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DIAIRESIOLOGIA
A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES
DONS, MINISTÉRIOS E OPERAÇÕES
“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS”
(1 Jo 2.27)
“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim com tudo o que
possuis adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática
ÍNDICE
DIAIRESIOLOGIA 3
I. DIVERSIDADE DE DONS. 5
BIBLIOGRAFIA 50
OPERAÇÕES
OPERAÇÕES
DONS DONS
DONS
ESPIRITUAIS DONS
MINISTERIAIS
ESPIRITUAIS MINISTERIAIS
DIAIRESIOLOGIA
A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES
DIAIRÉÇEIS KHARISMÁTŌN
DIAIRÉÇEIS DIAKONIŌN
DIAIRÉÇEIS ENERGUĒMATŌN
Um dos problemas mais complicados encontrados pelo pensador antigo (que continua
complicado até hoje) era o da unidade e da diversidade, ou “do uno e do múltiplo”. Era a
questão de encontrar sentido no meio das diversas manifestações da realidade: como todas as
coisas se encaixam de modo que faz sentido?
Hoje em dia, quase sempre falamos do universo sem pensar muito. O termo universo é meio
híbrido, em que as palavras unidade e diversidade (o uno e o múltiplo) misturam-se para
formar uma palavra única. As instituições de ensino superior são geralmente chamadas
“universidades”, porque ali se estudam os diversos elementos do universo. 1
A unidade dos dons espirituais está na Pessoa do Espírito Santo, pois os dons,
que são diversos, pertencem a ele, e a diversidade está nos membros do Corpo (Igreja)
de Cristo. Nós os membros deste Corpo somos os canais por onde a Manifestação
(fanerosis - φανέρωσις) flui. A corrente elétrica flui através dos fios, flui através do
filamento de uma lâmpada e então acontece uma manifestação – a luz. Da mesma
maneira, também, a energia divina flui através de nós, os membros, e acontece a
manifestação – os dons espirituais, os ministérios e as operações.
Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera (energiza) em vós tanto o querer como o
efetuar (energizar), segundo a sua boa vontade”.
1
SPROUL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. São Paulo: Editora Vida Nova, 2002, p. 16.
2
SPROUL, R. C. Ministério do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 157.
A. Carlos G. Bentes Página 4 29/1/2012
I. DIVERSIDADE DE DONS.
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”.
DIAIREÇEIS KHARISMATON - διαιρέσεις δὲ χαρισµάτων.
As classificações dos Dons:
1. Naturais - Vocações natas (talentos): São aquelas características que dão a
cada ser humano uma personalidade sem igual.
2. Espirituais - capacitações que o Espírito Santo nos dá para as realizações
daquilo que for útil, para proveito comum (1 Co 12.7).
3. Ministeriais (diakonion) - a pessoa toda como Dom de Deus dado à Igreja, ao
Corpo; não dado à denominação, mas ao Corpo (Ef 4.11; 1 Co 12.27,28).
Alguns têm sido levados a crer que os dons do Espírito não são para nós hoje em
dia. Citam o texto de 1 Coríntios 13.8 e dizem que “havendo línguas, cessarão”.
Contudo, o mesmo versículo diz que a ciência “desaparecerá”. Acaso isto já aconteceu?
Uma leitura cuidadosa do contexto deixa claro que estas operações imperfeitas cessarão
quando vier o que é perfeito. Isto será por ocasião da vinda de Cristo. Os dons foram
dados por Cristo à sua igreja - capacitações espirituais para uma guerra espiritual - e
seria loucura ignorá-los ou ir à batalha sem eles.
A. Carlos G. Bentes Página 5 29/1/2012
Muitas pessoas têm idéia errônea acerca da natureza desses dons. Alguns há que
acreditam que Deus dá a uma pessoa um ou mais desses dons e eles se tornam sua
propriedade exclusiva para ela proceder como lhe aprouver. Acreditam que essa pessoa
pode chamá-los à operação em qualquer tempo que quiser. Primeiro, notemos que 1 Co
12.1 a palavra dons está escrita em itálico. Isto significa que ela foi colocada pelos
tradutores e não consta do texto original. Uma tradução mais literal seria: “A respeito
dos espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. O versículo 7 diz: “Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (RC). Outra versão diz:
“A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum” (RA).
DONS GERAIS
1. Dom da justificação (Rm 5.15,16)
2. Dom da Vida Eterna (Rm 6.23)
3. Dom (?) (Rm 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6)
4. Dons Irretratáveis (Rm 11.29)
5. Dom do Celibato (1 Co 7.7) “O dom de celibato é aquela capacidade especial
que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para permanecerem solteiros e
apreciarem a sua condição; para continuarem solteiros e não sofrerem tentações sexuais
insuportáveis” (Peter Wagner).
6. Dom da Intercessão (2 Co 1.11): “É a capacidade especial que dá a certos
membros do Corpo de Cristo para orar extensos períodos de tempos sobre bases
regulares, recebendo respostas freqüentes e específicas para as suas orações, em grau
muito maior do que aquilo que se espera do crente comum” (Peter Wagner).
2 Co 1.11: “Contando também com a ajuda das vossas orações por nós, para que,
pelo favor (dom) que nos foi concedido pela intercessão de muitos; da mesma forma,
por muitos, sejam oferecidas ações de graças a nosso favor” (King James).
7. Dom do Martírio (1 Co 13.3) “O dom do martírio é aquela capacidade
especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para suportarem
sofrimentos e até a própria morte pela fé, ao mesmo tempo em que exibem
coerentemente uma atitude jubilosa e vitoriosa, que redunda na glória de Deus” (Peter
Wagner).
8. Dom de Hospitalidade (1 Pe 4.9,10) “O dom de hospitalidade é aquela
capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para
franquearem suas casas e acolherem calorosamente àqueles que precisam de alimento e
abrigo.” (Peter Wagner)
9. Dom de Exorcismo: “É aquela capacidade especial que Deus dá a certos
membros do Corpo de Cristo, para que expulsem demônios e espíritos malignos” (Peter
Wagner). Ex:.At 16.16-18.
Dr. Peter Wagner catalogou 27 dons espirituais, mas nos prenderemos apenas a
estes de Rm 12.6-7 e 1 Co 12.8-10. (Leia: Descubra Seus Dons Espirituais - Dr. Peter
Wagner).
Dick Iverson diz que este Dom manifesta-se das seguintes maneiras:
1) Pelo Espírito no nosso interior, ou poderíamos dizer, por intuição espiritual:
ouvir, com os ouvidos espirituais a voz do Espírito (Rm 8.16);
a) At 16.6-8. Aqui o Espírito proibiu que Paulo fosse a Bitínia.
b) 1 Rs 3.16-28. Salomão, lidando com as duas prostitutas, é um exemplo
perfeito da aplicação deste dom.
c) 2 Sm 12.1-14. Aqui vemos que o profeta Natã não somente tinha
conhecimento sobrenatural, mas também sabedoria e direção sobrenaturais na aplicação
deste conhecimento.
d) At 8.20-23. Pedro viu o coração de Simão como um livro aberto, e pelas
palavras do conhecimento e da sabedoria, lidou com ele.
2) Como aplicação bíblica revelada, isto seria uma “palavra vivificada do
Senhor” para uma situação específica. A palavra específica dada por Deus quando o
pregador está pregando realmente atinge o alvo.
a) At 1.15-23. Enquanto Pedro e o resto dos 120 estavam em oração, Deus
abriu o seu entendimento quanto ao que deveria ser feito. Ele o fez, vivificando uma
passagem bíblica a Pedro. Ele usou o Salmo 109, onde Davi estava fazendo uma oração
imprecatória contra os seus inimigos.
b) At 2.14-36. A palavra da Sabedoria estava também envolvida aqui, na
revelação da passagem do Velho Testamento a Pedro (Jl 2.28,29).
c) At 15.13-18. Aqui Tiago recebeu sabedoria e revelação em relação a uma
passagem do Velho Testamento (Am 9.11,12), o que ajudou a trazer a solução a um
problema muito delicado e difícil na Igreja primitiva.
3) Através de uma voz audível ou de um anjo: 1 Rs 19.12-18; At 8.26-29; At
9.10-17; At 27.21-24;
Também podemos adicionar: com que propósito este dom é usado? Pode ser o
conhecimento dos pensamentos dos corações. Ex: Lc 5.22; 6.8; 7.36-50; Mt 3.7-12; 1
Rs 21.17-20; Jo 11.11-14; At 11.27-30; 9.10-18; 10.1-9; 1 Rs 6.9; 2 Rs 5.20-27; At 5.1-
10.
Lembrete: o fato de que algo seja revelado não significa, que ele deva ser
proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento,
muitas vezes, vem inesperadamente, e tem freqüentemente, o propósito de nos levar à
OS DONS DE PODER
1) Fé;
2) Operações de Milagres;
3) Dons de Curar.
Estes dons se operam na esfera física. São dons ativos que produzem sinais e
maravilhas (At 4.29,30; Hb 2.4; Mc 16.20).
11. O DOM DA FÉ. É o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito
para o crente, para que este possa realizar milagres. Quando se opera o Dom da Fé, é a
Fé concedida por Deus que funciona através dos homens (At 3.16).
Definição: Fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe
conceder o poder sobrenatural de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre
glorioso poderia alterar a situação; confiar quando tudo está aparentemente perdido;
confiar quando não há a mínima esperança de uma solução.
Cremos que a Grande Comissão é ainda obrigação dos cristãos atuais. Se a ordem
está em vigor, o poder para cumprir a ordem ainda deve estar disponível. O Espírito
Santo foi enviado para estar conosco sempre. Por certo seus dons de poder serão
sempre concedidos aos que sinceramente confiam nele para obter essas capacitações
divinas. Os dons do Espírito são desejáveis para um ministério efetivo aos enfermos. 8
7
Ibid. p.73.
8
Ibid. p.73.
A. Carlos G. Bentes Página 15 29/1/2012
9. A cegueira temporária de Elimas (At 13.8-12).
10. Paulo picado pela cobra nada sofreu (At 28.3-6).
“Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.20).
Muitas curas parecem ser miraculosas. Qual a diferença, se houver alguma, entre
os dons de curar e o dom de operações de milagres? Já observamos que alguns milagres
nada têm que ver com a cura física. Há os crêem que os milagres devem ser
instantâneos embora a cura (mesmo a divina) pudesse tomar tempo para sua
completação.
Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas à
parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão
sobrenatural do Espírito Santo; através dos órgãos vocais de uma Pessoa. Ele é uma
manifestação direta da esfera dos milagres.
Estas três categorias gerais de línguas podem ser, claramente, vistas nas
Escrituras:
Paulo ensina que 99% das línguas é para um uso particular e pessoal na oração,
louvor e auto-edificação. Todavia, há aqueles a quem o Espírito move para que
levantem as suas vozes em línguas na assembléia, para que sejam, em seguida,
interpretadas, a fim de abençoarem ao povo.
Ainda que as línguas sejam um sinal, os incrédulos nem sempre as aceitam como
tal, especialmente se forem praticadas sem a ordem devida (todos falando ao mesmo
tempo - 1 Co 14.23). Eles dirão: “estais loucos”. Na verdade muitos cépticos e críticos
respondem desta maneira, até mesmo quando as línguas são praticadas no modo
apropriado. Muitos hoje igualam as línguas a uma tagarelice incoerente que é falada
num estado de loucura emocional ou psicológica. Isto é, exatamente, o que um grupo
de pessoas orgulhosas disse no dia de Pentecoste (At 2.13). Isto é exatamente, o que
Deus disse que os homens diriam.
Todos devem ter o “dom” [ministerial] de variedade de línguas?
Não! 1 Co 12.28-30 mostra, claramente, que nem todos são usados desta maneira.
O texto de 1 Co 12.28-30 é correlato ao de Ef 4.1 que fala acerca dos dons
ministeriais. Há uma distinção entre os dons e os ministérios. Existe o dom de
variedade de línguas (1 Co 12.10) e existe o ministério de variedades de línguas (1 Co
12.28). Ainda que todos possam dar um passo de fé, ocasionalmente, e falar em
diversas línguas, não é bíblico o ensinar-se que todos devem ter qualquer um dos dons
ministeriais do Espírito. Esta era uma das principais ênfases de Paulo em seus
ensinamentos sobre os dons e ministérios do Corpo (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-31).
1 Co 12. 28-30: E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em
segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos
apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres?
Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?
Basicamente, alguém que tenha recebido este dom deveria fazer a interpretação.
Pode ser outra pessoa, além daquela que esteja dando a mensagem em línguas (1 Co
14.27), ou pode ser a própria pessoa que falou a mensagem em línguas (1 Co 14.5-13).
Paulo parecia indicar em 1 Co 14.27, que, em qualquer reunião está de acordo com a
ordem que uma pessoa faça as interpretações. Uma versão traduz esta passagem assim:
“Que o mesmo intérprete explique a palavra a todos”. Parece que esta é uma tradução
fiel do propósito deste versículo no original.
Provavelmente, uma maior ênfase necessita ser colocada no dom de interpretação
de línguas. Parece que esta tem sido uma área de entendimento negligenciado no
passado. Na verdade, nem todos ou qualquer um deveria tentar exercitá-lo. As
tentativas de interpretação por aqueles que não receberam, especificamente, este dom
são, provavelmente, a causa de não haver um maior número de interpretações puras.
Um dos princípios é que compreendamos que Jesus não julgava nem rejeitava a
Seus discípulos por cometerem erros ao tentarem fazer a Sua vontade. O terror às
conseqüências de um erro pequeno e sem importância pode fazer com que uma pessoa
Um outro princípio é que sua voz e inspirações internas são suaves. É possível
que não as percebamos se supormos que elas sejam impressões ou impulsos humanos.
Freqüentemente, o Senhor move-Se fortemente e com grande clareza e certeza no
principiante. Porém, isto pode diminuir à medida em que ele aprende mais sobre a fé e
a ter uma maior sensibilidade ao Espírito Santo.
A alma e o corpo, sem o auxílio, não estão equipados com as faculdades que
possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido
comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida.
A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente
pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito,
com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio
de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor
que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É
uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto
faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos
lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus.
O orar-se em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no
Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1 Co 14.18). Enquanto o nosso
espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio
caminho andado”. Temos que aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que
tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre.
Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em nossas
vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo o
nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às
nossas mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de,
continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência
absoluta a Ele.
Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do
Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados
e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos.
É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na
assembléia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o
uso copioso de línguas.
1) Porque os oponentes fazem delas um ponto de discórdia. Isto força aos que
crêem em línguas a falarem sobre o assunto. Freqüentemente, temos a impressão de que
os pentecostais somente falam sobre isto, porque isto é tudo que eles perguntam.
2) Porque, freqüentemente, aqueles que falam em línguas dão uma ênfase
exagerada em seus ensinamentos e prática. Muitas vezes, isto tem sido feito numa
forma carnal e defensiva, tornando-se assim numa coisa ofensiva desnecessariamente.
3) Porque elas têm sido usadas em cultos fora da ordem bíblica: sem
interpretações, com um número excessivo de mensagens em línguas, etc. Onde quer
que haja muita vida nova o potencial para confusões também existe. Quanto maior for o
impulso espiritual, maior será o potencial para erros. Contudo, a maneira errada de
trazermos a ordem é extinguirmos a vida. As correções devem ser feitas sem que
sufoquemos a operação. Alguns têm a tendência de usarem extintores de incêndio
maiores e mais poderosos quando não há fogo algum. Não faz sentido dar-se ênfase a
controles quanto aos dons espirituais, se não houver nenhum dom em operação. Os
abusos não são resolvidos pelo desuso.
4) Por causa de sua própria natureza, elas são um sinal ou manifestação
sobrenatural que atrai muita atenção.
5) Porque as línguas são a possessão comum em potencial de todos os crentes, e
deveriam, por conseguinte, ser muito prevalecentes. É, portanto provável que elas
sejam um grande alvo de atenção, especialmente se forem abusadas.
6) As línguas são muitas vezes, usadas como base para as desaprovações dos
escarnecedores, incrédulos ou dos indoutos em tal doutrina. Elas são um sinal que
causam uma “ofensa” àqueles cujos corações não estão abertos a Deus.
7) Porque estão elas restauradas. O fato de elas terem sido negligenciadas ou
ausentes no passado acentua agora, sua ampla manifestação à medida que Deus
derrama o Seu Espírito, sobre toda carne.
De certa maneira, são ambos, mas é de grande ajuda ao nosso entendimento que
compreendamos que temos que falar. Usamos os nossos próprios órgãos vocais por um
ato de nossas próprias vontades, cooperando com o Espírito Santo que nos está
movendo.
At 2.24. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar”. Observe
que “eles” é que falaram.
1Co 14.15. “Orarei... com o Espírito...” “Cantarei... com o Espírito”.
Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em línguas. Ele
nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que
digamos que o Espírito está falando através de nós. Este princípio é ilustrado nestas
duas referências:
At 13.2: “... disse o Espírito Santo...” (provavelmente através de um dos profetas
presentes).
1 Tm 4.1: “O Espírito afirma expressamente...” (contudo foi através de Paulo que
a mensagem veio na verdade).
CONSCIENTE
SUBCONSCIENTE
10
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 80.
A. Carlos G. Bentes Página 30 29/1/2012
que vimos, pensamos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até
o presente está ali.
Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado”
no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos,
motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”.
A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes
maior, é o subconsciente.
A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua
zwh/
zwh) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).
vida (zoe-zwh
O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem
esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente
conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.
A questão toda é que para comunicarmo-nos com os homens temos que fazê-lo
inteligivelmente e de maneira ordenada. Isto é uma demonstração de amor, o qual
busca a edificação dos outros, ao invés de satisfazermos aos nossos próprios desejos ou
necessidades (Ver em 1 Co 14.4,5,12,17,26).
11
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322-
324.
12
ESTRADA, Juan Antonio Op. Cit., p. 326.
A. Carlos G. Bentes Página 33 29/1/2012
ESTRUTURA ECLESIÁSTICA 13
(a) Na estrutura funcional. A fim de poder exercer uma função na Igreja, todo
cristão deve preencher as qualificações exigidas pela Palavra de Deus:
O bispo – 1 Tm 3.1-7
O presbítero – Tt 1.5-9
O diácono – 1 Tm 3.8-13
O discípulo – Atos 2.42; 1 Co 11.2
Essas três denominações são aplicadas aos mesmos irmãos plurais e co-iguais por
Paulo e Lucas em Atos 20 e por Pedro em 1 Pedro 5.
De Mileto (Paulo) mandou a Éfeso chamar os presbíteros (presbuteron no grego) da
Igreja (At 20.17). A respeito desses idênticos homens, Paulo declara em v. 28: sobre o
qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ou superintendentes; no grego, episkópous
- ἐπισκόπους).
Paulo ainda instrui esses presbíteros, esses bispos, a pastorear (no grego,
ποιµαίνω - poimainō) a igreja de Deus. E a respeito desses mesmos homens que
Paulo escreve posteriormente em Efésios 4.11: E Ele mesmo concedeu uns... para
pastores (ποιµήν -poimen, no grego) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos.
13
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 56,57.
A. Carlos G. Bentes Página 34 29/1/2012
A estrutura funcional: o diácono 14
14
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58.
15
MORENO, José . Op. Cit., p. 58,59.
A. Carlos G. Bentes Página 35 29/1/2012
A estrutura funcional: o bispo 16
DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
1. APÓSTOLO (ἀποστόλος).
A palavra significa literalmente “enviado”. Este ministério é mencionado muitas
vezes em todo o Novo Testamento. De fato, há 79 referências a apóstolos. Existiram os
12 apóstolos que indubitavelmente possuem um lugar especial no Reino, pois estiveram
intimamente relacionados com o Senhor, tendo estado presentes à ceia de fundação da
Nova Aliança (Lc 22.14). Mas existiram também outros apóstolos que também
ministraram na época neotestamentária. Existiram homens com Andrônio e Júnias (Rm
16.7), Barnabé e Paulo (AT 14.14), Tito (2 Co 8.23), e outros. Daniel Berg e Gunnar
Vigrem de certa forma foram apóstolos (Pioneiros das Assembléias de Deus no Brasil).
A idéia de apóstolo:
Há um primeiro ponto sobre o qual parece que se tenha conseguido certa unanimidade: os
textos dos sinóticos que falam de “os apóstolos” são redacionais e não permitem afirmar que
Jesus mesmo lhes tenha atribuído esse título. Tal título supõe o testemunho sobre a
ressurreição e Pentecostes [...]. De tudo isso se deduz que, histórica e criticamente, “os
apóstolos” e “os doze” não podem ser identificados pura e simplesmente [...]. Lucas tende a
identificar os apóstolos com os doze, tendência que será confirmada pelo Apocalipse (Ap
21.14) e que parece ser testemunhada antes de Lucas e no próprio Paulo (Gl 1.17), todavia sem
que esse uso seja sistemático ou exclusivo [...]. Mas em Paulo, e até uma vez nos Atos (At
14.4,14), o qualificativo “apóstolo” é dado a outras pessoas além dos doze [...]. Se
considerarmos a data respectiva dos textos paulinos e lucanos, não parece que o título de
apóstolo tenha sido reservado, em um primeiro momento, aos doze, sendo estendido mais tarde
a outros. É bem mais provável que tenha ocorrido o contrário.17
17
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 313-
314.
A. Carlos G. Bentes Página 38 29/1/2012
IGREJA
OS DONS
MINISTERIAIS
OS 12 APÓSTOLOS
JESUS
Apóstolos de Fundação 18
O próprio Novo Testamento possui três versículos nos quais a palavra apóstolo
(gr. apóstolos - ἀποστόλος) é usada em um sentido amplo, não para se referir a
qualquer ofício específico na igreja, mas simplesmente com o sentido de “mensageiro”.
Em Filipenses 2.25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apóstolos) e vosso
auxiliar nas minhas necessidades”; em 2 Co 8.23, Paulo refere-se àqueles que
acompanharam a oferta que ele estava levando para Jerusalém como “mensageiros
[apostoloi] das igrejas”; e em João 13.16, Jesus diz: “...nem é o enviado [apóstolos]
maior do que aquele que o enviou”.
Mas há outro sentido para a palavra apóstolo. Com freqüência muito maior no
Novo Testamento refere-se a um ofício especial, “apóstolo de Jesus Cristo”. Nesse
sentido estrito do termo, não há mais apóstolos hoje, e não devemos esperar mais
nenhum apóstolo. A razão disso baseia-se no que o Novo Testamento diz sobre as
qualificações de um apóstolo e sobre quem foram eles.
18
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 760—764.
A. Carlos G. Bentes Página 39 29/1/2012
a. As qualificações de um apóstolo. As duas qualificações de um apóstolo eram:
(1) ter visto Jesus Cristo após a ressurreição (ser testemunha ocular da
ressurreição) e (2) ter sido especificamente comissionado por Cristo como seu
apóstolo.
O fato de que um apóstolo tinha de ter visto o Senhor ressurreto é indicado
em Atos 1.22, onde Pedro diz que o substituto de Judas deve “se tornar
testemunha conosco de sua ressurreição”. Além disso foi “aos apóstolos que
escolhera” que “depois de ter padecido se apresentou vivo, com muitas provas
incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias” (At 1.2-3; cf. 4.33).
b. Quem eram os apóstolos? O grupo inicial contava com doze – os onze
discípulos originais que continuaram após a morte de Judas, e Matias, que o substituiu:
“E os lançaram em sortes, vindo a sorte a recair sobre Matias, sendo-lhe então votado
lugar com os onze apóstolos” (At 1.26). Tão importante era esse grupo original de
doze apóstolos, os membros fundadores do ofício apostólico, que lemos que seus
nomes estão escritos nos fundamentos da cidade celestial, a nova Jerusalém: “A
muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos
doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14).
c. Resumo. A palavra apóstolo pode ser usada em um sentido amplo ou restrito.
Em sentido amplo ela significa “mensageiro” ou “missionário pioneiro”. Mas em
sentido restrito, que é o mais comum no Novo Testamento, refere-se a um ofício
específico, “apóstolo de Jesus Cristo”. Esses apóstolos tinham autoridade única
para fundar e liderar a igreja primitiva e podiam falar e escrever a palavra de
Deus. Muitas de suas palavras escritas tornaram-se as Escrituras do Novo
Testamento.
Muitos supõem que o profeta não faz nada a não ser profetizar. Mas o principal
ministério do profeta é PREGAR e ENSINAR a Palavra de Deus.
João Batista era um grande profeta, todavia não há nenhum registro de nenhuma
profecia a não ser que após ele viria o Messias. Mas João pregou a mensagem do
Reino.
Aconselho os irmãos a lerem os livros: “Compreendendo a UNÇÃO”; “ELE
concedeu Dons aos Homens”; “Os Dons do Ministério” de Kenneth Hagin.
Todos estes ministérios são susceptíveis de abusos por parte dos homens. Há
falsos apóstolos que se autonomeiam, explorando o povo de Deus (2 Co 11.11-15). Há
falsos profetas, que profetizam do seu próprio coração (At 13.6). Há falsos evangelistas
que enganam o povo de Deus com métodos antibíblicos e engodos. Há falsos mestres
que introduzem “heresias” destruidoras (2 Pe 2.1). Há falsos pastores que são
mercenários, e não amam as ovelhas, e tosquiam o povo de Deus (Ez 34.1). Por toda a
Bíblia há severas advertências contra esses tipos de coisas. Devemos rescindir os falsos
ministérios, todavia devemos tomar cuidado para não rejeitar os verdadeiros
ministérios.