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CALAMANDREI, Piero. “Eles , os Juízes, vistos por um advogado”. Editora Martins Fontes.

São
Paulo. 2000.

FICHAMENTO

Capítulo I - Da confiança nos juízes, primeiro dever do advogado (pág 04).

A ideia central deste primeiro capítulo, apregoa que para se tornar um bom
advogado é imprescindível que haja fidelidade à justiça:
“Para encontrar a justiça, é preciso ser-lhe fiel. Como todas as divindades, ela só se
manifesta àqueles que nela creem.” (Página. 4)
Sequencialmente, o autor alerta ao jovem advogado que, ao defender uma causa
de um cliente, deve estar convencido de que é uma causa justa e ter consigo bons
argumentos, claros e válidos para convencer o juiz. E ter confiança mesmo diante
de um “adversário de carreira” que possui melhores dotes e mais eloquente, o
advogado modesto e inexperiente deverá defender sua causa com bons
argumentos e convicção na justiça, tendo em vista que o juiz não se convence pela
retórica e palavras bonitas, mas sim, a sua confiança por uma causa justa. Além
disso, mesmo diante da convicção de que irá perder a causa pelo simples reflexo
da eloquência em detrimento da inferioridade, ao ser publicada a sentença e ver
que ganhou a causa, são esses dias festivos para o advogado, o qual verifica que,
contra todos os expedietes da arte e da intriga, vale mais, modesta e
obscuramente, ter-se razão.
“Que o advogado modesto, mesmo no começo da sua carreira, não receie encontrar
pela frente, como adversário, um desses causídicos que é de uso chamar “estrela
de foro”, em atenção à sua ciência, à sua eloquência, à sua autoridade de homem
político ou, mesmo, aos ares que tomam. O advogado modesto, desde que esteja
convencido de que defende uma causa justa e saiba expor suas razões com clareza
e simplicidade, há de reparar quase sempre que, quanto mais evidente é a
desproporção de forças entre os dois contraditores, tanto mais os juízes se
dispõem, não obstante manifestarem sua admiração pelo mais brilhante, a dar sua
proteção ao menos dotado.” (Pág. 43)
Tal fato é explicado pelo autor como tendência que todos os homens sentem para
proteger o fraco contra o forte, os juízes são levados, sem darem conta disso, a
favorecer a parte pior defendida.
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Paulo. 2000.

Pois, ser um bom advogado é se encontrar com a justiça e defendê-la com com a
certeza absoluta de estar defendendo uma causa justa. Não basta conhecer as leis,
tem que compreender o direito. a paixão da luta generosa pelo direito, a revolta
contra todos os subterfúgios, a tendência – contrária à dos juízes – para adoçar
pelo calor do sentimento o duro metal das leis, a fim de melhorar o adaptar à viva
realidade humana.
Segundo o autor, “ o juiz é o direito tornado homem.”:
“Na vida prática, só desse homem posso esperar a proteção
prometida pela lei sob uma forma abstrata. Só se esse homem
souber pronunciar a meu favor a palavra de justiça, poderei
certificar-me de que o direito não é uma sombra vã”. (Pág. 55)

Ou seja, o poder de um juiz é elevado, sendo comparado ao poder que vai além do
ser humano, seu poder é de plena responsabilidade de compreender o direito e
fazer com que a justiça prevaleça independentemente de quem seja o advogado o
juiz sempre ficará ao lado da razão
No segundo capítulo, o autor estabelece um paradoxo entre a prática forense e uma
competição atlética, com o intuito de esclarecer que o que o Direito busca não é
“espetáculo”, mas a justiça, a mais valiosa e elevada função do Estado.
Evidenciando sua seriedade. Pois, aqueles advogados que apenas se preocupam
em exibir sua impecável oratória não será o motivo para a justiça permanecer ao
seu lado. Os fatos devem ser claros e os argumentos válidos. O advogado que
apenas se preocupa com a sua imagem e não em defender o seu cliente, mostra-se
desrespeitoso para com o juiz e desleal com o direito. O advogado não deve entrar
em conflito com o juiz, este deve apresentar argumentos tão discretamente que
convence que fora o juiz quem encontrara os argumentos.
Destarte, não pode ser bom advogado aquele que está sempre prestes a perder a
cabeça por virtude de uma palavra mal colocada ou que, perante a vilania do
adversário, pois a nobre paixão do advogado deve ser, de acordo com o autor, em
todos os casos, compreensiva e razoável.
Nessa esteira, o defensor, que entra em discussão aberta com o juiz, comete a
mesma imprudência do examinando, que no decorrer do ato arranja uma “zanga”
com o examinador.
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Se o advogado, em audiência, sentir que o juiz tem uma opinião contrária à sua,
não pode combatê-la abertamente como o poderia fazer com um contraditor
colocado no mesmo plano.

II - Das boas maneiras (ou da descrição) nos tribunais

A ideia principal tratada neste capítulo se concentra na ideia do dever do advogado


de apresentar boas maneiras em audiência, visto que é que o advogado para ter
uma boa causa sendo justa ou não deve sempre manter o respeito e a mente sólida
mesmo que sendo interrompido pelo juiz. Já o advogado que não medir o tom de
voz e ainda argumenta saber mais que um juiz não entende que assim poderá
condenar o cliente. O advogado não deve entrar em polêmica com o juiz engolindo
algumas situações fazendo com que o juiz convença-se de ter encontrado os
argumentos corretos por conta própria.
“O advogado deve saber sugerir de forma muito discreta ao
juiz os argumentos que lhe dêem razão, de tal modo que este
fique convencido de os ter encontrado por conta própria.”
(página 41).

Na audiência deve prevalecer os bons modos, o advogado que em julgamento


percebe que seu cliente está em desvantagem e o juiz diz que não estas com a
razão deve-se sempre aceitar o que o juiz disse e o cumprimentar com reverencia e
respeito. O advogado de grande mérito é aquele que pelo físico não é lembrado
pelo juiz e sim lembrado pelos seus bons argumentos que ao lado da razão
defenderam o seu cliente.
“A toga, igual para todos, reduz aquele que a envergou a ser
na defesa do direito “um advogado”. Da mesma forma, quem
se senta no alto do tribunal é “um juiz”, sem acréscimo de
nome ou de títulos.”

Para o autor, (página.75), a justiça não tem nada com esses advogados, que vêm à
audiência não para expor as razões do cliente, mas para fazer alarde de si mesmo
e das suas notáveis qualidades de oratória. O defensor deve procurar unicamente
projetar a luz sobre os fatos e os argumentos da causa, mantendo na sombra sua
pessoa.
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O advogado que fala de si, em vez de falar da causa, comete para com os juízes
que o escutam uma falta de respeito semelhante àquela que cometeria se, no meio
do seu discurso, desabotoasse a toga para fazer notar que se veste do melhor
alfaiate da Terra.
O que o autor exprime ao fazer tais acertadas aferições é que os advogados que
apenas se preocupam em exibir sua impecável oratória não será o motivo para a
justiça permanecer ao seu lado. Os fatos devem ser claros e os argumentos
válidos. O advogado que apenas se preocupa com a sua imagem e não em
defender o seu cliente, mostra-se desrespeitoso para com o juiz e desleal com o
direito. O advogado não deve entrar em conflito com o juiz, este deve apresentar
argumentos tão discretamente que convence que fora o juiz quem encontrara os
argumentos

III. De Algumas Semelhanças e de Algumas Diferenças entre Juízes e


Advogados

Neste capítulo, o autor compara as dualidades existentes entre advogados e juízes,


na medida em que o juiz é um advogado melhorado e purificado pela idade.
“Os anos tiraram-lhe as ilusões, os exageros, as deformações, a ênfase e, talvez
mesmo, a generosa impulsividade da juventude. O juiz é o que fica do advogado,
quando neste desapareceram todas as qualidades exteriores pelas quais o vulgo o
admira. O advogado é a efervescente e generosa juventude do juiz. O juiz é a
velhice repousada e ascética do advogado.
Para o autor, o agir cabe ao advogado, que deverá ter mais energia e atuação que
o juiz. A missão mais árdua compete ao advogado que deverá encontrar os
melhores argumentos, ao passo que ao juiz compete apenas escolhê-los.
Para o autor, ao advogado é preciso adquirir maturidade de conhecimentos, preciso
ser ativo e fazer compreendido, o juiz deve ser sereno compreensível e imparcial.

“Imparcial deve ser o juiz, que está acima dos contendores;


mas os advogados são feitos para serem parciais, não apenas
porque a verdade é mais facilmente alcançada se escalada de
dois lados, mas porque a parcialidade de um é o impulso que
gera o contra-impulso do adversário, o estímulo que suscita a
reação do contraditor e que, através de uma série de
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oscilações quase pendulares de um extremo a outro, permite


ao juiz apreender, no ponto de equilíbrio, o justo”. (folhas 126).

Ainda neste capitulo o autor cita um exemplo em que um juiz procura um advogado
na posição de cliente. Neste caso o juiz não deve se posicionar tecnicamente, para
o juiz basta confiar na competência do advogado e esquecer sua posição
privilegiada mantendo-se como litigante que está sendo representado por um
advogado competente.

Capítulo IV - Da Pretensa eloquência do pretório


O dever do advogado, além de persuadir o juiz a aceitar sua tese de defesa, é
esclarecer ao juiz sua tese, argumentando de forma clara e coesa para ser
compreendido, evitando assim a prolixidade, pois a qualidade primordiais do
orador, é o silêncio. Nas sábias palavras do autor, “O silêncio é de ouro para a
probidade do advogado. Já ao juiz cabe compreender os argumentos que lhe são
apresentados. A maneira mais segura de se ganhar uma causa, tanto nas defesas
escritas ou orais é com discursos breves e diretos. A oratória dos advogados deve
visar principalmente o juiz, que deverá agir de maneira imparcial e fazer justiça de
acordo com sua consciência.

Capítulo V - De certa imobilidade dos juízes durante a audiência

Este capítulo aborda basicamente que, os juízes se atormentam quando um


advogado diz coisas inúteis ou insensatas em uma audiência, precisando muitas
vezes interrompê-los. Pois, muitas vezes os advogados não percebem, mas
modulam suas frases tão maçantes que induzem o sono.
“O sono é, frequentemente, um hábil expediente do juiz para defender uma ou outra
das partes contra os erros dos seus advogados. (página 134) “.
Portanto, sono, de acordo com o autor é proposital e é um sinal do juiz ao
advogado que demonstra algo incorreto em seu discurso. Pois é a forma mais
discreta de o juiz demonstrar que não está “interessado” na continuidade de tal
discurso. Os advogados precisam estar atentos quanto a isso, pois, o sono muitas
vezes é um sinal do juiz ao advogado que demonstra algo incorreto em seu
discurso.
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Capítulo VI - De certas relações entre os advogados e a verdade, ou a


parcialidade obrigatória dos primeiros

Em qualquer processo há dois advogados, que não podem ambos falar a verdade,
uma vez que sustentam teses contraditórias; logo, um deles mente. Isto daria
margens para dizer que cinquenta por cento dos advogados são mentirosos.
Todavia, tal raciocínio não prospera, uma vez que a verdade tem três dimensões e
que pode aparecer sob formas diversas a quem a observe, conforme os diversos
pontos de
vista sob os quais a veja. Pois no processo temos dois advogados que mesmo
sustentando teses opostas acreditam na sua verdade, colocando-se no lugar do
cliente. Ele age como um historiador recolhendo fatos de acordo com um critério de
escolha pré-estabelecido desprezando aos que são irrelevantes. Segundo o autor,
“podem estar e quase sempre estão de boa-fé, uma vez que representam a
verdade, tal como o veem sob o prisma por que a vê seu cliente”.(Página 144).
Neste combate a verdade acaba por vir à tona revelando todos os argumentos
necessários para um juiz tomar uma decisão. Tal passagem ilustra a questão:
“Da mesma forma, os advogados, puxando cada um pelo seu lado, obtêm o
equilíbrio que o juiz procura.”. (Página 146).
Ou seja, o juiz determina o que é justo, a partir das substâncias elementares que os
advogados lhe fornecem, situação na qual poderá encontrar a verdade e o ponto de
equilíbrio levando-o a à decisão imparcial, decorrentes de duas parcialidades
opostas.

Capítulo VII - De certas aberrações dos clientes, dos quais os juízes se devem
lembrar de como atenuantes dos advogados

Este capítulo trata da forma como o cliente escolhe seu advogado. Os clientes
procuram muitas vezes qualidades ( v.g habilidade e prepotência) no advogado
que são opostas as qualidades apreciadas pelo juiz, (discrição e lacônica) o
advogado deve falar estritamente o necessário sem abusar de sua personalidade
mesmo que agindo desta forma não agrade o seu cliente pois agindo assim
certamente terá grandes chances de agradar o juiz. Os juízes preferem teses
objetivas enquanto os clientes gostam de oratórias e discursos apelativos. A grande
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diferença entre um e o outro é que enquanto um procura argumentos e razões o


outro procura aparências. Mas os juízes; preferem o defensor que, na exposição da
sua tese, conta com a excelência objetiva dos seus argumentos e não com o peso
da sua autoridade pessoal.
A grande diferença entre um bom profissional e o eloquente e espertalhão é que
enquanto um se emprenha para encontrar nas leis as razões que permitem aos
clientes violar legalmente a moral o outro busca na moral as razões para impedir
que o cliente façam o que as leis permitem.

Capítulo VIII - Considerações sobre a chamada "chicana"

A fé depositada pelos clientes no seu advogado e no juiz, principalmente os


humildes e incultos, às vezes é tão cega e absoluta que provoca certo espanto.
Porém o juiz não pode encarar a verdade, se ela antes não estiver autenticada.
Contudo, não merece crítica o advogado que sustentar teses jurídicas em oposição
à jurisprudência ou ao bom senso, pois isso que pode parecer descaramento é
apenas cautela de longa experiência.
O advogado que trabalha no cível deve ser o juiz instrutor dos seus clientes e sua
utilidade social deverá também de aconselhar quando será melhor evitar o
acionamento do judiciário, ou seja deve colocar a questão moral antes da questão
jurídica. "O advogado honesto deve ser, mais que o clínico, o higienista da vida
judiciária" e compreender que os códigos não devem ser ocultados, e sim encarar a
verdade de frente. O advogado deve ser considerado como o mais leal cooperante
do juiz. Ao aceitar o caso de um cliente, ainda que seja uma causa de mínima e
sem importância, o advogado encara a causa como algo digno e nobre. Na questão
judicial o advogado disfruta aos poucos de um novo processo, porque lhe renova a
ansiedade de espera, e mesmo quando derrotado pelo seu adversário, ao invés de
perder a coragem, o advogado procura compreender aonde ouve a falha. Contudo,
não merece crítica o advogado que sustentar teses jurídicas em oposição à
jurisprudência ou ao bom senso, pois isso que pode parecer descaramento é
apenas cautela de longa experiência.

Capítulo IX - Das predileccições dos advogados e dos juízes pelas questões


de direito ou pelas de fato
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Este capítulo versa sobre a vida judiciária, onde os mistérios mais úteis às vezes
costumam ser menos valorizados. Porque alguns advogados e juízes têm a
tendência a considerar material descartável as questões de fato. Uma vez que juiz
poderá esquecer da justiça, buscando a promoção em sentenças brilhantemente
fundamentadas sob o ponto de vista jurídico, para garantir títulos que possam influir
na promoção. É por isso que o juiz, que prefere as questões de direito, pensa
muitas vezes mais na promoção do que na justiça. No entanto, quem tem
preocupação do fato devia ser um título de honra.

“O magistrado ou o advogado que se preocupa com o fato é


um homem corajoso, modesto mas honesto, a quem interessa
mais encontrar a solução justa que melhor se adapte à
realidade do que fazer boa figura como colaborador de revistas
jurídicas” (Página 193)

Portanto, algumas vezes no processo a importância dada por advogados e juízes às


questões de fato não correspondem às reais necessidades da causa.
No meio judiciário as questões mais uteis e relevantes são muitas vezes deixadas
de lado, como por exemplo o médico que em visita aos pacientes esquece de
ausculta-lo, dando atenção por exemplo a discursos metafísicos que nada adiantam
na solução esperada pelo paciente. Tanto os juízes quanto advogados têm certa
tendência a descartar certos materiais sobre as questões e muitas vezes o que é
debatido é irrelevante se analisado por um especialista.

Capítulo X - Do sentimento e da lógica das sentenças

Esse capitulo comenta a dificuldade de manter a imparcialidade e evitar


sentimentos pessoais na análise dos casos jurídicos. Muitas vezes a lógica
construída mentalmente pelo juiz pode ter um de seus ramos alterados e provir um
julgamento tendencioso. A fundamentação da sentença é a garantia de justiça,
quando percorre o sentido lógico percorrido pelo juiz até a conclusão, percebendo-
se no caso de erro, em que etapa foi perdido o rumo pelo juiz.
Nem sempre uma sentença bem fundamentada significa uma sentença justa, e
nem toda sentença justa é bem fundamentada. Para o autor deve se prevalecer a
intuição humana aliada à sua intelectualidade. Cabe ao juiz, portanto, ao redigir a
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sentença nos seus considerados, possa ser o defensor da tese já fixada de


antemão pela sua consciência.

Capítulo XI - Do amor dos advogados pelos juízes e vice-versa

Este capítulo mostra as relações entre advogados e juízes após uma causa
perdida. É aconselhável ao advogado saber como reagir quando perdem uma
causa: revisar os autos do processo retirados do cartório para revisar seus
argumentos procurando seus erros cometidos, que poderão até mesmo serem
apontados pelo juiz nas margens escritas a lápis frases de desacordo, que
explicarão, melhor que os fundamentos da sentença.
Ademais, a amizade entre advogado e juiz não deve significar vantagem para o
cliente, isso porque se o juiz for honesto e impetuoso, terá medo que a amizade
possa inconscientemente levá-lo a ser parcial a favor do amigo que é naturalmente
levado, por reação, a ser injusto com ele. O juiz deve ser honesto e impetuoso
agindo de maneira indiferente ao decidir as causas sendo irrelevante o fato de ser
ou não amigo do advogado.

Capítulo XII - De certas tristezas e de certos heroísmos da vida dos juízes

Neste capitulo o autor comenta os fardos carregados por juízes, notadamente nas
angústias de julgar. O autor os compara aos médicos e a outras profissões no que
diz respeito as suas responsabilidades. O "drama do juiz" é a solidão
(NECESSÁRIA), a contemplação das tristezas cotidianas, principalmente é aquele
hábito que o consome e o desencoraja até o ponto de ser rotineiro que a decisão
da honra e da vida dos homens passou para ele a ser apenas uma prática de
administração ordinária. Como diz o autor: "o juiz que se habitua a fazer justiça é
como um sacerdote que se habitua a dizer a missa". (Pág. 249)

Capítulo XIII - De certas tristezas e de certos heroísmos da vida dos


advogados
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Neste capítulo versa principalmente a relação mais humanizada entre o advogado e


seu cliente. No coração do advogado não existe só a avidez por dinheiro e sede de
glória,, mas também há frequentemente "aquela caridade cristã" em seus atos. Pois
os advogados, tal como os médicos, diariamente praticam esta forma de
solidariedade humana. Fato este que pode contribuir na sua dedicação a causa e
até mesmo em sua oratória. Muitas vezes a relação do advogado com seu cliente é
muito próxima, comparando com o doente que faz confissões ao medico, mesmo
que sem esperança de cura, o cliente procura o advogado, mesmo em casos em
que não se espere a vitória, porque sabe que não encontrará outra pessoa disposta
a ouvi-lo com tanta paciência e atenção. E por isso as profissões do médico e do
advogado têm sido chamadas, melhor que profissões liberais, profissões de
caridade, segundo aduz o autor.

Capítulo XIV - De uma certa coincidência dos destinos dos juízes e dos
advogados

Neste capítulo estabelece-se um dialogo entre um advogado e um juiz onde cada


um expõe sua visão sobre a natureza da profissão do outro, no diálogo é ressaltado
argumentos que demonstram as semelhanças entre as profissões, ressalvadas as
peculiaridades, expondo as vantagens e desvantagens de um de outro. O destino
do juiz pode ser traduzido segundo sua ação, seu pensamento e sua execução pois
debaixo da ponte da justiça passam todos os infortúnios e todas as misérias e seria
bom que ele fosse capaz de reviver em si todos esses sentimentos experimentando
a prostração de rouba para matar a fome ou o tormento de quem mata por ciúme.
Ao passo que obrigação essencial para ser um advogado é sempre acreditar na
justiça, obtendo resultado justo para as razões apoiadas por ele. O mais
importante, porém, é acreditar que encontrará um magistrado que entenda suas
razões e lhe dê a almejada justiça. Por fim o diálogo é encerrado com valorizações
recíprocas e a conclusão que ambas as profissões são essenciais e dependentes
entre si.

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