Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Destarte, nesta 13ª lição – a última deste ano –, estudaremos a Parábola dos
Primeiros Lugares e dos Convidados; Sublinhado as grandes lições que dela provém
e a inversão da lógica humana; e, distinguindo a recompensa da humildade e do
altruísmo.
1
I – A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES E DOS
CONVIDADOS
Cabe aqui deixar registrado, que o capítulo quatorze de Lucas inicia com a
entrada de Jesus na casa de um dos principais dos fariseus, para comer pão com
ele e evidentemente com os seus familiares, em um dia de sábado, e justamente
neste dia, estava ali um homem enfermo, isto é, hidrópico1; ocasião em que Jesus,
sem hesitação, cura-o.
Pois bem, este é o último dos cinco milagres em que Jesus usa de
misericórdia em um dia de sábado, registrados nos Evangelhos Sinópticos (no
Evangelho de Lucas todos estão registrados, inclusive este tratado aqui: 4.31; 4.38;
6.6; 13.14; 14.1-14). O evangelista João, acrescenta mais dois (5.10; 9.14).
1
O termo pode ser usado como sinônimo de edema. Historicamente, hidropisia, como doença,
designava a causa principal dos edemas generalizados. No caso em questão, consiste no acúmulo
de líquido e inchaço no corpo todo ou numa de suas partes, como, por exemplo, no ventre
(barriga d’água).
2
Destarte, os Israelitas (judeus) com a máxima rigidez observavam – sob a ordem
divina (Gn 2) – a interrupção de todas as atividades neste dia (Ex 35.2; Lv 23.30,
incluindo destacadamente:
O aparato do palácio real cuja guarda era reduzida pela metade (2 Rs 11. 5-9)
De fato, codificaram-se trinta e nove (39) tarefas vetadas para esse dia, tais
quais: acender e apagar uma lâmpada; cozer um ovo; atar ou desatar um nó numa
corda; dar dois pontos com uma agulha; escrever duas letras; esfregar as mãos;
saltar; remover um objeto de um lugar para outro; limitação do número de passos
“caminho de um sábado”; dever-se-ia levar em conta a urgência da visita a um
2
Alguns estudiosos na questão veem a proibição de acender fogo aos sábados ao fato da tribo dos
quenitas – os forjadores de ferro (Gn 4.22) – deixar de acender as suas forjas em cada sete dias em
honra do seu deus Saturno, patrono do sábado.
3
enfermo; proibia-se a cura que requeria o movimento de membros como no caso da
luxação de um pé, etc.
2. A parábola.
1º. Jesus tinha uma palavra para o anfitrião e não só para os convidados. Não
convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos
ricos. O reino de Deus não é uma sociedade fechada dos ricos, nem um clube
exclusivo de amigos. (v.12)
2º. Nosso Senhor repreendeu a prática egoísta de só entreter aqueles que podem
retribuir um favor. Na parábola, o anfitrião deveria atentar ao fato de que a sua
riqueza proporcionasse uma oportunidade de ajudar os indigentes e desamparados
(v.13). Porventura, hoje o princípio não deve ser o mesmo?
3º. A linguagem que foi usada no versículo 14 sustenta a ideia de uma dupla
ressurreição, a dos justos e a dos não justificados (Jo. 5:29; I Co 15.23; Fl 3.11; I Ts
4.16; Hb 11.35; Ap 20.5, 6), separadas por um intervalo de tempo, em que aos
justos está reservado o melhor.
5
2. A segunda grande lição da parábola.
Quem dentre nós não quer ser considerado, e ter privilégios, e prestígio?
Todos nós queremos. Não há erro algum em pensar assim, porém nunca em
detrimento ao próximo e só para alimentar o nosso egocentrismo. Até porque Jesus
nos ensinou que a pessoa mais importante no Reino de Deus é aquela que serve a
todos.
A missão de Jesus era servir os outros e dar sua vida por eles. O verdadeiro
líder/cristão tem o coração de um servo. Esses líderes consideram o trabalho dos
outros e entendem que não estão acima de qualquer função. Se perceberes que
alguma coisa deve ser feita, não espere ser mandado. Tome a iniciativa e trabalhe
como um servo fiel.
3
Veja a obra de James C. Hunter: Como se Tornar um Líder Servidor – os princípios de liderança
de O Monge e o Executivo. Rio de Janeiro, Sextante, 2006.
6
III – A RECOMPENSA DA HUMILDADE E DO ALTRUÍSMO
1. Humildade e Altruísmo.
Já a palavra altruísmo4 tem a sua origem no latim “alter”, que por sua vez
deriva de “alterum”, costumeiramente abreviado para “altrum” que, em tradução livre
para o português, significa “o outro”, ou seja, “amor para com os outros (próximos)”.
Altruísta, portanto, é aquele que pensa nas outras pessoas ou que pensa
mais nos outros que em si, solidário, caridoso, contrário de egoísta. Uma atitude
altruísta pode ser interpretada como caridade se bem relacionada com os interesses
do próximo.
4
Altruísmo palavra percebida muitas vezes como sinônimo de solidariedade, a palavra altruísmo foi
criada em 1830 pelo filósofo francês Augusto Comte para caracterizar o conjunto das disposições
humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros. Esse
conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específica e exclusivamente
individuais (pessoais ou coletivas).
7
2. Amor, a palavra chave do altruísmo. (Rm 12.9a).
“O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”, eis o texto
supracitado.
“O amor deve ser completamente sincero. Não deve haver no amor cristão
hipocrisia, simulação ou motivos ocultos. Existe o amor de despensa que
dá afeto com um olho posto no ganho que pode proporcionar. Existe o
amor egoísta cujo objetivo é obter muito mais do que dá. O amor cristão é
um amor liberto do eu. É o vôo puro do coração para com outros”.
Mas Deus nos conclama um amor sincero [“sem sera”] e real que vai muito
além da hipocrisia e de um comportamento polido. O amor sincero exige
concentração e esforço. Significa ajudar os outros a tornarem-se pessoas melhores.
Isso exige nosso tempo, dinheiro, e envolvimento pessoal.
8
3. A recompensa (Mt 10. 40-42).
A intensidade de nosso amor a Deus pode ser avaliada pela maneira como
tratamos nossos semelhantes. Entre os exemplos de atitudes que revelam amor e
serviço desinteressado, Jesus citou o ato de dar um copo de água fresca a uma
criança sedenta, pois geralmente ela não poderá retribuir o favor.
9
CONCLUSÃO
Portanto, jubilemos ao Senhor Jesus com este lindo coro – extraído do hino
de número 35 – da nossa Harpa Cristã, tendo consciência de que “devemos
expressar os frutos da humildade e do amor desinteressado.”
10