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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.611.415 - PR (2016/0169479-1)

RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE


RECORRENTE : LONDRINA ESPORTE CLUBE
ADVOGADOS : ARTUR HUMBERTO PIANCASTELLI - PR019751
BRUNO ANDRADE CESAR DE OLIVEIRA - PR044846
LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE - DF041950
RAÍSSA HELENA GOMES GRITTI - PR069421
RECORRENTE : GABRIEL CONTINO
ADVOGADO : DIOGO LIMA DE SOUZA - RJ125376
RECORRIDO : OS MESMOS
EMENTA
1. RECURSO ESPECIAL DE GABRIEL CONTINO. CIVIL. CONTRATO DE PARCERIA DE
ATLETA DE FUTEBOL. NULIDADE DECRETADA EX OFFICIO PELO JUIZ. DIREITO À
RESTITUIÇÃO DOS VALORES ADIANTADOS PELOS CONTRATANTES. INDEPENDE DE
PEDIDO DA PARTE. RECURSO PROVIDO. 2. RECURSO ESPECIAL DE LONDRINA
ESPORTE CLUBE. PEDIDO DE MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS. PERDA DE OBJETO.
1. A nulidade do contrato, por se operar ex tunc, acarreta o retorno das partes ao status quo
ante, de maneira que o provimento jurisdicional de decretação de nulidade do ajuste contém
em si eficácia restituitória –, nasce o direito de as partes serem ressarcidas pelo que
despenderam na vigência do contrato nulo – e liberatória, pois desobriga ambos da relação
contratual.
2. No provimento judicial que decreta a rescisão ou a nulidade contratual está ínsito o direito de
devolução das quantias eventualmente adiantadas pelos contratantes, independemente de
requerimento expresso nesse sentido, sob pena de enriquecimento sem causa.
3. O provimento do recurso especial de um dos recorrentes, com a inversão dos ônus
sucumbenciais, torna prejudicado o recurso interposto pela parte contrária visando à
majoração dos honorários advocatícios fixados na origem.
4. Recurso especial de Gabriel Contino provido. Recurso especial de Londrina Esporte Clube
prejudicado.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial de Gabriel Contino e julgar
prejudicado o recurso de Londrina Esporte Clube, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi e Ricardo Villas Bôas Cueva
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino.
Brasília, 21 de fevereiro de 2017 (data do julgamento).

MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.611.415 - PR (2016/0169479-1)

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE:

Trata-se de recursos especiais interpostos por Gabriel Contino e por


Londrina Esporte Clube, ambos com fundamento nas alíneas a e c do permissivo
constitucional, contra acórdão, proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,
assim ementado:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA -


CONTRATO PARTICULAR DE PARCERIA DE ATLETA - NULIDADE -
INTERVENÇÃO JUDICIAL PERANTE A ENTIDADE APELADA - ATOS
DE ADMINISTRAÇÃO SOB A SUPERVISÃO DE ADMINISTRADOR
NOMEADO - AUSÊNCIA DO AVAL DO ADMINISTRADOR JUDICIAL
NOMEADO - INCABIMENTO DE COBRANÇA DA MULTA
CONTRATUAL FACE A INEFICÁCIA DO CONTRATO - RECURSO DE
APELAÇÃO DESPROVIDO.
RECURSO ADESIVO - PEDIDO DE MAJORAÇÃO DOS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - FIXAÇÃO DE ACORDO COM A
APRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ E DO TRABALHO
DESENVOLVIDO PELO PATRONO - ARTIGO 20, § 4º DO CPC -
SENTENÇA MANTIDA - RECURSO ADESIVO DESPROVIDO
APELAÇÃO CÍVEL E ADESIVO DESPROVIDOS.
(e-STJ, fl. 232)

Em suas razões recursais (e-STJ, fls. 281-290), Gabriel Contino alegou


que o acórdão hostilizado ofendeu os arts. 182 e 884 do Código Civil de 2002.
Sustentou, para tanto, que "a declaração judicial da nulidade do negócio jurídico tem
eficácia ex tunc, motivo porque retroage à data da celebração do pacto. Logo,
pronunciada a nulidade, as coisas voltam ao estado anterior como se não tivesse sido
celebrado o negócio nulo". Assim, em razão da declaração de nulidade do contrato,
deve, ao menos, ser restituído ao ora recorrente o valor que ele desembolsou para
efetivação da compra de 30% dos direitos federativos/econômicos do contrato do
jogador, com a devida incidência de correção monetária e juros moratórios, sob pena
de se ensejar o enriquecimento sem causa do ora recorrido.

Por sua vez, em seu especial (e-STJ, fls. 239-247), Londrina Esporte
Clube aduziu que o aresto recorrido incorreu em divergência jurisprudencial e em
ofensa ao art. 20, § 4º, do CPC/1973, ao não acolher o pedido de majoração dos

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honorários advocatícios fixados na sentença em R$ 1.000,00 (mil reais), "equivalentes
a menos de 0,33% do valor pretendido pelo recorrido ou menos de 0,5% do valor
atualizado dado à causa (R$ 250 mil)". Requereu, assim, a majoração da verba
honorária para 5% sobre o valor atualizado da causa "ou a patamar razoável e
adequado aos preceitos do art. 20, §3º do CPC e ao valor em discussão no processo,
valor digno, que respeita o munus do advogado".

Contrarrazões apresentadas às fls. 299-306 (e-STJ) apenas por Gabriel


Contino.

Admitidos os recursos especiais na origem, subiram os autos a esta


Corte de Justiça.

É o relatório.

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.611.415 - PR (2016/0169479-1)

VOTO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE(RELATOR):

I - Recurso especial interposto por Gabriel Contino:

De início, esclareço que, no presente recurso especial, não está sendo


discutida a possibilidade de o julgador, de ofício, declarar a nulidade do contrato, com
base no princípio jura novit curia, embora, no caso concreto, no bojo de ação de
cobrança ajuizada pelo ora recorrente, tenha sido declarada, ex officio , a nulidade do
contrato de parceria de atleta de futebol celebrado entre este e Londrina Esporte
Clube.

Em seu apelo especial, Gabriel Contino visa a discutir apenas as


consequências jurídicas da nulidade do aludido contrato. Afirma, para tanto, que, com
a celebração do ajuste adquiriu 30% dos direitos econômicos de determinado jogador,
pagando, para tanto, o preço de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Assim, em razão
da dita declaração de nulidade do contrato com efeito ex tunc, deveria, ao menos,
ser-lhe restituído o valor que desembolsou para efetivação da compra dos direitos
federativos/econômicos do atleta, já que a multa por descumprimento de contrato foi
repelida pelas instâncias ordinárias (R$ 150.000,00).

Eis o teor do voto condutor do acórdão recorrido:

O Apelante por sua vez alega que houve irregularidade e


consequente nulidade do contrato por conta do Apelado e com isso
pretende a reforma da sentença para receber tanto o valor da multa
rescindenda no valor de R$ 150.000,00 constante na cláusula quinta do
contrato como o reembolso do valor de R$ 40.000,00.
Possível notar as fls. 38 que em data de 27/10/2006 houve
intervenção judicial do Londrina Esporte Clube ora Apelado, com
decisão proferida pela Justiça do trabalho no sentido de declarar nulo o
contrato de Trabalho do Jogador n. 585369, firmado entre as partes,
para deliberar de forma definitiva, declarando ineficaz qualquer
documento firmado com o Réu, de cessão a terceiros de direitos
federativos/econômicos decorrentes do contrato.
Frise-se que intervenção da Justiça do Trabalho ocorreu em data de
27/10/2006 e não 12/11/12009 como afirma do Apelante, pois o
documento de fls. 38 se trata de certidão informativa onde consta a
data da intervenção como apontada.
Nesta esteira, temos que o referido contrato foi assinado em data
posterior a da intervenção, de forma que resta caracterizada a nulidade
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do contrato, considerando que somente seria possível qualquer ato de
administração da entidade deveria ser realizado sem a autorização do
administrador nomeado Rubens Moretti cf. fls. 38/40 face o descaso,
omissão e irresponsabilidade administrativa dos dirigentes do Clube
Apelado.
Desta forma, havendo ineficácia do contrato celebrado que é objeto
da demanda, não há que se falar em aplicação da multa por
inadimplemento ou atingir o ressarcimento perante a agremiação que
não é parte no processo.

Da leitura do especial, tem-se que o ora recorrente abriu mão de discutir:


(i) a possibilidade de o juiz ou o Tribunal reconhecer de ofício a nulidade de cláusulas
contratuais; (ii) a própria causa de decretação da nulidade; e (iii) o afastamento do
direito à percepção da multa por descumprimento contratual (R$ 150.000,00). Tão
somente questiona que a declaração judicial da nulidade do negócio jurídico, por ter
eficácia ex tunc, deve restabelecer as partes ao estado anterior como se não tivesse
sido celebrado o contrato nulo. Assim, requer seja restituído do valor que desembolsou
para efetivação da compra dos direitos federativos/econômicos do jogador, com a
devida incidência de correção monetária e juros moratórios.

Com efeito, a nulidade do contrato, por se operar ex tunc, acarreta o


retorno dos litigantes ao status quo ante, de maneira que o provimento jurisdicional de
decretação de nulidade do ajuste contém em si eficácia restituitória – nasce o direito
de as partes serem ressarcidas pelo que despenderam na vigência do contrato nulo –
e liberatória, pois desobriga ambos da relação contratual. Para tanto, não é necessário
nenhum outro procedimento (reconvenção, interposição de recurso ou até mesmo
ajuizamento de nova demanda), para simplesmente buscar a restituição das partes ao
status quo ante, porquanto tal comando já está contido, ex officio , no provimento
judicial que decreta a rescisão ou a nulidade contratual.

A orientação jurisprudencial de ambas as Turmas que integram a


Segunda Seção desta Corte Superior é de que a declaração judicial de rescisão do
contrato de compra e venda contém, per se, comando de devolução das quantias
eventualmente adiantadas pela parte compradora, o qual independe de requerimento
expresso nesse sentido, sob pena de enriquecimento indevido da outra parte
contratante.

A propósito, colacionam-se os seguintes precedentes:

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 1. EMBARGOS
INFRINGENTES. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. CONHECIMENTO.
EFEITO TRANSLATIVO. POSSIBILIDADE. 2. COISA JULGADA.
OFENSA. INEXISTÊNCIA. CONTRATO. COMPRA E VENDA.
RESCISÃO. PARCELAS PAGAS. RESTITUIÇÃO. EFICÁCIA
RESTITUITÓRIA. EX OFFICIO. DECISÃO JUDICIAL. 3. AGRAVO
PARCIALMENTE PROVIDO.
1. É possível o conhecimento de questões de ordem pública em
embargos infringentes, por força do efeito translativo (Precedente
específico: REsp n. 304.629/SP, Quarta Turma, Relator o Ministro Luis
Felipe Salomão, DJe de 16/3/2009).
2. Conforme entendimento pacificado no âmbito das Turmas que
integram a Segunda Seção desta Corte Superior, a rescisão judicial do
contrato de compra e venda implica, ex officio, a restituição das partes
ao estado anterior (eficácia restituitória contida no provimento
jurisdicional), razão por que não ofende a coisa julgada a inclusão, na
conta de liquidação, dos valores pagos pelo comprador.
3. Agravo regimental parcialmente provido.
(AgRg no REsp 1.289.600/TO, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 17/12/2014)

RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESOLUÇÃO


DE CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. IMÓVEL
LOTEADO. PARCELAMENTO IRREGULAR.
FALTA DE REGISTRO. NULIDADE DO CONTRATO.
1. Ação de resolução de contrato de compromisso de compra e venda
de imóvel loteado sem o devido registro do loteamento.
2. Ilicitude do objeto do contrato de promessa de compra e venda por
disposições legais expressas da Lei n.º 6.766/79 (arts. 37 e 46) diante
da ausência de regularização do loteamento sem registro ou aprovação
pelo Poder Público.
3. Precedentes jurisprudenciais específicos desta Corte e dos Tribunais
de Justiça do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.
4. A nulidade do contrato acarreta o retorno dos litigantes ao "status
quo ante", devendo ser reconhecida de ofício pelo juiz e gerando
efeitos "ex tunc".
5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(REsp 1.304.370/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014)

RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. RESOLUÇÃO DE


CONTRATO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL.
DETERMINAÇÃO DE RESTITUIÇÃO, PELO PROMITENTE
VENDEDOR, DAS PARCELAS DO PREÇO PAGAS PELOS
PROMITENTES COMPRADORES. DESNECESSIDADE DE PEDIDO
EXPRESSO DOS RÉUS. CONCRETIZAÇÃO DA EFICÁCIA
RESTITUTÓRIA DA RESOLUÇÃO. INOCORRÊNCIA DE DECISÃO
'EXTRA PETITA'.
1. Decretada a resolução do contrato de promessa de compra e venda,
deve o juiz, ainda que não tenha sido expressamente provocado pela
parte interessada, determinar a restituição, pelo promitente vendedor,
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das parcelas do preço pagas pelos promitentes compradores.
2. Concretização da eficácia restitutória da resolução, aplicável em
benefício das duas partes do contrato, como consequência natural da
desconstituição do vínculo contratual.
3. Inocorrência de decisão "extra petita".
4. Reafirmação da jurisprudência da Terceira e da Quarta Turma deste
STJ acerca do tema.
5. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.
(REsp 1.286.144/MG, Terceira Turma, Relator o Ministro Paulo de
Tarso Sanseverino, DJe de 1º/4/2013).

CIVIL E PROCESSUAL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE


LOTE. PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES. INADIMPLEMENTO DOS
RÉUS. AÇÃO DE RESCISÃO MOVIDA PELA VENDEDORA.
DESFAZIMENTO DA RELAÇÃO. DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS
PAGAS COM RETENÇÃO DE DETERMINADO PERCENTUAL PARA
FAZER FRENTE A DESPESAS DA CREDORA. CONTESTAÇÃO
OMISSA A RESPEITO. PRECLUSÃO INEXISTENTE.
CONSEQÜÊNCIA INERENTE À RESCISÃO. CPC, ART. 300. OFENSA
NÃO IDENTIFICADA.
I. Em havendo rescisão do compromisso de compra e venda, o
desfazimento da relação contratual implica, automaticamente, como
decorrência lógica e necessária, na restituição das prestações pagas,
reservada uma parte, que fica deduzida, em favor da alienante, para
ressarcir-se de despesas administrativas, sendo desnecessário que tal
devolução conste nem do pedido exordial (quando o autor é o
vendedor), nem da contestação (quando o autor é o comprador), por
inerente à natureza da lide.
II. Recurso especial não conhecido.
(REsp 500.038/SP, Quarta Turma, Relator o Ministro Aldir Passarinho
Junior, DJ de 25/8/2003).

PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Parcelamento do solo.


Resolução. Restituição. CDC. Reconvenção.
- O CDC se aplica à relação de consumo estabelecida entre a empresa
que comercializa imóveis loteados urbanos e o promissário comprador,
operação que é regulada, no que tem de específico, pela legislação
própria (Lei 6766/79).
- Resolvido o negócio, cabe a restituição das parcelas mensais pagas
pelos promissários compradores, que já perderam o sinal em favor da
promitente vendedora.
- A decisão sobre a restituição das partes à situação anterior integra
resolução judicial do contrato e deve ser objeto de decisão do juiz ainda
que não tenha sido requerido pela parte na contestação ou em
reconvenção.
Recurso não conhecido.
(REsp 300.721/SP, Quarta Turma, Relator o Ministro Ruy Rosado de
Aguiar, DJ de 29/10/2001).

PROCESSO CIVIL. RESCISÃO DE CONTRATO DE PROMESSA DE


COMPRA E VENDA PROPOSTA PELO VENDEDOR. DEVOLUÇÃO
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DE PARTE DAS PARCELAS DO PREÇO. DESNECESSIDADE DE
RECONVENÇÃO.
Na ação de rescisão de contrato de promessa de compra e venda,
proposta pelo vendedor contra o comprador inadimplente, o juiz pode
ordenar a devolução de parte das parcelas do preço
independentemente de reconvenção. Recurso especial conhecido e
provido.
(REsp 97.538/SP, Terceira Turma, Relator o Ministro Ari Pargendler, DJ
de 8/5/2000).

PROMESSA DE COMPRA E VENDA - RESCISÃO - DEVOLUÇÃO DO


QUE FOI PAGO. RECONHECIDO QUE O PROMITENTE
COMPRADOR TEM DIREITO A DEVOLUÇÃO DO QUE FOI PAGO,
POSTO QUE NEGADO O PLEITO DO AUTOR, NO SENTIDO DA
PERDA DAS IMPORTÂNCIAS CORRESPONDENTES, AS PARTES
HAVERÃO DE SER REPOSTAS NO ESTADO ANTERIOR.
POSSIBILIDADE DE DETERMINAR-SE A DEVOLUÇÃO, SEM
NECESSIDADE DE RECONVENÇÃO.
(REsp 49.396/SP, Terceira Turma, Relator o Ministro Eduardo Ribeiro,
DJ de 12/6/1995).

Nesse contexto, concluo que deve ser provido o recurso de Gabriel


Contino, com a consequente determinação de que seja ele ressarcido do valor que
despendeu para a celebração do contrato de parceria de atleta de futebol, no montante
de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), com a devida incidência de correção monetária e
juros moratórios, contados da data em que decretada a nulidade do contrato.

Custas pelo ora recorrido e honorários advocatícios em favor do


advogado do ora recorrente no montante de 10% sobre o valor da condenação, após a
devida apuração em liquidação.

II - Recurso especial interposto por Londrina Esporte Clube:

Em seu recurso especial, o Clube pretende a majoração dos honorários


advocatícios fixados na sentença em R$ 1.000,00 (mil reais) e confirmados no acórdão
de fls. 231-237 (e-STJ).

Contudo, com o provimento do recurso especial de Gabriel Contino,


houve inversão da sucumbência, de maneira que o apelo especial interposto pelo
Clube perdeu seu objeto.

Diante do exposto, julgo prejudicado o recurso especial de Londrina

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Esporte Clube.

É como voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA

Número Registro: 2016/0169479-1 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.611.415 / PR

Números Origem: 00434069120128160014 13780764 1378076400 1378076401 201500119857


434069120128160014
PAUTA: 21/02/2017 JULGADO: 21/02/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MÁRIO PIMENTEL ALBUQUERQUE
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : LONDRINA ESPORTE CLUBE
ADVOGADOS : ARTUR HUMBERTO PIANCASTELLI - PR019751
BRUNO ANDRADE CESAR DE OLIVEIRA - PR044846
LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE - DF041950
RAÍSSA HELENA GOMES GRITTI - PR069421
RECORRENTE : GABRIEL CONTINO
ADVOGADO : DIOGO LIMA DE SOUZA - RJ125376
RECORRIDO : OS MESMOS
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos

SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). BENEDITO PEREIRA FILHO, pela parte RECORRENTE: LONDRINA ESPORTE
CLUBE
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial de Gabriel
Contino e julgou prejudicado o recurso de Londrina Esporte Clube, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino.

Documento: 1574863 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 07/03/2017 Página 1 0 de 10

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