Sie sind auf Seite 1von 62

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional


Home Page: www.crc.org.br E-mail: cursos@crcrj.org.br

CRC- RJ
DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL

APOSTILA

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR

IGREJAS

Antonio Luiz Costa Soares


E-mail: antonioluizcontabilidade@gmail.com

Rio de Janeiro
Setembro – 2014

1
SUMÁRIO
UNIDADE I – Administração Financeira

Introdução …............................................................................................................................................................................. 04
Comprovantes contábeis revestidos de formalidades legais …................................................................................................ 05
Recibos – Definição …............................................................................................................................................................. 05
Recibos por Serviços Prestados …........................................................................................................................................... 05
O que considerar nos documentos …....................................................................................................................................... 05
Tempo de guarda dos documentos contábeis (período prescricional) …................................................................................. 06
Documentos a manusear no CAIXA …................................................................................................................................... 06
Ingresso de Caixa – Recebimentos …...................................................................................................................................... 06
Desembolsos com cheques – Documentos ….......................................................................................................................... 07
Documentos a manusear no BANCO …................................................................................................................................. 07
Bancos – Normas de controle internos …................................................................................................................................ 07
Abertura de conta bancária ….................................................................................................................................................. 07
Transações com cheques recebidos pela Igreja …................................................................................................................... 07
Dicas especiais nas transações bancárias …............................................................................................................................. 08
Cópia de cheque – modelo …................................................................................................................................................... 09
Fundo Rotativo ........................................................................................................................................ 09
Vale Despesas …...................................................................................................................................................................... 09

UNIDADE II – Fraudes Contábeis


A atração e facilidade do dinheiro …....................................................................................................................................... 10
Proteção contra a fraude no Caixa …....................................................................................................................................... 10
Conciliação Bancária …........................................................................................................................................................... 10

UNIDADE III – Introdução à metodologia da Contabilidade


Aplicação da Contabilidade às Igrejas …................................................................................................................................. 11
Estatuto – Definição …............................................................................................................................................................ 11
Igrejas – Definição …............................................................................................................................................................. 11
Sem finalidade de Lucros ….................................................................................................................................................... 11
Objetivos Sociais …................................................................................................................................................................. 11
Estatuto / Finalidades …........................................................................................................................................................... 12
Contabilidade – Definição …................................................................................................................................................... 13
Objetivo da Contabilidade …................................................................................................................................................... 13
Finalidade da Contabilidade …................................................................................................................................................ 13
Configurações do Patrimônio ….............................................................................................................................................. 13
Representação Gráfica …......................................................................................................................................................... 13
Princípios e fundamentos da Contabilidade …........................................................................................................................ 14
Patrimônio das Igrejas …......................................................................................................................................................... 15
Plano de Contas …................................................................................................................................................................... 15
Função da contas básicas …..................................................................................................................................................... 18
Igrejas – Tributação das atividades imunes …......................................................................................................................... 20

2
UNIDADE IV – Balanço de Abertura
Introdução …............................................................................................................................................................................ 22
Tipos de Balanço de Abertura …............................................................................................................................................. 22
Escrituração Contábil ….......................................................................................................................................................... 22

UNIDADE V – Técnicas Contábeis

Dados principais referente a Igreja …...................................................................................................................................... 23


Lançamentos Contábeis – Prática …........................................................................................................................................ 23
Monografia ….......................................................................................................................................................................... 24
Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1 ….............................................................................................................. 30
Razonetes …............................................................................................................................................................................. 31
1° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 34
Encerramento das Contas de Resultado …............................................................................................................................... 35
2° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 36

UNIDADE VI – Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial …............................................................................................................................................................ 37


Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício............................................................................................................... 39
Demonstração das Mutações do Patrimônio Social …............................................................................................................ 40
Demonstração dos Fluxos de Caixa …..................................................................................................................................... 41
Notas Explicativas …............................................................................................................................................................... 42
Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis …................................................................................................................ 43
Referências ….......................................................................................................................................................................... 44

ANEXOS/ ARTIGOS

Imposto de Renda – Igrejas e Pastores (I) ….............................….......................................................................................... 46


As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil. ….................................................................................................................... 47
Novos tempos, novos templos, novos desafios. …................................................................................................................. 48
Igrejas e a Obrigação de entregar o SPED Contábil................................................................................................................ 49
Quais os riscos de manter empregados sem carteira assinada?................................................................................................ 50
Ações Trabalhistas- Aprenda como evitar esse prejuízo.......................................................................................................... 51
Fraudes contra o Imposto de Renda na Declaração Pessoa Física do Pastor.......................................................................... 52/54
Isenção da Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndio - Decreto …....................................................................................... 55/56
Aprovada isenção no pagamento da taxa de incêndio a Igrejas e Templos............................................................................. 57
IPTU ….................................................................................................................................................................................... 58
A segurança dos fiéis nas Igrejas e Organizações Religiosas …............................................................................................. 59
Reflexão................................................................................................................................................................................... 60
Percentuais de Encargos Previdenciários e de terceiros para Igrejas ….................................................................................. 61

3
UNIDADE I – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

INTRODUÇÃO

O motivo que nos levou a desenvolver esta APOSTILA, foi o fato de conviver diariamente com
exigências pertinentes à Constituição, Emendas, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas
Provisórias, Resoluções do Senado, Decretos Legislativos, Resoluções, Tratados Internacionais,
etc. e outros ordenamentos jurídicos que de certa forma, também recaem sobre as IGREJAS.
De acordo com as inovações trazidas pelo Código Civil conforme especificado em seu artigo
1179, que diz: "O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de
Contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em
correspondência com a documentação respectiva e apurar anualmente o Balanço
Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme
previsto também na NBC IG 26 ou na Seção 3 da NBC IG 1000, quando aplicável”.

Destacamos, alertamos e orientamos que as IGREJAS ou qualquer outra organização religiosa,


deverá contratar os serviços de Contabilidade de profissionais devidamente habilitados.
De acordo também com o artigo 1182 C.C, que diz: " Os registros contábeis deverão ser
realizados no Livro Diário, a emissão de relatórios, peças, análises, mapas e demonstrações
contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva do contador ou técnico em
contabilidade, legalmente habilitado, completando-se com as assinaturas do Contabilista e do
titular ou representante legal da Igreja".(GRIFO NOSSO)

Conclusão: A Igreja para fins legais e equipara-se a empresa.


Isto esta claro pela redação da NBCT 21 - Das formalidades da escrituração contábil, que
esclarece o seguinte: “O Livro Diário é uma exigência obrigatória para a escrituração contábil das
Empresas e seu registro competente, é condição legal e fiscal como elemento de prova.”

4
COMPROVANTES CONTÁBEIS REVESTIDOS DE FORMALIDADES
LEGAIS
Originais

•Notas Fiscais de Compras (DANFE - Nota Fiscal Eletrônica e D1);


•Cupom Fiscal com mercadorias detalhadas
•Recibos

RECIBOS - DEFINIÇÃO
Recibos
Definição: É um documento pelo qual quem o assina declara que recebeu alguma coisa,seja dinheiro,seja
um objeto qualquer. Os recibos deverão ser de redação fácil e simples.

RECIBO POR SERVIÇOS PRESTADOS (MODELO)

Modelo
Recibo por Serviços Prestados
Recebi da IGREJA ____________________________________________________
a importância de R$____________(_______________________________________)
referente a ___________________________________________________________
Rio de Janeiro______de___________________de 201________________________
Assinatura (o):________________________________________________________
Nome:_______________________________________________________________
Endereço:____________________________________________________________
Identidade:_______________________Emissor:___________CPF:______________

O QUE CONSIDERAR NOS DOCUMENTOS


Todo fato registrado deve estar habilmente documentado

Na comprovação dos documentos deve-se considerar:


•Se está em nome da Igreja;
•Se a data é compatível com o mês em exercício;
•Se o comprovante atende as exigências fiscais;
•Original ou cópia;
•Se está devidamente aprovado e de acordo com a política da Igreja;
•Se o documento apresentado e coerente com a transação efetuada.
Exemplo: Uma nota fiscal dificilmente comprovará a aquisição de um terreno.

5
TEMPO DE GUARDA DOS DOCUMENTOS CONTÁBEIS
(PERÍODO PRESCRICIONAL)
•Guias de recolhimentos de tributos:
Documento Período
IPTU, IRRF, PIS 05 anos
INSS 10 anos
FGTS 30 anos
Folha de Pagamento Recomenda-se 35 anos
Recibos de Proventos Pastorais Recomenda-se 35 anos
Comprovantes de receitas e despesas não relacionadas Acima de 05 anos
Notas Fiscais de Bens do Ativo Imobilizado. Enquanto o bem permanecer como propriedade da Igreja, ainda que
totalmente obsoleto ou depreciado

DOCUMENTOS A MANUSEAR NO CAIXA


No exame das disponibilidades de Caixa o Contador deverá certificar-se:
•As entradas correspondem à normalidade do movimento
•Se as saídas estão suficientemente alicerçadas em comprovantes idôneos e legais.

INGRESSOS DE CAIXA – RECEBIMENTOS


Sugerimos a seguinte planilha como instrumento de controle das entradas de dinheiro na Igreja.

DOCUMENTO DE RECEBIMENTOS
Recebemos a importância de R$
referente aos seguintes finalidades:

CONTA HISTÓRICO VALOR


01 Dízimos
02 Contribuições Regulares
03 Missões Mundiais
04 Missões Nacionais
05 Missões Urbanas
06 Construção
07 Assistência Social
08 Cantina
09
10
11
Total
Comissão de Contagem de Numerário: Rio de Janeiro, ____de_________de________

Tesoureiro

6
1ª Via (Amarela) – Contabilidade; 2ª Via (verde) – Comissão de Contagem e 3ª Via (Branca) – Cópia fixa do Bloco.

DESEMBOLSOS COM CHEQUES - DOCUMENTOS

Desembolsos com Cheques Documentos

Compras Realizadas Notas Fiscais e /ou Duplicatas originais quitadas

Prestações Recibo ou Boleto quitado

Aluguéis, Água, Energia Elétrica e Telefone Recibos e Contas Pagas

Salários e Ordenados Contra Cheques

Mão de Obra Recibo de Pagamentos a Autônomos (RPA)

Impostos,Taxas,GPS,FGTS Guias de Recolhimentos quitados

DOCUMENTOS A MANUSEAR NO BANCO

DOCUMENTOS ENTRADAS
Depósitos Bancários Documento de Recebimentos

DOCUMENTOS SAÍDAS
Notas Fiscais e Recibos Pagos Cheque Nominal

FUNDO ROTATIVO LIMITE R$1.0000,00

CHEQUE NOMINAL ACIMA DE R$ 100,00

BANCOS: NORMAS DE CONTROLE INTERNO

O Tesoureiro deverá guardar em casa o mínimo necessário para as pequenas despesas. O restante do
dinheiro deverá ficar depositado em Bancos.
O sistema de Controle Interno de Bancos deve abranger principalmente os seguintes pontos de controle:
Caixa, depósitos bancários, emissões e cópias de cheques, registros contábeis e extratos bancários.

ABERTURA DE CONTA BANCÁRIA

Evitar que a conta(s) bancária(s) da Igreja seja movimentada em contas particulares do pastor, diácono,
associado ou tesoureiro, por mais conceituado que seja. Abertura de conta bancária somente em nome
da Igreja.

TRANSAÇÕES COM CHEQUES RECEBIDOS PELA IGREJA

Podem ser dos seguintes tipos: ao portador, nominativo a Igreja, repassados por associados ou pré-
datados. Todos os cheques citados deverão ser depositados em nome da IGREJA.

7
DICAS ESPECIAIS NAS TRANSAÇÕES BANCÁRIAS
•Todo cheque emitido deverá ser acostado a cópia de cheque identificando a transação efetuada. A cópia de cheque
deverá ser nominal e conter a data, o valor da transação, o número do cheque, a utilização do pagamento realizado e
assinaturas;
•Os cheques deverão ser assinados com pelo menos duas assinaturas;
•Deverá existir limite para pagamento em dinheiro. Acima dele, os pagamentos só deverão ser realizados por meio
de cheques;
•Quando receber um cheque ao portador, transforme-o imediatamente em cheque nominal a Igreja;
•Cruze, de imediato, (se não vier cruzado), qualquer tipo de cheque;
•Coloque de imediato, no verso, o n° do banco, agência e conta onde o cheque deve ser obrigatoriamente
depositado;
•No caso de cheques pré-datados, grampear, de imediato, uma papeleta com os dizeres: “bom para o dia
( ___/___/___ ). É permitido escrever esses dizeres no próprio cheque;
•No caso de cheques de terceiros, recebidos de associados, o associado que repassou o cheque, deve colocar seu
nome legível e telefone no verso do cheque;
•Cuidado especial com cheques pré-datados. Se tais cheques forem depositados antes da data nele transcrita,
mesmo assim, o banco pagará. Se não houver fundo, o cheque será devolvido causando dano moral para o emitente
e constrangimento para Igreja. São inúmeros os casos de ações na Justiça bem sucedidas, por danos morais em
acontecimentos desse tipo;
•Depositar na 2ª feira, todos os cheques (exceto os pré-datados);
•Ocorrendo a devolução de cheques por insuficiência de fundos ou outros motivos, comunicar-se com o emitente,
antes de reapresentá-lo;
•Relacionar todos os cheques a serem depositados; da relação deverá constar: os números dos bancos, agência e
conta, valor e nome do correntista;
•Ao receber talão de cheques no estabelecimento bancário, verificar na presença do funcionário a numeração, a fim
de ver se no talão não faltam cheques;
•Ao cancelar um cheque, recorte o número e cole no canhoto. Se o cheque já estiver sido assinado, recortar a
assinatura e devolvê-la a quem assinou;
•Os talões de cheques devem ser guardados com a mesma segurança com que se guarda dinheiro em espécie;
•No caso de extravio de talões de cheques e de cheques emitidos a favor da Igreja, o banco deve ser comunicado de
imediato, por telefone, e logo em seguida o banco deve ser comunicado através de carta;
•Exija que a carta seja protocolada. O associado que emitir o cheque também deve ser avisado para fazer sustar
junto ao seu banco o pagamento do cheque. dependendo da situação registrar queixa na delegacia.
•Fazer mensalmente conciliações bancárias;
•É também de excelente controle que quem assina o cheque não deve ter acesso ao talão e quem preenche o cheque
não deve ter autorização para assiná-lo;
•Não se deve deixar cheque em branco assinado, nem por um e nem pelos dois emitentes quando se exigir duas
assinaturas;
•Esta prática também deve ser evitada: Aquisição de produtos para Igreja, mediante cartão de crédito de uso pessoal
do pastor, associado ou do próprio tesoureiro.
•Na hora de fechar a conta não basta parar de usar a conta corrente para que ela seja encerrada. Segundo a
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Igreja (Grifo Nosso)que quiser fechar sua conta deve fazer a
solicitação por escrito. O Banco deve emitir um protocolo e um demonstrativo das obrigações que a Igreja deverá
cumprir para encerrar a conta. A partir daí, as tarifas de pacotes de serviços deixam de ser cobradas e o banco
tem 30 dias para fechar a conta. Atenção: a conta não poderá ser encerrada em quanto existir saldo devedor.
“ É importante que, ao encerrar a conta, a Igreja tenha crédito suficiente para pagar
todos os compromissos assumidos com o banco, como cheques pré-datados e débitos
automáticos”, diz Gustavo Marrone, diretor de Autorregulação da FEBRABAN.

8
CÓPIA DE CHEQUE- MODELO

FUNDO ROTATIVO
As Igrejas, por questões de controles internos, não devem utilizar a conta CAIXA, devendo depositar
integralmente os valores recebidos (dízimos e ofertas ).
Dessa forma, não existirão transações em dinheiro. Entretanto, as Igrejas necessitam manter uma
determinada quantia em seu poder, para atender a pequenas despesas, tais como: condução, selos, lanches,
papelaria, material de escritório de pequeno valor, etc.
Para tanto, estabelece uma determinada importância de dinheiro que é entregue a um associado que ficará
responsável, sendo todos os pagamentos de pequena monta pagos em espécie (dinheiro) e realizados
através desse fundo.
A quantia geralmente tem um valor fixo e quando todos os pagamentos atingem a uma determinada
importância, o valor gasto é reembolsado ao associado responsável pela quantia gasta. Assim a qualquer
momento o responsável pelo valor numerário deve ter em seu poder o valor que lhe foi entregue, podendo
ser composto tanto por dinheiro em espécie quanto por comprovantes de despesas efetuadas.
Periodicamente os comprovantes são entregues a Igreja e o valor correspondente as despesas realizadas é
reembolsado ao responsável pelo fundo fixo.

VALE DESPESAS – MODELO

9
UNIDADE II
FRAUDES CONTÁBEIS
A ATRAÇÃO E FACILIDADE DO DINHEIRO.
Tenho observado que a maior parte do extravio de dinheiro, nas Igrejas, ocorrem no MOVIMENTO DE
CAIXA.
O acesso ao dinheiro provoca a atração por subtraí-lo ainda que, com o desejo de repor posteriormente e
que geralmente não acontece.
O fato é que tem sido milenar a preocupação do controle do dinheiro.

PROTEÇÃO CONTRA A FRAUDE NO CAIXA


Procurando evitar o extravio de dinheiro, as Igrejas devem adotar o critério de:
•Depositar integralmente, todo dinheiro que recebem;
•Realizar todos os pagamentos através de cheques nominativos e cruzados.
•Criar, então um fundo fixo ou caixa pequena, com um “valor fixo” e menor, aproximadamente R$
1.000,00, por exemplo, para atender aos pagamentos que não tornam viáveis a emissão de cheques.
O suprimento do Fundo Rotativo feita pelo Tesoureiro sempre no mesmo valor mediante uma prestação de
contas, no qual o responsável pelo fundo rotativo apresenta:
•Resumo dos pagamentos;
•Os comprovantes dos pagamentos;
•O saldo que ficou em dinheiro e que é, então, devolvido ou depositado (essa é a melhor opção).

Movimento de Caixa

Recebimentos Pagamentos

Somente por Cheques


Depositar Integral nominativos e Cruzados ou via
Internet Bank

Fundo Rotativo

Pequenos Pagamentos

CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

MOVIMENTO BANCÁRIO X EXTRATOS BANCÁRIOS


Pelo menos mensalmente, devem ser reconciliados os saldos das contas bancárias com extratos resumidos.
A reconciliação deve ser feita por funcionário não implicado no processo de movimento de Caixa e de
escrituração do movimento financeiro.
As providências tomadas para regularizar as divergências devem ser anotadas na reconciliação.
Qualquer ajuste que implique despesa para a Igreja deve ser avisado ao Presidente e a Assembléia.
Pendências mais antigas deve ser objeto de análise mais apurada.

10
UNIDADE III
INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA CONTABILIDADE
APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ÀS IGREJAS

1.A Constituição ocorre sobre a exigência de três requisitos a saber:

•A manifestação de vontade;
•A formação de acordo com a Lei;
•Que os propósitos sejam lícitos.

Assim quando duas ou mais pessoas reunem esforços ou recursos financeiros com uma finalidade comum
de – CULTUAR A DEUS – mediante um acordo e para fins não econômicos.
Entidades dessa natureza são denominadas de ASSOCIAÇÕES, neste caso às IGREJAS.
Para ganhar reconhecimento jurídico é necessário registrarem seus Estatutos em um Cartório de Registro
Civil de Pessoas Jurídicas.
Destaco, que é através do Estatuto registrado que a Igreja se torna Pessoa Jurídica de Direito Privado,
sendo necessário o seu cadastro junto a Receita Federal para inscrição no CNPJ – CADASTRO
NACIONAL DE PESSOAS JURÍDICAS.

ESTATUTO – DEFINIÇÃO
É o documento fundamental constituído de um grupo de pessoas, onde se fixam direitos e obrigações em
relação a Associação a que o Estatuto se refere.
É também o conjunto de normas e princípios que estabelecem e determinam a estrutura e a organização de
como a Igreja será conduzida.

IGREJAS – DEFINIÇÃO
São pessoas jurídicas de Direito Privado (Associações), formadas pela união de pessoas com o propósito
de realizarem fins não econômicos.
Destacamos que não precisa contar com PATRIMÔNIO PRÉVIO.

SEM FINALIDADE DE LUCROS


A Igreja não distribui entre seus dirigentes, empregados ou associados, eventuais excedentes operacionais
(superávit auferido), dividendos, bonificações ou participação do seu Patrimônio, auferido mediante o
exercício de suas atividades e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
Destaco, que as Igrejas são parte importante da Economia moderna.
Embora não visem LUCRO, elas precisam de serviços de todos os tipos e pagam por eles, certamente.
É um excelente campo para os profissionais de Contabilidade, visto que nos dias de hoje elas estão
profissionalizando suas estruturas administrativas e seus controles internos.

OBJETIVOS SOCIAIS

A Igreja existe para as seguintes finalidades:

a) Reunir-se regularmente para culto de adoração a DEUS, estudo da Bíblia e a pregação do Evangelho.

b) Promover, por todos os meios e modos a seu alcance, o estabelecimento do Reino de DEUS, na terra,
coordenando com as demais Igrejas nessa missão.

11
Estatuto

FINALIDADES

Capítulo I – Da denominação, natureza, sede e fins

Igreja Batista

A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões, e não está sujeita a


qualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, que não seja por ela reconhecida na forma
deste Estatuto, reconhecendo apena como único cabeça e suprema autoridade somente a JESUS CRISTO,
o filho de DEUS. Reconhece também a Bíblia como único livro escrito por homens divinamente
inspirados, adotando-a como regra de fé e prática para os associados e em matéria de culto e disciplina,
conduta, ordem, fé e prática do Novo Testamento, reconhecendo e respeitando as autoridades constituídas
na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.

Igreja Assembléia de Deus

A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita a


qualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade de
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendo
e respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.
Parágrafo Único: A Igreja aceita como fiel interpretação bíblica o documento denominado “Declaração
Doutrinaria da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil”, adotada pela Convenção das
Assembleias de Deus.

Outras Denominações

A Igreja _________________________ é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita a


qualquer outra Igreja, Convenção ou autoridade eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade do
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendo
e respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.

12
CONTABILIDADE – DEFINIÇÃO
Abaixo transcrevemos conceitos emitidos por renomados autores para definir ou conceituar Contabilidade.

“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle, de registros à Administração
Econômica”.
(I Congresso de Contabilistas 1924, Conceito Oficial)

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da
empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo,
o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para maioria das empresas”.
(Marion José Carlos. Contabilidade Básica – 7º Ed. - SP – ED. Atlas 2007.)

OBJETIVO DA CONTABILIDADE
Estudo do Patrimônio
FINALIDADE DA CONTABILIDADE
E assegurar o adequado controle da Patrimônio e fornecer INFORMAÇÕES sobre suas composições e
variações, para orientar os múltiplos usuários na tomada de decisão.

CONFIGURAÇÕES DO PATRIMÔNIO
1.Patrimônio – é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa jurídica ou física
avaliados em moeda.
2.Patrimônio Líquido – é a diferença entre a soma dos valores dos bens e direitos menos as obrigações
(dívidas).
Em Contabilidade os Bens e os Direitos são classificados no ATIVO, e as Obrigações, incluindo o
Patrimônio Líquido, no PASSIVO.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Bens R$ 80.000 Obrigações R$ 30.000
Direitos R$ 20.000 Patrimônio Líquido
Fundo Patrimonial R$ 60.000
Resultado do Exercício
(+) SUPERÁVIT do Exercício R$ 10.000
(-) DÉFICIT do Exercício
TOTAL R$ 100.000 TOTAL R$ 100.000

Com base nos dados anteriores, informe:


1. O valor do Patrimônio Líquido
2. O valor do Capital de Terceiros
3. O valor do Capital Próprio
4. As Aplicações de Recursos
5. As Origens dos Recursos

13
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE

Resolução CFC nº 1.409/12


Aprova a ITG 2012 – Entidade Sem Finalidade de Lucros.

O CFC, no exercício de suas atribuições legais e regulamentais e com fundamento no disposto na alínea
“f” do art. 6 do Decreto - Lei nº 9.295, alterado pela Lei nº 12.249/10,
RESOLVE:
Art.1º Aprovar a Interpretação ITG 2012 – Entidade sem Finalidade de Lucros.

Art.2º Revogar as Resoluções CFC nº 837/99, 838/99, 852/99, 877/00, 926/01 e 966/03, publicadas no
D.O.U., de 02/03/99, 25/08/99, 20/04/00, 03/01/02 e 04/06/2003

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos exercícios iniciados a
partir de 1º de Janeiro de 2012.
Brasília, 21 de setembro de 2012.
Contador Juares Domingues Carneiro
Presidente

Apresentação de forma resumida e para efeito didático:

OBJETIVO
Esta interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das
transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações
mínimas a serem divulgadas em notas explicativas da entidade sem finalidade de lucros.

ALCANCE
2. A entidade sem finalidade de lucros pode ser constituída sob a natureza de fundação de direito
privado, associação, organização social, organização religiosa, partido político e entidade sindical.
3. Esta interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros,
especialmente entidades imune, isenta de impostos e contribuições para a seguridade social, beneficente
de assistência social e atendimento aos ministérios que, direta ou indiretamente tem relação com entidades
sem finalidade de lucro.

RECONHECIMENTO
4. As receitas e despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o regime contábil de competência.
5. Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit e déficit, de forma
segregada, identificadas por tipos de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demais
atividades.
6. O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social.

14
PATRIMÔNIO DAS IGREJAS
Penetrar nos mecanismos da gestão e da Contabilidade para Igrejas significa antes de mais nada conhecer
realidade na qual ela funciona, isto é, analisar a Igreja em suas etapas administrativas fundamentais para
tornar possível, correta e dinâmica o funcionamento da Contabilidade.
Uma Igreja necessita de reunir recursos financeiros, isto é , dinheiro ou bens que lhe permitam instalar-
se e desenvolver suas atividades.
O Capital Inicial é formado pelos recursos financeiros trazidos pelos associados, sob a forma de dízimos
e ofertas para constituição da Igreja e seus acréscimos posteriores formam os Recursos Próprios.
No entanto, nem sempre os recursos são suficientes para dar andamento as suas atividades sociais, sendo
comum valer-se de recursos de terceiros.
Estes são valores em poder da Igreja ou que ela recebe de terceiros, mas terá de pagar. Exemplo: material
de construção adquiridos a prazo, financiamentos mediante empréstimos bancários, etc.
O Patrimônio da Igreja é autônomo e não se confunde com o patrimônio do pastor-presidente,
pastores auxiliares, membros da diretoria e associados no caso de Pessoa Jurídica.
O Patrimônio Social pertence a Igreja.
A confusão patrimonial (PJ x PF), pode ser entendida junto a Receita Federal do Brasil, como distribuição
de vantagens, ou seja, a utilização do dinheiro em benefício próprio.
Cabe a Contabilidade alertar, separar e controlar a aplicação desses recursos de maneira que tornem
possível o funcionamento de uma Igreja.
O objeto da Contabilidade proposto nesta APOSTILA é o Patrimônio das Igrejas. Através de
relatórios financeiros preparados pela Contabilidade.
Ao final de cada Exercício Social (1 ano), a Igreja é obrigada a elaborar, com base na sua escrituração
contábil, as suas Demonstração Contábeis, as quais deverão exprimir com clareza a situação do
Patrimônio e as Mutações ocorridas no Exercício Social.
Tais demonstrações são as seguintes:

•Balanço Patrimonial;
•Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício;
•Demonstração das Mutações do Patrimônio Social (DMPS);
•Demonstração do Fluxo de Caixa;
•Notas Explicativas.

PLANO DE CONTAS
Representa uma relação de contas codificadas, com a descrição da natureza do saldo e quando deve ser
debitada e creditada.
O objetivo principal do Plano de Contas é possibilitar o registro ordenado e consistente das transações
ocorridas pela Igreja.
A seguir apresentaremos um exemplo simplificado da relação de contas do Balanço Patrimonial e das
Demonstrações do Resultado do Exercício, aplicáveis a uma Igreja.

15
IGREJAS
PLANO DE CONTAS
A – CONTAS PATRIMONIAIS
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONÍVEL OBRIGAÇÕES
Caixa Bancos Conta – Movimento – Cheque Especial
Fundo Rotativo Duplicatas a Pagar
Bancos Conta Movimento Contas a Pagar
Banco Conta Movimento Poupança Aluguéis a Pagar
Aplicações Financeiras Promissórias a Pagar
DIREITOS A RECEBER Financiamentos a Pagar
Adiantamento de Salários Consórcios a Pagar
Adiantamento a Fornecedores Salários a Pagar
Adiantamento a Receber Quitações a Pagar
Promissórias a Receber Honorários a Pagar
ESTOQUE S Renda Eclesiástica a Pagar
Estoque de Materiais de Escritório INSS a Recolher
Estoque de Materiais de Consumo IRRF a Recolher
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE FGTS a Recolher
Prêmios de Seguros a Vencer PIS a Recolher
Aluguéis Passivos a Vencer Sindical a Recolher
Assinaturas e Publicações a Vencer Confederativa a Recolher
Assistencial a Recolher

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE


REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Aplicações Financeiras OBRIGAÇÕES
Promissórias a Receber Promissórias a Pagar
INVESTIMENTOS Financiamentos a Pagar
Imóveis para Renda Consórcios a Pagar
Adiantamentos de Consórcios
IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Terrenos FUNDO PATRIMONIAL
Imóveis Patrimônio Social
Móveis e Utensílios Superavit ou Déficit Acumulados (+ ou -)
Computadores e Periféricos Superavit ou Déficit no Exercício (+ ou-)
Instrumentos Musicais Ajustes de Avaliação Patrimonial (+ ou-)
Equipamentos de Sonorização
Máquinas e Equipamentos
Ferramentas
Biblioteca
Veículos Utilitários
Depreciação Acumulada (-)
IMOBILIZADO EM FORMAÇÃO
Construção em Andamento
INTANGÍVEL
Desenvolvimento de Sites
Direito de Uso de SOFTWARES
Benfeitorias em Locação
Amortização Acumulada (-)

16
IGREJAS
PLANO DE CONTAS
B – CONTAS DE RESULTADO
RECEITAS DESPESAS Transporte
OPERACIONAIS OPERACIONAIS Manutenção de Veículos
ORDINÁRIAS ORDINÁRIAS Combustíveis e Lubrificantes
Dízimos e Ofertas PESSOAL Seguros
Ofertas para Missões Salários e Ordenados Revistas e Publicações
Ofertas para Construção Gratificação Serviços Profissionais – Pessoa Jurídica
Ofertas para Assistência Social Previdência Social Honorários Contábeis
Ofertas Especiais FGTS Gás
Vale Transporte Gêneros Alimentícios
Vale Refeição Medicamentos
Cesta Básica Tecidos e Vestuários
PROVENTOS PASTORAIS Bens de Valores Irrelevantes
Renda Eclesiástica Despesas Eventuais
NÃO OPERACIONAIS REPRESENTAÇÃO PASTORAL Bens de Valores Irrelevantes
EXTRAORDINÁRIAS FGTM Despesas Eventuais
Ganho na Venda de Bens Locação e Condomínio IMPOSTOS E TAXAS
Doações Plano de Saúde Imposto Predial (IPTU)
Previdência Privada IPVA
Mensalidades Escolares Multa de Trânsito
Viagens e Estadas Taxas Diversas
LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO TRIBUTÁRIAS
Locação de Máquinas e Equipamentos PIS Folha de Pagamento
Locação de Vigilância e Monitoramento MISSÕES E EVANGELISMOS
Internet Gratificação Eclesiástica
ADMINISTRATIVAS Literaturas Evangélicas
Aluguéis e Condomínios Material de Ceia
Luz e Força Convenção
Água e Esgoto Missões
Telefones e Telefonemas Cursos Teológicos
Material de Escritório Acampamentos e Retiros
Material de Consumo Plano Cooperativo
Material Elétrico Oferta a Preletores
Manutenção e Reparos Beneficência
Lanches e Refeições Donativos e Contribuições
Correios Programa de Rádio
Conduções Viagens e Hospedagem
Legais e Judiciais DESPESAS FINANCEIRAS
Reproduções Juros de Mora
Fretes e Carretos Despesas Bancárias
Funerais RECEITAS FINANCEIRAS (+)
Homenagens e Comemorações Juros Ativos
Brindes e Presentes Descontos Obtidos
Decoração e Ornamentação Rendimentos Financeiros
NÃO OPERACIONAIS
DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS
A Transportar Perda na Venda de Bens
C – CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
BALANÇO DE ABERTURA

17
FUNÇÃO DAS CONTAS BÁSICAS

ATIVO

CAIXA
Conta devedora. A Conta é DEBITADA pelos recebimentos (entradas) e CREDITADA pelos
pagamentos (saídas).

BANCOS CONTA MOVIMENTO


Conta devedora. Representa as disponibilidades da Igreja em poder de bancos. É debitada pelos
depósitos efetuados e creditada pelos saques e/ou emissões de cheques.

FUNDO ROTATIVO
Conta devedora. Representa o adiantamento concedido ao responsável pelo fundo rotativo. Deve ser
analisada dedicando-se uma subconta para cada pessoa física responsável. É debitada pelo adiantamento
concedido é creditada contra apresentação dos comprovantes dos gastos efetuados através de um cheque
nominal ao responsável pelo fundo rotativo.

MÓVEIS E UTENSÍLIOS
Conta devedora. Representa as aquisições em mesas, cadeiras, estantes, arquivos, púlpito, etc. adquiridos
pela Igreja.

EQUIPAMENTOS MUSICAIS
Conta Devedora. Representa as aquisições em baterias, teclado, guitarras, violões, etc. adquiridos pela
Igreja.

VEÍCULOS UTILITÁRIOS
Conta devedora. Representa as aquisições em veículos utilitários, tais como: Kombi, Van, Besta, Ônibus,
Camionete e outros similares adquiridos pela Igreja.

LEGISLAÇÃO
O artigo 32 da Lei 9430 de 1990 e artigos 172 e 173 do RIR/99, no que se refere as
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS de qualquer natureza só podem adquirir para uso próprio –
VEÍCULOS UTILITÁRIOS.
É, portanto proibido adquirir carros de passeio, os quais a RFB entende que são para levar membros da
diretoria para casa, ao mercado, seus filhos a escola e para realizar passeios de lazer.
A RFB exige que na nota fiscal ou cupom fiscal fornecido pelo posto de gasolina, contenha a marca do
veículo, o número da placa e o nome da Igreja.

IMÓVEIS
Conta devedora. Registra as aquisições em galpões, edifícios e imóveis a qual pertence a Igreja.

CONSTRUÇÃO EM ANDAMENTO
Conta devedora. Destina-se a registrar as despesas de obras e construção empreendidas pela Igreja para
uso próprio. É debitada pelas despesas ou aplicações efetuadas e creditada pelo valor das obras ou
construções terminadas, por transferência para conta própria.

18
PASSIVO
OBRIGAÇÕES

DUPLICATAS A PAGAR
Conta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pela
quitação da duplicata e creditada pela obrigação assumida pela Igreja.

CONTAS A PAGAR
Conta credora. Representa as obrigações assumidas e pagamentos efetuados. É debitada pela quitação
da conta e creditada pela obrigações assumidas pelo consumo das contas pela Igreja.

PROMISSÓRIAS A PAGAR
Conta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pela
quitação da nota promissória e creditada pelos compromissos assumidos pela Igreja junto a terceiros.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PATRIMÔNIO SOCIAL
Conta Credora. Representa os excedentes operacionais auferido mediante o exercício de suas atividades e aplicado
integralmente na consecução do seu objetivo social.

SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOS


Representa o resultado apurado pela Igreja em exercícios anteriores.

SUPERAVIT / DÉFICIT NO EXERCÍCIO (+ OU -)


Representa o resultado apurado pela Igreja no Exercício atual

AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMÔNIAL (+ OU -)


Representa os valores apurados em exercícios anteriores, enquanto não computados no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência.

RECEITAS
DÍZIMOS E OFERTAS
Conta credora. É creditada durante o exercício, pelo valor dos dízimos e ofertas recebidos. É debitada no final do
Exercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-) do Exercício.

DESPESAS

RENDA ECLESIÁSTICA E/OU REPRESENTAÇÃO PASTORAL

Conta Devedora destinada a registrar a remuneração recebida pelos ministros de confissão religiosa, pastores ou
auxiliares, que percebem valores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela RFB, sob qualquer
título, de forma DIRETA, que o sustento ministerial ou INDIRETA, que podem ser FGTM, ajuda de aluguel do
imóvel, condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, mensalidades escolares, viagens, etc.

Conta Credora no final de Exercício Social, para apuração do Superávit (+) ou Deficit (-) do Exercício.

19
IGREJAS

TRIBUTAÇÃO DAS ATIVIDADES IMUNES

OBJETO DO CAPÍTULO

Compreender o alcance dos termos imunidade na legislação tributária federal.

ENTIDADES IMUNES

Inicialmente é importante informar que as atividades imunes correspondem por cerca de 5% do total de
declarações recebidas pela SRF na última informação divulgada pelo órgão.

TEMPLOS DE QUALQUER CULTO

Os templos de qualquer culto são imunes ao pagamento de impostos sobre a renda, patrimônio e serviços
relacionados com suas atividades essenciais.
A imunidade e prevista no artigo 150 da CF: impedindo a União, os Estados e os Municípios de instituir
e cobrar impostos sobre o patrimônio, renda e serviços das Igrejas (grifo nosso).
Devemos destacar também, que as Igrejas devem reter e recolher os impostos e contribuições que são
devidos pela Igreja como contribuinte responsável, como o IRRF e o INSS descontados de seus
funcionários.
As Igrejas podem remunerar seus dirigentes e religiosos, assim como enviar missionários a serviços no
Exterior, sem perder a condição de entidade imune (decisão nº 39/1998 da SRFB).
O problema, que infelizmente acontece no Brasil, é a utilização indevida dos benefícios concedidos pela
Lei, com pessoas aproveitando estes benefícios em proveito próprio, deixando de lado o interesse coletivo.

PIS PAGO SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO

O art. 8 da Lei nº 10.637/2002, define que as atividades imunes permanecem pagando o PIS com base na
folha de pagamento e não sobre as receitas.

CÁLCULO DO PIS

O PIS nas IGREJAS, será calculado pela aplicação da alíquota de 1% (um por cento) sobre o total da
folha de pagamento.
O seu recolhimento deve ser efetuado sempre no dia 25 do mês seguinte a respectiva competência da
folha de pagamento de seus empregados. Como folha de pagamento considera-se os rendimentos do
trabalho assalariado de qualquer natureza, como salários, férias, décimo terceiro salário, gratificação,
horas extras, ajuda de custo, adicional noturno, etc.

20
HIPÓTESE:
A funcionária recebeu no mês de dezembro 20X2, da Comunidade Evangélica Caminho para o Céu o
salário bruto de R$ 1.500,00, deduzindo-se os descontos na ordem de R$ 148,00, apurando-se a título de
salário líquido a importância de R$ 1.352,00. Pede-se:

Efetuar os seguintes lançamentos no diário:

a) Provisão do PIS no mês dezembro/20X2, no valor de R$ 15,00

Provisão mês Dezembro/20X2.

b) No dia 25/01/20X3 a Igreja efetuou o recolhimento do PIS mês Dezembro/20X2com cheque:


DARF – Código para recolhimento: 8301 – R$ 15,00

Recolhimento mês Dezembro/20X2

RAZONETES

PIS Folha de Pagamento PIS a Recolher

S
Bancos Conta Movimento
1.500,00

Função da Conta
PIS Folha de Pagamento

O PIS é uma contribuição social com função fiscal, ou seja de arrecadação.


Incide sobre o total da folha de pagamento de seus empregados (fato gerador).
É um tributo de competência da União.
Conta Devedora: Destinada a registrar o valor da contribuição social mensal devida ao Governo Federal.
Representa uma Despesa Tributária. (Para efeito didático: Impostos, Taxas e Contribuições) e
Credora por ocasião do encerramento do Exercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-)
do Exercício.

PIS a Recolher (Obrigações)


Registra – os valores que a Igreja deve ao Governo Federal.
Débito – pelos recolhimentos ou pagamentos
Crédito – pelas obrigações assumidas pela Igreja.

21
UNIDADE IV – BALANÇO DE ABERTURA
INTRODUÇÃO
É utilizado para contabilização dos saldos existentes no Ativo e Passivo para dar início a escrituração
contábil em Igrejas, que anteriormente só usavam o LIVRO CAIXA.
Qualquer Igreja independente do seu porte necessita manter escrituração contábil completa, inclusive no
LIVRO DIÁRIO, para controlar o seu PATRIMÔNIO e gerenciar adequadamente as suas atividades.
Entretanto, a escrituração contábil está contida como exigência expressa em diversas legislações citadas
anteriormente.
Há dois tipos de Balanço de Abertura:
1. Igrejas fundadas a vários anos
Nesta situação deverá escriturar os últimos 5 (cinco) anos e preparar um Balanço de Abertura antes de
iniciar a escrituração contábil.
2. Igrejas registradas recentemente
Nesta situação iniciar os registros contábeis a partir a data de abertura consignada no CNPJ –
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas.
O Balanço de Abertura consiste na realização de um Inventário físico e documental, que permita
identificar os bens, os direitos e as obrigações da Igreja em determinado momento.
Conhecidos os bens, direitos e obrigações e estabelecido os respectivos valores, deverá o Contabilista
estruturar o Balanço de Abertura, que será sintetizado com base no ordenamento feito previamente no
Plano de Contas.
No ATIVO, serão devidamente agrupadas as contas que representam os bens e direitos.
No PASSIVO, irão figurar as obrigações.
Para obter-se a igualdade: ATIVO = PASSIVO deve-se considerar, juntamente com o PASSIVO, o valor
do PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Qualquer que seja o tipo de BALANÇO DE ABERTURA utilizado, haverá necessidade de proceder ao
registro os elementos ATIVOS e PASSIVOS, para início da escrituração contábil no LIVRO DIÁRIO.
Exemplo:
REGISTROS
DOS ELEMENTOS ATIVOS
D CAIXA
D BANCOS CONTA MOVIMENTO (se houver)
D MÓVEIS E UTENSÍLIOS
D INSTRUMENTOS MUSICAIS
C BALANÇO DE ABERTURA
DOS ELEMENTOS PASSIVOS
D BALANÇO DE ABERTURA
C DUPLICATAS A PAGAR (Fornecedores)
C CONTAS A PAGAR
C OBRIGAÇÕES SOCIAIS (trabalhistas e Previdenciárias)
REGISTRO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
D BALANÇO DE ABERTURA
C PATRIMÔNIO SOCIAL
NOTA IMPORTANTE
A conta BALANÇO DE ABERTURA é uma conta transitória podendo ser aberta no grupo do
Patrimônio Líquido e será utilizada apenas uma vez, quando da escrituração contábil.

22
UNIDADE V – TÉCNICAS CONTÁBEIS

Dados principais referente a Igreja

NÚMERO DE INSCRIÇÃO : 62.266.***/0001-24


DATA DA ABERTURA : 30/11/20X1
NOME EMPRESARIAL : COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU
NOME FANTASIA : CAMINHO PARA O CÉU
CÓDIGO : 94.91-0-00
ATIVIDADE ECONÔMICA : ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA
CÓDIGO : 399-9
NATUREZA JURÍDICA : ASSOCIAÇÃO PRIVADA
LOGRADOURO : RUA TOQUIO, 233
CEP : 25545-003
BAIRRO : CENTRO
MUNICÍPIO : RIO DE JANEIRO
PASTOR PRESIDENTE : JOÃO DE DEUS

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
PRÁTICA
1. Dados iniciais para composição do Balanço de Abertura em 30/11/20X1.

DOC FATOS ADMINISTRATIVOS VALOR


ELEMENTOS DO ATIVO (A) 80.000,00
01 Saldo em dinheiro em poder do tesoureiro 20.000,00
02 Móveis Diversos conforme relação 34.000,00
03 Instrumentos Musicais conforme relação 18.000,00
04 Computadores e Periféricos conforme relação 5.000,00
05 Estoque de Material de Escritório 1.700,00
06 Estoque de Material de Consumo 1.300,00

ELEMENTOS DO PASSIVO (B) 29.000,00


07 Fornecedores por Duplicatas 10.000,00
08 Light S.A. conta mês 11/20X1 2.000,00
09 Telemar S.A. conta mês 11/20X1 1.200,00
10 Aluguel recibo mês 11/20X1 1.000,00
11 Renda Eclesiástica mês 11/20X1 4.800,00
12 Empréstimo concedido pelo irmão Generoso Silva em 20 parcelas, restando 10 10.000,00
notas promissórias de R$ 1.000,00 cada, a serem quitadas
PATRIMÔNIO SOCIAL APURADO (A – B) 51.000,00

23
RESOLVENDO
LANÇAMENTO NO DIÁRIO
ELEMENTOS ATIVOS

Saldo existente nesta data


ELEMENTOS PASSIVOS

Saldo existente nesta data


REGISTRO NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Resultado apurado no período


Pede – se:
1. Transportado para os razonetes (lançado nas páginas 31 a 33); S
2. Emitir o Balancete de Verificação em 31/12/20X1 (lançado na página 30);
3. Elaborar o Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1. (lançar na página 38)
MONOGRAFIA
Iniciamos abaixo de forma didática um período de fatos administrativos ocorridos pela IGREJA, sendo cumulativo
com os saldos já apurados no Balanço de Abertura de 30/11/20X1.

24
Durante o mês de dezembro de 20X2, a Igreja contabilizou os seguintes fatos:

DOC Fatos Administrativos


13 Abertura de Conta Corrente no Banco Alfa S.A. No valor de R$ 10.000,00
14 Aquisição de mesas e cadeiras no valor de R$ 8.800,00, pago da seguinte forma: Entrada R$ 2.200,00
com ch. Nº 001 (+) 03 parcelas de R$ 2.200,00 a prazo.
15 Aquisição de um computador no valor de R$ 4.000,00, dividido em 02 parcelas iguais, a 1ª paga no ato
da compra em dinheiro e a 2ª para 30 dias.
16 Abertura de Fundo Rotativo estabelecido e entregue ao responsável na ordem de R$ 600,00 com ch. 002.
17 Aquisição de 50 cadeiras estofadas no valor total de R$ 20.000,00, sendo pago da seguinte forma: 20%
em dinheiro, 30% com ch. 003 e o restante a prazo em 10 parcelas de R$ 1.000,00 cada, no montante de
R$ 10.000,00.
18 Recebido dízimos e ofertas de seus associados e destinado aos seus objetivos sociais previsto no Estatuto
a importância de R$ 40.000,00 (em dinheiro).
19 Depósito no valor de R$ 35.000,00.
20 Aplicação Financeira no valor de R$ 15.000,00, mediante débito em conta.
PAGAMENTOS COM CHEQUES:
21 CH. Nº 004 – Pagamento de duplicata no valor de R$ 10.000,00.
22 CH. Nº 005 – Pagamento 1ª parcela das mesas e cadeiras no valor de R$ 2.200,00 + 6% juros.
23 CH. Nº 006 – Pagamento 2ª parcela do computador no valor de R$ 2.000,00.
24 CH. Nº 007 – Pagamento 1ª parcela das cadeiras no valor de R$ 1.000,00 com desconto de 20%.
25 CH. Nº 008 – Pagamento conta de energia elétrica mês 11/20X1 R$ 2.000,00.
26 CH. Nº 009 – Pagamento conta de telefone mês 11/20X1 R$ 1.200,00.
27 CH. Nº 010 – Adiantamento quinzenal ao zelador referente mês 12/20X1 R$ 500,00.
28 CH. Nº 011 – Pagamento aluguel mês 11/20X1 R$ 1.000,00.
29 CH. Nº 012 – Pago Renda Eclesiástica mês 11/20X1 R$ 4.800,00.
30 Resgate de aplicação financeira no valor de R$ 15.600,00, incluindo rendimento da aplicação no mês na
ordem de R$ 600,00.
31 Aquisição de um veículo utilitário Kombi mediante consórcio no valor de R$ 36.000,00 a serem pagas
em 60 parcelas de R$ 600,00 cada. Sendo a 1ª parcela paga no ato com ch. Nº 013 no ato da assinatura do
contrato. Sendo 12 parcelas lançadas no Passivo Circulante PC e 48 parcelas no Exigível a Longo Prazo
(ELP)
32 Aquisição de uma bateria à vista com ch. Nº 014 no valor de R$ 5.000,00.
33 PROVISÕES
RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – PASTOR
REMUNERAÇÕES VALOR TOTAL
RENDA ECLESIÁSTICA 4.000,00
FGTM (10%) 400,00
LOCAÇÃO E CONDOMÍNIO 1.000,00
PLANO DE SAÚDE 600,00 6.000,00
DESCONTOS (-)
IRRF - (800,00)
RENDA LÍQUIDA - 5.200,00

25
34 RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – FUNCIONÁRIO

REMUNERAÇÃO VALOR TOTAL


Salário Bruto - 1.200,00
Descontos (-) - (648,00)
Previdência (9%) 108,00
Sindical 40,00
Adiantamento 500,00
Salário Líquido 552,00
ENCARGOS SOCIAIS SOBRE A FOLHA
35 •INSS 26,8% x R$ 1.200,00 R$ 321,60
36 •FGTS 8,0% x R$ 1.200,00 R$ 96,00
37 •PIS 1,0% x R$ 1.200,00 R$ 12,00
CONTAS VENCIDAS E NÃO PAGAS
38 LIGHT S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.700,00
39 Telemar S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.300,00
40 Aluguel Mês 12/20X1 R$ 1.000,00
Material consumido no mês
41 Material de Escritório R$ 800,00
42 Material de Consumo R$ 1.100,00
PRESTAÇÃO DE CONTAS FUNDO ROTATIVO
43 Condução R$ 120,00
Papelaria R$ 180,00
Correios R$ 90,00
Refeições R$ 140,00
Cópias R$ 40,00
TOTAL R$ 570,00

44 Reembolso de despesa ao responsável no montante de R$ 570,00 com cheque nº 015

Com base na solução do Exemplo Prático apresentado, transportar para os razonetes, emitir o 1º
Balancete de Verificação em 31/12/20X2, e elaborar as seguintes Demonstrações Contábeis da Igreja –
COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU, evidenciando somente a posição em
31/12/20X2:

a. Balanço Patrimonial;
b. Demonstração de Resultado do Exercício;
c. Demonstração do Superávit ou Deficit do Exercício;
d. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

26
DOC FATOS ADMINISTRATIVOS
RESOLVENDO
LANÇAMENTOS NO DIÁRIO

13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

21.

27
22.

23.

24.

25.

26.

27.

28.

29.

30.

31.

31.

28
32.

33.

34.

35.

36.

37.

38.

39.

40.

41.

29
42.

43.

44.

Ao final da apuração a IGREJA apresentava os seguintes dados para emissão do Balancete de Verificação
em 31/12/20X1.

COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU


CNPJ Nº 62.266.***/0001-24
BALANÇO PATRIMONIAL DE ABERTURA EM 31/12/20X1
SALDOS
os CONTAS
N DÉBITO CRÉDITO

01 Caixa 20.000
06 Estoque de Materiais de Escritório 1.700
07 Estoque de Materiais de Consumo 1.300
09 Móveis e Utensílios 34.000
10 Computadores e Periféricos 5.000
11 Instrumentos Musicais 18.000
32 Duplicatas a Pagar 10.000
33 Contas a Pagar 3.200
34 Aluguéis a Pagar 1.000
35 Promissórias a Pagar 10.000
38 Renda Eclesiástica a Pagar 4.800
44 Patrimônio Social 51.000
TOTAL 80.000 80.000

30
RAZONETES
TRANSPORTAR OS VALORES APURADOS
ATIVO (+) DESPESAS
ATIVO
01 - CAIXA 03 – Banco Conta Movimento 05 – Adiantamentos de Salários
S 20.000

06 – Estoque Mat. Escritório


S 1.700

07 – Estoque Mat. Consumo


S 1.300
02 – Fundo Rotativo

08 – Adiantamentos de Consórcios

09 – Móveis e Utensílios
S 34.000

04 – Aplicações Financeiras

10 – Computadores e Periféricos 11 – Instrumentos Musicais


S 5.000 S 18.000

DESPESAS
DESPESAS OPERACIONAIS
PESSOAL
12 – Salário e Ordenados 13 – Previdência Social 14 - FGTS

PROVENTOS PASTORAIS
15 – Renda Eclesiástica 16 – FGTM 17 – Locação e Condomínio

18 – Plano de Saúde

31
ADMINISTRATIVAS

19 – Aluguéis e Condomínios 20 – Luz e Força 21 – Telefones e Telefonemas

22 – Material Escritório 23 – Material Consumo 24 – Lanches e Refeições

25 – Correios 26 – Conduções 27 – Reproduções

IMPOSTOS E TAXAS
28 – PIS Folha Pagamento

FINANCEIRAS
29 – Juros de Mora

RECEITAS
FINANCEIRAS
30 – Descontos Obtidos 31 – Rendimentos Financeiros

PASSIVO + PL + RECEITAS
PASSIVO
32 – Duplicatas a Pagar 33 – Contas a Pagar (Light S.A.) 33 – Contas a Pagar (Telemar S.A.)
10.000 S 2.000 S 1.200 S

34 – Aluguéis a Pagar 35 – Promissórias a Pagar


1.000 S 10.000 S

32
36 – Consórcios a Pagar 37 – Salários a Pagar 38 – Renda Eclesiástica a Pagar
4.800 S

39 – INSS a Recolher 40 – IRRF a Recolher 41 – FGTS a Recolher

42 – PIS a Recolher 43 – Sindical a Recolher

EXÍGÍVEL A LONGO PRAZO

44 – Consórcios a Pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

45 – Patrimônio Social 46 – Superávit/ Déficit no Exercício


51.000 S
RECEITAS
OPERACIONAIS

47 – Dízimos e Ofertas

CONTAS TRANSITÓRIAS
CONTAS DE APURAÇÃO DO EXERCÍCIO

48 – Resultado do Exercício 49 – Balanço de Abertura

33
COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU
CNPJ Nº 62.266.***/0001-24
1º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2
CONTAS
Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO
01 CAIXA
02 Fundo Rotativo
03 Bancos Conta Movimento
04 Aplicações Financeiras
05 Adiantamentos de Salários
06 Estoque de Materiais de Escritório
07 Estoque de Materiais de Consumo
08 Adiantamentos de Consórcios
09 Móveis e Utensílios
10 Computadores e Periféricos
11 Instrumentos Musicais
12 Salários e Ordenados
13 Previdência Social
14 FGTS
15 Renda Eclesiástica
16 FGTM
17 Locação e Condomínios
18 Plano de Saúde
19 Aluguéis e Condomínios
20 Luz e Força
21 Telefones e Telefonemas
22 Material de Escritório
23 Material de Consumo
24 Lanches e Refeições
25 Correios
26 Conduções
27 Reproduções
28 PIS Folha de Pagamento
29 Juros de Mora
30 Descontos Obtidos
31 Rendimentos Financeiros
32 Duplicatas a Pagar
33 Contas a Pagar ( Light S.A + Telemar S.A)
34 Aluguéis a Pagar
35 Promissórias a Pagar
36 Consórcios a Pagar
37 Salários a Pagar
38 Renda Eclesiástica a Pagar
39 INSS a Recolher
40 IRRF a Recolher
41 FGTS a Recolher
42 PIS a Recolher
43 Sindical a Recolher
44 Consórcios a Pagar
45 Patrimônio Social
46 Superavit/ Déficit do Exercício
47 Dízimos e Ofertas
48 Resultado do Exercício
49 Balanço de Abertura
TOTAL

34
ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO

RECEITAS

Encerramento de Balanço

DESPESAS

Encerramento de balanço

APURAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

Apurado neste Exercício Social

35
2º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2

Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO


01 CAIXA
02 Fundo Rotativo
03 Bancos Conta Movimento
06 Estoque de Material de Escritório
07 Estoque de Material de Consumo
08 Adiantamentos de Consórcios
09 Móveis e Utensílios
10 Computadores e Periféricos
11 Instrumentos Musicais
32 Duplicatas a Pagar
33 Contas a Pagar
34 Aluguéis a Pagar
35 Promissórias a Pagar
36 Consórcios a Pagar
37 Salários a Pagar
38 Renda Eclesiástica a Pagar
39 INSS a Recolher
40 IRRF a Recolher
41 FGTS a Recolher
42 PIS a Recolher
43 Sindical a Recolher
44 Consórcios a Pagar
45 Patrimônio Social
46 Superavit/ Déficit do Exercício
TOTAL

36
UNIDADE VI – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

BALANÇO PATRIMONIAL

INTRODUÇÃO

A Contabilidade, na qualidade de metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular,


resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas, seja
este pessoa física, ENTIDADE DE FINALIDADES NÃO LUCRATIVAS, empresa, ou mesmo pessoa
de Direito Público, tais como: União, Estado, Município, Autarquia, etc., tem um campo de atuação
circunscrito às entidades supramencionadas, o que equivale a dizer muito amplo.
Texto extraído do livro Contabilidade Introdutória.
Autores: Vários (1992 , p.23)
Editora Atlas – SP

DEFINIÇÃO

Transmissão de algumas definições emitidas por alguns autores:

1. “É a representação sintética dos elementos que formam o Patrimônio, evidenciando o diferencial que
completa a equação entre seus valores positivos e negativos.”
(Franco, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanço – SP – Ed. Atlas).

2. “É uma das mais importantes Demonstrações Contábeis, através da qual podemos apurar (atestar) a
situação patrimonial de uma entidade em determinado momento.
Nesta demonstração estão claramente evidenciados o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido da entidade.”
(Equipe de Professores da USP – SP – Ed. Atlas).

37
ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU
BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

EXERCÍCIOS
CONTAS
20X2 20X1
ATIVO (A+B+C+D)
CIRCULANTE (A+B)
DISPONÍVEL (A)
CAIXA
FUNDO ROTATIVO
BANCOS CONTA MOVIMENTO
ESTOQUES (B)
ESTOQUE DE MATERIAL DE ESCRITÓRIO
ESTOQUE DE MATERIAL DE CONSUMO
NÃO CIRCULANTE (C+D)
INVESTIMENTOS (C)
ADIANTAMENTOS DE CONSÓRCIOS
IMOBILIZADO (D)
MÓVEIS E UTENSÍLIOS
COMPUTADORES E PERIFÉRICOS
INSTRUMENTOS MUSICAIS

EXERCÍCIOS
CONTAS
20X2 20X1
PASSIVO (A+B+C)
CIRCULANTE (A)
OBRIGAÇÕES
DUPLICATAS A PAGAR
CONTAS A PAGAR
ALUGUÉIS A PAGAR
PROMISSÓRIAS A PAGAR
CONSÓRCIOS A PAGAR
SALÁRIOS A PAGAR
RENDA ECLESIÁSTICA A PAGAR
INSS A RECOLHER
IRRF A RECOLHER
FGTS A RECOLHER
PIS A RECOLHER
SINDICAL A RECOLHER
NÃO CIRCULANTE (B)
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
OBRIGAÇÕES
CONSÓRCIOS A PAGAR
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (C)
FUNDO PATRIMONIAL
PATRIMÔNIO SOCIAL
SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOS
SUPERÁVIT/ DÉFICIT NO EXERCÍCIO

38
DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO
DEFINIÇÃO: A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO é a demonstração contábil
destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da
entidade.
Aplicação nas IGREJAS: No caso das ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS, a Denominação do
Resultado é alterada para DEMONSTRAÇÃO DO SUPERAVIT OU DÉFICIT.

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU


DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

EXERCÍCIOS
DESCRIÇÃO
20X2 20X1
01 RECEITAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS
02 DÍZIMOS E OFERTAS
03 (-) DESPESAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS
04 PESSOAL
05 PROVENTOS PASTORAIS
06 LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO
07 ADMINISTRATIVAS
08 IMPOSTOS E TAXAS
09 MISSÕES E EVANGELISMOS
10 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT OPERACIONAIS ORDINÁRIAS
11 (+) RECEITAS FINANCEIRAS
12 (-) DESPESAS FINANCEIRAS
13 (+ou -) RECEITAS OU DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS
14 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

39
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMPS)

DEFINIÇÃO: A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é a demonstração


contábil destinada a evidenciar, num determinado momento, a movimentação das contas que integram o
Patrimônio da entidade .

Aplicação nas IGREJAS: Neste caso, a denominação DLPA é alterada para DEMONSTRAÇÃO DAS
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMPS), que deve evidenciar, num determinado período a
movimentação das contas que integram o seu Patrimônio.

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU


DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMPS)
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

DESCRIÇÃO EXERCÍCIOS
20X2 20X1
01 SALDO NO INÍCIO DO PERÍODO
02 AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
03 SALDO AJUSTADO
04 SUPERÁVIT/ DÉFICIT ACUMULADOS
05 SUPERÁVIT/ DÉFICIT DO EXERCÍCIO
06 SALDO NO FIM DO EXERCÍCIO

40
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)
Definição: é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado
período e que provocam modificações no saldo da conta CAIXA.
Compreende o movimento de entradas e saídas de dinheiro na Igreja.
ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2
EXERCÍCIOS
DESCRIÇÃO 20X2 20X1
GERAÇÃO OPERACIONAL
•RESULTADO DO EXERCÍCIO / PERÍODO
•DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
•RESULTADO NA VENDA DE ATIVOS NÃO CIRCULANTES
(=) (+ou -) RESULTADO LÍQUIDO AJUSTADO

RECEBIMENTOS
•DÍZIMOS E OFERTAS
•OUTROS RECEBIMENTOS

PAGAMENTOS
•VALORES PAGOS A FORNECEDORES E SERVIÇOS
•VALORES PAGOS AO PASTOR PRESIDENTE
•VALORES PAGOS AOS EMPREGADOS
•ENCARGOS SOCIAIS PAGOS
•DESPESAS ADMINISTRATIVAS PAGAS
•DESPESAS TRIBUTÁRIAS PAGAS
•OUTROS PAGAMENTOS
•FINANCEIRAS LÍQUIDAS ( + OU - )

A – ATIVIDADES OPERACIONAIS

B – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
•AQUISIÇÕES – IMOBILIZADO
•AQUISIÇÕES – INVESTIMENTOS
•VENDA – IMOBILIZADO
•VENDA – INVESTIMENTOS

C – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
•EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
•AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

RESUMO (DISPONIBILIDADES GERADAS)

SALDOS
(+) CAIXA NO PERÍODO
(+) BANCO NO PERÍODO

41
NOTAS EXPLICATIVAS
Definição: São esclarecimentos que visam completar as demonstrações contábeis e informar os critérios
utilizados pela Igreja e a composição dos saldos de determinadas contas.
As citadas notas são parte integrante das demonstrações contábeis. Na sua elaboração devem ser
observados os seguintes aspectos:

•as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e


relevância.
•Os textos devem ser simples, objetivo, claro e concisos.
•Os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto
para os agrupamentos como para as contas que os compõem.
•Os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores.

42
ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU.
NOTAS EXPLICATIVAS AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Período: 01/01/20X2 a 31/12/20X2
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/2011
PREPARADO POR : (Nome do Contador)

1. CONTEXTO OPERACIONAL

A Comunidade Evangélica Caminho para o Céu cadastrada no CNPJ nº 62.266.***/0001-24, com


data de abertura em 30/11/20X1, sediada no Município do Rio de Janeiro – RJ, sendo uma
ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA, situada na Rua Tóquio, 233 – Centro – Nova Iguaçu – RJ – CEP
25545-003.

2. INTRODUÇÃO

A elaboração das Demonstrações Contábeis estão de acordo com o que dispõe os parágrafos nº 4 e 5 do
artigo 176 da Lei 6404/1976 atualizado conforme Lei nº 11.638/2007 e MP nº 449/2008, convertida na
Lei nº 11941/2009 e as Normas Tributárias Internacionais (IFRS) pertinentes e do CPC (Código de
Processo Civil).

3. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

43
Referências
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso básico de contabilidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas,
1998.
BARBOSA, Maria Nazare Lins. Manual de ONGS: Guia Prático de orientação jurídica/ Maria
Nazare Lins Barboza e Carolina Felippe de Oliveira; 3º ed. Atual. Rio de Janeiro; FGV, 2002
BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade intermediária. São Paulo: IOB – Thompson, 2005. –
(Coleção cursos IOB).
CHEVITARESE, salvador. Contabilidade industrial. 4º ed. Rio de Janeiro: Fev,1978.
DUARTE, Cicero Augusto G. Igrejas na mira da lei. 2. ed. São Paulo: Bom pastor, 2003.
FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1983.
________________. A contabilidade na era da globalização. São Paulo: Atlas, 2008.
GOUVEIA, Nelson. Contabilidade. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil. 1976.
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral esquematizado. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 2011
PEREIRA, Genésio. Igreja pessoa jurídica- registro e controle. 2. ed. Rio de Janeiro: Juerp,
1992.
________________.Administração financeira para igrejas. Rio de Janeiro.
PRAZERES, Helvio Tadeu Cury. Administração financeira nas pequenas empresas. Minas
Gerais: CPT, 2007.
_______________. Como administrar pequenas empresas. Minas Gerais: CPT, 2007.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 26. Ed. Ampl. e atual. São Paulo; Saraiva
2009. SÁ, Antonio Lopes de. Auditoria básica. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982.
ROMÃO, Valdo; Oliveira, Aristeu de. Manual do terceiro setor e instituição religiosa trabalhista,
previdenciária, contábil e fiscal. São Paulo: Atlas, 2006.
Sá, Antônio Lopes de. Auditoria básica.Rio de Janeiro:tecnoprint, 1982.
_______________. Fraudes contábeis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982.
SANTOS, Eli Rozendo Moreira. 1001 informações úteis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1986.
SILVA, Edison Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. São Paulo: Atlas,
2005.
SILVA, Lourivaldo Lopes Da. Contabilidade geral e tributária. 5 ed. São Paulo: IOB, 2009.
UHL, Franz; FERNANDES, João Teodorico F.S. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1982.

44
ANEXOS / ARTIGOS

45
Direito Nosso
Imposto de Renda
Igrejas e Pastores (I)
Gilberto Garcia - Jornal Novas nº 221 - 06/2009
“Pastor é condenado por sonegação fiscal em Maringá a dois anos e meio de prisão e 200 dias-multa, valor que
pode ultrapassar R$ 40 mil. (…). A sentença foi firmada no dia 16 de fevereiro, pelo juiz substituto da Vara
Federal Criminal de Maringá/ PR.”
Os réus (o pastor e sua esposa) alegaram que viviam da venda de produtos particulares, como livros, bíblias e
CDs, e que o dinheiro obtido com essas vendas era depositado nas contas da Igreja Só o Senhor é Deus. Para o
Juiz, essas declarações, quando junto com as demais provas, demonstram a intenção dos acusados de
esconderem os fatos - “ou seja, a utilização em proveito próprio do dinheiro da Igreja Evangélica Missionária
Só o Senhor e Deus, sem a declaração de tais rendimentos no ajuste anual do Imposto de Renda de pessoa
física”.[...]. Como noticiou o jornal Paraná On-Line.
Esta notícia não é isolada, demonstrando uma realidade que precisamos estar atentos, pelo que, temos
conhecimento através de membros das Igrejas que existem pastores que estão orientando as Igrejas que estas
não devem proceder a retenção do Imposto de Renda na Fonte, por isso é vital alertar as lideranças
eclesiásticas que pelo Regulamento do Imposto de Renda vigente, é da Igreja – Pessoa Jurídica de Direito
Privado, a responsabilidade pelo desconto no Sustento Ministerial concedido ao Pastor-Ministro, bem como, o
recolhimento junto a Receita Federal, devendo o obreiro lançar em sua declaração anual de renda os valores
retidos.
De igual maneira, estão sujeitos os Ministros de Confissão Religiosa, pastor ou auxiliares, que percebem
valores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela Receita Federal do Brasil, sob qualquer
título, de forma direta, que é sustento ministerial, ou indireta, que podem ser, ajuda de aluguel de imóvel,
condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, escola dos filhos, cursos, viagens, etc, em espécie ou em
benefícios concedidos pela Igreja, e aí reter na fonte, e, recolher referidos valores devidos aos cofres federais,
como declarado por um auditor fiscal a uma Igreja.
A imunidade fiscal da Igreja - Pessoa Jurídica, que é prerrogativa constitucional, não se confunde com as
Pessoas Físicas que as integram, por isso, não exime as Igrejas e Organizações Religiosas da obrigação de
descontar o Imposto de Renda e recolher ao Fisco, sendo objetivo quando menciona que os rendimentos pagos
ou creditados, como se caracterizam: “Sustento Ministerial”, “Rendimento Eclesiástico”, “Provento Pastoral”,
“Prebenda Religiosa” etc, estão sujeitos a retenção do IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte.
Daí sua incidência legal, como disciplina o Artigo 167 do Regulamento do Imposto de Renda/99, “As
imunidades, isenções e não incidências de que trata este Capítulo não eximem as pessoas jurídicas das demais
obrigações previstas neste Decreto, especialmente as relativas à retenção e recolhimento de impostos sobre
rendimentos pagos ou creditados e à prestação de informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33). Parágrafo
único: A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delas
percebam rendimentos sob qualquer título e forma (Decreto – Lei nº 5.844, de 1943, art.31).”
Desta forma, referida a obrigação fiscal das Igrejas e Organizações Religiosas só podem ser alterada através de
lei federal, como por exemplo é nos EUA, onde a norma legal não prevê a incidência de imposto de renda
sobre o rendimento dos ministros religiosos, bem como, contempla que as doações dos fiéis concedidas as
Igrejas podem ser deduzidas do Imposto de Renda, o que também não é possível em nosso sistema legal.
Já temos notícia de Igrejas e Organizações Religiosas que foram multadas, processadas judicialmente e,
inclusive, de algumas perderam a prerrogativa da imunidade, na medida em que é Pessoa Jurídica de Direito
Privado que responde diante as Receita Federal do Brasil ou “Super-Receita”. Com a aglutinação da Secretaria
da Receita Federal com os órgãos do INSS responsáveis pelo recolhimento e fiscalização previdenciária, a
“Super-Receita” tem apertado a fiscalização, especialmente de quem não tem feito a retenção ou o não
recolhimento dos valores devidos ao Fisco Nacional.

46
As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil
Gilberto Garcia - Folha Gospel – O Jornal Online do Brasil, 02/08/2009
Entre as grandes inovações que o Código Civil de 2002 trouxe para a sociedade brasileira esta o tratamento
especialíssimo dado às atribuições do contabilista, podendo ser considerados até responsáveis solidariamente pelos
atos dolosos, inclusive estando inserido na Lei 10.406/2002, na Seção III - Do Contabilista e Outros Auxiliares, nos
artigos 1.177 a 1.178, e, ainda, Capítulo IV - Da Escrituração, dos artigos 1.179 a 1.195.
Registra o art. 1.177, “Os assentamentos lançados nos livros ou fichas do proponente, por qualquer dos proponentes
encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedimento de má-fé, os mesmos efeitos como se o
fossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis,
perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos
dolosos”, grifo nosso.
Por isso, alertamos as Igrejas, que são organizações de fins não econômicos, mas que são legalmente obrigadas a
manterem sua contabilidade em ordem, tendo necessidade de contarem com profissionais idôneos na área contábil.
Aprofundando essa responsabilidade ainda mais o legislador estabeleceu no art. 1.178, “Os preponentes são
responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da
empresa, ainda que não autorizados por escrito. Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados pelos atos fora
do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo
instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.”, grifo nosso.
Desta forma, os líderes de organizações religiosas necessitam estar atentos na contratação de escritórios de
contabilidade, entregando sua escrita a contadores experientes, competentes e atualizados, os quais, por
consequência devem ser bem remunerados em seus honorários, para que prestem serviços profissionais de
excelência, à luz de suas responsabilidades legais.
O próprio texto da lei é por si só um alerta para a sociedade empresária, que se aplica, por analogia a todas as
instituições, como consta do art. 1.179, “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1o Salvo o
disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2o É dispensado das
exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.”, grifo nosso.
A atuação legal do contador relativa a escrituração está registrada no art. 1.182, “(...) a escrituração ficará sob a
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado (...)”, daí a importância de também o profissional da
contabilidade estar atento a quem presta seus serviços, para que tenha tranqüilidade das informações e documentos
idôneos que lhe são fornecidos pelos seus clientes.
O novo Código Civil estabelece ainda uma importante e vital advertência relativa aos documentos contábeis no art.
1.194, “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração,
correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no
tocante nos atos neles consignados.”, grifo nosso.
A responsabilidade por desvios de recursos, no que tange a questões financeiras da Igreja, é de sua diretoria
estatutária, composta pelo presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros, e ainda da comissão de exame de
contas, conselho fiscal etc, bem como, dos associados eclesiásticos, se estes, de forma direta ou indireta,
contribuírem para a prática da irregularidade, inclusive, com o risco de ter bens pessoais atingidos, como contido na
Lei.
Aproveito o ensejo para congratular este verdadeiro exercito de homens e mulheres que são os contabilistas, e
especialmente os Conselhos Regionais de Contabilidade e Sindicatos de Contadores, alguns dos quais inclusive tem
promovido cursos de preparação visando o suporte contábil de Organizações Religiosas, para que estes continuem
prestando serviços de excelência as Igrejas e Organizações Religiosas, possibilitando a estas a tranqüilidade para
propagar “as virtudes daqueles que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”.
"Dá-nos [ó Senhor] sucesso em tudo que fizermos, sim, dá-nos sucesso em tudo". Salmo. 90:17b NTLH

47
Novos tempos, novos templos, novos desafios.
Jonatas Nascimento, Jornal Novas / Ano XXI / Nº 238 / Novembro-2010.

Há apenas duas décadas seria inimaginável a qualquer pessoa prever o que as organizações religiosas
enfrentariam nos dias atuais, em termos de luta pela manutenção da legalidade. Um dos grandes exemplos
que posso citar aqui seria a obrigatoriedade de obtenção do alvará de licença para funcionamento junto
à autoridade municipal.
Visto sob um prisma equivocado, naqueles tempos seria uma afronta a um direito constitucional. Uma
perseguição que motivaria a realização de vigílias e mais vigílias. Diga-se de passagem, ao invocar o gozo
da imunidade tributária para justificar a dispensa do alvará, muita gente boa acaba se equivocando
misturando as estações.
Uma coisa é a necessidade do consentimento da autoridade municipal para que determinada Igreja se
estabeleça, o que se dá com a concessão do diploma de alvará; outra coisa é a proibição da cobrança da
taxa de licença.
Pois bem! Saibam os navegantes que em muitos municípios esse documento já é exigido das Igrejas e em
muitos outros o silêncio das autoridades não se traduz por permissão. Quando a lei for aplicada ao pé da
letra, muitas Igrejas poderão ser fechadas e até mesmo multadas pela autoridade municipal, por
infringirem um preceito legal.
A título de alerta, transcrevo entendimento reafirmado pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal.
Para os desembargadores, dispensar a exigência é interferir no poder de polícia da administração
pública e por em risco a integridade física dos fiéis. A questão foi discutida numa ADI (Ação Direta
de Inconstitucionalidade). O TJ-DF já tinha julgado inconstitucional uma lei do DF que liberava as
Igrejas da exigência de alvará de funcionamento.
No entanto, uma nova norma foi editada pela Câmara Legislativa. O Ministério Público propôs, então,
nova ADI também julgada procedente. Os desembargadores esclareceram que “é por intermédio do
alvará de funcionamento que o poder público emite juízo positivo para que determinada atividade
comercial, industrial ou institucional seja exercida. Os templos religiosos não poderiam estar fora
desse controle”.
É assustadora a representação que o Ministério Público do Estado de São Paulo impetrou contra uma
Igreja após um desabamento que ceifou a vida de vários fiéis.
Sugiro às Igrejas que ainda funcionam sem o aval do município, que procurem se regularizar, começando
pelo “Habite-se” do prédio onde encontra-se estabelecida.
O Alvará de Localização nada mais é do que consentimento da autoridade municipal, atestando que o
prédio onde os fiéis se reunem regularmente está dentro das normas de segurança, mas para a sua
obtenção é necessário que o Corpo de Bombeiros vistorie o local, faça eventuais exigências e então
expeça o Certificado de Aprovação.

48
49
Orientação Trabalhista - A Igreja como Empregadora
Quais os riscos de manter empregados sem carteira assinada?
Professor Antonio Luiz Da Costa Soares
Tenho certeza que o título deste artigo chamou atenção de muitos irmãos que intentam obter conhecimentos legais e
administrativos, na tentativa de evitar o desgaste da Igreja perante a justiça, os órgãos públicos e a comunidade onde ela
atua. Ou então, sendo pastores, administradores de Igrejas e outros líderes, pretendam ampliar os seus conhecimentos.
Neste momento podem surgir algumas dúvidas, tais como:
COMO EVITAR DESPESAS EXTRAS COM MULTAS, LITÍGIOS E INDENIZAÇÕES NA JUSTIÇA DO
TRABALHO?
A resposta para a questão acima pode ser respondida por meio das atitudes de líderes que não aceitam, para si, resultados
medíocres. Líderes que buscam, ser e ter, um desempenho superior em tudo o que fazem, entendendo que resultados
superiores dependem fundamentalmente, deles. Da garra, da determinação, do aprendizado, da atitude mental e da ação
disciplinada.
Nossa tentativa é demonstrar como deve ser a atitude dos líderes que desenvolvem suas atividades com dedicação,
determinação, amor... e com o coração.
Para o líder novato, pretendemos que a leitura dos artigos futuros seja um guia de iniciação, para desenvolver suas
atividades, no mínimo; aos líderes mais experientes, serão introduzidos novos conceitos, além de reverem ações
tradicionais dentro de um novo contexto, ou seja, um ambiente de mercado - uma Igreja despreparada -, onde o
empregado passa a “dar” ou “ditar” as regras do jogo.
São aspectos que tornam a leitura prática e interessante, porque enfatizam tanto o ato de “controlar/gerenciar” Igrejas
bem como o de evitar processos na Justiça do Trabalho.
Aprimoramento constante e atitude tornam os líderes diferentes dos amadores.
Só assim: lendo, estudando, aprendendo e aplicando, que você poderá ser um grande líder. Espero que a leitura deste
artigo, e de outros, seja sua grande aliada.
EXCELENTE LIDERANÇA, E SUCESSO!
QUAIS OS RISCOS DE MANTER EMPREGADOS SEM CARTEIRA ASSINADA?
· A Igreja fica “nas mãos” do empregado, principalmente se for muito antigo. Suportar um empregado que não é mais
desejável, temendo que, se demiti-lo, ele vai para a Justiça do Trabalho propor uma ação trabalhista contra a Igreja.
· No caso da falta de anotação na carteira de trabalho, se o empregado manteve relação de emprego superior a (6) seis
meses, a responsabilidade do pagamento do seguro – desemprego é por conta da Igreja;
· No caso de gestação, é a Igreja quem paga a licença – maternidade de quatro meses (120 dias). Se a Igreja for
registrada, a obrigação será da Previdência Social;
· No caso de acidente de trabalho em que não houve falecimento, podendo acarretar um longo período de ausência ao
trabalho, a Igreja é responsável pelo pagamento de salários de todo o período em que o mesmo se encontrar sem
condições de retornar ao trabalho, sem falar que paga também internações em hospitais, UTI, além de outras despesas
médicas-hospitalares. Caso o empregado fosse registrado, ficaria por conta do INSS; assim, imediatamente está sendo
remunerado pelo empregador. “Conheço caso em que o empregado ficou dois anos em casa sem condições de retornar
ao trabalho”.
· No caso de acidente, ocasionando a morte do empregado, a Igreja e não o INSS que terá de pagar a indenização de
elevado valor. Pagará, por exemplo, por vários anos pensão ao cônjuge sobrevivente, além dos dependentes, despesas
com funeral, indenização por dano moral, tudo de acordo com a legislação;
· Se ocorrer invalidez permanente do empregado, terá a Igreja que pagar pensão vitalícia ao acidentado, tratamento
médico-hospitalar e psicológico, proveniente das seqüelas do acidente, sempre que necessário. Além da pensão,
indenização por dano moral. Esclarecemos ainda, que os acidentes de trabalho vão além daqueles que ocorrem na
atividade laboral, como cair da laje da Igreja e quebrar o braço, por exemplo. É também considerado acidente de
trabalho aquele ocorrido pelo empregado no período de deslocamento da residência para o local de trabalho ou vice-
versa, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado.
Assim, se o empregado indo ou voltando do trabalho, sofrer um acidente, como no exemplo acima, ou se for vítima de
uma bala perdida (tão comum nos dias de hoje), se não vier a falecer, estará protegido pela Previdência Social durante a
licença, caso esteja registrado. Se falecer, a família de igual forma estará amparada. Se não for registrado, como falamos
anteriormente, toda indenização recairá sobre a Igreja, que será condenada a pagá-la.

NÃO VALE A PENA SE ARRISCAR MANTENDO EMPREGADOS SEM CARTEIRA ASSINADA.

50
Ações Trabalhistas - Aprenda como evitar esse prejuízo!
Professor Antonio Luiz da Costa Soares
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Havard e Yale, nos Estados Unidos, divulgada no início de 2008, constatou que a legislação
brasileira é que mais protege o trabalhador no mundo. Então, não esqueça: “a Lei determina que qualquer funcionário é hipossuficiente, ou
seja, não detém capacidade jurídica para se responsabilizar pelos seus atos, o que ameaça a validade de qualquer acerto sem o conhecimento
do sindicato da classe.”
Ao longo dos anos tenho orientado nossos clientes para que adotem práticas preventivas, com orientação jurídica adequada, evitando assim
correr riscos desnecessários no que se refere aos seus funcionários.
A principal dificuldade apontada na administração dos contratos de trabalho no País é a carga tributária. “Os empresários têm de cumprir
diversas obrigações burocráticas e fiscais em relação ao registro dos funcionários, bem como suportar uma pesada carga de impostos e
contribuições.”
Na prática um funcionário de carteira assinada ganhando R$ 1.000,00 (mil reais), com todos os seus pagamentos e encargos trabalhistas
recolhidos, custa praticamente outro salário, dobrando o custo para mantê-lo.
Destaco que elevada tributação leva as empresas a contratações irregulares, o que pode render no futuro ações trabalhistas. “Os nossos
encargos figuram entre os mais pesados do mundo e isso estimula contratações com partes do salário pago por fora ou até mesmo sem
registro.” Empresas de pequeno porte podem ser prejudicadas pelo rigor da CLT por não possuírem recursos necessários para receber a devida
assessoria.
Aconselho aos empresários se adequarem às exigências da legislação. Manter a documentação completa e atualizada e o controle dos registros
das jornadas de trabalho, das folhas de pagamento, da segurança e medicina do trabalho, dos autônomos e terceirizados, evitando assim,
nestes casos, a criação de vínculos que possam dar causa a reclamações trabalhistas.
MUDANÇA DE ATITUDE: O grande número de ações trabalhistas ajudou a modificar o panorama empregatício no País e com as atuais
mudanças na legislação, como a admissão de funcionários com jornada de trabalho reduzida, inferior à previsão Constitucional de 08 (oito)
horas diárias ou 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
JORNADA DE TRABALHO: O artigo 58-A da CLT, em regra geral, a jornada normal de trabalho não pode ser superior a 8 (oito) horas
diárias e 44 horas semanais, facultadas a compensação de horários e a redução da jornada de trabalho, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho.
Desta forma, nada impede que o empregado seja contratado para trabalhar com jornada diária inferior a 8 (oito) horas e, consequentemente,
com jornada semanal inferior a 44 (quarenta e quatro) horas.
Assim, apesar de a jornada semanal ser de até 44 (quarenta e quatro) horas, o empregado contratado para trabalhar somente nos finais de
semana não pode trabalhar mais do que 8 (oito) horas diárias.
TEMPO PARCIAL: As empresas com carga de trabalho inferior a 44 (quarenta e quatro) horas semanais podem firmar contrato de trabalho
em regime de tempo parcial com seus empregados.
Considere-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte) horas semanais.
Nesta hipótese, a jornada diária normal poderá ser de até 8 (oito) horas diárias. Entretanto, os empregados não poderão prestar horas extras.
Caso isto ocorra, este tipo de contrato ficará descaracterizado, aplicando-se ao empregado a legislação normal.
Algumas empresas têm preferido terceirizar o trabalho ou contratar o funcionário como Pessoa Jurídica. Esta e outras mudanças devem ser de
conhecimento dos empresários, para fazer a melhor escolha na hora da contratação.
Recomendo uma boa relação entre colaboradores e empresários para evitar ações trabalhistas. Quanto mais respeito e zelo eles tiverem pela
empresa, mais difícil será a decisão de ingressar na justiça trabalhista sem antes tentar uma conciliação. O importante é manter sempre aberta
uma via de comunicação para que os funcionários exponham seus descontentamentos, possibilitando a empresa propor acertos amigáveis,
cujo custo final é menor do que em casos judiciais.
Aconselho o investimento em políticas de incentivo, valorização e crescimento do colaborador, treinamentos, melhorias no ambiente de
trabalho para minimizar o risco de ações judiciais. “Não existe seguro total contra ações trabalhistas, mas o funcionário deve sempre ser visto
como o maior patrimônio da empresa e jamais como peça de fácil substituição. Grande rotatividade e insatisfação de funcionários são
sinônimos de ineficiência e prejuízos.” Pense nisso!
PREVENÇÃO: Acredito que falta à maioria das empresas a chamada advocacia preventiva, ou seja, uma orientação jurídica personalizada e
dirigida especificamente às necessidades do segmento em que a empresa esteja inserida.
Aproveito ainda para dizer, que grande parte das ações trabalhistas está relacionada às horas extras, mas hoje é comum verificar-se também
ações postulando vínculo empregatício, em especial por conta do aumento da terceirização ilegal e do trabalho informal.
As pequenas e médias empresas sofrem com o dilema: cumprir integralmente a legislação ou suprimir, ilicitamente alguns direitos de seus
empregados para, de forma imediata, garantir maior investimento e acumulo de capital.
E é justamente a opção deste dilema que vai determinar a continuidade da empresa no mercado.
CONCLUSÃO: A advocacia preventiva é uma forma de a empresa economizar, evitar transtornos futuros, pois com ela se cobra bem menos
que o serviço de defender juridicamente a empresa em uma demanda.

51
52
53
54
ISENÇÃO DA TAXA DE PREVENÇÃO E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

DECRETO Nº 39.284, DE 11 DE MAIO DE 2006

REGULAMENTA A LEI ESTADUAL Nº 3.686,


DE 24 DE OUTUBRO DE 2001, COM AS
ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI
ESTADUAL Nº4.551, DE 09 DE MAIO DE 2005.

A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que
consta do Processo nº E-27/088/2120/2005,
CONSIDERANDO:
- a Lei Estadual nº 3.686, de 24 de outubro de 2001, que isenta do pagamento da taxa de incêndio os aposentados,
pensionistas e portadores de deficiência física e, com a redação dada pela Lei Estadual nº 4.551, de 09 de maio de 2005,
estende tal benefício às Igrejas e Templos de qualquer culto; e
- a necessidade prática de se regulamentar os procedimentos para as isenções acima referidas,
DECRETA:
Art. 1º - A isenção da Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndios dos aposentados, pensionistas e portadores de
deficiência física e das Igrejas e Templos de qualquer culto, concedida nos termos do Art. 1º da Lei nº 3686/01, com a
redação dada pela Lei nº 4.551/05, será efetivada nos termos deste Decreto.
Art. 2º - Os aposentados, pensionistas e portadores de deficiência física deverão instruir o seu requerimento com os
seguintes documentos, original e cópia:
I - Carteira de identidade;
II - CPF;
III - Documento comprobatório da área do imóvel;
IV - DATI (Documento de Arrecadação da Taxa de Incêndio);
V - Comprovante de rendimentos;
VI - Certidão do Registro de Imóveis respectivo ou escritura do imóvel, na hipótese de o requerente ser proprietário.
VII – Contrato de comodato ou de locação, quando for o caso;
VIII – Termo de Responsabilidade, em que o aposentado, pensionista ou portador de deficiência física declare ser
proprietário comodatário ou locatário exclusivamente do imóvel objeto do pedido, com área construída de até 120 m2
(cento e vinte metros quadrados), bem como perceber proventos ou pensão de até 5 (cinco) salários mínimos, como única
fonte, mensal, de rendimentos, sob pena de incidência do Art. 2º, inciso I, da Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990.
§ 1º - Os documentos relacionados nos incisos III, IV, V e VIII deverão ser os correspondentes a cada exercício, uma vez
que a isenção é concedida em caráter anual.
§ 2º - Os portadores de deficiência física deverão apresentar, além dos documentos referidos nos incisos deste artigo,
laudo médico certificador de tal circunstância.
§ 3º - O pensionista a que se refere o presente Decreto é o previdenciário, afastado qualquer outro tipo de denominação
similar.
Art 3º - Considera-se Igreja e Templo de qualquer culto, para efeito deste Decreto, a edificação em que se reúne um
conjunto de fiéis, unidos pela fé, destinada à celebração pública dos ritos religiosos, sem restrição de crença, bem como
os seus anexos.
§ 1º - Considera-se culto todo ato de veneração, adoração ou reverência, que tenha natureza de cerimônia religiosa.
§ 2º - Consideram-se anexos, para os efeitos do caput deste artigo, todos os espaços, contíguos ou não à edificação
principal, que tornem possível ou viabilizem o culto, sejam ligados às finalidades essenciais da Instituição Religiosa, bem
como à assistência social e à educação, e não possuam caráter econômico, bem assim, a casa paroquial, o convento, a
abadia, a casa do pastor, a casa do rabino, o centro de formação de rabinos, os locais de estudo da doutrina religiosa,
dentre outros.
§ 3º - Consideram finalidades essenciais as atividades desempenhadas pelas Instituições Religiosas relacionadas com as
orações e com o culto.
Art. 4º - Fazem jus à isenção de que trata este decreto os imóveis que sejam de propriedade, locados ou cedidos em
comodato para a instituição religiosa respectiva.
Art. 5º - O requerimento de isenção da Instituição Religiosa deve ser instruído com os seguintes documentos:
I – Cópia do estatuto registrado em cartório ou similar;
II – Documento comprobatório de que o requerente é o representante legal daquela comunidade religiosa;
III – Cópia da publicação em Diário Oficial do registro da instituição religiosa ou documento fornecido pela autoridade
competente, por meio de alvará de funcionamento;
IV – Planta baixa do imóvel, com a designação da finalidade de cada espaço da estrutura, para imóveis com área superior
a 200m2 (duzentos metros quadrados);

55
V – Certidão do Registro de Imóveis respectivo ou escritura do imóvel, na hipótese de a Instituição Religiosa ser
proprietária.
§ 1º - No caso da Instituição religiosa ser locatária ou comodatária do imóvel, a documentação exigida no inciso V será
substituída pelo contrato de locação e contrato de comodato, registrado em cartório de registro de títulos e documentos, e
que prevejam a utilização do seu objeto para os fins dos § 1º, 2º e 3º do Art. 3º deste Decreto, bem como a obrigação do
pagamento de taxas da Instituição Religiosa, permanecendo os demais requisitos exigidos nos incisos deste artigo.
§ 2º - Para imóveis com área de até 200m2 (duzentos metros quadrados), a planta baixa referida no inciso IV poderá ser
substituída por um croqui simples designativo das características do prédio, com a indicação da finalidade de cada espaço
da estrutura, para os fins do disposto no Art. 7º deste Decreto.
Art. 6º - O beneficio só se aplica aos imóveis que, comprovadamente, estejam ocupados como Instituição Religiosa no
primeiro dia de janeiro de cada exercício.
Art. 7º - Possuindo a Igreja ou Templo espaço no interior de seu terreno ou edificação destinado a desenvolver atividade
econômica, tais como cantinas, livrarias, bazares de artigos religiosos, dentre outros, sobre este não incidirá a isenção,
salvo no caso de os respectivos rendimentos serem dirigidos ao custeio de suas finalidades essenciais e de sua
subsistência, bem como da assistência social e da educação prestadas a título gratuito.
§ 1º - O valor da taxa de incêndio devido será calculado sobre o somatório das áreas das unidades que desenvolvam
atividade econômica, assim consideradas autonomamente.
§ 2º - Na hipótese de os rendimentos da atividade econômica desenvolvida serem totalmente destinados ao custeio das
finalidades essenciais e da própria subsistência da Igreja ou Templo, bem como da assistência social e da educação
prestadas a título gratuito, o representante legal da Instituição Religiosa deverá apresentar, além dos documentos
elencados no Art. 5º deste Decreto, um Termo de Responsabilidade, com firma reconhecida e registrado em cartório de
registro de títulos e documentos , em que conste verossímil declaração neste sentido, estando sujeito, no caso de a
declaração ser falsa ou omitir informações sobre elementos indispensáveis à configuração do direito à isenção, à
cominação penal constante do Art. 2º, inciso I, da Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990.
Art. 8º - As isenções referidas neste Decreto dependem de reconhecimento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Rio de Janeiro, através de requerimento em que os beneficiários façam prova do atendimento das condições e requisitos
previstos na Lei nº 3.686/01, com a redação dada pela Lei nº 4.551/05, e no presente Decreto, ficando os mesmos cientes
de que as inexatidôes, omissões ou falsidades em documentos e declarações obrigatórias, além de impeditivas da fruição
do benefício, estão sujeitas às cominações legais, inclusive à cobrança de eventuais créditos tributários não pagos, com as
penalidades e acréscimos incidentes.
Art. 9º - Os sujeitos passivos destinatários das isenções de que trata este Decreto deverão comunicar ao Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro quaisquer alterações que impliquem na perda ou suspensão do benefício,
sob pena de pagamento das taxas de incêndio devidas com as penalidades e acréscimos incidentes, sem prejuízos das
cominações penais.
Art. 10º - Para fins de instrução do processo administrativo de isenção, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio
de Janeiro reserva-se, quando julgado necessário, o direito de:
I – Promover vistorias e inspeções nos imóveis objeto deste Decreto;
II – Exigir do beneficiário a apresentação de outros documentos não previstos nos Art. 2º, 5º e 7º, com vistas à cabal
comprovação dos requisitos exigidos, principalmente da veracidade das declarações a que se referem os Art. 2º, VIII, e 7º,
§ 2º, deste Decreto.
Art. 11 - As isenções concedidas pela Lei nº 4.551/05, que deu nova redação ao Art. 1ª da Lei nº 3.686/01, não retroagem
aos exercícios anteriores a ela.
Art. 12 - As isenções regulamentadas por este Decreto deverão ser renovadas anualmente junto ao Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro, mediante a comprovação dos requisitos necessários à concessão.
Art. 13 – O Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro editará os atos que forem
necessários à implementação deste Decreto.
Art. 14 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 11 de maio de 2006.

ROSINHA GAROTINHO

56
Aprovada isenção no pagamento da Taxa de Incêndio a Igrejas e templos
Igrejas e templos religiosos estão isentos do pagamento da taxa de incêndio. A Assembléia Legislativa do
Rio aprovou nesta quarta-feira (16/03), em regime de urgência, o projeto de lei que amplia o alcance da
Lei 3.686/01 - que já dispensa do pagamento da taxa os aposentados, pensionistas e portadores de
deficiência física, proprietários ou locatários de apenas um imóvel residencial no estado, medindo até 120
metros quadrados. De autoria dos deputados Caetano Amado (PL) e Fábio Silva (PP), o texto segue para a
apreciação da governadora Rosinha Garotinho. De acordo com os autores, a proposição visa a minimizar
os gastos daqueles que "têm sido grandes parceiros do estado. Com esta proposta, podemos garantir às
igrejas e templos de qualquer culto possibilidades econômicas de arcar com as inúmeras despesas
inerentes à sua subsistência", justificam os deputados no projeto.

57
IPTU – Imposto Territorial e Predial Urbano
Professor Antonio Luiz da Costa Soares

Constituíção Federal
Artigo 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à Ubião aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:

Inciso VI – Instituir imposto sobre:


a) Patrimônio, rendas ou serviços, um dos outros,
b) Templos de qualquer culto;
c)[...]
d)[...]

Templos de qualquer culto


Edificação pública dirigida ao culto religioso. É a igreja, sinagoga ou edifício principal onde se celebra a
cerimônia pública, o convento e os anexos , inclusive a casa ou residência especial do pastor ou pároco,
pertencente à comunidade religiosa, desde que

Prefeitura de Nova Iguaçu cobra IPTU de igrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas
Em uma decisão exclusiva que distingue o município de Nova Iguaçu dos demais da Baixada Fluminense,
a prefeitura Municipal acatou a decisão pela cobrança de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano às
Igrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas que estão em situação de locação.
A administração municipal entende que o beneficio de isenção do IPTU só poderá ser concedido aos
proprietários de imóveis.
No entanto, não haveria qualquer impedimento municipal de conceder isenção aos imóveis das igrejas e
templos religiosos que fazem a locação do edifício ou terreno em que se realiza o culto, pois ainda que a
Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI, alínea b, conceda a isenção dos tributos aos templos de
qualquer culto que sejam proprietários do imóvel onde estão instalados seja em âmbito da União, Estado,
Distrito e Municípios. No § 6º do mesmo artigo, a expressão dá liberdade aos municípios de
regulamentarem sobre a concessão de isenções.
Ora, quando o Código Tributário Nacional (Lei Federal 5.172, art. 32) define o imposto sobre a
propriedade predial e urbana, afirma que o IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou
a posse do bem imóvel, por natureza ou por acessão física [grifo nosso]. Isso implica em considerar
tributos aos bens imóveis aos quais são locados, como, por similaridade isenção aos prédios locados às
igrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas. Na análise do artigo há de se considerar que o
termo “templo” referido na Constituição não se refere ao prédio ou edificação em que se realiza o culto,
mas sim a entidade religiosa que realiza o culto.

As administrações municipais de Nova Iguaçu dos anos anteriores concediam isenções de IPTU às igrejas,
templos de qualquer culto e entidades filantrópicas que estavam em situação de locação, pois entendiam
que estas prestam serviços que suprem muitas carências locais, como por exemplo, atividades relacionadas
ao lazer, esporte, saúde, arte, educação e prevenção ao uso de drogas, muitas sendo consideradas de
utilidade pública.
Ao pensar nesta perspectiva chagamos À conclusão que a Prefeitura quando concede as isenções, não está,
como erroneamente alguns entendem, beneficiando ao particular. O raciocínio é outro, aliás o contrário.
Quem está favorecendo é o particular ao público. Assim, é injusto tributar aquele que auxilia ao
município, que é seu parceiro no atendimento de serviços de interesse coletivo, como o fazem a maioria
das pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, sendo proprietários ou não do edifício em que
estão instalados. O objetivo do tributo é justamente o de viabilizar a prestação de tais serviços. Então
porque não conceder essas isenções aos que estão em situação de locação?

58
A Segurança dos fiéis nas Igrejas e Organizações Religiosas

Professor Gilberto Garcia, Jornal Interação / Ano VIII / nº 96 / Junho-2013

“Treze igrejas devem ser multadas por falta de alvará de incêndio em Cuiabá. Bombeiros informaram que
instituições foram notificadas e não regularizaram. Igrejas devem ser multadas e, em seguida, interditadas. (…).
[Foi informado ] (…) que, após denúncia de irregularidade, foi feita vistoria e constatadas falhas em 22 instituições
religiosas. Nove delas, porém, regularizaram a situação, enquanto as demais ainda se encontram, em condições que
oferecem riscos às pessoas que frequentam o local. (...)”, Portal G1, fev/2013.
É de se enfatizar o noticiado pela mídia nacional que, segundo as empresas fabricantes de extintores de incêndio
houve acréscimo na procura, em cerca de 30%, na aquisição por Igrejas Evangélicas e Centros Espiritas, os quais
estão entre as instituições que promovem reuniões em espaços fechados com grande acesso ao público de fiéis, o
que demonstra a salutar preocupações das lideranças.
Nesta motivação de legalidade institucional no exercício da fé para os religiosos, um dos trabalhos que os alunos da
disciplina: “Igreja e o Direito Civil”, do qual sou titular no Curso de Teologia da FAECAD – Faculdade das
Assembleias de Deus no Brasil, mantida pela CGADB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, com
sede em Vicente Carvalho, Rio de Janeiro/ RJ, é apresentar uma cópia do Alvará de Localização Municipal ou
Certificado do Corpo de Bombeiros, procedendo a obtenção voluntária de um deste documentos junto a uma Igreja
Evangélica dentro de sua escolha pessoal.
Chama à atenção os relatos de alunos, muitos dos quais já pastores, inclusive do Curso de Convalidação, de que a
maioria das Igrejas pesquisadas por eles, de todas as denominações: históricas, tradicionais, pentecostais e
neopentecostais, não possuem tal documentação legal, autorizativa de funcionamento para reunião de pessoas em
locais fechados, enfatizando a dificuldade do cumprimento da tarefa acadêmica, que visa exatamente conscientizá-
los da indispensabilidade da obtenção destes documentos antes de juntar pessoas num ambiente para culto ou para a
realização de eventos públicos em local aberto, inclusive para louvar a Deus.
É importante destacar que todos os Estados da Federação Brasileira possuem regramentos específicos para a
segurança na reunião de pessoas, em ambientes fechados, como os Templos Religiosos, de qualquer confissão, ou
ambiente abertos, como eventos evangelísticos; por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, o COSCIP – Código de
Segurança Contra Incêndio e Pânico, Decreto n° 897, 21/09/1976, enuncia todos os itens obrigatórios a todas as
pessoas, organizações, entidades, instituições, empresas etc, que pretendam promover o ajuntamento de cidadãos,
independente da motivação, seja religiosa, civil, cultural, esportiva etc.
Fiquei muito contente quando em uma visita feita a Igreja Batista da Liberdade em São Paulo pude constar, em local
visível na entrada do Santuário de Culto, uma grande placa que atesta que aquela Igreja Evangélica cumpre as
determinações municipais relativas ao Alvará Municipal, consequentemente cumprindo as exigências de segurança
pública para lugares que reúnem pessoas.
Também visualizei a devida instalação e identificação dos Extintores de Incêndio em locais acessíveis, e notei que a
Igreja da Liberdade possui internamente sinalizações relativas às Saídas de Emergência, e ainda, para orientações de
seus membros e visitantes, insere no Boletim Dominical instruções orientativas com relação à localização e
utilização dos equipamentos de segurança dos fiéis.
Num outro momento lecionando o Módulo: “Legislação Aplicada as Organizações Religiosas” no Curso de Pós-
Graduação em Gestão Eclesiástica da FABERJ – Faculdade Batista do Estado do Rio de Janeiro/ STBF – Seminário
Teológico Batista Fluminense, ligado a Convenção Batista Fluminense, que funciona nas dependências do Colégio
Batista Fluminense, na Cidade de Campos dos Boytacazes / RJ, compartilhamos a obrigatoriedade das Igrejas e
Organizações Religiosas cumprirem o COSCIP/RJ.
Destacamos o excepcional exemplo da Igreja Batista Nova Belém, São Francisco do Itabapoana/RJ, em que pese, na
quantidade de membros, ser considerada pequena, possuir uma Brigada de Incêndio formada por membros, que
foram treinados num curso promovido pelo Corpo de Bombeiros para Líderes Comunitários, estes sim, de grande
visão, o que deve servir de modelo para outras Igrejas Evangélicas, que pretendem cultuar a Deus, com a
tranquilidade pessoal, sem colocar em risco a vida, a segurança ou a integridade dos fiéis, “Para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos Céus”.

59
Reflexão
Leiam até o fim. Vale a pena refletir...
Mensagem que Nizan Guanaes (presidente da agência de publicidade DM9DDB, dono do IG) proferiu em uma formatura.
Dizem que conselho só se dá a quem se pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho
licença para dar alguns. Portanto, apesar de minha pouca autoridade para dar conselho a quem quer que seja aqui vão alguns,
que julgo valioso:
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame o seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado
pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido,
nem um grande canalha.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16
anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não os ganham. Porque são incapazes de
sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi constituído antes na alma.
A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de
leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não faria isso por
dinheiro nenhum no mundo.” E ela responde: “Eu também não, meu filho.”
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido
mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.
Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de
padrão de vida generalizada.
Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chegam a viver como homens. Roubam,
mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguaçu. Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões,
Denilma e Rosângela, sua concubina.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente, ou seja, frio, não seja morno que eu te vomito.
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente, ou seja, frio, não seja quente eu te vomito. É preferível o
erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.
Porque já vi grandes livros e filmes sobre tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer,
o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a
extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi para fazer história: Que todo homem é
um milagre e traz em si uma revolução.
Que mais do que sexo e dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e
caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não use Rider, não dê férias aos seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista
do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: “Eu não disse!”, “Eu sabia!”. Toda família tem um tio batalhador e bem de
vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele
faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta-feira a noite,
todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a
pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.
Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. Das 8 às 12, das 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo.
Evita o ócio, que é morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, de vantagem em tudo,
tem muito que aprender com aqueles trouxas japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol,
construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior mega potência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construirmos uma das
maiores impotências do trabalho.
Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.
Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo,
que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que
os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.

60
61
62

Das könnte Ihnen auch gefallen