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CRISTOLOGIA EM SÍNTESE

1- Elementos centrais da Cristologia

A fé cristã tem o seu ponto de partida no conceito de Revelação. Revelação pode


ser compreendida como a autocomunicação de Deus aos seres humanos (Deus que se
comunica a si mesmo, que se dá a conhecer). Segundo a fé cristã, esta autocomunicação
de Deus, que já havia começado a se realizar na história do povo de Israel, atinge o seu
ápice no personagem histórico Jesus de Nazaré, em termos teológicos: no evento histórico
da encarnação do verbo (ao reinterpretar o antigo testamento em chave de leitura
cristológica, a teologia Cristã entendeu que Jesus é o logos, o verbo, a sabedoria de Deus,
a palavra por meio da qual Deus criou todas as coisas).
Portanto, se todas as coisas foram criadas por meio dele, então somente ele poderia
reestabelecer a harmonia entre as mesmas e reconciliá-las em Deus; razão pela qual o
verbo se encarnou. Na pessoa de Jesus (homem-Deus), teria operado o definitivo encontro
entre a natureza humana e a plenitude divina, entre o imanente e o transcendente (Jesus
superou a barreira entre Deus e o ser humano, entre o céu e a terra). Nele, deu-se a
possibilidade mais profunda da auto-revelação do homem e a auto-expressão de Deus (Ao
mesmo tempo em que Deus se revela por meio de Jesus, Jesus revela ao ser humano quem
ele verdadeiramente é).
A partir disso, podemos definir a Cristologia como uma reflexão sobre o
sentido que emergiu a partir das relações que os discípulos e as comunidades de fé
estabeleceram com Jesus. Os primórdios conviveram com um homem concreto
chamado Jesus, a quem a Cristologia denomina Jesus histórico. Essa experiência foi tão
profunda e intensa, tão determinante em suas vidas que, num dado momento, após a sua
morte e mediante a misteriosa experiência do ressuscitado que realizaram, eles tiveram
um insight, isto é, a clareza de que Ele era o messias, o Cristo, o Kírios, o ungido, o
Senhor, o próprio Deus em forma humana. (Vale esclarecer que, o termo Cristo não é um
nome próprio, mas um título que foi atribuído a Jesus em vista da compreensão que os
Cristãos amadureceram em torno dele a partir da experiência da ressurreição). Por esta
razão se afirma que o Jesus histórico (o humano, que passou pelo mundo fazendo o bem
e que foi condenado a morte pelos poderes políticos e religiosos de seu tempo) é o Cristo
da Fé (o ressuscitado, o ressurgido, aquele que venceu a morte) e vice-versa. Esta, por
sua vez, é a profissão de fé dos Cristãos. Esta profissão caracterizou o primeiro anuncio
denominado querigma (anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo).
Ao longo dos anos, ó Cristianismo elaborou uma série de doutrinas cristológicas
(de que Jesus é da mesma substância de Deus; de que ele é plenamente humano e divino;
de que Maria é a mãe de Deus, porque Jesus é o próprio Deus encarnado; assim por
diante). Estas doutrinas constituem o núcleo central da fé Cristã. Porém, é importante ter
em vista que, professar a fé em Cristo é reconhecer que, por meio dele, Deus agiu de
maneira decisiva na história, portanto, não se trata de uma mitologia ou de uma mera
fantasia. Por isso, há um movimento dentro da Cristologia chamado Cristologia de baixo
que se preocupa em esclarecer possíveis equívocos ou erros de compreensão a respeito
do mistério da encarnação.
A Cristologia de baixo adverte que, a fé não é algo que se impõe de cima para
baixo, como um pacote de verdades absolutas reveladas por Deus, deste modo,
inquestionáveis. Ao contrário, esta modalidade Cristológica defende que, para fazermos
uma Cristologia responsável, deve-se partir do próprio ser humano e de suas inquietações
existenciais.
Em sua aventura no mundo, o ser humano, dentre tantas personalidades, depara-
se com a emblemática figura de Jesus que o interpela, e se apresenta como uma reposta
que pode afetá-lo existencialmente. Na medida em que alguém, em liberdade se abre a
realizar uma experiência com Jesus é que a fé realmente nasce, e então, tudo passa a fazer
sentido. Quem é Jesus para mim Esta é a pergunta fundamental da Cristologia, e alguém
só terá condições de responde-la ao final do processo, isto é, após fazer caminho com Ele
(Confrontar a sua história pessoal com o Jesus histórico e as opções que Ele fez e ter a
sua vida ressignificada pela experiência com o ressuscitado).
Essa Cristologia, por sua vez, pressupõe a existência de um ser humano que
levanta de maneira honrada a pergunta por sua própria salvação, isto é, pelo sentido
último de seu existir. Aqui a salvação consiste em sermos capazes de realizar aquilo que
importa decisivamente em nossa vida: amar os semelhantes, aceitar confiantemente a
morte e conservar a esperança. Se, porventura, o ser humano for capaz de atender a esses
três apelos, e pôr para si a tarefa histórica de realiza-los, então, independentemente dele
conhecer, ou mesmo de aceitar a revelação verbal de Deus em Jesus Cristo explicitamente
(numa profissão de fé), ele terá feito a experiência da salvação (porque a salvação é para
todos, cristãos e não cristãos).
2- A cristologia do Espírito como caminho para uma melhor compreensão das
Religiões não Cristãs

Segundo o teólogo Roger Haight, há no Novo Testamento uma série de


cristologias. As mais antigas, tais como as querigmáticas (do primeiro anúncio) e
sapiencias (que defendem que Jesus é a sabedoria de Deus, a palavra de Deus encarnada),
a seu ver, são Cristologias de baixo, isto é, não apresentam aquelas posteriores conotações
de filiação metafísica de Jesus (são cristologias saudáveis, palpáveis, compreensíveis).
Em contra partida, para Haight, a Cristologia do logos apresentada pelo Evangelho
de São Jõao, (texto bíblico mais influente sobre o desenvolvimento da Cristologia), ao
apresentar a encarnação em três etapas, reivindicando a pré-existência do verbo,
fundamento último de toda a verdade (1- O verbo com Deus; 2- O verbo criador; 3- O
verbo na história como verdade suprema de Deus) elevou a figura de Cristo ao
suprassensível (filosoficamente falando, elevou Jesus ao plano das abstrações
metafísicas), distanciando-o por demais de sua realidade terrena. Na intenção de dizer a
fé de maneira relevante, em um mundo moderno marcado pelo pluralismo religioso,
Haight adverte que a Cristologia precisa saber conciliar a relevância universal de Jesus
e a convicção de que as outras religiões tem papel fundamental na história do mundo.
Por essa razão, em vez de afirmar a Cristologia do logos, da mediação única de
Jesus (a ideia de que Jesus é o único mediador entre Deus e os humanos, por conseguinte,
o único mediador da salvação, como prega a Cristologia tradicional), ele aposta na
Cristologia do Espírito, entendendo que ela melhor atende às exigências teológicas dos
tempos atuais. Para Haight, a metáfora do Espírito não nos deixa cair no
subordinacionismo (subordinar todos os seguimentos religiosos a figura de Cristo, que é
o caminho, a verdade e a vida para os cristãos, mas pode não ser para outros, embora estes
possam admirá-lo); além do que, ajuda-nos a compreender que Jesus é divino porque
Deus age nele por meio de seu Espírito (Jesus foi empoderado com o poder do
Espírito), bem como consentir que a mediação de Deus nas outras religiões não precisam
ser necessariamente uma única pessoa e desmentir que elas só são verdadeiras na medida
em que correspondem aos conceitos cristãos. Nessa lógica, Para Haight, o fundamento
universal da salvação é Deus como Espírito, que vem revelado normativamente em
Jesus, mas também nas outras tradições religiosas, nas quais se encontra presente e ativo.
Onde o Espírito age, o amor se faz presente, e onde o amor se faz presente, Deus se
encontra e se encarna.

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