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A FOLHA UNIVERSAL* publicou, um artigo com o título “PAPA DIZ QUE CÉU E
INFERNO SÃO ESTADOS DE ESPÍRITO.” Continua a notícia: “De acordo com o
papa, o céu não é um lugar, mas um estado de espírito’, que pode ser alcançado por
qualquer homem, desde que, após a sua morte, este passe um tempo determinado no
que a doutrina católica chama de ‘purgatório’ ou ‘limbo’”. “O purgatório não é um
lugar, mas uma condição de vida”, afirmou o papa em seu último pronunciamento. “O
inferno, [segundo o papa], também é um ‘estado de espírito’, ligado à condenação
eterna, e não uma fornalha ardente”.
INFALIBIDADE PAPAL
Não poderemos analisar o pronunciamento sobre o céu e o inferno, feito pelo Papa João
Paulo II, sem que primeiro tenhamos conhecimento do que constitui o ensino sobre o
dogma da infalibilidade papal. Embora essa suposta infalibilidade, sobre assunto tão
importante é preciso que tenhamos presente a declaração de Paulo em Gl. 1.8-9, no
sentido de que nenhuma autoridade se sobreponha a autoridade da Bíblia.
“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do
que já vos tenho anunciado seja anátema. Assim como já vô-lo dissemos, agora de novo
também vô-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes,
seja anátema”.
Com isso, Paulo quis tornar claro que nenhuma autoridade angelical, considerada
superior aos homens (Hb. 2.7), como também nenhum ser humano, pode arrogar para si
autoridade soberana sobre a Bíblia. Entretanto, a Igreja Católica não pensa assim e
outorgou ao papa o poder divino da inerrância. Inocêncio III professa a doutrina que o
papa ocupa na terra não o lugar de um homem, mas o de um Deus. (Inocent III, Decret,
de Concess, tit. 8) (citado em Roma, Sempre a Mesma, p. 126, de Hippolyto de Oliveira
Ramos).
Tudo isso por uma interpretação errônea de Mt. 16.15-19, considerando Pedro a pedra e
não o próprio Cristo a pedra. Mas a Bíblia se encarrega de desfazer o equívoco e aponta
unicamente para Jesus como a pedra de quem Pedro declarou “Tu és o Cristo, Filho do
Deus Vivo”. Outras citações confirmam essa interpretação: “Pôs todas as coisas
debaixo de seus pés e o constituiu chefe de toda a Igreja” (Ef. 1.22). “Edificados sobre
o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o mesmo Jesus Cristo a principal
pedra angular” (Ef. 2.20).
O CÉU
Jesus falou do céu como um lugar, afirmando: “Na casa de meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, eu vô-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e
vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu
estiver estejais vós também” (Jo. 14.2-3).
Assim, podemos verificar pela Bíblia pessoas que já estão no céu como um lugar:
● Deus, o Pai: “Pai nosso, que estás nos céus… Venha o teu reino, seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu” (Mt. 6.9-10). Da mesma forma que a terra é um
lugar onde habitamos nós, seres humanos, o céu é também um lugar.
● Jesus: “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a
glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus” (At. 7.55).
● Anjos: “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os
seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt. 18.10).
● Os justos do Antigo Testamento: “Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do
ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus“(Mt.
8.11).
● Os cristãos já mortos:
“Mas chegastes ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos
muitos milhares de anjos; à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão
inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de Todos, e aos espíritos justos aperfeiçoados” (Hb.
12.22-23).
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer temos de
Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus, pelo que estamos
sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo vivemos ausentes do
Senhor (porque andamos por fé, e não por vista), mas temos confiança e desejamos
antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2Co. 5.16-8)
“Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na
luz. O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho
do seu amor” (Cl. 1.12-13).
O INFERNO
Sheol (hebraico) e hades (grego) indicam o lugar das almas perdidas até a
segunda ressurreição. A palavra sheol aparece 65 vezes no Velho Testamento:
Gn. 37.35; 42.38; 44.29-31; Nm. 16.30-33; Dt. 32.22; 1Sm. 2.6; 2Sm. 22.6; 1Rs.
2.6-9; Jó 7.9; 11.8; 14.13; 17.13-16; 21.23; 24.19; 26.6; SI. 6.5; 9.17; 16.19;
18.5; 30.3; 31.17; 49.14; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7 etc.
● A palavra hades aparece 10 vezes no Novo Testamento: Mt. 11.23; 16.18; Lc. 10.15;
16.23; At. 2.27, 31; Ap. 1.18; 6.8; 20.13-14. Significa o mundo invisível das almas dos
mortos.
Geena, lugar dos corpos e almas dos perdidos depois do Juízo Final, também
chamado o lago de fogo e segunda morte (Ap. 20.11-15) A palavra
correspondente no V. T. é ‘vale do filhode Hinon’. A forma grega do hebraico é
geh hin-nóm (Js. 15.8; 18.16; 2Cr. 28.3; 33.6; Jr. 7.31-32; 32.35. Aparece a
palavra geena 12 vezes no Novo Testamento: Mt. 5.22,29-30; 10.28; 18.9;
23.15,33; Mc. 9.43,45,47; Lc. 12.5; Tg. 3.6.
Tártaro, lugar dos anjos caídos. A palavra só se encontra uma vez: 2Pe. 2.4:
“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado
no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o
juízo”.
Jesus afirmou que o inferno é um lugar destinado ao diabo e seus anjos. Se qualquer
pessoa for para lá, será contra a vontade de Deus. O homem no inferno é um intruso
(Mt. 25.41,46) – (Doutrinas, por W. C. Taylor, JUERP, 1952, p. 226).
GRAUS DE PUNIÇÃO
“Se qualquer coisa menos que a punição eterna for devida, em vista do pecado, que
necessidade havia de um sacrifício infinito para livrar do castigo? Jesus derramaria
seu precioso sangue para livrar-nos das consequências de nossa culpa, se tais
consequências fossem apenas temporárias? Conceda-se-nos a verdade de um sacrifício
infinito e disso tiraremos a conclusão que o castigo eterno é uma verdade” (Dicionário
de Escatologia Bíblica, de Claudionor Corrêa de Andrade, p. 40, CPAD).
CONCLUSÃO
Omitir a pregação do inferno é deslealdade a Jesus e aos homens. Para quem zomba do
inferno, procurando subterfúgios para negar a realidade desse lugar, basta reconhecer a
autoridade de Jesus para falar do lugar, ao concluir “E irão estes para o tormento
eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt. 25.46). Dois lugares distintos e
irreversíveis:’tormento eterno’ ou ‘vida eterna’. Da forma como há vida declarada
eterna (do grego zoen aionios), também há ‘tormento ou castigo eterno’ (kólasin
aionios).