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CURSO PREPARATORIO PEDRO GOMES

PROFESSOR: JUANIL BARROS


GEOGRAFIA DO BRASIL - PRF 2018

MIGRAÇÕES INTERNAS: TRADIÇÃO HISTÓRICA: determinado produto ou atividade, favoreceu essa mobilidade,
Causas: pois as pessoas são sempre atraídas por fatores como emprego,
A mobilidade interna do povo brasileiro sempre esteve ligada ao facilidade de obter terras ou de enriquecer rapidamente.
processo de povoamento de um enorme território. A sucessão dos
ciclos ou períodos da economia brasileira, sempre ligados a um

HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS N0 BRASIL


Século Características
SÉCULO CARACTERÍSTICAS
XVI e XVII Saída de nordestinos da Zona da Mata rumo ao Sertão, atraídos pela expansão da pecuária.
XVIII Saída de nordestinos e paulistas rumo à região mineradora (Minas Gerais).
XIX Saída de mineiros rumo ao interior paulista, atraídos pela expansão do café.
XIX Saída de nordestinos rumo à Amazônia para trabalhar na extração da borracha.
XX - Saída de nordestinos rumo ao Centro-Oeste (Goiás) para trabalhar na construção de Brasília. Este período ficou
Década conhecido como a Marcha para o Oeste, e os migrantes como candangos.
de 1950
Décadas Saída de nordestinos (principalmente) rumo ao Sudeste, motivada pela industrialização. As cidades de São Paulo e
de 1950 e do Rio de Janeiro receberam o maior fluxo de migrantes.
1960
Décadas Saída de nordestinos que continuaram migrando para o Sudeste, o Centro-Oeste (Mato Grosso) e o Sul (Paraná). A
de 1960 e partir de 1967, com a criação da Zona Franca de Manaus, ocorreu intensa migração de nordestinos rumo à Amazônia
1970 (principalmente Manaus). Em grande parte, foi uma migração orientada pelo Governo Federal.
Décadas Migrações de sulistas rumo ao Centro-Oeste (agropecuária) e de nordestinos rumo à Amazônia (agropecuária e
de 1970 a garimpos). Em consequência, o Norte e o Centro-Oeste foram, respectivamente, as i regiões que apresentaram o
1990 maior crescimento populacional do Brasil, nas últimas décadas.

Principais tipos de migrações internas cafeeira e a industrialização —, além da descoberta do ouro no


As migrações internas no Brasil caracterizam-se por dois período colonial. Por esses fatores e por ter abrigado a capital
tipos principais: a inter-regional e a inter-regional. federal (a cidade do Rio de Janeiro) até o início da década de
 Migração inter-regional é entendida como a 1960, o Sudeste tornou-se o centro econômico do país e, em
movimentação de pessoas dentro de uma mesma região. consequência, a maior região de atração populacional do Brasil,
Desde a década de 1990, essa dinâmica tem sido principalmente até a década de 1980.
caracterizada pela saída de pessoas das pequenas cidades, De maneira geral, nos dois casos de migração, a
principalmente na região Nordeste, rumo às suas respectivas população se movimenta de áreas rurais para áreas urbanas,
capitais, onde a possibilidade de novas oportunidades é maior. de áreas rurais para áreas rurais e de áreas urbanas para áreas
E também pela saída de pessoas das metrópoles nacionais urbanas.
localizadas no Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, rumo A saída da população das zonas rurais para as zonas
às cidades médias do próprio Sudeste, em busca de melhor urbanas — êxodo rural — é o principal movimento populacional
qualidade de vida. Neste tipo de migração, é comum interno brasileiro, tanto em nível inter-regional como inter-
trabalhadores de áreas agrícolas partirem para outras regiões, regional.
onde há necessidade de mão de obra para o cultivo de algum As difíceis condições dos moradores das áreas rurais,
produto (períodos de safra). São os movimentos sazonais, como a concentração de terras, superexploração da mão de
assim chamados por se realizarem conforme as estações de obra, poucas oportunidades de trabalho para os jovens, secas
plantio e colheita. Em geral, nos movimentos sazonais, as prolongadas, baixos salários, mecanização de algumas
pessoas retornam ao local de origem quando as condições que lavouras e, principalmente, a industrialização que se acentuou
motivaram a saída temporária são resolvidas. Um exemplo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), constituem as
desse tipo de migração ocorre entre os trabalhadores sem principais causas do intenso êxodo rural brasileiro. A falsa
qualificação profissional que residem entre o Agreste e o Sertão ilusão de melhores condições de vida na cidade, como bons
nordestino (os corumbás) e se deslocam até a Zona da Mata empregos nas indústrias e serviços, salários mais altos, maior
(faixa litorânea) para realizar o corte da cana. Após a safra, acesso à assistência médica e educação, também foi um
geralmente depois de alguns meses, retornam aos seus locais atrativo que provocou a mudança de populações do campo para
de origem. Um tipo de movimento populacional muito comum é a cidade.
o deslocamento dos boias-frias, trabalhadores que vivem em O êxodo rural, a partir das décadas de 1950 e 1960, deu
cidades, mas se deslocam para trabalhar no campo. início ao intenso processo de urbanização, que se caracterizou
pelo grande crescimento da população urbana e a diminuição
 Migração inter-regional é o deslocamento de pessoas proporcional da população rural. Outra consequência desse
entre as regiões brasileiras. movimento migratório foi o surgimento, nos grandes centros
Esse tipo de migração continua sendo o mais típico e, urbanos, de uma vasta massa de excluídos que passou a
quantitativamente, o mais expressivo dentre as transferências habitar as periferias das grandes cidades, em bairros
populacionais no interior do Brasil. desprovidos de infraestrutura, de transportes e de saneamento
Durante meio século de história, a região Nordeste, que básico, muitas vezes formando as chamadas favelas. Houve
não voltou a ter a mesma importância econômica após o também os casos dos migrantes que ficaram em pior situação
declínio da economia açucareira (nos séculos XVI e XVII), e, sem alternativa, tiveram de viver nas ruas.
caracterizou-se como região de expulsão populacional. Veja na tabela a seguir como variou a taxa de imigração líquida
Primeiro, para a região Sudeste; depois, para as novas entre 1950 e 1980.
fronteiras agrícolas das regiões Norte e Centro-Oeste.
A região Sudeste, ao contrário, viveu dois momentos
fundamentais para a economia brasileira — a economia
Migrações na década de 2000
Nessas décadas, observam-se mudanças significativas
na dinâmica espacial da população brasileira:
 a diminuição da migração interna rumo ao Sudeste, como
reflexo do aumento das migrações inter-regionais;
 grande aumento da procura pelas regiões Centro- -Oeste
e Norte;
 a diminuição da migração interna rumo às duas metrópoles
nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro. Verifica-se essa
tendência comparando com outras capitais e cidades de
médio porte;
 a volta de nordestinos aos seus estados de origem também
foi significativa e, principalmente a busca pelas capitais da
região, como Fortaleza, Salvador e Recife, começam a
mudar o perfil de área de expulsão populacional.
De acordo com o Censo de 2010, a situação da
Taxa de imigração líquida: relação entre o número de não mobilidade populacional interna no Brasil era:
naturais de uma região e o total de população residente nessa  do total da população, 78,2 milhões de pessoas
região. (40,1%) não moravam na cidade onde nasceram,
contra 117 milhões (59,9%) naturais do município. O
Com o aumento do número de habitantes vivendo nas maior ponto de atração estava nas cidades médias,
periferias das grandes cidades, passaram a ser comuns que ofereciam bons serviços e melhor qualidade de
movimentos diários de pessoas que saem de bairros periféricos vida;
para trabalhar em áreas centrais. Esses movimentos são  os brasileiros, em sua maioria (84,5%), viviam no
chamados pendulares, por lembrar o mecanismo do pêndulo de estado onde nasceram;
um relógio (que vai e vem).  a região Centro-Oeste e alguns estados da região
A partir dos anos 1960 ocorreram grandes fluxos Norte apresentavam os maiores percentuais de
migratórios rumo ao Norte e ao Centro-Oeste, provocando um migrantes, o que é explicado como consequência da
expressivo crescimento populacional nessas regiões. As expansão das fronteiras agrícolas; a região Nordeste,
migrações internas para o Norte e o Centro- -Oeste foram devido aos problemas socioeconômicos, foi a que
influenciadas pelo Governo Federal, sob comando dos apresentou o menor número de migrantes.
militares, durante a ditadura militar (1964-1985). Nesse período,
os projetos de migração estavam baseados no
desenvolvimento de grandes obras, como as rodovias
Transamazônica (região Norte) e Cuiabá-Santarém (regiões
Centro-Oeste e Norte, respectivamente), e um projeto de
colonização que fixaria os novos migrantes em uma faixa de 10
km ao longo dessas rodovias.
Posteriormente, da década de 1980 em diante projetos
agropecuários, de mineração, tanto do governo brasileiro
quanto de empresas estrangeiras, e a possibilidade de
enriquecimento por meio de garimpos, atraíram milhares de
nordestinos e sulistas para as regiões Norte e Centro-Oeste. Os
intensos fluxos migratórios para essas áreas, que ficaram
conhecidas como novas fronteiras agrícolas, foram os
responsáveis por torná-las as de maior crescimento
populacional no Brasil, conforme os últimos censos
demográficos.

As migrações internas no século XXI


Mais recentemente, a partir da década de 1990 e da
primeira década do século XXI, algumas tendências passaram
a caracterizar os movimentos migratórios internos no Brasil.
Veja nos mapas abaixo para onde se dirigiam as migrações
internas nas décadas de 1990 e 2000.

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