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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

Graduação em Direito

MARIANE MONTENEGRO TOLEDO LINS

BRUNO VICTOR BARROS SANTANA

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) – PROCESSO PENAL

Maceió

2018
MARIANE MONTENEGRO TOLEDO LINS

BRUNO VICTOR BARROS SANTANA

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) – PROCESSO PENAL

Trabalho apresentado como requisito para obtenção


de nota na segunda avaliação formativa da disciplina
Direito Processual Penal I, ministrada pelo Prof.º
André Rocha Sampaio, Centro Universitário
Tiradentes, Graduação em Direito.

Maceió

2018
SUMÁRIO

1. PRELIMINAR.............................................................................................................3
2. A FASE PRELIMINAR DO PRECESSO..................................................................4
3. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DA AÇÃO
PENAL...................................................................................5
4. DA COMPETÊNCIA.................................................................................................7
5. ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
PENAIS.....................................................................8
6. CONCLUSÃO...............................................................................................................8
7. REFERÊNCIAS............................................................................................................9
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PRELIMINAR

O trabalho visa realizar uma análise sucinta e técnica acerca dos alicerces fundantes do
Habeas Corpus com pedido de liminar impetrado por Eloi Antônio Sandi, que fora objeto
de denúncia do Ministério Público por ter incidido abstratamente sua conduta no tipo
penal do art. 342, § 1º do Código Penal.

Restando como objetivo principal deste trabalho, efetivar uma apreciação do caso à
luz dos conteúdos tratados em aula, principalmente acerca da legalidade e procedência do
Inquérito Policial, Condições da Ação Penal e Competência do órgão julgador, como
também elaborar um estudo que vislumbre a existência ou não de um desrespeito a
princípios norteadores do direito processual penal.

O estudo de caso está arquitetado em 4 capítulos, o primeiro tecerá investigação a


respeito das condições estruturantes da ação penal que são extremamente essenciais para o
prosseguimento do processo, o segundo observará metodicamente se a competência para a
apreciação do caso foi respeitada e seguiu todos os ditames legais sacramentados e por
fim, porém não menos importante o último tópico investigará se houveram desrespeitos a
princípios processuais penais.

A presente obra acadêmica tem como escopo direcionar toda a produção de estudos
elaborada na sala de aula para uma apreciação de caso real que nos proporciona um
aprendizado concreto e fiel ao que de fato ocorre na prática forense, desenvolvendo uma
aliança entre teoria e a efetiva conduta que nos aguarda no futuro.

Tendo o trabalho como núcleo norteador de embasamento discursivo pesquisa


bibliográfica, por observar uma escassez de conteúdo para análise pelo que foi
disponibilizado pelo professor, buscou notícias e meios de comunicação que
disseminaram o acontecimento.
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A FASE PRELIMINAR DO PRECESSO


A presente análise direciona-se a apreciar um caso real que envolve um dos eventos
mais famosos do fim de ano no Sul do país, que é o Natal Luz, da Cidade de Gramado no Rio
Grande do Sul, tendo em vista ter-se tornado um dos mais importantes eventos do período
natalino e que faz parte da cultura e do calendário sulista, movimentando a economia nos
mais variados setores e proporcionado um crescimento dos valores movimentados na região
nesta época.

Tendo em vista que fora instaurada uma investigação por meio de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito Municipal para apurar possíveis irregularidades na realização das
edições do evento Natal Luz nos anos de 2007 até 2010, nos quais foram detectados
possíveis ilícitos penais que maculam a organização do evento em seus projetos e
realizações, algumas condutas inclusive recaindo sobre o bojo dos crimes de organização
criminosa e peculato.

As Comissões Parlamentares de Inquérito podem ser instauradas para apurar


determinados fatos que tenham relação com a casa legislativa, como na presente situação,
identificamos um caso singular que trata-se de Câmara Legislativa Municipal, composta
pelos Vereadores para investigar as condutas abstratamente delinquentes na realização dos
eventos Natal Luz.

As CPI’s Municipais encontram a sua pedra de alicerce na Constituição Federal em


seu art.29º, caput, XI como se vislumbra na sequência:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois


turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos; XI - organização das funções legislativas e
fiscalizadoras da Câmara Municipal.
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Como também, sendo necessário p preenchimento dos requisitos cumulados para


sua efetivação, que seriam o requerimento de 1/3 dos membros da casa legislativa para
instaurar a Comissão, investigação de determinado fato e ter um prazo certo, quando
satisfeitos a exigibilidade de meios suficientes deve-se encaminhar as definições apuradas
para o Ministério Público para que se possa proceder à uma possível ação penal.

Dessa forma, procederam da maneira correta a investigação preliminar, fazendo-se


importante ressaltar que o grupo encontrou dificuldades em apreciar o caso, visto a
ausência de documentos essenciais para elucidar o caso com uma maior precisão.

PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DA AÇÃO PENAL

Tomando como ponto de partida a extrema escarces de material factível para averiguação
do caso e de suas peculiaridades, envereda, por conseguinte, para adentra-se a discussão da
satisfação ou não das condições da ação penal que por sua vez tem o condão de serem
imprescindíveis para a instauração e o prosseguimento do processo penal.

A ação penal em seu todo, seria a possibilidade de provocar a figura estatal retirando-a de
seu estado de inércia, que dotada da sua capacidade punitiva apreciará a provocação com o
juízo de conhecimento e se forem satisfeitos os requisitos necessários segue o pleito para
apreciação de mérito, no qual o Estado aplica a sua pretensão punitiva ou reconhece a
inocência presumida do indivíduo.

O grande problema está no recepcionamento da denúncia ou notitia criminis e a análise


que é feita acerca do preenchimento dos requisitos da ação, no caso em comento o que foi
apresentado pelo Acórdão como sendo ausente na constância da denunciação, diz respeito ao
requisito da justa causa, este que existe peculiarmente somente ao processo penal e nele
encontra sua principal motivação.

A punição na seara criminal vem muito antes de ser emitida uma sentença condenatória
transitada em julgado, pois somente neste campo o próprio processo é uma punição em si, que
de certa maneira penaliza o acusado pelo simples fato de somente ser réu, isso dentro do meio
social como também profissional é carregado como um fardo pelos que padecem de uma ação
penal.
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Em decorrência disso, as acusações devem ser observadas com o máximo rigor para frear
qualquer tipo de indiciamento temerário e equivocado, desta maneira dissemina-se a
importância do instituto da justa causa como uma das mais essenciais condições a serem
verificadas. Como leciona Elmir Duclerc no texto disponibilizado pelo ilustríssimo Doutor
André Sampaio no ambiente acadêmico:

“A noção de justa causa, portanto, da forma como foi


construída pela dogmática processual penal, tem a ver com a
presença ou ausência de uma base probatória mínima,
trazida através do inquérito policial ou outras peças de
informação, que permitam pelo menos um juízo de
probabilidade sobre a existência e a autoria do fato descrito,
bem como a respeito do próprio caráter criminoso do
referido evento.”

Desta feita, visualiza-se a justa causa como um filtro final dos requisitos da ação, que
seleciona o que deve receber a devida atenção da jurisdição e o que não merece ser tocado
pelo lastro estimulante do estigma reprovador do processo penal, de maneira que, como não
se teve acesso a peça acusatória, presume a sua lealdade ao que defende a doutrina e a
legislação pátria no sentido de dever motivar uma apreciação de mérito do caso.

Como também, faz-se mister demonstrar a imprescindibilidade do mecanismo processual


da justa causa, através de sua previsão legal, esculpida no Código de Processo Penal no art.
395, inciso III, que reafirma a necessidade de ocorrer a satisfação dessa ferramenta, como so
observa:

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I -


for manifestamente inepta; - faltar pressuposto processual
ou condição para o exercício da ação penal; ou - faltar justa
causa para o exercício da ação penal.

Nesse bojo, remete-se a extrema necessidade de se haver seguido o que preleciona a


doutrina como também os dispositivos legais, como o supracitado que reverbera a necessidade
inerente ao prosseguimento da ação de satisfazer à condição da ação pertinente a justa causa,
entendendo, presumidamente que o MP seguiu esses ditames.
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COMPETÊNCIA

Acerca da competência do juízo para apreciação do caso, encontra-se um impasse, tendo


em vista que a ação penal foi movida inicialmente na 2º Vara Criminal da Comarca de
Gramado pelo Ministério Público. No entanto, a incerteza que se apresenta é da possibilidade
de ser procedida a ação neste juízo, como também o Habeas Corpus ter sido impetrado no
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, uma vez que o crime abstrato envolve
verbas provenientes da União, que seria o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC)
que foi implementado pela Lei Rouanet (Lei 8.313/1991) Pertencente ao Ministério da
Cultura e em decorrência disso deveria ser apreciado pela Justiça Federal.

Tendo em vista o que preleciona a Constituição Federal em seu art.109 inciso I, observa-
se:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar.


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça
do Trabalho

Dessa maneira, por tratar-se de acusações que sinalizam potenciais desvios de dinheiro
emanados de verbas federais para atender e estimular o evento do Natal Luz de Gramado,
deveriam ser remetidos os autos para o juízo competente de uma Vara Federal do Estado do
Rio Grande do Sul.

Visto isso, estaria o juízo diante de uma incompetência absoluta, tendo em vista tratar-se
de uma ação penal que deveria ser direcionada à Justiça Federal por versar sobre ilícitos
envolvendo verbas advindas da União Federal. Como também, diante desse equívoco,
deveriam ser remetido o Habeas Corpus originariamente para o Tribunal Regional Federal da
Região.
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ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS

Diante da complexidade do presente caso somado ao pouco conteúdo disponibilizado e


factível aos alunos para uma mais profunda análise, entende que a denúncia angariada pelo
Ministério Público além de desrespeitar princípios processuais penais, afeta diretamente
institutos basilares do Direito Penal como o da Intervenção Mínima, por tratar-se de um caso
que, como fora falado pelo Desembargador Relator do caso no Tribunal de Justiça, não reúne
uma carga probatória que incida na necessidade de se instaurar uma ação penal.

De forma que, a peça acusatória dissemina uma vasta gama de acusados e de crimes por
eles praticados, no entanto, existe a inobservância criteriosa do nexo racional da conduta
praticada pelo acusado, que por sua vez dispensa qualquer tipo de ligação com o núcleo
fundante da organização delinquente. Sendo reconhecida a disponibilidade de uma apreciação
detalhada das condutas individuais praticadas em um crime societário.

No entanto, pelo rotineiro fato do réu ser componente da comissão executiva do Natal Luz
e exercer como habitualmente o faz não caracteriza que ele utilizou de sua posição para obter
vantagem ilícita, entendendo pela argumentação explicitada pelo relator de que a participação
na comissão não configura necessariamente a incidência no tipo penal incriminador.

Nesse diapasão, foi atingido diretamente o princípio da Presunção da Inocência, que


instituído no art. 5º da Constituição Federal defende “que ninguém será considerado culpado
até transito em julgado de sentença penal condenatória”, e o que vimos aqui é uma acusação
que desrespeita paulatinamente esse instituto democrático e atinge diretamente a dignidade da
pessoa humana, ferindo, portanto, em consequência o Estado Democrático de Direito.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, reconhece o grande aprendizado que foi obtido como fruto de
pesquisa e busca de informações acerca do estudo de caso, que certamente foi de muito
proveito com o incremento prático e não somente acadêmico do aprendizado teórico, fazendo-
se necessário ressaltar a impressão de que trabalhos como esse devem ser cada vez mais
disseminados no meio acadêmico, tendo em vista a união de instâncias e a incitação de
indagar e objetivar algo novo pelos alunos.

Um trabalho que foi desenvolvido com muito estudo e esforço que apresenta de
maneira até inédita para alguns estudantes como é difícil a tarefa de analisar um caso
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concreto, levando em consideração que tivemos um Acórdão como ponto norteador para o
desenvolvimento das indagações e despertando a imaginação para quando não mais tivermos
pontos de partida no momento em que estivermos lidando com a prática real no mundo
profissional.

Sendo, portanto, um estudo de caso que em muito acrescentou em todo o estudo,


pesquisa, formulação de teses e, sobretudo, no aprendizado, apresentando-se com a melhor
“vestimenta” que uma atividade extraclasse pode utilizar, que seria a visualização da prática
sob um nova ótica, sobre diversos pontos de vistas, que por sua vez desperta o que mais há de
importante e que move a humanidade, a curiosidade.

REFERÊNCIAS

JUS.COM.BR. Comissões parlamentares de Inquérito. Disponível em:


<https://jus.com.br/artigos/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito> Acesso em 19
nov 2018.

DIREITO CONSTITUCIONAL. CPI estadual, distrital e municipal, e o limite de seus


poderes. Disponível em: <http://direitoconstitucional.blog.br/cpi-estadual-e-municipal/>
Acesso em 19 nov 2018.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Programa Nacional de Apoio à Cultura ( Pronac).


Disponível em: < http://www.cultura.gov.br/programa-nacional-de-apoio-a-cultura-pronac->.
Acesso em 19 nov 2018.

CONSULTOR JURÍDICO. A justa causa para o exercício da Ação Penal. Disponível em


<https://www.conjur.com.br/2013-nov-29/toda-prova-justa-causa-exercício-acao-penal>
Acesso em 19 nov 2018
CORREIO DO POVO. Cpi conclui que 26º natal luz teve prejuízo de r$ 1,27 milhão.
Disponível em: <http://www.correiodopovo.com.br/noticias/?noticia=475137>. Acesso em:
20 nov. 2018.

DIREITOS BRASIL. O que faz uma cpi? entenda a comissão parlamentar de inquérito.
Disponível em: <https://direitosbrasil.com/o-que-faz-uma-cpi-entenda-comissao-parlamentar-
de-inquerito/>. Acesso em: 20 nov. 2018.
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JUSBRASIL. Concedido habeas a padre apontado na denúncia do natal luz de gramado.


Disponível em: <https://tj-rs.jusbrasil.com.br/noticias/3130602/concedido-habeas-a-padre-
apontado-na-denuncia-do-natal-luz-de-gramado>. Acesso em: 20 nov. 2018.

JUSBRASIL. Direito processual penal e os inquéritos extrapoliciais. Disponiv́ el em:


<https://endireitados.jusbrasil.com.br/noticias/206342081/direito-processual-penal-e-os-
inqueritos-extrapoliciais>. Acesso em: 21 nov. 2018.

RÁDIO GRAMADO FM. Padre Elói Sandi é beneficiado com habeas corpus no Caso
Natal Luz. Disponível em <http://gramadofm.blogspot.com/2012/05/padre-eloi-sandi-e-
beneficiado-cpm.html> Acesso em 21 Nov 2018.

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