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A Poesia Hebraica e Suas Características.

A poesia do Antigo Testamento é a mais significativa contribuição do povo hebreu à literatura


universal. Tal como qualquer outro povo, sua literatura primitiva era poética. Não dispomos, no
AT, de um conjunto completo dos escritos poéticos israelitas; apenas alguns poemas de
significação religiosa foram incluídos nos livros sagrados e nem todos estão no cânon. Por
exemplo, além de proferir Salomão três mil provérbios, "foram os seus cânticos mil e cinco"(
1Reis 4.32). Também, foi recordado o refrão do cântico popular das mulheres de Israel que diz:
"Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares"( 1 Samuel 18.7). Ainda mais, são
referidas no AT duas antigas coleções de poesias, as quais não temos acesso, que são
denominadas de "As Guerras de Yahweh"(Números 21.14) e o "Livro de Jasar", ou seja, "O Livro
do Justo"(Josué 10.12; 2 Samuel 1.17-18: "lamentação sobre Jonatas: eis que está escrito no
Livro de Jason".

Mais de uma terça parte do AT é de poesia. Tal fato é obscurecido pela maioria das nossas
versões por não indicarem os trechos poéticos através de um arranjo especial das linhas. Até a
versão de Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego espera até Gênesis 27.28-29
para indicar pela primeira vez um trecho de poesia. Na realidade, é claro que contamos com
poesias nos trechos de Gênesis 2.23; 3.14-19; 4.23-24; 9.25-25; 14.19-20; e 25.23. Há também
falta de reconhecimento de passagens proféticas que são pura poesia quanto à sua forma, tais
como: Isaías 1.2-31; 2.2-3.17,24-26; 5.1-30; 6.3b,9-13; 40.1-44.8; 44.21-52.2; 52.7-59.20; 60.1-
66.16; 66.22-23; Jeremias 1.5-8, 9b-10; 2.2b-3; 2.5-3.5, etc. Certamente os livros de Salmos,
Provérbios, o Cântico de Salomão, porções de Eclesiastes e a maioria de Jó(3.3-31.40; 32.6-42.6),
são de poesia. A Bíblia de Jerusalém, entretanto, serve como bom guia a este respeito, além de
fazer uso de materiais arqueológicos mais avançados do que fez uso a versão de Acordo com os
Melhores Textos em Hebraico e Grego.

6.1.Paralelismo: Definição e Tipos.

Relação de equivalência, por semelhança ou por contraste, entre dois ou mais elementos. Em
poesia, paralelismo é o termo que designa, habitualmente, a correspondência rítmica, sintáctica
e semântica entre estruturas frásicas. Para S. Jerônimo e Stº. Agostinho, paralelismo (Gr. “lado
a lado”) significa o fenômeno da aparente repetição das frases verificado em textos bíblicos.
Sendo entendido como uma figura de estilo, que justificaria uma nova poesia divina em
vernáculo a exemplos da Bíblia, paralelismo é, desde logo integrado nos manuais de retorica
onde, ainda hoje, subsiste como uma figura de posição por insistência na disposição regular,
associado, sobretudo, à correspondência sintáctica: paralelismo (isocolo, compar). Neste
sentido, o paraleslimo ocorre freqüentemente na poesia de tradição oral, produzindo, muitas
vezes, o efeito de litania.

No séc. XVIII, o Bispo Angliano Robert Lowth procura explorar o valor estético dos textos
hebraicos e cunha o termo “paralelismo de membros”, em 1778, distinguindo três espécies de
paralelismo sinonímico, antitético e sintético.

6.2.Paralelismo Sinônimo é a forma mais simples no qual a segunda linha, em termos diferentes,
repete o pensamento da primeira linha. Perceba que esta forma equilibra dois pensamentos
iguais com palavras semelhantes. Assim, o paralelismo não indica necessariamente duas
colocações diferentes mas uma colocação expressa de duas maneiras. Muitas vezes, a segunda
linha serve para esclarecer ou ampliar o sentido da primeira. Quando uma linha contém três ou
mais unidades, uma é muitas vezes omitida na linha paralela, na qual uma unidade é alongada
por compensação; este tipo é chamado às vezes de paralelismo incompleto.

6.3.Paralelismo Antitético no qual uma linha exprime a mesma idéia da primeira, mas de uma
maneira negativa ou em termos de contraste. A maioria dos 376 versos em Provérbios 10.1-
22.16 são antitéticos.

“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi,

mas agora te vêem os meus olhos.” (Iyov/Jó 42:5)

“Porque YHWH conhece o caminho dos justos;

porém o caminho dos ímpios perecerá.” (Tehilim/Salmos 1:6)

mas àqueles que buscam ao YHWH bem nenhum faltará.” (Tehilim 34:10)

“O filho sábio alegra a seu pai,

mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.” (Mishlei/Provérbios 10:1)

“A resposta branda desvia o furor,

mas a palavra dura suscita a ira.” (Mishlei/Provérbios 15:1)

6.4.Paralelismo Sintético que é mais bem denominado de paralelismo progressivo, no qual a


segunda linha complementa a primeira, oferecendo ambas um pensamento completo. Onde
quer que encontremos o paralelismo sintético, a segunda linha deve continuar a mesma idéia
da primeira, expandindo-a.

“[1] Bendito o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,

[2] nem se detém no caminho dos pecadores,

[3] nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Tehilim/Salmos 1:1)

“[1] Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas,

[2]a qual dá o seu fruto no seu tempo;

[3] as suas folhas não cairão,

[4] e tudo quanto fizer prosperará.” (Tehilim/Salmos 1:3)

6.5.Paralelismo Inverso = esta é uma forma de paralelismo onde as frases são arranjadas
quiasticamente.
6.6.Paralelismo Climático/Escalável: paralelismo climático, ou escalável, é uma vertente do
paralelismo sintético, incorporando também a idéia do paralelismo sinônimo. Nele, a segunda
frase repete um conceito da primeira, porém com uma extensão de seu sentido, dando a ela
uma espécie de ‘clímax.’

“[1] Pois eis que os teus inimigos, YHWH,

[1+] eis que os teus inimigos perecerão;

[2] serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.” (Tehilim/Salmos 92:9)

“[1] Os rios levantam, ó YHWH,

[1+] os rios levantam o seu ruído,

[1+] os rios levantam as suas ondas.” (Tehilim/Salmos 93:3)

“Tributai a YHWH, ó filhos dos poderosos,

Tributai a YHWH glória e força.” (Tehilim/Salmos 29:1)

6.7.Quiasmo: Assim chamado por sua semelhança estrutural com a letra ‘qui’ do grego, e
também conhecido como ‘paralelismo inverso’, trata-se de uma estrutura poética onde o
paralelismo aparece ‘espelhado’ (por exemplo: 1,2,3,4,3,2,1). Normalmente, o quiasmo é
apenas uma estrutura de construção das frases, as quais podem se relacionar por paralelismo
sinônimo, antitético, ou sintético.

6.8.Rima Ritmo e Métrica: além dos paralelismos a poesia é caracterizadas pelos padrões
acrósticos (Salmo 119), repetições de consoantes e vogais(Salmo 122.6 a: sha’alu shelom
yerushalaim) e jogo de palavras(Amós 8.2). Rima é muito rara na poesia do Antigo Testamento,
acontecendo em Juízes 16.24 e Isaías 40-66(ocasionalmente) e no primeiro verso do Salmo 14,
por exemplo. Pode-se, portanto, afirmar que a poesia do AT omite essa característica, via de
regra, e que quando acontecer é acidental. A maioria dos eruditos do passado argumentou
fortemente pela presença de ritmo e métrica, possivelmente pela influência de sua herança nos
poetas gregos e latinos da antigüidade. Desde que começaram a ser interpretadas as evidências
arqueológicas provenientes da antiga Síria tem se tornado claro que o AT não mostra realmente
padrões regulares nem de ritmo nem de métrica. Entre as placas de Ugarite há boa quantidade
de textos religiosos, inclusive de poesia muito semelhante aquela encontrada no AT. Deve-se
reconhecer, no entanto, no AT certos padrões de acentos tônicos, dos quais se podem discernir
variações de ritmo na pronúncia.

6.9.Quanto as Figuras de Linguagem.

· Símile: Estabelece um termo de comparação entre dois elementos através de uma


qualidade. É uma comparação expressa

· Salmos 2:9b; 1:3; 102:6; Provérbios 25:11.

· Metáfora: É uma comparação abreviada. Consiste quando um objeto é assemelhado ao


outro, afirmando ser o outro, ou falando de si como se fosse o outro.

· Salmos 71:3; 84:11; 23:1


· Alegoria:É uma seqüência de metáfora

· Salmos 80:8-15

· Parábola: É uma espécie de alegoria apresentada sob a forma de uma narração relatando
fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma
ou várias verdades importantes.

· Antropopatia: É a atribuição de emoções, paixões e desejos humanos a Deus.

· Antropomorfismo: É a atribuição de características corporais e atividades físicas a Deus.

· Salmos 34:16; 10:12; 8:3

· Metonímia: Consiste em designar um objeto por uma palavra designativa de outro objeto
que tem com o primeiro uma relação de causa/efeito; continente/conteúdo; lugar/produto;
matéria/objeto; abstrato/concreto; autor/obra.

· Sinédoque: Figura que se funda na relação de compreensão e consiste no uso do todo pela
parte, plural pelo singular, gênero pela espécie e vice-versa.

· Personificação: Quando se atribui ações ou feito de pessoas a coisas inanimadas.

· Jó 12: 7,8;

· Zoomorfismo: Atribuição de características animais a Deus

· Jó 12: 7,8

· Eufemismo: Consiste em disfarçar, abrandar, suavizar expressões rudes, chocantes,


desagradáveis.

· Ironia ou Antífrase: Expressão que contém censura ou ridículo sob a capa de louvor ou
elogio. (Consiste em dizer o contrário do que pensamos e geralmente em tom de zombaria)

· Jó 12:2

· Hipérbole: É um exagero que extrapola o sentido literal para destacar a idéia e chamar a
atenção.

· Salmos 119:136

· Jó 21:25

· Litotes: Afirmação moderada que suaviza o sentido literal. É o oposto da hipérbole.

· Salmos 51:7
· Pergunta Retórica Interrogação: Figura pela qual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou
adversário, ou político, em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém vai responder.

· Pleonasmo: É a palavra ou expressão redundante: repetição da mesma idéia, com a


finalidade reforçar e avivar a expressão e o pensamento.

· Antítese: É a inclusão na mesma frase de duas palavras ou dois pensamentos que faz um
contraste um com o outro. (O mau e o falso servem de contraste ou fundo que dá realce ao bom
e ao verdadeiro).

· Paradoxo: É uma proposição ou declaração oposta à opinião comum; a uma afirmação


contrária a todas as aparências e à primeira vista absurda, impossível, ou em contraposição, ao
sentido comum.

Conclusão:

Em primeiro lugar, quanto a literatura sapiencial bíblica. Ela é fruto da reflexão israelita e
também da sabedoria oriental antiga a respeito da vida humana. Esta reflexão é
fundamentalmente marcada pela fé israelita. A literatura sapiencial tem sua origem na tentativa
humana de evitar a morte e de viver melhor. Para isso, era preciso descobrir as leis que Deus
colocou no mundo, para que, seguindo-as, conservassem a vida. A sabedoria nasce, assim, da
observação da natureza e da vida em geral. Essa observação traz como conclusão a verificação
de que, na natureza, toda ação tem uma reação. Assim, o fundamento básico da doutrina
sapiencial é o princípio de causa e efeito.

A preocupação do sábio era o sentido da vida e a felicidade. Deste modo, a partir do princípio
de causa e efeito, eles iam colocando as regras para que as pessoas, de um modo especial os
jovens, pudessem viver bem. Diferentemente da Torá e dos Profetas, o sábio não parte da
revelação de Deus, mas da observação da vida e das leis que Deus colocou no mundo.

A afirmação principal da literatura sapiencial, proveniente do princípio de causa e efeito, era a


felicidade dos justos e a infelicidade dos ímpios. Em muitos casos esse princípio funciona
perfeitamente; no entanto, a observação da realidade nos faz perceber que nem sempre
acontece assim. É no contexto de questionamento do princípio de causa e efeito, no contexto
da “crise da sabedoria”, que devem ser situados os livros de Jó e Qohélet. Não temos como
ocupação em nossa pesquisa aprofundar sobre o livro de Jó, este parece ter outro objetivo: a
reflexão sobre a questão do sofrimento humano. Enquanto, o Qohélet analisa a questão da “vida
humana e sua frugalidade”.

Em segundo lugar, quanto a poesia hebraica, especialmente na forma de cânticos ou hino, ocupa
um importante lugar na literatura dos hebreus. Os judeus evidentemente era um povo amante
da música e famoso por seus cânticos. Ezequias em 701 a.C., inclui em seu tributo a Senaqueribe
músicos masculinos e femininos, e os exilados da Babilônia eram insistentemente convidados
por seus captores que entoassem suas canções sobre cuja fama devem ter ouvido (Sl 137.3).
Pouco resta de sua poesia secular, mas existem referências no Antigo Testamento que parecem
indicar que essa poesia era de considerável volume. O "Cântico da Fonte" (Nm. 21.17,18) era,
provavelmente, um cântico de trabalho ou coro usado na fonte ou pelos escavadores do mesmo.
Outras ocupações provavelmente, tinham seus cânticos especais acompanhantes: a sega (Is 9.3)
e a vindima (Is 16.10). Também eram usados cânticos em ocasiões especiais. Labão teria feito
uso de cânticos, se pudesse ter-se despedido formalmente de Jacó (Gn 31.27). Nenhuma festa
de casamento seria completa sem os cânticos (Jr 7.34). As lamentações pelos mortos
freqüentemente assumiam forma poética. As elegias de Davi a respeito de Saul e Jônatas (2 Sm
1.19-27), e a respeito de Abner (2 Sm 3.33,34), são composições poéticas da mais excelente
ordem. O breve lamento acerca de Absalão tem sido chamado de "obra prima do ritmo" (2 Sm
18.33).

Os cânticos eram quase sempre acompanhados por música instrumental (Êx 15.29; Is 23.16; 1
Cr 25.6). De fato, parece que existiam instrumentos para o propósito exclusivo de acompanhar
os cânticos (Am 6.5). A poesia hebraica tem sido corretamente denominada de poesia lírica, e
como tal, é uma classe por si mesma.

Entre os termos empregados para as composições poéticas, podemos alistar: shir (com ou sem
instrumento acompanhante); mizmôr, "salmo ou hino" (com instrumentos); qiná, "elegia ou
lamento"; tehillâ "hino de louvor"; mãshãl, em adição a seu significado mais usual de
"provérbio", é um cântico satírico.

A maior coleção da poesia hebraica em existência é o livro de Salmos, e é justamente aqui que
temos o mais rico material para o estudo de formas poéticas. Todavia, não há consenso de
opinião, entre os eruditos, quanto à natureza da poesia hebraica. Alguns afirmam que num
conjunto de escritos, tal como os Salmos, que abarca muitos séculos, não se pode esperar
nenhum sistema uniforme. Outros afirmam que sem conhecimento do pronunciamento
original, é impossível recuperar as formas originais. Outros, ainda, pensam que a introdução
posterior dos sinais vocálicos talvez tenha provocado muitas inovações quanto a vocalização.
Outros levantam o problema da possibilidade de erros de transição. Certamente seria arriscado,
na ausência de qualquer indicação de padrões vocálicos e padrões de acentuação, defender
dogmaticamente qualquer teoria sobre os princípios da prosódia hebraica.

É geralmente aceito que a métrica, conforme a entendemos, está ausente da poesia hebraica.
Nada existe que correspondia à unidade de medida métrica, (o pé), quer no tocante à
quantidade de vogais quer no tocante a quantidade à formação de acentos. Na ausência de
"pés", a seqüência medida entre os "acentos" dificilmente pode ser esperada. Há larga
concordância que a poesia hebraica é caracterizada por "acentos", e que os "acento" (o ieto)
coincide com o acento gramatical. Assim como o número e a disposição de sílabas não-
acentuadas parece não desempenhar qualquer parte essencial, seriam desprezadas na
verificação do metro. O ritmo variável, portanto, toma o lugar do metro. O ritmo variável,
portanto, toma o lugar do metro definido. A ausência da medida mecânica pode parecer indicar
que seja um tipo de vers libre, porém, no hebraico não existe mistura deliberada. Seria
enganoso, igualmente, comparar isso com o ritmo da prosa e o da poesia, encontrada
ocasionalmente na poesia grega, pois se trata de poesia verdadeira. Talvez uma descrição tão
boa como qualquer outra seria o termo "ritmo derivado". Esse ritmo consiste em examinar os
acentos apenas, sem levar em consideração o número de sílabas, pelo que uma medida métrica
pode ser uma sílaba forte ou pode ser muitas sílabas fracas e uma forte.

No exame da poesia hebraica, portanto, deve-se meramente enumerar os ictos, as "unidades


de acento rítmico", cada qual, irrespectivo do número de sílabas, provendo apenas um
"compasso". Os agrupamentos resultantes, correspondendo de forma imperfeita as dímetro,
trímetro, etc., e combinações desses, poderiam ser feitas. Na natureza do caso o procedimento
aqui está ligado, em maior ou menor grau, ao elemento subjetivo. Não obstante parece haver
muitas instâncias de padrões rítmicos (Sl 29). Entretanto, não seria razoável esperar rígida
uniformidade numa poesia tão subjetiva como a hebraica. O tratamento procrusteano,
mediante o qual a poesia hebraica é estudada por alguns eruditos, é sintomático de
insensibilidade e não de introspecção.

Certo tipo de poema, o lamento ou cântico fúnebre (qiná) tem, conformidade com o ponto de
vista de muitos eruditos, uma métrica especial. O verso, nesse caso, consiste de cinco anapestos
como uma cesura depois do terceiro. Nesse caso, o uso dessa espécie de poema em coros bem
poderia ter-lhe ditado a forma. No caso de outros poemas, usados no cântico congregacional,
provavelmente eram empregadas as "notas recitantes".

Com exceção da rima, o hebraico faz pleno uso de artifícios literários comuns na poesia. Não se
faz ausente a assonância. O símile e a metáfora abundam. A aliteração, usualmente como
aliteração "oculta" também aparece. Anadiplose e anáfora são empregados com belos efeitos
(Jz 5.19,27). A ajuda mnemônica dos acrósticos é utilizada. O exemplo mais bem conhecido é do
Salmo 119, o qual é arranjado em estâncias de oito versos, e no qual alguma letra do alfabeto
encabeça cada estância, e no qual cada verso começa com essa mesma letra.

Em terceiro lugar, o que está por trás da letra. Em parte alguma o gênio da poesia hebraica é
mais evidente do que em seu simbolismo. Utiliza-se do céu e da terra. Furta a música das estrelas
matutinas como a luz do noivo que necessita de lâmpadas virginais. Seu verão eterno, jamais se
acaba, e suas neves não ficam nunca maculadas. Governa o rugir do mar, cavalga na nuvem, e
viaja nas asas do vento. Torna mais rico o ouro real, a mirra se torna mais fragrante, e o incenso
é mais suave. As ofertas que toma dos pastores não sofrem morte, e os rebanhos estão sempre
em pastos verdejantes. O pão de sua colheita nunca se estraga, o azeite de seus lagares nunca
falta, e seu vinho é sempre novo. Enquanto os homens puderem respirar, suas linhas eternas
formarão a litania do coração que ora. As cordas que ele toca são as cordas da harpa de Deus.

O ritmo da poesia hebraica não é o compasso medido do corpo prisioneiro da terra. Mas é antes
o ritmo majestoso do espírito altaneiro, sentido apenas por aqueles em cuja alma soa a música
celestial. Eleva-se acima da métrica, a um nível mais elevado, pois chega mesmo a nova
dimensão - a dimensão do espírito, onde aqueles que adoram a Deus adoram-no em espírito e
verdade. Seu sujeito apropriado é o Yahweh; sua origem e fonte, as profundezas do coração
faminto de Deus. Seu grande tema é o encontro pessoal com o Deus vivo.

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