expedição do ato administrativo que lhe sirva de fundamento,
salvo na hipótese de expressa previsão legal.

CAPÍTULO II
Da Invalidade dos Atos
Artigo 8.º - São inválidos os atos administrativos que desatendam os pressupostos legais e regula-
mentares de sua edição, ou os princípios da Administração, especialmente nos casos de:
I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que emane;
II - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
III - impropriedade do objeto;
IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de direito;
V - desvio de poder;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

VI - falta ou insuficiência de motivação.


Parágrafo único - Nos atos discricionários, será razão de invalidade a falta de correlação lógica entre
o motivo e o conteúdo do ato, tendo em vista sua finalidade.

Artigo 9.º - A motivação indicará as razões que justifiquem a edição do ato, especialmente a regra
de competência, os fundamentos de fato e de direito e a finalidade objetivada.
Parágrafo único - A motivação do ato no procedimento administrativo poderá consistir na remissão
a pareceres ou manifestações nele proferidos.

Artigo 10 - A Administração anulará seus atos inválidos, de ofício ou por provocação de pessoa inte-
ressada, salvo quando:
I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contado de sua produção;
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo;
III - forem passíveis de convalidação.

Artigo 11 - A Administração poderá convalidar seus atos inválidos, quando a invalidade decorrer de
vício de competência ou de ordem formal, desde que:
I - na hipótese de vício de competência, a convalidação seja feita pela autoridade titulada para a
prática do ato, e não se trate de competência indelegável;
II - na hipótese de vício formal, este possa ser suprido de modo eficaz.
§ 1.º - Não será admitida a convalidação quando dela resultar prejuízo à Administração ou a tercei-
ros ou quando se tratar de ato impugnado.
§ 2.º - A convalidação será sempre formalizada por ato motivado.

CAPÍTULO III
Da Formalização dos Atos
Artigo 12 - São atos administrativos:
I - de competência privativa:
a) do Governador do Estado, o Decreto;
b) dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos Reitores das Universidades, a
Resolução;
c) dos órgãos colegiados, a Deliberação;
II - de competência comum:
a) a todas as autoridades, até o nível de Diretor de Serviço; as autoridades policiais; aos dirigentes
das entidades descentralizadas, bem como, quando estabelecido em norma legal específica, a ou-
tras autoridades administrativas, a Portaria;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

b) a todas as autoridades ou agentes da Administração, os demais atos administrativos, tais como


Ofícios, Ordens de Serviço, Instruções e outros.
§ 1.º - Os atos administrativos, excetuados os decretos, aos quais se refere a Lei Complementar n.
60, de 10 de julho de 1972, e os referidos no Artigo 14 desta lei, serão numerados em séries pró-
prias, com renovação anual, identificando-se pela sua denominação, seguida da sigla do órgão ou
entidade que os tenha expedido.
§ 2.º - Aplica-se na elaboração dos atos administrativos, no que couber, o disposto na Lei Comple-
mentar n. 60, de 10 de julho de 1972.

Artigo 13 - Os atos administrativos produzidos por escrito indicarão a data e o local de sua edição, e
conterão a identificação nominal, funcional e a assinatura da autoridade responsável.

Artigo 14 - Os atos de conteúdo normativo e os de caráter geral serão numerados em séries especí-
ficas, seguidamente, sem renovação anual.

Artigo 15 - Os regulamentos serão editados por decreto, observadas as seguintes regras:


I - nenhum regulamento poderá ser editado sem base em lei, nem prever infrações, sanções, deve-
res ou condicionamentos de direitos nela não estabelecidos;
II - os decretos serão referendados pelos Secretários de Estado em cuja área de atuação devam
incidir, ou pelo Procurador Geral do Estado, quando for o caso;
III - nenhum decreto regulamentar será editado sem exposição de motivos que demonstre o fun-
damento legal de sua edição, a finalidade das medidas adotadas e a extensão de seus efeitos;
IV - as minutas de regulamento serão obrigatoriamente submetidas ao órgão jurídico competente,
antes de sua apreciação pelo Governador do Estado.

CAPÍTULO IV
Da Publicidade dos Atos
Artigo 16 - Os atos administrativos, inclusive os de caráter geral, entrarão em vigor na data de sua
publicação, salvo disposição expressa em contrário.

Artigo 17 - Salvo norma expressa em contrário, a publicidade dos atos administrativos consistirá em
sua publicação no Diário Oficial do Estado, ou, quando for o caso, na citação, notificação ou intima-
ção do interessado.
Parágrafo único - A publicação dos atos sem conteúdo normativo poderá ser resumida.

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CAPÍTULO V
Do Prazo para a Produção dos Atos
Artigo 18 - Será de 60 (sessenta) dias, se outra não for a determinação legal, o prazo máximo para a
prática de atos administrativos isolados, que não exijam procedimento para sua prolação, ou para a
adoção, pela autoridade pública, de outras providências necessárias à aplicação de lei ou decisão
administrativa.
Parágrafo único - O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das circunstâncias, tornar-se
logicamente possível a produção do ato ou a adoção da medida, permitida prorrogação, quando
cabível, mediante proposta justificada.

CAPÍTULO VI
Da Delegação e da Avocação
Artigo 19 - Salvo vedação legal, as autoridades superiores poderão delegar a seus subordinados a
prática de atos de sua competência ou avocar os de competência destes.

Artigo 20 - São indelegáveis, entre outras hipóteses decorrentes de normas específicas:


I - a competência para a edição de atos normativos que regulem direitos e deveres dos administra-
dos;
II - as atribuições inerentes ao caráter político da autoridade;
III - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização expressa e na forma por ela determi-
nada;
IV - a totalidade da competência do órgão;
V - as competências essenciais do órgão, que justifiquem sua existência.
Parágrafo único - O órgão colegiado não pode delegar suas funções, mas apenas a execução mate-
rial de suas deliberações.

TITULO IV
Dos Procedimentos Administrativos
CAPÍTULO I
Normas Gerais
Seção I
Dos Princípios
Artigo 21 - Os atos da Administração serão precedidos do procedimento adequado à sua validade e
à proteção dos direitos e interesses dos particulares.

Artigo 22 - Nos procedimentos administrativos observar-se-ão, entre outros requisitos de validade,


a igualdade entre os administrados e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência de
publicidade, do contraditório, ampla defesa e, quando for o caso, do despacho ou decisão motiva-
dos.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

§ 1.º - Para atendimento dos princípios previstos neste artigo, serão assegurados às partes o direito
de emitir manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua produção, de obter vista e de recor-
rer.
§ 2.º - Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Seção II
Do Direito de Petição
Artigo 23 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o
direito de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para a defesa de direitos.
Parágrafo único - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas por seus estatutos
ou por ato especial, e os sindicatos poderão exercer o direito de petição, em defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais de seus membros.

Artigo 24 - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a protocolar a petição, sob


pena de responsabilidade do agente.

Seção III
Da Instrução
Artigo 25 - Os procedimentos serão impulsionados e instruídos de ofício, atendendo-se à celerida-
de, economia, simplicidade e utilidade dos trâmites.

Artigo 26 - O órgão ou entidade da Administração estadual que necessitar de informações de outro,


para instrução de procedimento administrativo, poderá requisitá-las diretamente, sem observância
da vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual uma cópia será juntada aos autos.

Artigo 27 - Durante a instrução, os autos do procedimento administrativo permanecerão na repar-


tição competente.

Artigo 28 - Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, autorizar consulta pública para manifestação de terceiros,
antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1.º - A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que os
autos possam ser examinados pelos interessados, fixando-se prazo para oferecimento de alegações
escritas.
§ 2.º - O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado no pro-
cesso, mas constitui o direito de obter da Administração resposta fundamentada.

Artigo 29 - Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão,


poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 30 - Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer ou-


tros meios de participação dos administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
ções legalmente reconhecidas.

Artigo 31 - Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação dos


administrados deverão ser acompanhados da indicação do procedimento adotado.

Seção IV
Dos Prazos
Artigo 32 - Quando outros não estiverem previstos nesta lei ou em disposições especiais, serão
obedecidos os seguintes prazos máximos nos procedimentos administrativos:
I - para autuação, juntada aos autos de quaisquer elementos, publicação e outras providências de
mero expediente: 2 (dois) dias;
II - para expedição de notificação ou intimação pessoal: 6 (seis) dias;
III - para elaboração e apresentação de informes sem caráter técnico ou jurídico: 7 (sete) dias;
IV - para elaboração e apresentação de pareceres ou informes de caráter técnico ou jurídico: 20
(vinte) dias, prorrogáveis por 10 (dez) dias quando a diligência requerer o deslocamento do agente
para localidade diversa daquela onde tem sua sede de exercício;
V - para decisões no curso do procedimento: 7 (sete) dias;
VI - para manifestações do particular ou providências a seu cargo: 7 (sete) dias;
VII - para decisão final: 20 (vinte) dias;
VIII - para outras providências da Administração: 5 (cinco) dias.
§ 1.º - O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das circunstâncias, tornar-se logicamente
possível a produção do ato ou a adoção da providência.
§ 2.º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso, prorrogados uma vez, por igual
período, pela autoridade superior, à vista de representação fundamentada do agente responsável
por seu cumprimento.

Artigo 33 - O prazo máximo para decisão de requerimentos de qualquer espécie apresentados à


Administração será de 120 (cento e vinte) dias, se outro não for legalmente estabelecido.
§ 1.º - Ultrapassado o prazo sem decisão, o interessado poderá considerar rejeitado o requerimen-
to na esfera administrativa, salvo previsão legal ou regulamentar em contrário.
§ 2.º - Quando a complexidade da questão envolvida não permitir o atendimento do prazo previsto
neste artigo, a autoridade cientificará o interessado das providências até então tomadas, sem pre-
juízo do disposto no parágrafo anterior.
§ 3.º - O disposto no § 1.° deste artigo não desonera a autoridade do dever de apreciar o requeri-
mento.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Seção V
Da Publicidade
Artigo 34 - No curso de qualquer procedimento administrativo, as citações, intimações e notifica-
ções, quando feitas pessoalmente ou por carta com aviso de recebimento, observarão as seguintes
regras:
I - constitui ônus do requerente informar seu endereço para correspondência, bem como altera-
ções posteriores;
II - considera-se efetivada a intimação ou notificação por carta com sua entrega no endereço forne-
cido pelo interessado;
III - será obrigatoriamente pessoal a citação do acusado, em procedimento sancionatório, e a inti-
mação do terceiro interessado, em procedimento de invalidação;
IV - na citação, notificação ou intimação pessoal, caso o destinatário se recuse a assinar o compro-
vante de recebimento, o servidor encarregado certificará a entrega e a recusa;
V - quando o particular estiver representado nos autos por procurador, a este serão dirigidas as
notificações e intimações, salvo disposição em contrário.
Parágrafo único - Na hipótese do inciso III, não encontrado o interessado, a citação ou a intimação
serão feitas por edital publicado no Diário Oficial do Estado.

Artigo 35 - Durante a instrução, será concedida vista dos autos ao interessado, mediante simples
solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento.
Parágrafo único - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do interessado
ou para apresentação de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado.

Artigo 36 - Ao advogado e assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo,


durante o prazo para manifestação de seu constituinte, salvo na hipótese de prazo comum.

CAPÍTULO II
Dos Recursos
Seção I
Da Legitimidade para Recorrer
Artigo 37 - Todo aquele que for afetado por decisão administrativa poderá dela recorrer, em defesa
de interesse ou direito.

Artigo 38 - À Procuradoria Geral do Estado compete recorrer, de ofício, de decisões que contraria-
rem Súmula Administrativa ou Despacho Normativo do Governador do Estado, sem prejuízo da
possibilidade de deflagrar, de ofício, o procedimento invalidatório pertinente, nas hipóteses em
que já tenha decorrido o prazo recursal.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Seção II
Da Competência para Conhecer do Recurso
Artigo 39 - Quando norma legal não dispuser de outro modo, será competente para conhecer do
recurso a autoridade imediatamente superior àquela que praticou o ato.

Artigo 40 - Salvo disposição legal em contrário, a instância máxima para o recurso administrativo
será:
I - na Administração centralizada, o Secretário de Estado ou autoridade a ele equiparada, excetua-
dos os casos em que o ato tenha sido por ele praticado originariamente; e
II - na Administração descentralizada, o dirigente superior da pessoa jurídica.
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica ao recurso previsto no Artigo 38.

Seção III
Das Situações Especiais
Artigo 41 - São irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de mero expediente ou preparatórios
de decisões.

Artigo 42 - Contra decisões tomadas originariamente pelo Governador do Estado ou pelo dirigente
superior de pessoa jurídica da Administração descentralizada, caberá pedido de reconsideração,
que não poderá ser renovado, observando-se, no que couber, o regime do recurso hierárquico.
Parágrafo único - O pedido de reconsideração só será admitido se contiver novos argumentos, e
será sempre dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a decisão.

Seção IV
Dos Requisitos da Petição de Recurso
Artigo 43 - A petição de recurso observará os seguintes requisitos:
I - será dirigida à autoridade recorrida e protocolada no órgão a que esta pertencer;
II - trará a indicação do nome, qualificação e endereço do recorrente;
III - conterá exposição, clara e completa, das razões da inconformidade.

Artigo 44 - Salvo disposição legal em contrário, o prazo para apresentação de recurso ou pedido de
reconsideração será de 15 (quinze) dias contados da publicação ou notificação do ato.

Artigo 45 - Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado, quando de seu conteúdo resultar


induvidosa a impugnação do ato.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Seção V
Dos Efeitos dos Recursos
Artigo 46 - O recurso será recebido no efeito meramente devolutivo, salvo quando:
I - houver previsão legal ou regulamentar em contrário; e
II - além de relevante seu fundamento, da execução do ato recorrido, se provido, puder resultar a
ineficácia da decisão final.
Parágrafo único - Na hipótese do inciso II, o recorrente poderá requerer, fundamentadamente, em
petição anexa ao recurso, a concessão do efeito suspensivo.

Seção VI
Da Tramitação dos Recursos
Artigo 47 - A tramitação dos recursos observará as seguintes regras:
I - a petição será juntada aos autos em 2 (dois) dias, contados da data de seu protocolo;
II - quando os autos em que foi produzida a decisão recorrida tiverem de permanecer na repartição
de origem para quaisquer outras providências cabíveis, o recurso será autuado em separado, tras-
ladando-se cópias dos elementos necessários;
III - requerida a concessão de efeito suspensivo, a autoridade recorrida apreciará o pedido nos 5
(cinco) dias subseqüentes;
IV - havendo outros interessados representados nos autos, serão estes intimados, com prazo co-
mum de 15 (quinze) dias, para oferecimento de contra-razões;
V - com ou sem contra-razões, os autos serão submetidos ao órgão jurídico, para elaboração de
parecer, no prazo máximo de 20 (vinte) dias, salvo na hipótese do Artigo 38;
VI - a autoridade recorrida poderá reconsiderar seu ato, nos 7 (sete) dias subseqüentes;
VII - mantido o ato, os autos serão encaminhados à autoridade competente para conhecer do re-
curso, para decisão, em 30 (trinta) dias.
§ 1.º - As decisões previstas nos incisos III, VI e VII serão encaminhadas, em 2 (dois) dias, à publica-
ção no Diário Oficial do Estado.
§ 2.º - Da decisão prevista no inciso III, não caberá recurso na esfera administrativa.

Artigo 48 - Os recursos dirigidos ao Governador do Estado serão, previamente, submetidos à Procu-


radoria Geral do Estado ou ao órgão de consultoria jurídica da entidade descentralizada, para pare-
cer, a ser apresentado no prazo máximo de 20 (vinte) dias.

Seção VII
Da Decisão e seus Efeitos
Artigo 49 - A decisão de recurso não poderá, no mesmo procedimento, agravar a restrição produzi-
da pelo ato ao interesse do recorrente, salvo em casos de invalidação.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 50 - Ultrapassado, sem decisão, o prazo de 120 (cento e vinte) dias contado do protocolo do
recurso que tramite sem efeito suspensivo, o recorrente poderá considerá-lo rejeitado na esfera
administrativa.
§ 1.º - No caso do pedido de reconsideração previsto no Artigo 42, o prazo para a decisão será de
90 (noventa) dias.
§ 2.º - O disposto neste artigo não desonera a autoridade do dever de apreciar o recurso.

Artigo 51 - Esgotados os recursos, a decisão final tomada em procedimento administrativo formal-


mente regular não poderá ser modificada pela Administração, salvo por anulação ou revisão, ou
quando o ato, por sua natureza, for revogável.

CAPÍTULO III
Dos Procedimentos em Espécie
Seção I
Do Procedimento de Outorga
Artigo 52 - Regem-se pelo disposto nesta Seção os pedidos de reconhecimento, de atribuição ou de
liberação do exercício do direito.

Artigo 53 - A competência para apreciação do requerimento será do dirigente do órgão ou entidade


encarregados da matéria versada, salvo previsão legal ou regulamentar em contrário.

Artigo 54 - O requerimento será dirigido à autoridade competente para sua decisão, devendo indi-
car:
I - o nome, a qualificação e o endereço do requerente;
II - os fundamentos de fato e de direito do pedido;
III - a providência pretendida;
IV - as provas em poder da Administração que o requerente pretende ver juntadas aos autos.
Parágrafo único - O requerimento será desde logo instruído com a prova documental de que o inte-
ressado disponha.

Artigo 55 - A tramitação dos requerimentos de que trata esta Seção observará as seguintes regras:
I - protocolado o expediente, o órgão que o receber providenciará a autuação e seu encaminha-
mento à repartição competente, no prazo de 2 (dois) dias;
II - o requerimento será desde logo indeferido, se não atender aos requisitos dos incisos I a IV do
artigo anterior, notificando-se o requerente;
III - se o requerimento houver sido dirigido a órgão incompetente, este providenciará seu encami-
nhamento à unidade adequada, notificando-se o requerente;

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

IV - a autoridade determinará as providências adequadas à instrução dos autos, ouvindo, em caso


de dúvida quanto à matéria jurídica, o órgão de consultoria jurídica;
V - quando os elementos colhidos puderem conduzir ao indeferimento, o requerente será intimado,
com prazo de 7 (sete) dias, para manifestação final;
VI - terminada a instrução, a autoridade decidirá, em despacho motivado, nos 20 (vinte) dias sub-
seqüentes;
VII - da decisão caberá recurso hierárquico.

Artigo 56 - Quando duas ou mais pessoas pretenderem da Administração o reconhecimento ou


atribuição de direitos que se excluam mutuamente, será instaurado procedimento administrativo
para a decisão, com observância das normas do artigo anterior, e das ditadas pelos princípios da
igualdade e do contraditório.

Seção II
Do Procedimento de Invalidação
Artigo 57 - Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedimento para invalidação de ato ou contrato
administrativo e, no que couber, de outros ajustes.

Artigo 58 - O procedimento para invalidação provocada observará as seguintes regras:


I - o requerimento será dirigido à autoridade que praticou o ato ou firmou o contrato, atendidos os
requisitos do Artigo 54;
II - recebido o requerimento, será ele submetido ao órgão de consultoria jurídica para emissão de
parecer, em 20 (vinte) dias;
III - o órgão jurídico opinará sobre a procedência ou não do pedido, sugerindo, quando for o caso,
providências para a instrução dos autos e esclarecendo se a eventual invalidação atingirá terceiros;
IV - quando o parecer apontar a existência de terceiros interessados, a autoridade determinará sua
intimação, para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito;
V - concluída a instrução, serão intimadas as partes para, em 7 (sete) dias, apresentarem suas ra-
zões finais;
VI - a autoridade, ouvindo o órgão jurídico, decidirá em 20 (vinte) dias, por despacho motivado, do
qual serão intimadas as partes;
VII - da decisão, caberá recurso hierárquico.

Artigo 59 - O procedimento para invalidação ofício observará as seguintes regras:


I - quando se tratar da invalidade de ato ou contrato, a autoridade que o praticou, ou seu superior
hierárquico, submeterá o assunto ao órgão de consultoria jurídica;
II - o órgão jurídico opinará sobre a validade do ato ou contrato, sugerindo, quando for o caso, pro-
vidências para instrução dos autos, e indicará a necessidade ou não da instauração de contraditó-
rio, hipótese em que serão aplicadas as disposições dos incisos IV a VII do artigo anterior.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 60 - No curso de procedimento de invalidação, a autoridade poderá, de ofício ou em face de


requerimento, suspender a execução do ato ou contrat , para evitar prejuízos de reparação onerosa
ou impossível.

Artigo 61 - Invalidado o ato ou contrato, a administração tomará as providências necessárias para


desfazer os efeitos produzidos, salvo quanto a terceiros de boa fé, determinando a apuração de
eventuais responsabilidades.

Seção III
Do Procedimento Sancionatório
Artigo 62 - Nenhuma sanção administrativa será aplicada à pessoa física ou jurídica pela adminis-
tração Pública, sem que lhe seja assegurada ampla defesa, em procedimento sancionatório.
Parágrafo único - No curso do procedimento ou, em caso de extrema urgência, antes dele, a Admi-
nistração poderá adotar as medidas cautelares estritamente indispensáveis à eficácia do ato final.

Artigo 63 - O procedimento sancionatório observará, salvo legislação específica, as seguintes re-


gras:
I - verificada a ocorrência de infração administrativa, será instaurado o respectivo procedimento
para sua apuração;
II - o ato de instauração, expedido pela autoridade competente, indicará os fatos em que se baseia
e as normas pertinentes à infração e à sanção aplicável;
III - o acusado será citado ou intimado, com cópia do ato de instauração, para, em 15 (quinze) dias,
oferecer sua defesa e indicar as provas que pretende produzir;
IV - caso haja requerimento para produção de provas, a autoridade apreciará sua pertinência, em
despacho motivado;
V - o acusado será intimado para:
a) manifestar-se, em 7 (sete) dias, sobre os documentos juntados aos autos pela autoridade, se
maior prazo não lhe for assinado em face da complexidade da prova;
b) acompanhar a produção das provas orais, com antecedência mínima de 2 (dois) dias;
c) formular quesitos e indicar assistente técnico, quando necessária prova pericial, em 7 (sete) dias;
d) concluida a instrução, apresentar, em 7 (sete) dias, suas alegações finais;
VI - antes da decisão, será ouvido o órgão de consultoria jurídica;
VII - a decisão, devidamente motivada, será proferida no prazo máximo de 20 (vinte) dias, notifi-
cando-se o interessado por publicação no Diário Oficial do Estado;
VIII - da decisão caberá recurso.

Artigo 64 - O procedimento sancionatório será sigiloso até decisão final, salvo em relação ao acusa-
do, seu procurador ou terceiro que demonstre legítimo interesse.
Parágrafo único - Incidirá em infração disciplinar grave o servidor que, por qualquer forma, divulgar
irregularmente informações relativas à acusação, ao acusado ou ao procedimento.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Seção IV
Do Procedimento de Reparação de Danos
Artigo 65 - Aquele que pretender, da Fazenda Pública, ressarcimento por danos causados por agen-
te público, agindo nessa qualidade, poderá requerê-lo administrativamente, observadas as seguin-
tes regras:
I - o requerimento será protocolado na Procuradoria Geral do Estado, até 5 (cinco) anos contados
do ato ou fato que houver dado causa ao dano;
II - o protocolo do requerimento suspende, nos termos da legislação pertinente, a prescrição da
ação de responsabilidade contra o Estado, pelo período que durar sua tramitação;
III - o requerimento conterá os requisitos do Artigo 54, devendo trazer indicação precisa do mon-
tante atualizado da indenização pretendida, e declaração de que o interessado concorda com as
condição contidas neste artigo e no subsequente;
IV - o procedimento, dirigido por Procurador do Estado, observará as regras do Artigo 55;
V - a decisão do requerimento caberá ao Procurador Geral do Estado ou ao dirigente da entidade
descentralizada, que recorrerão de ofício ao Governador, nas hipóteses previstas em regulamento;
VI - acolhido em definitivo o pedido, total ou parcialmente, será feita, em 15 (quinze) dias,a inscri-
ção, em registro cronológico, do valor atualizado do débito, intimando-se o interessado;
VII - a ausência de manifestação expressa do interessado, em 10 (dez) dias, contados da intimação,
implicará em concordância com o valor inscrito; caso não concorde com esse valor, o interessado
poderá, no mesmo prazo, apresentar desistência, cancelando-se a inscrição e arquivando-se os
autos;
VIII - os débitos inscritos até 1.° de julho serão pagos até o último dia útil do exercício seguinte, à
conta de dotação orçamentária específica;
IX - o depósito, em conta aberta em favor do interessado, do valor inscrito, atualizado monetaria-
mente até o mês do pagamento, importará em quitação do débito;
X - o interessado, mediante prévia notificação à Administração, poderá considerar indeferido seu
requerimento caso o pagamento não se realize na forma e no prazo previstos nos incisos VIII e IX.
§ 1.º - Quando o interessado utilizar-se da faculdade prevista nos incisos VII, parte final, e X, perde-
rá qualquer efeito o ato que tiver acolhido o pedido, não se podendo invocá-lo como reconheci-
mento da responsabilidade administrativa.
§ 2.º - Devidamente autorizado pelo Governador, o Procurador Geral do Estado poderá delegar, no
âmbito da Administração centralizada, a competência prevista no inciso V, hipótese em que o dele-
gante tornar-se-á a instância máxima de recurso.

Artigo 66 - Nas indenizações pagas nos termos do artigo anterior, não incidirão juros, honorários
advocatícios ou qualquer outro acréscimo.

Artigo 67 - Na hipótese de condenação definitiva do Estado ao ressarcimento de danos, deverá o


fato ser comunicado ao Procurador Geral do Estado, no prazo de 15 (quinze) dias, pelo órgão en-
carregado de oficiar no feito, sob pena de responsabilidade. lidade.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 68 - Recebida a comunicação, o Procurador Geral do Estado, no prazo de 10 (dez) dias, de-
terminará a instauração de procedimento, cuja tramitação obedecerá o disposto na Seção III para
apuração de eventual responsabilidade civil de agente público, por culpa ou dolo.
Parágrafo único - O Procurador Geral do Estado, de ofício, determinará a instauração do procedi-
mento previsto neste artigo, quando na forma do Artigo 65, a Fazenda houver ressarcido extrajudi-
cialmente o particular.

Artigo 69 - Concluindo-se pela responsabilidade civil do agente, será ele intimado para, em 30 (trin-
ta) dias, recolher aos cofres públicos o valor do prejuízo suportado pela Fazenda, atualizado mone-
tariamente.

Artigo 70 - Vencido, sem o pagamento, o prazo estipulado no artigo anterior, será proposta, de
imediato, a respectiva ação judicial para cobrança do débito.

Artigo 71 - Aplica-se o disposto nesta Seção às entidades descentralizadas, observada a respectiva


estrutura administrativa.

Seção V
Do Procedimento para Obtenção de Certidão
Artigo 72 - É assegurada, nos termos do Artigo 5.° , XXXIV, "b", da Constituição Federal, a expedição
de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres constantes de registros ou autos de pro-
cedimentos em poder da Administração Pública, ressalvado o disposto no Artigo 75.
Parágrafo único - As certidões serão expedidas sob a forma de relato ou mediante cópia reprográfi-
ca dos elementos pretendidos.

Artigo 73 - Para o exercício do direito previsto no artigo anterior, o interessado deverá protocolar
requerimento no órgão competente, independentemente de qualquer pagamento, especificando
os elementos que pretende ver certificados.

Artigo 74 - O requerimento será apreciado, em 5 (cinco) dias úteis, pela autoridade competente,
que determinará a expedição da certidão requerida em prazo não superior a 5 (cinco) dias úteis.

Artigo 75 - O requerimento será indeferido, em despacho motivado, se a divulgação da informação


solicitada colocar em comprovado risco a segurança da sociedade ou do Estado, violar a intimidade
de terceiros ou não se enquadrar na hipótese constitucional.
§ 1.º - Na hipótese deste artigo, a autoridade competente, antes de sua decisão, ouvirá o órgão de
consultoria jurídica, que se manifestará em 3 (três) dias úteis.
§ 2.º - Do indeferimento do pedido de certidão caberá recurso.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Artigo 76 - A expedição da certidão independerá de qualquer pagamento quando o requerente


demonstrar sua necessidade para a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de interesse
pessoal.
Parágrafo único - Nas demais hipóteses,o interessado deverá recolher o valor correspondente, con-
forme legislação específica.

Seção VI
Do Procedimento para Obtenção de Informações Pessoais
Artigo 77 - Toda pessoa terá direito de acesso aos registros nominais que a seu respeito constem
em qualquer espécie de fichário ou registro,informatizado ou não, dos órgãos ou entidades da Ad-
ministração, inclusive policiais.

Artigo 78 - O requerimento para obtenção de informações observará as seguintes regras:


I - o interessado apresentará, ao órgão ou entidade do qual pretende as informações, requerimento
escrito manifestando o desejo de conhecer tudo o que a seu respeito conste das fichas ou registros
existentes;
II - as informações serão fornecidas no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contados do protocolo
do requerimento;
III - as informações serão transmitidas em linguagem clara e indicarão, conforme for requerido pelo
interessado:
a) o conteúdo integral do que existir registrado;
b) a fonte das informações e dos registros;
c) o prazo até o qual os registros serão mantidos;
d) as categorias de pessoas que, por suas funções ou por necessidade do serviço, tem, diretamente,
acesso aos registros;
e) as categorias de destinatários habilitados a receber comunicação desses registros; e
f) se tais registros são transmitidos a outros órgãos estaduais, e quais são esses órgãos.

Artigo 79 - Os dados existentes, cujo conhecimento houver sido ocultado ao interessado, quando
de sua solicitação de informações, não poderão, em hipótese alguma, ser utilizados em quaisquer
procedimentos que vierem a ser contra o mesmo instaurados.

Artigo 80 - Os órgãos ou entidades da Administração, ao coletar informações, devem esclarecer aos


interessados:
I - o caráter obrigatório ou facultativo das respostas;
II - as conseqüências de qualquer incorreção nas respostas;
III - os órgãos aos quais se destinam as informações; e
IV - a existência do direito de acesso e de retificação das informações.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

Parágrafo único - Quando as informações forem colhidas mediante questionários impressos, devem
eles conter os esclarecimentos de que trata este artigo.

Artigo 81 - É proibida a inserção ou conservação em fichário ou registro de dados nominais relativos


a opiniões políticas, filosóficas ou religiosas, origem racial, orientação sexual e filiação sindical ou
partidária.

Artigo 82 - É vedada a utilização, sem autorização prévia do interessado, de dados pessoais para
outros fins que não aqueles para os quais foram prestados.

Seção VII
Do Procedimento para Retificação de Informações Pessoais
Artigo 83 - Qualquer pessoa tem o direito de exigir, da Administração:
I - a eliminação completa de registros de dados falsos a seu respeito, os quais tenham sido obtidos
por meios ilícitos, ou se refiram às hipóteses vedadas pelo Artigo 81;
II - a retificação, complementação, esclarecimento ou atualização de dados incorretos, incompletos,
dúbios ou desatualizados.
Parágrafo único - Aplicam-se ao procedimento de retificação as regras contidas nos Artigos 54 e 55.

Artigo 84 - O fichário ou o registro nominal devem ser completados ou corrigidos, de ofício, assim
que a entidade ou órgão por eles responsável tome conhecimento da incorreção, desatualização ou
caráter incompleto de informações neles contidas.

Artigo 85 - No caso de informação já fornecida a terceiros, sua alteração será comunicada a estes,
desde que requerida pelo interessado, a quem dará cópia da retificação.

Seção VIII
Do Procedimento de Denúncia
Artigo 86 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de violação da ordem jurídica, praticada por
agentes administrativos, poderá denunciá-la à Administração.

Artigo 87 - A denúncia conterá a identificação do seu autor, devendo indicar o fato e suas circuns-
tâncias, e, se possível, seus responsáveis ou beneficiários.
Parágrafo único - Quando a denúncia for apresentada verbalmente, a autoridade lavrará termo,
assinado pelo denunciante.

Artigo 88 - Instaurado o procedimento administrativo, a autoridade responsável determinará as


providências necessárias à sua instrução, observando-se os prazos legais e as seguintes regras:

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

I - é obrigatória a manifestação do órgão de consultoria jurídica;


II - o denunciante não é parte no procedimento, podendo, entretanto, ser convocado para depor;
III - o resultado da denúncia será comunicado ao autor, se este assim o solicitar.

Artigo 89 - Incidirá em infração disciplinar grave a autoridade que não der andamento imediato,
rápido e eficiente ao procedimento regulado nesta Seção.

TÍTULO V
Disposições Finais
Artigo 90 - O descumprimento injustificado, pela Administração, dos prazos previstos nesta lei gera
responsabilidade disciplinar, imputável aos agentes públicos encarregados do assunto, não impli-
cando, necessariamente, em nulidade do procedimento.
§ 1.º - Respondem também os superiores hierárquicos que se omitirem na fiscalização dos serviços
de seus subordinados, ou que de algum modo concorram para a infração.
§ 2.º - Os prazos concedidos aos particulares poderão ser devolvidos, mediante requerimento do
interessado, quando óbices injustificados, causados pela Administração, resultarem na impossibili-
dade de atendimento do prazo fixado.

Artigo 91 - Os prazos previstos nesta lei são contínuos, salvo disposição expressa em contrário, não
se interrompendo aos domingos ou feriados.

Artigo 92 - Quando norma não dispuser de forma diversa, os prazos serão computados excluindo-se
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1.º - Só se iniciam e vencem os prazos em dia de expediente no órgão ou entidade.
§ 2.º - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil subseqüente se, no dia do vencimen-
to, o expediente for encerrado antes do horário normal.

Artigo 93 - Esta lei entrará em vigor em 120 (cento e vinte) dias contados da data de sua publica-
ção.

Artigo 94 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o Decreto-lei n. 104, de 20 de


junho de 1969 e a Lei n. 5.702, de 5 de junho de 1987.

Palácio dos Bandeirantes, 30 de dezembro de 1998.

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LEGISLAÇÃO PGE/SP

LEI Nº 7.835, DE 08 DE MAIO DE 1992


Dispõe sobre o regime de concessão de obras públicas, de concessão e permissão de serviços públicos e dá
providências correlatas.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Artigo 1.º - A concessão de obras públicas e a concessão e a permissão de serviços públicos reger-
se-ão por esta lei e pelo disposto nos regulamentos, editais de licitação e respectivos contratos ou
atos de permissão

Artigo 2.º - Para os fins desta lei, considera-se:


I - Poder Concedente: o Estado, titular da obra ou do serviço público objeto da concessão ou per-
missão;
II - concessão de obra pública: a delegação contratual, à empresa individual ou coletiva ou a con-
sórcio de empresas, da construção, reforma, ampliação ou conservação e da exploração pelo con-
cessionário, por sua conta a risco e por prazo certo, de obra pública destinada ao uso do povo, re-
munerada basicamente pela cobrança de tarifas dos usuários;
III - concessão de serviço público: a delegação contratual, à empresa individual ou coletiva ou a
consórcio de empresas, da prestação de serviço público, por sua conta e risco e por prazo certo,
remunerada basicamente pela cobrança de tarifas dos usuários;
IV - permissão de serviço público: a delegação unilateral, discricionária e precária, à empresa indivi-
dual ou coletiva ou a consórcio de empresas, da prestação de serviço de utilidade pública, por sua
conta e risco, remunerada por tarifa cobrada dos usuários, feita em situações excepcionais, carac-
terizadas pela urgência.

Artigo 3.º - A concessão de obra e de serviço publico, subordinada à existência de interesse público
previamente justificado, será sempre precedida de licitação, na modalidade de concorrência.
Parágrafo único - O Governador do Estado, mediante ato próprio ou por delegação, definirá o obje-
to, a área de atuação, o prazo e as diretrizes que deverão ser observados no edital de licitação e no
contrato, inclusive as situações de eventual ocorrência de subconcessão de serviços.

Artigo 4.º - A concorrência obedecerá às normas da legislação sobre licitações e contratos e somen-
te será dispensável:

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I - nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;


II - nos casos de emergência, quando caracterizada a urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares;
III - quando não acudirem interessados à licitação e esta não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas neste caso as condições preestabelecidas.
§ 1.º - A concorrência será inexigível quando comprovadamente inexistir qualquer possibilidade de
competição.
§ 2.º - Nas hipóteses previstas nos incisos I e II deste artigo, a delegação deverá ser feita por meio
de permissão de serviço público.

Artigo 5.º - O edital de licitação deverá prever que o julgamento seja feito em função do preço pro-
posto pelo concorrente, salvo quando relevantes razões de interesse público, devidamente justifi-
cadas, recomendem a utilização de outro critério objetivo, dentre os demais critérios fixados no
Artigo 42 da Lei n. 6.544, de 22 de novembro de 1989.

Artigo 6.º - O Poder Concedente colocará à disposição dos licitantes os estudos, de que dispuser,
sobre a viabilidade do serviço ou da obra objeto da concessão.

CAPÍTULO II
Do Contrato de Concessão de Serviço
Artigo 7.º - A concessão de serviço público será formalizada mediante contrato, ao qual se aplicarão
as normas da legislação sobre licitações e contratos e as demais regras pertinentes desta lei.
Artigo 8.º - São cláusulas essenciais no contrato as relativas a:
I - objeto, área de prestação do serviço e prazo;
II - modo, forma e condições da prestação do serviço, com a indicação, quando for o caso, de pa-
drões de qualidade e de metas e prazos para seu aperfeiçoamento;
III - obrigação de execução das obras necessárias à prestação de serviço, com fixação dos respecti-
vos prazos de início e conclusão e com especificação, quando for o caso, da forma e condições de
seu pagamento pelo Poder Concedente;
IV - direitos e deveres dos usuários e condições para que estes obtenham e possam utilizar o servi-
ço;
V - critérios para fixação e alteração da tarifa, com previsão da periodicidade e dos parâmetros de
cálculo dos reajustamentos, bem como especificação de outras fontes acessórias de receita, quan-
do for o caso;
VI - mecanismos e critérios para o ressarcimento do concessionário em caso de redução ou estabili-
zação da tarifa por motivo de interesse público relevante;
VII - valor dos recursos a serem aplicados e suas fontes de origem;
VIII - constituição de provisões para eventuais depreciações;

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IX - garantias para a adequada execução do contrato;


X - casos de extinção da concessão;
XI - hipóteses em que será cabível a reversão dos bens aplicados no serviço;
XII - forma de fiscalização do serviço;
XIII - obrigatoriedade, forma e prazo de prestação de contas pelo concessionário;
XIV - exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas, na forma estabelecida pelo
Poder Público, e das planilhas de cálculo do custo do serviço;
XV - responsabilidade das partes, penalidades a que se sujeita o concessionário e indicação das
autoridades competentes para aplicá-las;
XVI - penalidades aplicáveis aos usuários pelo não cumprimento de obrigações legais ou regulamen-
tares pertinentes à utilização do serviço;
XVII - indenizações devidas e critérios para o seu cálculo, quando for o caso;
XVIII - critérios para fixação de valores provisórios para indenização, nos casos de encampação ou
resgate;
XIX - eventual outorga de poderes ao concessionário para promover as desapropriações ou consti-
tuir as servidões administrativas necessárias à execução do serviço concedido, com definição ex-
pressa de sua responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
XX - possibilidade de prorrogação do prazo da concessão, desde que prevista no edital de licitação;
XXI - foro competente e modo amigável para solução das divergências contratuais;
XXII - outras cláusulas peculiares ao objeto da concessão.

Artigo 9.º - Incumbe ao concessionário a execução direta e pessoal do serviço concedido, cabendo-
lhe responder, independentemente de dolo ou culpa, por todos os prejuízos causados ao Poder
Público, aos usuários e a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão compentente exclua
ou atenue essa responsabilidade.
§ 1.º - É vedada a subconcessão total ou parcial do serviço salvo quando feita por entidade da Ad-
ministração Descentralizada, observado o disposto nos Artigos 3.°, 4.º, 5.° e 6.º desta lei e sua pre-
visão ficar justificada já no edital de licitação e no contrato.
§ 2.º - Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, o concessionário poderá con-
tratar terceiros para o desenvolvimento de atividades acessórias ou complementares, desde que
isso não implique transferência da prestação do serviço público concedido, oneração de seu custo
ou detrimento de sua qualidade.
§ 3.º - As contratações feitas pelo concessionário, nos termos do disposto no parágrafo anterior,
serão regidas pelo direito privado, não se estabelecendo nenhuma relação jurídica entre os tercei-
ros contratados e o Poder Concedente.

Artigo 10 - O prazo do contrato de concessão, fixado no edital de licitação, deverá atender, em cada
caso, ao interesse público e às necessidades ditadas pelo valor do investimento.

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Parágrafo único - Será admitida a prorrogação do contrato de concessão, desde que prevista no
edital, tendo em vista sempre as exigências de continuidade na prestação do serviço.

CAPÍTULO III
Da Remuneração do Concessionário e da Política Tarifária
Artigo 11 - A tarifa, cobrada diretamente dos usuários, é o componente da remuneração devida ao
concessionário, devendo ser fixada segundo critérios que propiciem harmonia entre a exigência de
prestação e de manutenção de serviço adequado e a justa remuneração da empresa concessioná-
ria.
Parágrafo único - O Poder Concedente poderá estabelecer ainda, em favor do concessionário, de
acordo com as peculiaridades do serviço, outras fontes acessórias de receita, na forma prevista no
edital, as quais deverão ser consideradas de modo a assegurar a modicidade da tarifa.

Artigo 12 - A tarifa será atualizada segundo critérios e prazos fixados no edital.


Parágrafo único - Eventuais distorções decorrentes da atualização de que trata este artigo serão
corrigidas, em casos excepcionais, mediante revisão da tarifa, levando -se em conta a variação do
custo do serviço e a receita oriunda de fontes acessórias.

Artigo 13 - O cálculo do custo será efetuado com base em planilha aprovada pela Secretaria de Es-
tado a que se vincula o serviço, por meio de seus órgãos técnicos ou entidades autárquicas.
§ 1.º - As planilhas de custos deverão conter os parâmetros, os coeficientes técnicos e a metodolo-
gia de cálculo usualmente aceitos, em função do tipo de serviço delegado.
§ 2.º - Sempre que as circunstâncias e o interesse público recomendarem, a elaboração das plani-
lhas de custo será objeto de parecer de auditoria independente.
§ 3.º - Fica assegurado ao concessionário o direito de acompanhar os trabalhos previstos neste
artigo.

Artigo 14 - É licito ao Poder Concedente, por motivo de interesse público relevante, estabilizar ou
reduzir o valor das tarifas, de forma a garantir sua modicidade ao usuário, desde que assegure ao
concessionário a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

CAPÍTULO IV
Dos Direitos e Deveres do Poder Concedente
Artigo 15 - Incumbe ao Poder Concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
II - modificar unilateralmente as disposições regulamentares do serviço, para melhor adequação ao
interesse público, respeitado o equilíbrio econômico-financeiro do contrato;
III - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas do contrato;

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IV - fixar e rever as tarifas;


V - estimular a eficiência do serviço e a modicidade das tarifas;
VI - zelar pela boa qualidade do serviço, receber e apurar queixas e reclamações dos usuários;
VII - estimular a competitividade e a livre concorrência quando pertinentes, para racionalizar, me-
lhorar e ampliar a disponibilidade do serviço;
VIII - estimular a associação dos usuários para a defesa de seus interesses relativos ao serviço, in-
clusive para sua fiscalização;
IX - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, pro-
movendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes ao concessionário,
caso em que será deste a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
X - intervir na prestação do serviço, retomá-lo e extinguir a concessão, nos casos e nas condições
previstos em lei e no contrato;
XI - aplicar as penalidades legais e contratuais.

CAPITULO V
Dos Direitos e Deveres do Concessionário
Artigo 16 - Incumbe ao concessionário:
I - prestar serviço adequado a todos os usuários;
II - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais;
III - cobrar as tarifas, conforme fixadas pelo Poder Concedente;
IV - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço;
V - usar o domínio público necessário à execução do serviço, observando a sua afetação e a legisla-
ção pertinente
VI - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
VII - promover as desapropriações, na forma autorizadas pelo Poder Concedente;
VIII - manter regularmente escriturados os seus livros e registros contábeis e organizados os arqui-
vos, documentos e anotações, de forma a possibilitar a inspeção, a qualquer momento, pelos en-
carregados da fiscalização;
IX - franquear o acesso dos encarregados da fiscalização em qualquer época, aos locais, obras, ins-
talações e equipamentos compreendidos na concessão;
X - prestar ao Poder Público contas da gestão do serviço.

Artigo 17 - Para os fins do disposto no inciso I do artigo anterior, serviço adequado é o que atende
ao interesse público e corresponde às exigências de qualidade, continuidade, regularidade, eficiên-
cia, atualidade, generalidade, modicidade, cortesia e segurança.
Parágrafo único - Entende-se por atualidade do serviço o uso de métodos, instalações e equipa-
mentos que correspondam a padrões de modernidade e avanço tecnológico bem como a sua am-
pliação, na medida das necessidades dos usuários.

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CAPITULO VI
Dos Direitos e Deveres dos Usuários
Artigo 18 - São direitos e deveres dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do Poder Público e do concessionário informações adequadas e claras, solicitadas para a
defesa de interesses individuais ou coletivos;
III - levar ao conhecimento do Poder Público e do concessionário as irregularidades de que tenham
conhecimento referentes ao serviço prestado;
IV - denunciar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pelo concessionário, na pres-
tação do serviço público;
V - cumprir as obrigações legais ou regulamentares pertinentes à utilização do serviço.

CAPITULO VII
Da Extinção da Concessão
Artigo 19 - Extingue-se a concessão por:
I - término do prazo;
II - anulação;
III - caducidade;
IV - rescisão amigável ou judicial;
V - encampação ou resgate;
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no
caso de empresa individual.

Artigo 20 - Extinta a concessão, por qualquer motivo retornam ao Poder Concedente os direitos e
privilégios delegados, com reversão dos bens vinculados à prestação do serviço.
§ 1.º - Na hipótese prevista neste artigo, o Poder Concedente assumirá imediatamente o serviço e
poderá ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos vincu-
lados à sua prestação.
§ 2.º - O Poder Concedente procederá aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários, no
prazo de 90 (noventa) dias contados da assunção do serviço, salvo na hipótese de término do prazo
contratual, quando essas providências deverão ser adotadas com antecedência.
§ 3.º - A reversão, ao término do prazo contratual, será feita sem indenização, salvo quando ocorrer
a hipótese de implementação do capital ainda não amortizado, deduzida a depreciação dos bens,
proveniente de seu desgaste ou de sua obsolescência.

Artigo 21 - A inexecução total ou parcial ou contrato acarretará a aplicação das sanções contratuais
ou a declaração de caducidade, com rescisão unilateral do contrato.

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Artigo 22 - A caducidade poderá ser declarada, mediante procedimento sumário que assegure ao
concessionário o direito de defesa, nos seguintes casos:
I - inadequação ou deficiência da prestação do serviço;
II - perda ou comprometimento das condições econômicas, financeiras, técnicas ou operacionais
necessárias ao desenvolvimento do contrato;
III - descumprimento de obrigações legais, regulamentares ou contratuais;
IV - paralisação do serviço, sem justa causa;
V - inadimplemento de obrigações financeiras garantidas na forma dos Artigos 29, 30 e 31 desta lei.

Artigo 23 - Declarada a caducidade, caberá ao Poder Concedente:


I - assumir a execução do objeto do contrato, no local e no estado em que se encontrar;
II - ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos emprega-
dos na execução do serviço, necessários à sua continuidade;
III - reter e executar a garantia contratual, para ressarcimento dos prejuízos sofridos pelo Poder
Público;
IV - promover, no caso do inciso V do Artigo 22, atendidas as prescrições legais, a transferência da
execução do serviço a concessionário que assuma as obrigações financeiras;
V - aplicar penalidades.
§ 1.º - Na hipótese prevista neste artigo, o concessionário somente fará jus à indenização corres-
pondente aos bens que reverterem ao Poder Concedente e cujo valor não tenha sido alcançado por
depreciação ou amortização do ativo, descontado o valor dos danos causados e, quando convier,
das obrigações financeiras não satisfeitas.
§ 2.º - Declarada a caducidade, não resultará para o Poder Concedente qualquer espécie de respon-
sabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações e compromissos com terceiros ou emprega-
dos do concessionário.

Artigo 24 - Encampação ou resgate é a rescisão unilateral do contrato, com a imediata retomada do


serviço pelo Poder Concedente, antes do término do prazo da concessão, por motivos de interesse
público ou conveniência administrativa, devidamente justificados.
Parágrafo único - O ato de encampação é privativo do Chefe do Executivo e sua efetivação deve ser
seguida de justa indenização, sendo obrigatória a antecipação de valores provisórios, nos termos
estabelecidos no contrato.

Artigo 25 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa do concessionário, median-
te ação judicial específica, no caso de descumprimento pelo Poder Concedente de obrigações le-
gais, regulamentares ou contratuais, respeitado o direito às indenizações.

Artigo 26 - O término antecipado da concessão, resultante de rescisão amigável, será obrigatoria-


mente precedido de justificação que demonstre o interesse público do distrato, devendo o respec-
tivo instrumento conter regras claras e pormenorizadas sobre a composição patrimonial decorrente
do ajuste.

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CAPÍTULO VIII
Da Intervenção
Artigo 27 - A intervenção será cabível, em caráter excepcional, com o fim exclusivo de assegurar
regularidade e adequação na execução do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas con-
tratuais, regulamentares e legais pertinentes.
§ 1.º - A intervenção far-se-á por ato motivado do Poder Concedente, que conterá a designação do
interventor, o prazo da intervenção, os objetivos e limites da medida.
§ 2.º - Terminado o período de intervenção, que não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta)
dias, o interventor proporá ao Poder Público a devolução do serviço ao concessionário ou a extin-
ção da concessão.
§ 3.º - Caberá intervenção, como medida preliminar à declaração de caducidade, especialmente nos
casos de inadimplemento de obrigações financeiras garantidas na forma dos Artigos 29, 30 e 31
desta lei.

Artigo 28 - Declarada a intervenção, o Poder Concedente deverá, no prazo de quinze dias, instaurar
procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar respon-
sabilidades, assegurado direito de ampla defesa.
§ 1.º - Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamenta-
res ou os princípios da Administração Pública, será declarada a sua invalidade, devendo o serviço
ser imediatamente devolvido ao concessionário, sem prejuízo de seu direito à indenização.
§ 2.º - O procedimento administrativo a que se refere o "caput" deste artigo deverá ser concluído
no prazo de até 90 (noventa) dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção, aplicando-se o
disposto no parágrafo anterior.

CAPITULO IX
Das Garantias de Financiamento e de Desempenho
Artigo 29 - O concessionário poderá oferecer, mediante anuência do Poder Concedente, os créditos
e as receitas a que fizer jus em razão do contrato de concessão, como garantia de financiamento
obtido para investimento nos serviços correspondentes.

Artigo 30 - Poderão ser estabelecidas outras garantias nos contratos de financiamento, mediante
anuência do Poder Concedente, desde que não haja prejuízo à prestação do serviço e que a medida
atenda à lei e aos princípios constitucionais da Administração Pública.

Artigo 31 - O edital de licitação poderá prever a instituição de fundo financeiro ou de seguro-


garantia de obrigação contratual, objetivando assegurar a plena execução do contrato pelas partes.

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CAPÍTULO X
Da Concessão de Obra Pública
Artigo 32 - O disposto nesta lei aplica-se à concessão de obra pública, atendidas suas peculiaridades
e observados os seguintes preceitos:
I - o Poder Concedente poderá, a seu critério, conforme ficar expressamente previsto no contrato
de concessão, autorizar o concessionário a contratar terceiros para a execução parcial dos traba-
lhos de construção, reforma, ampliação ou conservação da obra concedida, bem como exigir-lhe
garantia de desempenho tendo em vista o fiel cumprimento das obrigações assumidas;
II - além da tarifa, o concessionário de obra pública poderá ser remunerado, nos termos previstos
no edital e no contrato, dentre outras fontes, pela renda proveniente de contribuição de melhoria
instituída pelo Poder Público, pela renda derivada da exploração, direta ou indireta, de áreas de
serviço, lazer ou repouso, na faixa de domínio da obra pública ou em zona integrada ao patrimônio
público por desapropriação extensiva ou qualquer outra forma, bem como pela receita decorrente
de projetos associados;
III - no caso de investimento de recursos públicos na obra dada em concessão, o contrato deverá
prever mecanismos que permitam ampla fiscalização de sua adequada utilização.
Parágrafo único - O valor e a forma de pagamento da contribuição de melhoria, a que se refere o
inciso II, serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à Adminis-
tração, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direi-
tos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.

CAPÍTULO XI
Da Permissão de Serviço
Artigo 33 - A permissão de serviço público será formalizada mediante ato apropriado, ao qual se
aplicarão, subsidiariamente, as normas da legislação sobre licitações e contratos e, no que couber,
as disposições desta lei relativas às concessões.

Artigo 34 - A permissão de serviço público somente poderá subsistir enquanto perdurar a situação
de urgência que a tenha justificado.
Parágrafo único - O Poder Concedente poderá, mediante ato justificado e vinculado ao efetivo a-
tendimento do interesse público, revogar a qualquer tempo a permissão, sem que o permissionário
tenha direito a qualquer indenização, vedada, nessa hipótese, a reverão de bens.

CAPÍTULO XII
Disposições Finais
Artigo 35 - Sem prejuízo dos demais meios e instrumentos de controle e fiscalização, ao Poder
Concedente caberá designar comissão especial para realizar auditoria contábil e financeira no con-
cessionário ou permissionário, com o objetivo de apurar qualquer matéria de interesse público,
previamente definida.

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Artigo 36 - O regulamento específico da concessão deverá prever a constituição de uma comissão


de acompanhamento e fiscalização, no prazo de 90 (noventa) dias, com caráter opinativo, compos-
ta por representantes, em igual número, do Poder Legislativo, do Poder Executivo e dos usuários.

Artigo 37 - O Estado, mediante convênios, poderá coordenar com os Municípios a outorga de con-
cessão de serviço ou obra pública de interesse local ou regional.

Artigo 38 - O Poder Executivo submeterá à Assembléia Legislativa, fazendo constar da lei de diretri-
zes orçamentárias as metas e prioridades nos diversos campos da Administração Pública, quanto às
concessões de obras e serviços públicos.

Artigo 39 - Esta lei e suas Disposições Transitórias entrarão em vigor na data de sua publicação.

Disposições Transitórias
Artigo 1.º - A partir da data da publicação desta lei ficam extintas todas as concessões outorgadas
sem licitação, cujos serviços e obras não tenham sido iniciados, ressalvados os casos de dispensa ou
inexigibilidade fundados na legislação então vigente.

Artigo 2.º - Não se aplicam as disposições desta lei às concessões e permissões outorgadas anteri-
ormente à sua vigência. (NR)
- Artigo 2.º com redação dada pela Lei nº 9.056, de 29/12/1994.

Palácio dos Bandeirantes, 8 de maio de 1992.

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PÚBLICO

DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS DO RS

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