Ciência; Conceito de Ciência; Teoria, Causas, Categoria, Conceito e Juízo; Conhecimento; Formas de Conhecimento; Conhecimento Científico. Conceito de Ciência • “Uma busca constante de explicações e soluções para os problemas que afligem e incomodam o ser humano.” (LAKATOS & MARCONI, 2001, p. 80) • “É a sistematização de conhecimentos, ou seja, um conjunto de proposições lógicas correlacionadas sobre um comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar”. (LAKATOS & MARCONI, 2001, p. 80) • “É umainvestigação disciplinada, e não um conjunto de procedimentos não relacionados entre si; é realizada de forma sistemática e padronizada, ou seja, efetivada a partir de um método específico e controlado.” (THOMAS & NELSON, 2002). Conceito de Ciência • “É a investigação metódica e organizada para descobrir a essência dos seres e dos fenômenos e as leis que os regem, com o fim de aproveitar as propriedades das coisas e dos processos naturais em benefício do homem (PINTO, 1985).
• Atividade que propõe a aquisição sistemática
de conhecimentos com a finalidade de melhoria da qualidade de vida intelectual ou material. Ciência é observação de Fenômenos Para KOHAN (2002): “o objetivo principal de uma ciência, mais do que a mera descrição de “fenômenos” empíricos, é estabelecer mediante leis e teorias, os princípios gerais com que se pode explicar e prognosticar os fenômenos empíricos”. • Fenômeno É o fato percebido por alguém, daí o fato existe sem observador, o fenômeno não. Assim o mesmo fato pode ser visto como fenômenos distintos. Ciência e Fenômenos • Exemplo: Um viciado pode ser um fenômeno fisiológico para um médico; farmacológico para um farmacêutico; psicológico para o psicólogo; sociológico para o sociólogo; jurídico para um jurista. • Fenômenos Ocultos X Científicos Os fenômenos ocultos e sobrenaturais não interessam à ciência por não terem bases empíricas, já os fenômenos científicos são dos campos: natural (físico), biológico e social. Conceito de Teoria • Teoria “É o conhecimento mais amplo dos fatos ou da relação entre eles.” Selltiz (1967, p. 77) Para Selltiz (1967, p. 96) “a intenção de uma teoria na ciência contemporânea é sumariar o conhecimento existente, apresentar a partir de princípios explicativos contidos na teoria, explicação para as relações e acontecimentos observados (fatos), bem como predizer a ocorrência de relações e acontecimentos ainda não observados”.
As teorias são construídas mediante o esforço de investigação
organizado nas pesquisas científicas.
Grande parte das pesquisas científicas descrevem dois ou mais
fenômenos, dado assim a oportunidade de surgir a ideia de “causa” entre os fenômenos observados. Causas • Causas – Causa na ciência é entendida como “conjunção de causas”. • 1 - “Causa necessária”: sem ela o fenômeno não é produzido. • Ex: relação entre entorpecentes e o vício • 2 - “Causa suficiente”: leva inevitavelmente a um fenômeno. • Ex: relação entre exposição prolongada ao entorpecente e vício. Causas 3 - “Causa contribuinte”: aumentam a probabilidade da ocorrência do fenômeno. Ex: relação entre a ausência da figura paterna e vício. 4 - “Causa contingente”: criam condições favoráveis anteriores e externas às causas contribuintes. Ex: relação entre bairro “barra pesada” e vício. 5 - “Causa alternativa”: surgem em decorrência ou forma acessória à causa contribuinte Ex: relação filhos que crescem sem pais e vício; relação hostilidade pai/filho e vício. Conceito “Conceito”: é uma atividade mental que produz um conhecimento, tornando inteligível não apenas um fenômeno particular, mas todos os fenômenos da mesma espécie. Emitir um conceito de uma coisa é dizer o que se sabe sobre esta coisa. Categoria e Juízo “Categoria”: é um conceito amplamente aceito e utilizado. É o conceito chave e fundamental de uma teoria. Ex.: categoria “trabalho” para o Marxismo; categoria “constante universal” para a Física Moderna “Newtoniana x Einsteiniana” “Juízo”: é uma relação entre dois conceitos. Ex.: “aluno” é um conceito de uma pessoa em atividades de formação, “bom” é outro conceito de algo com efeito positivo, satisfatório; “aluno bom” é um juízo. Conhecimento • Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. • O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. • Somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; • Somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; • Somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos Conhecimento Científico O desenvolvimento da ciência, de maneira geral, é resultado da atividade humana; o homem cria as suas necessidades e, para resolvê-las, produz um conhecimento. A essa sequência permanente de acréscimos de conhecimentos racionais e verificáveis da realidade, denominamos ciência. A ciência, analisando sua evolução histórica, demonstra ser uma busca, uma investigação contínua e incessante de soluções e explicações para os problemas propostos. Como busca sistemática, ela revisa as teorias fundamentais em evidências do passado, reformuladas pela análise de sua coerência interna, submetendo-as com outras teorias, formulando novas hipóteses e propondo condições com o máximo de segurança para sua testabilidade. O resultado crítico do confronto empírico dirá se há ou não um novo conhecimento, que terá uma aceitação provisória. O conhecimento, dependendo de como é representado, pode ser, de modo geral, classificado nos seguintes tipos: mítico, artístico, filosófico, teológico, senso comum, científico, dentre outros. Conhecimento Filosófico • É fruto do raciocínio e da reflexão humana. • É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. • Exemplo: • "O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche. Assim falou Zaratustra) Conhecimento Religioso ou Mitológico • Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. • Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. • Exemplo:Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc. Conhecimento Senso Comum • “... resulta de repetidas experiências casuais de erro e acerto, sem observação metódica, nem verificação sistemática. Pode também resultar de simples transmissão de geração para geração e, assim, fazer parte das tradições de uma coletividade” (Galliano, 1986). • “... É o modo comum, espontâneo, pré-crítico de conhecer. É o conhecimento do povo que atinge os fatos sem lhes inquirir as causas” (Ruiz, 1997). • É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas. • Exemplo: • A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar. Conhecimento do Senso Comum • Também é chamado de conhecimento ordinário, comum ou empírico, o conhecimento do senso comum é a forma mais simples que homem utiliza para interpretar a si mesmo. • O seu mundo e o universo como um todo, está fundamentado apenas em experiências vivenciadas ou transmitidas de pessoas para pessoas, podendo também ter origem em experiências casuais, por meio de erros e acertos, sem a fundamentação metodológica. • O conhecimento do senso comum tem as seguintes características: • Espontaneidade; • Subjetividade; • Linguagem Vaga; • Validade. Senso Comum • Espontaneidade: Resolver problemas com os quais defronta em seu cotidiano pelo contato direto com os fatos e fenômenos que são percebidos principalmente através da percepção sensorial. É elaborado de maneira espontânea e instintiva, sem seguir uma metodologia. • Subjetividade: não há uma crítica sistemática. As interpretações são definidas pelos interesses, crenças, convicções pessoais e expectativas presentes no sujeito que as elabora. • Linguagem Vaga: conceitos vagos, que não delimitam a classe de coisas, ideias ou eventos designados. • Validade: As técnicas e informações são utilizadas desconhecendo-se as razões que justificam as suas corretas aplicações e aceitações. Conhecimento Cientifico • “É o conhecimento produzido pela investigação científica. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de origem prática da vida diária, característica esta do conhecimento ordinário, mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas”. (KOCHE, 1997) Conhecimento Científico • O conhecimento científico é um produto resultante da investigação científica; surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida cotidiana - senso comum, mas também do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas. • Exige demonstrações, submete-se à comprovação, ao teste; consiste no conhecimento causal e metódico dos fatos, dos acontecimentos e dos fenômenos; estabelece a relação sujeito- conhecimento, colocando uns em relação aos outros de modo que é possível descobrir a uniformidade das suas causas e de seus efeitos. Características para o Conhecimento Científico • Racionalidade: Sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias, expressa através dos enunciados que confrontados entre si. • Objetividade: Hipóteses fundamentadas em teorias. Deve ser testado através de provas factuais e a possibilidade dessa testagem e seus resultados poderem passar pela avaliação crítica. • Ao contrário do senso comum, o conhecimento científico não aceita a opinião ou o sentimento de convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma afirmação. Características para o Conhecimento Científico • Linguagem Específica: Utiliza enunciados e conceitos com significados bem específicos e determinados. Os conceitos são abordados com o apoio das teorias que servem de marcos teórico da investigação. • Validade: produzido a partir de uma metodologia rigorosamente articulada que permite que se chegue às mesmas conclusões quando reproduzido nas mesmas condições. • Proporcionar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, controlada e objetiva e ser exposta à crítica Conhecimento Cientifico - É racional e objetivo. - Atém-se aos fatos - É analítico. - Requer exatidão e clareza. - É comunicável. - É verificável. - Depende de investigação metódica. - Busca e aplica leis. - É explicativo. - Pode fazer predições. - É aberto. - É útil Definição de Metodologia Científica • É o estudo ou conhecimento dos métodos utilizados para a realização de pesquisas científicas ou acadêmicas, que resultou na denominação da disciplina, que compõe o currículo dos cursos superiores” • A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, através de processos e técnicas, que garante a legitimidade do saber obtido. Metodologia Científica • Método: é o conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar um determinado fim.
• Metodologia: é o estudo crítico dos métodos.
• Pesquisa: é a atividade de investigação capaz de
produzir um conhecimento novo ou sintetizar o que já se sabe a respeito de um determinado assunto ou área. Referências • KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 14.ed. rev. ampl. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. • KOHAN, Walter (org.). Ensino de filosofia: perspectivas. Belo Horizonte: Autêntica,2002. • LAKATOS, E.M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2001. • RUIZ, J. A. Metodologia Científica. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1996. • SELLTIZ, Claire. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1967. • Silva, A. S., & Pinto, J. M. (Eds.). Metodologia das Ciências Sociais. Porto: Edições Afrontamento, 1985 • THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002.