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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Distinto e dileto Amigo Leitor, nesta presente Lição vamos estudar e atentar
para a “necessidade de se estar preparado para a vinda do Grande Rei”, mesmo
porque ela pode “acontecer a qualquer instante”.
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I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
O outono era a melhor época para estas ditas festas, pois a colheita já tinha
sido feita, a vindima terminara, as mentes estavam livres e os corações em repouso.
Todos os parentes eram convidados, a cidade inteira, todos os amigos e amigos dos
amigos; desta maneira foi que Jesus fora convidado para as Bodas de Caná da
Galileia (Jo 2.2). Na véspera desse grande dia o noivo, acompanhado por seus
amigos, buscava a noiva na casa do pai dela. Uma procissão era reunida e
organizada pelo “amigo do noivo”, que atuava como mestre de cerimônias e que
ficava ao seu lado todo o tempo necessário, se alegrando com ele também (Jo 3.29).
A noiva então era levada em uma liteira, com um véu no rosto e círculos
dourados na testa (Tratado Sotah. 10). Durante esse percurso os convivas cantavam
alegremente canções nupciais (Cantares 3.6). O noivo participava, mas a noiva se
retirava em companhia das amigas, as damas-de-honra (virgens), a um quarto
preparado exclusivamente para ela.
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1. O Reino dos céus será semelhante a dez virgens.
Já se tem dito que a Parábola das Dez Virgens é uma das mais difíceis de
compreender. E, de fato, realmente é. Destarte, nas Sagradas Escrituras,
conhecemos as coisas só em parte: “Porque, em parte, conhecemos, e em parte
profetizamos...” (1 Co 13.9), é o que nos alerta o Apóstolo aos Gentios – Paulo de
Tarso. Contudo, nem por isso deixaremos de esquadrinhar o que as Sagradas
Escrituras nos apresentam; mas, claro, de forma sábia e perspicaz (At 17.11).
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“Igreja”, exceto em Atos dos Apóstolos 19.32,39,41 onde está traduzida por
“ajuntamento”; Ler-se sobre os filhos do Reino, mas nada sobre os filhos da Igreja.
Ora, no nosso ponto de vista, sem querer especular, o que Cristo quis atentar
com esta parábola, como em tantas outras, não foram os seus aspectos individuais
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em si, isto é, comparar pessoas com pessoas, objetos com objetos, etc, do plano
físico, histórico, real com o plano espiritual, celeste, de maneira perfeita, mas sim
apresentar uma ideia ou ensino geral sobre algo específico dentro do aspecto
espiritual, qual seja, através do contexto das histórias explanadas e seus paralelos
gerais nos dar uma orientação moral e, sobretudo, espiritual sobre o seu Reino
como um todo; – no caso em questão, Ele quis advertir a todos os seus fieis
seguidores para estarem sempre preparados, vigilantes, alertas espiritualmente,
quando do seu regresso para buscar a sua Igreja (Mt 5.13), e para tanto, se utilizou
da figura das dez virgens, de um típico casamento judeu, que teriam de estarem
sempre atentas ao chamado repentino, para este particular. Portanto, os
personagens internos das parábolas nem sempre são em si correspondentes aos
personagens escatológicos.
Outro aspecto dessa prudência diz respeito a nossa vida santa de viver: “Mas,
como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver”. Eis portanto a vida prudente de viver.
O mesmo versículo que diz que cinco virgens eram prudentes descreve que
cinco eram loucas, insensatas, imprudentes.
Que triste e drástico contraste. Mas loucas por quê? O versículo três nos dá a
resposta: “Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo”.
Cabe aqui ressaltar que existem vários sentidos na bíblia para esta palavra “louco”.
Por exemplo: loucura espiritual. Em provérbios 24. 30, assim está escrito: “Passei
junto ao campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento”.
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Fazendo uma aplicação das verdades literais do Antigo Testamento às
verdades aplicáveis espiritualmente do Novo Testamento, temos que o louco, no
sentido bíblico, é o homem preguiçoso quanto às coisas sagradas, espirituais e
eternas. A bíblia diz que quem ganha almas é sábio: “O fruto do justo é árvore de
vida; e o que ganha almas sábio é”. (Pv 11.30). Logo, o preguiçoso espiritualmente
não pode ser; ele é insensato.
Louco foi também o homem que supôs que a vida consistia na abundância
daquilo que possuía (Lc 12. 13-21).
Louco, fora aquele que edificou a sua casa sobre a areia (Mt 7.26,27): “(v.26)
Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será
comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. (v.27) E
desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto
contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda”.
Louco fora aquele jovem rico que amando mais os seus bens materiais, saiu
da presença do Mestre – triste! (Mt 19. 16-22).
Semelhantemente, era também “a casa” das cinco virgens loucas. Uma casa
sem alicerces, sem consistência, sem vida, sem bens espirituais. Que possamos ter
uma vida sábia, abundante, próspera na presença do Senhor e uma vida exemplar
cristã responsável diante dos homens!
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Ora as flechas do inimigo escorregavam, as suas estocadas não prevaleciam
de encontro a um escudo untado com azeite. (Is 21.5; 2 Sm 1.21; Jó 15.26).
Mas eis uma das aplicações mais importantes do azeite: com ele se
preparava o unguento, com que eram ungidas certas personalidades em todo Israel.
Nos tempos do Antigo Testamento eram três as personalidades ungidas para os
seus respectivos ministérios: O Sumo Sacerdote (Lv 8.12; Sl 133); O Rei (1 Sm 10.1;
16.13) e O Profeta (1 Rs 19.16).
Infelizmente, o pecado tem complicado a vida humana de maneira desastrosa
e distanciados muitos da presença de Deus. Por causa da queda, o entendimento foi
entenebrecido (Ef 4.18); a vontade humana perverteu-se (Jo 3. 19) e o sentimento
perdeu a paz (Rm 7.24).
Ora as virgens tinham consigo tudo quanto era indispensável para as bodas,
como já frisamos, mas faltava-lhes o principal – o azeite! Sem azeite a lâmpada não
podia arder, muito menos alumia ou clarear. Nas Sagradas Escrituras a própria
Palavra é comparada a uma lâmpada, a uma luz: “Lâmpada para os meus pés é a
tua palavra, e luz para o meu caminho”. (Sl 119. 105). Sem a Palavra de Deus para
nos guiar seremos quais as virgens insensatas.
O azeite pode também ser comparado à prática do amor. Em 1 Co 13.3,
Paulo escreve: “E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos
pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse
amor, nada disso me aproveitaria”. Este amor foi derramando em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.5).
Portanto, o azeite é-nos necessário para que a nossa luz brilhe diante dos
homens, “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mt 5.16).
Infelizmente, foi exatamente aqui que as dez virgens insensatas falharam.
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4. A chegada do noivo.
Portanto, sob esta ótica, também vivemos neste Reino, logo, afirmam alguns
estudiosos, que os primeiros anos da vida de um novo convertido ao Senhor seriam
como os tempos de núpcias. Todos se sentiam alegres, o primeiro amor era
abundante, as orações eram contínuas e a leitura da Palavra de Deus era diuturna;
a pregação do evangelho era com fervor e temor, as vigílias de oração eram
fervorosas; os louvores tinham letras de cunho bíblico e exaltavam a figura de Cristo,
cujos temas centrais tinham respaldo bíblico; as pregações eram centradas na
pessoa de Jesus e nunca em outras pessoas, etc. Mas, Reino que segue. Estamos
em dias trabalhosos, dias difíceis como disse Jesus.
Logo, mil anos são como uma vigília, outros mil anos duas vigílias. Neste
sentido, alguns estudiosos, seguindo o pensamento escatológico Pré-Tribulacionista,
em que a Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação, ou a Ira Vindoura ou
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futura (Lc 3.7; 1 Ts 1.10; 5.9; Ap 6. 16, 17), afirmam que de Cristo para cá, dois mil
anos se foram, duas vigílias se passaram – portanto estaríamos justamente no limiar
da meia-noite desde o início do Reino de Cristo aqui na terra, assim se depreende
que Cristo viria em nossa época, que o Arrebatamento da Igreja se dará antes da
Grande Tribulação, como já dito.
É certo, não sabemos quando, nem o dia, nem a hora, nada (Mt 25.13): será
repentina a vinda de Cristo! Mas por esta lógica bíblico-escatológica, será nesta
época em que estamos vivendo, no tempo da Igreja, até a plenitude dos gentios se
completar (Rm 11.25). Pode ser hoje, amanhã, daqui a outros mil anos, não
sabemos ao certo, mas será a meia-noite; mais uma vez deve-se frisar, esta meia-
noite corresponde ao tempo do início do fim escatológico, desde os idos do tempo
em que Cristo viveu, cresceu aqui na terra; morreu e depois ressuscitou até o nosso
tempo, o princípio das dores, os últimos dias (2Tm 3.1), isto é, até o Arrebatamento
da Igreja. Este é o tema que justamente veremos agora.
Este evento glorioso – de forma geral, pois os estudiosos neste tema dividem-
na em 1ª fase, para a Igreja (vivos transformados e mortos ressuscitados); 2ª fase,
para Israel, as Nações e o mundo – tem grande relevância entre os salvos em Cristo
Jesus, pois significa o cumprimento das profecias bíblicas, e a eterna esperança da
Igreja, confirmadas:
1ª Parousia. Ipsis verbi quer dizer “presença”, “chegada rápida”, “visita”. Esta
palavra é a mais frequentemente utilizada nas Sagradas Escrituras para
descrever o retorno de Cristo, ocorrendo 24 vezes. Seu sentido é mais amplo,
geral, podendo referir-se tanto à vinda de Cristo para a Igreja como para o
mundo, logo, refere-se a volta pessoal de Cristo à terra (1 Co 15.23; 1 Ts
4.15; 5.23; 2 Ts 2.1; Tg 5. 7,8; 2 Pe 3.4).
Cumpre aqui dizer que a Vinda de Jesus Cristo foi profetizada no Velho
Testamento 1527 vezes, e no Novo Testamento 318 vezes. Toda a Bíblia,
indubitavelmente, mostra sobre a vinda de Cristo.
Os Evangelhos: ensinam.
As Epístolas: explicam.
O apocalipse: descreve.
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3. Quando se dará o arrebatamento.
A título de conhecimento temos que na primeira fase, Cristo virá para os seus
– a Igreja (1 Ts 4. 16,17); Será uma surpresa, pois virá secretamente para aqueles
que o aguardam (Mt 24. 39-41), sendo oculto para o mundo (1 Ts 5. 2-4); Virá
rapidamente (Mt 24.27); Será semelhante a um ladrão em sua aparição (2 Pe 3.10);
Terá lugar nos ares (1 Ts 4. 17); Ocorrerá antes da Grande Tribulação ( 1 Ts 1.10;
5.9).
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III – UMA VINDA CHEIA DO ESPÍRITO E DE SANTIDADE
1. Prontidão e santificação.
Em Efésios 5.18, assim está escrito: “E não vos embriagueis com vinho, em
que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”.
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3. Andando em santidade para com todos (Rm 8.14).
Um dos mais importantes privilégios é ser guiados pelo Espírito Santo (Gl 4.
5, 6). Sua presença em nosso interior nos faz lembrar quem somos e nos encoraja
com o amor de Deus a vivermos de forma santa, sóbria e sensata para com todos ao
nosso redor.
CONCLUSÃO
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