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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 06
Olá pessoal!
SUMÁRIO
1 Não confunda com a responsabilidade dos agentes públicos (pessoas físicas), que pode ser
administrativa, penal e civil, como vimos na aula sobre o regime jurídico dos servidores públicos.
Responsabilidade do
Obrigação de reparar danos causados a terceiros
Estado
EVOLUÇÃO
IRRESPONSABILIDADE DO ESTADO
I
baseia-se no risco que a Administração Pública assume ao
atuar em nome da coletividade, risco esse
consubstanciado na possibilidade de seus atos acarretarem danos a certos membros
da comunidade, impondo-lhes um ônus não suportado pelos demais. Para
compensar essa desigualdade individual, oriunda das atividades da própria
Administração, todos os outros integrantes da coletividade devem concorrer para a
reparação do dano, através das indenizações pagas pelo erário. Com a repartição do
ônus financeiro da indenização, evita-se que somente alguns suportem os prejuízos
causados por uma atividade desempenhada pelo Estado no interesse de todos.
2 Carvalho Filho denomina de fato administrativo, assim considerado como qualquer forma de conduta,
6 REsp 1.346.430-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2012. (Informativo de
Jurisprudência nº 507).
Responsabilidade
com culpa (civilista) Só existe quando o agente público atua
- responsabilidade com culpa e pratica atos de gestão
subjetiva
Teorias da Culpa
responsabilidade administrativa Basta comprovar a falta ou má qualidade do
do Estado - responsabilidade serviço (culpa do Estado e não do agente)
subjetiva
Risco
Basta o nexo de causalidade entre a ação
administrativo
estatal e o dano. A Administração pode
- responsabilidade
alegar excludentes de responsabilidade
objetiva
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo .
7Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, a atuação ilícita do servidor não exclui a responsabilidade
objetiva da Administração. Antes, a agrava, porque tal atuação traz ínsita a presunção de má escolha do
agente público para a missão que lhe fora atribuída.
8 STF RE 291.035/SP
9 STF RE 363.423.
10 STF AI 473.381/AP
De direito público
Todas: administração direta,
autarquias e fundações
Alcança pessoas
jurídicas De direito privado prestadoras
de serviço público
Responsabilidade civil
objetiva do Estado EP, SEM, fundações e
delegatárias de serviço público
(CF, art. 37, §6º)
Como visto, segundo o art. 37, §6º da CF, além das pessoas jurídicas
de direito público (administração direta, autarquias e fundações
públicas), as empresas públicas e as sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público (ex: Correios e Infraero), entidades de
direito privado, também se submetem à responsabilidade de natureza
objetiva, na modalidade risco administrativo.
Ressalte-se que não estão abrangidas pelo art. 37, §6º da CF as
empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de
atividade econômica (ex: Banco do Brasil e Petrobras). Estas
respondem pelos danos que seus agentes causarem a terceiros da mesma
forma que qualquer empresa privada, nos termos do direito civil e
comercial; ou seja, a responsabilidade das empresas estatais exploradoras
de atividade econômica é de natureza subjetiva (teoria civilista ou culpa
comum – depende da demonstração de culpa do agente).
Responsabilidade
Direito Público
objetiva
Entidades Prestadoras de
administrativas serviços públicos Responsabilidade
objetiva
Ex: Infraero, ECT
Direito Privado
Exploradoras de
atividades econômica Responsabilidade
subjetiva
Ex: BB, Petrobras
11 É o que dispõe o art. 25 da Lei 8.987/1995: incumbe à concessionária a execução do serviço concedido,
cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros,
sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
12 RE 591.874/MS
11. (Cespe – PC/BA 2013) O corte de energia elétrica por parte da concessionária
de serviço público presume a existência de dano moral, sendo desnecessária a
comprovação dos prejuízos sofridos à honra objetiva de empresa ou usuário afetado
pela interrupção do serviço.
Comentário: Para restar configurada a responsabilidade civil objetiva da
concessionária de serviço público, é necessário que se demonstre a existência
do dano, do ato da empresa e do nexo causal entre um e outro. Portanto, ao
contrário do que afirma o quesito, é necessária a comprovação dos prejuízos
sofridos.
Gabarito: Errado
13Não obstante, a detecção do agente causador da omissão é importante para o Estado, para que possa
apurar as devidas responsabilidades, e, assim, acionar o agente público em sede de ação regressiva, mas
essa é outra história, que veremos daqui a pouco.
14 STF RE 695.887/PB; STJ RE 602.102
15 RE 633.138/DF
que seja agredido no horário de aula por outro aluno ou por pessoa
estranha à escola. Nestas situações haverá a responsabilidade objetiva
do Estado, mesmo que o prejuízo não decorra de ação direta de um
agente do Poder Público, e sim de uma omissão. Para se livrar da
responsabilidade, a Administração terá que provar (o ônus da prova é
dela) a ocorrência de algum excludente dessa responsabilidade, como um
evento de força maior.
Segundo a doutrina, a responsabilidade objetiva nesses casos decorre
de uma omissão específica do Estado, que possibilitou a ocorrência do
dano, a qual, para efeito de responsabilidade civil, equipara-se à conduta
comissiva.
A omissão específica, que enseja a responsabilidade objetiva
para a Administração, difere da omissão genérica, que gera a
responsabilidade subjetiva.
Ressalte-se que a omissão específica está presente, em especial,
quando há pessoas sob custódia do Estado (ex: presidiários, pessoas
internadas em hospitais públicos, estudantes de escolas públicas), casos
em que a responsabilidade civil da Administração, como dito, é do tipo
objetiva, na modalidade risco administrativo, dada a sua omissão
específica com relação às pessoas sob sua guarda (não há necessidade de
provar a culpa da Administração).
Nos demais casos, que não envolvam pessoas sob custódia do
Estado, a omissão é genérica e enseja a responsabilidade civil subjetiva
da Administração, na modalidade culpa administrativa. O prejudicado é
que terá de provar que houve omissão culposa do Estado.
Subjetiva
Regra geral
(culpa administrativa)
Responsabilidade civil
por omissão
Pessoas sob a guarda do Estado
Objetiva
(alunos, presidiários,
(risco administrativo)
hospitalizados)
12. (Cespe – TCDF 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por
fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.
Comentário: Nos danos decorrentes de caso fortuito ou força maior –
como se pode classificar os fenômenos da natureza – sem que haja conduta
comissiva da Administração Pública, esta somente será responsabilizada caso
se comprove que a adequada prestação do serviço estatal obrigatório teria
evitado ou reduzido o resultado danoso. Nesses casos, a responsabilidade do
Estado, se houver, é subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa.
Gabarito: Certo
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
15. (Cespe – MIN 2013) Considere que um particular, ao avançar o sinal vermelho
do semáforo, tenha colidido seu veículo contra veículo oficial pertencente a uma
autarquia que trafegava na contramão. Nessa situação, o Estado deverá ser
integralmente responsabilizado pelo dano causado ao particular, dado que, no
Brasil, se adota a teoria da responsabilidade objetiva e, de acordo com ela, a culpa
concorrente não elide nem atenua a responsabilidade do Estado de indenizar.
Comentário: De acordo com a teoria da responsabilidade objetiva, na
hipótese de culpa concorrente, a responsabilidade do Estado será atenuada,
ou seja, o valor da indenização que terá de pagar será reduzido
proporcionalmente, na medida de sua culpa. Como o particular também teve
culpa, parte do prejuízo será suportado por ele.
Gabarito: Errado
Supremo no RE 318.725/RJ:
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE
EXTRACONTRATUAL DO ESTADO. SUICÍDIO DE PACIENTE EM HOSPITAL
PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CAUSAL ENTRE O EVENTO E A
ATUAÇÃO DO ENTE PÚBLICO. 1. A discussão relativa à responsabilidade
extracontratual do Estado, referente ao suicídio de paciente internado em hospital
público, no caso, foi excluída pela culpa exclusiva da vítima, sem possibilidade de
interferência do ente público. 2. Agravo regimental improvido.
*****
Em frente!
16 Art. 1o-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de
pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos.
17 STJ Resp 816.209
18. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com
veículo particular que tenha ultrapassado cruzamento no sinal vermelho e o fato
ocasione sérios danos à saúde do condutor do veículo particular. Considerando essa
situação hipotética e a responsabilidade civil da administração pública, julgue o item
subsequente.
No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em
vinte anos.
Comentário: A ação de indenização contra o Estado prescreverá em
cinco anos, e não em vinte.
Gabarito: Errado
Vale anotar que, mesmo que não se consiga provar a culpa ou dolo
do agente público, a obrigação da Administração perante o particular não
muda, vale dizer, o insucesso da ação de regresso não tem impacto algum
19 O dolo ocorre quando o agente tem a intenção de provocar o dano, enquanto a culpa ocorre quando o
agente, embora não tenha a intenção do dano, não toma os cuidados necessários, ou faz algo para o qual
não está apto, englobando a negligência, a imperícia e a imprudência.
Dano
23. (Cespe – MTE 2014) O servidor que, por descumprimento de seus deveres
funcionais, causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação
regressiva.
Comentário: O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições. Nos termos do art. 122 da Lei
8.112/1990, “a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros”. Assim, na
hipótese de um ato do servidor causar dano ao erário, ele responderá na
esfera civil diretamente, ficando obrigado ao ressarcimento. A ação regressiva
ocorre para os casos de danos a terceiros, daí o erro.
Gabarito: Errado
DENUNCIAÇÃO À LIDE
20 REsp 1089955/RJ
EXCEÇÕES:
Responsabilidade civil por Atos legislativos: leis de efeitos concretos e
atos legislativos e judiciais leis inconstitucionais.
Atos judiciais: erro judiciário na esfera
penal; conduta dolosa com intuito de
causar prejuízo à parte ou a terceiro.
ATOS LEGISLATIVOS
ATOS JUDICIAIS
21 RE 429.518/SC
22 RE 385.943
25. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que o Poder Judiciário tenha determinado
prisão cautelar no curso de regular processo criminal e que, posteriormente, o
cidadão aprisionado tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação
hipotética, segundo entendimento do STF, não se pode alegar responsabilidade civil
do Estado, com relação ao aprisionado, apenas pelo fato de ter ocorrido prisão
cautelar, visto que a posterior absolvição do réu pelo júri popular não caracteriza, por
si só, erro judiciário.
Comentário: A questão apresenta corretamente o entendimento do STF
acerca do assunto, no sentido de que a prisão preventiva, por si só, não é
suficiente para atrair a responsabilidade civil objetiva do Estado nos casos em
que o réu, ao final da ação penal, venha a ser absolvido ou tenha sua sentença
condenatória reformada na instância superior.
Gabarito: Certo
27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que o TJDFT, por intermédio de um oficial de
justiça, no exercício de sua função pública, pratique ato administrativo que cause
dano a terceiros. Nessa situação, não se aplicam as regras relativas à
responsabilidade civil do Estado, já que os atos praticados pelos juízes e pelos
auxiliares do Poder Judiciário não geram responsabilidade do Estado.
Comentário: No que concerne aos atos administrativos praticados pelos
agentes do Poder Judiciário, incide normalmente a responsabilidade civil
objetiva do Estado, desde que, é lógico, presentes os pressupostos de sua
configuração. Portanto, não se deve confundir os atos jurisdicionais típicos
(que, em regra, não geram responsabilidade civil para o Estado) com os atos
administrativos praticados pelos agentes do Poder Judiciário (que, como visto,
não se diferenciam dos atos administrativos praticados pelo Executivo e
demais Poderes).
Gabarito: Errado
CASOS ESPECIAIS
Responsabilidade
Não importa o
Só fato da obra civil objetiva do
executor
Estado
Danos decorrentes
Responsabilidade
de obras públicas Execução a cargo da
civil objetiva do
própria Administração
Estado
Má execução
da obra
Responsabilidade
Execução a cargo de
civil subjetiva do
particular contratado
contratado
Gabarito: Certo
****
É isso pessoal. Terminamos aqui a parte teórica. Como já é de praxe,
vamos resolver mais algumas questões de prova ☺
25 Os eventos correlatos incluem greves, tumultos, comoções civis, distúrbios trabalhistas, ato malicioso,
QUESTÕES DE PROVA
36. (FCC – Procurador São Luís 2016) Não é inusitado dentre os países da
América do Sul passar por graves crises econômicas, experimentando trajetória de
alta dos preços de produtos de consumo em massa, o que ocasiona aumento das
expectativas inflacionárias. Alguns países, como a Argentina, já adotaram a política
de congelamento como estratégia para conter a disparada inflacionária, controlando
as revisões de tarifas e preços, gerando sucessivas e cumulativas perdas para
produtores. Considere que essa seja uma conduta adotada no Brasil, de modo que a
O mesmo entendimento pode ser adotado nesta questão, o que nos leva a
considerar correta a alternativa “c”.
Quanto às demais, na opção “a” o erro é que não é vedado ao Estado
intervir na ordem econômica, mas, para tanto, deve respeitar os princípios da
livre iniciativa, livre concorrência, defesa do consumidor, dentre outros, nos
termos do art. 170 e 174 da CF.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.
(...)
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Na opção “b”, o erro é que a responsabilidade do Estado, no caso, é de
natureza objetiva. Na opção “d”, o erro é que cabe sim a responsabilização
extracontratual da Administração Pública na situação narrada, conforme
reconhecido pelo STF. E, por fim, na opção “e”, o erro é que, para se
40. (FCC – TRT3 2015) Uma empresa estatal, delegatária de serviço de transporte
urbano intermunicipal, foi acionada judicialmente por sucessores de um suposto
passageiro que, no trajeto entre duas estações, juntou-se a um grupo de
clandestinos para a prática de “surf ferroviário”, mas acabou se acidentando
fatalmente. O resultado da ação é de provável
a) procedência, tendo em vista que a responsabilidade das estatais é regida pela
teoria do risco integral, de modo que é prescindível a demonstração de culpa do
passageiro.
b) improcedência, tendo em vista que as concessionárias de serviço público não
respondem objetivamente, mas sim subjetivamente, tendo em vista que são
submetidas a regime jurídico de direito privado.
c) improcedência, pois a modalidade objetiva de responsabilidade a que se sujeitam
as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público não afasta a
incidência das excludentes de responsabilidade, tais como a culpa exclusiva da
vítima.
d) procedência, mas como não foi comprovada a condição de passageiro da vítima,
a ação deve se processar como responsabilidade subjetiva, cabendo aos
41. (ESAF MDIC 2012) Assinale a opção em que a responsabilidade civil dar-se-á
de forma subjetiva.
a) Responsabilidade pela omissão também chamada de serviço deficiente ou falta
do serviço.
b) Responsabilidade do Estado pelo ato comissivo ensejador de dano que seu
agente cause a terceiro.
c) Responsabilidade dos prestadores de serviço público por ato comissivo causador
de dano ao usuário do serviço.
42. (ESAF – IRB 2006) Caio, servidor público federal efetivo e regularmente
investido na função pública, motorista da Presidência da República, ao dirigir carro
oficial em serviço, dorme ao volante e atropela uma pessoa que atravessava,
prudentemente, em uma faixa de pedestres em Brasília, ferindo-a.
Considerando essa situação hipotética e os preceitos, a doutrina e a jurisprudência
da responsabilidade civil do Estado, assinale a única opção correta.
a) Na hipótese, há aplicação da teoria do risco integral.
b) A teoria aplicada ao caso para a responsabilização do Estado é a subjetiva.
c) No âmbito de ação indenizatória pertinente e após o seu trânsito em julgado, Caio
nunca poderá ser responsabilizado, regressivamente, caso receba menos de dois
salários mínimos.
45. (ESAF – SEFAZ/CE 2007) A teoria que responsabiliza o Estado pelos danos
que seus agentes causarem a terceiros sem admitir qualquer excludente de
responsabilidade em defesa do Estado denomina-se teoria
a) objetiva.
b) subjetiva.
c) da falta do serviço.
d) da irresponsabilidade.
e) do risco integral.
Comentário: Trata-se da teoria do risco integral (opção “e”) empregada de
forma restrita em nosso ordenamento jurídico, como nos danos nucleares,
ambientais e atentados terroristas a aeronaves brasileiras.
Gabarito: alternativa “e”
46. (ESAF – CGU 2006) No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano
causado a outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido
culposa ou dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter havido
a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano.
b) condenação do Estado a indenizar o paciente.
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente.
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente.
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano.
Comentário: Para entrar com a ação de regresso contra o agente, a
pessoa jurídica (entidade pública ou delegatária de serviços públicos) deverá
comprovar que já foi condenada judicialmente a indenizar o particular que
sofreu o dano. Isso porque o direito de regresso nasce com o trânsito em
julgado da decisão condenatória prolatada na ação de indenização. Portanto,
pode-se afirmar que o requisito essencial para a ação regressiva é a
condenação do Estado a indenizar o paciente (opção “b”). Perceba que o
JURISPRUDÊNCIA
art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional (e-STJ fls. 363).” 4. Agravo
Regimental a que se nega provimento.
4. Tanto por se tratar de serviço delegado, como pela norma legal em comento,
não há como imputar eventual responsabilidade pelos serviços notariais
e registrais diretamente ao Estado. Ainda que objetiva a responsabilidade da
*****
Bons estudos!
Erick Alves
RESUMÃO DA AULA
TEORIAS SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da irresponsabilidade: o Estado não pode ser responsabilizado (Estados absolutistas; jamais existiu no
Brasil).
Responsabilidade subjetiva: a responsabilidade do Estado depende da comprovação de culpa.
▪ Teoria da culpa comum ou civilista: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa do seu
agente. Apenas atos de gestão, mas não atos de império.
▪ Teoria da culpa administrativa: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa da
Administração (falta do serviço). Aplicável nos casos de omissão na prestação de serviço público.
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade do Estado independe da comprovação de culpa. Basta existir o
dano, o fato do serviço e o nexo causal entre eles:
▪ Teoria do risco administrativo: admite excludentes -> aplicada como regra
▪ Teoria do risco integral: não admite excludentes -> apenas casos excepcionais: danos nucleares,
ambientais e ataques terroristas a aeronaves brasileiras.
A responsabilidade do Estado é objetiva: o Estado responde pelos danos causados por seus agentes
independentemente de culpa.
A responsabilidade do agente é subjetiva: agente responde ao Estado, em ação regressiva, só se agir com
dolo ou culpa.
A ação regressiva depende da condenação da pessoa jurídica a indenizar a vítima (trânsito em julgado);
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
▪ Culpa exclusiva da vítima (em caso de culpa concorrente, a responsabilidade é atenuada,
proporcionalmente);
▪ Caso fortuito e força maior (eventos externos);
▪ Evento exclusivo de terceiros, inclusive multidões;
O ônus da prova é da Administração!
5. (FGV – OAB 2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando
estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e
acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera.
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado
(A) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros.
(B) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral.
(C) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha
condições financeiras.
(D) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou
nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.
7. (Cespe – PC/CE 2012) A responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a
sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e nexo de
causalidade.
11. (Cespe – PC/BA 2013) O corte de energia elétrica por parte da concessionária de
serviço público presume a existência de dano moral, sendo desnecessária a comprovação
dos prejuízos sofridos à honra objetiva de empresa ou usuário afetado pela interrupção do
serviço.
12. (Cespe – TCDF 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por
fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.
14. (Cespe – TJDFT 2013) Se um particular sofrer dano quando da prestação de serviço
público, e restar demonstrada a culpa exclusiva desse particular, ficará afastada a
responsabilidade da administração. Nesse tipo de situação, o ônus da prova, contudo,
caberá à administração.
15. (Cespe – MIN 2013) Considere que um particular, ao avançar o sinal vermelho do
semáforo, tenha colidido seu veículo contra veículo oficial pertencente a uma autarquia que
trafegava na contramão. Nessa situação, o Estado deverá ser integralmente
responsabilizado pelo dano causado ao particular, dado que, no Brasil, se adota a teoria da
responsabilidade objetiva e, de acordo com ela, a culpa concorrente não elide nem atenua a
responsabilidade do Estado de indenizar.
17. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Caso ocorra o suicídio de um detento dentro de
estabelecimento prisional mantido pelo Estado, a administração pública, segundo
entendimento recente do STJ, estará, em regra, obrigada ao pagamento de indenização por
danos morais.
18. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com veículo
particular que tenha ultrapassado cruzamento no sinal vermelho e o fato ocasione sérios
19. (Cespe – TRT10 2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de
determinado município é acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus
moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores preponderantes causadores das
enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas
vias públicas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso algum cidadão pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor ação
contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público responsável, visto que a
responsabilidade civil na situação hipotética em apreço é solidária.
20. (Cespe – GDF 2013) Aplica-se a prescrição quinquenal no caso de ação regressiva
ajuizada por autarquia estadual contra servidor público cuja conduta comissiva tenha
resultado no dever do Estado de indenizar as perdas e danos materiais e morais sofridos
por terceiro.
21. (Cespe – MDIC 2014) Considere que o motorista de um veículo oficial de determinado
ministério, ao trafegar em velocidade acima do limite legal, tenha colidido contra um veículo
de particular que estava devidamente estacionado. Nessa situação, embora o Estado seja
obrigado a indenizar o dano, somente haverá o direito de regresso do Estado caso se
comprove o dolo específico na conduta do servidor.
22. (Cespe – TCDF 2014) De acordo com o sistema da responsabilidade civil objetiva
adotado no Brasil, a administração pública pode, a seu juízo discricionário, decidir se intenta
ou não ação regressiva contra o agente causador do dano, ainda que este tenha agido com
culpa ou dolo.
23. (Cespe – MTE 2014) O servidor que, por descumprimento de seus deveres funcionais,
causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação regressiva.
25. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que o Poder Judiciário tenha determinado prisão
cautelar no curso de regular processo criminal e que, posteriormente, o cidadão aprisionado
tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do
STF, não se pode alegar responsabilidade civil do Estado, com relação ao aprisionado,
apenas pelo fato de ter ocorrido prisão cautelar, visto que a posterior absolvição do réu pelo
júri popular não caracteriza, por si só, erro judiciário.
26. (Cespe – TCDF 2014) Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado quando, em
processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida pela parte.
27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que o TJDFT, por intermédio de um oficial de justiça,
no exercício de sua função pública, pratique ato administrativo que cause dano a terceiros.
Nessa situação, não se aplicam as regras relativas à responsabilidade civil do Estado, já
que os atos praticados pelos juízes e pelos auxiliares do Poder Judiciário não geram
responsabilidade do Estado.
28. (ESAF – PGFN 2007) Caberá ao Ministro de Estado da Fazenda definir as normas
para a operacionalização da assunção, pela União, de responsabilidades civis perante
terceiros no caso de atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos.
29. (FCC – TRT15 2015) Os princípios que informam a atuação da Administração pública,
embora possam ser isoladamente identificados como parâmetros para controle das funções
executivas, na maior parte das vezes expressam-se por meio de normas que não lhes
fazem alusão direta. Como exemplo da presença implícita do princípio que se destaca nas
diversas atribuições e obrigações da Administração pública pode-se mencionar a
a) responsabilidade civil do Estado sob a modalidade objetiva, em decorrência da prática de
atos lícitos, que bem representa o conteúdo do princípio da isonomia, de forma a evitar a
distribuição desigual dos ônus entre os administrados.
b) responsabilidade civil do Estado sob a modalidade objetiva, como forma de expressão do
princípio da moralidade, na medida em que seria excessivo exigir do administrado
demonstrar culpa do agente público em determinado evento.
c) ação regressiva cabível em face dos agentes públicos causadores de danos que tenham
sido ressarcidos pelo Estado sob a modalidade da responsabilidade objetiva, como forma de
manifestação do princípio da eficiência, na medida em que permite o atingimento de dupla
finalidade, financeira e disciplinar.
d) modalidade objetiva de responsabilização do Estado, em que não há culpa nem é
necessário demonstrar o nexo causal, como expressão do princípio da impessoalidade, visto
que independe da identificação do agente público.
e) ação regressiva em face do agente público causador dos danos, sob a modalidade
objetiva, como expressão do princípio da legalidade, na medida em que a atuação ilícita
deve ser sancionada e o prejuízo reparado.
30. (FCC – Defensor Público SP 2015) Considere as assertivas abaixo acerca do tema
Responsabilidade Civil do Estado.
I. A Constituição Federal define, em seu artigo 37, § 6º, o instituto da responsabilidade
extracontratual objetiva às pessoas jurídicas de direito público interno e, com relação às
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade
subjetiva, facultando, em ambos os casos, ação de regresso em face do funcionário
responsável pela ocorrência.
II. Para configurar a hipótese de responsabilidade objetiva do Estado deverão concorrer
requisitos, quais sejam o fato administrativo, assim compreendido o comportamento de
agente do Poder Público, independentemente de culpa ou dolo, ainda que fora de suas
funções, mas a título de realizá-las, o dano, patrimonial ou moral, que acarrete um prejuízo
ao administrado e a relação de causalidade entre o fato e o dano percebido.
III. Em princípio, os atos judiciais, aqueles praticados por membros do Poder Judiciário
como exercício típico da função jurisdicional, não acarretam a responsabilização objetiva do
Estado em indenizar o jurisdicionado, salvo nas hipóteses de erro judiciário, prisão além do
período definido em sentença e em outros casos expressos em lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I.
e) III.
a) possuiria chance de êxito caso tivesse sido ajuizada em face da empreiteira responsável
pela obra, tendo em vista que os danos foram causados pela mesma.
b) deve ser improcedente, posto que incide hipótese de excludente de responsabilidade, na
medida em que se configura o exercício regular das competências do município, que
somente responderia diante de comprovada culpa ou dolo.
c) pode ser procedente, comprovados os danos excepcionais e extraordinários impostos à
empresa, ensejando a responsabilidade objetiva do município.
d) pode ser procedente se for comprovada culpa do município, tendo em vista que a causa
de pedir reside em ato omissivo do ente público.
e) não possui chances de êxito, tendo em vista que inexistiu ilicitude na conduta do ente
público, que estava regular e licitamente implementando política pública de inegável
interesse público.
36. (FCC – Procurador São Luís 2016) Não é inusitado dentre os países da América do
Sul passar por graves crises econômicas, experimentando trajetória de alta dos preços de
produtos de consumo em massa, o que ocasiona aumento das expectativas inflacionárias.
Alguns países, como a Argentina, já adotaram a política de congelamento como estratégia
para conter a disparada inflacionária, controlando as revisões de tarifas e preços, gerando
sucessivas e cumulativas perdas para produtores. Considere que essa seja uma conduta
adotada no Brasil, de modo que a Administração pública federal, pelas vias legalmente
previstas, impeça repasse de perdas inflacionárias e aumentos reais de preços nos produtos
da cesta básica, bem como que congele tarifas de serviços públicos. Sob o prisma dos
envolvidos na produção, distribuição ou comercialização dos referidos produtos e serviços,
com base no ordenamento jurídico pátrio,
37. (FCC – TCE/CE 2015) Emengardo sofre acidente de veículo e é levado ao hospital
público local. No hospital, após aguardar 5 horas por atendimento médico sem recebê-lo,
Emengardo vem a falecer. Neste caso, pela morte de Emengardo, o Estado
a) tem responsabilidade solidária.
b) tem responsabilidade integral.
c) não tem responsabilidade.
d) tem responsabilidade subsidiária.
e) tem responsabilidade subjetiva.
39. (FCC – Manausprev 2015) Uma empresa privada, concessionária de serviço público
de distribuição de gás, está sendo processada em ação de indenização movida por um
administrado que se feriu gravemente ao cair em um bueiro que estava com a tampa
deslocada. Pretende o administrado a responsabilização objetiva da empresa. A decisão de
processar a concessionária de serviço público
a) não é coerente com o ordenamento jurídico, que restringe a responsabilidade objetiva ao
Estado.
b) possui amparo no ordenamento jurídico, mas a empresa responde sob a modalidade
subjetiva, porque tem personalidade jurídica de direito privado.
c) não possui amparo legal, tendo em vista que se tratou de evento de força-maior,
inevitável e imprevisível.
d) não possui amparo no ordenamento jurídico pois deveria ter sido ajuizada em face da
concessionária e do Estado, vez que há solidariedade na responsabilidade.
e) possui amparo no ordenamento jurídico vigente, vez que as concessionárias de serviço
público respondem objetivamente pelos danos que causarem no desempenho de suas
atividades.
40. (FCC – TRT3 2015) Uma empresa estatal, delegatária de serviço de transporte urbano
intermunicipal, foi acionada judicialmente por sucessores de um suposto passageiro que, no
trajeto entre duas estações, juntou-se a um grupo de clandestinos para a prática de “surf
ferroviário”, mas acabou se acidentando fatalmente. O resultado da ação é de provável
a) procedência, tendo em vista que a responsabilidade das estatais é regida pela teoria do
risco integral, de modo que é prescindível a demonstração de culpa do passageiro.
b) improcedência, tendo em vista que as concessionárias de serviço público não respondem
objetivamente, mas sim subjetivamente, tendo em vista que são submetidas a regime
jurídico de direito privado.
c) improcedência, pois a modalidade objetiva de responsabilidade a que se sujeitam as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público não afasta a incidência
das excludentes de responsabilidade, tais como a culpa exclusiva da vítima.
d) procedência, mas como não foi comprovada a condição de passageiro da vítima, a ação
deve se processar como responsabilidade subjetiva, cabendo aos sucessores do falecido
comprovar que houve culpa dos agentes da delegatária de serviço público.
e) improcedência, tendo em vista que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público respondem objetivamente por danos causados às vítimas, mas, como se
trata de norma excepcional, no caso de falecimento, esse direito não se transfere aos
sucessores, que podem apenas deduzir pleito de responsabilidade subjetiva em face da
delegatária.
41. (ESAF MDIC 2012) Assinale a opção em que a responsabilidade civil dar-se-á de
forma subjetiva.
a) Responsabilidade pela omissão também chamada de serviço deficiente ou falta do
serviço.
b) Responsabilidade do Estado pelo ato comissivo ensejador de dano que seu agente cause
a terceiro.
c) Responsabilidade dos prestadores de serviço público por ato comissivo causador de dano
ao usuário do serviço.
d) Responsabilidade pela omissão ensejadora de serviço deficiente, ocasionando dano
nuclear.
e) Responsabilidade pela atuação omissiva do Estado no seu dever de assegurar a
integridade de pessoas ou coisas.
42. (ESAF – IRB 2006) Caio, servidor público federal efetivo e regularmente investido na
função pública, motorista da Presidência da República, ao dirigir carro oficial em serviço,
dorme ao volante e atropela uma pessoa que atravessava, prudentemente, em uma faixa de
pedestres em Brasília, ferindo-a.
Considerando essa situação hipotética e os preceitos, a doutrina e a jurisprudência da
responsabilidade civil do Estado, assinale a única opção correta.
a) Na hipótese, há aplicação da teoria do risco integral.
b) A teoria aplicada ao caso para a responsabilização do Estado é a subjetiva.
c) No âmbito de ação indenizatória pertinente e após o seu trânsito em julgado, Caio nunca
poderá ser responsabilizado, regressivamente, caso receba menos de dois salários
mínimos.
d) Caso Caio estivesse transportando material radioativo, indevidamente acondicionado, que
se propagasse no ar em face do acidente, o Estado só poderia ser responsabilizado pelo
dano oriundo do atropelamento.
e) Na teoria do risco administrativo, há hipóteses em que, mesmo com a responsabilização
objetiva, o Estado não será passível de responsabilização.
43. (ESAF – GDF 2013) A respeito da Responsabilidade Civil do Estado, analise os itens
a seguir:
I. O Distrito Federal responde pelos danos que seus servidores, nessa qualidade, causarem
a terceiro por culpa exclusiva da vítima;
II. A responsabilidade civil do agente público, em face de ação regressiva perante a
Administração Pública, é objetiva;
III. De acordo com recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, reconheceu-se culpa
exclusiva da vítima, que foi atropelada em linha férrea, utilizando passagem clandestina
aberta no muro sem conservação e sem fiscalização da empresa ferroviária;
IV. Haverá responsabilidade civil objetiva do Estado, de acordo com posicionamento do
Superior Tribunal de Justiça, no caso de presidiário que se suicidou no estabelecimento
prisional, tendo em vista que é dever do Estado proteger seus detentos, inclusive contra si
mesmo;
V. Com referência à Responsabilidade do Estado por atos jurisdicionais, na jurisprudência
brasileira, como regra, prevalece a admissibilidade da responsabilidade civil, devendo a
ação ser proposta contra a Fazenda Estadual, a qual tem o direito de regresso contra o
magistrado responsável, nos casos de dolo ou culpa.
45. (ESAF – SEFAZ/CE 2007) A teoria que responsabiliza o Estado pelos danos que seus
agentes causarem a terceiros sem admitir qualquer excludente de responsabilidade em
defesa do Estado denomina-se teoria
a) objetiva.
b) subjetiva.
c) da falta do serviço.
d) da irresponsabilidade.
e) do risco integral.
46. (ESAF – CGU 2006) No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano causado a
outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido culposa ou
dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter havido
a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano.
b) condenação do Estado a indenizar o paciente.
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente.
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente.
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano.
Após a análise das opções, assinale aquela que apresenta a sequência correta.
( ) Segundo a posição majoritária da doutrina administrativista, o fato de ser atribuída
responsabilidade objetiva a pessoa jurídica não significa exclusão do direito de agir
diretamente contra aquele agente do Poder Executivo que tenha causado o dano.
( ) O cidadão prejudicado pelo evento danoso poderá mover ação contra pessoa jurídica de
direito público e contra o agente do Poder Executivo responsável pelo fato danoso em
litisconsórcio facultativo, já que são eles ligados por responsabilidade solidária.
( ) Como a responsabilidade do agente causador do dano acompanha a responsabilização
do Estado, será cabível ação de regresso quando o Estado houver sido responsabilizado
objetivamente ainda que o agente não tenha agido com dolo ou culpa.
( ) São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao Erário movidas pelo Estado contra
seus servidores que tenham praticado ilícitos dos quais decorram prejuízos aos cofres
públicos.
a) V, V, V, V
b) F, V, V, V
c) V, F, V, V
d) V, V, F, V
e) V, V, V, F.
50. (Cespe – TRE/MS 2013) Determinada professora da rede pública de ensino recebeu
ameaças de agressão por parte de um aluno e, mais de uma vez, alertou à direção da
escola, que se manteve omissa. Nessa situação hipotética, caso se consumem as
agressões, a indenização será devida
a) pelo Estado, objetivamente.
b) pelos pais do aluno e pelo Estado em decorrência do sistema de compensação de culpas.
c) pelo Estado, desde que presentes os elementos que caracterizem a culpa.
d) pelos pais do aluno e, subsidiariamente, pelo Estado.
e) pelos pais do aluno, em virtude do poder familiar.
51. (Cespe – DP/AC 2012) Em uma escola pública localizada no interior de determinado
estado da Federação, um aluno efetuou disparo de arma de fogo, dentro da sala de aula,
contra a professora, ferindo-a em um dos ombros.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta no que se refere aos danos
causados à professora.
a) Não há responsabilidade civil do Estado, por terem sido os referidos danos causados por
terceiro.
b) Não há responsabilidade civil do Estado, dada a não configuração de dano direto.
c) Há responsabilidade civil objetiva do Estado.
d) Há responsabilidade civil subjetiva do Estado.
e) Há responsabilidade civil indireta do Estado.
GABARITO
2) E 3) E 4) E 5) d
1) E
7) C 8) C 9) E 10) C
6) C
12) C 13) C 14) C 15) E
11) E
17) C 18) E 19) E 20) E
16) C
22) E 23) E 24) E 25) C
21) E
27) E 28) C 29) a 30) c
26) C
32) d 33) e 34) c 35) a
31) e
37) e 38) c 39) e 40) c
36) c
42) e 43) d 44) c 45) e
41) a
47) d 48) d 49) d 50) c
46) b
51) c
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo: Método,
2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista Digital
de Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.