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Comportamento Alimentar

Oficina de Psicologia
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O que é a fome?

Pode definir-se fome como sendo uma necessidade fisiológica básica, tendo a espécie
humana desenvolvido um conjunto complexo de mecanismos que a regulam.

A Teoria do Ponto de Equilíbrio pressupõe a existência de uma espécie de balança


interna responsável por equilibrar constantemente as necessidades energéticas do
corpo com a energia ingerida. Quando se perde o ponto de equilíbrio, por exemplo,
por redução da massa gorda, surge a fome e a necessidade de ingerir alimentos que
reponham o equilíbrio na balança. Por outro lado, a ingestão de energia em excesso
conduzirá a um aumento da massa gorda, o que obrigará a um maior gasto energético.
O Excesso de Peso surge quando os mecanismos de aumento de gasto energético não
conseguem compensar o excesso de energia que fica disponível. O corpo armazena,
então, calorias que ficaram por gastar sob a forma de gordura. Para além disso, o
corpo pode “habituar-se” a ficar com este excesso de gordura, avançando para um
novo ponto de equilíbrio: o aumento do metabolismo deixa de ser eficaz, originando a
acumulação de gordura. Cria-se então um ciclo vicioso, particularmente perigoso nas
dietas iô-iô, uma vez que o facto de se perder peso repetidamente num curto espaço
de tempo desencadeia mecanismos de compensação, procurando-se recuperar as
reservas perdidas a todo o custo, por vezes surgindo uma descontrolada vontade de
comer.

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Que importância tem a alimentação?

A alimentação é um dos fatores que mais influencia a saúde e a duração de vida de


qualquer um de nós. Através da alimentação o organismo obtém os nutrientes
indispensáveis ao seu bom funcionamento. O que comemos afeta a forma como nos
sentimos. Espera-se que a comida contribua para o nosso bem-estar geral, ao dar-nos
prazer a saboreá-la e ao nutrir o nosso corpo. Contudo, quando ingerida em pequena
ou excessiva quantidade a nossa saúde a aparência podem sofrer alterações, que
poderão criar sentimentos negativos dirigidos à comida.

Ao aprendermos a fazer melhores escolhas seremos capazes de controlar a ingestão


compulsiva e o ganho de peso. Como consequência da regulação do apetite surge a
aptidão de experienciar sentimentos de tranquilidade, altos níveis de energia e a
consciência no momento presente dos alimentos ingeridos.

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Que fatores influenciam a nossa alimentação?

Com base na investigação realizada existem diversos fatores que podem influenciar os
nossos sentimentos acerca da comida bem como o nosso comportamento alimentar,
tais como:

Fatores culturais (sociedade e país onde nos integramos)


Fatores sociais (estilo de vida, padrões alimentares, características do grupo
social mais próximo)
Fatores familiares (educação alimentar, estilo alimentar da família, história de
excesso de peso)
Fatores individuais (estilo de resolução de conflitos, capacidade de regulação
emocional, características metabólicas, significado atribuído à comida)

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O impacto das emoções no nosso comportamento
alimentar

Quantos de nós já devorámos um pacote de bolachas enquanto aguardamos por um


telefonema importante, parámos na pastelaria a caminho de casa em busca de consolo
por um dia mau ou oferecemos a caixa de biscoitos favoritos para animar a sobrinha
triste? A comida conforta, e este efeito reconfortante está presente em quase todas as
fases da vida ou culturas. A fome começa então a surgir quando determinada situação
se apresenta e o que comanda o comportamento de ingestão alimentar são as
emoções e não as necessidades nutricionais.

Este tipo de padrões alimentares enquadra-se dentro da designada fome emocional, a


chamada fome sem fome, uma fome que não tem ligação com a sustentação da vida,
que não surge por sinais fisiológicos (fome real), pelo contrário ignora-os, e que se
relaciona fortemente a fatores psicológicos podendo constituir uma estratégia para
lidar com o cansaço e stress, uma forma de ataque ao próprio corpo ou um mecanismo
de compensação face a emoções negativas.

O problema principal advém da repetição destes episódios de ingestão alimentar,


sendo que o prazer e bem-estar associado aos alimentos aquando da ingestão inicial,
rapidamente dá lugar a sentimentos de culpa, perda de controlo e arrependimento,
tendendo a repetir-se o mesmo padrão numa situação futura de tristeza e ansiedade,
iniciando-se assim um ciclo vicioso de crises de gula.

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Por outro lado, podemos encontrar um
padrão de alimentação emocional
baseado na restrição. Nestes casos, as
emoções levam à diminuição de ingestão
de comida numa tentativa de encontrar
controlo ou poder, sendo a fome física
ignorada. Numa fase inicial podem
igualmente surgir sentimentos de bem-estar associados ao controlo absoluto da
alimentação mas a curto-médio prazo surgirão consequências físicas e psicológicas
graves tendo por base um desligamento do corpo uma vez que não tem as suas
necessidades básicas asseguradas.

Quando o comportamento alimentar adoece

Por confluência de fatores psicológicos, determinantes biológicos e fatores


socioculturais podem surgir alterações significativas do comportamento alimentar que
se passam a designar de doenças ou perturbações do comportamento alimentar. Estas
abrangem comportamentos de controlo alimentar mais ou menos extremos, episódios
de compulsão alimentar e comportamentos compensatórios para controlo do peso,
diferenciando-se Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Binge Eating.

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ANOREXIA NERVOSA

Sinais e Sintomas Critérios Diagnósticos

Medo de engordar intenso e Recusa em manter um peso corporal


irracional igual ou acima do mínimo normal
Negação quando questionada a para a idade e altura. Índice de massa
perda de peso corporal menor ou igual a 17,5 kg/m2
Perda excessiva de peso – moderada; anorexia severa se o
Os períodos menstruais tornam-se IMC for inferior a 15 e crítica se o IMC
irregulares ou mesmos inexistentes rondar os 12,5.
Dores de cabeça Medo intenso de ganhar peso ou
Perturbações do sono engordar, apesar de ter peso abaixo
Irritabilidade do normal.
Alterações repentinas de humor Perturbação no modo de vivenciar o
Atrofia muscular peso ou a forma do corpo, influência
Lanugo disseminado (penugem no indevida do peso ou da forma do
tronco) corpo sobre a auto-avaliação ou
Problemas de microcirculação negação do baixo peso corporal.
Obstipação Amenorreia nas raparigas pós-
Dores abdominais menarca (ausência de pelo menos
três ciclos menstruais consecutivos).
Nos rapazes perda de líbido e
potência.

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Tipos de Anorexia Intervenção

Tipo Restritivo – durante o episódio Se encararmos as doenças do


atual não ocorrem comportamentos comportamento alimentar como
regulares de ingestão compulsiva ou doenças com uma base biológica
atitudes purgativas, restrição severa desencadeadas por fatores
da alimentação. ambientais, é necessário uma equipa
Tipo Ingestão Compulsiva/ Purgativo multidisciplinar intervir a nível físico,
– durante o episódio atual ocorrem comportamental, emocional e
comportamentos regulares de cognitivo de forma a conseguir-se
ingestão alimentar compulsiva ou superar tão complexa condição.
atitudes purgativas (vómitos, abuso de Objetivos concretos: obter um peso
laxantes e diuréticos, ou aumento do mínimo aceitável com um IMC de
exercício físico) 18,5; garantir aportes energéticos
suficientes para manter um peso
saudável; desenvolver um
comportamento sem culpa nem
medo; reestruturar crenças negativas
e pensamentos enviesados para
possibilitar uma boa auto-estima e as
pazes com o espelho.

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BULIMIA NERVOSA

Sinais e Sintomas Critérios Diagnósticos

Medo de engordar Episódios recorrentes de ingestão


Peso normal alimentar compulsiva e
Alimentação compulsiva comportamentos compensatórios
(incapacidade de controlar estes desadequados para prevenir o
episódios) aumento de peso, ocorrendo duas ou
Os períodos menstruais tornam-se mais vezes por semana por um
irregulares período mínimo de três meses.
Uso excessivo de laxantes e/ou Auto-avaliação inapropriadamente
indução do vómito. influenciada pela forma e peso
Sentimentos de culpa e angústia corporal.
Baixa auto-estima Perturbação que não ocorre
Vómitos recorrentes exclusivamente durante episódios de
Dores de cabeça e fadiga anorexia.
Dores abdominais
Azia
Erosão do esmalte dentário

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Tipos de Bulimia Intervenção

Tipo Purgativo – durante o episódio Por ser uma doença mais silenciosa
atual ocorrem comportamentos do que a Anorexia Nervosa uma vez
regulares de indução do vómito e que não está associada a grandes
abuso de laxantes. oscilações de peso, pode passar mais
Tipo Não Purgativo – durante o tempo despercebida e assim
episódio atual ocorrem outros dificultar uma intervenção precoce.
comportamentos compensatórios Também na Bulimia surge a
inadequados como o jejum ou necessidade de se intervir a nível
exercício intenso, sem uso regular de multidisciplinar.
indução do vómito, laxantes ou Objetivos concretos: quebrar o ciclo
diuréticos. destrutivo de compulsões
alimentares, seguido de culpa,
angústia e depressão, que leva a uma
restrição alimentar temporária
(horas, por vezes) que desequilibra
todo o organismo desencadeando a
necessidade sentida como
descontrolada de comer, a par dos
significados emocionais que a comida
adquire. Assim torna-se necessário
fornecer ferramentas de regulação
emocional, auto-conhecimento e
controlo de impulsos.

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BINGE EATING – PERTURBAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR COMPULSIVA

Sinais e Sintomas Critérios Diagnósticos

Excesso de peso ou obesidade Episódios recorrentes de ingestão


Alimentação compulsiva alimentar compulsiva sem
(incapacidade de controlar estes comportamentos compensatórios
episódios) desadequados para prevenir o
Ingestão mais rápida do que é aumento de peso pelo menos duas
habitual de grandes quantidades de vezes por semana durante um
comida, de comer sem sentir fome e período de seis meses.
de comer sozinho com grande Estes episódios tendem a ser
voracidade desencadeados devido a alterações
Sentimentos de culpa e angústia de humor, tensões emocionais ou
Baixa auto-estima problemas diários, funcionando esta
Colesterol elevado ingestão de comida como um
Pressão arterial elevada ansiolítico que tem como função a
Problemas respiratórios, renais e estabilização emocional.
ósseos
Menstruação irregular
Problemas de pele

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Binge Eating – níveis de gravidade Intervenção

Excesso de Peso – por vezes o quadro Tratando-se o Binge Eating de uma


Binge Eating está instalado há menos disfunção a nível mental o
de um ano, com episódios em alguns tratamento passa por um plano
dias da semana que levaram a um estruturado e integrativo com apoio
aumento de peso ainda sem muitas psicoterapêutico, educação
consequências fisiológicas. nutricional, aconselhamento familiar
Obesidade – em algumas situações o e acompanhamento psiquiátrico.
Binge Eating dura há muito tempo, em Objetivos concretos: quebrar o ciclo
que as soluções procuradas incidiram destrutivo de compulsões
no campo estético com permanentes alimentares, identificar e corrigir
perdas e ganhos de peso num pensamentos, crenças e sentimentos
crescendo, em que as consequências que perpetuam a voracidade
de saúde se verificam em grau alimentar e dificultam a sua
significativo e proporcional ao excesso modificação.
de peso.

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Resumo: Os ciclos fechados e de manutenção das
doenças de comportamento alimentar

ANOREXIA NERVOSA

Insegurança, rigidez,
perfeccionismo

Manifestações físicas variadas, negação Dificuldade em lidar com o


do problema, oscilações de humor, imprevisto, com a contrariedade,
“corpo doente mas mente forte” com a imperfeição

Comportamentos de manutenção do
baixo peso associado a manutenção de Restrição alimentar associada
poder e afirmação a controlo e poder

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BULIMIA NERVOSA

Inquietação, Insegurança, Dieta


alimentar rígida

Incapacidade de manter a rigidez da


Culpa, auto-recriminação,
dieta, quebra de regras e perda de
vergonha, mal-estar
controlo

Escape: comportamentos
alimentares compulsivos como Sentimentos de ineficácia,
compensação baixa auto-estima

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BINGE EATING – PERTURBAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR COMPULSIVA

Dieta alimentar rígida, stress


intenso

Ganho de peso, culpa, auto- Quebra do plano alimentar


crítica, vergonha, isolamento, repetidamente, sentimentos de
inatividade, mal-estar ineficácia e incapacidade

Escape: comportamentos Baixa auto-estima, perda do


alimentares compulsivos sem controlo, desmotivação e
compensação desesperança

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Como são os pensamentos característicos das doenças
de comportamento alimentar?

As doenças de comportamento alimentar instalam-se e mantêm-se com base em


vários tipos de pensamentos enviesados, isto é, pensamentos que surgem de forma
automática e que transportam um conteúdo pejorativo consigo. Aqui estão alguns
exemplos dos tipos de pensamento mais frequentes:

Pensamento preto e branco (tudo ou nada): as situações são encaradas de


forma extremada. Exemplo – “Já comi uma bolacha a mais, já saí fora do plano,
perdido por um perdido por mil, vou comer o pacote todo.”
Generalização abusiva: a partir de um acontecimento específico conclui-se algo
mais global e absoluto com uma atitude de negativismo e falhanço pessoal.
Exemplo – “Hoje não consegui ir ao ginásio como combinado, realmente nunca
consigo fazer nada do que me proponho, sou um(a) fraco(a).”
Filtro mental: não se vêem todos os aspetos da situação mas os negativos ou os
que servem para confirmar a nossa forma de sentir/pensar, com desvalorização
dos pontos positivos. Exemplo – “Hoje consegui cumprir o plano alimentar
estabelecido, mas foi só hoje. Nos últimos dias só tenho falhado, um dia todos
conseguem.”
Leitura de mentes: interpretações dos comportamentos de outros feitas com
base em pressupostos distorcidos e nada realistas. Exemplo – “Aquela rapariga
não se sentou aqui porque me acha muito gorda e com mau aspeto, linda como
é não se dá com gente gorda obviamente.”

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Leitura do futuro: antecipação arbitrária de um tempo futuro negativo. Exemplo
– “Esta semana não perdi peso. Eu sei que vou ser sempre gorda, nunca vou
mudar.”
Maximização ou diminuição: exacerbação de acontecimentos fora da sua
proporção ou redução desapropriada da sua real importância. Exemplo – “O
nutricionista quer que eu engorde 1 kg, mas eu sei que o plano que me fez se o
cumprir faz-me ganhar 10 kg numa semana facilmente.”; “Consegui perder 2 kgs
estes últimos quinze dias, mas há quem perca o mesmo em poucos dias,
claramente esta alimentação não está a funcionar comigo.”
Raciocínio emocional/ Confusão ser-sentir: extrapolação racional a partir das
emoções, confundido estado emocional com identidade. Exemplo: “Eu sinto-me
sempre a falhar, devo ter nascido mesmo para ser uma falhada.”
Devo’s: utilização do “devo” e do “tenho” persistentemente remetendo para a
noção de falta de alternativa de escolha. Exemplo: “Tenho de emagrecer.”; “Já
devia ter ido ao ginásio hoje.”

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DICAS PARA TRABALHAR PENSAMENTOS DISTORCIDOS

Os pensamentos distorcidos (alguns já listados), emaranhados em distorções


irracionais e exageros, podem desencadear respostas de stress e a manutenção de
estados emocionais e de comportamentos causadores de mal-estar. É possível,
contudo, aprender a analisá-los e desmontá-los (com algum treino e em casos mais
severos com a ajuda de um terapeuta) através de técnicas da terapia cognitiva.

Identificar a distorção – consciencializar-se que uma determinada linha de


pensamento está a ser causadora de ansiedade. Descrever e registar o
pensamento.
Distrair-se e mudar de foco – partilhe o seu espaço mental com outros
pensamentos que não apenas as distorções cognitivas desorganizadoras. Este
exercício de distração poderá durar uns segundos ou uns minutos consoante a
persistência e intensidade do pensamento em questão. A ideia será realizar uma
qualquer atividade distratora e prazerosa que reduza o nível de intensidade do
pensamento, mesmo que apenas por uns segundos inicialmente, tais como: jogo
mental de cultura geral – exemplo: enumerar capitais da europa; puzzles;
palavras cruzadas; saltar à corda; outras atividades físicas.
Examinar as evidências (teste de realidade) – procurar evidências que o
pensamento é verdadeiro ao invés de partir desse pressuposto.
Observador de Si – procurar observar-se de fora, colocar-se no papel de um
amigo, por exemplo, e imaginar o que ele lhe diria contrariando assim a
tendência imediata de se “culpar” e “recriminar”.

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Pensamento com gradação de cores – em vez de perspetivar apenas duas
hipóteses (preto e branco) considere várias possibilidades graduais numa lógica
de espetro contínuo.
Descrever e descolar etiquetas – procure definir determinados adjetivos que
utiliza com frequência tal como “fraco”, “ridículo”, “falhado”. Será que essas
etiquetas absolutistas existem ou teremos dias e ações menos bem sucedidas?
Análise custo/benefício – liste as vantagens e desvantagens da sua forma atual
de pensar bem como formas de pensar alternativas; para que lhe está a servir
pensar da forma como tem pensado.

Resumindo, perante a existência de pensamentos tóxicos o primeiro passo é


reconhecer a sua existência, identificar as suas causas e tentar então prevenir e reduzir
o seu impacto.

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Estratégias para detectar e contornar a fome emocional

A alimentação emocional, como já referido, visa regular emoções o que despoleta uma
ingestão suplementar de doces e comidas com alto teor calórico por serem as que
provocam mais intensamente um gosto agradável nas nossas pupilas gustativas e
gerarem, consequentemente, prazer proveniente da libertação do neurotransmissor
dopamina no nosso cérebro.

Não será o simples ato de ir procurar um chocolate ou comer uma comida mais
calórica que configura um problema. A comida é, efetivamente, uma fonte de prazer e
energia e como tal é natural e saudável que gostemos de comer. O problema principal
advém da frequência com que se tem este tipo de alimentação emocional, da
intensidade da culpa que pode surgir, do grau de consciência relativamente ao que
está acontecer (Dei conta que estava stressada e como tal fui buscar um bolo ao invés
do iogurte que consumo todas as tardes? Conseguia parar, se quisesse?), da
intensidade da sensação de perda de controlo (Uma bolacha ou o pacote inteiro?) e
do comprometimento que pode trazer à vida quotidiana (Já só penso em sair do
escritório e ir para casa comer sozinha porque à frente dos outros não posso, o melhor
momento do meu dia é quando como aquelas bolachas com doce e chocolate..).

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Fatores de risco
Existem fatores de risco que nos deixam mais suscetíveis a iniciar uma alimentação
emocional e aos quais devemos por isso prestar atenção, nomeadamente:
A dificuldade em identificar, reconhecer e descrever estados emocionais
Um baixo nível de consciência das variações internas do
nosso corpo
Dificuldade em correlacionar sentimentos com
sensações físicas
Alimentação irregular.

Fatores de proteção
Por outro lado existirão fatores de proteção que podemos promover:
Inclusão de momentos de prazer no nosso dia-a-dia não relacionados com a
comida mas passíveis de gerar a produção de dopamina
no cérebro (prática de exercício físico, estar com
pessoas de quem se gosta, hobbies prazerosos seja
leitura, actividades manuais ou ouvir música)
Consciência de nós e como tal identificação do impacto
físico que certas emoções derivadas de situações da vida diária provocam em nós
(ex.: prazo apertado para terminar um trabalho, emoção de preocupação,
sensação física de tensão muscular nas costas e um nó no estômago)
Capacidade de relaxar e auto regularmo-nos (exercícios de respiração,
mindfulness).

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Perigo: Ataques de Fome

Um ataque de fome consiste num pensamento intenso que nos diz que precisamos de
comer algo de imediato, urgentemente.

Nesses momentos será importante pararmos (STOP!) e pensarmos "Isto é só um


pensamento", "Eu sou muito mais do que um só pensamento, por mais forte que ele
seja". Depois faz-se uma mudança do foco da atenção para a respiração e em seguida
para outra atividade durante uns minutos, "E agora, qual a força do meu
pensamento?". Outra possibilidade é por exemplo realizarmos um exercício de
mindfulness (estado de atenção plena e ativa no momento presente), como o que se
descreve em seguida.

Preparação: 1) lembre-se que os impulsos são como ondas do mar que chegam
altas e diminuem depois, são pequenas quando começam crescem em tamanho e
depois perdem força, quebram-se e dissipam-se.

Mindfulness:
1) Observe a respiração, não a altere, deixe o ar circular por si mesmo;

2) Dê conta dos seus pensamentos;

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3) Sem julgá-los, reforçá-los ou combatê-los foque novamente a sua atenção na
respiração;

4) Observe a experiência de desejo incontrolável e como o seu corpo é afetado;

5) Foque uma área do corpo onde consegue sentir particularmente as sensações


físicas associadas ao impulso ou força do seu desejo e perceba o que está a
acontecer - note o tipo, posição, fronteiras e intensidade dessas sensações e perceba
como as mudanças que ocorrem à medida que inspira e expira;

6) Repita o processo de focagem com cada parte do corpo envolvida;

7) Seja curioso com o que ocorre e note alterações ao longo do tempo.

O ponto-chave é substituir o desejo amedrontado que o impulso desapareça por um


interesse na experiência subjetiva. Quando faz isso deteta as mudanças associadas ao
surgimento do impulso, desde a força com que crescem no início até ao seu
rebentamento e dissipação. Desta forma torna-se mais gerível.

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Fome Emocional: 10 Estratégias práticas

1. A maioria das vezes o processo de alimentação


emocional é feito de forma inconsciente, daí que
o primeiro passo para quebrar este padrão
alimentar assente em perceber o seu
funcionamento através de uma auto-
análise.

Por exemplo: de quantas em quantas horas


come, perante uma situação de
contrariedade ou cansaço que sinais físicos
deteta, em que momentos do dia sente mais vontade (impulso) do que necessidade
em comer, qual o sentimento que associa ao aumento da quantidade ou tipo de
comida que ingere, o que estava a fazer e com quem estava aquando dos seus
momentos de refeição.

2. Um método simples e prático para detetar a fome emocional prende-se com a


utilização de uma Escala de Fome (0 a 10, de “sem nada no estômago” a “demasiado
cheio como um balão”). O objetivo é preenche-la sempre que pensar em comer,
situando o seu grau de fome na escala, para que depois possa fazer uma escolha mais
consciente do que vai comer, da quantidade que vai ingerir, dos sinais que o seu corpo
está a emitir e das emoções que estão presentes.

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3. Anote o que comer ao longo do dia numa tabela, e identifique o grau de fome com
que estava.

4. Concentre-se nas refeições, evitando fazer outra atividade em simultâneo, de


forma a não dispersar a sua atenção.

5. Faça as suas refeições sentado numa mesa e coloque a comida num prato.
Quando comemos de um pacote ou de pé tendemos a perder a noção da real
quantidade que já ingerimos. Ao comermos sentados e atentos ao que estamos a
degustar saboreamos mais e melhor as nossas refeições. Se limitarmos a quantidade
da nossa comida a um prato de dimensão regular estaremos a ajudar-nos a definir o
que vamos comer.

6. Delineie um esquema de refeições ao longo do dia para que não passe muito
tempo sem comer nem salte refeições, evitando assim a fome descontrolada.

7. Se falha no planeamento, então planeie falhar. Quando não conseguir concretizar


as refeições programadas ou sentir mais fome do que o habitual, tenha consigo snacks
ligeiros e saudáveis que sirvam como plano B ou como complemento num dia de maior
apetite.

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8. Construa uma lista de atividades que lhe proporcionem prazer, que sejam
incompatíveis com comer e que possam constituir uma estratégia alternativa para
lidar com emoções menos positivas (por exemplo: passear o cão, tomar um banho
relaxante, fazer uma caminhada ou corrida, ir ao cinema, dançar ao som de música,
ligar para um amigo e combinar algo).

9. Não atribua à comida um valor simbólico, usando-a como recompensa ou castigo,


aconchego ou equivalente de amor. Perceba as suas motivações ao comer,
distinguindo a fome física da fome emocional. As nossas necessidades emocionais são
satisfeitas com sentimentos não com alimentos e o inverso é igual. Ao sentir-se triste
e compensar-se com uma caixa de bolachas ao invés de ligar para um amigo ou ir fazer
alguma atividade de prazer, ficará no momento um pouco mais calmo, mas pouco
depois perceberá que continua triste e culpado.

10. Guarde os alimentos mais calóricos para dias especiais. Não os banalize e
consciencialize-se dos riscos associados de um consumo frequente e excessivo destes
produtos.

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Gestão da imagem corporal

O conceito de imagem corporal refere-se à perceção individual que cada pessoa tem
do seu corpo, bem como a atitude que demonstra face à sua aparência, sendo
portanto algo mais subjetivo do que objetivo. A imagem corporal difere assim de
imagem física por tratar-se de uma imagem mental que desenvolvemos acerca do
nosso corpo.

Nos nossos dias, e na sociedade ocidental em particular, existe uma pressão social para
um determinado tipo de aparência (apenas possível para alguns) o que constitui um
fator preponderante para uma imagem corporal negativa e até disfuncional, com
distorções cognitivas (por exemplo: magreza associada a sucesso em todas as
dimensões da vida versus ausência de magreza implicará falhanço e rejeição).
Torna-se então essencial quebrar a associação distorcida entre aparência e qualidade
de vida. Não será um número de roupa ou um número na balança que medem o valor
de uma pessoa.

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Estratégias práticas para desenvolver uma imagem corporal saudável
Eu e os Outros – distinga os comentários dos outros dos seus pensamentos e
opiniões próprias. Poderá ter pessoas à sua volta que avaliam o todo por uma
parte mas isso não implicará que faça o mesmo. É importante separar as
atribuições externas daquelas que lhe fazem sentido.
Desafie os pressupostos errados da associação aparência-vida – tenha em
consideração todas as dimensões da sua vida para além da imagem.
Verifique o que é realista para si – analise o que tem sido a sua estrutura
corporal enquanto adulto e chegue a um ponto razoável do que poderá ser o seu
corpo ideal e não a projeção de photoshop que vê nas revistas. Trace metas de
peso e forma saudáveis com moderação.
Não adie mais a sua vida – faça uma lista de todas as situações que evita por
causa do seu aspeto físico e classifique de 1 a 10 o receio que tem em enfrentá-
las. Escolha a situação que é menos intimidante, defina um prazo limite e supere-
se.
Identifique aquilo de que gosta no seu corpo – cultive o hábito de apreciar
aquilo de que gosta no seu corpo, habitue-se a ver o seu corpo no espelho.
Despenda tempo a identificar a sua parte favorita no momento presente.
Trate bem o seu corpo – crie o hábito de mimar a sua relação com o seu próprio
corpo colocando-se em situações de prazer e relaxamento, em que poderá
estimular os sentidos. Exemplos: caminhada à beira mar, banho relaxante, óleo
de massagem.

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Separe a imagem corporal de auto estima – distinga o exterior do interior, a sua
personalidade e história de vida são bem mais do que medidas, pelo que não se
reduz apenas a um invólucro.
Pratique atividade física - a atividade física tem um papel fundamental a vários
níveis. A relação com o corpo é também promovida, ao descobrir a forma como
o seu corpo funciona, explorando diversas sensações experienciadas aquando da
realização de exercícios e desenvolvendo força e resistência. Pode assim
descentrar-se do volume e centrar-se na força, substituir o foco nas imperfeições
pela atenção aos desafios superados a que se vai propondo.

Muito importante: Este pequeno documento não visa substituir o acompanhamento


por um profissional de saúde qualificado! Apenas se pretende clarificar aspetos
inerentes às doenças de comportamento alimentar e dar visibilidade sobre estratégias
práticas que podem fazer toda a diferença, em termos de bem-estar. Salientamos que
as perturbações do comportamento alimentar, como a anorexia, bulimia e binge
eating, são problemáticas que se revestem de uma gravidade que pode ser muito séria
e exigir medidas imediatas, por isso, não facilite e procure um profissional de saúde.

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