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Projetos Sociais
Universidade do Sul de Santa Catarina
Projetos
sociais
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Créditos
Projetos
sociais
Livro didático
Designer instrucional
Marina Melhado Gomes da Silva
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2015 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Livro Didático
Diagramador(a)
Noêmia Mesquita
361.25
M14 Maciel, Walery Luci da Silva
Projetos sociais : livro didático / Walery Luci da Silva Maciel ;
designer instrucional Marina Melhado Gomes da Silva. – Palhoça:
UnisulVirtual, 2015.
91 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-875-8
e-ISBN 978-85-7817-874-1
Introdução | 7
Capítulo 1
Projetos sociais: mitos e fatos | 9
Capítulo 2
Elaborando projetos sociais | 23
Capítulo 3
Sustentabilidade dos projetos sociais | 41
Capítulo 4
A gestão do projeto social | 61
Considerações Finais | 85
Referências | 87
Caro(a) estudante,
Estamos iniciando com você mais uma Unidade de Aprendizagem, tendo como
tema de estudo projetos sociais.
Bons estudos!
Professora Walery.
Capítulo 1
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Capítulo 1
Seção 1
O que é um projeto social
Segundo Armani (2004), os projetos não acontecem de forma isolada; eles fazem
parte de um processo de tomada de decisão que compreende três níveis de
formulação: o nível dos grandes objetivos e eixos estratégicos de ação, a política
(que em nosso estudo trataremos como planos); o nível intermediário em que os
planos são traduzidos em linhas mestras de ações temáticas, os programas; por
fim, o nível das ações concretas, demarcadas em tempo e espaço, os projetos.
1.1 Planos
Os planos, conforme Cury (2001), fornecem um referencial teórico e político, bem
como as estratégias que permitirão a elaboração dos programas e projetos. No
plano, os problemas são selecionados e concentrados em áreas de interesses,
para as quais serão elaborados posteriormente os programas e projetos.
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Projetos Sociais
1.2 Programas
Quando nos referimos aos programas, de acordo com Cohen e Franco (2000),
estamos falando de um conjunto de projetos que buscam o mesmo objetivo.
Segundo os autores, o programa estabelece as prioridades de intervenção,
identificando e ordenando os projetos, definindo o âmbito institucional e alocando
os recursos que serão necessários. Corroborando com esse pensamento, Tenório
(1999) afirma que o programa agrupa projetos que se assemelham em termos de
objetivos e áreas de atuação.
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Capítulo 1
1.3 Projetos
Como nascem os projetos sociais? O que motiva pessoas, grupos, movimentos e
organizações a empreenderem em projetos sociais? A resposta a essas questões
podem ser encontradas nas diversas conceituações em torno do tema. De
acordo com Stephanou (2003, p. 11):
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Projetos Sociais
De acordo com Armani (2004), a grande utilidade dos projetos está no fato de
eles possibilitarem a prática de planos e programas sob a forma de unidades
de intervenção concreta. Complementa o autor: “os projetos ainda são a melhor
solução para organizar ações sociais uma vez que eles “capturam” a realidade
complexa em pequenas partes, tornando-as mais compreensíveis, planejáveis e
manejáveis”. (2004, p. 18).
Cabe ainda ressaltar que o projeto é muito mais que um documento organizado
para ser encaminhado na busca de apoio financeiro: ele é um conjunto de
possibilidades em torno de uma situação problema e das estratégias para
sua solução, visando à mudança futura de uma determinada realidade. Dessa
forma, segundo Bomfim (2004), os projetos apresentam uma dimensão política
e científica: política, pois demandam de decisão para o alcance de uma
solução; e científica, pois acontecem a partir de uma metodologia que envolve o
conhecimento e a intervenção de forma intencional e planejada.
Seção 2
Os projetos no cotidiano da gestão social
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Capítulo 1
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Projetos Sociais
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Capítulo 1
De acordo com Armani (2004), alguns elementos são fundamentais para que uma
organização obtenha eficácia com seus projetos. Vejamos:
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Capítulo 1
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Projetos Sociais
Conforme Stephanou (2003), nenhuma organização pode esperar obter apoio aos
seus projetos a partir de relações fortuitas e ocasionais, ou a partir unicamente
do conhecimento da realidade onde atua, ou do valor da causa defendia ou da
solução pretendida. A busca de parceria ou outras formas de apoio, de acordo
com o autor, está associada a três níveis de articulação:
Para concluir, conheça, no quadro a seguir, alguns dos mitos e fatos em torno dos
projetos sociais nas organizações, para entender as dificuldades na implantação
desse tipo de projeto em sua prática profissional.
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Capítulo 1
Mitos Fatos
3. Se a causa é boa, tudo vai dar certo e A obtenção de apoio a um projeto vai muito
o apoio será alcançado. além do valor ou mérito da causa abraçada
ou da solução que se busca. O apoio será
alcançado a partir do nível e da qualidade das
relações estabelecidas, bem como dos tipos
de articulação construídas em seu entorno.
5. Se a ideia, o sonho, surgiu no contexto Por mais importante que seja o profundo
da organização, ela poderá executar o conhecimento de uma causa ou realidade, a
projeto de forma isolada, pois o que vale execução dos projetos sempre irá depender
é sua percepção e conhecimento da da capacidade da organização de se
realidade onde atua. relacionar e de construir de forma articulada
e conjunta as soluções desejadas.
Fonte: Cury (2001), Stephanou (2003), Armani (2004).
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Projetos Sociais
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Capítulo 2
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Capítulo 2
Seção 1
Ciclo de vida de um projeto social
De acordo com CEPAL (1997), Keelling (2002) e Stephanou (2003), todo projeto
social passa por uma série de fases ou etapas, que vão desde sua concepção
até sua conclusão, sendo que nessas são encontradas necessidades e
características próprias. Cada uma das etapas está associada a um conjunto de
estudos que são necessários para conhecer e avaliar diversas características
do projeto. À medida que as etapas são vencidas, maiores informações são
adquiridas, diminuindo, dessa forma, o risco de implementação de um projeto
que não atenda as demandas. Para Keelling, “a compreensão do ciclo de vida
é importante para o sucesso na gestão de projetos, porque acontecimentos
significativos ocorrem em progressão lógica e cada fase deve ser devidamente
planejada e administrada” (2002, p. 13).
Neste sentido, CEPAL (1997), Stephanou (2003) e Armani (2004) identificam como
partes do ciclo de vida de um projeto as seguintes etapas ou fases:
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Capítulo 2
Seção 2
Viabilidade
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Projetos Sociais
Quanto aos aspectos sociais do estudo de viabilidade, o autor afirma que esses
devem envolver:
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Capítulo 2
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Projetos Sociais
Seção 3
Diagnóstico
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Capítulo 2
No que é complementado por Cury (2001, p. 43) quando este autor afirma:
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Projetos Sociais
Se você desejar conhecer um pouco mais sobre o assunto, sugerimos a leitura dos
seguintes livros:
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Capítulo 2
Por sua vez, Santos (2012) afirma que o diagnóstico tem, como finalidades,
documentar o estado da ação em face da problemática, identificar as questões
mais relevantes por meio das quais serão formulados os objetivos e determinar a
importância da problemática e suas principais causas.
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Projetos Sociais
•• Existe um problema?
•• Qual é o problema?
•• Quais são os elementos essenciais do problema?
•• A quem o problema afeta, ou seja, qual é a população alvo?
•• Qual é a amplitude atual do problema e suas consequências?
•• Quais são as informações relevantes acerca do problema para
realização de um estudo conclusivo?
•• Dispõe-se de uma visão clara e definida do contexto geográfico,
econômico e social do problema?
•• Quais são as principais dificuldades para enfrentar o problema?
Com base nos autores estudados, sugere-se a matriz abaixo como uma
possibilidade para o registro dos resultados dos debates em torno da definição
do problema central.
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Capítulo 2
Seção 4
Roteiro: escrevendo o projeto social
Assim, o documento escrito do projeto é a sistematização, a
concretização de todo o processo de planejamento e um
instrumento poderoso na captação de recursos, a qual, se
não é o fim de nossa ação, é condição necessária para a sua
viabilização. (CURY, 2001 ,p. 49)
No que diz respeito à metodologia, uma busca não exaustiva na literatura vai nos
mostrar uma série de opções, desde as mais simples a outras mais elaboradas.
A metodologia para elaboração de um projeto geralmente acompanha um roteiro
predeterminado, que, por sua vez, tem sua definição a partir das necessidades
ou exigências próprias da organização executora ou do órgão financiador. A
redação de uma proposta significa seguir um roteiro básico de questões que
devem ser respondidas.
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Projetos Sociais
Neste item, as recomendações são de que este deve ser claro o objetivo do
projeto, de forma que se consiga visualizar o que será realizado. Cury (2001)
sugere que o título do projeto reflita a natureza do problema enfocado e tenha um
impacto significativo em seu leitor. De acordo com Stephanou (2003, p. 48):
4.3 Justificativa
Na justificativa constam as informações quanto à necessidade do projeto,
seus antecedentes, prioridades e alternativas. Realiza-se, também, a análise
do contexto, a natureza do problema e, por fim, evidencia-se a viabilidade
da proposta, enfatizando as parcerias existentes ou possíveis. A justificativa
é considerada a defesa da proposta, devendo ser capaz de demonstrar
e convencer aos leitores de que o projeto está embasado em uma visão
consistente, tanto da problemática quanto dos caminhos para sua abordagem
e intervenção. Deve demonstrar, ainda, que as organizações e ou grupos
propositores apresentam as qualificações necessárias para executá-lo e que este
é o momento adequado para sua execução. Complementa Cury (2001, p. 50):
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Capítulo 2
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Projetos Sociais
1. Objetivo não é atividade, é intenção, é onde o projeto deseja chegar. Deve ser
descrito com clareza e precisão, utilizando-se os verbos no infinitivo.
2. Cada projeto tem um objetivo geral; se houver mais de um, temos então dois
ou mais projetos.
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Capítulo 2
4.5 Público-alvo
Esse item define aspectos diretamente relacionados à população beneficiária do
projeto, isto é, quem, onde e qual o número de pessoas que serão alcançadas
pelas ações propostas. Sua definição deve abordar características como: faixa
etária, sexo, nível de escolaridade, situação socioeconômica e sociodemográfica,
entre outras.
4.6 Metodologia
Na metodologia será abordada a maneira de agir ou o modo como as ações
serão feitas, envolvendo todos os passos da elaboração do projeto, seus
processos, métodos, técnicas e instrumentos para a ação. Serão descritos os
caminhos, procedimentos e maneiras pelas quais se pretende organizar, realizar e
avaliar o projeto. Dessa forma, são explicitados os sistemas de coordenação, os
métodos de avaliação e seus responsáveis. Deverão ser descritas com clareza e
concisão as etapas necessárias, quais e como serão desenvolvidas as ações para
o alcance dos objetivos e metas propostos. Cury (2001, p. 51) acrescenta que
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Projetos Sociais
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Capítulo 2
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Capítulo 3
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Capítulo 3
Seção 1
Orçamento e mobilização de recursos para o
projeto social
Dando continuidade ao processo de elaboração do projeto social, seu
planejamento e redação não estarão completos sem a inserção do seu
orçamento. Esse item é de vital importância na gestão do projeto social como um
todo, e é ferramenta fundamental para a mobilização de recursos, sua gestão e
posterior prestação de contas.
1.1 Orçamento
Tendo como referência o projeto já elaborado, definidas suas atividades, tempo
de execução e elencados todos os recursos, físicos, humanos, tecnológicos
que serão necessários (conforme vimos no capítulo anterior), passa-se para o
detalhamento do nível e tipo destes recursos sob a forma de orçamento. De
acordo com Keelling (2002), a eficiência na provisão e gestão dos recursos
é de fundamental importância para o êxito do empreendimento. Afirma o
autor que os recursos são a energia vital do projeto, portanto, eles devem ser
“cuidadosamente escolhidos, acuradamente especificados, e sua aquisição
cuidadosamente planejada”(2002, p. 91).
Para Souza (2001) e Stephanou (2003), o orçamento pode ser definido como a
demonstração do plano de ação em valores monetários para um determinado
período de tempo, sendo a materialização do projeto em suas dimensões
econômicas. De acordo com Tenório (1999), como instrumento de planejamento
e controle, o orçamento possibilita fazer previsões, estabelecer padrões, avaliar
resultados, comparando o que foi previsto e o efetivamente realizado.
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Projetos Sociais
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Capítulo 3
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Projetos Sociais
Item de despesa/
N.º Contrapartida Outros parceiros A ser solicitado Total
discriminação
Recursos Materiais
1. Material Didático
2. Material de Escritório
3. Equipamentos
4. Matéria-Prima /
Material Permanente
5. Material de Consumo
6. Espaço físico
7. Outros (ESPECIFICAR) ( * )
Sub-total recursos materiais
RECURSOS HUMANOS
8. Coordenação do Projeto
9. Equipe Técnica
9.1 - Profissionais Liberais
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Capítulo 3
Para que o trabalho em torno do orçamento seja completo e visando sua gestão,
é recomendável a elaboração de um cronograma físico financeiro, ferramenta que
permitirá o acompanhamento dos gastos em relação às atividades planejadas no
período de tempo estabelecido. De acordo com Souza (2001, p. 127),
Para fazer esse acompanhamento sugerimos o modelo abaixo com base nos
autores estudados e na experiência da autora em elaboração de projetos.
Observamos ser esse um modelo simplificado, considerando o que geralmente
é demandado para o acompanhamento de um projeto social de pouca
complexidade em termos de atividades e de uso e gestão de recursos.
Recursos materiais
Recursos humanos
Manutenção
Comunicação do projeto
Sub-total
Outras despesas
Total geral
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Projetos Sociais
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Capítulo 3
Importante lembrar que nessa seção estamos tratando de recursos voltados para
a execução de projetos sociais. Iniciamos nossa reflexão chamando sua atenção
para a diferenciação que precisa ser feita entre o que é captação de recursos e
mobilização de recursos; salientamos que as abordagens têm sua aplicação tanto
para os projetos sociais, nosso foco de estudo no momento, como também, e
principalmente, às organizações ou grupos sociais.
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Projetos Sociais
Conforme Tachizawa (2007) e Drucker (1997), grande parte do sucesso das ações
de desenvolvimento de fundos depende do relacionamento que se estabelece
como doadores, tendo como estratégia principal o estabelecimento de uma boa
comunicação. Os autores estabelecem como princípios para captação de recursos:
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Capítulo 3
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Projetos Sociais
Seção 2
Prestação de contas: transparência e equidade
na aplicação dos recursos
A gestão dos recursos financeiros significa, primordialmente,
proceder ao acompanhamento e ao controle da utilização
do dinheiro de forma a garantir a execução das atividades, o
alcance das metas e a concretização dos objetivos previstos
em nossos projetos. Esse acompanhamento permite detectar
possíveis necessidades de correção de rumos, prestar contas do
seu andamento, bem como obter dados úteis para a formulação
e apresentação de novas propostas orçamentárias. Nesse
sentido, uma boa gestão dos recursos financeiros consiste na
capacidade de compatibilização da execução das atividades
com o dispêndio do dinheiro para o período estabelecido para o
projeto. (SOUZA, 2001, p. 125).
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Capítulo 3
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Projetos Sociais
“Uma entidade que não presta contas, gera desconfiança; (...) transparência,
neste caso é sinônimo de prestação de contas à comunidade.” (CRUZ e
ESTRAVIZ, 2000, p. 24).
A quem prestar contas? De acordo com Souza (2001), a prestação de contas deve
ser elaborada tendo como objetivo o retorno para todos os envolvidos com o
projeto, sejam seus financiadores, grupo ou organização propositora e executora,
público beneficiário direto e indireto. Para cada segmento observa-se a linguagem
e o formato apropriado, de forma tal que todos possam visualizar e compreender
onde e como os recursos foram aplicados, quais os resultados, metas e objetivos
alcançados. Esse procedimento confere transparência à gestão do projeto, além de
ser um direito de todos os envolvidos o acesso às informações.
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Capítulo 3
Seção 3
Avaliação de riscos, resultados e impactos
Mantendo a perspectiva de um trabalho participativo e transparente em torno
da elaboração e execução do projeto social, chegamos à altura de nosso estudo
quando vamos refletir acerca da sua avaliação, enfocando seus riscos, impactos
e resultados. A preocupação na definição do processo e dos instrumentos de
avaliação deve estar presente em toda a trajetória do projeto social, considerando
que suas ações estão voltadas para causas sociais e que, para sua consecução,
são utilizados recursos que, sendo públicos e ou privados, foram destinados com
fins e objetivos específicos e dos quais deverão ser prestadas contas.
Dentro dessa visão, a avaliação, de acordo com Raposo (2001), tem como
finalidade conferir transparência às ações, gerando credibilidade tanto na busca
de recursos quanto na implantação e manutenção dos projetos sociais. Segundo
a autora, os dados quantificados podem ser facilmente apreendidos e entendidos
pelos diversos atores envolvidos com o projeto, e a mensuração de seus efeitos e
resultados possibilitam uma noção clara do quanto foi alcançado em termos de
metas e objetivos pactuados.
Corroborando com este pensamento, Adulis (2002) e Reis (1999) afirmam que
o processo de avaliação permite a geração de informações que irão subsidiar
a tomada de decisões para a melhoria do projeto social, aprimorando o
conhecimento sobre a execução das ações e contribuindo para o planejamento
futuro. Avaliar constitui, assim, um exercício permanente comprometido com
ação ao longo de todo processo de execução.
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Projetos Sociais
A atuação por meio dos projetos sociais, de acordo com Stephanou (2003),
acarreta muitos benefícios, quando se trata da afirmação da participação social
nos processos de conquista e construção da cidadania. O autor identifica, nesse
contexto, e de forma abrangente, alguns riscos que precisam ser considerados:
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Capítulo 3
Para lembrar:
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Projetos Sociais
De acordo com Cotta (1998), esse tipo de avaliação tem como objetivo indagar
se houve alterações na situação problema após a realização das ações. Dessa
forma, quando se trata da avaliação dos resultados, as questões que se colocam
são as seguintes: a) o programa ou projeto surtiu algum efeito sobre a população
beneficiária? b) em caso afirmativo, como esses podem ser classificados?
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Capítulo 3
Nesta altura de nosso estudo, talvez você esteja se perguntando qual a diferença
entre a avaliação de resultados e a avaliação de impacto, considerando que as
duas modalidades se assemelham. Dessa forma, para o entendimento dessa
diferença destacamos o posicionamento de Cotta (1998, p. 113):
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Capítulo 4
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Capítulo 4
Seção 1
O perfil do gestor
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Capítulo 4
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Projetos Sociais
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Capítulo 4
Souza (2001) chama a atenção para quatro pontos que precisam ser definidos na
gestão do trabalho em equipe:
No entanto, não podemos ignorar que as relações humanas são complexas e exigem
uma abordagem que envolve a gestão de conflitos e interesses. Um dos principiais
desafios com o qual o gestor irá se deparar consiste em fazer com que diferentes
pessoas, com diferentes olhares e saberes, voltem-se para a realização do projeto,
contribuindo com seus conhecimentos, inteligência, energia e dedicação.
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Projetos Sociais
Seção 2
Metodologia de execução
As várias etapas do ciclo de vida do projeto social, já estudadas neste livro, não
acontecem de forma aleatória; elas são orientadas por alguma metodologia
que irá perpassar os diversos momentos de sua estruturação. A metodologia
empregada em um projeto social diz respeito à forma como ele foi e está sendo
elaborado, planejado, executado, monitorado e avaliado.
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Capítulo 4
Sua história está ligada ao fato de que a USAID – United State Agency for
Internacional Development necessitou, em 1969, fazer uma revisão no sistema de
avaliação de desempenho dos projetos por ela desenvolvidos, e para tal, solicitou
à PCI – Pratical Concepts Incorporated a apresentação de uma proposta visando
ao aperfeiçoamento dos instrumentos até então utilizados. A partir da análise
realizada, foi detectado que o planejamento e a avaliação dos projetos era pouco
preciso, não havia clara relação entre os objetivos, as atividades e os resultados
esperados, como também percebeu-se que não existia um processo claro de
gerenciamento.
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Projetos Sociais
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Capítulo 4
Fonte: Adaptação de Brose (2001), Adulis (2001), Armani (2004), Bracagioli Neto (2010).
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Projetos Sociais
Convém salientar que o Marco Lógico, como instrumento em si, não garante a
qualidade da estratégia do projeto; antes, permite o desenho da estrutura, do
caminho a ser seguido no processo de tomada de decisão. Sua elaboração
resulta numa síntese dos elementos básicos do projeto, levantando informações
que irão subsidiar os demais documentos do projeto, como seu plano
operacional, orçamento e cronograma. De acordo com Brose (2001, p. 285), “o
Marco Lógico constitui um poderoso instrumento de comunicação de, sobre e
para o projeto, além de constituir o elemento central do sistema de gestão”.
Para Armani (2004), sua maior contribuição está no fato de que ele oferece
uma sucessão de passos lógicos encadeados, resultando em um projeto bem
estruturado em suas relações de causa e efeito, o que, sem dúvida, é um
facilitador na gestão e avaliação do empreendimento. “O Marco é bastante
útil como método de construção coletiva dos principais parâmetros de um
projeto – Objetivos gerais, Objetivo do Projeto, Resultados imediatos, Atividades,
Indicadores e Premissas (fatores de risco)”(ARMANI, 2004, p. 36).
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Capítulo 4
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Capítulo 4
3. O planejamento
Ao longo dos anos foram surgindo outros métodos que buscavam aumentar o
nível de participação dos envolvidos no processo, bem como criar ferramentas
que possibilitassem a adequada verificação das mudanças e impactos gerados
por meio dos projetos sociais empreendidos. Dentro dessa perspectiva, surge
o Mapeamento de Mudanças Alcançadas (MMA), que passamos a estudar na
sequência.
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Projetos Sociais
De acordo com Earl (2002), a originalidade do método está no fato de que muda
o enfoque da avaliação de impactos de um programa de desenvolvimento
(mudanças de situações) e centra-se nas mudanças de comportamento, relações,
atividades e ações das pessoas, grupos e organizações. Esse posicionamento
altera completamente o enfoque do planejamento, a definição de objetivos
e a forma como acontece a avaliação de desempenho e resultados. “O
desenvolvimento é realizado por pessoas e para pessoas” (EARL, 2002. p. 3).
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Capítulo 4
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Passo 1.Visão
Passo 2. Missão
Passo 3. Parceiros próximos
Passo 4. Mudanças pretendidas
Passo 5. Indicadores de progresso
Etapa 2. Monitoramento das
mudanças alcançadas e Passo 6. Mapas de estratégia
desempenho Passo 7. Práticas organizacionais
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Capítulo 4
O segundo aspecto relevante, ainda segundo esse autor, está no fato de que
as abordagens contemporâneas têm priorizado o processo de aprendizagem
que ocorre por meio da aproximação de diferentes percepções, criando uma
ligação cognitiva entre as ações do projeto e seu público alvo, dando lugar
ao protagonismo social, num sentido de geração de mudanças reais e que
oportunizam, numa visão de futuro, o desenvolvimento desejado.
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Projetos Sociais
•• Os resultados pretendidos;
•• A descrição das atividades necessárias ao alcance dos resultados;
•• Para cada atividade, a descrição das tarefas e ações a serem
desenvolvidas;
•• Os prazos para a realização das atividades;
•• Os responsáveis pelas ações e ou atividades;
•• A previsão dos recursos necessários: financeiros, humanos, físicos,
materiais, os quais deverão estar previstos no orçamento do projeto.
Título do Projeto:
Período:
Meta ou resultado:
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Capítulo 4
Seção 3
Monitoramento e avaliação de projetos sociais
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Projetos Sociais
Para Raposo (2001), a finalidade da avaliação está no fato que ela confere
transparência às ações, gerando credibilidade, corroborando na mobilização
de recursos para a organização e seus projetos. Adulis (2002) e Reis (1999)
entendem que a avaliação tem papel fundamental na geração de informações
que irão subsidiar a tomada de decisões, aprimorando o conhecimento sobre a
execução das ações e contribuindo para o planejamento futuro. Depreendemos,
dessa concepção, que avaliar é um exercício permanente comprometido com as
ações ao longo de todo processo de gestão.
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Capítulo 4
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Projetos Sociais
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Capítulo 4
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Considerações Finais
Ao elaborarmos esse material, o fizemos com a certeza de que tudo o que até
aqui discutimos e refletimos não esgotou o tema; ao contrário, temos muito
ainda o que estudar, debater e construir, no sentido de aperfeiçoarmos nossas
elaborações teórico- metodológicas, conquistando uma ação profissional eficaz e
efetiva na construção de uma sociedade justa, cidadã e democrática. Esperamos
que essas sejam algumas das metas de seu projeto profissional.
Professora Walery.
85
Referências
87
BROSE, Markus. Monitoria e avaliação participativa. Indicações para a prática,
p.295-302. In: BROSE, Markus (organizador). Metodologia participativa: uma
introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.
CURY, Thereza Christina Holl. Elaboração de projetos sociais, p.37-48. In: ÁVILA,
Célia M. Gestão de projetos sociais. 3ª ed. rev. São Paulo: AAPCS – Associação
de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, 2001.
88
EHLERS, Eduardo M.; CALIL, Lúcia Peixoto. Monitoramento e Avaliação: uma
oportunidade de aprendizagem, p.103-119. In: VOLTOLINI, R. (organizador).
Terceiro Setor: planejamento e gestão. 2ª ed. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2004.
IÓRIO, Cecília. Mobilização de recursos – algumas ideias para debate. In: BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa Nacional
DST e Aids. Aids e sustentabilidade: sobre as ações das organizações da
sociedade civil. Brasília-DF, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/aids_sustentabilidade.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2015.
89
RAPOSO, Rebecca. Avaliação de ações sociais: uma abordagem estratégica,
p.90-101. In: ÁVILA, Célia M. Gestão de projetos sociais. 3ª ed. rev. São Paulo:
AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, 2001.
90
Sobre a Professora Conteudista
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Projetos Sociais
Este livro tem como tema projetos sociais.
Inicialmente, abordaremos sua conceituação e o
desvelamento de alguns mitos e fatos que
permeiam os debates e sua prática no cotidiano
das organizações sociais. Na sequência,
estaremos nos detendo em entender como se
processa sua elaboração. Continuamos nosso
estudo analisando sua sustentabilidade, e
finalizamos com a reflexão acerca de sua
gestão, estudo que enfoca o papel do gestor, as
metodologias de execução,
monitoramento e avaliação.
w w w. u n i s u l . b r