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Aula 02

Direito Civil p/ STM (Analista Judiciário - Área Judiciária) Com videoaulas - Pós-Edital

Professores: Aline Santiago, Paulo H M Sousa

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DIREITO CIVIL – STM (AJAJ) PÓS-EDITAL
Teoria e Questões
Aula 02 – Profa Aline Baptista Santiago

AULA 02
Pessoas Jurídicas.

SUMÁRIO
Apresentação da Aula 02..............................................................................................................2
Cronograma das Aulas .................................................................................................................3
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69). ..............................................................................................3
Constituição da Pessoa Jurídica ....................................................................................................5
Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica ...........................................................................9
Classificação da Pessoa Jurídica ....................................................................................................9
Grupos Despersonalizados ......................................................................................................... 15
Sociedades de Fato .................................................................................................................... 16
Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da Pessoa Jurídica .................................................. 17
Processo de Extinção da Pessoa Jurídica ..................................................................................... 20
Associações ............................................................................................................................... 21
Fundações ................................................................................................................................. 26
Desconsideração da Pessoa Jurídica ........................................................................................... 34
D P J ............................................................................ 36
Proteção dos Direitos da Personalidade ..................................................................................... 37
Responsbilidade das Pessoas Jurídicas ....................................................................................... 38
Domicílio da Pessoa Jurídica ....................................................................................................... 39
Considerações Finais .................................................................................................................. 39
Resumo da Matéria .................................................................................................................... 40
Questões do CESPE .................................................................................................................... 41

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AULA 02
PESSOAS JURÍDICAS.
Apresentação da Aula 02

Olá amigos!
Prontos para mais uma aula de direito civil? Esperamos
que a sua resposta para esta pergunta seja positiva ☺.
Esta aula, assim como a nossa aula anterior, não tem um conteúdo
teórico muito extenso. Mas tenha cuidado! Os assuntos: Pessoa Natural e
Pessoa Jurídica normalmente são cobrados em provas e as questões que
envolvem estes itens, de certa forma, não apresentam grandes dificuldades,
sendo muitas vezes questões “repetidas” ou, então, literais ao texto da lei,
portanto, procure assimilar bem estes conteúdos para garantir acertos na hora
da prova.

Nesta aula, falaremos ainda sobre o domicílio civil, agora no que diz
respeito à pessoa jurídica.

Vamos começar os trabalhos!

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que
elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos
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Cronograma das Aulas


Aulas Tópicos abordados no edital Data

Aula 02 Parte geral - pessoas jurídicas, domicílio. 06/01/2018

Aulas Tópicos abordados no edital Artigos da Lei

Código
Pessoas jurídicas. Art. 40 ao 69

Civil
Aula 02
Domicílio Civil. Art. 75 ao 78

AULA 02
PESSOAS JURÍDICAS
Pessoas Jurídicas (CC arts. 40 a 69).
Em nossa aula passada, estudamos as pessoas naturais, a respeito do seu
começo e do seu fim, da capacidade e da personalidade. Estas pessoas (pessoas
naturais) são dotadas de capacidade jurídica, porém, para a realização de
determinados empreendimentos uma só pessoa se torna fraca e, sozinha,
dificilmente alcançaria seus objetivos. Com isto, surge a necessidade de se
agrupar as pessoas para que, então, juntas tenham mais força de realização.
Da necessidade de conjugação de esforços, para a realização de
determinados fins, temos a atribuição de capacidade jurídica a entes abstratos,
formados ora pelo ¹conjunto de pessoas, ora por ²conjugação patrimonial.
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade.
Uma vez tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de
direitos e obrigações.
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não
se confunde, em regra, com a personalidade de cada um dos seus
membros.
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na vida
jurídica com personalidade distinta da de seus membros. Esta separação de
personalidades leva também à separação dos patrimônios – respeitando o
princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, não podem, por
exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade 1.
As pessoas jurídicas que surgirão poderão ter os mais variados fins, sem
agora numerá-las taxativamente, podemos citar, desde o próprio conceito de

1 Você verá que, em algumas situações, o patrimônio dos sócios poderá ser atingido. Isto
será explicado ainda nesta aula.

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Estado, passando pelas fundações, pelas sociedades, associações de bairro e
associações esportivas.

“Mas de onde vem à natureza jurídica destas pessoas?”

Existem diversas teorias que tentam explicar a natureza jurídica da pessoa


jurídica. Dentre essas teorias existem as que negam a existência da pessoa
jurídica – ¹Teorias Negativistas, e as que afirmam sua existência – ²Teorias
Afirmativistas.

Para a Teoria Negativista só existem no Direito os seres humanos,


carecendo as denominadas pessoas jurídicas de qualquer atributo de
personalidade. Por isso chama-se negativista, porque nega existência à
pessoa jurídica. Os que a defendem sustentam que a denominação
pessoa jurídica mascara um patrimônio coletivo ou uma propriedade
coletiva.

As Teorias Afirmativistas estão divididas entre ¹Teorias da Ficção


e ²Teorias da Realidade.

São duas as Teorias da Ficção:


A Teoria da Ficção Legal – criada por Savigny, que considera a pessoa
jurídica uma criação artificial da lei, ou seja, uma ficção jurídica, uma abstração
diversa da realidade. Deste modo, os adeptos desta teoria dizem que os direitos
são prerrogativas concedidas apenas ao homem nas relações com seus
semelhantes. Pois somente o homem tem existência real e psíquica para
expressar a sua vontade para deliberar e o seu poder de ação. Assim, quando se
atribuem direitos a pessoas de outra natureza, isso se trata de simples criação
da mente humana, constituindo-se uma ficção jurídica. A capacidade das pessoas
jurídicas, sendo criação ficta do legislador, é limitada na medida de seus
interesses;
A Teoria da Ficção Doutrinária – que vem a ser uma variação da teoria
explicada acima, defende que a pessoa jurídica não tem existência real, mas
apenas intelectual, sendo uma ficção criada pela doutrina.

São três as Teorias da Realidade:

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A primeira é a Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica – a pessoa
jurídica é considerada por esta teoria como sendo uma realidade sociológica, que
nasce através de imposição das forças sociais;
A segunda é a Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista – é
parecida com a teoria objetiva pela importância dada aos eventos sociológicos.
Deste modo, considera a pessoa jurídica como uma organização social destinada
a um serviço ou ofício e, por isso, personificada;
A terceira é a Teoria da Realidade Técnica – que diz que a personificação
de grupos sociais é um expediente de ordem técnica. É um atributo deferido
pelo Estado a certas entidades que o merecem e que observaram os requisitos
por ele estabelecidos.

A teoria da realidade técnica é a adotada pelo código civil de


2002.

Passada a rápida conceituação acima, retornamos agora a ideia trabalhada


anteriormente de que todo o ordenamento jurídico é destinado a regular a vida
dos indivíduos. O direito tem por finalidade o homem como sujeito de direitos.
Deste modo, criam-se institutos jurídicos em prol do indivíduo, criam-se também
pessoas jurídicas como forma de se atribuir maior força ao ser humano, para
que, assim, este possa realizar determinadas tarefas que seriam impraticáveis se
estivesse sozinho.
Mas entenda que da mesma forma que o Direito atribui direitos ele
também impõe obrigações às pessoas jurídicas. Existirão, para cada tipo de
pessoa jurídica, condições, objetivas e subjetivas, determinadas em lei.
Portanto, o conceito de pessoa jurídica é uma objetivação do ordenamento
jurídico. Encara-se a pessoa jurídica como uma realidade técnica, como uma
criação do direito, porque assim está estabelecido em lei.

Constituição da Pessoa Jurídica


Não basta simplesmente que as pessoas se agrupem para formar uma
pessoa jurídica. Há um requisito muito importante, qual seja, a vontade das
pessoas sobre a criação de uma pessoa jurídica e para um determinado fim. É
esta vinculação de vontades, vinculação jurídica entre as pessoas que dá
unidade orgânica ao ente criado, com isto, este ente se torna uma pessoa com
características próprias, uma pessoa jurídica, desvinculada da vontade e da
personalidade daquelas pessoas que a criaram e com autonomia perante seus
membros.

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Através desta unidade de vontades de criar um ente abstrato surge


a personificação.

Vocês se recordam, quando estudamos pessoas naturais, que a partir do


momento em que uma pessoa nasce com vida ela adquire personalidade? Pois
bem, para a pessoa jurídica este momento de aquisição da personalidade se dá
quando há uma conjunção de vontades em torno da criação deste ente abstrato.
A partir deste momento este adquire personalidade própria, independente da
personalidade de seus sócios.
Contudo, entenda que não basta a simples vontade dos indivíduos para
a constituição da pessoa jurídica. Certos requisitos são impostos por lei, estes
requisitos serão mais severos ou menos severos de acordo com a modalidade
de ente a ser criado.
Preenchendo estes requisitos, a pessoa jurídica será considerada regular
e estará apta a utilizar-se de todas as suas prerrogativas em sua vida jurídica.
Acreditamos que você já pôde perceber que se regula a pessoa jurídica de
modo muito parecido com a pessoa natural. Haverá o momento do “nascimento”,
registro, aquisição de personalidade, capacidade, determinação do domicílio,
“morte” - podendo inclusive, existir uma regulação quanto à sucessão.
Além do explicado até aqui (mas pensando especificamente em questões
de provas), saiba que para as pessoas jurídicas de direito privado (assunto
que abordaremos mais a frente) temos o seguinte:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai2 em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:


I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

2
Os institutos da decadência e da prescrição serão abordados detalhadamente em outra aula.
Mas você já pode “ir memorizando” alguns prazos. ☺

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V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso.

Desta forma os estatutos e os atos constitutivos das pessoas jurídicas de


direito privado são registrados no Cartório de Registro Civil das pessoas
jurídicas. Este registro além de servir de prova, possui natureza constitutiva,
por ser o atributivo de personalidade e da capacidade da pessoa jurídica.

Não esqueça esta informação! A existência legal da pessoa


jurídica de direito privado começa com o registro do ato
constitutivo. Não é quando as pessoas celebram o contrato e não é
quando elaboram o estatuto. Ela começa quando ocorre o
registro.

Para a constituição da pessoa jurídica existem três requisitos básicos:


¹a vontade humana criadora, ²a obediência às condições legais para sua
formação e ³a finalidade lícita.

A ¹vontade humana criadora ou o direcionamento da vontade de várias


pessoas em torno de uma finalidade comum e de um novo organismo é
fundamental. No início existe apenas uma pluralidade de membros que, por sua
vontade, formarão uma unidade, a pessoa jurídica que futuramente passará a
existir como um ente autônomo.
Superada esta primeira fase de manifestação da vontade a pessoa jurídica
já existe em um estado latente, mas para que exista de fato será preciso observar
um segundo requisito: ²a observância das determinações legais. Deve se
respeitar e cumprir, em especial, o que a lei determinar a respeito de sua criação.
É a lei que ditará qual o caminho a seguir para que aquela vontade se materialize
num corpo coletivo.
Por fim, a pessoa jurídica, que resultou de uma vontade, que foi criada de
acordo com a lei, deve também obedecer a um terceiro requisito: ³ter um fim
lícito. Não se pode admitir que uma pessoa jurídica, criada de acordo com a lei,
venha a atentar contra esta, através de atos ilícitos. A sua finalidade e seus atos
precisam estar em conformidade com a lei, em prol de toda a sociedade, de
acordo com os bons costumes e com o direito, ou seja, a sua finalidade precisa
ser lícita.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

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FAURGS 2015/TJ-RS/Outorga de Delegação de Serviços Notoriais e


Registrais – Provimento.
A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa
a) com a aprovação do estatuto social.
b) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
c) com a aprovação da lei autorizativa da sua constituição.
d) com a concessão do alvará pelo Poder Público.
Comentário:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro
todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação
de sua inscrição no registro.
Gabarito letra B.

CONSULPLAN 2015/ TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de


Registro.
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro. O registro declarará, EXCETO:
a) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando
houver.
b) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores.
c) as disposições para liquidação da pessoa jurídica.
d) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo.
Comentário:
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso.
Gabarito letra C.

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Capacidade e Representação da Pessoa Jurídica


Quando estudamos a capacidade da pessoa natural, vimos que ela é
decorrente da personalidade atribuída à pessoa. Com a pessoa jurídica ocorre o
mesmo, porém, se para a pessoa natural esta capacidade será plena para a
pessoa jurídica ela vai ser limitada à finalidade para a qual a pessoa foi
criada.
Os poderes atribuídos à pessoa jurídica estão estipulados nos ¹atos
constitutivos, em seu ²ordenamento interno e, também, na ³lei, uma vez
que seus estatutos não podem contrariar normas cogentes.
Assim, depois de registrada a pessoa jurídica o Direito reconhece a
atividade no mundo jurídico. Neste momento de reconhecimento, a pessoa
jurídica recebe: denominação, domicílio e nacionalidade (todos decorrentes da
personalidade).
Sob o aspecto da representação, para o exercício do direito, a pessoa
jurídica não pode agir senão através do homem. Há, portanto, uma vontade
humana que opera na pessoa jurídica, condicionada a suas finalidades 3 . Na
realidade, nem sempre a vontade do diretor ou administrador que se manifesta
pela pessoa jurídica coincide com a sua própria vontade. Ele é apenas um
instrumento ou órgão da pessoa jurídica, entendendo-se assim, que há duas
vontades que não se confundem. Por exemplo, o diretor ou presidente pode
manifestar a vontade da pessoa jurídica em assembleia geral, mas esta vontade
não necessariamente precisará coincidir com a sua própria vontade.

Classificação da Pessoa Jurídica


Este item, apesar de não estar expresso no edital, também compõe o
assunto pessoas jurídicas (tacitamente é preciso estudá-lo ☺).

Preste muita atenção nesta classificação! Apesar de não ser muito


extensa, ela apresenta alguns detalhes e subdivisões, sendo
amplamente cobrada em provas.

Vamos a ela!

I. Quanto à nacionalidade  estas podem ser ¹nacionais e ²estrangeiras.


A nacionalidade da pessoa jurídica deve ser vista sob o prisma da sua
constituição.

3 Não há de se confundir esta representação da pessoa jurídica, com aquela representação dos
incapazes. Enquanto no caso dos incapazes a representação irá ocorrer porque existe a
incapacidade de fato ou de exercício, no caso da pessoa jurídica a representação existe apenas
para que esta possa agir e praticar atos da vida civil.

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➢ A nacional é a que foi organizada conforme a lei brasileira e tem no país a sede de
sua administração.
➢ A estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não poderá, sem autorização do Poder
Executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo,
todavia, ressalvados os casos previstos em lei, ser acionista de sociedade anônima
brasileira. Se autorizada a funcionar no Brasil: sujeitar-se-á às leis e aos tribunais
brasileiros, quanto aos atos aqui praticados; deverá ter representante no Brasil; e
poderá nacionalizar-se, transferindo sua sede para o Brasil.

II. Quanto à estrutura interna  estas podem ser divididas em


¹corporação e ²fundação.

➢ A corporação (universitas personarum) é um conjunto de pessoas que, apenas


coletivamente, goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única.
Exemplos: as associações e as sociedades.
➢ A fundação (universitas bonorum) é o patrimônio personalizado destinado a um
fim que lhe dá unidade. São as fundações (públicas e privadas).

Observação: As associações e as sociedades também têm um patrimônio, que


representa um meio para a consecução dos fins perseguidos pelos sócios, mas,
nas fundações, juntamente com o objetivo a que esta se destina, o patrimônio
é o elemento principal.

III. A terceira classificação (e, talvez, a mais importante pensando em


provas) é quanto à função e capacidade  sendo divididas em duas
espécies, conforme expresso no CC, as pessoas jurídicas de ¹direito público
e as pessoas jurídicas de ²direito privado.

➢ As pessoas jurídicas de direito público - são aquelas previstas em lei e que podem
ser de Direito Público Exerno ou Interno.

➢ As pessoas jurídicas de direito privado – são instituídas por iniciativa de particulares
e dividem–se em: fundações particulares, associações, sociedades simples e
empresárias, organizações religiosas, partidos políticos e, ainda, incluídas pela lei
12.441 de 2011, as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.

Veja que as pessoas jurídicas de direito público são subdivididas em


direito público interno ou externo.

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Direito público externo, regulamentadas pelo direito internacional e
abrangendo: as nações estrangeiras, a Santa Sé, as Uniões Aduaneiras, os
Organismos Internacionais. Neste sentido, temos artigo 42 do CC:
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas
as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Direito público interno, que podem ser da administração direta (União,


Estados, Territórios 4 , Distrito Federal e Municípios) ou podem ser da
administração indireta – descentralizados, criados por lei, com personalidade
jurídica própria para o exercício de atividades de interesse público, tais como as
Autarquias, as Associações Públicas, as Fundações Públicas, as Agências
executivas e reguladoras.

Estão elencados no art. 41:


Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

As pessoas jurídicas de direito privado estão preistas no art. 41 do CC:


Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

4 A classificação dos territórios não é pacifica. Alguns civilistas os colocam como fazendo
parte da administração direta, já para o direito administrativo estes são colocados como da
administração indireta. De todo modo, destacamos que conforme a Constituição Federal,
art.18, §2, os territórios federais integram a União, ou seja, territórios não são considerados
entes da federação.

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Preste atenção! Já foi cobrado em provas:

➢ Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.


➢ Os sindicatos embora não mencionados expressamente no art. 44, possuem
natureza de associação civil, estando, pois, dentro das pessoas jurídicas de direito
privado.
➢ Cuidado para não confundir um profissional autônomo com empresa
individual. Empresa individual está normatizada no art. 980-A do CC, que diz: “A
empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior
a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País”. (Artigo incluído pela Lei
nº 12.441, de 2011). Assim, de acordo com o Enunciado 468 da V Jornada de
Direito Civil: “A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser
constituída por pessoa natural”. Já o profissional autônomo é pessoa física que
presta serviços de forma eventual sem relação de emprego. Enquadra-se também
como profissional autônomo, o profissional liberal, que é aquela pessoa que exerce,
por conta própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins lucrativos ou
não.
➢ Outro detalhe importante é o que diz respeito às fundações, estas, embora
genericamente estejam listadas entre as pessoas jurídicas de direito privado, se
tiverem atuação que, de certa forma, se assemelhem às Autarquias, terão
personalidade jurídica de direito público (em prova, estará escrito unicamente
Fundações Públicas).

“Vocês podem explicar como fica a situação, por exemplo, de


condomínios e de sociedades irregulares? Em que classificação
estas entidades se enquadram?”

Há determinadas entidades com muitas das características das pessoas


jurídicas que vimos até agora, mas que, no entanto, não chegam a ganhar
personalidade, são grupos despersonalizados. Faltam requisitos
imprescindíveis à personificação, são os grupos com personificação anômala,
alguns autores utilizam também o termo personalidade judiciária.
Temos como exemplos destas entidades: a família; a massa falida; o
espólio; o condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos,
embora não possuam personalidade, possuem uma capacidade processual e
também legitimidade ativa e passiva para demandar e ser demandado em ações
judiciais.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

IF-RS 2015/IF-RS/Professor–Direito. São pessoas jurídicas de Direito


Público:

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a) as autarquias.
b) as sociedades.
c) as fundações.
d) os partidos políticos
e) as associações.
Comentário:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito letra A.

FAUEL 2015/Câmara Municipal de Marialva – PR/Advogado. São


pessoas jurídicas de direito público interno:
a) Associações públicas.
b) Sociedades.
c) Partidos políticos.
d) Organizações religiosas.
Comentário:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

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...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito letra A.

CAIP-IMES 2016/CRAISA de Santo André – SP/Advogado. São


pessoas jurídicas de direito público interno:
a) as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os
partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada.
b) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as autarquias; as
fundações e os partidos políticos.
c) a União; os Estados; o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as
autarquias, inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter
público criadas por lei.
d) a União; os Estados; o Distrito Federal; os Municípios; as fundações; os
partidos políticos; as autarquias, inclusive as associações públicas.
Comentário:
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.
...
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
...
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

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V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito letra C.

Grupos Despersonalizados
Os grupos despersonalizados que mais aparecem em questões de concurso
são:

A massa falida - nome que é dado ao conjunto de bens após a sentença


declaratória de falência. Será representado por administrador judicial,
de acordo com art. 75 do novo CPC (Código de Processo Civil).

A herança jacente ou vacante - herança jacente é o nome que se dá a


herança quando uma pessoa morre sem deixar testamento e não se
conhece nenhum herdeiro. Os bens da herança jacente são declarados
vacantes quando não se apresentar nenhum herdeiro ou, se aparecer
algum, este renunciar a herança. Este acervo de bens será representado
por um curador.

O espólio - é o conjunto de direitos e obrigações do de cujus5. Será


representado em juízo, até que se nomeie um inventariante, por um
administrador provisório.

O condomínio – sobre o condomínio há controvérsias na doutrina.


Quando se tratar de condomínio que é a propriedade comum ou conjunta
sobre alguma coisa, este não possui personalidade jurídica. O problema
está nos condomínios de edifícios. Portanto tenha uma atenção extra se
isto aparecer em prova. Como regra considere-os despersonalizados.
Será representado pelo síndico.

Também se destaca a família como uma entidade não personificada,


pois, apesar de seus laços de sangue, cada membro preserva sua
individualidade e é responsável por suas obrigações.

5 Expressão jurídica para denominar a pessoa que faleceu.

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Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2009 / TJ-PA / Auxiliar Judiciário. Considerando que a ideia de


personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair
obrigações, diante do Direito Positivo, é correto afirmar que os órgãos públicos,
o espólio, a massa falida e a herança jacente são dotados de personalidade.
Comentário:
Os órgãos públicos, o espólio, a massa falida e a herança jacente são entes
despersonalizados.
Gabarito errado.

FCC 2014 / TRT - 24ª REGIÃO (MS) / Juiz do Trabalho Substituto. Assinale
a alternativa em que nenhum ente mencionado possui personalidade jurídica
a) a organização religiosa, a família e o partido político.
b) a fundação, o espólio e a família.
c) a família, o espólio e a sociedade em conta de participação.
d) o espólio, a associação e o condomínio.
e) a sociedade em nome coletivo, a empresa individual de responsabilidade
limitada e a firma individual.
Comentário:
A família  não possui personalidade jurídica.
O espólio  não possui personalidade jurídica. Será representado por um
inventariante.
A sociedade em conta de participação  não possui personalidade jurídica.
O sócio ostensivo é a pessoa jurídica, não a sociedade.
Gabarito letra C.

Sociedades de Fato
As sociedades sem personalidade jurídica - são aquelas que existem e
funcionam, mas não possuem existência legal justamente porque não fizeram
seu registro no órgão competente ou então porque lhes falta autorização legal
para funcionamento. Serão representadas pela pessoa a quem couber a
administração de seus bens.
As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que não cumpriram
alguns requisitos para sua regular formação, como por exemplo, uma empresa
que deixa de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial. Estas empresas
possuem legitimidade para cobrar em juízo seus créditos, não podendo o devedor

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alegar a irregularidade de sua constituição para se negar ao pagamento da dívida.
Mas não podem ser sujeitos de direitos, e os bens particulares dos sócios
respondem igualmente com os bens da empresa por dívidas contraídas em nome
desta.

Começo e Fim (extinção) da Existência Legal da


Pessoa Jurídica
A pessoa jurídica tem sua origem, em regra, com um ¹ato jurídico ou ²em
decorrência de normas. Existe diferença, porém, entre a origem das pessoas
jurídicas de direito público e das de direito privado.
As pessoas jurídicas de direito público se não são criadas em razão de
fatos históricos (criação do próprio Estado, por exemplo), o são por normas,
sejam estas: constitucionais; legais; ou, até mesmo, por meio de tratados
internacionais (no caso das pessoas jurídicas de direito público externo).
Já as pessoas jurídicas de direito privado obedecem a um processo que
pode se dar de três formas: o ¹sistema da livre associação (a emissão de
vontade dos instituidores é suficiente para a criação do ente personificado); o
²sistema do reconhecimento (há necessidade de um decreto de
reconhecimento); e o ³sistema das disposições normativas (neste sistema dá-
se liberdade de criação humana, sem necessidade de ato estatal que a reconheça,
mas exige-se que a criação dessa pessoa obedeça a condições predeterminadas).
Em nosso direito, são duas as fases para a concretização da pessoa
jurídica: o ¹ato constitutivo e a formalidade do ²registro.

Na primeira fase, há a constituição da pessoa jurídica por um ato unilateral


entre pessoas vivas ou por testamento (se a pessoa faleceu e deixou estipulado
a sua criação como ato de última vontade). Nesta fase temos um elemento
material que se exterioriza nos atos de reunião dos sócios, nas condições dos
estatutos, etc. Há, também, um elemento formal que é a transcrição do que foi
acertado por escrito. Este ato poderá ser público ou particular. As fundações
são exceção, pois para elas o instrumento público ou o testamento são essenciais.

Após a existência do ato escrito e da autorização passa-se à segunda fase:


o registro. O ato de constituição das pessoas jurídicas de direito privado e o
seu registro estão normatizados nos artigos 45 e 46 do CC:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registo
todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.

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Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse
caso.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2008 /TCE-AL/Auditor. A existência legal das pessoas jurídicas de


direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.
Item correto.

FCC 2013/AL-PB/Procurador. Quanto às pessoas jurídicas, é correto


afirmar: Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Item correto.

Enquanto para a pessoa natural o fim da existência ocorre com a morte


(real ou presumida), para a pessoa jurídica pode ocorrer por causas diversas.
Basicamente, o fim da existência legal da pessoa jurídica, pode ocorrer:
De forma convencional – ou seja, quando seus membros decidirem pelo seu
fim, de acordo com o quórum previsto nos estatutos da empresa ou na lei.
De forma legal – em razão de motivos determinados em lei, mais
precisamente no art. 1.034 do CC:
Art. 1.034 A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer
dos sócios, quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
De forma administrativa – quando a pessoa jurídica, para seu
funcionamento, precisa de autorização do poder público e pratica atos nocivos ou
contrários aos seus fins.

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De forma Judicial – que decorre dos casos de dissolução previstos em
lei ou no estatuto, principalmente quando a sociedade se desviar dos fins para
os quais foi constituída.

As formas de extinção se relacionam, e como vimos acima são a


convencional, a legal, a administrativa e a judicial.

No entanto, a extinção legal tem este nome porque os motivos que levam
à sua extinção advêm da lei (exemplo art. 1.034). Mas entenda que a extinção
não é automática, para que ela aconteça também serão necessárias algumas
medidas judiciais.
d
A extinção pela forma administrativa acontecerá quando for necessária uma
autorização da administração pública para o funcionamento da Pessoa Jurídica.
Neste caso, quando a PJ pratica atos nocivos ou contrários aos seus fins, o
mesmo poder administrativo que concedeu esta autorização poderá retirá-
la ou, então, negar a sua renovação.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2013/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas. No tocante às pessoas


naturais e jurídicas:
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o início
efetivo de suas atividades civis ou empresariais.
b) As autarquias, União, Estados e Municípios, bem como os partidos políticos,
são pessoas jurídicas de direito público interno.
c) As associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos
e as empresas individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de
direito privado.
d) A personalidade civil da pessoa natural começa do nascimento com vida,
evento a partir do qual serão protegidos também os direitos do nascituro.
e) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim,
apenas elas podem sofrer danos morais.
Comentário:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;

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V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Gabarito letra C.

FCC 2013 / TRT - 12ª Região (SC) / Analista Judiciário. No tocante às


pessoas jurídicas:
a) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início
efetivo de suas atividades ao público.
b) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver por parte destes culpa ou
dolo. 8
c) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
instituições religiosas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá
autorizar ou não seu reconhecimento e registro.
d) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.
e) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito
privado.
Comentário:
De acordo com o art. 43 do CC.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Gabarito letra B.

Processo de Extinção da Pessoa Jurídica


Após o encerramento das atividades da pessoa jurídica, o seu processo de
extinção se realizará através da ¹dissolução e da ²liquidação. Este processo
se mostra necessário para que se dê destinação aos bens da empresa, se pague
todas as dívidas e para que se faça a partilha do que restar entre os sócios.
A liquidação da pessoa jurídica, segundo o art. 51 do CC, ocorrerá nos
casos de dissolução ou de cassação de autorização para funcionamento.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
dissolução.
§ 2º. As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às
demais pessoas jurídicas de direito privado.

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§ 3º. Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da
pessoa jurídica.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

INSTITUTO AOCP 2015/EBSERH/Advogado (HDT-UFT). Nos casos de


dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento,
ela será prontamente extinta e cancelada sua inscrição.
Comentário:
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu
funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
Gabarito errado.
3
Desta forma, podemos perceber que o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica no registro não acontece no momento em que ela é dissolvida.
O cancelamento da sua inscrição acontece somente depois de
encerrada a sua regular liquidação.

Continuando a análise do Código Civil, há duas pessoas jurídicas, para as


quais o nosso o código reservou alguns itens específicos, são elas: ¹as
associações e ²as fundações.

Então vamos ao seu estudo mais detalhado!

Associações
No código civil de 2002, as associações estão compreendidas entre os
artigos 53 a 61. O artigo 53 nos dá uma primeira ideia sobre as associações:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

As associações se prestam aos mais variados fins, desde que não


econômicos, e preenchem, assim, as mais variadas finalidades na sociedade.
Qualquer atividade lícita e de fins não econômicos pode ser buscada por uma
associação.

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Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Uma vez que
as associações não se formam por contrato e sim pela união de pessoas sem
direitos e obrigações recíprocos6.

Uma observação que devemos fazer é a seguinte:


A associação até pode obter lucro, no entanto, este lucro deverá ser reinvestido
na própria entidade. A associação não pode ter o lucro como finalidade essencial
e nem distribuí-lo entre seus associados.

No artigo 54 do CC estão enumerados os requisitos obrigatórios que


devem constar nos estatutos de toda e qualquer associação:
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
1
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Outras disposições podem ser acrescentadas, mas estas, que estão no texto
da lei, são essenciais. Os estatutos são a lei orgânica da pessoa jurídica, a norma
de obediência obrigatória para os fundadores da associação e, também, para
todos aqueles que no futuro venham a ela se associar. A vontade dos novos
membros se manifesta através da adesão à associação e consequentemente aos
seus regulamentos.

Algumas observações:
Nada impede que a associação tenha várias sedes, sendo uma principal e
outras subsidiárias;
A admissão de novos sócios deve atender aos interesses da associação, o
estatuto pode determinar que sejam preenchidos certos requisitos para que
alguém tenha a qualidade de sócio;
A demissão não se confunde com a exclusão, porque esta tem caráter de
penalidade e só pode ser aplicada se for dado direito à ampla defesa ao associado
envolvido (art. 57), já a demissão decorre da iniciativa do próprio interessado,
por oportunidade ou conveniência sua;

6
Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8ª ed., pág. 271.

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É importante que o estatuto estabeleça a providência de fundos, se este vai
ser proveniente de contribuições dos próprios sócios ou de terceiros, ou se, então,
a associação vai exercer alguma atividade que lhe forneça meios financeiros,
entretanto sem que com isso descaracterize sua finalidade.

O artigo 55 do CC nos diz:


Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, MAS o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.

Este artigo pode dar margem para algumas confusões. A dificuldade estaria
no sentido de se saber, no caso concreto, se é válida a atribuição de vantagens
especiais a sócios, o que contraria a finalidade primeira do dispositivo que é a
igualdade de direitos. O melhor é interpretar que toda associação deve garantir
f
os direitos mínimos aos associados e que as vantagens são excepcionais a
algumas categorias, que por sua natureza sejam diferenciadas.

Seguindo com a nossa conversa! No art. 56 encontramos o seguinte:


Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser
o contrário.
Parágrafo único: Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da
associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade
de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Temos aqui a figura dos associados com e sem em quotas ou fração ideal
do patrimônio da entidade (chamados respectivamente de sócios patrimoniais e
de sócios meramente contributivos). Na verdade, o que este artigo quer proteger
é o interesse da associação, pois cabe à própria entidade definir quem poderá
ingressar como associado.
O simples fato de transferir uma quota ou a “qualidade” de associado para
outra pessoa pode não ser o suficiente para esta pessoa passar a ser sócia, é
preciso analisar a permissão estatutária.
A ideia fundamental é no sentido de permitir que a associação faça um
juízo de oportunidade e conveniência para a admissão de novos associados. Uma
vez admitido o associado, a sua exclusão somente será possível por justa
causa, obedecido o estatuto. É o que diz o artigo 57 do CC:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure o direito de defesa e de recurso, nos
termos previstos no estatuto.

Nenhuma decisão de exclusão de associado pode prescindir de


procedimento que permita ao sócio produzir sua defesa e suas provas, ainda que

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o estatuto permita e ainda que decidida em assembleia geral, convocada para tal
fim. Também neste sentido temos o artigo 58 do CC:
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe
tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou
no estatuto.

O estatuto ou a lei estabelecerão os limites ao exercício dos direitos


sociais.
A assembleia geral é órgão necessário da associação, exerce papel de
“poder legislativo” na instituição 7 . O artigo 59 do CC elenca as matérias
privativas da assembleia.

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:


I – destituir os administradores;
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único: Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é
exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para este fim, cujo quórum
será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

No mesmo sentido o artigo 60 do CC determina:


A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a 1/5
(um quinto) dos associados o direito de promovê-la.

De acordo com a norma legal do artigo 59 do CC – que é uma norma de


ordem pública, ou seja, é preceito imperativo, que não admite disposição em
contrário pela vontade privada, competirá somente à assembleia geral a
¹destituição dos administradores e a ²alteração do estatuto.

“Vocês falaram em dissolução da pessoa jurídica. Mas o que


acontecerá com o patrimônio de uma associação quando esta
for dissolvida?”

A resposta à sua pergunta está no art. 61, o seu estudo deve ser literal ao
texto do CC (assim é cobrado em prova):
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois
de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do
art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no

7
O “Poder Executivo” da pessoa jurídica é exercido por um diretor ou uma diretoria, podendo ser
criados outros órgãos auxiliares, dependendo do tamanho da entidade.

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estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º. Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem
estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em
restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao
patrimônio da associação.
§ 2º. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em
que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito
Federal ou da União.

Para finalizarmos o assunto associação, observe este enunciado do STJ:


Jornada III STJ 142 – “Os partidos políticos os sindicatos e as associações
religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o CC”.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2013/TJ-PE/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação às associações, é correto afirmar:
a) A exclusão do associado depende unicamente das disposições estatutárias,
podendo ocorrer por ato imotivado dos órgãos deliberativos, se assim dispuser o
estatuto.
b) Os associados devem ter iguais direitos e, em consequência, é vedado que se
estabeleçam no estatuto categorias com vantagens especiais.
c) Como regra, a qualidade de associado é transmissível livremente
d) Entre os associados, são estabelecidos direitos e obrigações recíprocos.
e) Compete privativamente à assembleia geral, especialmente convocada para
esses fins, destituir os administradores e alterar o estatuto associativo.
Comentário:
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:
I – destituir os administradores
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é
exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo
quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos
administradores.
Gabarito letra E.

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VUNESP 2014/DESENVOLVESP/Advogado. Assinale a alternativa


correta acerca das associações.
a) Em sua essência, assim como nas sociedades, as associações têm por
finalidade a obtenção de lucro, a ser distribuído entre os associados.
b) A exclusão dos associados, nas hipóteses em que o estatuto permitir,
independe de procedimento que assegure o direito de defesa.
c) As associações podem ser públicas, sendo classificadas como pessoa jurídica
de direito público interno.
d) Em razão de sua natureza, não se admite a existência de categorias de
associados com vantagens especiais.
e) Em caso de dissolução da associação, não se admite a restituição das
contribuições que os associados prestaram à associação, devendo o patrimônio
integral ser revertido para instituição de fins idênticos ou semelhantes.
Comentário:
A alternativa “a” está errada.
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para
fins não econômicos.
A alternativa “b” está errada.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos
termos previstos no estatuto.
A alternativa “c” está correta.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
A alternativa “d” está errada.
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.
A alternativa “e” está errada.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art.
56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou,
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal,
de fins idênticos ou semelhantes.
Gabarito letra C.

Fundações
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre as fundações, temos que noticiá-lo
sobre uma importante alteração ocorrida dia 29/07/2015, onde a Lei nº 13.151
alterou vários dispositivos do CC/2002 sobre as fundações privadas.

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Deste modo, vamos fazer um quadro comparativo entre como era o artigo ou
inciso, e como ficou. Mas, desde já alertamos que a citada lei já está em vigor,
pois, de acordo com seu art. 7º, ela entra em vigor na data de sua publicação.
Então vamos lá!
Vimos que, nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião de
pessoas, a coletividade. Já nas fundações, há de início um patrimônio
despersonalizado, destinado a um fim.

As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada


finalidade. A Lei nº 13.151, de 2015 alterou a redação do artigo 62 do CC, da
seguinte forma:

Lei nº 10.406, de 2002 Lei nº 13.151, de 2015

Art. 62. Para criar uma fundação, o Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
seu instituidor fará, por escritura instituidor fará, por escritura pública ou
pública ou testamento, dotação testamento, dotação especial de bens
especial de bens livres, livres, especificando o fim a que se destina,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente
Parágrafo único. A fundação poderá constituir-se para fins de:
somente poderá constituir-se para
I – assistência social;
fins religiosos, morais, culturais ou de
assistência. II – cultura, defesa e conservação do
patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do
meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação
de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que


recebe personalidade para a realização de um fim determinado. O patrimônio se

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personaliza quando obtém sua existência legal, deste modo, uma fundação não
é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública ou
testamento.
A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente
relevantes, úteis e nobres. Afasta-se assim taxativamente no parágrafo
único a possibilidade de instruírem-se fundações com fins ociosos e fúteis.
A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência
social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa,
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção
e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
e das atividades religiosas.

Observe que agora a finalidade da fundação, ou seja, seu campo de atuação


ficou maior e mais determinado. Temos, no parágrafo único do art. 62, um campo
de atuação maior do que tínhamos na antiga redação, o que reforça os
entendimentos da doutrina, tribunais e enunciados, de que a fundação poderia
atuar em outros campos além dos descritos no antigo § único do art. 62.

Atenção! Tenha em mente que esta é a redação atual do art. 62 do CC.


A Lei nº 13.151 já está em vigor.

Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, ou seja, para


que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é necessário o
preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por meio de escritura
pública ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus, da qual conste
a finalidade específica da fundação, que somente poderá constituir-se para fins
de assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa,
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos; atividades religiosas; estatutos que a
regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público e o registro
da escritura de instituição.

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A criação da fundação se dá pelo denominado negócio jurídico fundacional
e o registro a personifica, fazendo com que tenha capacidade, patrimônio, sede
e administração8.
No primeiro requisito (instituição) para a criação de uma fundação,
existem dois momentos bem definidos: um é a ¹vontade de sua constituição,
que neste caso se exterioriza no ato de fundação propriamente dito; e o outro é
o ato de ²dotação de um patrimônio, que lhe dará vida. Neste ato de dotação,
estão compreendidos: a reserva de bens livres9, a indicação dos fins e a maneira
pela qual o acervo será administrado.

Modalidades de formação da fundação:


Direta – neste modo, a própria pessoa instituidora projeta e regulamenta a
fundação.
Fiduciária – neste modo, o instituidor entrega a tarefa de organizá-la a outra
pessoa.

Atenção! O instituidor da fundação pode ser tanto pessoa


natural quanto pessoa jurídica.

Vimos que a constituição da fundação é feita com dotação de bens, mas


o que ocorre quando esta dotação não for suficiente? Esta situação está
expressa no art. 63 do CC:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados
serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação
que se proponha a fim igual ou semelhante.

Então, se caso os bens forem insuficientes para a constituição da


fundação, eles serão destinados a outra fundação que tenha a mesma ou
semelhante finalidade da que não pôde ser criada, mas isso só acontecerá se
o instituidor não tiver disposto de forma diferente no estatuto.
A tarefa de elaborar o estatuto – que é a lei interna da fundação - cabe ao
instituidor ou, então, o instituidor deverá designar quem elabore o estatuto.
Depois de ultrapassada esta fase, o estatuto será apresentado ao Ministério

8
Diniz. Direito Fundacional.
9
Estes bens têm que ser livres, pois qualquer ônus sobre eles colocaria em risco a existência da
entidade.

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Público 10 – órgão fiscalizador das fundações, que examinará se foram
observadas as bases da fundação e se os bens são suficientes para atender as
suas finalidades. Neste sentido temos o artigo 66 do CC:
Art.66 Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios
§2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em
cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

Importante! De acordo caput do art. 66 do CC, as fundações depois de


criada, serão fiscalizadas pelo Ministério Público do Estado onde situadas.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação


estiver situada no Distrito Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas
fundações localizadas no DF? O Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT).

A Lei n.º 13.151/2015 alterou o § 1º do art. 66 do CC com o objetivo


de deixar isso expresso no texto do Código.

§ 1º. Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo


ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Desse modo, mesmo antes da alteração da Lei n.º13.151/2015, por força


de decisão do STF, a atribuição para fiscalizar as fundações privadas localizadas
no DF já era do MPDFT.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

CESPE 2007/CGU/Procurador Federal. De acordo com o STF, cabe ao


Ministério Público do Distrito Federal e Territórios velar pelas fundações públicas
e de direito privado em funcionamento no DF, sem prejuízo da atribuição, ao
Ministério Público Federal, da veladura das fundações federais de direito público
que funcionem, ou não, no DF ou nos eventuais territórios.

10
Esta fiscalização será feita por meio da Promotoria de Justiça das Fundações, nas cidades em
que houver este cargo na divisão administrativa da instituição. Nas cidades menores esta tarefa
caberá ao Promotor Público.

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Gabarito correto.

A Lei nº 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que


foi decidido pelo STF, deixando claro que se a fundação privada funcionar no
Distrito Federal ou em Território caberá o encargo ao MPDFT.

E se a fundação abranger mais de um Estado/DF? Se ela


funcionar em dois, três, quatro Estados/DF, quem fiscaliza?

Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado,


caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do
art. 66).
Ex: Fundação “A” atua em SP, MG e DF. O MPSP irá fiscalizar as atividades
dessa fundação em SP, o MPRJ no MG e o MPDFT no DF.

CESPE 2007/CGU/Procurador Federal. Se uma fundação estender suas


atividades por mais de um estado, independentemente de ser federal ou
estadual, sua veladura caberá ao Ministério Público Federal.
Gabarito errado.

Compete, então, ao Ministério Público do Distrito Federal velar pelas fundações


no DF.

Em se tratando de fundações federais de direito público esta atribuição de


velar cabe, sim, ao Ministério Público Federal, independentemente de funcionar
ou não no DF ou nos eventuais Territórios.
Nos Estados, esta competência é do Ministério Público do Estado em que se
situa a fundação.

Nesta mesma perspectiva, de ação do Ministério Público, temos o parágrafo


único, do artigo 65 do CC:
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo
ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art.62), o estatuto
da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade
competente, com recurso ao juiz.

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Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou,
não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao
Ministério Público.

Como vimos, se o instituidor não fizer o estatuto e a pessoa por ele


designada também não fizer, caberá ao Ministério Público esta tarefa. Qualquer
alteração do estatuto também deve ser submetida à apreciação do Ministério
Público.

Sobre alterações no estatuto temos o artigo 67 do CC:


Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I – seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos componentes para gerir e representar
a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue,
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

E, aqui, temos a última alteração. Agora temos um prazo máximo para


que o MP analise a proposta de mudança do estatuto. Observe como ficou a nova
redação do inciso III do art. 67 do CC:
Art. 67. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45
(quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar,
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

Deste modo o art. 67 ficou da seguinte forma:


Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e
cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-
la, a requerimento do interessado.

ATENÇÃO! Colocamos os dispositivos, o antigo e o novo da Lei nº 13.151,


como forma de comparação, mas o que está valendo é a redação nova. Fique
atento. ;)

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Caso a alteração não tenha sido aprovada por unanimidade, a minoria
vencida poderá requerer a impugnação no prazo de 10 dias, isso conforme o
artigo 68 do CC:
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os
administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público,
requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez)
dias.

Existem certas peculiaridades no que diz respeito às fundações:


A primeira é quanto aos seus bens, estes não podem ser vendidos.
Normalmente, tais bens são inalienáveis, porque é sua existência que
assegura a vida das fundações, não podendo, desta forma, serem desviados
de sua destinação original. É claro que, dependendo da situação, comprovada a
necessidade da venda, esta pode ser autorizada pelo juiz competente11, com a
audiência do Ministério Público. O produto da venda deve ser aplicado na
fundação ou em outros bens destinados a sua manutenção;
Na fundação, o elemento pessoa natural pode não ser múltiplo, uma vez que
basta uma só pessoa para sua criação;
O patrimônio é o elemento fundamental das fundações;
Os fins também são imutáveis, porque são fixados pelo instituidor;
Nas fundações os administradores não são sócios, podem ser denominados
como membros contribuintes, fundadores, beneméritos, efetivos, etc.

Outra peculiaridade está no artigo 64 do CC:


Art. 64. Constituída a fundação por negócio Jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado
a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o
fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.

Portanto, a promessa do instituidor, que se materializa na dotação de


bens ou direitos, possui caráter irrevogável e irretratável. Se uma pessoa
prometer e não cumprir, poderá o juiz através de mandado judicial executar a
promessa.

Sobre o tema extinção da fundação temos o artigo 69 do CC e o artigo


765 do NCPC:

“CC art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no
ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a
fim igual ou semelhante.”

11
Sem esta autorização a venda será nula.

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“NCPC art. 765. Qualquer interessado ou órgão do Ministério Público promoverá a extinção
da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto;
II – for impossível a sua manutenção;
III – se vencer o prazo de sua existência”.

Passemos agora a outro assunto muito importante, a chamada desconsideração


da pessoa jurídica!

Desconsideração da Pessoa Jurídica


Quando estudamos a natureza jurídica das pessoas jurídicas, as
classificamos como realidade técnica. A pessoa jurídica decorre da técnica do
direito, é uma criação jurídica para a realização de certos objetivos.
Neste sentido temos que as pessoas jurídicas possuem existência distinta
em relação a seus membros. Existem, porém, determinados casos onde esta
distinção entre a pessoa jurídica e a pessoa natural não pode ser mantida.
Casos estes em que a personalidade da pessoa jurídica foi utilizada para
fugir das suas finalidades, para lesar terceiros.
Quando isto acontece, a personalidade jurídica deve ser desconsiderada,
decidindo o julgador como se o ato ou negócio houvesse sido praticado pela
pessoa natural.

Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em


casos específicos e determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente.
O assunto está regulado pelo artigo 50 do CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio
de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Portanto, a teoria da desconsideração (ou disregard of the legal entity),


como assinala Venosa12, “...autoriza o juiz, quando há desvio de finalidade, a não
considerar os efeitos da personificação, para que sejam atingidos bens
particulares dos sócios ou até mesmo de outras pessoas jurídicas,
mantidos incólumes, pelos fraudadores, justamente para propiciar ou facilitar a
fraude”.

12
Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, 11 ed.

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O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois
casos:
Desvio de finalidade13
Confusão patrimonial14.

Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, é


necessário que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo
da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de direito podem ser
combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade distinta da
pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos
jurídicos), a teoria da desconsideração é inócua (...)”.

“Sempre será necessário o uso fraudulento da pessoa jurídica?”

A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de


fraude e de má-fé. Existem, no entanto, duas teorias sobre a
desconsideração:
A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a
teoria adotada pelo Código Civil. Apenas observando que no caso de confusão
patrimonial, esta será o pressuposto necessário e suficiente.
Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor.

E veja dois enunciados relacionados ao assunto:


Jornada I STJ 7: “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica
quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores
ou sócios que nela hajam incorrido”.
Jornada III STJ 146: “Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstas no CC 50
(desvio de finalidade ou confusão patrimonial)” (Este Enunciado não prejudica o
Jornada I STJ 7).

A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, principalmente


no que diz respeito às relações de consumo (art.28 e parágrafos da Lei

13
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo
da personalidade jurídica.
14
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de
separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos
haveres de diversas pessoas jurídicas.

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8.078/1990). Mas o assunto é polêmico. Também é apontada pela doutrina uma
problemática nas relações trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da
desconsideração tem sido utilizada de forma indiscriminada.

Você precisa estar muito atento(a) em uma questão que aborde o


tema. De todo modo, respondendo à pergunta, entenda que nem
sempre será necessária a comprovação da intenção de fraudar.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2011 / DPE-RS / Defensor Público. Pessoas jurídicas de direito


privado, seu processo de personificação e desconsideração de sua personalidade
jurídica. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica "inversa", visando
a alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar
bens pessoais, com prejuízo a terceiros.
Gabarito correto.

Desconsideração “inversa” da Pessoa Jurídica


Existe uma situação que ocorre o seguinte: O sócio, com objetivo prejudicar
a terceiro, oculta ou desvia seus bens pessoais para a pessoa jurídica. Estes
“bens da pessoa jurídica” (na realidade são bens ocultos do sócio) poderão ser
atingidos em uma desconsideração.

Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica


denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica
para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.

“Professores! Antes de encerrar o assunto, eu li algo sobre a


necessidade de insolvência e a desconsideração da
personalidade jurídica, o que é isto?”

A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode cumprir


com suas obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a doutrina, a
aplicação da teoria da desconsideração conforme já falamos não importa
dissolução ou anulação da sociedade. Importa apenas a sua desconsideração.
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ
281: “A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da
demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.

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Proteção dos Direitos da Personalidade


As pessoas jurídicas são abrangidas pela proteção dos direitos da
personalidade.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova:

FCC 2015/TJ-PE/Juiz Substituto. Segundo a legislação civil vigente,


aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Gabarito correto.

FCC 2015 / TRE-PB / Analista Judiciário. Não se aplica, em qualquer


hipótese, a proteção dos direitos da personalidade tratando-se de
incompatibilidade legal de institutos.
Gabarito errado.

FCC 2006/PGE-RR /Procurador do Estado. Aplica-se às pessoas


jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Gabarito correto.

Observe que a aplicação da proteção aos direitos da personalidade não é


feita indistintamente para todos os casos. Quanto a este assunto temos o
seguinte enunciado do STJ:
STJ 227: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”

Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos
à valoração extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo.
Isso porque a pessoa jurídica não tem direito à reparação do dano moral
subjetivo, uma vez que não possui capacidade afetiva. E a honra subjetiva está
relacionada aos sentimentos de autoestima.

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Este assunto já foi cobrado, mas por outra banca, no concurso do


MPU/2013: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral nos casos
de violação à sua honra subjetiva.
De acordo com o que vimos está incorreto.

Responsbilidade das Pessoas Jurídicas


A responsabilização vai acontecer quando uma pessoa for prejudicada,
quando houver um dano – seja ele patrimonial ou moral, sendo necessário
também que exista um nexo de causalidade entre este dano e o ato de um agente
– que foi o causador do dano.
A existência de dano gera a responsabilidade e a obrigação de reparação
deste dano. Sendo que a responsabilidade das pessoas jurídicas pode ocorrer
no âmbito administrativo, no civil e no penal.
No âmbito penal, por exemplo, a Lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998,
que fala sobre os crimes ambientais, responsabiliza administrativa, civil e
penalmente as pessoas jurídicas, aplicando penas restritivas de direitos,
prestação de serviços à comunidade e multa.

No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser:


Contratual - que está no art. 389 do CC: “Não cumprida a obrigação, responde
o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”.
Extracontratual - também chamada de delitual ou aquiliana, que decorre de
atos ilícitos e impõe a todos o dever de não lesar. Se mesmo assim a pessoa o
fizer, ocorrerá a obrigação de reparar este dano.

Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a


terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas
de direito público a responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco
administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito


público interno têm a obrigação de reparar tão somente pela existência do fato
danoso e do nexo causal (que é a chamada Teoria do Risco), não existe a
necessidade de culpa. É assegurado a estas pessoas, no entanto, o direito de
ação contra os causadores do dano se estes agirem com culpa ou dolo.

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Porém se houver a culpa concorrente entre o agente e a vítima a
indenização será reduzida pela metade. E se a culpa for exclusiva da vítima o
Estado se exonerará da obrigação de indenizar. O mesmo acontecendo no caso
de força maior e fato exclusivo de terceiro.

Domicílio da Pessoa Jurídica


É a sede jurídica da pessoa jurídica, é onde os credores podem demandar
o cumprimento das obrigações. É o local de suas atividades habituais, de seu
governo, administração ou direção, ou ainda, aquele determinado no ato
constitutivo. Estabelece o artigo 75 do CC:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos.
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º. Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas
agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

O § 1º do artigo 75, vem ajudar às pessoas que necessitam processar uma


entidade com estabelecimentos em vários lugares, ao dizer que cada um deles
será considerado domicílio para os atos neles praticados. Já, o § 2º do artigo
75 diz respeito às pessoas jurídicas estrangeiras que tenham estabelecimento no
Brasil, e que serão demandadas no foro de sua agência aqui localizada, de acordo
com as obrigações contraídas por cada uma delas.

Considerações Finais
Terminada mais uma aula, caros amigos, como de costume, vamos à
prática, com a resolução de mais questões.
Mandem suas dúvidas para o fórum de dúvidas do nosso curso.
OBS: Mesmo que você encontre questões, sobre as Fundações, desatualizadas,
em função da Lei nº 13.151, vale a pena dar uma olhadinha, pois, assim, você
entende como as bancas costumam pedir este tipo de assunto.
Um abraço e bons estudos!
Aline Baptista Santiago.

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Resumo da Matéria

É importante que você saiba identificar e distinguir as pessoas


jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado (é um ponto
recorrente em provas).

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público,
a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao
seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e
todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

“O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que se administra e


representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.”

Informação: É decadencial o direito de anular as decisões tomadas por


órgão de administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas, por exemplo,
de simulação.

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Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Cuidado com o Art. 50! Não ocorre despersonalização, apenas a


desconsideração – isto quando há abuso da personalidade jurídica por ¹desvio
de finalidade ou pela ²confusão patrimonial. Busca no patrimônio de particulares
(sócios e administradores) a satisfação de dívidas da pessoa jurídica.

Lembre-se também das figuras despersonalizadas (que não possuem


personalidade jurídica própria), tais como a família; a massa falida; o espólio;
o condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos possuem
capacidade processual e também possuem legitimidade ativa e passiva para
demandar e ser demandado em ações na justiça.

Informação: A pessoa jurídica de direito privado responde como


preponente pelos atos de seus empregados ou prepostos (responsabilidade por
fato de terceiro), como também pelos de seus órgãos (diretores, administradores,
assembleias).

Domicílio: Para a pessoa jurídica que possua diversos estabelecimentos em


lugares diferentes, cada um deles será considerado seu domicílio para os atos
nele praticados.

Questões do CESPE
Como solicitado nos cursos anteriores que ministramos, apresentaremos as
questões com alguns comentários e ao final colocaremos apenas a lista das
questões com gabarito, desta forma facilitamos para aqueles que estudam
diretamente pelo computador, mas também ajudamos quem irá estudar pelas
aulas impressas.

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1. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. As fundações privadas são


de livre criação, organização e estruturação, cabendo aos seus instituidores
definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades com fins
lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de
cunho social.

2. CESPE 2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo. De acordo com o


Código Civil, o encerramento irregular de determinada sociedade empresária é,
por si só, causa suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.

3. CESPE 2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico. A pessoa jurídica, assim como a


física, é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

4. CESPE 2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico. São considerados bens particulares


aqueles pertencentes a pessoas jurídicas de direito público interno às quais se
tenha dado estrutura de direito privado.

5. CESPE 2016/Instituto Rio Branco/Diplomata. Ao adquirir personalidade


jurídica, a pessoa jurídica torna-se suscetível de direitos e obrigações e passa a
ter existência própria, independentemente da pessoa de seus sócios, instituidores
e administradores.

6. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. A transferência


de quota de associação de um associado para seu filho não importará na
atribuição da qualidade de associado ao filho, salvo se houver disposição
estatutária nesse sentido.

7. CESPE 2016/TRT-8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário. A respeito da


pessoa jurídica, julgue o item. Os partidos políticos, assim como os municípios e
a União, são pessoas jurídicas de direito público interno.

8. CESPE 2016/TRT-8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário. A respeito da


pessoa jurídica, julgue o item. A dotação especial de bens livres do instituidor
para a criação da fundação só tem validade se feita por escritura pública, sendo
vedada a sua instituição mediante testamento.

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9. CESPE 2016/TJ-AM/Juiz Substituto. As fundações são entidades de direito


privado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem
fins não econômicos.

10. CESPE 2016/FUNPRESP-EXE/Especialista-Área Jurídica. Situação


hipotética: Os sócios de uma empresa decidiram dissolvê-la após a morte de um
deles, mas não deram baixa na junta comercial. Assertiva: Nessa situação, tal
fato, por si só, não dá ensejo à aplicação da teoria da desconsideração da
personalidade jurídica com vistas a atingir os bens particulares do sócio-
administrador para pagamento de dívidas da sociedade.

11. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. Dentre as pessoas jurídicas de direito público


interno, estão as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter
privado que se tenha dado estrutura de direito público.

12. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. Conforme entendimento prevalente do STJ, a


dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada,
baste à desconsideração da personalidade jurídica.

13. CESPE 2015/TJ-DFT/AJAJ. Ao acolher requerimento de desconsideração


da personalidade jurídica feita com fulcro no Código Civil, o juiz deve determinar
a substituição da pessoa jurídica por seus sócios: com a dissolução da pessoa
jurídica decorrente da desconsideração, os sócios passam a ser os responsáveis
pela obrigação da sociedade.

14. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Considera-se domicílio das pessoas jurídicas de direito público o
lugar onde funciona a sua administração ou o lugar onde se encontram os seus
representantes legais.

15. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Mesmo que tenha estabelecimentos em lugares diferentes,
considera-se domicílio das pessoas jurídicas de direito privado o lugar indicado
no seu ato constitutivo.

16. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Quanto à responsabilidade por atos ilícitos, aplicam-se às pessoas
jurídicas de direito privado as mesmas obrigações impostas às pessoas jurídicas
de direito público.

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17. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e
ao domicílio. As fundações podem ter personalidade jurídica de direito público ou
de direito privado, segundo dispõe a sua norma instituidora.

18. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. As pessoas jurídicas não são objeto de proteção de direito da
personalidade, pois esses direitos são próprios das pessoas naturais.

19. CESPE 2015/TCE-RN/Auditor. Embora a União seja responsável pelos


atos danosos praticados por seus agentes, sempre que estes, no exercício da
função, agirem mediante dolo, ela não o é pelos atos culposos ou por aqueles
originários de caso fortuito ou de força maior.
==d831f==

20. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador do Município.


Consoante a jurisprudência do STJ, a desconsideração da personalidade jurídica
é medida excepcional e está subordinada à comprovação do abuso da
personalidade jurídica, caracterizado por desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.

21. CESPE 2015/TCU/Procurador do Ministério Público. A dissolução


irregular de sociedade é, por si só, causa para a desconsideração da
personalidade civil por configurar desvio da finalidade institucional.

22. CESPE 2015/TJ-DFT/Juiz de Direito Substituto. O direito de anular a


constituição de pessoa jurídica de direito privado não se sujeita a prazo
decadencial.

23. CESPE 2015/TJ-DFT/Juiz de Direito Substituto. A demonstração de


insolvência da pessoa jurídica de direito privado é elemento suficiente para
ensejar a desconsideração da personalidade jurídica.

24. CESPE 2015/DPE-PE/Defensor Público. Caso determinada rede de rádio,


por informações veiculadas em sua programação, atinja a honra e a imagem do
próprio Estado, será admitida, nessa hipótese, ação indenizatória por dano moral
pelo ente federativo em desfavor da empresa de radiodifusão, devendo o locutor
responder regressivamente se tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o
locutor for economicamente hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa dele.

25. CESPE 2015/DPE-PE/Defensor Público. O espólio possui legitimidade


para postular indenização por danos morais pelos prejuízos decorrentes de ofensa
à imagem do falecido, em virtude da contratação de cartão de crédito após a

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morte do usuário, com a inscrição do seu nome nos cadastros de devedores
inadimplentes.

26. CESPE 2014/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido deve ser
destinado a entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, a instituição municipal, estadual ou federal, independentemente de ulterior
deliberação dos associados para destinar o patrimônio social a alguma outra
entidade que também persiga fins não econômicos.

27. CESPE 2014/TJ-SE/Técnico Judiciário. Considerando que Francisco, José


e Luiz tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a
finalidade de auxiliar pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia,
além de ajudar a executar projetos de construção e cadastramento dos demais
associados, no âmbito de programas governamentais e assistenciais, julgue o
item a seguir. De acordo com a jurisprudência e a doutrina, a Associação X não
perderá a qualificação de associação se vier a desenvolver atividade econômica,
desde que essa atividade não vise ao lucro.

28. CESPE 2014/TJ-SE/Técnico Judiciário. Considerando que Francisco, José


e Luiz tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a
finalidade de auxiliar pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia,
além de ajudar a executar projetos de construção e cadastramento dos demais
associados, no âmbito de programas governamentais e assistenciais, julgue o
item a seguir. Associação é uma pessoa jurídica de caráter pessoal, e sua
estrutura está fundamentada em patrimônio dedicado à realização de fins não
econômicos.

29. CESPE 2014/TJ-CE/Analista Judiciário. A pessoa jurídica de direito


público e a pessoa jurídica de direito privado têm direito à indenização por danos
morais relacionados à violação da honra ou da imagem.

30. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. No atual Código Civil, não se admite
revogação de fundação, por testamento posterior, para a instituição de herdeiro.

31. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. As fundações públicas com personalidade
de direito privado ingressam no mundo jurídico mediante autorização legislativa,
enquanto as fundações de direito privado adquirem personalidade por meio de

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inscrição de seu estatuto no registro civil das pessoas jurídicas, podendo ambas
serem extintas por decisão da maioria de seus membros.

32. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. As fundações instituídas como autarquias
pelo poder público estão sujeitas ao controle financeiro e orçamentário do MPF e
dos MPs estaduais, conforme o âmbito de sua atuação.

33. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. Pode-se instituir fundação, como
disposição de última vontade, por testamento público, cerrado ou particular,
observados, em cada caso, os requisitos legais.

34. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. A escritura pública firmada pelo instituidor
da fundação não pode ser retificada no que diz respeito à composição dos órgãos
de administração.

35. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. Configurado
o ilícito praticado por sociedade em detrimento do consumidor, as sociedades
consorciadas e as coligadas respondem solidária e objetivamente pelo evento
danoso.

36. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. No Código
Civil brasileiro, é prevista a desconsideração da personalidade jurídica em caso
de abuso caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial, de
modo a assegurar ao credor acesso aos bens particulares dos administradores e
sócios da empresa para a satisfação de seu crédito.

37. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. No Código
de Defesa do Consumidor, é prevista a desconsideração da autonomia da pessoa
jurídica nos casos de práticas abusivas, infração da lei, fato ou ato ilícito, desde
que se configure fraude ou abuso de direito.

38. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. Não incide a

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hipótese de desconsideração da personalidade jurídica nos casos de
encerramento ou inatividade da empresa jurídica por má administração do
fornecedor, em prejuízo do consumidor.

39. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. A existência das pessoas jurídicas de


direito privado tem início com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro, precedida, quando se fizer necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo.

40. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. Para criar uma fundação, o seu


instituidor deve fazer, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, sendo imprescindível que indique a finalidade a que se destina a
fundação, pois, se insuficientes os referidos bens para constituí-la, estes serão
obrigatoriamente incorporados em outra que se proponha ao mesmo fim.

41. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. Em caso de abuso caracterizado pelo


desvio de finalidade, a possibilidade de desconsideração da personalidade
jurídica, para a extensão dos efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações ao patrimônio dos administradores da pessoa jurídica, decorre de
construção jurisprudencial, não havendo previsão expressa nesse sentido no
atual Código Civil.

42. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. A fundação de direito privado pode ser criada por instrumento
particular com dotação especial de bens livres e finalidade específica.

43. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Conforme entendimento pacificado do STJ, a inscrição indevida do
nome da pessoa jurídica em cadastro de proteção ao crédito enseja dano moral
presumido.

44. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. No caso de a pessoa jurídica ter diversos estabelecimentos em
lugares diferentes, será considerado seu domicílio o local onde funcione a direção
da empresa, independentemente do local onde os atos forem praticados.

45. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com

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a assinatura do seu ato constitutivo pelos sócios, sendo que a inscrição do ato no
respectivo registro não é exigência legal.

46. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. As pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o Código
Civil, se submetem necessariamente ao regime da responsabilidade objetiva,
sendo necessário que a vítima demonstre a conduta da empresa, o dano sofrido,
o nexo de causalidade entre a conduta e o prejuízo e demonstre ainda a culpa de
seu agente, sócio ou preposto.

47. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Porque não se aplicam os direitos da personalidade à pessoa
jurídica, esta não pode sofrer dano moral, já que é impossível ferir a honra da
empresa, atributo inerente à pessoa física.

48. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Como exceção ao princípio da autonomia patrimonial, o Código
Civil autoriza a desconsideração da personalidade jurídica, em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizada por desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.

49. CESPE 2013/PG-DF/Procurador. No entendimento do STJ, não é cabível


a desconsideração da personalidade jurídica denominada inversa para alcançar
bens de sócio que se tenha valido da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros.

50. CESPE 2013/TJ-RN/Juiz. O domicílio das pessoas jurídicas restringe-se ao


lugar de funcionamento das respectivas diretorias e administrações.

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1.E 2.E 3.C 4.E 5.C 6.C 7.E 8.E 9.E 10.C

11.E 12.C 13.E 14.E 15.E 16.E 17.C 18.E 19.E 20.C

21.E 22.E 23.E 24.E 25.E 26.E 27.C 28.E 29.E 30.E

31.E 32.E 33.C 34.E 35.E 36.C 37.E 38.E 39.C 40.E

41.E 42.E 43.C 44.E 45.E 46.E 47.E 48.C 49.E 50.E

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1. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. As fundações privadas são


de livre criação, organização e estruturação, cabendo aos seus instituidores
definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades com fins
lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de
cunho social.

Comentário:
Jornada I STJ 9: “O CC par. ún., deve ser interpretado de modo a excluir apenas
as fundações de fins lucrativos”
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;
Gabarito errado.

2. CESPE 2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo. De acordo com o


Código Civil, o encerramento irregular de determinada sociedade empresária é,
por si só, causa suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica.

Comentário:
A dissolução irregular não é suficiente para desconsideração de
personalidade jurídica. Portanto, a mera demonstração de insolvência da
pessoa jurídica ou de dissolução irregular de empresa sem a devida baixa na

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junta comercial, por si sós, não ensejam a desconsideração da personalidade
jurídica. Nos termos da teoria adotada pelo CC, é a intenção ilícita e fraudulenta
que autoriza a aplicação do instituto.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Gabarito errado.

3. CESPE 2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico. A pessoa jurídica, assim como a


física, é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Comentário:
Tanto as pessoas físicas como as jurídicas são capazes de direitos e obrigações
na ordem civil.
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez
tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e
obrigações.
Gabarito correto.

4. CESPE 2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico. São considerados bens particulares


aqueles pertencentes a pessoas jurídicas de direito público interno às quais se
tenha dado estrutura de direito privado.

Comentário:
São considerados bens públicos, mais precisamente, bens dominicais.
Art. 99. São bens públicos:
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os
bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura
de direito privado.
Gabarito errado.

5. CESPE 2016/Instituto Rio Branco/Diplomata. Ao adquirir personalidade


jurídica, a pessoa jurídica torna-se suscetível de direitos e obrigações e passa a
ter existência própria, independentemente da pessoa de seus sócios, instituidores
e administradores.

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Comentário:
As pessoas jurídicas são entidades as quais a lei confere personalidade. Uma vez
tendo personalidade jurídica, estas pessoas podem ser sujeitos de direitos e
obrigações.
É importante observarmos que a personalidade da pessoa jurídica não se
confunde, em regra, com a personalidade de cada um dos seus membros.
Desta forma, uma de suas principais características é a atuação na vida jurídica
com personalidade distinta da de seus membros. Esta separação de
personalidades leva também à separação dos patrimônios – respeitando o
princípio da Autonomia Patrimonial. Assim, em regra, não podem, por
exemplo, ser penhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade.
Gabarito correto.

6. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. A transferência


de quota de associação de um associado para seu filho não importará na
atribuição da qualidade de associado ao filho, salvo se houver disposição
estatutária nesse sentido.

Comentário:
De acordo com o art. 56 do CC:
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o
contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da
associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da
qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do
estatuto.
Gabarito correto.

7. CESPE 2016/TRT-8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário. A respeito da


pessoa jurídica, julgue o item. Os partidos políticos, assim como os municípios e
a União, são pessoas jurídicas de direito público interno.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
V - os partidos políticos.
Gabarito errado.

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8. CESPE 2016/TRT-8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário. A respeito da
pessoa jurídica, julgue o item. A dotação especial de bens livres do instituidor
para a criação da fundação só tem validade se feita por escritura pública, sendo
vedada a sua instituição mediante testamento.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Gabarito errado.

9. CESPE 2016/TJ-AM/Juiz Substituto. As fundações são entidades de direito


privado e se caracterizam pela união de pessoas com o escopo de alcançarem
fins não econômicos.

Comentário:
As fundações têm sua razão de ser no patrimônio destinado a determinada
finalidade.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Trata-se, como se depreende do artigo, de um conjunto de bens, que recebe
personalidade para a realização de um fim determinado. O patrimônio se
personaliza quando obtém sua existência legal, deste modo, uma fundação não
é qualquer conjunto de bens. A dotação se fará por escritura pública ou
testamento.
A construção da fundação é voltada para a realização de fins socialmente
relevantes, úteis e nobres. Afasta-se assim taxativamente no parágrafo
único a possibilidade de instruírem-se fundações com fins ociosos e fúteis.
Gabarito errado.

10. CESPE 2016/FUNPRESP-EXE/Especialista-Área Jurídica. Situação


hipotética: Os sócios de uma empresa decidiram dissolvê-la após a morte de um
deles, mas não deram baixa na junta comercial. Assertiva: Nessa situação, tal
fato, por si só, não dá ensejo à aplicação da teoria da desconsideração da
personalidade jurídica com vistas a atingir os bens particulares do sócio-
administrador para pagamento de dívidas da sociedade.

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Comentário:
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ARTIGO 50, DO CC. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS. ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES OU
DISSOLUÇÃO IRREGULARES DA SOCIEDADE. INSUFICIÊNCIA. DESVIO DE FINALIDADE
OU CONFUSÃO PATRIMONIAL. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. QUESTÃO ATRELADA
AO REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de que a
desconsideração da personalidade jurídica prevista no artigo 50 do Código Civil trata-se
de regra de exceção, de restrição ao princípio da autonomia patrimonial da pessoa
jurídica. Assim, a interpretação que melhor se coaduna com esse dispositivo legal é a
que relega sua aplicação a casos extremos, em que a pessoa jurídica tenha sido
instrumento para fins fraudulentos, configurado mediante o desvio da finalidade
institucional ou a confusão patrimonial. 2. Dessa forma, o encerramento das atividades
ou dissolução, ainda que irregulares, da sociedade não são causas, por si só, para a
desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do artigo 50 do Código Civil.
Precedentes. 3. O reexame de matéria de prova é inviável em sede de recurso especial
(Súmula 7/STJ). 4. Agravo regimental não provido.
Gabarito correto.

11. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. Dentre as pessoas jurídicas de direito público


interno, estão as autarquias, as associações públicas, as entidades de caráter
privado que se tenha dado estrutura de direito público.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público,
a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao
seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Gabarito errado.

12. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. Conforme entendimento prevalente do STJ, a


dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada,
baste à desconsideração da personalidade jurídica.

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Comentário:
A dissolução da sociedade comercial, ainda que irregular, não é causa que,
isolada, baste à desconsideração da personalidade jurídica.
Informativo 554 do STJ - o encerramento das atividades ou dissolução da
sociedade, ainda que irregulares, NÃO é causa, por si só, para a desconsideração
da personalidade jurídica prevista no Código Civil.
Gabarito correto.

13. CESPE 2015/TJ-DFT/AJAJ. Ao acolher requerimento de desconsideração


da personalidade jurídica feita com fulcro no Código Civil, o juiz deve determinar
a substituição da pessoa jurídica por seus sócios: com a dissolução da pessoa
jurídica decorrente da desconsideração, os sócios passam a ser os responsáveis
pela obrigação da sociedade.

Comentário:
A desconsideração não implica a dissolução da pessoa jurídica.
Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em
casos específicos e determinados, apenas desconsiderá-la temporariamente.
O assunto está regulado pelo artigo 50 do CC:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio
de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Gabarito errado.

14. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Considera-se domicílio das pessoas jurídicas de direito público o
lugar onde funciona a sua administração ou o lugar onde se encontram os seus
representantes legais.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos.

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Gabarito errado.

15. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Mesmo que tenha estabelecimentos em lugares diferentes,
considera-se domicílio das pessoas jurídicas de direito privado o lugar indicado
no seu ato constitutivo.

Comentário
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. § 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Gabarito errado.

16. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. Quanto à responsabilidade por atos ilícitos, aplicam-se às pessoas
jurídicas de direito privado as mesmas obrigações impostas às pessoas jurídicas
de direito público.

Comentário:
Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a
terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas
de direito público a responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco
administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Gabarito errado.

17. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e


ao domicílio. As fundações podem ter personalidade jurídica de direito público ou
de direito privado, segundo dispõe a sua norma instituidora.

Comentário:
As fundações podem ser de direito público quando forem criadas por lei, ou de
direito privado quanto criadas por escritura pública ou testamento.
Gabarito correto.

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18. CESPE 2015/TRE-RS/AJAA. Julgue o item, relativo a pessoas jurídicas e
ao domicílio. As pessoas jurídicas não são objeto de proteção de direito da
personalidade, pois esses direitos são próprios das pessoas naturais.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
Gabarito errado.

19. CESPE 2015/TCE-RN/Auditor. Embora a União seja responsável pelos


atos danosos praticados por seus agentes, sempre que estes, no exercício da
função, agirem mediante dolo, ela não o é pelos atos culposos ou por aqueles
originários de caso fortuito ou de força maior.

Comentário:
Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a
terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas
de direito público a responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco
administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Gabarito errado.

20. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador do Município.


Consoante a jurisprudência do STJ, a desconsideração da personalidade jurídica
é medida excepcional e está subordinada à comprovação do abuso da
personalidade jurídica, caracterizado por desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.

Comentário:
O abuso da personalidade jurídica conforme expresso no CC ocorre em dois
casos:
Desvio de finalidade15

15
Desvio de finalidade - o ato intencional dos sócios em fraudar terceiros com o uso abusivo
da personalidade jurídica.

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Confusão patrimonial16.
Como assinala Galhardo Jr., “para que se desconsidere a pessoa jurídica, é
necessário que o dano causado seja decorrente do uso fraudulento ou abusivo
da autonomia patrimonial. Quando a fraude e o abuso de direito podem ser
combatidos sem a necessidade de afastar-se a personalidade distinta da
pessoa jurídica (como quando é aplicável o regramento dos vícios dos atos
jurídicos), a teoria da desconsideração é inócua (...)”.
Gabarito correto.

21. CESPE 2015/TCU/Procurador do Ministério Público. A dissolução


irregular de sociedade é, por si só, causa para a desconsideração da
personalidade civil por configurar desvio da finalidade institucional.

Comentário:
Informativo 554 do STJ - o encerramento das atividades ou dissolução da
sociedade, ainda que irregulares, NÃO é causa, por si só, para a desconsideração
da personalidade jurídica prevista no Código Civil.
Gabarito errado.

22. CESPE 2015/TJ-DFT/Juiz de Direito Substituto. O direito de anular a


constituição de pessoa jurídica de direito privado não se sujeita a prazo
decadencial.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
Gabarito errado.

16
Confusão Patrimonial - subentendida como a inexistência, no campo dos fatos, de
separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios, ou, ainda, dos
haveres de diversas pessoas jurídicas.

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23. CESPE 2015/TJ-DFT/Juiz de Direito Substituto. A demonstração de
insolvência da pessoa jurídica de direito privado é elemento suficiente para
ensejar a desconsideração da personalidade jurídica.
Comentário:
A comprovação da insolvência (que é quando a PJ não pode cumprir com suas
obrigações) não é necessária. Além disso, segundo a doutrina, a aplicação da
teoria da desconsideração conforme já falamos não importa dissolução ou
anulação da sociedade. Importa apenas a sua desconsideração.
Sobre o assunto há inclusive o seguinte Enunciado da Jornada IV STJ 281: “A
aplicação da teoria da desconsideração, descrita no CC 50, prescinde da
demonstração de insolvência da pessoa jurídica”.
Gabarito errado.

24. CESPE 2015/DPE-PE/Defensor Público. Caso determinada rede de rádio,


por informações veiculadas em sua programação, atinja a honra e a imagem do
próprio Estado, será admitida, nessa hipótese, ação indenizatória por dano moral
pelo ente federativo em desfavor da empresa de radiodifusão, devendo o locutor
responder regressivamente se tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o
locutor for economicamente hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa dele.

Comentário:
Informativo 534 STJ: A pessoa jurídica de direito público não tem direito à
indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou da imagem.
Não é possível pessoa jurídica de direito público pleitear, contra particular,
indenização por dano moral relacionado à violação da honra ou da imagem.
STJ. 4a Turma. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
17/12/2013.
Gabarito errado.

25. CESPE 2015/DPE-PE/Defensor Público. O espólio possui legitimidade


para postular indenização por danos morais pelos prejuízos decorrentes de ofensa
à imagem do falecido, em virtude da contratação de cartão de crédito após a
morte do usuário, com a inscrição do seu nome nos cadastros de devedores
inadimplentes.

Comentário:
O STJ decidiu que o espólio não possui legitimidade para pleitear reparação por
danos morais decorrentes de ofensa post mortem à imagem e à memória de
pessoa.
Gabarito errado.

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26. CESPE 2014/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido deve ser
destinado a entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, a instituição municipal, estadual ou federal, independentemente de ulterior
deliberação dos associados para destinar o patrimônio social a alguma outra
entidade que também persiga fins não econômicos.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois
de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do
art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no
estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
Gabarito errado.

27. CESPE 2014/TJ-SE/Técnico Judiciário. Considerando que Francisco, José


e Luiz tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a
finalidade de auxiliar pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia,
além de ajudar a executar projetos de construção e cadastramento dos demais
associados, no âmbito de programas governamentais e assistenciais, julgue o
item a seguir. De acordo com a jurisprudência e a doutrina, a Associação X não
perderá a qualificação de associação se vier a desenvolver atividade econômica,
desde que essa atividade não vise ao lucro.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos.
Enunciado 534 da VI Jornada de Direito Civil: "As associações podem
desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa".
Gabarito correto.

28. CESPE 2014/TJ-SE/Técnico Judiciário. Considerando que Francisco, José


e Luiz tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a
finalidade de auxiliar pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia,
além de ajudar a executar projetos de construção e cadastramento dos demais
associados, no âmbito de programas governamentais e assistenciais, julgue o
item a seguir. Associação é uma pessoa jurídica de caráter pessoal, e sua

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estrutura está fundamentada em patrimônio dedicado à realização de fins não
econômicos.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos.
Nas associações, o que importa são as pessoas, a reunião de pessoas, a
coletividade. Já nas fundações, há de início um patrimônio despersonalizado,
destinado a um fim.
Gabarito errado.

29. CESPE 2014/TJ-CE/Analista Judiciário. A pessoa jurídica de direito


público e a pessoa jurídica de direito privado têm direito à indenização por danos
morais relacionados à violação da honra ou da imagem.

Comentário:
Informativo 534 STJ: A pessoa jurídica de direito público não tem direito à
indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou da imagem.
Não é possível pessoa jurídica de direito público pleitear, contra particular,
indenização por dano moral relacionado à violação da honra ou da imagem.
STJ. 4a Turma. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
17/12/2013.
Gabarito errado.

30. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. No atual Código Civil, não se admite
revogação de fundação, por testamento posterior, para a instituição de herdeiro.

Comentário:
De acordo com o art. 1.969 do CC/2002:
Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como pode ser
feito.
Gabarito errado.

31. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. As fundações públicas com personalidade
de direito privado ingressam no mundo jurídico mediante autorização legislativa,

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enquanto as fundações de direito privado adquirem personalidade por meio de
inscrição de seu estatuto no registro civil das pessoas jurídicas, podendo ambas
serem extintas por decisão da maioria de seus membros.

Comentário:
As fundações públicas de direito privado são autorizadas por lei e por lei serão
extintas.
Gabarito errado.

32. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. As fundações instituídas como autarquias
pelo poder público estão sujeitas ao controle financeiro e orçamentário do MPF e
dos MPs estaduais, conforme o âmbito de sua atuação.

Comentário:
O Ministério Público Federal “fiscaliza” as Fundações PÚBLICAS FEDERAIS.
Neste sentido temos o Enunciado 147 da Jornada III STJ: “A expressão “por
mais de um Estado”, contida no § 2º. do art. 66, não exclui o Distrito Federal e
os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, prevista no art. 66 e seus
parágrafos, ao MP local – isto é, dos Estados, DF e Territórios onde situadas –
não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas pelo MPF,
QUANDO SE TRATAR DE fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia
ou empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da
Constituição, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade”.
UMA FUNDAÇÃO PRIVADA PODE TER ABRANGÊNCIA NACIONAL. Esta fundação
será “fiscalizada” pelo respectivo Ministério Público do Estado onde estender suas
atividades.
RESUMO:
1. FUNDAÇÕES LOCALIZADAS NOS ESTADOS Ministério Público DO ESTADO
ONDE SITUADAS.
(sejam públicas OU privadas)
2. MPDFT fundações EM FUNCIONAMENTO NO DF.
(sejam públicas OU privadas)

E ATENÇÃO!
3. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL fundações FEDERAIS de direito PÚBLICO
que FUNCIONEM, OU NÃO, no DF ou nos eventuais territórios.

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(são fundações FEDERAIS de direito PÚBLICO, INDEPENDENTEMENTE DO LOCAL
DE SEU FUNCIONAMENTO).
Por fim:
OBSERVANDO PRIMEIRAMENTE O ITEM 3.
SE AS FUNDAÇÕES ESTENDEREM A ATIVIDADE POR MAIS DE UM ESTADO,
caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público, conforme
CC art. 66 §2º.
Gabarito errado.

33. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. Pode-se instituir fundação, como
disposição de última vontade, por testamento público, cerrado ou particular,
observados, em cada caso, os requisitos legais.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Gabarito correto.

34. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros. Em


relação à forma de constituição, aquisição de personalidade jurídica, controle e
extinção das fundações, julgue o item. A escritura pública firmada pelo instituidor
da fundação não pode ser retificada no que diz respeito à composição dos órgãos
de administração.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e
cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-
la, a requerimento do interessado.
Gabarito errado.

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35. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.
Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. Configurado
o ilícito praticado por sociedade em detrimento do consumidor, as sociedades
consorciadas e as coligadas respondem solidária e objetivamente pelo evento
danoso.

Comentário:
Este item exige conhecimento do Código de Defesa do Consumidor, observe:
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também
será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 2°. As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3°. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4°. As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5°. Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
aos consumidores.
Gabarito errado.

36. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.


Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. No Código
Civil brasileiro, é prevista a desconsideração da personalidade jurídica em caso
de abuso caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial, de
modo a assegurar ao credor acesso aos bens particulares dos administradores e
sócios da empresa para a satisfação de seu crédito.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo ¹desvio
de finalidade, ou pela ²confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Gabarito correto.

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37. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.
Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. No Código
de Defesa do Consumidor, é prevista a desconsideração da autonomia da pessoa
jurídica nos casos de práticas abusivas, infração da lei, fato ou ato ilícito, desde
que se configure fraude ou abuso de direito.

Comentário:
A disregard of legal entity originariamente foi feita para atingir casos de fraude
e de má-fé. Existem, no entanto, duas teorias sobre a desconsideração:
A Teoria maior, em princípio, exige dois requisitos: o abuso e o prejuízo. É a
teoria adotada pelo Código Civil. Apenas observando que no caso de confusão
patrimonial, esta será o pressuposto necessário e suficiente.
Teoria menor, que exige como requisito apenas o prejuízo ao credor.
A teoria menor por vezes é adotada pela jurisprudência, principalmente no que
diz respeito às relações de consumo (art.28 e parágrafos da Lei 8.078/1990).
Mas o assunto é polêmico. Também é apontada pela doutrina uma problemática
nas relações trabalhistas, pois, segundo ela, a teoria da desconsideração tem sido
utilizada de forma indiscriminada.
Para o CDC as hipóteses para a desconsideração são mais amplas.
Na primeira parte do caput do art. 28 temos as hipóteses clássicas de
desconsideração:

Quando em detrimento do consumidor houver Abuso de direito

Excesso de poder infração da lei fato ou ato ilícito violação dos estatutos ou contrato social.

Na parte final do caput temos:

Quando houver Falência

Estado de insolvência Encerramento ou inatividade por má administração

Assim, caberá ao juiz quando na análise do caso concreto a verificação de quando


a má administração geradora do fim das atividades da sociedade será capaz de
legitimar a desconsideração de sua personalidade jurídica.
Gabarito errado.

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38. CESPE 2014/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros.
Acerca da desconsideração da personalidade jurídica, julgue o item. Não incide a
hipótese de desconsideração da personalidade jurídica nos casos de
encerramento ou inatividade da empresa jurídica por má administração do
fornecedor, em prejuízo do consumidor.

Comentário:
E veja dois enunciados relacionados ao assunto:
Jornada I STJ 7: “só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica
quando houver a prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores
ou sócios que nela hajam incorrido”.
Jornada III STJ 146: “Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstas no CC 50
(desvio de finalidade ou confusão patrimonial)” (Este Enunciado não prejudica o
Jornada I STJ 7).
Gabarito errado.

39. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. A existência das pessoas jurídicas de


direito privado tem início com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
registro, precedida, quando se fizer necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
Gabarito correto.

40. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. Para criar uma fundação, o seu


instituidor deve fazer, por escritura pública ou testamento, dotação especial de
bens livres, sendo imprescindível que indique a finalidade a que se destina a
fundação, pois, se insuficientes os referidos bens para constituí-la, estes serão
obrigatoriamente incorporados em outra que se proponha ao mesmo fim.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:

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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados
serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação
que se proponha a fim igual ou semelhante.
Gabarito errado.

41. CESPE 2014/TCE – PB/Procurador. Em caso de abuso caracterizado pelo


desvio de finalidade, a possibilidade de desconsideração da personalidade
jurídica, para a extensão dos efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações ao patrimônio dos administradores da pessoa jurídica, decorre de
construção jurisprudencial, não havendo previsão expressa nesse sentido no
atual Código Civil.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Gabarito errado.

42. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. A fundação de direito privado pode ser criada por instrumento
particular com dotação especial de bens livres e finalidade específica.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Gabarito errado.

43. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Conforme entendimento pacificado do STJ, a inscrição indevida do
nome da pessoa jurídica em cadastro de proteção ao crédito enseja dano moral
presumido.

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Teoria e Questões
Aula 02 – Profa Aline Baptista Santiago
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
STJ 227: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Gabarito correto.

44. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. No caso de a pessoa jurídica ter diversos estabelecimentos em
lugares diferentes, será considerado seu domicílio o local onde funcione a direção
da empresa, independentemente do local onde os atos forem praticados.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
§ 1º. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um
deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Gabarito errado.

45. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. A existência legal da pessoa jurídica de direito privado começa com
a assinatura do seu ato constitutivo pelos sócios, sendo que a inscrição do ato no
respectivo registro não é exigência legal.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
Gabarito errado.

46. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. As pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o Código
Civil, se submetem necessariamente ao regime da responsabilidade objetiva,
sendo necessário que a vítima demonstre a conduta da empresa, o dano sofrido,

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o nexo de causalidade entre a conduta e o prejuízo e demonstre ainda a culpa de
seu agente, sócio ou preposto.

Comentário:
Toda pessoa jurídica de direito privado responde pelos danos causados a
terceiros, qualquer que seja a natureza de seus fins. Para as pessoas jurídicas
de direito público a responsabilidade é objetiva sob a modalidade do risco
administrativo, conforme art. 43:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Na responsabilidade civil objetiva, as pessoas jurídicas de direito público
interno têm a obrigação de reparar tão somente pela existência do fato danoso e
do nexo causal (que é a chamada Teoria do Risco), não existe a necessidade
de culpa.
Gabarito errado.

47. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Porque não se aplicam os direitos da personalidade à pessoa
jurídica, esta não pode sofrer dano moral, já que é impossível ferir a honra da
empresa, atributo inerente à pessoa física.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
STJ 227: “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Gabarito errado.

48. CESPE 2013/TRT 17ª Região (ES)/Analista judiciário. No que diz


respeito à interpretação das leis, às pessoas naturais e jurídicas e ao domicílio,
julgue o item. Como exceção ao princípio da autonomia patrimonial, o Código
Civil autoriza a desconsideração da personalidade jurídica, em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizada por desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:

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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Gabarito correto.

49. CESPE 2013/PG-DF/Procurador. No entendimento do STJ, não é cabível


a desconsideração da personalidade jurídica denominada inversa para alcançar
bens de sócio que se tenha valido da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros.

Comentário:
Jornada IV STJ 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica
denominada ‘inversa’ para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica
para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”.
Gabarito errado.

50. CESPE 2013/TJ-RN/Juiz. O domicílio das pessoas jurídicas restringe-se ao


lugar de funcionamento das respectivas diretorias e administrações.

Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos.
Gabarito errado.

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