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Muitas vezes, ao
negar-vos prazer, o que fazeis é guardar o desejo nos recessos do vosso ser. Quem sabe
se o que está esquecido hoje espera pelo amanhã? Seria melhor que aquele que usa sua
moralidade como sua melhor roupa andasse nu. O vento e o sol não farão buracos em
sua pele.” (K. Gibran – “O Profeta”).
Freud postula que o meio no qual o sujeito se desenvolve, juntamente com certos
elementos inatos determinam as formações ideais as quais devem estar presentes para
que este se enamore. A constituição de fantasias condicionantes da vida erótica passam a
figurar no psíquico como prerrogativas na relação deste sujeito com seus objetos
amorosos. Daí a repetição presente na ligação do Eu com esses objetos, a constância do
desejo buscando expressão (satisfação).
Citando Freud:
“Quando algo no material complexivo (no tema geral do complexo) serve para
ser transferido para a figura do médico, essa transferência é realizada; ela produz a
associação seguinte e se anuncia por sinais de resistência – por uma interrupção, por
exemplo. Inferimos desta experiência que a idéia transferencial penetrou na consciência
à frente de quaisquer outras associações possíveis, porque ela satisfaz a resistência”.
Freud, S. (1912) – “A Dinâmica da Transferência”. Edição Standard Brasileira, pág.
138, Editora Imago, Rio de Janeiro, 1974.
Perdemos para incorporar e a seguir perder novamente, num ciclo que só acaba
com a morte... 3 Onde tudo se perde? Talvez a perda da individualidade decorrente da
morte seja a única possibilidade de ganhar-se o todo, ou o nada... Interessante condição
essa que nos impõe a mortalidade: “mover-se ao longo de uma linha reta num universo
em que tudo o que se move o faz num sentido cíclico”. ²
Segundo Freud:
Porém, isso raramente se dá sem uma luta aguerrida entre médico e paciente.
Revelar a resistência à consciência deste último, tornando-a familiar a ele para que
tenha tempo de “elaborá-la e superá-la” resulta como procedimento almejado na análise.
NOTAS:
“Quão contrários nos são os desejos daqueles que nos são caros! E tanto mais
funestos, maior êxito têm. Já não me admira se, desde a nossa primeira infância, nos
tem ocorrido todos os males; crescemos entre as pragas de nossos pais”. ¹
Sêneca – “Aprendendo a viver” / L&PM pocket 2008.