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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS

CONHECIMENTOS GERAIS
HISTÓRIA

A ORIGEM DO NOME CAPÃO DO LEÃO

As narrativas sobre a origem do nome do município de “Capão do Leão” são lendas


transmitidas oralmente de uma geração para outra, na tentativa de elucidar a origem do
nome, sendo normal nas narrativas orais as modificações dos relatos, por isso existem
várias hipóteses, no entanto, observa-se a permanência de certos dados, como por
exemplo, as palavras “Capão” (significado de mato), o “Leão” (como sendo um homem ou
um animal), e também podemos observar rupturas e descontinuidades nas narrativas.
Abaixo apresento três hipóteses que estão no senso comum:
– Uma delas é que esteve por aqui um circo e deste teria fugido um leão que se
embrenhou no mato;
– A outra hipótese, é que no passado este lugar era trajeto de viajantes e tropeiros,
estes paravam num comércio no Passo das Pedras, onde o proprietário era conhecido por
Leão e como o mesmo residia num capão (pequeno mato ou intervalo de mato), tornou-se
hábito dos viajantes dizerem vamos no Capão do Leão.
– Ainda há uma narrativa contada pelo Sr. Oli, 76 anos, ex-tropeiro viajante que
atravessava o Capão do Leão trazendo gado do Herval para Pelotas, onde fazia parte do
trajeto a estrada que vai para o Cerro das Almas, isso na metade do séc. XX. Explicou que
neste período, o que era muito comentado sobre a origem do nome do município, é que um
homem havia sumido e seus familiares o procuravam sem encontrar, porém, ao observarem
o cachorro da família de nome Leão, que só vinha em casa comer e em seguida sumia,
decidiram segui-lo, encontrando-o em um capão, onde os familiares surpresos encontraram
o homem morto.
Ainda segundo o historiador Joaquim Dias, a denominação de Capão do Leão já
existia desde 1809, comprovado num documento requerido ao príncipe-regente português
Dom João VI, solicitando a instalação de uma capela no “lugar denominado Capão do Leão
da fazenda de Pelotas”. Mas o que sabemos, é que em 1813 iniciou-se a construção da
catedral São Francisco de Paula, tornando-se uma freguesia e posteriormente o aglomerado
urbano ao seu redor, deu origem a cidade de Pelotas.
O referido historiador explica em seu blog, que o nome “Capão do Leão” continuou
aparecendo em diversos documentos durante o séc. XIX, em “Registros de viajantes,
documentos eclesiásticos, contratos de venda, cartas da época farroupilha, jornais, etc”. E
ainda em 1893 uma lei o eleva a distrito de Pelotas, ficando “distrito de Capão do Leão”.
As versões de um leão que fugiu de um circo, de um senhor que se chamava Leão,
etc… não possuem provas lógicas e concretas no período que antecede ao ano de 1809, o
índice mais provável é a existência de leões-baios que viviam pelas matas do território
leonense durante aquela remota época e que originou o nome do município, como é o caso
de outras cidades: Canguçú, (akã-guaçu = cabeça-grande), os guarani chamavam a onça-
pintada ou jaguar, Arroio do Tigre, Boqueirão do Leão, Minas do Leão, etc.
As narrativas que estão no censo comum não são mentiras, mas simplesmente
modificações que vão ocorrendo durante os anos, é como a brincadeira do telefone sem fio,
passando de boca em boca no final há distorções.

Histórico de Capão do Leão

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O município de Capão do Leão é jovem, foi emancipado de Pelotas em 3 de maio de


1982, através da Lei nº 7647, antes da cidade ser conhecida como Capão do Leão possuiu
outras denominações, tais como: Serro, Santa Ana e Pavão (IBGE).
Mesmo sendo um município jovem pela data de emancipação, índices semióticos de
artefatos arqueológicos comprovam a presença de habitantes indígenas no período pré-
colonial. Trata-se de materiais líticos que foram encontrados por pedreiros durante a
construção de um galpão, no ano de 1980.
Entre os objetos encontrados estão dois zoólitos: um em forma de tubarão, outro uma
pomba, e duas bolas de boleadeiras mamilares, os objetos foram doados pela Sra. Carla
Rosane Duarte Costa, e fazem parte do acervo do LEPAARQ – Laboratório de Ensino e
Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade de Pelotas-RS (fotos abaixo):

Peças da coleção “Carla Rosane Duarte Costa” (Doadora).


a) zoólito de tubarão, b) zoólito de ave columbiforme
c) bolas de boleadeiras mamilares.
Fotos: Acervo LEPAARQ.

Esses materiais líticos foram produzidos em pedra e após polidos com areia e água,
eles fazem parte do contexto arqueológico das culturas sambaquieiras e dos grupos
construtores de Cerritos que habitavam as zonas hídricas e alagadiças em Capão do Leão.
Estudos arqueológicos e antropológicos demonstram a presença dessas culturas indígenas
em vários municípios.
O Prof. Dr. Rafael Guedes Milheira, do Curso em Antropologia e Arqueologia da
UFPel explica que em entrevista realizada no ano de 2011 com os operários que coletaram
as peças da coleção, ficou claro que outros objetos; como vasilhas de cerâmica e ossos
(possivelmente humanos) foram escavados e descartados por não apresentarem o mesmo
valor estético.
A partir dos objetos encontrados e das informações dos operários, a equipe do
LEPAARQ-UFPel, sob a coordenação do Prof. Rafael Milheira e através do projeto
“Arqueologia e História Indígena do Pampa: Estudo das Populações Pré-Coloniais na Bacia
Hidrográfica da Laguna dos Patos e Lagoa Mirim”, iniciaram pesquisa em dezembro de
2014, no mesmo local onde foram encontrados há anos atrás os dois zoólitos e as duas
boleadeiras mamilares, nesta área foram identificados e mapeados sete Cerritos pré-
coloniais, todos localizados no entorno da lagoa do Fragata e várzea do canal São Gonçalo,
no município de Capão do Leão.
Nestes sítios situados aos fundos do campus da UFPel em Capão do Leão, entre uma
empresa mineradora de areia e a ECLUSA, foram encontrados pedaços de cerâmica
guarani, e vestígios faunísticos de ossos de miraguaia (alimentação dos cerriteiros). Desta
forma, entre os habitantes mais antigos da região teríamos dois grupos diferentes: Os
charruas e minuanos com ocupações territoriais num tempo mais antigo e os guarani, mais
recentes; tudo dentro do período pré-colonial.
Assim, na composição histórica de ocupação do município e reportando-me na
diacronia ao período pré-colonial, observa-se que os primeiros habitantes foram indígenas, e
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após, principalmente nos séculos XIX e XX, ocorreram migrações em vários períodos
históricos. Eram pessoas que vieram atraídos pelos solos férteis, pela tranquilidade e beleza
do lugar, sendo esse o local de veraneio para algumas famílias ricas de Pelotas, o que pode-
se perceber na arquitetura de algumas casas na Av. Narciso Silva e no Bairro Theodósio.
Também a abundância de rochas graníticas em todo o território de Capão do Leão,
impulsionou a chegada de pessoas atraídas para o trabalhado na extração mineral, esta
classe trabalhadora é denominada de “graniteiros”, ou “cortadores de pedras”, ainda hoje é
atividade laboral de grande relevância social, pois faz parte da história do município. Apesar
que na atualidade esta profissão está entrando em extinção, devido aos trabalhadores mais
velhos estarem se aposentando ou falecendo e a nova geração não se sente atraída para
este ofício.
Um dos fatores que impulsionaram o crescimento populacional, foi a instalação da
empresa mineradora Compagnie Française du Port de Rio Grande do Sul, no bairro Cerro
do Estado em 1909, originando o bairro e favorecendo o crescimento populacional do então
distrito de Pelotas.
Essa empresa além da extração de pedras, construiu uma ferrovia para transportar os
blocos de granito de Capão do Leão e Monte Bonito para a construção dos Molhes da Barra
em Rio Grande/RS. No passado os Molhes da Barra consumiram milhares de blocos de
granito, e hoje são utilizados tetrápodes de concreto.

Ainda encontra-se no censo comum que Capão do Leão possui a “Segunda maior
pedreira do mundo”, no entanto, numa entrevista que fiz ao geólogo Sr. Ricardo, este
explicou-me não ser possível devido ao tamanho territorial do município, o que ocorre é que
Capão do Leão faz parte do Batólito de Pelotas, que é uma estrutura granítica presente em
vários municípios vizinhos, tais como: Piratini, Arroio Grande, Canguçú, São Lourenço, etc,
estendendo-se ao norte do Brasil até Florianópolis/Santa Catarina e ao Sul indo até o
Uruguai.

Cultura

Em Capão do Leão não existe uma predominância étnica e cultural como ocorre em
outros municípios, onde a maioria da população é constituída por descendentes de
imigrantes europeus, frutos das antigas colônias como é o caso de São Leopoldo e São
Lourenço do Sul, composta de alemães, ou Caxias do Sul, por italianos, no qual pode-se
perceber os traços culturais na arquitetura, língua, comida, vestuário, festas, religião, etc.

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O que ocorre no município leonense, é uma diversidade cultural muito grande devido
as miscigenações inter-étnicas, as migrações que vem ocorrendo em diferentes tempos
históricos e aos intercâmbios culturais mediados pela globalização, existindo aqui uma
população com origens e culturas diversas, composta por brancos, afrodescendentes,
descendentes de alemães, espanhóis, portugueses, franceses, italianos, indígenas,
uruguaios entre outros.
No entanto, por estar geograficamente situado no sul do Brasil, no Estado do Rio
Grande do Sul, prevalece a cultura do gaúcho pampeano, do campeiro que lida com as
plantações, criação de gado, ovelhas…, e para celebrar as raízes gaúchas temos o CTG
Tropeiros do Sul e o Levante da Canção Gaúcha, maior festival de música nativista da
região.
Outra cultura que existe há mais de um século é a dos graniteiros, ou também
conhecidos como cortadores de pedra, são homens que através do saber tradicional
passado de uma geração para outra através da oralidade, vem mantendo e aprimorando o
saber fazer do corte da pedra. Na representação desta identidade cultural e em homenagem
a estes trabalhadores, a prefeitura ergueu uma estátua ao Graniteiro no centro da cidade.
Ainda entre as diversidades culturais, a cidade possui a cultura dos esportes de
aventura, ciclismo, motociclismo, rapel, of-road, caminhadas, etc., são geralmente pessoas
que vem de outras cidades para praticar esses esportes, rodeados pela natureza e por belas
paisagens.

Pontos turísticos

Os pontos turísticos e de lazer do município estão também representados pelo


patrimônio material dos prédios históricos, DEPREC, nas praças e monumentos, no
patrimônio imaterial temos as lendas locais, o saber tradicional dos cortadores de pedra, no
patrimônio ambiental estão representados as belas paisagens do horizonte, os campos, as
matas nativas, as figueiras, butiazeiros, coqueiros, a fauna local entre outros, também temos
as rochas graníticas encontradas nos pontos mais altos do território leonense.
– No centro: Praça João Gomes, a estátua do graniteiro, a pedreira EMPEM, pedreira
do Enforcado, casa de cultura e biblioteca jornalista Hipólito José da Costa (Prédio da antiga
estação ferroviária), igreja Santa Tecla, hotel e pousada Fazenda Santa Rita, os obeliscos
de pedra em comemoração ao fim da Primeira Guerra Mundial e da Segunda Guerra
Mundial, a Ferrovia Rio Grande-Cacequi, a Mesa de Pedra (marco de topografia do exército
de 1949), o túmulo do Enforcado.
– No bairro Cerro do Estado: Pracinha do DEPREC, pedreira inativa, ASMIGRA,
guindastes, Maria fumaça, galpões;
– O Cerro das Almas (antes conhecido como Serranía del Pabón, segundo um mapa do
século XVIII); o Dedão.
– Pavão: Fazenda São José, fazenda da Gruta, granjas e pesqueiros de traíra.

Turismo De Aventura E Esportes Radicais

O município de Capão do Leão é rico em belezas naturais, principalmente para quem


gosta de contato direto com a natureza, matos, campos, ar puro e muita tranquilidade.
Assim, podemos dizer que o turismo está alicerçado nos vínculos com a territorialidade e o
meio ambiente, destacando-se os bairros Cerro do Estado e Cerro das Almas que são os
pontos mais altos do município, e propiciam muita adrenalina nas subidas e descidas, aos
que visitam e vem praticar esportes de aventura ou até mesmo tomar um chimarrão com a
família e amigos em meio as sombras das árvores no antigo DEPRC.
Essa integração entre homem e natureza está trazendo para o município uma cultura
de pessoas que gostam de esportes de aventura, tais como: caminhadas, Mountain-bike,
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downhill, trilhas de motos, quadriciclos, jipes, entre outros veículos. Ainda tem o rapel, que é
uma atividade com cordas de subidas ou descidas verticais pelas rochas das pedreiras
inativas do município, principalmente na pedreira do Cerro do Estado, todas essas práticas
estão acompanhadas de paisagens incomuns nas grandes cidades.

Foto do grupo Pedal Dominguera no Cerro do Estado:

O evento ocorreu na praça do DEPRC, no Cerro do Estado, onde foi cedido além da
área de pistas, alojamento nos antigos escritórios e banheiros com chuveiros. Havia
categorias para adolescentes e adultos, vieram esportistas de diversos municípios: Rio
Grande, Santa Maria, Bagé, Uruguaiana, Pelotas.
Suas trilhas são nos matos do Cerro do Estado, incluindo o Horto Florestal, pois no
Cerro das Almas foi trancado. Eles vem para o município pela proximidade e facilidade de
acesso, pois moram em Pelotas, e pela geografia, que é privilegiada para a prática de
esportes radicais e de aventura.

DADOS GERAIS

Fundação: 3 de maio de 1982


Microrregião: Pelotas
Mesorregião: Sudeste Rio-Grandense
Altitude da Sede: 21 m
Distância à Capital: 226.3839Km
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD

População estimada 2014 (1): 25.321


População 2010: 24.298
Área da unidade territorial (km²): 785,373

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Densidade demográfica (hab/km²): 30,94


Código do Município: 4304663
Gentílico: Leonense
Clima: subtropical
Fuso horário: UTC−3

O território leonense localiza-se a uma latitude 31º45’48” sul e a uma longitude 52º29’02”
oeste, é banhado pelos arroios São Pedro e Padre Doutor, e pelo canal São Gonçalo, o
município é cortado pela linha férrea que liga Rio Grande a Cacequi, e pelas BRs 116 e 293.
Possui três distritos: Pavão, Hidráulica e Passo das Pedras e cinco bairros: Centro,
Teodósio, Cerro do Estado, Parque Fragata e Jardim América (maior bairro do município)

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM


IDHM 2010 0,637
IDHM 2000 0,542
IDHM 1991 0,413

Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Produto Interno Bruto do Município em 2012


PIB a preços correntes 405.624 mil reais
PIB per capita a preços correntes 16.633,47 reais

Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de


Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.

SÍMBOLOS

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito de Desenvolvimento Local Sustentável surgiu como um novo paradigma de


desenvolvimento que começou a amadurecer a partir da década de 70 e consolida-se e
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oficializa-se como proposta dominante depois da ECO 92. Propõe a revisão do modelo
economicista e fundamenta-se na descentralização das decisões e no estímulo à
participação dos atores sociais na definição dos rumos econômico e social do território ao
qual pertencem.

A indução do desenvolvimento local é uma estratégia de antecipação da mudança e


instalação de processos de reestruturação econômica e social. É uma política feita de e para
o âmbito local. Baseia-se em novas formas organizativas substancialmente diferentes das
políticas de desenvolvimento tradicionais. São políticas que deveriam ser, essencialmente,
políticas públicas.

Ressalta-se que local não é sinônimo de pequeno, ou micro, mas de uma delimitação
territorial que possua homogeneidade em sua dinâmica econômica e social, atual ou futura.
Assim, o local pode ser um município ou uma região, independentemente das definições
oficiais de Região.

É um processo de desenvolvimento endógeno, ou seja, enfatiza a mobilização de recursos


latentes na região, privilegia o esforço de dentro para fora, no sentido de promover o
desenvolvimento sustentável. Promove uma mudança gradativa de mentalidade e a
descentralização do poder e da gestão de projetos por meio do estímulo à organização
social, com o propósito de racionalizar os recursos públicos, favorecer a desconcentração de
renda e adaptar os projetos às condições e necessidades do local.

É um processo que tem como princípio o compartilhamento de recursos e de benefícios


sócio-econômicos, políticos ou ambientais, daí a necessidade de articular parcerias entre
instituições públicas e privadas, organizações não-governamentais, órgãos de classe,
entidades comerciais e religiosas. Parceria significa a convergência orientada de interesses
de diferentes atores sociais para objetivos comuns.

Deve ser um processo permanente de produção e elevação do conhecimento da sociedade


local, instrumento capaz de alavancar e provocar as iniciativas e competências locais,
fortalecendo os atores sociais e suas organizações com vistas à sustentabilidade.

Uma inteligente política de desenvolvimento local constitui uma estratégia consistente e não
só assistencial diante do problema da falta de oportunidades de emprego. O
Desenvolvimento Local é uma estratégia pró-ativa de combate à pobreza e redução das
desigualdades.

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