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OF STE-~3 us Foi Preciso o Golpe de 10 de Novembro» A labori transato, a visita do Interventor Pedro Ludovico, que ali fora alvo das mais excepcionais demonstra: $6es de amizade e admiracio promovidas por t6- das as classes da sociedade local. Sua Excelénci a0 falar no banquete, que foi a nota maxima do extenso programa de sua recepcio aquela impor- tante cidade sulina, pronunciou 0 excelente dis- curso que a imprensa nacional divulgou, por inter- médio dos maiores e mais prestigiosos didrios da Capital da Republica — discurso ésse que OES- TE tem hoje a honra de estampar em suas co- lunas, como homenagem a ésse homem invulgar que, a-par-de portador das magnificas qualida- des te administrador que todos conhecem, é sem. diivida um dos analistas mais sinceros e perspi- cazes da atualidade politica brasileira Na peca oratéria que abaixo vamos transcre-_ ver, o Interventor Pedro Ludovico, interpreta do 0 eélebre conceito de Bolivar — de que ha maior soma de democracia onde ha maior soma de felicidade social — da mostras da perfeita vi- OEST sa populagio da cidade de Andpolis recebeu festivamente, em data de 8 de janeiro so que tem das realidades nacionais, confessan- do mesmo “que foi preciso que o Chefe da Nacio desse 0 golpe de 10 de novembro de 1937”, a-fim- de-que 0 pais nao retornasse A orgia liberal da qual a revolucdo de 30 0 tirara. A velha concep- gio do politico, carcomida pelos préprios males que ensejava, ruiu com fragor e cedeu lugar & aco oxigenada do estadista, que trabalha de por- tas abertas, a receber a colaboragéo dos técnicos € dos especialistas, ao-invés-de reverenciar, como iquele, ante os caciques mal acostumados e as \géntias minorias eleitorais”. Essa oracio, si bria embora, vem reiterar o que se disse alhur. — que 0 Interventor Pedro Ludovico é um dos mais objetivos divulgadores dos prineipios doutri- nérios do Estado Novo, em tio boa hora implan- tado no Brasil. Aliés, 0 fato de ser hoje 0 unico chefe de govérno estadual que nao foi afastado de seu posto, desde 1930, é bem uma demonstr: go inequivoca da identicidade de vistas que Sua Exceléncia tem com 6 Presidente Vargas, do qual € um auxiliar de pulio e empreendedor. Ao publicat o discurso que se segue, peca ta- Thada em forma de artista da palavra e em fundo de auténtico pesquisador de 5, f zémo-lo inteiramente certos de que 0 espirito do leitor se regalaré com as oportunas e felizes e nunciagdes que contém: Ei-lo, na integra: Quiseram a vossa gentilera © a vossa compreen- ‘io que eu aqui estivesse hoje para receber esta ho- menagem do povo desta cidade © vosso contacto me enche de contentamento por verificar que ¢ fruto néo de um gesto banal, futil, vul- gar no scio da sociedade em que vivemos, mas de uma resolucio ponderada e amadurecida, pois, de hi mul- fo, era vosso intento dar-me uma prova da considera. ‘eho em que me tendes. ‘Toda pessoa que iranspde as lindes do vosso mu- nicipio e penetra nos humbrais da vossa“urbs” se sente Lmpressionada com a pujanca do vosso potencial eco- ‘Vé-se que a’ natureza fol dadivosa para com éste pedaco do solo goiano, dando-Ihe elementos capazes de fazer presperar a populacio que nele se estabele~ cesse. E a realidade é evidente, confirmando essa Im- pressio. Andpolis caminha aceleradamente para 0 Drogresso. Esti em uma fase exuberantemente agricola. No- ta-se 0 movimento febricitante das cargas e descargas. Sto 0 resultado da sua producéo intensiva no cultivo, no amano da terra humosa e boa. E’ 0 fruto do es forgo do trabathador rural, na sua faina simples, hho- nesta e muito honrosa, E’ 0 movimento tumultuirio @as foreas de producio que recebem aqui para entre. gar ali. E’ o vai-vem continuo das mercadorias em ‘trinsito, na avidex de luero. Eo embarque e desem- baraue de matérias primas, & cata de mereados con- sumidores mats fortes, E’ a producéo que se destina as méquinas que a industrializam, methorando a sua qualidade © 4 sua 60 E-4 cotagdo venal. E’, afinal, coméreio em pleno exer- cicio das suas finalidades mercantis, dando vida as localidades que tém condigdes para progredir. 44 se esboca para Anipolis um periodo industrial Ja se observam, perfurando os telhados de seus edi- fficios, muitas chaminés vomitando a fumaca negra, como’ simbolo de uma nova forma de trabalho. Ji 0 ruido dessas maquinas de inddstria leve se casa com © estrépito sibilante das locomotivas que continuamen- te entram e saem da cidade. Ja as construgdes procu- ram crescer no sentido vertical, sinal certo de que os terrenos se vio tornando cares. Como se vé, a prosperidade, 0 progresso se im- poem aqui i vista do observador E niio sera exagerado exprimir que, dentro de al- uns anos, Andpolis se poderé comparar com as suas congéneres mais adiantadas do pais Em um futuro mais distante se diri, como afir- ‘mou E’rico Verissimo em se referindo a Chicago: A- napoli, a macisa Nessa época as massas de concreto armado, desa- fianéo 0 espago e os séculos, a fuligent, indicio de uma nova era da civilizacio, justificarao ésse titulo. ‘Meus senhores. © ‘que se verifica no vosso melo se constata em todo 0 Estado de Golaz. Pereebe-se ‘uma evolucio em todos os sectores das atividades hu- ‘manas, dentro da relatividade das cousas, Conforta- me ésse panorama que se nos apresenta, que revela, ‘ue pressupde um ambiente de tranqu‘lidade, deg rantlas e de ordem. Sio estas condigdes as grandes alavancas propul- soras do progresso. Sem. estabilidade, sem pax 6 im- possivel se conserulr uma efieiénela positiva, Felizmente, apés 0 movimento revolucionirio de 930, suri para a terra golana uma nova vida, De- ‘Sapareceram os profissionais da politica, que dela vi- viam e dela tudo tiravam, constituinde-se, a0 lado do feudo mestre, acambareador da vitalidade estatal, os pequenos feudos municipais, Esses elstos, que se or- gapizaram nas nossas comunas e que Ihes exploravam ‘a administraedo, eram elementos negativos na expan- ‘sho econémica de Goiaz. Agiam com tal primitivismo € com tanta desfacatex no manuseio da cousa publica, ‘que se afigurava dificil a modificacio de tais habitos. Entretanto, os ideais reformadores foram pouco & pouco se coneretizando, fazendo prevalecer os prinei- pies por que, de longa a: java o Brasil ‘Mas, para que 0 nosso pais nie voltasse de novo ao ‘que era’dantes, ou melhor, para que se implantasse lum regime mais consentineo ccm 25 nossas necessida- aes e mais apto a defender as conquistas conseguidas a custo de ingentes Iutas, quer nos prélios eivicos, quer nos embates armados, fol preciso que 0 Chefe da Na- io desse o golpe de 10 de novembro de 1937, Esse ato fol a resolucdo mais acertada de seu g0- vérno. Fol um enorme bem para a nossa (erra, no que pese iis cassandras do parlamentarismo corrompido, ineficiente e dispendioso, em que valiam mais as as iragdes pessoais, de grupos e do facciosismo partida- rio, Prantelam até hoje os descontentes e os que se julgaram pessoalmente prejudicados a perda de um Congreso, que ja se assemethava demasiadamente a0 seu parenie instituido antes da rebeliio de outubro Contaminou-se com os mesmos males, contraiu as mesmas mazelas de outrora, transmudando a democra- cla revolucionaria que representava em coneiliabulos € conchavos de camarithas partidirias. Para Montesquieu o principio da democracia esta va na virtude, ¢ esta, no caso em tela, se achava muito afastada dos que deviam cultivi-la. A nossa demo- eracia continuava sendo “o dominio de minorias astu- tas sobre maiorias ingénuas”. Encaminhava-se para a mesma tritha de nossa velha liberal-democracia, em que sanhudos caciques se arvoravam em dirigenies © tutores da nossa pitria, impedindo durante decénios a nossa prosperidade econémica Impunha-se, dessarte, uma transformagéo em nos- OF sas Instituigdes politicas e governamentais, que i deviam prejudicar 0 pais e, sim, dar-Ihe novas possi- bilidades para o seu desenvolvimento material © mo- ral. Ademais, como diz Will Durant, “i medida que 0 govérno sobe em complexidade,. os representantes e- leltos perdem a importincia em beneficio dos especia- istas. © executivo invade o legislative com as armas dos seus drgios téenicos e comissies especializadas”’ Alguns hi que defendem a permanéneia de um regime absolutamente democratico, isto é com depu- tados e senadores, com excessiva liberdade de impren- ‘sa, com os respectivos sufrigios eleitorais, etc., porque, sem estas condiedes, nio hi oportunidade para se fa- zerem estadistas. Mirabile dictu! Um passado recente nos instrue sdbre os efeitos deletérios do uso exagera- do de tais direitos. Hoje mais do que nunca se evidencia a necessida. de de orientar a democracia para novos rumos, dando- The uma diretriz de acérdo com os imperatives do mo- mento ¢ obedecendo as exigéncias de cada povo. Demoeracia sub lege! Seria razoivel sacrificar as mais preimentes, as mais justas reivindicacGes de um ovo, que io o seu bem-estar material — dele decor- rendo 0 espiritual, que vem de uma educacio basea- da na moral—para que se permita aos elementos de u- ma insignificante minoria, falsos representantes de u- ma maioria gem convieodes, fazerem-se estadistas ? No 6 possivel E’ por demais ‘sabido que o nome do sistema po- litico pouco vale, se no houver um dirigente bem in- tenclonado que 0 imponha, que the faca respeltar os postulados. ‘Tivemos tanto tempo um regime que se dizia liberal e democratico, e, no entanto, s6 vivia do rétulo, praticando-se 3 sua sombra tédas. as violéneias. ‘Numea os nederes estiveram t4o achinealha‘los, tio @esacreditados ¢ tio cortompides como nessa época. Em nosso Estado qualquer delegado de policia mu- niclpal deixava de cumprir um habeas-corpus concedi- do pelo Judiciario, como aconteceu a um outorgado a ‘quem vos fala Eos pedides dessa natureza raramente eram a. tendidos, maximé quando solicitados pelos que, am- parades pela Constituicao, se julavam com 0 direito de ser oposicionistas. Quantas vezes se batia as por- tas da Justica, vitima de truculéncias inauditas e de- fendendo direitos de terceiros se encontravam tran- cadas. Apelava-se para a primeira instincia, fecha- da. Para a segunda, amordacada. Poucos se anima- vam a se dirigir } extraordinaria influenciada como 2s demais pela arbitrariedade dos caudilhos democratas. Quem péde regar que hi hoje muito mais garan- tias do que no pasado? Quem pode obscurecer a ver- dade de que 0 pa‘s progride a olhos vistos em todos ‘05 ramos de suas atividades? Atualmente sio os téeni- cos 0s que colaboram com 0 govérno, levando a éste © concurso de seus estudos, de sua experiéncla e de seu saber. Tédas as possibilidades estio sendo analisadas, ostas em equacdo, em beneficio da coletividade e no ro sentido de agradar a pessoas ou grupos. ‘As foreas produtoras foram bem organizadas, nio para fazer eleitores, mas para dar-Ihes uma orienta- io racional em seu proprio proveito. Estabeleceram- se assoclagées, com o fim de protezer 0 proprio tra- valho, para que se realize em um ambiente de ordem e de boa compreensio Fizeram-se leis trabalhistas, com um carter pro- fandamente humano e socialis(a, que vieram am- parar empregados e empregador’s, e

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