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Carabina de Ar Gamo mod. 400 (Rev. 1)
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Ultimamente tem crescido, nos clubes e estandes de tiro, a procura pela prática do tiro com carabinas
de ar comprimido. Nada de muito estranho nisso, uma vez que moramos em um país onde a prática
do tiro enfrenta mil e uma dificuldades, legais e financeiras. Com o aumento do controle de posse e
porte de armas e munições, desencadeado com o Estatuto do Desarmamento, os praticantes do tiro
esportivo se viram às voltas com exigências legais caras e absurdas, tornando a entrada de novatos,
no esporte, proibitiva. Além disso, a alíquota do IPI que o Governo aplica sobre armas serve como
mais um elemento inibidor. O tiro com armas de ar comprimido é, então, uma excelente alternativa
porque, com pouco investimento e nenhum entrave legal ou burocrático, qualquer cidadão maior que
18 anos pode comprar sua arma e começar a praticar em alguns dos inúmeros clubes existentes no
país. Além disso, além de divertido, a munição é farta e barata.
Nesses últimos 50 anos, as fábricas Rossi, CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) e Urko
ofereceram uma gama interessante de modelos, onde variava‑se o comprimento do pistão e do cano,
além de alguns outros detalhes. Porém, essas armas se destinavam principalmente a um mercado de
atiradores jovens, para os famosos “tiros em latinhas” e brincadeiras nos parques de diversões.
Nenhum deles se destinava a um atirador mais sério. Os gatilhos sempre foram notoriamente
pesados e os aparelhos de pontaria medíocres, em sua maioria. Na década de 70 o tradicional
fabricante espanhol de armas de ar comprimido, a Gamo, resolveu entrar no mercado brasileiro com
algo até então inexistente: uma carabina com miras reguláveis milimetricamente e gatilho com
regulagens de pressão e de curso. Apesar de ter sido bem aceita e muito bem fabricada (várias delas
ainda se encontram em uso hoje), seu preço não era competitivo frente às rivais nacionais, e a Gamo
acabou com seu negócio aqui, alguns anos depois. Nada mudou nas décadas seguintes até que, com a
abertura das importações, a Taurus, tradicional fabricante nacional de armas de fogo, resolveu trazer
os produtos da Gamo de volta para o Brasil.
A Taurus disponibiliza uma linha grande de opções dos modelos da Gamo, preenchendo as
necessidades desde de quem deseja uma arma mais sofisticada ou está apenas iniciando no esporte.
Como são produtos importados, os valores pedidos por essas armas nas lojas é, geralmente, bem
superiores aos dos produtos nacionais. Porém, os modelos que não são topos de linha podem ser
adquiridos por valores bem próximos aos das melhores carabinas nacionais, como as Montenegro da
CBC, e mesmo assim não ficam a nada a dever à elas, em qualidade e acabamento.
A GAMO 400 – PRIMEIRAS IMPRESSÕES
A carabina de ar Gamo, modelo 400
A Gamo possui tres categorias de carabinas: Hi‑Power, Standard Power e as Combos. O modelo 400
se situa na classe Standard Power. O aspecto geral da arma é muito bom, levando‑se em conta a sua
faixa de preço. Não há refinamentos como zigrinados na coronha e amortecedores de recuo, como
existem nas da linha Hi‑Power, mas a coronha oferece o perfil Monte‑Carlo e não há defeitos de
acabamento. A soleira é feita em plástico rígido, com ranhuras em alto relevo que evitam o deslizar
da peça no ombro do atirador; o guarda‑mato é de plástico mas o gatilho é feito de metal. A trava de
segurança fica situada em local muito prático; trata‑se de uma pequena “orelha” de metal, defronte
ao gatilho e que, ao ser deslocada para trás, trava a arma.
A soleira original é de plástico, mas é bem acabada. Na foto à esquerda , veja o detalhe do final da bomba – nota‑
se as ranhuras para encaixe de suportes para lunetas
O cano é em forjado em aço, com um raiamento bem visível, e possui uma manga plástica na parte
frontal, que serve como apoio e rampa para a massa de mira. A fixação do tubo de pressão (bomba) é
feita por dois parafusos laterais e inferiormente por um parafuso de grande porte, que também fixa
uma das extremidades do guarda mato. Na parte posterior do tubo, há uma peça plástica com
acabamento ranhurado, de boa aparência. O tubo também possui ranhuras superiores, nas medidas
padrão para a montagem dos suportes de lunetas telescópicas.
Adaptação feita com muita facilidade de um “recoil‑pad” , com possibilidade de ajuste em altura e com espuma
amortecedora, um produto da empresa Morgan (USA)
AS MIRAS
A Gamo 400 é fornecida originalmente com as chamadas miras de fibra ótica, tanto na alça como na
massa. A massa de mira não possui túnel, mesmo porque iria atrapalhar a iluminação do pequeno
feixe de fibra ótica de cor vermelha, com cerca de 0,5 mm de diâmetro. Na alça de mira, que possui
ajuste milimétrico tanto na lateral como na altura, possui seus botões numerados para facilitar o
ajuste e algum possível reposicionamento. Nela é que notamos um feixe de fibra ótica de cor verde,
que forma uma espécie de arco, ligando as duas extremidades entre o vão da mira, de forma que, ao
se apontar para o alvo, o ponto vermelho da massa de mira se posiciona bem ao centro dos dois
pontos verdes da alça, propiciando uma visada confortável, mesmo com baixa luminosidade.
Detalhe da massa de mira com túnel opcional e sem uso de fibra ótica e das peças da mira nas opções com fibra
Detalhe da massa de mira com túnel opcional e sem uso de fibra ótica e das peças da mira nas opções com fibra
ótica. A substituição desses acessórios é muito simples e feita em minutos.
Tanto a alça como a massa de mira são feitas em plástico, com exceção da mola de fixação ao cano,
fixação essa feita por encaixe, mas que seria preferível fosse parafusada, para se evitar pequenos
desajustes laterais. Os ajustes milimétricos são clicados, de bastante sensibilidade mas ao mesmo
tempo, firmes. Para os atiradores que não se habituam com os pontos luminosos da fibra ótica, a
Gamo fornece opcionalmente as peças em separado, que qualquer atirador substitui com facilidade,
sem a necessidade de ferramentas especiais.
Detalhe da alça de mira sem uso de fibra ótica – regulagem milimétrica de boa qualidade com cliques firmes que
não saem da posição com facilidade.
Se você pretende utilizar lunetas telescópicas em qualquer carabina de ar comprimido, de
funcionamento por pistão, como é o caso da Gamo 400 e todas as demais de fabricação nacional,
tenha em mente um detalhe importante que muita gente menospreza: escolha uma luneta cujo
fabricante indique o uso em armas como essas. Apesar de que as carabinas de ar comprimido não
terem recuo da forma como conhecemos nas armas de fogo, possuem uma vibração inerente ao
sistema, devido ao grande deslocamento de uma potente mola, de um pistão de massa razoável, além
de um impacto final do curso nada desprezível. Lunetas não fabricadas especificamente para esses
tipos de carabinas poderão ter, a curto prazo, danos internos por deslocamento de elementos óticos.
Uma solução para o uso da massa de mira de fibra ótica com proteção – um túnel do tipo vazado, permitindo a
entrada de luz
ATIRANDO COM A GAMO
O sistema de gatilho dessa carabina é seu ponto forte. Ao contrário de uma prática comum de outros
fabricantes, que reserva detalhes mais sofisticados para seus modelos mais caros, a Gamo emprega o
mesmo sistema de gatilho em toda a sua linha. Esse sistema é surpreendentemente bem projetado,
acima da média até para algumas carabinas de calibre .22LR. Comparados aos projetos utilizados nas
concorrentes nacionais CBC Montenegro, Urko e Rossi, a supremacia desse sistema deixa‑os “a ver
navios”. Não é só o fato de possuir regulagem para o curso do gatilho, mas também por ser muito
macio, mesmo se levando em conta a tremenda pressão que sua armadilha suporta quando a mola
está em sua compressão máxima.
Acima, detalhe do muito bem elaborado sistema de gatilho, acima da média dos habitualmente usados em armas
dessa faixa de preço. A tecla deveria ser, entretanto, pouco mais alongada, para não “morder” o dedo no guarda‑
mato. Em baixo, detalhe da parte inferior, onde se vê o parafuso de regulagem do curso do gatilho.
Isso faz desta arma um prazer em atirar e, consequentemente acertar, pois gatilhos pesados demais
interferem numa boa performance do atirador. O único ponto negativo desse sistema é, ao nosso ver,
a própria tecla do gatilho, que deveria ser desenhada para ser um pouco mais longa e com uma
terminação mais arredondada. Em alguns casos, essa tecla tende a beliscar levemente o dedo do
atirador quando em seu curso máximo.
O sistema de armar, que é o padrão nesse tipo de arma, também é muito macio e não muito pesado,
possibilitando que mesmo garotos e garotas sintam comodidade em manuseá‑la. O garfo se armar,
sob o cano, é embutido, o que evita acidentes ao prender os dedos.
Detalhe do fecho do cano e da câmara, onde se nota claramente o raiamento
A “quebra” inicial do cano é suave e uma vez armada até o fim, é impossível de ser desarmada. O
cano necessita ser trazido de volta à sua posição fechada para que a arma dispare. Isso vem de
encontro a um fator de segurança importante, pois várias carabinas, principalmente projetos antigos,
disparavam com o cano dobrado, o que podia ferir gravemente o rosto e mãos do atirador, além de
danificar a arma, e até em alguns casos, entortando o cano.
A velocidade inicial do projétil é, segundo o fabricante, de 200 metros por segundo. Apesar de que
várias carabinas oferecem potências maiores, com velocidades beirando 350 metros/segundo, é
interessante deixar claro que para a prática de tiro ao alvo, velocidades de 180 a 200 m/s são as ideais
e indicadas. Excesso de velocidade compromete a precisão. Para quem pretende praticar “plinking”,
que é o tiro de diversão e em distâncias maiores, nada existe que abone o uso de armas com
velocidades maiores.
Dispositivo de segurança que evita o disparo acidental da arma com o cano parcialmente ou totalmente dobrado.
A peça corrediça ao centro da foto é puxada para tras por uma mola (1) e um ressalto bloqueia o movimento do
gatilho (2)
Na prática do tiro, em estande, na distância regulamentar de 10 metros, o grupamento conseguido
Na prática do tiro, em estande, na distância regulamentar de 10 metros, o grupamento conseguido
com a Gamo foi surpreendentemente bom. Para isso, a qualidade do chumbo utilizado é mais do que
importante, é essencial. Chumbos de fabricação nacional são abaixo da crítica. A Taurus importa
chumbos da própria Gamo, a um preço convidativo e com qualidade condizente com a arma. Porém
o uso de munição importada de nível mais alto, principalmente as da RWS e da Haendler &
Naീ�erman, fabricados na Alemanha, traz ao atirador esportivo o que há de melhor no mundo.
Seguem abaixo as características técnicas principais da Gamo 400:
Descrição
Calibres 4,5mm (.177) e 5,5mm (.22)
Velocidade inicial 200 mts/segundo
Gatilho Dois estágios com regulagens
Trava Manual
Ajustadas milimétricamente na lateral e na
Miras
elevação
Peso 2,400 Kg
Comprimento 104 cm
Coronha Tipo Montecarlo em madeira de lei
54353
Vista explodida da Gamo 400
ACESSÓRIO ESPECIAL: O GATILHO FIRELIZARD
Este novo gatilho é uma gratíssima surpresa; nos remete àquelas idéias, que são aparentemente tão
simples, que se imagina que não vão dar certo. O autor instalou e testou esse gatilho num modelo
Gamo 400, apesar de que ele serve em quase todos os modelos da Gamo. A instalação é algo que
qualquer pessoa pode fazer em casa, sem necessitar da ajuda de um armeiro.
Acompanha a tecla um pequeno manual ilustrado com fotos, com apenas 6 passos, e se leva menos
de 5 minutos para a substituição, usando‑se somente chave de fenda Philips para a desmontagem da
coronha e uma pequena chave de fenda simples para a remoção de um grampo. Na substituição,
sobram a tecla anterior, sua mola e o pino da mesma, não mais necessários. Só a retirada desta mola
já ocasiona um pequeno alívio no peso do gatilho.
Ao lado, as “sobras’ gatilho e mola com pino – a chave Allen é a que acompanha o conjunto, para os ajustes.
Há dois orifícios com um parafuso tipo Allen em cada um (acompanha uma chave para ajuste). O
parafuso frontal deve ser apertado logo após a montagem até que se elimina a folga existente, no
movimento da tecla para frente e para trás. O parafuso posterior, mais próximo da curvatura da tecla,
serve para ajuste do curso do primeiro e do segundo estágio. Pode‑se eliminar o primeiro estágio
quase que totalmente, apertando‑se este parafuso. Na maioria dos casos nem há a necessidade de se
ajustar o parafuso original de ajuste, que ainda se pode ver na foto acima, atrás do gatilho, que pode
inclusive ser retirado. Só com essa troca, a arma testada já ficou com uma pressão sobre a tecla do
gatilho extremamente boa, algo em torno de 300 a 400 gramas, uma marca dificilmente alcançada por
qualquer carabina de ar dessa categoria.
Vista lateral da Gamo 400 com o novo gatilho – um ótimo acessório que vale cada centavo.
CONCLUSÃO
Nesta categoria de carabinas e ar comprimido essa Gamo modelo 400 é uma excelente escolha. Há
vários motivos para isso: garantia fornecida pela Taurus, acabamento excelente, miras de boa
qualidade, gatilho bem elaborado, potência adequada à prática de tiro ao alvo. Com exceção das
carabinas Montenegro, da CBC, os demais fabricantes não oferecem um produto com a mesma
qualidade. Comparativamente, a CBC possui um excelente acabamento, os materiais empregados são
qualidade. Comparativamente, a CBC possui um excelente acabamento, os materiais empregados são
de muito boa qualidade e pode‑se até afirmar que, como solidez de construção, é superior à esse
modelo da Gamo. Mas as vantagens param por aí: a alça de mira é bem inferior, um modelo antigo
que a CBC ainda insiste em usar, e o gatilho é muito pesado, dentro de uma concepção que,
diferentemente do da Gamo, não permite que se consiga fazer muita coisa para melhorá‑lo. Numa
carabina de ar comprimido desta classe, a maciez e suavidade do gatilho é essencial.
Wriീ�en by Carlos F P Neto
07/08/2009 às 19:54
13 Respostas
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Thor, leva‑se em consideração que para os cartuchos originais da CBC +P é utilizada a pólvora 210
e não a 216, essa sim, usada para as cargas “normais”. A 216 é uma pólvora com tempo de
combustão muito mais curto do que a 210. O correto seria fazer testes com o cronógrafo, montar
um conjunto de cargas iniciando com 3,3 grains da 216 (0,2gr a mais do que a CBC usa) e ir
aumentando de 0,2 a 0,2, até atingir cerca de 310 m/s, que é a velocidade das cargas +P, sempre
com pontas de 95 grains.
Carlos F P Neto
28/05/2015 at 10:12
João, infelizmente não temos mais o contato da Firelizard. Grande abraço.
Carlos F P Neto
27/05/2015 at 16:32
Estou precisando de um gatilho firelizard para gamo hunter 440. Favor contatar o email:
jeliasfilho‑@hotmail.com
João Elias
26/05/2015 at 23:54
Flavio, a soleira foi adquirida da Brownell’s e é produzida pela Morgan, nos USA. É possível
adquirir pela internet, através do site da loja. Por casualidade, as dimensões dessa soleira são
muito similares à da original, de forma que ajustes foram facilitados. Abraços.
Carlos F P Neto
08/07/2014 at 11:01
Poderia indicar onde comprou a soleira e o modelo específico ? Precisou fazer ajustes ? Também
tenho uma mod 400 e gostaria de modificar !
Flavio Chaffin
Flavio Chaffin
07/07/2014 at 21:18
Olá Yuri, estamos planejando em breve um artigo sobre as carabinas de ar comprimido mais
presentes no mercado nacional. Obrigado pelo contato.
Carlos F P Neto
28/06/2014 at 15:22
Vc poderia falar sobre a gamo cfx royal?
yuri ferreira Ribeiro
28/06/2014 at 13:46
Hugo, não temos essa informação; contate o fabricante, por favor.
Carlos F P Neto
16/05/2013 at 18:17
Bom dia, gostaria de saber a medida do encaixe desta massa de mira. Obrigado.
Hugo Leonardo
16/05/2013 at 11:08
Não comercializamos armas nem peças para armas. Obrigado.
Carlos F P Neto
30/01/2012 at 10:02
gostaria de adiquiri uma massa de mira para orifle itajuba , coloquei uma alça de mira com fibra
otica
e a massa e tipo ra de andorinha nao existe peça de reposiçao. entao vi uma massa de metal que
fizerao para gamo 400 em aço com parafuso gostaria de uma, aguardo
noglio da cruz santos
29/01/2012 at 21:13
Amigo, os motivos podem ser vários; câmara já fora de medida e cartucho “estufando”, excesso
de pressão da recarga, etc. Entretanto, se você estiver utilizando munição .44‑40 recente, da CBC, e
supondo‑se que o cano esteja em ótimas condições e câmara perfeita, o que ocorre é normal.
Houve uma alteração de medidas nos cartuchos desse calibre, produção da CBC, de uns 20 anos
para cá. Munições 44 CBC antigas, das décadas de 60 a 70 não tem esse problema. Há uma
diferença de cerca de 0,18 mm na altura do pescoço do cartucho, para mais, nos cartuchos novos.
Esse problema não interfere nas carabinas Puma, pois seus canos já estão de acordo. A única
saída, delicada, é se proceder à um ajuste da câmara, com ferramenta desenvolvida para esse fim,
uma espécie de alargador que atuará somente na região afetada, trabalhando‑se somente com
abrasivos, seja lixa bem fina ou pasta de polimento de sede de válvulas de motores, por exemplo.
Ferramenteiro experiente poderá executar essa intervenção, mas há o risco de se danificar a
câmara. Não adianta recalibrar os cartuchos; já fiz testes neste sentido.
Carlos F P Neto
Carlos F P Neto
29/01/2012 at 15:30
tenho um rifle 44 . porem ta travando a munição, o rfle é antigo, será que ainda tem pessoas que
consigam recuperar??
sebastião
29/01/2012 at 2:44