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resumo
O objetivo desse projeto é explicar e acompanhar
o processo de criação de uma história em
quadrinhos que usa os signos da bruxaria como
uma metáfora para refletir sobre a importância do
exercício de empoderamento das mulheres tanto
quanto o empoderamento de outras identidades
de resistência.
ABSTRACT
This project’s objective is to explain the creation
process of a graphic novel that uses witchcraft as a
metaphor to reflect on the importance of women’s
empowerment, as well as the empowerment of
other opressed identities.
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sumário
introdução 8
a mulher e a bruxa 8
O ASPECTO HISTÓRICO GLOBAL E BRASILEIRO DA CONDIÇÃO FEMININA 8
A BRUXA COMO SIGNO 8
EMPODERAMENTO: COMUNIDADE, ESTRATÉGIA E AUTONOMIA 8
HISTÓRIA EM QUADRINHOS 8
HISTÓRICO DA REPRESENTAÇÃO FEMININA NOS QUADRINHOS
LINGUAGEM DOS QUADRINHOS
CASOS ANÁLOGOS
REFERÊNCIAS VISUAIS E NARRATIVAS
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Não somente revela-se essa necessidade, mas expõe-se também um
grande descuido de certos setores e pesquisadores na hora de analisar
a grande conclusão da opressão de gênero, raça e religião que foi o
fenômeno conhecido por caça as bruxas que aconteceu durante o século
XIV até meados do século XVII - inclusive no Brasil. Esse projeto, logo,
trata de resgatar o significado por traz de um fenômeno que muitas vezes
é tratado como pouco importante para a situação atual da sociedade
e colocar luz em não somente o que o causou, mas o que influenciou
outras formas de opressão ao longo da história e perpetuou até os dias de
hoje, influenciando famílias da contemporaneidade.
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historiografia da mulher e o símbolo que é a bruxaria.
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The Magic Circle, de John W.
Waterhouse
a mulher
e a bruxa
PARTE I: O ASPECTO HISTÓRICO
GLOBAL E BRASILEIRO DA
CONDIÇÃO FEMININA
Para o embasamento teórico da minha história, diversas coisas precisam
ser conceituadas – mas antes disso, há uma necessidade histórica de traçar
os passos da mulher ao longo dos séculos para entender porque eu quero
resolver o problema que foi explicitado na introdução. Tudo começa com
uma pergunta: quando e onde se iniciou o termo designado para o regime
de dominação-exploração das mulheres (SAFFIOTI, 2004) conhecido por
patriarcado?
Gerda Lerner, citada por Saffioti (2004), chega a dizer que, em certo
ponto na história, o conhecimento do homem de seu papel na reprodução
humana lhes dá mais poder aos homens e finalmente dá início ao
patriarcado – isto é, ao se descobrir participante na reprodução da espécie,
o homem passa a atribuir a si o papel primordial e dá início a um problema
demográfico: quanto mais filhos, mais soldados e mais mão de obra barata.
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atribuída ao símbolo da roca, uma atividade na vida privada, enquanto o
homem era atribuído à espada, denotando atividade no campo de batalha
(MACEDO, 2002).
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tornassem freiras. (...) a diminuição de solteiras aptas
ao matrimônio protegia os bens, já que não haveria
necessidade de dotá-las para o casamento. (...) Assim,
de todos os lados, o processo de transmissão de bens
determinou o destino das mulheres” (MACEDO, 2002,
p.22).
Entre o final do século XIV até meados do século XVII, houve o fenômeno
conhecido como caça às bruxas – um emblemático fenômeno de repressão
do feminino. Nesse fenômeno nos aprofundaremos mais no próximo
subcapítulo.
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Negra tatuada vendendo
caju, de Jean-Baptiste
Debret, 1827
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“(...) souberam estabelecer formas de sociabilidade e de
solidariedade que funcionavam, em diversas situações,
como uma rede de conexões capazes de reforçar seu
poder individual ou de grupo, pessoal ou comunitário”
(PRIORE, 2003).
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onde as mulheres brancas eram enclausuradas, recatadas e guardiãs
da honra de sua família, as negras eram divertimento do “sinhozinho” e
deleite dos senhores. As africanas, embora reduzidas a objetos sexuais,
trabalhavam com a foice e enxada, semeavam, catavam ervas daninhas,
enfeixavam e moíam cana, cozinhavam o melado, manufaturavam o
açúcar, ocupavam-se das tarefas domésticas da casa-grande, lavavam,
cozinhavam, além de cuidarem de seus maridos e filhos, onde ainda por
cima serviam de parteiras e benzedeiras.
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Girl Reading, de Cochran
Lambdin
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masculinos. Entretanto, foi guilhotinada dois anos depois.
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eram restritas ao espaço privado e à vida doméstica – extremamente
diferente dos rapazes, que frequentavam escolas particulares e eram
encaminhados para os grandes centros para concluírem o ensino médio.
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centros, uma vez que era nas praças e largos que se reuniam-se para
conversar, discutir ou se divertir e onde “cotidianamente improvisavam
papeis informais e forjavam laços de solidariedade” (SOIHET, 2002, p.367).
É a partir de uma observação nessa linha histórica que podemos ver que
o modo de produção capitalista resulta de mecanismos que o antecedera,
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trazendo em seu cerne as mesmas determinações e contradições. Dessa
forma, apenas faz sentido que o patriarcado é substancial ao modo de
produção capitalista, centrada na propriedade privada dos meios de
produção. Posteriormente ao patriarcado, surge o racismo – e é desses três
sistemas (patriarcado-racismo-capitalismo) que emerge o grande sistema
de dominação/exploração que conhecemos nos tempos atuais, que de
uma forma ou de outra continua trabalhando sobre essa tríade.
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Considerando o termo, pode-se dizer que a mulher e a figura feminina
tem sido discriminada durante o longo processo da vida humana, através
de constructos sociais que objetivaram sua submissão.
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PARTE ii: a bruxa
como signo
The Witch, de Luis Ricardo
Falero, 1882 A famosa e infame caça às bruxas foi uma
perseguição religiosa e social que começou no
século XV e atingiu seu apogeu nos séculos XVI
a XVIII, principalmente na Europa, apesar de
também haver casos de execuções por bruxaria
no Brasil e outros países de terceiro mundo.
Mas o que realmente estava por trás de uma
perseguição desse âmbito?
Frederici (2017, p.300) começa a discussão sobre a origem do estudo
do fenômeno da caça às bruxas lembrando que os antigos estudiosos
as retratavam como miseráveis que sofriam de alucinações ou outros
distúrbios mentais. Dessa forma, muitos documentos que vemos até hoje
descrevem esse momento da história como um “pânico”, “loucura”, uma
“epidemia” que deslegitimam a culpa dos caçadores das bruxas. Não
apontado somente por Frederici mas também por Mary Daly, boa parte da
literatura desse tema foi escrita de um ponto de vista favorável à execução
das mulheres, desacreditando as vítimas e as retratando como fracassos
sociais – mulheres “desonradas” ou frustradas no amor (DALY, 1978, p.
213). Entretanto, foi somente com o início do movimento feminista que as
bruxas e o que elas representam na história emergiram da clandestinidade,
quando elas começaram a ser adotadas como um símbolo da revolta
feminina (BOVENSCHEN, 1978, p. 83).
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Reforma levou o Estado a se tornar Igreja (como no caso da Inglaterra) ou
vice-versa (FEDERICI, 2017, p. 307).
Quanto ao que se diz respeito aos crimes das bruxas, não se parece
nada mais que a luta de classes desenvolvida em escala de vilarejo: o
“mau-olhado”, a maldição do mendigo a quem se negou a esmola, a
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inadimplência no pagamento de aluguel, a demanda por assistência
pública (MACFARLANE, 1970, p. 97). A luta de classes contribuiu na criação
da figura da bruxa inglesa, e tal hipótese pode ser observada nas acusações
contra Margaret Harkett, uma senhora viúva de sessenta e cinco anos
enforcada em Tyburn em 1585:
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Witches Sabbath de Goya,
1798
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Entretanto, e como já vimos anteriormente, aos olhos da nova classe
capitalista, uma concepção tão anárquica e distribuidora do poder no
mundo era, e ainda é, insuportável. É viável assumir que a magia era uma
espécie de rejeição do trabalho, de insubordinação, e um instrumento de
resistência de base ao poder.
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Sukeban, cultura
japonesa que coloca
mulheres no poder
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contexto sócio-político, histórico, do solidário, do que
representa a cooperação e o que significa preocupar-se
com o outro” (LEON, 2001, p. 95).
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• Poder sobre: como conhecemos, a exemplificar como A tem
poder sobre B, referindo-se à dominação, o que Luciano
dos Santos (2011, p.150) considera como um dos lado da
polaridade entre dominação-resistência.
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se atrela também a essa noção de interesses estratégicos. Molyneux
destaca a importância da organização e mobilização das mulheres para a
conquista dos seus interesses, ou seja, uma conquista resultante da ação
comunitária.
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classe, casta, etnicidade e gênero, o empoderamento
começa quando eles não apenas reconhecem as forças
sistêmicas que os oprimem, como também atuam no
sentido de mudar as relações de poder existentes.
Portanto, o empoderamento é um processo dirigido
para a transformação da natureza e direção das forças
sistêmicas que marginalizam as mulheres e outros
setores excluídos em determinados contextos” (1994,
p.130).
Outro ponto crucial que definitivamente deve ser levantado é como este
processo deve se dirigir a todas as estruturas e fontes de poder relevantes,
do mais alto ao mais baixo. Nelly Stromquist cruza esse caminho quando
traz a existência de dimensões ao termo:
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Joana D’Arc é
considerada uma
das mulheres mais
poderosas da história,
e foi condenada por
bruxaria
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processo através do qual aqueles a quem escolhas eram negadas adquirem
a capacidade estratégica para tal. Kabeer divide em três dimensões que
vem com a possibilidade de fazer escolhas de maiores consequências –
recursos (pré-condições), agência (processo) e realizações (resultados e
consequências).
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Existem uma sequência de fases para o processo de empoderamento,
mas podemos também subtrair esses para conseguir uma versão resumida
dos passos necessários para uma mulher obter sua autonomia empoderada.
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história em
quadrinhos
PARTE I: histórico da
representação femina nas
revistas em quadrinhos
Mística na capa
do quadrinho do
Capitão América, por
Kevin Wada
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Aliando o contexto do meu projeto com sua forma, é inicialmente
necessário aprofundar ainda mais a importância da figura feminina para
com o mesmo. Para tal, precisamos mergulhar no contexto histórico dos
comics para entender exatamente de onde veio a figura feminina e onde
ela está agora.
Voltemos aos anos 30 até os anos 50, época conhecida como os anos
de ouro dos quadrinhos. O arquétipo do super-herói é criado e vários
personagens famosos são introduzidos, desde o Superman até a Wonder
Woman – ou Mulher Maravilha. De acordo com historiadores, uma das
principais funções dos quadrinhos na época da pós-guerra era acalmar
o medo de jovens de guerras nucleares e neutralizar a ansiedade sobre
questões voltadas ao poder atômico (ZEMAN, 2004, p. 11).
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nos quadrinhos (RICHARD, 1942) e acabou contratando Marston como um
consultor educacional para a All-American Publications. Foi ideia de sua
esposa, Elizabeth, de criar uma mulher super-heroína (LAMB, 2007). Dessa
forma nasceu a Mulher Maravilha, quem Marston acreditava ser o modelo
da mulher não-convencional e liberal para a época. Deve-se levar em
conta que a Mulher Maravilha é uma princesa amazona, grupo criado por
Afrodite para serem mais fortes e inteligentes que homens.
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mercado. Quando nasceu uma controvérsia que ligava quadrinhos à
delinquência juvenil, foi implementado, em 1954, o Código de Autoridade
dos Quadrinhos, que proibia a apresentação de policiais, juízes, oficiais
do governo e instituições respeitadas “de maneira a criar desrespeito pela
autoridade estabelecida”, entre outras regras desse mesmo gênero.
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luta para serem reconhecidas como iguais em relação aos personagens
masculinos. Enquanto isso, na DC Comics, a Supergirl passava por uma luta
similar enquanto tentava apagar o título de “prima caçula do Superman”
para adquirir seu próprio nome (MADRID, 2009).
A partir dos anos 70, é dado início aos anos de bronze dos quadrinhos,
exatamente quando as tensões feministas começaram a ser refletidas nas
histórias. O número de personagens mulheres aumentou substancialmente
nessa época, tanto como resposta à essa tensão quanto numa tentativa de
diversificar leitores. Entretanto não se pode esquecer que muitas dessas
personagens eram estereotipadas, como a detestadora de homens Thundra
ou a paródia antifeminista Man-killer (WRIGHT, 2001, p. 250).
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Muitas das mudanças quanto a representação feminina nos
quadrinhos se deve ao escritor dos X-Men, Chris Claremont; seus retratos
de Tempestade, Jean Grey, Emma Frost, Kitty Pryde, Rogue e Psylocke no
The Uncanny X-men (além de seus trabalhos sobre Ms. Marvel, Mulher-
aranha, Misty Knight e Coleen Wing) ficou conhecido na indústria e entre
fãs como as “Mulheres Claremont”: super-heroínas inteligentes, poderosas,
capazes e multifacetadas.
Chegando aos anos 90, a era moderna dos quadrinhos é marcada pela
popular Tank Girl, criada por Jamie Hewlett e Alan Martin, recheada de
influências punk além de uma cabeça raspada. Sua popularidade foi tanta
que um filme acabou sendo feito, representando a nova mulher moderna
que não mais tem que viver sob os signos tradicionais da sociedade.
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Além disso, Gail oferece alguns possíveis motivos de porque isso acontecia
tão frequentemente – poucas leitoras em comparação com o público
masculino, personagens femininas que eram apenas spin-offs de heróis
masculinos que serviam como ‘bagagem’, entre outros.
Harley Quinn em
Esquadrão Suicida
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PARTE II: LINGUAGEM DOS
QUADRINHOS
Nesse subcapítulo é importante explicar como os quadrinhos funcionam
em seus meios e fins e no caso do meu projeto, justificar minhas escolhas
para alcançar um modelo de quadrinho onde todos os elementos
funcionam em união e encaixam-se entre si, formando uma revista
que consegue comunicar sua proposta de forma única, compreensível
e especial. Podemos dividir de tal forma que seja discutido a linguagem
imagética proposta e também a linguagem temporal e como as duas se
combinam uma vez que é criado o quadrinho.
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que poderiam ser interpretadas como barulhentas, frias, rápidas, entre
outras. Essa era uma ciência que ele queria explorar; unir formas e traços
para atrair os sentidos humanos.
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“1. a linha (o signo) pode representar ela mesma o
corpo do objeto, como no caso de uma linha que
representa uma corda ou o braço de uma pessoa em um
desenho infantil; 2. a linha (o signo) pode representar o
contorno de um objeto; pensemos em um círculo que
representa uma bola ou na linha do perfil de um rosto;
3. a linha (o signo) pode, enfim, ser usada para criar
um preenchimento, uma retícula que dê uma ideia da
intensidade luminosa de uma superfície (...)” (BARBIERI,
2017, P. 32)
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problema da disciplina de leitura” (EISNER, 1999, p. 52). A disposição dos
requadros tem como função auxiliar o leitor na compreensão do conteúdo
e enredo – dessa forma, tomando as rédeas de uma sequência de outras
questões; tempo, espaço, expressão e emoção. A partir do requadro,
podemos borrar a linha que divide imagem e tempo – por exemplo, ao
colocar uma sequência de pequenos requadros um ao lado do outro,
criamos uma sensação de rapidez. Da mesma forma, ao colocarmos um
longo requadro em baixo desses, criamos um contraste que faz com
que a mente do leitor entenda como se esse quadro representasse uma
passagem de tempo mais longa (MCCLOUD, 2004, p. 101).
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que o meio primeiro plano recorta na cintura. Por assimilação, o primeiro
plano recorta a figura à altura do peito, e o primeiríssimo plano enquadra
somente o rosto. O plano detalhe é autoexplicativo. O que se pode tirar
dessa informação é que muitos desses planos podem ser explorados
por meio de diferentes angulações (BARBIERI, 2017, p. 116). Dessa forma
podemos ver cenas de cima para baixo, como do topo de uma escada
olhando para os pés, ou também o contrário, como um pedestre olhando
para um arranha-céu.
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considerar que os quadrinhos não necessariamente precisam mostrar
cada movimento de uma ação, portanto é preciso capturar quadros que
façam com que as ações intermediárias – isto é, as ações não desenhadas
– sejam subentendidas através de cada pose que é desenhada de fato.
Isso nos leva aos diferentes tipos de transição possíveis nos quadrinhos,
ou seja, o tempo que o autor escolhe para ser explorado entre requadros,
ou o que os aficionados de quadrinhos chamam de sarjeta. É a partir do
espaço da sarjeta que a imaginação do leitor entra em cena, em uma
conclusão mental automática que conecta os requadros. Scott McCloud
(2004, p. 70) divide seis tipos de transições:
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Unidos as cores
primárias se tornaram
um poder icônico
para simbolizar
personagens, na
Europa, onde a
impressão era
superior, artistas
como Claveloux Caza e
Moebius encontraram
uma oportunidade
de paletas subjetivas
e intensas, criando
várias possibilidades
que alcançaram os
Estados Unidos nos
anos 70 – quando
as cores passaram
a assumir um
papel central onde
expressavam desde
estados de espírito até
sensações.
Para explorar
mais exemplos
da linguagem em
quadrinhos com
profundidade, trago
uma sequência de
exemplos no próximo
subcapítulo.
Um exemplo de
cores em Moebius
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sobre a
narrativa
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parte i: roteiro
Morgana é a última de uma notória linhagem de bruxas, sendo a mais
notória de todas sua mãe, Ana. Após o fim da guerra contra os dragões e
uma longa era de convivência tranquila com a raça humana, Morgana
nasce e apenas alguns anos depois sua mãe é brutalmente assassinada
enquanto dormia, assim como diversas de suas cúmplices e irmãs. Ela crê
que teria sido assassinada também não fosse pela sua tia, Eva, que usou
dos seus poderes para esconder e levar não somente ela, mas diversas de
outras crianças cujas mães foram assassinadas na conhecida Noite Escura.
Entre essas outras crianças, também foram salvas Sabrina, Luna e Serena.
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A Deusa promete retornar no seu 18o aniversário com as diretrizes
necessárias para sua missão, e assim faz. Na data marcada, a Deusa instrui
Morgana a encontrar três garotas, mas que ela só pode fornecer o nome
de cada uma delas e um lugar, um de cada vez, e o resto é por parte dos
seus próprios poderes. A primeira delas é chamada Sabrina, e o lugar é
chamado simplesmente de Boutique Cherry. Com um pouco de pesquisa
e utilizando seus poderes, Morgana encontra Sabrina e entra em detalhes
sobre a sua desconhecida ancestralidade. Sabrina passa por um choque
ao descobrir a brutalidade que sua mãe biológica passou, e mais tarde
aceita participar da missão de Sabrina.
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sua mãe.
Luna se mostra chocada com as imagens que ela vê, mas não surpresa,
e se conecta com os ideais de sua mãe, reforçando seu apoio à missão de
Morgana que, por sua vez, está mais confiante que tudo vá da forma que
ela espera. Faltando somente uma menina, a Deusa reaparece com mais
um nome, Serena, e uma universidade. Morgana usa seus poderes mais
uma vez, mas está visivelmente mais fraca e seu nariz sangra.
Encontrando com Serena, torna-se claro que ela é uma pessoa muito
ocupada, e as meninas a veem no telefone com sua mãe, chorando
enquanto abria mão de sair no final de semana. Isso deixa Sabrina muito
abalada, que impulsivamente vai atrás dela e tenta a convencer que isso
não estava certo, e a convida para ficar com as outras meninas. Serena,
envergonhada, sai correndo para o banheiro mais próximo.
Após ser derrotado, Luna está ferida e várias notícias entram para um
certo canal de reportagens alegando terrorismo por parte das bruxas, e
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um terror em massa começa a se espalhar entre os humanos, até mesmo
aqueles que um dia apoiaram a igualdade de suas raças. Isso leva
Morgana a pensar que seu plano está indo por água a baixo, apenas para
ser lembrada por Serena que, algumas vezes, as coisas precisam piorar
para poderem melhorar novamente.
A Deusa faz mais uma aparição, apenas para soltar o nome do Dr. Zeman,
culpado por criar as armas que Salgado fundava, além de experimentos
ilegais e cruéis em bruxas de todas as idades. O resultado desse encontro
é uma Serena abatida, e todas as garotas extremamente cansadas –
principalmente Morgana, que consegue sentir que o fim está próximo.
Ao receber o último nome, Ygarth, Morgana sabe o que tem que fazer,
e, com a ajuda das outras garotas, consegue derrotá-lo. Após isso, a Deusa
revela que o preço a ser pago por tamanha mudança na história da
humanidade é a sua própria vida, e Morgana já sabia.
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parte II:
PERSONAGENS
MORGANA
Morgana é a última de uma notória linhagem
de bruxas, sendo a mais notória de todas sua
mãe, Ana. Após o fim da guerra contra os dragões
e uma longa era de convivência tranquila com a
raça humana, Morgana nasce e apenas alguns
anos depois sua mãe é assassinada enquanto
dormia. Ela crê que teria sido assassinada
também não fosse pela sua tia, Eva, que usou dos
seus poderes para esconder e levar não somente
ela, mas diversas de outras crianças cujas mães
foram assassinadas na conhecida Noite Escura.
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para muitas pessoas da sua comunidade e mais tarde, das meninas que
ela encontra. Seu maior desafio é reconhecer que ela não precisa fazer
tudo sozinha.
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