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Robert Kurz
Ao contrário disto a irradiação dos conteúdos da KRISIS tem-se alargado. A nossa crítica
consequente do moderno sistema produtor de mercadorias há muito que já não é um conselho
secreto de intelectuais. As quantidades de assinaturas estão a subir, na verdade lentamente, mas
constantemente. Sobretudo aumentou repentinamente a consideração fora do espaço linguístico
alemão. Há contactos íntimos com intelectuais, grupos activistas, editoras e revistas, sobretudo no
Brasil, França, Itália, Espanha e Portugal. O "Manifesto contra o trabalho" não conseguiu só uma
tiragem alemã de 10.000 exemplares; também foi traduzido em numerosas línguas. O "Livro negro
do capitalismo" acabou de sair na China; após várias antologias de textos da KRISIS em países
de língua latina, está agora em preparação também uma colectânea para uma editora britânica. A
lista poderia continuar.
Todavia, simultaneamente, mostra-se que as reacções regressivas são quase ainda mais
violentas na esquerda do que no empreendimento burguês geral. Justamente a esquerda radical,
cuja essência histórica foi a "luta pelo reconhecimento" do trabalho assalariado como sujeito do
valor, agarra-se às categorias do sistema produtor de mercadorias. E especialmente violenta é a
rejeição do novo paradigma da crítica do valor na esquerda da RFA. Hoje a KRISIS é
provavelmente mais conhecida e reconhecida no Brasil do que neste país.
http://www.obeco-online.org/rkurz146.htm 1/2
09/11/2017 Robert Kurz - Cara leitora, caro leitor
O crescente interesse de um público mais vasto pelo conteúdo da formação da teoria crítica do
valor e da separação contrasta flagrantemente com a redução das condições materiais exteriores
e do espaço publicista. A maior parte da imprensa de esquerda no espaço linguístico alemão está
hoje ocupada por posições regressivas. Têm a palavra formalmente aqueles que menos têm a
dizer em termos de conteúdo. Em parte fomos nós próprios que rompemos em especial com os
periódicos contaminados pelo belicismo; em parte, e após 15 anos de formação da teoria crítica
do valor, um sórdido maquiavelismo barato duns que queriam ser potentados politicistas, de
marxistas académicos do movimento operário prontos para a aposentação e de alguns jovens
dinos de criação póstuma, faz novamente a ridícula tentativa de excluir friamente a KRISIS do
discurso remanescente da "crítica social" da RFA e de ensaiar a "revolta dos cadáveres" (Franz
Schandl).
Será decisivo agora, que o relacionamento da KRISIS vai na ofensiva, ganhar influência publicista,
alargar os contactos internacionais e começar a fazer de forma mais enérgica do que antes
concorrência aos ocupantes de posições de um marxismo velho e desgastado, categoricamente
apático e sem vontade de discutir. Trata-se aí não de uma guerra de seitas, que nós não vamos
fazer, mas sim de uma difusão ofensiva de posições e análises da crítica do valor e da separação.
Não queremos impor-nos mostrando poder, mas sim procurar uma discussão aberta também com
outros princípios teóricos. Para isso, todavia , são precisos pelo menos dois.
Em termos de conteúdos estamos inteiramente preparados para tal. Torna-se agora uma
exigência urgente armar publicistica e logisticamente a KRISIS, em estreita relação com a
Streifzüege. Para isto precisamos muito mais do que até agora do teu/vosso empenho financeiro,
organizativo e pessoal. De que precisamos é de uma data de donativos singulares maiores, para
obter uma melhor base financeira para um procedimento ofensivo. Do que precisamos é de novos
membros e apoiantes do círculo de leitores mais vasto, e dum aumento das contribuições
regulares já existentes. Do que precisamos é duma quantidade significativa de novos assinantes
que apenas as e os leitores podem adquirir para a KRISIS e a STREIFZUEGE. Do que
precisamos é de pessoas que apoiem a nossa divulgação, que desbloqueiem apoios financeiros
institucionais, convites a conferencistas, etc., ou nos sejam úteis de outra maneira (p.ex. através
da exploração de possibilidades de publicação, através da pressão sobre posições de esquerda
em redacções e instituições). Do que precisamos é de mediadores, que fundem círculos de leitura
ou introduzam a teoria crítica do valor noutros contextos e entrem em contacto com a KRISIS.
Portanto: tomar posição! Encorajar-nos! Apoiar! Dar! – Obrigado!
Original alemão Liebe Leserin, lieber Leser, em KRISIS 27, Novembro de 2003 www.krisis.org.
http://obeco-online.org/
http://www.obeco-online.org/rkurz146.htm 2/2