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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA

Apostila de Física I

Flavio Barros
Sumário
1 Medidas 2
1.1 Notação Cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Grandezas físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Unidades fundamentais e padrões . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Sistema Internacional de unidades . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 Conversão de unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.6 Erros de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.7 Algarismos signicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.7.1 Critérios de Arrendodamento . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7.2 Operações com Algarismos Signicativos . . . . . . . . 10

2 Vetores 12
2.1 Grandezas vetoriais e grandezas escalares . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Operações com vetores: métodos gráco e das componentes . . 13
2.2.1 Método Gráco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2.2 Método das Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 Vetor unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.1 Produto Escalar e Produto Vetorial . . . . . . . . . . . 17
2.3.2 Produto Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.3 Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

1
1 Medidas
Nste capítulo vamos ver o conceito de grandeza física, os sistemas de de
medida e as formas de conversão entre eles. Nossos objetivos são:
∙ Compreender a distinção entre grandeza física e a unidade em que é
expressa
∙ Compreender a importância de uma sistema de unidade e quais as
características a que estes obedecem.
∙ Conhecer os prexos SI e os respectivos fatores multiplicativos

1.1 Notação Cientíca


Quando trabalhamos com números muito grandes e muito pequenos, para
manipula-los de forma conveniente e também para faciliar sua anotação se
faz necessário utilizar notação cientíca. Antes de conituarmos vamos rever
algumas propriedades de potenciação:

𝑎𝑝 ⋅ 𝑎𝑞 = 𝑎𝑝+𝑞
1
𝑎−𝑝 = 𝑝
𝑎
𝑝 𝑞
(𝑎 ) = 𝑎𝑝𝑞
Usualmente trabalhamos com potências de 10.
Exemplo: A velocidade da luz no vácuo é
c ≈ 300.000 Km/s = 3 × 105 Km/s

1.2 Grandezas físicas


Grandezas Físicas são propriedas de um corpo ou particularidades de um
fenômeno que podem ser medidas, ou seja, são aquelas que descrevem qua-
litativamente e quantitativamente as relações entre as propriedades observa-
das no estudo dos fenômenos físicos. As Leis da Física exprimem relações
entre grandezas físicas. Começamos a aprender física aprendendo a medir as
grandezas que aparecem nas leis da física. Entre essas grandezas estão com-
primento, tempo, força, energia e temperatura. Apesar de utilizarmos muitas
dessas palavras na linguagem usual, na maioria das vezes estas palavras não
tem o mesmo signicado na ciência.
Para descrever uma grandeza física primeiro denimos uma unidade, isto
é, uma medida da grandeza cujo valor é denido como exatamente 1, 0. Em

2
seguida, denimos um padrão, ou seja, uma referência com a qual devem ser
comparados todos os outros exemplos dessa grandeza. Para exemplicarmos,
iremos tomar como exemplo a medição de distância: para medirmos a dis-
tância entre dois pontos, necessitamos de uma unidade padrão como o braço
de uma pessoa ou uma régua. A armação de que uma certa distância vale
25 metros signica que ela é 25 vezes maior do que uma régua de 1 metro.
Notamos que é de fundamental importância incluir a unidade metro, pois
dizer que a distância vale 25 não nos diz nada, pois existem outras unidades
unitárias de comprimento de uso no mundo, como o centímetro, a polegada
e o quilômetro.

Figura 1: Grandezas física fundamentais e secundárias.

As grandezas físicas podem ser escalares - tais grandezas na física podem


ser totalmente descritas e entendidas apenas pela sua denição de grandeza.
Tomemos como exemplo o tempo (3 s), a massa (50 t), a densidade (100
𝑘𝑔/𝑚3 ) e o volume (1𝑚3 ). Ou vetoriais - este tipo de grandeza física se di-
fere da escalar, pois ela não se satisfaz somente com uma denição de sua
grandeza, devido a sua natureza mais complexa elas possuem uma direção e
sentido para sua total visualização e compreensão. Tomemos alguns exem-
plos; o deslocamento, a velocidade, a aceleração e a força, que recebem o
nome de vetores.

1.3 Unidades fundamentais e padrões


Existem tantas grandezas físicas que não é fácil organizá-las. Felizmente nem
todas são independentes. A velocidade, por exemplo, é a razão entre uma
distância e um tempo. Assim o que fazemos é escolher um pequeno número de
grandezas físicas, como comprimento e tempo, e denir padrões apenas para
essas grandezas. Em seguida, denimos todas as outras grandezas físicas em
termos dessas grandezas fundamentais e seus padrões. Na realidade, todas
as grandezas que aparecem no estudo da mecânica podem ser expressas em
termos dessas três unidades fundamentais: unidade de comprimento, tempo
e massa. A escolha dos padrões destas grandezas fundamentais determina o
sistema de unidades de todas as grandezas mecânicas.

3
Figura 2: Grandezas e unidades fundamentais do Sistema Internacional (SI)

O padrão de comprimento em metros, do tempo em segundos e o de


massa quilogramas, é um sistema de unidades conhecido como MKS [metro
(m); quilograma (kg); segundo (s)]. O sistema MKS dá origem ao Sistema
Internacional. Além do MKS temos também o sistema CGS [centímetro
(cm); grama (g); segundo (s)].
As grandezas fundamentais devem ser acessíveis e invariáveis. Se por
exemplo denirmos um padrão como a distância entre o nosso nariz a ponta
do nosso indicador, teremos uma padrão muito acessível mas variável. A
necessidade de precisão na ciência e na engenharia nos leva no caminho con-
trário. Nos preocupamos primeiro com a invariabilidade e só depois fazemos
o possível para distribuir duplicatas dos padrões das grandezas fundamentais
a todos.

1.4 Sistema Internacional de unidades


Como existem muitas grandezas físicas, cada qual com suas unidades e pa-
drões, necessitamos de um sistema de unidades cujo objetivo é escolher um

4
número mínimo de grandezas à custa das quais se podem exprimir todas as
outras grandezas e denir suas unidades. Em 1971, a 14∘ Conferência Geral
de Pesos e Medidas escolheu sete grandezas como fundamentais, formando
assim a base do Sistema Internacional de Unidades, abreviado como SI e
popularmente conhecido como sistema métrico. A tabela(2) mostra as
unidades do SI. As unidade do SI formam um sistema absoluto de unida-
des, o que signica que as três unidades básicas escolhidas são independentes
do local onde são medidas. As unidades foram escolhidas de modo que os
valores dessas grandezas em uma escala humana não fossem excessivamente
grandes ou excessivamente pequenos.
Muitas unidades secundárias (ou derivadas) são denidas em termos das
unidades das grandezas fundamentais. Assim, por exemplo, a unidade de
potência no SI, que recebeu o nome watt (a abreviação é W), é denida no
SI como:
1 watt = 1 W = 1 kg ⋅ m2 / s3
Para expressar números muito grandes ou muito pequenos frequentemente
utilizamos a notação cientíca:
3.560.000.000 m = 3,56 × 109 m
e
0,000000492 s = 4,92 × 10−7
Para facilitar ainda mais o trabalho de quem tem que lidar com valo-
res muito grandes e muito pequenos, usamos os prexos que aparecem na
tabela(3). Quando um prexo é combinado com uma unidade, a unidade
é multiplicada pelo fator correspondente ao prexo. Assim por exemplo,
podemos expressar um certo valor de potência elétrica como
1,27 × 109 watts = 1,27 gigawatts = 1,27 GW
Utilizaremos esta notação correntemente no nosso curso.

1.5 Conversão de unidades


Para realizarmos a conversão de unidades utilizamos um método chamado
conversão em cadeia. Neste método, multiplicamos a medida original por

um fator de conversão (uma relação entre unidades que é igual a 1. Assim


como 1 min e 60 s correspondem ao mesmo intervalo de tempo, podemos
escrever:

5
Figura 3: Prexos utilizados em engenharia.

1𝑚𝑖𝑛 60𝑠
= =1
60𝑠 1𝑚𝑖𝑛
Como um fator 1 em uma multiplicação não afeta o valor dessa grandeza
então podemos multiplicar as grandezas por esses fatores de forma que as
unidades de cancelem:
60𝑠
2𝑚𝑖𝑛 = (2𝑚𝑖𝑛)(1) = (2𝑚𝑖𝑛) = 120𝑠
1𝑚𝑖𝑛
Exemplo 1 O submarino de pesquisa ALVIN está mergulhando com uma
velocidade de 36,5 braças por minuto.
∙ Expresse a velocidade em metros por segundo. Um braça (fath) vale
extamente 6 pés (ft) e um 1 metro vale 3,28 pés. Solução
( )( )( )( )
𝑓 𝑎𝑡ℎ 𝑓 𝑎𝑡ℎ 1𝑚𝑖𝑛 6𝑓 𝑡 1𝑚
36, 5 = 36, 5 = 1, 11𝑚/𝑠
𝑚𝑖𝑛 𝑚𝑖𝑛 60𝑠 1𝑓 𝑎𝑡ℎ 3, 28𝑓 𝑡

∙ Qual é a velocidade em milha por hora? ( 1 milha = 5280 pés) Solução


( )( )( )( )
𝑓 𝑎𝑡ℎ 𝑓 𝑎𝑡ℎ 60𝑚𝑖𝑛 6𝑓 𝑡 1𝑚𝑖
36, 5 = 36, 5 = 2, 49𝑚𝑖/ℎ
𝑚𝑖𝑛 𝑚𝑖𝑛 1ℎ 1𝑓 𝑎𝑡ℎ 5280𝑓 𝑡

1.6 Erros de medidas


Quando se mede uma grandeza, um comprimento por exemplo, empregando-
se os mesmos instrumentos de medidas obtém-se, em geral, resultados dis-
cordantes. Essas discrepâncias são uma característica inerente de qualquer
experimento, porque a precisão dos aparelhos com os quais trabalhamos é
limitada.
Os erros experimentais que normalmente ocorrem, são classicados como:

6
Figura 4: Instrumento utilizado para efetuar medições de comprimento pre-
cisas.

∙ Erros grosseiros:são frutos da pouca prática e de descuidos do expe-


rimentador em leituras, cálculos e manuseio do material.
∙ Erros sistemáticos: erros de paralaxe, de escalas não muito bem es-
tabelecidas e de aparelhos "não zerados". Estes erros caracterizam-se
pelo fato de afetarem os resultados sempre no mesmo sentido, isto é,
ou para mais ou para menos.
∙ Erros acidentais: erros imprevisíveis decorrentes, por exemplo, de va-

riações das condições ambientais (pressão, temperatura...). Os fatores


casuais podem levar a erros nos dois sentidos.
Assim uma característica presente em todo o experimento é o erro.

1.7 Algarismos signicativos


Na estação ferroviária de Campos do Jordão (S.P), a tabuleta com o nome da
cidade continha aproximadamente a seguinte informaçãô: Altitude: 1.698, 73567
metros. Mesmo sem levar em conta o problema da precisão da medida, é ób-
vio que não tem sentido denir a altitude de uma cidade com a precisão de
10−2 mm! Também não teria sentido dizer que o peso de uma pessoa é de
75, 342846 Kg!
Embora o absurdo seja patente nestes exemplos, é um erro muito comum,
especialmente para principiantes, manipular dados numéricos preservando
um número excessivo de algarismos. Além de sobrecarregar inutilmente as
operações com estes números, acarretando grande perda de tempo, e au-
mentando a probabilidade de erro, isto leva muitas vezes a resultados tão
absurdos como os acima citados.
Toda medida é feita com certa margem de precisão, e o resultado só deve
ser indicado até o último algarismo signicativo. Assim, se o resultado da
medida de comprimento de uma sala for indicado como sendo 7 m, deve-se
subentender uma precisão na medida de ±0, 5 m. ou seja, o resultado obtido
foi 7, mas, devido à incerteza, só podemos dizer que está entre 6,5 m e 7,5 m.
Se indicarmos o resultado como 7, 00 m, subentende-se uma medida muito

7
mais precisa, com precisão de ±0, 005 m, ou seja, o resultado deve estar entre
6, 995 m e 7, 005 m.
Note que 0, 0001 só tem um algarismo signicativo, ao passo que 0, 1000
tem quatro. É mais conveniente escrevermos 1 × 10−4 no primeiro caso e
1, 000 × 10−1 no segundo, empregando sempre números compreendidos entre
1 e 10 seguidos de uma potência apropriada de 10. Com esta notação, o
número de algarismos do coeciente da potência de 10 será o número de
algarismos signicativos.
Em operações com dados de precisões diversas, não tem sentido manter
mais algarismos signicativos do que os do número conhecido com menor
precisão.
Assim, se as dimensões de uma sala são dadas como: comprimento = 7 m;
largura = 5, 23 m, não tem sentido calcular o perímetro como 2×7+2×5, 23 =
24, 46 m: os dois algarismos decimais não são signicativos, uma vez que o
comprimento só é conhecido com precisão de ±0, 5 m. Devemos usar para o
cálculo 2 × 7 + 2 × 5 = 24 m.
A precisão de uma medida também pode ser indicada explicitamente: por
ex., 26,2 ± 0,3 m signica que o resultado obtido foi de 26,2 mas, levando
em conta a precisão da medida, poderia estar compreendido entre 25,9 m e
26,5 m.
É de grande importância para um físico ou engenheiro saber rapidamente
estimativas de ordens de grandeza, onde em geral não se mantém mais do
que u único algarismo signicativo: o importante é obter a potência de 10
correta.
Exemplos:
1. De que ordem de grandeza é o número de segundos em 1 ano?
1 ano ≈ 12 × 30 = 3, 6 × 102 dias
1 dia = 24 × 60 × 60 ≈ 8, 6 × 104 s
logo 1 ano ≈ 8, 6 × 3, 6 × 106 s ≈ 3 × 107 s
2. Em astronomia, emprega-se frequentemente como unidade de distância
o ano-luz, a distância percorrida pela luz em 1 ano.
1 ano-luz ≈ 3 × 105 km/s ×3 × 107 s ≈ 9 × 1012 km ≈ 9 × 1015 m
3. A medida 2,35 cm apresenta três algarismo signicativos (2, 3 e 5),
sendo dois algarismos corretos (2 e 3) e um algarismo duvidoso (5).
4. A medida 0,00057 mm apresenta somente dois algarismos signicativos
(5 e 7), sendo um correto (5) e um duvidoso (7). Observe que os zeros
à esquerda não são algarismos signicativos, pois servem apenas para

8
posicionar a vírgula no número. Nesse caso, é aconselhável escrever a
medida em notação cientíca: 5 × 10−7 mm.
5. A medida 150,00 km apresenta cinco algarismos signicativos, sendo os
quatro primeiros corretos, e o último zero é o algarismo duvidoso. Em
notação cientíca escrevemos: 1,5000 x 102 km . Note que ao escrever-
mos um número usando as potências de 10 mantemos a quantidade de
algarismos signicativos deste número, ou seja, mantemos sua precisão.

Exercício: Indique o número de algarismo signicativos em cada caso:


1. 7,4
2. 0,0007
3. 0,034
4. 7, 40 × 10−10

1.7.1 Critérios de Arrendodamento


Considere a velocidade da luz 𝑐 = 2, 9979... × 108 m/s.
Como devemos proceder para escrever 𝑐 com um número menor de al-
garismos signicativos? Devemos utilizar os critérios de arrendondamento.
Podemos escrever:

𝑐 = 2, 998 × 108 m/s 4 signicativos


𝑐 = 3, 00 × 108 m/s 3 sgnicativos
𝑐 = 3, 0 × 108 m/s 2 signicativos

Regras
∙ Se o algarismo a ser eliminado é menor que 5, ele é simplesmente eli-
minado.

Exemplo: 2 = 1, 41421 = 1, 414
∙ Se o algarismo a ser eliminado é igual ou maior que 5, ele é eliminado,
mas acrescentamos uma unidade no algarismo anterior.
Exemplo: 𝜋 = 3, 1415926... = 3, 1416

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1.7.2 Operações com Algarismos Signicativos
Adição e Subtração
O resultado da adição e subtração de dois números não pode ter maior
número de casas decimais, do que a parcela mais pobre (em casas decimais).
Procede-se a operação normalmente e arredonda-se o resultado.
Exemplo
∙ 5,3 m + 4,38 m = 9, 68 m = 9,7 m

∙ 138,95 m - 12,3 m = 126, 65 m = 126,7 m

Multiplicação e Divisão
O resultado de uma multiplicação e divisão não pode ter maior número
de algarismos signicativos do que o fator mais pobre (em algarismos sig-
nicativos). Procede-se a operação normalmente e arredonda-se o resultado.
Exemplo
∙ 4,23 m × 2,000 m = 8, 46 m2

∙ 4,98 cm ÷ 2,00 s = 2, 49 cm/s = 2,5 cm/s

Exercícios: Calcule e efetue os arrendodamento:



1. 3 com dois algarismos signicativos

2. 1, 234 × 10−3 ⋅ 25 × 104 com um algarismo signicativo


3. 0, 0000004567 km em metros com dois algarismos signicativos
4. 1, 69000000 × 104 ⋅ 2 com um algarismo signicativo
5. Um estudante concluiu, após realizar a medida necessária, que o vo-
lume de um dado é 2,36 cm3 . Levando-se em conta os algarismos sig-
nicativos, o volume total de cinco dados, idênticos ao primeiro, será
corretamente expresso por:
a) 6,8 cm3
b) 7 cm3
c) 13,8 cm3
d) 16,80 cm3
e) 17,00 cm3

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6. Medindo a espessura de um caderno comum de 100 folhas, sem consi-
derar as capas, um estudante obteve a medida de 1,0 cm. A ordem de
grandeza da espessura média de uma folha é:
a) 10−1 mm
b) 10−2 mm
c) 10−3 mm
d) 10−4 mm
e) 10−5 mm

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2 Vetores
2.1 Grandezas vetoriais e grandezas escalares
A grandeza escalar é aquela que ca perfeitamente caracterizada quando
conhecemos apenas sua intensidade acompanhada pela correspondente uni-
dade de medida. Como exemplos de grandeza física escalar podemos citar
a massa de um corpo (por exemplo, 50 kg ), a temperatura (por exemplo,
30∘ C), o volume (por exemplo, 5 m3 ), a densidade (para a água, 1000 kg/m3 ),
a pressão (105 N/m2 ), a energia (por exemplo 100 J) e muitas outras.
Dada a velocidade instantânea de um móvel qualquer (por exemplo, um
carro a 80 km/h), constatamos que apenas essa indicação é insuciente para
dizermos a direção em que o móvel segue. Isso acontece porque a velocidade
é uma grandeza vetorial.
Para uma grandeza física vetorial car totalmente caracterizada, é neces-
sário saber não apenas a sua intensidade ou módulo mas também a sua
direção e o seu sentido. Geralmente a grandeza vetorial é indicada por
uma letra com uma setinha (por exemplo, ⃗𝑣 ) e o módulo ou intensidade, por
∣⃗𝑣 ∣ ou simplesmente por 𝑣 .
A grandeza física vetorial pode ser representada gracamente por um
segmento de reta (indicando a direção da grandeza) dotado de uma seta
(indicativa de seu sentido) e trazendo ainda seu valor seguido da unidade
de medida (indicação de seu módulo ou intensidade). Tal representação é
denominada vetor.

Figura 5: Vetor com módulo l, direção denida pela reta r, sentido de A para
B.

No exemplo anterior do carro, poderíamos dizer, por exemplo, que ele se


movimenta num certo instante com velocidade ⃗𝑣 , de módulo 𝑣 = 80 km/h,
na direção norte-sul e sentido de sul para norte. Essa velocidade vetorial
instantânea pode ser representada por um vetor, como mostra a gura(6).

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Figura 6: Exemplo de representação vetorial

2.2 Operações com vetores: métodos gráco e das com-


ponentes
2.2.1 Método Gráco
O vetor soma de dois vetores, 𝐴 ⃗ é obtido gracamente colocando-se a ex-
⃗ +𝐵
tremidade do vetor 𝐵 no início do vetor 𝐴
⃗ ⃗ , então, desenhando-se um terceiro
vetor, cuja extremidade repouse sobre a extremidade de 𝐴 ⃗ e cujo início esteja
no início de 𝐵⃗ , como é demonstrado na Figura(7) do lado esquerdo. Este
terceiro vetor representa a soma vetorial de 𝐴 ⃗e𝐵 ⃗ . Com a Figura(7) do lado
direito demonstramos que não faz diferença a ordem na qual são somados os
vetores 𝐴⃗e𝐵 ⃗ . Portanto 𝐴⃗+𝐵 ⃗ =𝐵⃗ +𝐴 ⃗.

Figura 7: Demonstração da adição de vetores denida pela soma gráca de


dois deslocamentos.
O vetor −𝐴⃗ é denido como um vetor que possui a mesma grandeza e
direção que 𝐴, porém possui o sentido oposto. Portanto a soma vetorial de

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qualquer vetor e seu oposto é nula. No entanto vetores podem ser subtraídos
pela adição do negativo de um deles ao outro, como mostra a Figura(8).
Então 𝐴⃗−𝐵 ⃗ =𝐴 ⃗ .
⃗ + (−𝐵)
O procedimento gráco para chegar-se ao vetor 𝐴 ⃗−𝐵 ⃗ é mostrado na
Figura(8). Vê-se facilmente na Figura(8) que os vetores 𝐴 ⃗+𝐵 ⃗ e 𝐴⃗−𝐵 ⃗
podem ser representados pelas duas diagonais do paralelogramo direcionado
por 𝐴
⃗e𝐵 ⃗ . Da trigonometria elementar (lei dos cossenos), obtemos que 𝐴+
⃗ 𝐵⃗
é:

Figura 8: (a) Mecanismo gráco para a subtração vetorial. (b)Lei dos cosenos
e diagonais representando soma e subtração.

Lei dos Cossenos

∣𝐴 + 𝐵∣2 = 𝐴2 + 𝐵 2 + 2 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝐵 (1)

2.2.2 Método das Componentes


A projeção de um vetor sobre uma reta é chamada, a componente do ve-
tor em direção da reta. Um exemplo bastante utilizado de componentes de
um vetor são as projeções do vetor sobre as retas de um sistema cartesiano
ortogonal. As projeções desse vetor são denominadas de componentes car-
tesianas do vetor. Tomemos como exemplo o vetor 𝐴⃗ , suas componentes
são simbolizadas por 𝐴𝑥 , 𝐴𝑦 e 𝐴𝑧 .
A Figura(9) demonstra os vetores 𝐴⃗, 𝐵
⃗ e𝐶⃗ com suas respectivas compo-
nentes cartesianas. As coordenadas de 𝑃1 são (𝑥1 , 𝑦1 ), fazendo uma designa-
ção análoga para as coordenadas 𝑃2 e 𝑃3 ; consequentemente as componentes
são:

𝐴 𝑥 = 𝑥2 − 𝑥1 𝐴𝑦 = 𝑦2 − 𝑦1
𝐵𝑥 = 𝑥3 − 𝑥2 𝐵𝑦 = 𝑦3 − 𝑦2
𝐶 𝑥 = 𝑥3 − 𝑥1 𝐶𝑦 = 𝑦 3 − 𝑦 1

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Figura 9: Componentes 𝑥 e 𝑦 dos vetores 𝐴
⃗e𝐵
⃗.

Observando a Figura(9) ca bem claro que:


⃗ =𝐴
𝐶 ⃗ ⇒ 𝐶𝑥 = 𝐴𝑥 + 𝐵𝑥 e 𝐶𝑦 = 𝐴𝑦 + 𝐵𝑦
⃗+𝐵

O módulo de um vetor pode ser escrito em termos das componentes carte-


sianas. Na Figura(9) podemos perceber que as componentes Ax e Ay formam
os dois catetos de um triângulo retângulo cuja hipotenusa é o módulo do vetor
⃗.
𝐴 √
∣𝐴∣ = 𝐴2𝑥 + 𝐴2𝑦
Podemos também, especicar a direção em termos das componentes car-
tesianas. Sendo 𝜃 o ângulo entre a direção do vetor e uma reta paralela ao
eixo dos 𝑥.

Figura 10: Representação de um vetor em um sistema de coordenadas car-


tesiano.

( ) ( )
𝐴𝑦 𝐴𝑦 −1 𝐴𝑦
tan 𝜃 = ⇒ 𝜃 = arctan = tan
𝐴𝑥 𝐴𝑥 𝐴𝑥

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2.3 Vetor unitário
Podemos representar um vetor em termos de suas componentes retangulares
mediante os vetores unitários. Um vetor unitário é um vetor adimensional
que tem módulo igual a 1 e orienta-se segundo qualquer direção conveniente.
Por exemplo, sejam ˆ𝑖, ˆ𝑗 e 𝑘ˆ os vetores unitários que se orientam segundo as
direções x, y e z respectivamente. Um vetor geral 𝐴 ⃗ pode então ser escrito
como a soma de três vetores, cada um paralelo a um eixo coordenado:
⃗ = 𝐴𝑥ˆ𝑖 + 𝐴𝑦 ˆ𝑗 + 𝐴𝑧 𝑘ˆ
𝐴 (2)
O vetor 𝐴𝑥ˆ𝑖 é produto da componente 𝐴𝑥 pelo vetor unitário ˆ𝑖, é um vetor
paralelo ao eixo x e tem o módulo 𝐴𝑥 . O vetor soma, indicado na equação
(2), está ilustrado na Figura(11). A adição de três vetores pode escrever-se
em termos dos vetores unitários da seguinte forma:

( ) ( ) ( )
⃗ ⃗ ⃗ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
𝐴+ 𝐵 + 𝐶 = 𝐴𝑥 𝑖 + 𝐴𝑦 𝑗 + 𝐴𝑧 𝑘 + 𝐵𝑥 𝑖 + 𝐵𝑦 𝑗 + 𝐵𝑧 𝑘 + 𝐶𝑥 𝑖 + 𝐶𝑦 𝑗 + 𝐶𝑧 𝑘

e agrupando

⃗+𝐵
𝐴 ⃗ = (𝐴𝑥 + 𝐵𝑥 + 𝐶𝑥 ) ˆ𝑖 + (𝐴𝑦 + 𝐵𝑦 + 𝐶𝑦 ) ˆ𝑗 + (𝐴𝑧 + 𝐵𝑧 + 𝐶𝑧 ) 𝑘ˆ
⃗ +𝐶

Figura 11: (a) Representação dos vetores unitários ˆ𝑖, ˆ𝑗 e 𝑘ˆ em um sistema


cartesiano ortogonal. (b) O vetor 𝐴
⃗ em termos unitários ˆ𝑖, ˆ𝑗 e 𝑘ˆ em um
sistema ortogonal.

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2.3.1 Produto Escalar e Produto Vetorial
2.3.2 Produto Escalar
A simbologia para demonstrar o produto escalar de dois vetores 𝐴
⃗e𝐵 ⃗ é 𝐴⋅
⃗ 𝐵⃗.
O produto escalar é denido como produto de uma quantidade escalar dada
pela intensidade de 𝐴⃗ vezes a intensidade de 𝐵
⃗ , vezes o co-seno do ângulo
que ca entre as direções 𝐴
⃗e𝐵 ⃗.

⃗⋅𝐵
𝐴 ⃗ = 𝐴𝐵 cos 𝜃 (3)
Se 𝜃 = 0 ⇒ produto escalar é igual a zero.
Se cos 𝜃 = 1, e tivermos um produto escalar de um vetor por ele mesmo,
o resultado é simplesmente o quadrado de sua intensidade.
⃗⋅𝐴
𝐴 ⃗ = 𝐴2 (4)
Tomando como base essas duas observações, nos permite avaliar o produto
escalar de vetores unitários mais facilmente.
De acordo com a equação(3); ˆ𝑖⋅ˆ𝑖 = ˆ𝑗 ⋅ ˆ𝑗 = 𝑘⋅
ˆ 𝑘ˆ = 1 uma vez que são vetores
unitários. E observando a equação(4) ˆ𝑖⋅ ˆ𝑗 = ˆ𝑗 ⋅ˆ𝑖 = ˆ𝑖⋅ 𝑘ˆ = 𝑘ˆ ⋅ˆ𝑖 = ˆ𝑗 ⋅ 𝑘ˆ = 𝑘ˆ ⋅ ˆ𝑗 = 0,
pois são mutuamente perpendiculares.
Se o produto 𝐴 ⃗ realizado em termos de seus vetores unitários ˆ𝑖, ˆ𝑗 e 𝑘ˆ
⃗ ⋅𝐵
, teremos:
( ) ( )
⃗ ⃗ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
𝐴 ⋅ 𝐵 = 𝐴𝑥 𝑖 + 𝐴𝑦 𝑗 + 𝐴𝑧 𝑘 ⋅ 𝐵𝑥 𝑖 + 𝐵𝑦 𝑗 + 𝐵𝑧 𝑘

( ) ( ) ( ) ( ) ( )
⃗𝐵
𝐴⋅ ⃗ = 𝐴𝑥 𝐵𝑥 ˆ𝑖 ⋅ ˆ𝑖 +𝐴𝑥 𝐵𝑦 ˆ𝑖 ⋅ ˆ𝑗 +𝐴𝑥 𝐵𝑧 ˆ𝑖 ⋅ 𝑘ˆ +𝐴𝑦 𝐵𝑥 ˆ𝑗 ⋅ ˆ𝑖 +𝐴𝑦 𝐵𝑦 ˆ𝑗 ⋅ ˆ𝑗 +

( ) ( ) ( ) ( )
𝐴𝑦 𝐵𝑧 ˆ𝑗 ⋅ 𝑘ˆ + 𝐴𝑧 𝐵𝑥 𝑘ˆ ⋅ ˆ𝑖 + 𝐴𝑧 𝐵𝑦 𝑘ˆ ⋅ ˆ𝑗 + 𝐴𝑧 𝐵𝑧 𝑘ˆ ⋅ 𝑘ˆ
( ) ( ) ( )
⃗ = 𝐴𝑥 𝐵𝑥 ˆ𝑖 ⋅ ˆ𝑖 + 𝐴𝑦 𝐵𝑦 ˆ𝑗 ⋅ ˆ𝑗 + 𝐴𝑧 𝐵𝑧 𝑘ˆ ⋅ 𝑘ˆ
⃗⋅𝐵
𝐴

⃗⋅𝐵
𝐴 ⃗ = 𝐴𝑥 𝐵𝑥 + 𝐴𝑦 𝐵𝑦 + 𝐴𝑧 𝐵𝑧 (5)
Ao observarmos o resultado, é importante notarmos que, 𝐴
⃗⋅𝐵
⃗ =𝐵 ⃗.
⃗ ⋅𝐴

17
2.3.3 Produto Vetorial
A simbologia usada para demonstrar um produto vetorial de dois vetores é
⃗×𝐵
𝐴 ⃗ . O produto é, por denição, um vetor cujo módulo é o módulo de 𝐴 ⃗
vezes o módulo de 𝐵⃗ , vezes o seno do ângulo que ca entre as direções 𝐴
⃗ e
𝐵.


(6)
⃗ ⃗
𝐴 × 𝐵 = 𝐴𝐵 sin 𝜃

A direção de vetor 𝐴 ⃗×𝐵 ⃗ é perpendicular aos outros dois vetores 𝐴 ⃗ e


⃗ , e aponta ao longo da direção na qual um parafuso de rosca à direita
𝐵
avançaria quando o vetor 𝐴 ⃗ fosse girado na direção do vetor 𝐵 ⃗ através do
menor ângulo possível, como ilustra a Figura(12). Como o parafuso irá se
mover no sentido oposto ao 𝐴 ⃗e𝐵 ⃗ quando for girado de 𝐵⃗ ×𝐴⃗ , isto nos indica
que 𝐴⃗×𝐵 ⃗ ∕= 𝐵
⃗ ×𝐴 ⃗.
Utilizando a, equação(6) notamos que o produto vetorial de dois vetores
paralelos é zero. Utilizando agora vetores unitários, vericamos que:

ˆ𝑖 × ˆ𝑖 = ˆ𝑗 × ˆ𝑗 = 𝑘ˆ × 𝑘ˆ = 0

Figura 12: Demonstrando a regra da mão direita e a posição do vetor 𝐴 ⃗.


⃗ ×𝐵

Baseando-nos na equação(6) e na regra da mão direita que determina a


direção do vetor produto, temos que:
( )
ˆ𝑖 × ˆ𝑗 = − ˆ𝑗 × ˆ𝑖 = 𝑘ˆ

18
( )
ˆ𝑗 × 𝑘ˆ = − 𝑘ˆ × ˆ𝑗 = ˆ𝑖

( )
ˆ𝑗 × 𝑘ˆ = − ˆ𝑖 × 𝑘ˆ = ˆ𝑗

Desta maneira temos que:

⃗ = (𝐴𝑦 𝐵𝑧 − 𝐴𝑧 𝐵𝑦 ) ˆ𝑖 + (𝐴𝑧 𝐵𝑥 − 𝐴𝑥 𝐵𝑧 ) ˆ𝑗 + (𝐴𝑥 𝐵𝑦 − 𝐴𝑦 𝐵𝑥 ) 𝑘ˆ


⃗×𝐵
𝐴

19
2.4 Exercícios
1) Encontre a expressão analítica para os vetores representados abaixo, sa-
bendo que ∣⃗𝑣 ∣ =3.

20
2) Dados os vetores abaixo, 𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 e 𝑣⃗3 determine:

∙ as expressões analíticas dos vetores

∙ os módulos dos vetores

∙ os ângulos dos vetores

∙ a expressão analítica de um vetor com o mesmo módulo de 𝑣⃗1 , na


mesma direção porém sentido contrário.

21
3) Uma força de módulo 10 kfg está no plano XOY formando, com o eixo
X um ângulo de 20∘ . Escrever a expressão analítica dessa força.

4) Um vetor de módulo 20 pertence ao plano XOY. Sabe-se que o ângulo


do vetor com o eixo OX é 143∘ . Escrever a expressão analítica deste vetor.

5) Use a denição de produto escalar, ⃗𝑎 ⋅ ⃗𝑏 = 𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠𝜃, e o fato de ⃗𝑎 ⋅ ⃗𝑏 =


𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧 para calcular o ângulo entre os dois vetores dados por:

⃗𝑎 = 3ˆ𝑖 + 3ˆ𝑗 + 3𝑘ˆ

6) Determine as componentes e o módulo de ⃗𝑟 = ⃗𝑎−⃗𝑏+⃗𝑐 se ⃗𝑎 = 5ˆ𝑖+4ˆ𝑗−6𝑘ˆ;


⃗𝑏 = −2ˆ𝑖 + 2ˆ𝑗 + 3𝑘ˆ. Calcule o ângulo entre ⃗𝑟 e o sentido positivo dos "z".

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