Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
COROATÁ- MA
2016
MARIA CRISTINA DA SILVA CAMPOS
COROATÁ- MA
2016
RESUMO
O presente artigo destaca algumas questões referentes ao ensino de pessoas com deficiência
auditiva. Refletindo e questionando sobre a atual conjuntura da educação regular e especial do
aluno surdo nas escolas. Este trabalho tem como objetivo geral Identificar a importância do
bilinguismo na comunicação do surdo. Tendo como objetivos específicos: analisar os
principais fatores que contribuem na inclusão do bilinguismo na escola; apontar os mitos
construídos sobre o bilinguismo na escola; refletir a partir das dificuldades encontradas,
estratégias que melhorem o ensino bilíngue na escola. Como metodologia, nesse trabalho foi
utilizada a pesquisa bibliográfica, para sustentar as teorias mencionadas no trabalho foram
consultados os seguintes autores: Almeida (2000), Coutinho (2000), Damázio (2007),
Perrenoud (2000), Quadros (2004, 2006, 2009), Rocha (1997, 2007), Sales (2005) e
CARVALHO (2009). No referencial teórico, serão abordados de forma breve, os aspectos
históricos da educação do surdo, bem como os estigmas desenvolvidos pela sociedade. E
também com relação à educação bilíngue, diante de uma nova tendência na forma de se
ensinar o aluno surdo. Na análise será destacada a importância das escolas bilíngues no
desenvolvimento de aprendizagem do estudante surdo.
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2 OS ATRIBUTOS DO BILINGUÍSMO NA PERSPECTIVA ESCOLAR.......................7
2.1 Breve histórico da educação do surdo...................................................................................8
2.2 A educação bilíngue: uma nova era para e educação de surdos.........................................10
3 BILINGUÍSMO COMO MECANISMO DE INCLUSÃO DO SURDO........................12
5 CONCLUSÃO .....................................................................................................................15
REFERÊNCIAS......................................................................................................................17
6
1 INTRODUÇÃO
Atualmente tem se discutido muito, sobre como se fazer para melhorar o acesso das
pessoas portadoras de deficiência auditiva no convívio social. E como desmistificar a ideia de
que a surdez seja um motivo de incapacidade laborativa do individuo.
Na área da surdez, o Bilinguismo tem tomado força nas discussões de inclusão do
aluno surdo nas escolas regulares. Tem-se notado também certo esforço por parte do poder
público nos últimos anos, em adotar mecanismo de acesso a esse público nas mais diversas
áreas da educação. Com isso busca-se uma melhor qualidade de vida de seus familiares e
amigos, tornando essencial o aprendizado desta língua nas escolas.
Ao usar LIBRAS, (Língua Brasileira de Sinais) a criança poderá desenvolver sua
competência e capacidade linguística em uma língua que irá lhe auxiliar na aprendizagem de
uma segunda língua, tornando-se bilíngue. Já que o bilinguismo é uma proposta de ensino que
prioriza o acesso de duas línguas no universo escolar, considerando a língua de sinais como
natural, partindo daí para o ensino da língua escrita.
Este trabalho tem o propósito de abordar a questão do bilinguismo: português e libras.
Segundo SALES (2005) LIBRAS é considerada a língua materna do surdo, pois ela é a base
para a comunicação e o bom relacionamento com as pessoas a sua volta, além de ser o
primeiro passo para o conhecimento de seus direitos.
Este trabalho tem como objetivo geral: Identificar a importância do bilinguismo na
comunicação do surdo. Tendo como objetivos específicos: analisar os principais fatores que
contribuem na inclusão do bilinguismo na escola; apontar os mitos construídos sobre o
bilinguismo na escola; refletir a partir das dificuldades encontradas, estratégias que melhorem
o ensino bilíngue na escola.
A construção dos objetivos desta pesquisa se deu através da formulação do seguinte
problema: Quais as maiores dificuldades encontradas nas instituições de ensino na abordagem
do bilinguismo? Como metodologia, nesse trabalho utilizou-se analise qualitativa, por meio
de pesquisa bibliográfica, na qual foi realizada através de consulta em livros e artigos
científicos selecionados através de busca em bancos de dados online.
Para fundamentar esta pesquisa foi utilizado o seguinte referencial teórico: Almeida
(2000), Coutinho (2000), Rocha (2007), Salles (2005), Carvalho (2009), Quadros (2006,
2009), Folheto (2004), Sherman e Phyllis (2005).
Logo em seguida buscou-se, avaliar sobre o processo de inclusão destinado às crianças
surdas e o quanto se faz necessário o bilinguismo nas escolas, pois, contribui positivamente
7
indivíduo surdo poderá ter seu desenvolvimento pleno e uma perfeita integração social. Desse
modo, o domínio da língua oral torna-se condição básica para sua aceitação em uma
comunidade majoritária.
Segundo Skliar (1997), existiram dois grandes períodos na história da educação dos
surdos: 'Um período prévio, que vai desde meados do século XVIII até a primeira metade do
século XIX, quando eram comuns as experiências educativas por intermédio da Língua de
Sinais, e outro posterior, que vai de 1880, até nossos dias, de predomínio absoluto de uma
única 'equação' segundo a qual a educação dos surdos se reduz à língua oral
Segundo Rocha (1997), nos anos 50 foi marcado por uma série de ações importantes,
como a criação do primeiro curso normal para professores na área da surdez (1951). Neste
ano, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), recebeu a visita de Helen Keller,
cidadã americana surda e cega, cuja trajetória de vida é um exemplo até os dias de hoje. Em
1952 foi fundado o jardim de infância do instituto e nos anos seguintes criou-se o curso de
artes plásticas, com acompanhamento da escola nacional de belas artes. A primeira instituição
criada para este fim foi “O Instituto Nacional de Educação de Surdos”, que passou por
grandes mudanças a partir de 1951, tanto nos aspectos metodológicos de ensino quanto à sua
estrutura em relação a modificações e criações de serviços.
Sales (2005) comenta que no Brasil, é constatado que a grande maioria dos surdos
submetidos ao processo de oralização não fala bem, não faz leitura labial, tampouco participa
com naturalidade da interação verbal, pois há uma discrepância entre os objetivos do método
oral e os ganhos reais da maioria dos surdos. Apenas uma pequena parcela da totalidade de
surdos apresenta habilidade de expressão e recepção verbal razoável.
Devido a defasagens escolares o surdo adulto muitas vezes é impedido de ingressar no
mercado de trabalho. Essa realidade é enfim o resultado de uma gama complexa de
representações sociais seja, históricas, culturais, linguísticas, políticas, respaldadas em
concepções equivocadas que reforçam práticas em que o surdo é condicionado a superar a
deficiência, buscando tornar-se igual aos demais. O bilinguismo e as questões implicadas
nessa proposta educacional se apresentam como uma forma de subsidiar a reflexão sobre a
educação do surdo. (SALES, 2005).
Ainda de acordo com Sales (2005) a educação bilíngue é uma proposta de ensino que
preconiza o acesso a duas línguas no contexto escolar, considerando a língua de sinais como
língua natural e partindo desse pressuposto para o ensino da língua escrita.
10
língua brasileira de sinais e a língua portuguesa em sua modalidade escrita são indispensáveis
à escolarização da comunidade de surdos. O bilinguismo torna mais eficaz o processo
educativo e contribui sobremaneira com o prosseguimento dos estudos, com a preparação para
o trabalho e o desenvolvimento pessoal dos surdos.
A LIBRAS é a língua natural do surdo, sua forma de expressar leituras de
mundo para depois se passar à leitura da palavra em língua portuguesa.
Sendo sua primeira língua denominada – Os estudantes surdos necessitam
explicitar suas ideias, sentimentos, pensamentos na sua primeira língua - a
Língua Brasileira de Sinais expressando-se enquanto individuo na interação
com o mundo. É fundamental que os temas discutidos em aula sejam
compartilhados com o grupo, em LIBRAS, pois é dessa forma que as
pessoas surdas expressam-se espontaneamente. Somente a partir disso, será
possível pensar em um processo de aprendizado da língua escrita. (SALLES,
2000, p.21)
O bilinguismo nas comunidades surdas não é igual às comunidades ouvintes, por isso
recebem a surdez na concepção cultural. E desta maneira, o conceito bilíngue considera que
os surdos formam um grupo, com cultura e língua distinta. Assim a comunidade surda tem
suas particularidades, que passam pela língua gestual, caracterizando a sua cultura e a sua
forma peculiar de pensar, em vez de apenas considerar os aspectos biológicos ligados à surdez
clínica.
Nestas circunstâncias, o presente estudo surge da necessidade de afirmar a cultura
surda na perspectiva bilíngue como movimento de inclusão na escola e na sociedade. Sabe-se
que muito se tem falado sobre educação inclusiva, mas o que se tem realizado, encontra-se
distante daquilo que a comunidade surda reivindica no ponto de vista do multiculturalismo.
Dessa forma, o discurso sobre bilinguismo, na perspectiva do multiculturalismo,
justifica-se a partir da necessidade da comunidade surda do direito à diferença. Essa vontade
passa fundamentalmente pela construção de políticas públicas que proporcionem o acesso
educacional das comunidades surdas, examinando sobre seus direitos, bem como seu preparo
para cidadania.
Escolas bilíngues ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a
alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino
médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do
conhecimento, cientes da singularidade linguística dos alunos surdos, bem
como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua
Portuguesa. [...] (Art. 22-inciso II Decreto Nº 5.626, DE 22 DE
DEZEMBRO DE 2005.).
Desta maneira, pode-se concluir que, de acordo com ótica bilíngue, várias são as
possibilidades que contribuem para um melhor aproveitamento do processo de ensino e
12
pela cultura e identidade de cada grupo e oferece base para aquisição escrita da língua
considerada majoritária, a língua portuguesa.
As referidas escolas também contribuem para a garantia e efetivação da continuidade
dos estudos dos surdos nas demais etapas e modalidade de ensino.
Tudo indica que eles sofreram e ainda sofrem discriminações e preconceitos na luta
pela direito à diferença. Muito ainda se deve fazer em prol da educação do surdo
Recomenda-se que a educação dos surdos seja efetivada em língua de sinais,
independentemente dos espaços em que o processo se desenvolva. Assim,
paralelamente às disciplinas curriculares, faz-se necessário o ensino de
língua portuguesa como segunda língua, com a utilização de materiais e
métodos específicos no atendimento às necessidades educacionais do surdo.
(SALES, 2005)
A sociedade pode e deve realizar meios que facilite o acesso do surdo a cultura de
um modo geral, contribuindo para a inclusão do mesmo. Para os ouvintes que desejam
entender como é o mundo dos surdos há Filmes que envolvem a temática da surdez (auxilia
na percepção da realidade do surdo): Filhos do Silêncio; O Milagre de Anne Sullivan, Meu
Adorável Professor, Pontes do Silêncio, A Música e o Silêncio; Ariel, A Estrela do Mar dos
Desejos (desenho animado, Walt Disney, coleção Princesas). É interessante ressaltar que não
são filmes produzidos por pessoas surdas, no entanto abordam de forma curiosa o tema e
como ele foi e vem sendo encarada e pela sociedade ouvinte. (SALES, 2005)
É importante observar livros que promovam pontos positivos da surdez. Existem
inúmeros livros que abordam temas relacionado à surdez e estes podem ajudar o surdo a
aumentar a sua autoestima e a entender sobre a sua surdez e também a melhorar a sua
habilidade de leitura. Nesses livros deve verificar, se as abordagens sobre tecnologias e
comunicação são precisas e refletem a experiência real da criança surda.
É possível observar também, que quando o aluno surdo é inserido na escola bilíngue,
ele é bem assistido, possibilitando assim, um melhor aprendizado e convívio com o outro.
Essa realidade não seria possível numa escola regular, que não possua o devido preparo para
recebê-lo, dificultaria sua presença, o que acarretaria no abandono escolar.
4 CONCLUSÃO
A inclusão do aluno no contexto educacional deve ser de forma consciente e
comprometida com a formação da cidadania. Pois, não basta que o aluno surdo esteja
frequentando o ensino regular, mas que este seja acolhido e compreendido, dentro das suas
peculiaridades e necessidades.
16
REFERÊNCIAS
BRASIL - Lei Federal 10.436 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Presidência da República, 2002.
CARVALHO, Maria Vilani Cosme de; MATOS, Kelma Socorro Alves Lopes de ,Psicologia
da Educação: teorias do Desenvolvimento e da Aprendizagem em Discussão. Fortaleza E.d
UFC, 2009.
QUADROS, Ronice Müller de (org.). Estudos surdos I. Petrópolis: Arara Azul, 2006.
QUADROS, Ronice Muller de; SCHMIEDT, Magali L.P. Ideias Para Ensinar Português
Para Alunos Surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006
SALES, Heloisa Maria Moreira Lima. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos:
caminhos para a prática pedagógica. Vol. I e II. Brasília MEC, SEESP, 2005.
<http://www.librasgerais.com.br/principal/index.php> Acesso em
21/03/2015<www.ines.gov.br>Acesso em 18/06/2015