Sie sind auf Seite 1von 11

Universidade Federal do Oeste da Bahia

Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa


Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

RESUMO

A descrição a seguir apresenta conceitos de ensaios de tração para obtenção de dados e


análise de aços normal e encruado. Foi utilizada uma máquina de ensaio para obtenção de
resultados. Também realizamos o fenômeno de encruamento para fins de comprovação do
aumento da resistência mecânica do corpo de prova encruado em comparação ao normal, que
foi confirmado por meio dos dados registrados na máquina.

1. INTRODUÇÃO

O papel do aço na indústria tem grandes aplicações. Sua classificação está de acordo com a
porcentagem de carbono que são utilizados em sua composição e assim definindo suas
propriedades mecânicas e os classificando para determinadas aplicações.

Os aços com baixa porcentagem de carbono têm como características a baixa dureza, alta
ductilidade, e boa usinabilidade e sendo facilmente forjados e soldados. E ainda assim, podendo
ser realizados vários tipos de tratamentos para melhoria de suas propriedades e
consequentemente propiciando a aplicação em diversos equipamentos como virabrequins e
engrenagens.

Os vergalhões, apesar de muitos chamarem usualmente de ferro, são feitos de aço. A


principal diferença está nas composições de cada um: o aço é uma liga de ferro-carbono que
contém de 0,008% até aproximadamente 2,0% de carbono. Enquanto no ferro fundido esse teor
é de 2,04 a 6,7%. São comercialmente vendidos em três classes de acordo com a NBR 7480:
CA-25, CA-50 e CA-60. O que determina a classe são suas características mecânicas, como
resistência à tração e ao escoamento.

A curva tensão-deformação é uma descrição gráfica do comportamento de deformação de


um material sob carga de tração uniaxial. A curva é obtida no chamado ensaio de tração.

1.1 Ensaio de tração

O ensaio de tração consiste basicamente em carregar um corpo de prova, submetendo-o a


uma carga de tração crescente até atingir a ruptura. Existem variantes que devem ser
consideradas, pois influenciam neste tipo de ensaio. “Os resultados obtidos com os ensaios são

1
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

influenciados por diversas variáveis como: temperatura, velocidade de deformação, anisotropia


do material, tamanho do grão, porcentagem de impurezas e condições ambientais” (LEMOS et
al., 2013, p. 2142).

Os valores de carga e deslocamento são medidos continuamente ao longo do ensaio e


traçada o comportamento em forma de curva. As máquinas e equipamentos convencionais
utilizados no ensaio de tração podem ser combinadas com equipamentos auxiliares, como
computadores acoplados, que geram a curva de comportamento, tomando os valores de
engenharia tanto para a tensão como para a deformação.

A partir do gráfico obtido através ensaio de tração, podemos calcular o módulo de


elasticidade; limites de proporcionalidade, escoamento em deformação e resistência; tensão de
ruptura; deformação (alongamento); módulos de tenacidade e resiliência; e a estricção;

Módulo de Elasticidade (E): Esta é uma propriedade que corresponde à rigidez do material.
Quanto maior o módulo menor será a deformação elástica. Para determinarmos
experimentalmente esta propriedade utilizamos os dados obtidos através do ensaio de tração, o
módulo de elasticidade dado pela Lei de Hooke:

Δσ
E= ΔL (Equação 1)
100

Limite de proporcionalidade: O ponto de escoamento pode ser determinado como aquele


onde ocorre o afastamento inicial da linearidade da curva Tensão x Deformação, este ponto é
algumas vezes chamado de limite de proporcionalidade, em outras palavras é o ponto limite no
gráfico onde deixa de existir linearidade entre a tensão e a deformação, como mostra a Figura
1:

2
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

Figura 1 - Indicação do limite de proporcionalidade.

Limite de escoamento em deformação: O limite de escoamento em deformação é defino


traçando uma reta paralela a região linear elástica do gráfico Tensão x Deformação, conforme
mostra a Figura 2:

Figura 2 - Indicação da reta que define o limite de escoamento em deformação.

Alongamento: O alongamento, devido a elasticidade do material mesmo depois da ruptura o


material retorna ligeiramente ao comprimento suportado na região plástica, esse retorno é
equivalente a reta paralela a região linear elástica do gráfico Tensão x Deformação no final do
gráfico, como mostra a Figura 3:

3
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

Figura 3 - Alongamento total de um corpo de prova submetido ao ensaio de tração.

Módulo de Tenacidade: O módulo de tenacidade é a quantidade de energia absorvida por


unidade de volume até a fratura. Esse valor corresponde à área total abaixo da curva de Tensão
x Deformação, calculado por um software QtiPlot conforme mostra a Figura 4, Figura 4.1 e
Figura 4.2:

Figura 4 - Seleção da opção “Integrar” no software QtiPlot.

4
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

Figura 4.1 - Seleção da área que deseja obter a integral.

Figura 4.2 - Resultado da área do gráfico pelo método de integração.

Módulo de resiliência: O módulo de resiliência é a energia de deformação por unidade de


volume necessária para tencionar o metal até o final da região elástica. Esse valor corresponde
a área total abaixo do gráfico até o final da região elástica. Calculado semelhante ao modulo de
tenacidade pelo software QtiPlot.

5
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

Estricção (£): É uma medida do estrangulamento da seção. Também pode caracterizar a


ductilidade do material, pois quanto maior for a estricção mais dúctil será o metal. É obtida pela
fórmula:

£ = (A0 – Af) / A0 x 100 (Equação 2)

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Materiais

• Corpos de prova de vergalhão;

• Máquina universal de ensaios e seus complementos;

• Computador conectado a máquina de ensaios para coleta, análise e tratamento dos


dados obtidos;
• Paquímetro e régua.

2.2 Metodologia Aplicada

Foram realizados dois ensaios mecânicos com corpos de prova vergalhão: Ensaio de
tração e Encruamento seguido de Ensaio de tração.

Mensurou-se os corpos de prova afim de verificar as dimensões e áreas. Nos ensaios de


tração, as extremidades dos corpos de prova foram fixadas em garras, onde um destas garras
permanecia fixa e outra submetida a tração, até que ocorra a fratura do material. No processo
de encruamento, o ensaio se deu até o momento em que o CP atingiu-se a região do regime
elástico, com o intuito do aumento da resistência do material. Em seguida foi submetido
novamente ao ensaio, agora até a ruptura.

Ao final do ensaio, conhecendo-se as dimensões dos corpos de prova, as forças aplicadas


junto as deformações, foi-se traçado gráficos e calculados os módulos de elasticidade,
tenacidade e resiliência; limites de proporcionalidade, escoamento em deformação e de
resistência; tensão de ruptura e estricção.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

3.1 Ensaio com aço de diâmetro de 12,17 mm e comprimento de 15,00 cm

Após o ensaio de tração foi obtido resultados conforme mostra o Gráfico 1, onde
seremos capazes de identificar os valores de tensão e deformação assim então poderemos
definir as propriedades mecânicas do material.

Gráfico 1 - Curva Tensão X Deformação.

Após o ensaio o diâmetro se reduziu para 10,78 mm e o comprimento aumentou para


19 cm, tendo uma redução percentual de área em torno de 21,54%.
Analisando o gráfico foi obtido os seguintes resultados, conforme descrito abaixo na
Tabela 1:

Propriedades Mecânicas Resultados (Unidade)


Módulo de Elasticidade 120,42 (GPa)
Limite de Proporcionalidade 307 (MPa)
Limite de Escoamento em Deformação de 0,1% 318 (MPa)
Limite de Escoamento em Deformação de 0,2% 320 (MPa)
Tensão de Ruptura 300 (MPa)
O Alongamento 3,5 % Ou 52 (mm)
Modulo de Tenacidade 1473,01 (MPa√m)
Modulo de Resiliência 38,32 (MPa√m)
Estricção 21,54 %
Tabela 1 – Propriedades mecânicas de aço tipo vergalhão.

7
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

A fratura do material foi do tipo dúctil, representada pelo tipo taça e cone, como mostra
a Figura 5:

Figura 5 -Resultado de fratura obtido após o ensaio de tração, fratura taça e cone.

3.2 Ensaio de tração com encruamento

Após o ensaio de tração foi obtido resultados conforme mostra o Gráfico 2, onde mostra
uma comparação entre o processo de encruamento e o resultado após o processo ser feito.

Gráfico 2 - Curva Tensão X Deformação processo de encruamento.

É possível observar que o encruamento de fato melhorou as propriedades mecânicas dos


metais. Fazendo uma análise do Gráfico 3, que mostra apenas o processo após o encruamento:

8
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

Gráfico 3 - Curva Tensão X Deformação após o encruamento.

E, comparando com os resultados obtidos sem ter feio o tratamento térmico, temos a
seguir na Tabela 2:

Propriedades mecânicas Antes do encruamento Após o encruamento

Módulo de elasticidade 120,42 GPa 143,73 GPa

Limite de proporcionalidade 307 MPa 450 MPa

Tensão de ruptura 300 MPa 436 MPa

Alongamento 3,5 % 2,59 %

Modulo de tenacidade 1473,01 MPa√m 1.252,01 MPa√m

Modulo de resiliência 38,32 MPa√m 80,37 MPa√m

Estricção 21,54 % 24,94 %

Ductibilidade 26,67 % 22,5 %


Tabela 2 – Comparativo das propriedades mecânicas do vergalhão normal e encruado.

O comportamento foi como esperado, após o encruamento o material teve melhoria na


resistência mecânica (aumento do módulo de elasticidade e no limite de proporcionalidade) e
diminuição na sua ductibilidade.

9
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

A diminuição na ductibilidade também pode ser observada na fratura, antes do


encruamento foi observado uma fratura taça cone perfeita, já após o encruamento temos um
comportamento com tendência a um material menos dúctil, como mostra a Figura 6:

Figura 6 - Resultado de fratura obtido após o encruamento.

4. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos dos ensaios mecânicos ocorreram, de certa forma, como era
esperado, tanto a fratura quanto o comportamento gráfico e propriedades mecânicas.
Ao aplicar a teoria na prática verificou-se o aumento da resistência do material e
diminuição da ductilidade devido ao fenômeno do encruamento. A análise foi baseada nos
dados obtidos do ensaio e por meio da observação dos aspectos de fratura dos corpos de prova.
O aprendizado com as técnicas e uso dos ensaios de tração foi de grande importância
para a formação no curso de engenharia mecânica, através do qual já estamos capacitados para
determinados projetos quando solicitados, em termos de propriedades mecânicas e ou atuação
nas empresas para avaliação de lotes tanto na compra quanto na venda de materiais.

10
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Campus Multidisciplinar de Bom Jesus da Lapa
Curso: Engenharia Mecânica
Docente: Prof. Me. André de Mendonça Santos
Discentes: Anderson Silva, Matheus Souza e Thiago Felipe Silva
Componente Curricular: Comportamento Mecânico dos Materiais

5. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Determinação das


Propriedades Mecânicas à Tração, NBR 6152, Brasil,1980.

CALLISTER, William D., Ciência e Engenharia dos materiais: uma introdução, Editora
LTC, São Paulo, Brasil. 2000.

CARNEIRO Junior, Luiz Alberto-Estudo experimental da plasticidade cíclica e fadiga do


aço inoxidável 304L-Tese-28-Nov-2017.
RODRIGUES, José de Anchieta; Propriedades de tração do Nb policristalino dopado com
hidrogênio. Master's Dissertation-2010-09-17.

LEMOS, Guilherme Vieira Braga et al. O efeito da velocidade de deformação no ensaio de


tração em um aço SAE 4340. In: Congresso Anual da ABM (68.: 2013 jul. 30-ago. 2: Belo
Horizonte, MG). Anais [recurso eletrônico].[São Paulo, SP: ABM, 2013]. 2013.

SOUZA, Sérgio Augusto de; Ensaios Mecânicos em materiais metálicos. Editora Edgard
Blucher Ltda, São Paulo, Brasil, 1974

11

Das könnte Ihnen auch gefallen