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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Competência da Justiça Federal
Conflito Aparente de Normas e Competência
Desaforamento
Entrega do Extraditando
Estupro e Extinção da Punibilidade
Habeas Corpus: Concessão de Ofício
Habilitação de Herdeiros: Impossibilidade
Intervenção de Estado Estrangeiro em HC
Nepotismo
Programa BEFIEX
Regime de Cumprimento de Pena
Suspensão da Prescrição e do Processo Penal
PLENÁRIO
Nepotismo -1
Indeferida a cautelar requerida pelo Procurador-Geral
da República em ação direta ajuizada contra a Emenda 12/95
à Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, que:
1) proíbe a ocupação de cargos em comissão “por
cônjuges ou companheiros e parentes, consangüíneos, afins
ou por adoção, até o segundo grau” (§ 5º, acrescentado pela
EC ao art. 20 da CE): a) do Governador, Vice-Governador,
Procurador-Geral do Estado, Defensor Público-Geral do
Estado, Secretários de Estado, ou titulares de cargos que
lhes sejam equiparados, no âmbito da administração direta
do Poder Executivo; b) dos Desembargadores e Juízes de 2º
Grau, no âmbito do Poder Judiciário; c) dos Deputados
Estaduais, no âmbito da Assembléia Legislativa ; d) dos
Procuradores de Justiça, no âmbito da Procuradoria-Geral de
Justiça; e) dos Conselheiros e Auditores Substitutos de
Conselheiros, no âmbito do Tribunal de Contas do Estado; e
f) dos Presidentes, Diretores-Gerais, ou titulares de cargos
equivalentes, e dos Vice-Presidentes ou equivalentes, no
âmbito da respectiva autarquia, fundação instituída ou
mantida pelo Poder Público, empresa pública ou sociedade
de economia mista;
2) define como “cargos em comissão” somente aqueles
destinados “à transmissão das diretrizes políticas para a
execução administrativa e ao assessoramento”, “com
atribuições definidas de direção, chefia e assessoramento”
(§ 4º, acrescentado pela EC ao art. 20 da CE, e art. 32 da
CE);
3) determina a extinção dos cargos em comissão cujas
atribuições não atendam a essas finalidades (art. 4º da EC
12/95);
4) determina a extinção dos provimentos, com a
respectiva exoneração, dos cargos em comissão providos em
desacordo com as disposições referidas no item 1 (art. 5º da
EC 12/95); e
5) atribui ao Governador do Estado, ao Presidente do TJ
e à Mesa da Assembléia Legislativa, no âmbito dos
respectivos Poderes, ao Procurador-Geral de Justiça e ao
Presidente do Tribunal de Contas do Estado, no âmbito das
suas respectivas instituições, a prática dos atos
administrativos declaratórios de atendimento das disposições
dos artigos 4º e 5º da EC, inclusive de extinção de cargos em
comissão e de exoneração (art. 6º da EC 12/95).
Nepotismo - 2
Por unanimidade, o Tribunal rejeitou a alegação de vício
de iniciativa deduzida contra a emenda como um todo, sob a
alegação de que a matéria relativa ao preenchimento de
cargos estaria situada na órbita da economia interna de cada
um dos Poderes. Considerou-se que as normas impugnadas,
sendo aplicáveis aos três Poderes do Estado como disciplina
própria do regime jurídico único dos servidores da
administração direta, autarquias e fundações públicas, não
estariam sujeitas à iniciativa privativa de cada Poder. Quanto
à matéria referida no item 1 da nota anterior, afastou-se, por
maioria, possível violação dos incisos I e II do art. 37 da CF
(“I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei;” e “II - ..., ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;”), vencidos os Ministros Ilmar Galvão e Carlos
Velloso, que deferiam, no ponto, a medida cautelar, e os
Ministros Octavio Gallotti e Néri da Silveira, que conferiam
ao dispositivo interpretação conforme à Constituição, a fim
de excluir da proibição os cônjuges, companheiros e parentes
ocupantes de cargos efetivos.
Nepotismo - 3
A liminar foi igualmente indeferida, por unanimidade,
em relação às normas referidas no item 2, e, por maioria,
quanto aos itens 4 e 5, vencidos os Ministros Ilmar Galvão,
Carlos Velloso, Octavio Gallotti e Néri da Silveira. Também
por maioria, o Tribunal deferiu a suspensão de eficácia do
art. 4º (item 3), e, por unanimidade, da expressão “4º e” do
art. 6º (item 5). ADIn 1.521-RS, rel. Min. Marco Aurélio,
12.3.97.
Entrega do Extraditando
Julgando o mérito desse habeas corpus, o Tribunal,
também por maioria, concedeu a ordem para que a entrega
do extraditando ao Estado requerente pelo Presidente da
República só se faça após o trânsito em julgado da decisão
concessiva da extradição. Suspendeu-se, assim, o decreto
presidencial que autorizava a entrega do extraditando ao
Estado requerente. Vencidos os Ministros Carlos Velloso,
Octavio Gallotti, Sydney Sanches e Moreira Alves, que não
viam no ato do Poder Executivo ilegalidade ou abuso de
poder, considerando o disposto nos artigos 83, parte final, e
86 da Lei 6.815/80 (art. 83: “Nenhuma extradição será
concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e
procedência, não cabendo recurso da decisão.”; art. 86:
“Concedida a extradição, será o fato comunicado através
do Ministério das Relações Exteriores à Missão diplomática
do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da
comunicação, deverá retirar o extraditando do território
nacional.”). HC 74.959-DF, rel. Min. Ilmar Galvão, 12.3.97.
PRIMEIRA TURMA
Programa BEFIEX - 1
Se a impetrante, empresa participante de Programa
Especial de Exportação concluído em 1992, não manteve, no
exercício em que requereu a utilização de saldo de benefício
fiscal gerado por exportação realizada no curso do programa,
a relação mínima entre exportações e importações a que se
comprometera, não há como reconhecer-lhe o direito de ser
ressarcida por prejuízos decorrentes do atraso da
Administração em autorizar a pretendida utilização, tendo
em vista o disposto em cláusula do termo aditivo em que
deferida essa autorização [“O descumprimento do
compromisso assumido na cláusula anterior (‘Em cada ano
de utilização desses benefícios as empresas beneficiárias
deverão manter a relação mínima de 43% entre o saldo
líquido de divisas e as exportações F.O.B., compromissada
no Programa.”) obrigará as empresas beneficiárias ao
pagamento dos impostos relevados relativos a utilização
desses benefícios corrigidos monetariamente,
independentemente da aplicação de outras penalidades a
que estiverem sujeitas, na forma da legislação em vigor.”).
Programa BEFIEX - 2
Com base nesse entendimento, a Turma confirmou
decisão denegatória de mandado de segurança impetrado
perante o STJ por empresa que pretendia, a título de
ressarcimento, ver reconhecido o seu direito de importar,
com isenção dos impostos de importação e sobre produtos
industrializados, a diferença entre o valor autorizado pela
Administração para o exercício de 1993 (US$ 29,1 milhões)
e o que acabou sendo efetivamente importado (US$ 19,6
milhões), em virtude de a autorização só haver sido
concedida no mês de abril daquele ano. RMS 22.661-DF, rel.
Min. Ilmar Galvão, 11.3.97.
Desaforamento
Nada impede que o desaforamento motivado pela
existência de “dúvida sobre a imparcialidade do júri” (CPP,
art. 424) seja determinado antes do sorteio dos vinte e um
jurados que tiverem de servir na sessão. HC 74.946-PB, rel.
Min. Sydney Sanches, 11.3.97.
SEGUNDA TURMA
Suspensão da Prescrição e do Processo Penal
A Lei 9271/96, que deu nova redação ao art. 366, caput,
do CPP (“Se o acusado, citado por edital, não comparecer,
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o
curso do prazo prescricional, ...”), sendo mais gravosa para
o réu, não se aplica aos crimes cometidos antes do início de
sua vigência, submetendo-se à regra da irretroatividade da lei
penal (CF, art. 5º XL). À vista disso, e afirmando a
indissociabilidade do sobrestamento do processo e da
suspensão da prescrição dispostos na referida lei, a Turma
indeferiu habeas corpus impetrado contra o Tribunal de
Alçada Criminal do Estado de São Paulo, afastando a
pretensão de aplicação “intermediária” do art. 336 do CPP,
com a qual se requeria fosse conferida ao paciente a
retroatividade da parte benéfica (suspensão do processo), e a
irretroatividade da parte a ele prejudicial (suspensão da
prescrição). HC 74.695-SP, rel. Min. Carlos Velloso, 11.3.97.
Regime de Cumprimento de Pena
Tendo sido o réu condenado a cumprir a pena no regime
inicial semi-aberto, não pode o juiz das execuções,
desconsiderando os critérios objetivos e subjetivos previstos
em lei, deferir-lhe de imediato a progressão para o regime
aberto, com base exclusivamente na suposta inexistência de
estabelecimento penal adequado para o cumprimento da pena
no regime estabelecido na sentença. A Turma, embora
confirmando a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo que cassara a progressão concedida e determinara
a remoção do réu ao regime semi-aberto, concluiu que o
acórdão se excedera ao estabelecer que o réu aguardasse esta
remoção em regime fechado. Habeas corpus deferido em
parte, “a fim de não se executar o mandado de prisão contra
o paciente, antes de assegurado o seu recolhimento imediato
à Colônia Agrícola, no regime semi-aberto, como consta da
sentença transitada em julgado”. HC 74.732-SP, rel. Min.
Néri da Silveira, 11.3.97.
CLIPPING DO DJ
14 de março de 1997
AI N. 178936-1 (AgRg)
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRABALHO. LICENÇA À
GESTANTE. C.F., art. 7º, XVIII.
I. - A C.F., art. 7º, XVIII, elevou para cento e vinte dias a licença à
gestante, sem prejuízo do emprego e do salário.
II. - R.E. inadmitido. Agravo não provido.
AI N. 184275-0 (AgRg)
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRABALHO. AÇÃO
COLETIVA. NEGOCIAÇÃO PRÉVIA. C.F., art. 114, § 2º.
I. - O exaurimento das tratativas negociais é requisito
indispensável à propositura da ação coletiva. C.F., art. 114, § 2º.
II. -R.E. inadmitido. Agravo não provido.
RE N. 168614-6 (EDcl)
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Quadro de Magistério do Estado de São Paulo. Sistema
remuneratório instituído pela Lei Complementar n.º 645-89.
Acumulação de acréscimos pecuniários vedada pelo art. 37, XIV, da
Constituição Federal, independentemente da modalidade do
pagamento de tais parcelas, seja em forma de percentual ou variação
de padrões, pontos ou referencias de vencimentos, desde que obtidas
a mesmo título ou fundamento (decurso de tempo de serviço).
Embargos de declaração rejeitados, por ter sido suficientemente
claro, em tal sentido, o acórdão embargado, ao dar em parte,
provimento ao recurso extraordinário.
RE N. 135410-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: SERVIDOR ESTADUAL. REENQUADRAMENTO
EM CARGO DE NÍVEL SUPERIOR. POSTERIOR REVOGAÇÃO
DO ATO. EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO. CF, ART. 37,
II.
Predomina nesta Corte o entendimento no sentido de que, em face
da atual Constituição, não mais se admitem outras formas de
provimento de cargo que não decorrente de promoção. Logo,
institutos outros como a ascensão funcional, a transformação, o
reenquadramento, a redistribuição e a transferência de cargos foram
abolidos, posto representarem forma de ingresso em carreira diversa
daquela para a qual o servidor público ingressou, sem o concurso
exigido pelo inciso II do art. 37 da Carta da República.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RE N. 154947-5
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Reajuste de vencimentos do funcionalismo estadual.
Não basta o reflexo da pretensão sobre a situação dos magistrados
para atrair a competência originária do Supremo Tribunal,
estabelecida pelo art. 102, I, n, da Constituição.
Contrariedade, também não evidenciada, ao disposto no art. 38
do A.D.C.T.
RE N. 161402-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE SÃO
PAULO. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. LEI Nº 6.628,
DE 1989. ARGÜIDA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO DIREITO
ADQUIRIDO E DA IRREDUTIBILIDADE DOS
VENCIMENTOS.
Improcedência da alegação.
O referido diploma legal, ao determinar que os percentuais
relativos à vantagem em questão sejam calculados de forma singela,
limitou-se a atender à proibição contida no art. 37, XIV, da CF, em
combinação com o art. 17 do ADCT/88, normas cuja eficácia se
sobrepõe à garantia constitucional da irredutibilidade de
vencimentos e do direito adquirido.
Recurso não conhecido.
RE N. 168750-9
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ICM. MERCADORIA ADQUIRIDA DE OUTRA
UNIDADE DA FEDERAÇÃO SOB O REGIME DE ALÍQUOTA
REDUZIDA. PRETENDIDO RECONHECIMENTO DO DIREITO
AO CRÉDITO DA DIFERENÇA. ALEGAÇÃO DE
CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO DA NÃO-
CUMULATIVIDADE.
A aquisição de mercadoria de outra unidade federada sob o regime
de alíquota reduzida não enseja crédito fiscal pela diferença.
Ausência de afronta ao princípio da não-cumulatividade, que
objetiva tão-somente permitir que o imposto incidente sobre a
mercadoria, ao final do ciclo produção-distribuição-consumo, não
ultrapasse, em sua soma, percentual superior à alíquota máxima
prevista em lei. Resultado que não se viabiliza pela denegação do
pretendido crédito.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 180441-6
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - CADERNETA DE
POUPANÇA - CONTRATO DE DEPÓSITO VALIDAMENTE
CELEBRADO - ATO JURÍDICO PERFEITO -
INTANGIBILIDADE CONSTITUCIONAL - CF/88, ART. 5O,
XXXVI - INAPLICABILIDADE DE LEI SUPERVENIENTE À
DATA DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE DEPÓSITO,
MESMO QUANTO AOS EFEITOS FUTUROS DECORRENTES
DO AJUSTE NEGOCIAL - RE NÃO CONHECIDO.
CONTRATOS VALIDAMENTE CELEBRADOS - ATO
JURÍDICO PERFEITO - ESTATUTO DE REGÊNCIA - LEI
CONTEMPORÂNEA AO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO.
- Os contratos submetem-se, quanto ao seu estatuto de regência, ao
ordenamento normativo vigente à época de sua celebração. Mesmo
os efeitos futuros oriundos de contratos anteriormente celebrados
não se expõem ao domínio normativo de leis supervenientes. As
conseqüências jurídicas que emergem de um ajuste negocial válido
são regidas pela legislação em vigor no momento de sua pactuação.
Os contratos - que se qualificam como atos jurídicos perfeitos (RT
547/215) - acham-se protegidos, em sua integralidade, inclusive
quanto aos efeitos futuros, pela norma de salvaguarda constante do
art. 5o, XXXVI, da Constituição da República. Doutrina e
precedentes.
INAPLICABILIDADE DE LEI NOVA AOS EFEITOS
FUTUROS DE CONTRATO ANTERIORMENTE
CELEBRADO - HIPÓTESE DE RETROATIVIDADE
MÍNIMA - OFENSA AO PATRIMÔNIO JURÍDICO DE UM
DOS CONTRATANTES - INADMISSIBILIDADE.
- A incidência imediata da lei nova sobre os efeitos futuros de um
contrato preexistente, precisamente por afetar a própria causa
geradora do ajuste negocial, reveste-se de caráter retroativo
(retroatividade injusta de grau mínimo), achando-se
desautorizada pela cláusula constitucional que tutela a
intangibilidade das situações jurídicas definitivamente consolidadas.
Precedentes.
LEIS DE ORDEM PÚBLICA - RAZÕES DE ESTADO -
MOTIVOS QUE NÃO JUSTIFICAM O DESRESPEITO
ESTATAL À CONSTITUIÇÃO - PREVALÊNCIA DA NORMA
INSCRITA NO ART. 5O, XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO.
- A possibilidade de intervenção do Estado no domínio econômico
não exonera o Poder Público do dever jurídico de respeitar os
postulados que emergem do ordenamento constitucional brasileiro.
Razões de Estado - que muitas vezes configuram fundamentos
políticos destinados a justificar, pragmaticamente, ex parte
principis, a inaceitável adoção de medidas de caráter normativo -
não podem ser invocadas para viabilizar o descumprimento da
própria Constituição. As normas de ordem pública - que também
se sujeitam à cláusula inscrita no art. 5o, XXXVI, da Carta Política
(RTJ 143/724) - não podem frustrar a plena eficácia da
ordem constitucional, comprometendo-a em sua integridade e
desrespeitando-a em sua autoridade.
RE N. 182833-1
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. PRODUTO CONTEMPLADO COM
ISENÇÃO DE ICM. DECISÃO QUE CONCLUIU PELA
LEGITIMIDADE DO ESTORNO DO CRÉDITO DO TRIBUTO
INCIDENTE SOBRE A MATÉRIA-PRIMA NELE UTILIZADA.
ALEGADA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA NÃO-
CUMULATIVIDADE (ART. 23, II, DA CF/69, COM REDAÇÃO
DA EC 23/83).
Cânon que visa a impedir que, na composição do preço final do
produto, o percentual representativo da parcela relativa ao imposto
em causa supere a alíquota máxima deste.
Objetivo que se alcança mediante a compensação do crédito alusivo
ao imposto pago na entrada da matéria-prima com o débito do
imposto devido pela saída do produto.
Inexistindo imposto a pagar na saída, não há lugar para
compensação, impondo-se, conseqüentemente, a anulação do
crédito, por perda de objeto.
Incensurável o acórdão que assim concluiu.
Recurso não conhecido.
RE N. 204830-5
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE SÃO
PAULO. ACÓRDÃO QUE, AFASTANDO A ALEGAÇÃO DE
AFRONTA AO PRINCÍPIO DA COISA JULGADA, NÃO LHES
RECONHECEU O DIREITO DE RECEBER VENCIMENTOS
COM A RECÍPROCA INFLUÊNCIA DE ADICIONAIS
TEMPORAIS E SEXTA-PARTE.
Acórdão recorrido que assentou que a coisa julgada não poderia ser
invocada na espécie, e o fez com esteio tanto no fato de que os
recorrentes haviam optado pela nova estrutura remuneratória
estabelecida pela LCE 546/88, a qual, ao que tudo indica, à época
lhes era mais favorável, quanto, também, porque, em face do
advento da nova Constituição Federal a vantagem da recíproca
incidência de adicionais não mais é permitida.
Recurso extraordinário não conhecido.
T R A N S C R I Ç Õ E
S
Acumulação de Cargos
RE 140.269-RJ *