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Aula 03

Instrumentos de Controle Externo p/ TCM-RJ (Auditor de Controle Externo)

Professor: Erick Alves


Instrumentos de Controle Externo p/ TCM-RJ 2017
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 03

AULA 03
Olá pessoal!

O objetivo desta aula será estudarmos o Tribunal de Contas do Município


do Rio de Janeiro.

Para tanto, tomaremos como base a Lei Orgânica do Tribunal (Lei Municipal
289/1981), seu Regimento Interno, a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro e
a Lei Municipal 3.714/2003 (dispõe sobre a aplicação de sanções pelo TCM-RJ).

Não esgotaremos todos os detalhes acerca do TCM-RJ, mas cobriremos os


tópicos mais importantes e mais cobrados em prova. De qualquer forma, para
melhor compreensão, recomendo que você faça uma leitura atenta da Lei Orgânica
e do Regimento Interno do Tribunal.

Seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Organização do TCM-RJ......................................................................................................................................................2
Composição e sede..............................................................................................................................................................2
Órgãos ......................................................................................................................................................................................3
Plenário ...................................................................................................................................................................................5
Conselheiros..........................................................................................................................................................................6
Presidente e Vice-Presidente ...................................................................................................................................... 10
Auditores ............................................................................................................................................................................. 18
Procuradoria Especial .................................................................................................................................................... 19
Jurisdição do TCM-RJ........................................................................................................................................................ 23
Competências do TCM-RJ ............................................................................................................................................... 28
Prestação e tomada de contas..................................................................................................................................... 41
Decisões em processos de contas.............................................................................................................................. 45
Sanções..................................................................................................................................................................................... 52
RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 58
Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 62
Gabarito ................................................................................................................................................................................... 66

Ressalto que, se o edital do concurso trouxer algum tópico específico que não
tenha sido abordado na aula, farei as adaptações necessárias para que o material
aborde todo o conteúdo exigido.

Preparados? Então vamos!

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ORGANIZAÇÃO DO TCM-RJ

Neste tópico iremos conhecer a estrutura organizacional do TCM-RJ.


Também veremos os critérios de escolha de seus membros, assim como as
competências do Plenário e demais autoridades e unidades que atuam junto
ao Tribunal.

COMPOSIÇÃO E SEDE

Primeiramente, vamos dar uma olhada no que a Lei Orgânica do


Município do Rio de Janeiro diz sobre a composição do TCM-RJ:

Art. 91 - O Tribunal de Contas, integrado por sete Conselheiros, tem sede na Cidade
do Rio de Janeiro, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o Município.

Como se vê, o texto da Lei Orgânica Municipal nos informa que o TCM-
RJ é integrado por sete Conselheiros. Da mesma forma, o art. 2º da
LO/TCM-RJ é enfático ao dizer: “O Tribunal de Contas tem sede no Município
do Rio de Janeiro e se compõe de sete Conselheiros nomeados na forma
definida nas Constituições Federal e Estadual e na Lei Orgânica do Município
do Rio de Janeiro”.
O TCM-RJ, portanto, é um órgão colegiado, integrado pelos sete
Conselheiros.

Os membros do TCM-RJ denominam-se


Conselheiros, e não Ministros, como no TCU.

Importante destacar que o TCM-RJ, assim como todos os demais


Tribunais de Contas, possui quadro próprio de pessoal, destinado a
prestar apoio técnico e a executar os serviços administrativos.
Detalhe é que os servidores concursados e comissionados que
trabalham no quadro de pessoal do TCM-RJ não fazem parte da
composição do Tribunal, ok? A rigor, como visto acima, o TCM-RJ é
composto somente pelos sete Conselheiros.
Prosseguindo na análise do art. 91 da Lei Orgânica do Rio de Janeiro,
vale observar que o TCM-RJ tem sede na cidade do Rio de Janeiro e
jurisdição em todo o Município. Detalhe é que essa expressão “jurisdição
em todo o Município” não necessariamente impõe uma limitação geográfica
à jurisdição do TCM-RJ. O Tribunal, em tese, também pode atuar fora do
Município do Rio de Janeiro, desde que seja para fiscalizar a aplicação de

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recursos oriundos do orçamento do Município. Ou seja, o fator


determinante para atrair a jurisdição do TCM-RJ não é a localização
geográfica do objeto de controle, e sim a presença de recursos oriundos do
orçamento do Município do Rio de Janeiro. Veremos mais sobre esse assunto
ainda nesta aula, ao estudarmos a jurisdição do Tribunal.
Também merece destaque o art. 89 da Lei Orgânica do Rio de Janeiro,
o qual assegura ao Tribunal de Contas autonomia administrativa e
financeira.
Em razão dessa prerrogativa, o TCM-RJ pode se auto-organizar
administrativamente, exercendo atribuições como elaborar e alterar seu
Regimento Interno, eleger seu Presidente e Vice-Presidente, organizar suas
secretarias, órgãos auxiliares e Procuradoria Especial, provendo-lhes os
cargos mediante a organização de concursos, dentre outras atividades de
administração interna.
Ademais, o TCM-RJ possui competência para elaborar sua proposta
orçamentária, dentro dos limites estipulados na lei de diretrizes
orçamentárias. Detalhe é que a proposta, depois de aprovada pelo Plenário
do Tribunal, deverá ser encaminhada ao Prefeito até o dia 15 de agosto
de cada ano, para inclusão na proposta orçamentária do Município.
Ainda sobre a autonomia do TCM-RJ, é importante destacar que o
Tribunal possui iniciativa privativa para encaminhar à Câmara Municipal
projetos de lei em assuntos de sua competência, inclusive sobre sua Lei
Orgânica, sobre a criação, transformação e extinção de cargos de seu
quadro de pessoal, bem como sobre a fixação da remuneração dos seus
membros e demais servidores, entre outras.
Passemos então a falar sobre as características e as atribuições das
principais instâncias nas quais o TCM-RJ atualmente se organiza.

ÓRGÃOS

Segundo o art. 18 da Lei Orgânica do TCM-RJ, são órgãos do Tribunal o


Plenário e o Presidente. Isso significa que são essas as instâncias que
podem decidir e se pronunciar em nome do TCM-RJ.
Todas as demais unidades técnicas e administrativas, servidores e
autoridades que atuam junto ao TCM-RJ existem para dar suporte ao
Plenário e ao Presidente.
A figura a seguir ilustra a estrutura atual do TCM-RJ:

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Fonte: site TCM-RJ

Repare que integra a estrutura do Tribunal uma Procuradoria


Especial, que exerce as funções de Ministério Público de Contas, conforme
veremos adiante com mais detalhes.
O Tribunal dispõe, ainda, de Secretarias e órgãos auxiliares para
atender às atividades de apoio técnico e administrativo necessárias ao
exercício de sua competência. Tais unidades estão subordinadas, em termos
administrativos, ao Presidente do Tribunal.
Os órgãos de assessoramento direto dos Conselheiros, denominados
Gabinetes, subordinam-se tecnicamente aos respectivos titulares,
vinculando-se, administrativamente, ao Presidente. Detalhe é que o
provimento dos cargos em comissão e funções gratificadas existentes nos

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▪ Três pelo Prefeito, com aprovação da Câmara Municipal, sendo


um de livre escolha e dois alternadamente entre Auditores
Substitutos de Conselheiros e membros da Procuradoria
Especial, indicados em lista tríplice pelo Plenário.
▪ Quatro pela Câmara Municipal, todos de escolha livre, sem
necessidade de aprovação posterior.

Tal sistemática de escolha observa, na medida do possível, a


proporção estabelecida na Constituição Federal (art. 73, §2º, incisos I e II),
pela qual três dos nove Ministros do TCU serão escolhidos pelo Presidente da
República (um livre e dois, alternadamente, dentre representantes dos
Auditores e membros do Ministério Público de Contas) e os outros seis pelo
Congresso Nacional.
Detalhe é que a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro (art. 91,
§2º) prevê que o Prefeito escolherá dois Conselheiros e a Câmara Municipal
cinco. Tal proporção, contudo, é considerada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, pois, ao reservar apenas duas vagas para escolha
do Prefeito, impossibilita que o Tribunal de Contas tenha em sua composição
um representante dos Auditores, um do Ministério Público de Contas e um
membro indicado livremente pelo Chefe do Executivo, conforme prevê a
Constituição Federal.
De fato, segundo a jurisprudência do STF, nos Tribunais de Contas
compostos por sete membros (dentre os quais o TCM-RJ e todos os
tribunais de contas estaduais), três devem ser escolhidos pelo Chefe do
Executivo (um dentre membros do Ministério Público, um dentre Auditores,
e um de livre escolha) e quatro pela Poder Legislativo. Sendo assim, o
que vale é a forma de escolha prevista no art. 35 do Regimento Interno do
TCM-RJ, e não a prevista no art. 91, §2º da Lei Orgânica do Rio de Janeiro.
Os Conselheiros terão o prazo de 30 dias, contados da publicação do
ato no órgão oficial, para posse e exercício no cargo. Tal prazo poderá ser
prorrogado por, no máximo, mais trinta dias, mediante solicitação escrita
do interessado.
Os Conselheiros tomam posse em sessão solene do Plenário ou
perante o Presidente, caso não seja possível realizar a sessão.
Depois de nomeados e empossados, os Conselheiros só perderão seus
cargos por efeito de sentença judicial, exoneração a pedido, ou por
motivo de incompatibilidade.

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Em relação a esta última hipótese de perda do cargo - por


incompatibilidade -, é importante frisar que não poderão ser Conselheiros,
ao mesmo tempo, parentes consanguíneos, na linha ascendente e, na linha
colateral, até o segundo grau (LO/TCM-RJ, art. 12). Caso essa
incompatibilidade seja verificada, ela se resolve da seguinte forma:
▪ se for verificada antes da posse, o último nomeado não poderá assumir o
cargo; se a nomeação de ambos tiver ocorrido na mesma data, o mais
moço (de menor idade) é que não poderá assumir;

▪ se for verificada depois da posse, quem deve deixar o cargo é o


Conselheiro que tiver dado causa à incompatibilidade, por exemplo, por ter
omitido alguma informação; se a incompatibilidade for imputável a ambos,
deverá deixar o cargo aquele que tiver menos tempo de exercício.

Garantias, prerrogativas e impedimentos dos Conselheiros

De acordo com o art. 9º da LO/TCM-RJ, os Conselheiros do TCM-RJ


gozam dos seguintes direitos:
➢ Vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial;
➢ Inamovibilidade;
➢ Irredutibilidade de vencimentos sujeitos, entretanto, aos
impostos gerais, inclusive o de Renda e os impostos extraordinários
previstos no artigo 22 da Constituição Federal;
➢ Garantias, prerrogativas, direitos e impedimentos dos
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de
Janeiro, cujas atribuições constitucionais, inclusive no tocante à
fixação dos estipêndios (remuneração), são consideradas
idênticas, bem como ajuda de custo de representação.
Em relação à aposentadoria, os Conselheiros se submetem às regras
gerais do art. 40 da Constituição Federal, inclusive com aposentadoria
compulsória aos 75 anos de idade1.
Os Conselheiros, no caso de crimes comuns e nos de
responsabilidade, serão processados e julgados, originalmente, pelo
Superior Tribunal de Justiça.

1A Lei Complementar 152/2015 regulamentou o art. 40, §1º, inciso II da Constituição Federal, estendendo
aos membros de todos os tribunais de contas, assim como aos respectivos servidores, a aposentadoria
compulsória, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 anos de idade (antes era 70).

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Competências do Vice-Presidente

A principal competência do Vice-Presidente é substituir o Presidente


em suas ausências e impedimentos, por motivo de licença, férias ou
outro afastamento legal, bem como no caso de vacância da Presidência,
hipótese na qual o Vice-Presidente irá assumir e iniciar um novo mandato de
dois anos.
No mais, no dia-a-dia, o Vice-Presidente colabora com o Presidente na
coordenação e supervisão das atividades de controle externo e, quando
solicitado, no exercício de suas demais funções.

Competências do Corregedor

O Conselheiro eleito para exercer o cargo de Corregedor possui as


seguintes atribuições (RI, art. 32):
▪ Exercer a correição nas Secretarias e órgãos auxiliares, verificando o
desempenho dos serviços que lhes são afetos;
▪ Velar pelo cumprimento dos prazos para exame dos processos, qualquer que
seja a fase em que estiverem;
▪ Propor ao Presidente a adoção de providências sobre o andamento dos
processos, bem como medidas visando a racionalização e otimização da
instrução; e
▪ Relatar os recursos na esfera administrativa interpostos contra atos e
decisões do Presidente, bem como os processos relativos a servidores do
Tribunal, quando submetidos ao Plenário pelo Presidente.

Ressalte-se que o exercício das funções de Corregedor não desvincula o


Conselheiro das atribuições ao seu cargo.

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1. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) O modelo federal de organização,


composição e fiscalização do tribunal de contas, fixado pela CF, é de observância
obrigatória pelos estados.
Comentário: A questão está correta, ante o disposto no art. 75 da
Constituição Federal:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e
do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas
respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

Perceba que o dispositivo estabelece que as normas federais devem ser


observadas nos estados e nos municípios “no que couber”, ou seja, algumas
adaptações podem ocorrer devido às especificidades das esferas de governo,
desde que não desvirtuem o modelo federal. Assim, as normas locais não
podem retirar do Tribunal de Contas alguma competência que esteja prevista
na CF, mas apenas adaptá-la à realidade local. Por exemplo, em algumas
passagens, a CF faz referência ora ao Congresso Nacional ora às suas Casas
(Senado e Câmara) separadamente; no âmbito dos estados e dos municípios,
como não há divisão em Casas, essas passagens devem ser adaptadas.
Vale atentar, ainda, que o próprio art. 75 da CF, em seu parágrafo único,
prevê uma peculiaridade nos estados: os respectivos tribunais de contas
serão integrados por sete Conselheiros, diferentemente do TCU, que é
integrado por nove Ministros. Como visto, o TCM-RJ compõe-se de
sete Conselheiros.
Gabarito: Certo

2. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe) Considerando a jurisprudência do STF


referente aos tribunais de contas e em particular ao TCDF, julgue o item a seguir: o
TCDF compõe-se de sete conselheiros, que deverão atender às exigências fixadas
na Lei Orgânica do Tribunal. Quatro conselheiros são escolhidos pela Câmara
Legislativa e três, pelo governador. No caso dos conselheiros a serem escolhidos
pelo governador, um será de sua livre escolha, um será escolhido entre os auditores
e um entre os representantes do Ministério Público que atuam junto ao TCDF.
Comentário: Em relação aos Tribunais de Contas dos Estados, a
Constituição informa que “serão integrados por sete Conselheiros” (art. 75,
parágrafo único). Pelo fato de sete não ser múltiplo de três, é impossível
replicar nos Estados a regra de escolha prevista na CF aplicável aos membros

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do TCU (art. 73, §2º): 1/3 pelo Presidente da República e 2/3 pelo Congresso
Nacional. A solução foi dada pelo STF: nos Tribunais de Contas Estaduais,
quatro Conselheiros devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três
pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre
Auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua
livre escolha.
No TCM-RJ, que é composto por sete Conselheiros, é seguida a
jurisprudência do STF, conforme previsto no art. 35 do Regimento Interno, ou
seja, três Conselheiros são escolhidos pelo Prefeito (um livre, um dentre os
Auditores e um dentre os Procuradores) e quatro pela Câmara Municipal.
Gabarito: Certo

3. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Compete exclusivamente ao Congresso


Nacional escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União, além
de aprovar, por voto secreto, a escolha dos ministros do TCU indicados pelo
Presidente da República.
Comentário: É certo que compete exclusivamente ao Congresso
Nacional escolher dois terços dos membros do TCU; porém, nos termos do
art. 73, §2º, I da CF, a aprovação dos ministros indicados pelo Presidente da
República compete ao Senado Federal e não ao Congresso Nacional:
Art. 73 (...)
§ 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal,
sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto
ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de
antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
Em relação aos Conselheiros do TCM-RJ, tanto a escolha da proporção
que cabe ao Poder Legislativo, quanto a aprovação dos escolhidos pelo
Prefeito, compete à Câmara Municipal.
Gabarito: Errado

4. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) Os conselheiros do TCM-RJ,


além de terem as mesmas garantias, prerrogativas, direitos e impedimentos,
deverão seguir a mesma forma de investidura dos desembargadores do Tribunal de
Justiça de RJ.
Comentário: É certo que os Conselheiros do TCM-RJ equiparam-se aos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em suas
garantias, prerrogativas, direitos e impedimentos. Isso porque os
Conselheiros de TCM-RJ se equiparam aos membros do Tribunal de Contas

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do Estado (art. 9º da LO/TCM-RJ), os quais, por sua vez, segundo o art. 128,
§3º da Constituição do Estado, possuem as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça.
Porém, os membros do Tribunal de Contas possuem forma de
investidura própria, prevista no art. 35 do regimento Interno (três indicados
pelo Prefeito, com aprovação da Câmara Municipal e quatro pela Câmara
Municipal, dentre brasileiros que preencham os requisitos), não vinculada à
forma de investidura dos Desembargadores do TJ/RJ, daí o erro.
Gabarito: Errado

5. (TCU – ACE 2004 – Cespe, adaptada) O presidente do TCM-RJ é nomeado


pelo Prefeito do Município, escolhido de uma lista tríplice constituída pelo tribunal,
composta de conselheiros do seu quadro, após aprovação pela Câmara Municipal.
Comentário: O quesito está errado, O Presidente do TCM-RJ não é
nomeado pelo Prefeito do Município, mas sim eleito por seus pares
(Conselheiros titulares). Ademais, não há, na eleição do Presidente do TCM-
RJ, qualquer participação do Prefeito ou da Câmara Municipal.
Gabarito: Errado

6. (TCU – ACE 2004 – Cespe, adaptada) Em face da autonomia administrativa


conferida pela Constituição aos tribunais de contas, o TCM-RJ tem competência
para fixar, por meio de resolução do Plenário, a remuneração dos servidores de seu
quadro de pessoal.
Comentário: O TCM-RJ tem autonomia para propor à Câmara Municipal a
fixação da remuneração de seus servidores. Portanto, o Tribunal não fixa a
remuneração por meio de Resolução do Plenário. Tal matéria deve ser tratada
no Poder Legislativo mediante lei específica, de iniciativa privativa do TCM-
RJ, por isso o quesito está equivocado. Mesmo assim a autonomia
administrativa do Tribunal é garantida, pois somente ele e mais ninguém, nem
mesmo a própria Câmara Municipal, poderá propor projeto de lei que altere a
remuneração de seus servidores.
Gabarito: Errado

7. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Os conselheiros do TCM-RJ, por


integrarem o Poder Judiciário, detêm as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos desembargadores Tribunal de Justiça
do Estado.
Comentário: De fato, os Conselheiros do TCM-RJ terão as mesmas
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Desembargadores Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Todavia,

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essa equiparação, de forma alguma, faz com que os Conselheiros pertençam


ao Poder Judiciário, daí o erro. Para a doutrina majoritária, o TCM-RJ e os
demais Tribunais de Contas – e, por conseguinte, seus Ministros e
Conselheiros – não integram nenhum dos Poderes constituídos.
Gabarito: Errado

AUDITORES

Em seus afastamentos e impedimentos legais, os Conselheiros do


TCM-RJ são substituídos pelos Auditores.
Existem apenas três Auditores Substitutos de Conselheiros,
selecionados mediante concurso público de provas ou de provas e títulos
dentre cidadãos portadores de diploma de curso superior (em qualquer área)
e que satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Conselheiro,
inclusive ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade.
O cardo de Auditor (Conselheiro-Substituto) não se confunde com o
cargo de Auditor de Controle Externo (ACE), cujos ocupantes exercem
atividades de assessoramento técnico para o TCM-RJ e estão lotados nas
Secretarias. Os Auditores Substitutos de Conselheiros, diferentemente,
atuam junto ao Plenário do Tribunal, como os Conselheiros, e não podem
exercer funções ou comissões no Tribunal (RI, art. 52).
Os Auditores são nomeados e empossados pelo Presidente do
Tribunal. O Auditor, depois de empossado, só perderá o cargo por
sentença judicial transitada em julgado (RI, art. 49).
Os Auditores, quando em substituição a Conselheiro por mais de trinta
dias, terão as mesmas garantias, impedimentos e subsídio do titular, e
gozará, no Plenário, dos direitos e prerrogativas a este assegurados.
Para substituir Conselheiro ausente, o Auditor deve ser convocado pelo
Presidente do Tribunal. Ao ser convocado, o Auditor assume todas as
funções do Conselheiro que substituiu (notadamente a relatoria de processos
e o voto nas sessões).
O Auditor também pode ser convocado especificamente para
completar o quórum das sessões da Corte. Isso pode ocorrer, por
exemplo, caso algum Conselheiro se declare impedido de votar. O Auditor
pode ainda ser convocado para proferir voto de desempate, se o
responsável original pelo voto – o Presidente ou o Conselheiro que estiver na
presidência do Plenário – se declarar impedido no momento do desempate.

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Outra situação que leva à convocação de Auditor é a vacância de


cargo de Conselheiro (por aposentadoria, por exemplo). No caso, o
Auditor passa a exercer as funções do cargo até novo provimento.
O Auditor também pode ser convocado para auxiliar o Presidente no
exercício de suas atribuições.
Quando não estiverem convocados para substituir Conselheiro, os
Auditores atuam presidindo a instrução dos processos que lhe forem
distribuídos pelo Presidente, relatando-os com proposta de decisão por
escrito a ser apreciada ou julgada pelos integrantes do Plenário (RI,
art. 51, parágrafo único).
Perceba que, quando não convocado, o Auditor somente emite uma
proposta de decisão para os processos que lhe forem distribuídos, a ser
apreciada ou julgada pelos integrantes do Plenário. Ou seja, quando não
estiver convocado, o Auditor não tem direito a voto nas sessões do
Tribunal. Por outro lado, quando estiver em substituição a Conselheiro,
mediante convocação, o Auditor vota como se Conselheiro fosse.

O Auditor só vota nas sessões do Tribunal quando


estiver convocado para substituir Conselheiro. Caso
contrário, apenas apresenta proposta de decisão, a
ser apreciada pelos Conselheiros titulares e pelos
Auditores que estiverem convocados.

PROCURADORIA ESPECIAL

Na estrutura do TCM-RJ existe uma Procuradoria Especial, que


funciona como um Ministério Público especializado, congênere dos
Ministérios Públicos de Contas que atuam junto aos demais tribunais de
contas.
A Procuradoria Especial é constituída por oito cargos efetivos de
Procurador, os quais ingressam na carreira após aprovação em concurso
público de provas e títulos. São condições para a inscrição no concurso
para provimento do cargo de Procurador:
▪ ser brasileiro;
▪ ser inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil; e

▪ estar em gozo dos direitos políticos e, se do sexo masculino, quite com o


serviço militar.

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A fiscalização da lei por parte da Procuradoria Especial ocorre por meio


da emissão de parecer, escrito ou verbal, nos processos ou nas sessões,
durante os trabalhos do Plenário, bem como através de requerimentos e
participação nos debates.
Ademais, é obrigatória a audiência prévia da Procuradoria Especial,
em forma de parecer, nos casos submetidos ao Tribunal. Antes de emitir
parecer sobre o mérito da questão a ser apreciada pelo Tribunal, poderá a
Procuradoria Especial requerer a realização de diligência para melhor
instrução do processo.
O membro da Procuradoria Especial deverá dar-se por suspeito, ou
seja, deve declinar do direito de emitir parecer nos processos submetidos à
sua apreciação, nos seguintes casos:
▪ se for cônjuge ou parente em linha reta, colateral, ou afim, até o terceiro
grau, de pessoa que tiver interesse no processo;

▪ se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer interessado no processo;


▪ se for particularmente interessado na decisão do processo; e
▪ por razões de foro íntimo que o inibam de funcionar no processo.

Nas três primeiras hipóteses acima, se o próprio procurador não se


declarar suspeito, o Procurador-Chefe poderá decidir a respeito, indicando,
se entender caracterizada a suspeição, outro membro da Procuradoria
Especial para atuar no processo.
Caso a suspeição recaia sobre o próprio Procurador-Chefe, caberá ao
Conselho Superior de Administração do Tribunal decidir sobre a
matéria, indicando o Subprocurador-Chefe para atuar no processo.

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JURISDIÇÃO DO TCM-RJ

Emprega-se o termo “jurisdição” para designar a abrangência do


controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, vale dizer, a jurisdição do
TCM-RJ compreende todas as pessoas, órgãos e entidades que estão
sujeitos à sua fiscalização por determinação constitucional e legal.
A Lei Orgânica (art. 5º e 6º, I) preceitua que o TCM-RJ tem jurisdição
sobre pessoas e matérias sujeitas à sua competência, abrangendo todo
aquele que arrecadar, guardar, gerenciar ou administrar dinheiro,
valores e bens do Município ou pelos quais o Município responda, ou
em que em nome deste assuma obrigações de natureza pecuniária.
Em suma, a jurisdição do TCM-RJ alcança os responsáveis por gerir
recursos públicos e municipais, isto é, provenientes do orçamento do
Município do Rio de Janeiro ou pelos quais o ente municipal responda.
Assim, para saber se uma pessoa ou entidade está ou não sob a jurisdição
do TCM-RJ, é só verificar se ela utiliza, arrecada, guarda, gerencia ou
administra recursos públicos municipais ou pelos quais o Município do
Rio responda. Caso positivo, a pessoa ou entidade está sob a jurisdição do
TCM-RJ, não importa se pessoa física ou jurídica, pública ou privada, ou
ainda, que esteja aplicando ou arrecadando os recursos fora do território do
Município.
Ressalte-se que o TCM-RJ não tem poderes para fiscalizar, por exemplo,
empresas privadas que desempenham suas atividades sem qualquer auxílio
financeiro do Governo Municipal. E também não fiscaliza aqueles que são
responsáveis por recursos públicos oriundos exclusivamente dos orçamentos
federal, estaduais ou de outros municípios, sem qualquer impacto nos cofres
do Município do Rio; tais recursos são fiscalizados pelo Tribunal de Contas da
União, pelos Tribunais de Contas dos Estados, dos Municípios ou Municipais,
conforme o caso.
É importante salientar que a jurisdição do TCM-RJ – isto é, sua
capacidade de dizer o direito – restringe-se apenas às pessoas e matérias
sujeitas à sua competência.
Por exemplo, se for constatado que determinado servidor desviou para
uso próprio uma televisão adquirida com recursos públicos do Município para
equipar uma escola, o TCM-RJ poderá imputar débito ao responsável,
determinando o ressarcimento correspondente ao bem desviado, assim
como aplicar-lhe multa. Porém, jamais o Tribunal poderá condená-lo pelo

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crime de peculato, uma vez que o julgamento da prática de crimes não é


matéria de sua competência, e sim do Poder Judiciário.
O art. 6º da LO/TCM-RJ apresenta uma relação de pessoas sujeitas à
jurisdição do Tribunal. Vejamos (note que, em alguns dispositivos, eu fiz
comentários entre colchetes):
▪ Qualquer pessoa física, órgão ou entidade da administração indireta,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos, ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome
deste, assuma obrigações de natureza pecuniária;

▪ Aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de


que resulte dano ao erário [abrange todos aqueles que causarem algum
prejuízo ao erário, não se limitando, portanto, aos agentes públicos
administradores de recursos; qualquer pessoa, ainda que não integre a
Administração Pública, poderá ser julgada pelo Tribunal de Contas caso
provoque algum dano ao patrimônio municipal. No caso, as contas da pessoa
são julgadas nas chamadas tomadas de contas especiais, que devem ser
instauradas toda vez que se verificar um prejuízo ao erário];
▪ Os dirigentes ou liquidantes de empresas encampadas ou sob
intervenção do Município, ou que, de qualquer modo, venham a
integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio do Município
ou de outra entidade pública municipal;
▪ Todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à
sua fiscalização por expressa disposição de lei;
▪ Os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pelo
Município, mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos
similares;
▪ Os responsáveis pela aplicação dos recursos tributários arrecadados pela
União e pelo Estado, entregues ao Município, e dos recursos de outra
natureza, exceto dos repassados pela União e pelo Estado ao Município,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres,
consoante o disposto no art. 71, VI, da Constituição Federal [os recursos
repassados pela União e pelos Estados mediante convênios são recursos
federais e estaduais, respectivamente; logo, estão sob a jurisdição do TCU
e do Tribunal de Contas do Estado, e não do TCM-RJ];

▪ Os responsáveis pela aplicação de adiantamento e de suprimento de


fundos, quando as respectivas contas forem impugnadas pelo ordenador da
despesa;
▪ Os responsáveis pela administração da dívida pública;

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▪ Os administradores de entidades de direito privado que recebam auxílio


ou subvenção dos cofres públicos, com referência aos recursos
recebidos [a jurisdição do TCM-RJ se restringe aos recursos públicos
repassados à entidade privada, ou seja, o Tribunal não fiscaliza todas as
atividades da entidade, mas apenas a aplicação da parcela de recursos
municipais repassados a ela];

▪ Os responsáveis pela elaboração dos editais de licitação e dos convites,


os participantes das comissões julgadoras dos atos licitatórios, bem
como os responsáveis e ratificadores dos atos de dispensa e de
inexigibilidade;
▪ Os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este
artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do
inciso XLV, do art. 5°, da Constituição Federal [ex: se a herança foi R$ 100 e
o débito causado ao erário foi R$ 200, o TCM-RJ só poderá cobrar dos
sucessores o valor de R$ 100; outro detalhe é o Tribunal não aplica sanções
aos sucessores, mas apenas cobra o ressarcimento do prejuízo causado ao
erário pelo falecido, no limite da herança transferida]; e
▪ Os representantes do Município, nas assembleias gerais, nos
conselhos fiscais e de administração das empresas estatais e
sociedades anônimas de cujo capital o Município participe, pela prática
de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.

8. (FGV – TCM/SP 2015, adaptada) Suponha que a União, por meio do Ministério
da Cultura, transfira voluntariamente, mediante convênio, recursos para a Secretaria
Municipal de Cultura do Rio de Janeiro para financiar um projeto na área de
preservação da memória. O município cofinancia a ação por meio do aporte de uma
contrapartida de 10% do total do ajuste. Quanto à jurisdição dos órgãos de controle
externo, é correto afirmar que:
(A) compete exclusivamente ao Tribunal de Contas da União a fiscalização do ajuste,
pois os recursos são majoritariamente federais;
(B) há uma competência concorrente do Tribunal de Contas do Município e do Tribunal
de Contas da União, de forma autônoma e independente;
(C) compete ao Tribunal de Contas do Município fiscalizar somente a aplicação dos
recursos da contrapartida do ajuste;
(D) compete exclusivamente ao Tribunal de Contas do Município a fiscalização do
ajuste, pois os recursos têm como destino o orçamento do município;
(E) o Tribunal de Contas do Município pode fiscalizar o ajuste desde que previamente

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autorizado pelo Tribunal de Contas da União, mediante acordo de cooperação.


Comentário: O enunciado retrata um projeto financiado parte com recursos
da União e parte com recursos do Município do Rio de Janeiro. A parcela da
União é de 90%, enquanto o Município arcará com 10% do projeto.
Nesse caso, a responsabilidade pela fiscalização da execução do projeto
será tanto TCU como do TCM-RJ. O TCU quanto aos recursos federais e o TCM-
RJ quanto aos recursos municipais. Ou seja, trata-se de uma competência
concorrente, exercida de forma autônoma e independente por ambas as
instituições (alternativa “b”). É claro que, para uma fiscalização mais eficiente,
seria desejável haver alguma espécie de coordenação entre os órgãos de
controle externo, mas isso não é obrigatório, uma vez que ambos possuem
jurisdição própria e privativa para fiscalizar a aplicação dos recursos das
respectivas esferas.
Detalhe é que, assim que os recursos são alocados no projeto, torna-se
difícil separar qual parte foi bancada por qual recurso. Entretanto, caso, por
exemplo, ocorra desvio da totalidade dos recursos, o TCU até poderá apurar a
irregularidade como um todo, mas apenas poderá exigir ressarcimento
equivalente ao montante dos recursos federais repassados, devendo o TCM-RJ
adotar as providências cabíveis para exigir a reposição dos recursos municipais.
Gabarito: alternativa “b”

9. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCM-RJ estende-se aos


sucessores de ex-dirigentes de entidades estatais que cometam irregularidades que
resultem em prejuízo para os cofres públicos, até o limite do prejuízo apurado e não
ressarcido, independentemente do patrimônio transferido.
Comentário: Os ex-dirigentes de entidades estatais que cometam
irregularidades que resultem em prejuízo aos cofres públicos estão sim sob a
jurisdição do TCM-RJ, pois esta abrange os administradores públicos da
administração indireta (LO/TCM-RJ, art. 6º, I), assim como aqueles que derem
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário
(LO/TCM-RJ, art. 6º, II). A jurisdição do Tribunal também alcança os sucessores
desses dirigentes, no que tange ao ressarcimento dos débitos apurados pela
Corte de Contas, só que apenas até o limite do patrimônio transferido – e não do
prejuízo apurado e não ressarcido, que pode ser maior que o patrimônio
transferido, daí o erro (LO/TCM-RJ, art. 6º, XI).
Gabarito: Errado

10. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Considere que determinada organização
civil de interesse público, que atua na área de defesa e conservação do meio
ambiente, tenha sido contratada pela administração pública municipal, por meio de

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termo de parceria. Nessa situação, mesmo sendo pessoa jurídica de direito privado,
essa organização civil está sujeita à jurisdição do TCM-RJ.
Comentário: Como a organização civil tratada no comando da questão
recebe recursos municipais por meio de termo de parceria para o desempenho
de atividade de interesse público (defesa e conservação do meio ambiente), está
sim sob a jurisdição do TCM-RJ (LO/TCM-RJ art. 6º, IX). Portanto, o quesito está
correto. Não obstante, deve ficar claro que a entidade de direito privado está
sujeita à fiscalização do TCM apenas quanto à aplicação dos recursos
municipais recebidos, vale dizer, a jurisdição do Tribunal não alcança os
recursos próprios da entidade.
Gabarito: Certo

11. (TCU – TEFC 2012 – Cespe, adaptada) As empresas públicas municipais não
estão sujeitas à fiscalização do TCM-RJ, pois são pessoas jurídicas de direito privado.
Comentário: A afirmativa está errada. As empresas públicas municipais
integram a administração indireta e possuem capital formado por recursos do
Município do Rio de Janeiro. Logo, estão sob a jurisdição do TCM-RJ e, em
consequência, sujeitas à fiscalização da Corte de Contas, independentemente de
serem pessoas jurídicas de direito privado, nos termos do art. 6º, I da LO.
Gabarito: Errado

12. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Entidades dotadas de


personalidade jurídica de direito privado criadas com a finalidade de prestar serviço de
interesse público estão abrangidas, em razão de sua finalidade, pela jurisdição do
TCM-RJ.
Comentário: A jurisdição do TCM-RJ é atraída pela presença de recursos
oriundos do orçamento municipal, de modo que o TCM-RJ não tem poderes para
fiscalizar empresas privadas que desempenhem suas atividades sem qualquer
auxílio financeiro do Município do Rio de Janeiro. Portanto, entidades privadas
criadas para prestar serviço de interesse público só estarão abrangidas pela
jurisdição do TCM-RJ caso recebam contribuições pecuniárias do Município, até
o limite do numerário transferido, e não apenas em razão da sua finalidade. Se
determinada entidade privada preste serviço público com recursos próprios, a
exemplo de uma universidade particular, não estará sob a jurisdição do Tribunal
de Contas.

Gabarito: Errado

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COMPETÊNCIAS DO TCM-RJ

Em razão do princípio da simetria, as competências do TCM-RJ são as


mesmas atribuídas ao Tribunal de Contas da União pela Constituição
Federal, estudadas na aula passada.
Tais competências são reproduzidas, com as devidas adaptações, na
Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro e na Lei Orgânica do TCM-RJ.
Nesse sentido, partindo da Lei Orgânica do Tribunal, pode-se afirmar
que compete ao TCM-RJ:
➢ Apreciar, as contas prestadas pelo Prefeito Municipal, elaborando e emitindo
parecer prévio em até 60 dias úteis a contar de seu recebimento;

➢ Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos municipais e dos


causadores de prejuízo ao erário.
➢ Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos admissão de pessoal,
a qualquer título, da administração direta e indireta (exceto as nomeações
para cargos em comissão) e de concessão de aposentadorias, reformas e
pensões (exceto as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório e as aposentadorias do RGPS).
➢ Realizar, por iniciativa própria e por solicitação da Câmara Municipal,
de Comissão Técnica ou de Inquérito, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional, patrimonial e
ambiental nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo.

➢ Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Município


mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres;

➢ Prestar as informações solicitadas pela Câmara Municipal, ou por qualquer


de suas Comissões, sobre fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e ambiental, e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
➢ Aplicar sanções em caso de irregularidade das contas ou de ilegalidade da
despesa.

➢ Assinar prazo para o exato cumprimento da lei, se verificar ilegalidade.


➢ Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a
decisão à Câmara Municipal; no caso de contrato, a decisão é comunicada
à Câmara Municipal, a quem compete adotar o ato de sustação, solicitando
ao Poder Executivo as medidas cabíveis; se a Câmara ou o Poder Executivo
não adotarem as medidas cabíveis no prazo de 90 dias, compete ao TCM-RJ
decidir a respeito.

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➢ Apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido político,


associação ou sindicato.
➢ Emitir, no prazo de 30 dias, pronunciamento conclusivo sobre matéria
que seja submetida a sua apreciação pela Comissão de Finanças, Orçamento
e Fiscalização Financeira da Câmara.
➢ Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados.

Note que a Lei Orgânica praticamente reproduz as competências do TCU


previstas na Constituição, mas existem algumas particularidades.
A primeira delas é que o prazo para emissão do parecer prévio em
relação às contas do Prefeito é de 60 dias úteis (na esfera federal, é de 60
dias corridos).
Outra peculiaridade é que há previsão para o Tribunal realizar inspeções
e auditorias de natureza ambiental (na CF só consta contábil, orçamentária,
operacional, financeira e patrimonial); tal inclusão se justifica porque o meio
ambiente também é considerado um patrimônio público. Nesse sentido, o
TCM-RJ fiscaliza as políticas públicas municipais destinadas à proteção do
meio ambiente, com foco na aplicação e nos resultados dos recursos
públicos destinados para tais políticas.
Afora essas competências decorrentes diretamente do princípio da
simetria, o art. 3º da Lei Orgânica do TCM-RJ apresenta algumas
competências específicas e que não afrontam o referido princípio.
Vejamos.

Acompanhar a arrecadação da receita

XI - acompanhar a arrecadação da receita a cargo do Município e das entidades


referidas no inciso II [entidades da administração indireta], mediante inspeções e
auditorias, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no
Regimento Interno ou em norma específica;

Receita pública não compreende apenas tributos, mas também toda


entrada de recursos que implique aumento patrimonial da Administração
Pública, direta e indireta. Como exemplo, pode-se mencionar os dividendos
devidos ao Município em função das participações societárias que ele detém
em empresas. Os dividendos não são tributos, mas constituem receita
pública. Assim, o acompanhamento da arrecadação da receita pública

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questão. Em outras palavras, a resposta à consulta é vinculante. Mas isso


não afasta a possibilidade de que o Tribunal examine, em processo
específico, os casos concretos que envolvam a aplicação do dispositivo.
Por versar sobre a aplicação, em tese, de dispositivos legais e
regulamentares, a resposta à consulta pode ser objeto de controle
concentrado de constitucionalidade, mediante ação direta de
inconstitucionalidade (ADIn) ou ação declaratória de constitucionalidade
(ADC). Pela mesma razão, não pode ser objeto de controle difuso, eis
que não cuida de casos concretos.

Determinar a instauração de tomada de contas especial

XVII - determinar a instauração de tomada de contas especial;

Tomada de contas especial (TCE) é um processo administrativo


devidamente formalizado, com rito próprio, para apurar responsabilidade
por ocorrência de dano ao patrimônio da administração pública municipal,
com a finalidade de apurar os fatos, quantificar o prejuízo, identificar os
responsáveis e obter o respectivo ressarcimento.
Dessa forma, a TCE tem por objetivo:
✓ Apurar os fatos (o que aconteceu)
✓ Identificar os responsáveis (quem participou e como)
✓ Quantificar do dano (quanto foi o prejuízo ao erário)
✓ Obter o ressarcimento

Para tanto, o processo de TCE deve conter elementos de


prova/convicção suficientes para se definir qual foi a conduta dos agentes
públicos e demais responsáveis envolvidos (agentes solidários ou não),
qual/quanto foi o dano e, principalmente, o nexo de causalidade entre a
conduta dos agentes e o dano, para que se possa exigir o ressarcimento.
Consideram-se responsáveis as pessoas físicas ou jurídicas às quais
possa ser imputada a obrigação de ressarcir o erário, vale dizer, qualquer
pessoa que esteja sob a jurisdição do TCM-RJ, inclusive pessoas sem vínculo
formal com a Administração Pública.

O principal pressuposto para a instauração de um processo de TCE é a


configuração de um fato que possa trazer prejuízo ao erário.

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Especificamente, um processo de tomada de contas especial deve ser


instaurado quando for verificada alguma das seguintes situações:
✓ Omissão no dever de prestar contas
✓ Não comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo Município
mediante convênio, contrato de repasse ou instrumento congênere.
✓ Ocorrência de desfalque ou desvio de bens ou valores públicos.
✓ Prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário.

✓ Concessão de quaisquer benefícios fiscais ou de renúncia de receitas,


de que resulte dano ao erário.

Diante das situações determinantes (ato ou omissão que resultou em


prejuízo ao erário), a autoridade administrativa competente, sob pena
de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotar providências
com vistas à instauração da tomada de contas especial para apuração dos
fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.
A “autoridade competente” é aquela que delegou a gestão dos recursos
ao responsável por dar causa ao prejuízo. Pode ser, por exemplo, o
ordenador de despesas do órgão ou entidade no qual ocorreu desfalque ou
desvio de recursos ou se praticou ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de
que resultou dano ao erário; pode ser, ainda, o responsável pelo órgão
repassador dos recursos de convênio (concedente) cujo recebedor
(convenente) foi omisso no dever de prestar contas, ou não foi capaz de
comprovar a boa e regular aplicação dos recursos.
Em caso de omissão ou inércia da autoridade competente, o TCM-RJ
determinará ao órgão central de controle interno, ou equivalente, a
instauração da tomada de contas especial, fixando prazo para o
cumprimento da decisão.
Ademais, ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência de
desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao
erário, o Tribunal poderá adotar as medidas reparadoras no próprio
procedimento, quando identificados os responsáveis e quantificado o dano,
ou ordenar a instauração da tomada de contas especial em autos
apartados, observando, em ambos os casos, os princípios do contraditório
e ampla defesa.
A não adoção das providências para apuração dos fatos, identificação
dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento é
considerada grave infração à norma legal, sujeitando a autoridade

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administrativa à responsabilização solidária pelo dano ocorrido e às


sanções cabíveis. Assim, se uma autoridade, por força do cargo que ocupa,
é responsável por determinar a instauração de uma TCE e não o faz, passa a
responder solidariamente pelo débito.
A instauração de tomada de contas especial é dispensada na
ocorrência de perda, extravio ou outra irregularidade em que fique
comprovada a ausência de má fé de quem lhe deu causa, se o dano for
imediatamente ressarcido. Perceba que são duas condições a serem
necessariamente satisfeitas: ausência de má fé e ressarcimento imediato do
prejuízo. Nesse caso, a autoridade administrativa competente deverá, em
sua prestação de contas ordinária, comunicar o fato ao Tribunal.

Manter registros de contratos e convênios

XVIII - manter cadastro e arquivo dos contratos de obras, serviços e compras


firmadas pelos órgãos municipais, e dos laudos e relatórios de aceitação definitiva ou
provisória de obras por eles realizadas;
XIX - manter registro dos convênios e consórcios celebrados pelo Município;

Não tem muito o que comentar sobre essa competência. Basta o


conhecimento da literalidade dos dispositivos. Esses cadastros servem para
conferir transparência à ação estatal e também para servir de subsídio ao
planejamento das ações de controle a cargo do Tribunal de Contas.

Expedir atos normativos

XX - expedir atos e instruções normativas sobre aplicação de leis pertinentes às


matérias de suas atribuições e à organização dos processos que lhe devam ser
submetidos, obrigando o seu cumprimento, sob pena de responsabilidade;

Tal competência confere prerrogativa ao TCM-RJ para expedir


instruções e atos normativos (de cumprimento obrigatório, sob pena de
responsabilização) acerca de matérias de sua competência e a respeito da
organização dos processos que lhe devam ser submetidos.
Assim, por exemplo, TCM-RJ pode expedir norma obrigando a
Administração Municipal a lhe encaminhar informações relativas aos
contratos e convênios celebrados, para fins de manutenção do cadastro
tratado no item anterior. Pode também, expedir instruções definindo os

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elementos mínimos que devem constar nos processos de tomadas de contas


especial.

Fiscalizar o cumprimento da Lei de Licitações

XIII - decidir sobre representação que lhe seja enviada por qualquer licitante,
contratado ou pessoa física ou jurídica, contra irregularidades na aplicação da lei
pertinente às licitações e contratos da Administração Pública;
(...)
XVI - verificar a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos editais de
licitação, dos atos de dispensa ou inexigibilidade, na forma estabelecida no Regimento
Interno ou em ato próprio, bem como das despesas ou receitas decorrentes dos atos de
sua aprovação, de contratos ou de instrumentos assemelhados;

A Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993) estatui que o controle


das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos por ela
regidos será feito pelo Tribunal de Contas competente, sem prejuízo da
atuação do sistema de controle interno2.
Para tanto, a Lei faculta a qualquer licitante ou contratado, bem
como a qualquer pessoa física ou jurídica não envolvida no certame, a
qualquer tempo, representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos de
controle interno contra irregularidades na aplicação da Lei. Assim, a
representação pode ser feita antes da conclusão do certame ou após a
celebração do contrato, por qualquer pessoa, mesmo que não tenha
participado da licitação.
Ademais, a Lei dispõe que o Tribunal de Contas e o controle interno
poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data
de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado.
Em função do exame realizado, o Tribunal poderá, dentre outras medidas,
determinar a suspensão cautelar da licitação em caso de fundado receio de
grave lesão ao erário, ficando a Administração obrigada a adotar as medidas
corretivas pertinentes que lhe forem determinadas pelo Tribunal em função
do exame do edital. Por exemplo, se a Administração realizar uma licitação
de obra pública instruída por um projeto básico deficiente que não permita a
correta caracterização da obra ou que apresente um orçamento
desarrazoado, fora dos parâmetros de mercado, o TCM-RJ poderá

2 Lei 8.666/1993, art. 113, §§1º e 2º.

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determinar a suspensão cautelar do certame até que a Administração refaça


as peças irregulares.

Alertar sobre o descumprimento dos limites da LRF

XXIX - alertar os Poderes e órgãos quando constatar descumprimento do disposto


nos incisos do § 1º, do art. 59, da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de
2000;

O art. 59 da Lei de Responsabilidade Fiscal atribui aos Tribunais de


Contas, no âmbito de sua jurisdição, a responsabilidade de:
➢ Verificar o cálculo dos limites da despesa total com pessoal;
➢ Alertar aos Poderes ou órgãos, quando constatar:
▪ a possibilidade de limitação de empenho e movimentação
financeira;
▪ que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou
90% do limite;
▪ que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
operações de crédito e da concessão de garantia encontram-
se acima de 90% dos respectivos limites;
▪ que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se acima
do limite definido em lei;
▪ a ocorrência de fatos que comprometam os custos ou os
resultados dos programas ou indícios de irregularidades na
gestão orçamentária.
Portanto, cabe ao TCM-RJ adotar tais providências no que tange às
finanças públicas do Município do Rio de Janeiro.

Processar e julgar infrações administrativas contra as finanças


públicas e a responsabilidade fiscal

XXX - processar, julgar e punir as infrações administrativas contra as leis de


finanças públicas, nos termos do art. 5º da Lei Federal nº 10.028, de 19 de outubro de
2000;

Conforme tipificado na Lei 10.028/2000 (Lei dos Crimes Fiscais), as


infrações administrativas contras as finanças públicas, são:

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▪ deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal


de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições
estabelecidos em lei;
▪ propor lei de diretriz orçamentária anual que não contenha as
metas fiscais na forma da lei;
▪ deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em
lei;
▪ deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total
com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite
máximo.

Cuidado, pois tais irregularidades são tipificadas como infrações


administrativas, não como crimes, apesar do nome que se dá à lei.
Compete ao Tribunal de Contas processar e julgar essas infrações, quando
praticadas por agentes sujeitos a sua jurisdição.

O agente que der causa a qualquer uma delas será punido com multa
de, exatamente, 30% dos seus vencimentos anuais. Ou seja, não há
previsão de gradação da pena em razão da gravidade da conduta do agente
em cada caso concreto: o valor será sempre correspondente a 30% dos
vencimentos anuais do responsável. Ah, o pagamento da multa é de
responsabilidade pessoal do agente, e não do órgão em que trabalha.
Vale observar que, caso a conduta do gestor configure crime, a
competência para julgamento não é mais do Tribunal de Contas, mas sim do
órgão do Poder Judiciário com jurisdição sobre a matéria, a partir de
denúncia do Ministério Público.

Adotar medidas cautelares

§ 2º - O Tribunal em caso de urgência, de fundado receio de grave lesão ao


erário ou a direito alheio, ou risco de ineficácia da decisão de mérito, poderá, de
ofício ou mediante provocação, na forma estabelecida no Regimento Interno, adotar
medida cautelar, com ou sem prévia oitiva da parte, determinando, entre outras
providências, a suspensão do ato ou do procedimento impugnado, até que o Tribunal
decida sobre o mérito, fazendo indicação expressa dos dispositivos observados.

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Medidas cautelares são ações preventivas adotadas pelo Tribunal com


o objetivo de neutralizar situações lesivas ao erário, reais ou iminentes, ou,
ainda, situações que possam vir a obstruir o exercício do controle externo.
As medidas cautelares estão previstas expressamente na Lei Orgânica do
TCM-RJ, mas na Constituição Federal elas estão apenas implícitas. Segundo
o entendimento do STF, o poder geral de cautela decorre, por implicitude,
das atribuições que a Constituição expressamente outorgou ao Tribunal de
Contas (Teoria dos Poderes Implícitos), sendo uma forma de possibilitar
que o órgão de controle externo desempenhe suas funções com efetividade.
Assim, o TCM-RJ, poderá, de ofício ou mediante provocação,
determinar a suspensão cautelar do ato ou procedimento impugnado,
paralelamente à adoção de outras providências, em caso de:
▪ Urgência;
▪ Fundado receio de grave lesão ao erário;
▪ Fundado receio de grave lesão ao interesse público;
▪ Risco de ineficácia da decisão de mérito.
As medidas cautelares relativas a atos e procedimentos geralmente
adotadas pelo Tribunal compreendem a suspensão de licitação, a suspensão
de repasse/pagamento a convênio, a retenção de valores em pagamento de
contrato e a suspensão de concurso público/processo de seleção.
A suspensão cautelar irá perdurar até que o Tribunal decida sobre o
mérito da questão suscitada ou até que seja revista de ofício por quem a
tiver adotado ou em resposta a requerimento da parte.
A suspensão pode ser adotada com ou sem a oitiva prévia do
responsável. Se a suspensão for determinada sem a oitiva prévia do
responsável, a decisão do Tribunal que adotar a medida cautelar deverá
assinar prazo para que a parte se pronuncie, ou seja, o responsável ainda
será ouvido, só que posteriormente à suspensão do ato ou procedimento.
O poder geral de cautela, conforme reconhecido pelo STF, é amplo,
permitindo ao Tribunal adotar as medidas que avaliar necessárias e
suficientes para proteção do erário ou para garantir a eficácia das suas
decisões. Assim, a par da suspensão de atos ou procedimentos, o TCM-RJ
pode também determinar a suspensão cautelar da execução de contratos
administrativos.
Aqui vale atentar para a diferença entre suspensão cautelar e
sustação da execução de ato ou contrato. Enquanto a suspensão

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cautelar é provisória, perdurando até que se corrija a irregularidade e o


Tribunal decida sobre a matéria, a sustação é definitiva e irreversível,
não cabendo revogação, senão pela via recursal. O poder geral de cautela
permite que o TCM-RJ adote a suspensão cautelar diretamente, em caso de
urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário, ao interesse público,
ou de risco de ineficácia da decisão de mérito. Por outro lado, o TCM-RJ tem
competência para sustar diretamente apenas atos administrativos,
porquanto a competência para sustar contratos é originária Câmara
Municipal, cabendo ao TCM-RJ apenas competência residual, caso o Poder
Executivo e a Câmara não adotem as providências cabíveis no prazo de 90
dias.
Por isso, no dia-a-dia, o Tribunal acaba adotando, na maioria das vezes,
o instituto da suspensão cautelar, vez que a correção da irregularidade é o
que verdadeiramente importa, reservando a sustação para casos extremos.

13. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Caso tome conhecimento de que o chefe do
Poder Executivo estadual tenha cometido em determinado certame licitatório, graves
irregularidades relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa licitante
poderá, nos termos da Constituição Federal (CF), denunciar o fato diretamente ao
tribunal de contas estadual.
Comentário: Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Assim, o dono da
empresa licitante, na qualidade de cidadão, poderá sim denunciar ao tribunal de
contas estadual as irregularidades de que tenha conhecimento na gestão do
dinheiro público. Perceba que a questão não especifica a origem do recurso
público objeto da irregularidade denunciada.
Com efeito, o Governador do Estado, em regra, gere recursos estaduais,
mas também pode ser responsável pela aplicação de recursos federais
provenientes de transferências voluntárias da União. Caso se trate de recursos
estaduais, a competência é do respectivo TCE; no caso de recursos federais, a
competência é do TCU.
Não obstante, o cidadão dono da empresa licitante possui legitimidade para
denunciar perante qualquer Tribunal de Contas. O órgão de controle externo, por
sua vez, ao analisar a denúncia, irá verificar se o assunto se insere ou não no
âmbito de sua competência e jurisdição. Caso negativo (se a licitação foi
realizada com recursos federais e a denúncia foi protocolada no TCE, por

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exemplo), a Corte de Contas não irá levar adiante o processo, comunicando a


decisão ao denunciante, podendo, alternativamente, remeter o feito ao Tribunal
de Contas competente.
Gabarito: Certo

14. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o STF, o TCU e, dado o
princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais detêm legitimidade para
requisitar, diretamente, informações que impliquem a quebra de sigilo bancário.
Comentário: O quesito está errado. Segundo o STF, o TCU e, por simetria,
os demais tribunais de contas, não possui legitimidade para requisitar,
diretamente, a quebra de sigilo bancário. Veja a ementa do MS 22.934-DF, de
17/4/2012:
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SEGURANÇA CONCEDIDA. O
Tribunal de Contas da União, a despeito da relevância das suas funções, não está
autorizado a requisitar informações que importem a quebra de sigilo bancário, por
não figurar dentre aqueles a quem o legislador conferiu essa possibilidade, nos
termos do art. 38 da Lei 4.595/1964, revogado pela Lei Complementar 105/2001. Não há
como admitir-se interpretação extensiva, por tal implicar restrição a direito fundamental
positivado no art. 5º, X, da Constituição. Precedente do Pleno (MS 22801, rel. min.
Menezes Direito, DJe-047 de 14.03.2008.) Ordem concedida.

Gabarito: Errado

15. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) As decisões prolatadas pelo


Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro em processos de consulta
(A) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, do fato e caso
concreto.
(B) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
(C) constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto e não têm
caráter normativo.
(D) constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto, mas não têm caráter
normativo.
(E) têm caráter normativo, mas não constituem prejulgamento da tese, do fato nem do
caso concreto.
Comentário: Os atributos das decisões prolatadas pelos Tribunais de
Contas, em regra, seguem o disposto na Lei Orgânica do TCU, isto é: as
respostas a consultas têm caráter normativo e constituem prejulgamento da
tese, mas não do fato ou caso concreto. Nesse sentido preceitua a Lei Orgânica

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do TCM-RJ:
Art. 3º - Ao Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, órgão constitucional de
controle externo, no exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, compete:
XIV - decidir sobre consulta que lhe seja formulada pelos titulares dos Poderes, ou por
outra autoridade , na forma e tabelecida no Regimento Interno ou em norma
específica, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e
regulamentares concernentes à matéria de sua competência, tendo a resposta à
consulta caráter normativo e constituindo prejulgamento da tese, mas não do fato
ou caso concreto;

Portanto, correta apenas a alternativa “b”.


Gabarito: alternativa “b”

PRESTAÇÃO E TOMADA DE CONTAS

Uma das principais competências dos Tribunais de Contas é julgar as


contas dos administradores e dos demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos, nos termos da Constituição Federal (art. 71, II). Ao TCM-
RJ, em particular, compete julgar as contas dos responsáveis por recursos
provenientes do orçamento da cidade do Rio de Janeiro, ou pelos quais o
Município responda.
Por meio do julgamento de contas, o Tribunal avalia e decide sobre a
legalidade, legitimidade e economicidade dos atos de gestão dos seus
jurisdicionados. Para tanto, os responsáveis devem prestar contas por meio
de documentos e informações de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial que evidenciem a boa e regular
aplicação dos recursos públicos.
Nos termos da Lei Orgânica do TCM-RJ, as pessoas a seguir têm o
dever de prestar contas ao Tribunal para julgamento:
▪ Qualquer pessoa física, órgão ou entidade da administração indireta, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos, ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome deste,
assuma obrigações de natureza pecuniária;
▪ Aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte dano ao erário;

▪ Os dirigentes ou liquidantes de empresas encampadas ou sob intervenção do


Município, ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou

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permanentemente, o patrimônio do Município ou de outra entidade pública


municipal;
▪ Todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à
sua fiscalização por expressa disposição de lei;

Essas pessoas são os jurisdicionados do Tribunal relacionados no


art. 6º, I a IV da sua Lei Orgânica. As contas desses administradores e
responsáveis devem ser submetidas anualmente a julgamento do Tribunal,
sob a forma de tomada ou prestação de contas, organizadas de acordo
com as regras estabelecidas pelo próprio TCM-RJ.
As contas de gestão ou contas ordinárias anuais constituem
processos de trabalho do controle externo destinados a avaliar e julgar o
desempenho e a conformidade da gestão dos responsáveis em um
determinado exercício financeiro, com base em documentos,
informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente.
Assim, por exemplo, existe um processo de contas ordinárias da
Secretaria da Educação referente ao exercício de 2014, outro referente ao
exercício de 2015 e assim por diante. O mesmo ocorre em relação às demais
unidades da Administração Pública Municipal e aos demais exercícios.
Os processos de prestação e de tomada de contas anuais deverão ser
remetidos ao Tribunal no prazo de 180 dias, contados do encerramento do
exercício.

Tomada e prestação de contas: diferença

As contas dos administradores e responsáveis são submetidas a


julgamento do Tribunal sob a forma de tomada ou prestação de contas.
Para classificar um processo em prestação ou tomada de contas
observa-se apenas quem teve a iniciativa da apresentação do processo ao
TCM-RJ, da seguinte forma:
▪ Prestação de contas: quando a unidade jurisdicionada (UJ) que está obrigada, por ato
normativo, a apresentar contas, o faz espontaneamente, no prazo estabelecido.
▪ Tomada de contas: quando um órgão de controle (interno ou externo) toma as
contas da UJ que, estando obriga a apresentar contas, não o faz no prazo
estabelecido.

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Conteúdo dos processos de contas

A tomada ou prestação de contas deve incluir todos os recursos,


orçamentários e extra orçamentários, geridos ou não pela unidade ou
entidade.
“Geridos ou não” quer dizer que as contas devem trazer informações
não só sobre todos os recursos utilizados, arrecadados, guardados ou
geridos pela unidade ou entidade, mas também sobre aqueles pelos quais
ela responda, a exemplo dos recursos eventualmente repassados mediante
convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento congênere.
Os processos de contas constituídos para julgamento (tomada ou
prestação de contas, inclusive a tomada de contas especial) devem conter os
seguintes elementos:
▪ Rol de responsáveis;
▪ Relatório de gestão, se for o caso;
▪ Relatório do tomador de contas, quando couber;
▪ Relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão de
controle interno, que consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada,
indicando as medidas adotadas para corrigir as faltas encontradas;
▪ Pronunciamento do Secretário Municipal supervisor da área ou da autoridade de
nível hierárquico equivalente;
▪ Documentação determinada pelo controle interno e quaisquer outros documentos
ou informações que o Tribunal entender necessários para o julgamento.

O rol de responsáveis é o documento que especifica e identifica os


gestores cujas contas serão julgadas pelo Tribunal. Deve conter as seguintes
informações: a) nome completo e por extenso, e número do CPF; b)
identificação dos cargos ou funções exercidos; c) indicação dos períodos de
gestão, por cargo ou função; d) identificação dos atos de nomeação,
designação ou exoneração, incluindo a data da publicação no Diário Oficial
do Município; e) endereço residencial completo; e f) endereço eletrônico, se
houver.

O relatório de gestão é elaborado pela própria unidade jurisdicionada.


Constitui-se de documentos, informações e demonstrativos de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, organizado
para permitir a visão sistêmica do desempenho e da conformidade da gestão

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dos responsáveis. Na hipótese de tomada de contas especial, o relatório de


gestão é substituído pelo relatório do tomador de contas.
Já o relatório de auditoria de gestão é elaborado pelo órgão de
controle interno competente, a partir dos resultados de auditoria específica
realizada para avaliar a conformidade e o desempenho da gestão no
respectivo período. Com base nos exames realizados, o controle interno
emite sua opinião a respeito da regularidade da gestão dos responsáveis, o
que é feito por meio do certificado de auditoria, que apresenta o parecer
conclusivo do dirigente do órgão de controle interno.
No pronunciamento do Secretário Municipal supervisor da unidade
jurisdicionada, ou da autoridade de nível hierárquico equivalente, deve ser
atestado expressamente que a autoridade tomou conhecimento das
conclusões contidas no parecer do dirigente do órgão de controle interno
sobre o desempenho e a conformidade da gestão da unidade
supervisionada.

Abrangência do processo de contas

O processo de contas pode ser constituído para abranger toda a gestão


do exercício financeiro como também pode ser mais restrito, abrangendo
apenas determinadas despesas ou fatos específicos.
Com efeito, segundo o art. 41 da Lei Orgânica do TCM-RJ, as
prestações, as tomadas de contas ou tomadas de contas especiais
serão por:
▪ Exercício financeiro;

▪ Término de gestão, quando esta não coincidir com o exercício financeiro;


▪ Execução, no todo ou em parte, de contrato formal, sempre que requisitada;

▪ Comprovação de aplicação de adiantamento e suprimento de fundos, quando


as contas do responsável pelo mesmo forem impugnadas pelo ordenador de
despesa;

▪ Processo administrativo em que se apure extravio, perda, subtração ou


deterioração culposa ou dolosa de valores, bens ou materiais do Município,
ou pelos quais este responda;

▪ Imputação, pelo Tribunal, de responsabilidade por despesa ilegal, ilegítima


ou antieconômica;
▪ Casos de desfalque, desvio de bens e de outras irregularidades de que
resulte dano ao erário; e
▪ Outros casos previstos em lei ou regulamento.

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tornando impossível reunir os documentos necessários à comprovação da


regular gestão dos recursos públicos. Nesse caso, resta ao Tribunal, tão
somente, considerar as contas iliquidáveis, ordenando o trancamento.
Ao ser adotada decisão terminativa, as contas são trancadas e
arquivadas sem julgamento de mérito.
Porém, se, em cinco anos contados da decisão terminativa que
ordenou o trancamento e o arquivamento do processo, surgirem novos
elementos considerados suficientes para que se promova o julgamento das
contas, nova decisão determinará o desarquivamento do processo para
que se ultime a respectiva tomada ou prestação de contas. Mas se o prazo
de cinco anos transcorrer sem que tenha havido nova decisão, as contas
serão consideradas encerradas, com baixa na responsabilidade do
administrador.

Definitiva

Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares,


regulares com ressalva ou irregulares, da seguinte forma:
▪ Regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos
demonstrativos contábeis, a legalidade e a legitimidade dos atos do
responsável.

▪ Regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer


outra falta de natureza formal ou, ainda, a prática de ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico que não seja de natureza grave e não represente injustificado
dano ao erário.

▪ Irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências:


a) grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
b) injustificado dano ao erário, decorrente de ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico; ou

c) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.

Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação plena


ao responsável.
Por sua vez, quando julgar as contas regulares com ressalva, o
Tribunal dará quitação (e não quitação plena!) ao responsável e lhe
determinará, ou a quem lhe haja sucedido, a adoção de medidas necessárias
à correção das impropriedades ou faltas identificadas, de modo a prevenir a
ocorrência de outras semelhantes.

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E quando julgar as contas irregulares, havendo débito (ou seja,


prejuízo ao erário), o Tribunal condenará o responsável ao pagamento da
dívida atualizada monetariamente, acrescida dos juros de mora
devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe multa. Lembrando que a decisão do
Tribunal da qual resulte débito e multa é considerada título executivo para
fundamentar a respectiva ação de execução.
Por outro lado, quando julgar as contas irregulares, não havendo
débito, o Tribunal poderá aplicar multa aos responsáveis, caso fique
comprovada a ocorrência de: (i) grave infração a norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou
patrimonial; ou (ii) injustificado dano ao erário, decorrente de ato ilegal,
ilegítimo ou antieconômico.
Ainda sobre o julgamento de contas irregulares, nas hipóteses em
que ficar configurado um dano ao erário (em decorrência de ato ilegal,
ilegítimo ou antieconômico ou de desfalque de recursos públicos - alíneas “b”
e “c” acima), o Tribunal, ao proferir o julgamento, também fixará a
responsabilidade solidária do agente público que praticou o ato
irregular e do terceiro que, como contratado ou parte interessada na
prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o
cometimento do dano apurado. Essa situação é muito comum quando o
processo de contas trata de licitações fraudulentas que causaram dano ao
erário, quando então o Tribunal imputa o débito apurado ao gestor e à
empresa contratada, solidariamente.
Além da possibilidade de responsabilização solidária, diante da
ocorrência das hipóteses que causam dano ao erário (alíneas “b” e “c”
acima), o Tribunal deverá providenciar a imediata remessa de cópia da
documentação pertinente ao Ministério Público, para ajuizamento das
ações civis e penais cabíveis.
Por fim, vale ressaltar que o julgamento das contas deve ser realizado
até o término do exercício seguinte àquele em que forem apresentadas
ao Tribunal, ressalvados os casos em que ocorrerem decisões preliminares.

16. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Na prestação de contas, o administrador público


deve incluir somente os recursos orçamentários e os extra-orçamentários geridos pela
sua unidade.
Comentário: Nas prestações de contas, o administrador público deve incluir

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todos os recursos, orçamentários e extra orçamentários, geridos ou não pela


entidade. Isso contempla não apenas os recursos geridos, utilizados,
arrecadados ou guardados pela unidade ou entidade, mas também aqueles
pelos quais ela responda. Assim, por exemplo, a prestação de contas do
responsável por unidade repassadora de recursos deve também contemplar a
gestão desses recursos descentralizados (“pelos quais ela responda”), e não só
os geridos diretamente pela unidade, daí o erro do quesito.
Gabarito: Errado

17. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No julgamento das contas regulares, exceto nos
casos em que haja ressalvas, o tribunal dará quitação ao responsável.
Comentário: O item está errado. Nos termos do art. 48 da LO/TCM-RJ,
quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação plena ao
responsável:
Art. 48. Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação plena ao
responsável.

Por outro lado, segundo o art. 49 da LO/TCM-RJ, a quitação (sem ser plena)
é cabível para contas regulares com ressalva, justamente a exceção apresentada
de forma indevida na questão:
Art. 49. Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal dará quitação ao
responsável e lhe determinará, ou a quem lhe haja sucedido, a adoção de medidas
necessárias à correção das impropriedades ou faltas identificadas, de modo a prevenir
a ocorrência de outras semelhantes.
Gabarito: Errado

18. (TCU – AUFC 2013 – Cespe, adaptada) Verificada irregularidade nas contas,
havendo débito, caberá ao Tribunal ordenar a citação do responsável para apresentar
defesa.
Comentário: A questão está certa, nos termos do art. 44, II da LO/TCM-RJ:
Art. 44. Verificada irregularidade nas contas, o Tribunal:
I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado;
II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo
estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa;
III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo
estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa; e
IV - adotará outras medidas cabíveis

Gabarito: Certo

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19. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) Caso a documentação contábil de


determinada entidade seja roubada e seja impossível a sua recuperação ou a
obtenção de informações apropriadas e suficientes sobre as operações dessa
entidade, suas contas deverão ser consideradas iliquidáveis, e o processo
correspondente, arquivado. A baixa da responsabilidade do administrador, entretanto,
somente poderá ser dada após cinco anos da decisão terminativa do TCM-RJ.
Comentário: O item está correto. Diante de caso fortuito ou de força maior,
alheio à vontade do responsável, as contas serão consideradas iliquidáveis,
desde que seu julgamento se torne materialmente impossível (LO/TCM-RJ,
art. 51). Assim, não pode haver possibilidade de reconstituição dos autos por
qualquer outro meio. A decisão do TCM-RJ que ordena o trancamento das
contas consideradas iliquidáveis é dita terminativa (LO/TCM-RJ, art. 43, §2º).
Quando as contas são consideradas iliquidáveis, o Tribunal emite decisão
terminativa ordenando o trancamento das contas e o consequente arquivamento
do processo, sem julgamento de mérito e sem baixa de responsabilidade
(LO/TCM-RJ, art. 52). Passado o prazo de cinco anos sem que tenha havido nova
decisão, vale dizer, sem a ocorrência de fato novo, as contas serão
consideradas encerradas, aí sim com baixa na responsabilidade do
administrador (LO/TCM-RJ, art. 52, §2º).
Gabarito: Certo

20. (TCU – AUFC 2010 – Cespe, adaptada) As contas de um administrador que


apresentem falta de natureza formal da qual não resulte dano ao erário devem ser
tratadas pelo TCM-RJ como irregulares com ressalva.
Comentário: Atenção! As contas que apresentem apenas falta de natureza
formal da qual não resulte dano ao erário devem ser julgadas regulares com
ressalva, e não irregulares com ressalva (LO/TCM-RJ, art. 47, II). Não existe a
figura de contas julgadas irregulares com ressalva, daí o erro da questão.
Gabarito: Errado

21. (TCU – AUFC 2009 – Cespe, adaptada) Se o TCM-RJ, ao examinar um


processo de tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal decisão será
classificada como terminativa.
Comentário: A decisão que julga as contas regulares – ou regulares com
ressalva ou irregulares – classifica-se como definitiva (LO/TCM-RJ, art. 43, §3º) e
não como terminativa, daí o erro da questão. Por sua vez, terminativa é a
decisão que ordena o trancamento e o arquivamento das contas iliquidáveis
(LO/TCM-RJ, art. 43, §2º).
Gabarito: Errado

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22. (TCU – ACE 2005 – Cespe, adaptada) Considere que, instaurada tomada de
contas especial em razão de irregularidades verificadas em obra pública municipal, na
qual se detectou a existência de dano ao erário, o TCM-RJ constatou que toda a
documentação comprobatória da despesa fora destruída por violenta e inevitável
inundação provocada por eventos naturais. Diante disso, o Tribunal pode, em decisão
terminativa, ordenar o trancamento das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode,
também, julgar o mérito das contas, alguns anos depois, caso estejam presentes os
requisitos legais aplicáveis.
Comentário: Repare que o evento que destruiu a documentação
comprobatória da despesa ocorreu de forma comprovadamente alheia à vontade
do responsável (“violenta e inevitável inundação provocada por eventos
naturais”). Por isso o Tribunal pode, em decisão terminativa, ordenar o
trancamento das contas, mesmo as tomadas de contas especial, sem
julgamento de mérito. Por outro lado, se o responsável tivesse provocado a
destruição dos documentos por vontade própria, não seria admissível a decisão
terminativa. No período de cinco anos a partir da decisão que ordenou o
trancamento e o arquivamento das contas, o Tribunal pode desarquivar o
processo e proceder ao respectivo julgamento de mérito, caso apareçam novos
elementos suficientes para tanto.
Gabarito: Certo

23. (TCU – ACE 2005 – Cespe, adaptada) Considere a seguinte situação hipotética.
Assegurada a ampla defesa, o TCM-RJ julgou irregulares as contas de Bento,
imputou-lhe débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito
no valor de R$ 10 mil. Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu. Nessa
situação, os valores correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora
a quantia relativa ao débito ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o
ressarcimento integral do dano.
Comentário: O item está correto. Nos termos do art. 6º, XI da LO/TCM-RJ,
apenas o débito poderá ser cobrado dos sucessores, até o limite do patrimônio
transferido. Detalhe é que a questão fala em “promover o ressarcimento integral
do dano”, que no caso foi de R$ 100 mil. Isso só seria possível caso o
patrimônio transferido tenha sido igual ou superior a esse valor, uma vez que a
responsabilidade dos herdeiros limita-se ao valor da herança. Por sua vez, a
multa não poderá ser jamais cobrada dos sucessores, independentemente do
valor da sanção ou do patrimônio transferido, uma vez que, segundo o art. 5º,
XLV da CF, nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo ser
estendida aos sucessores apenas a obrigação de reparar o dano.
Gabarito: Certo

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24. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe, adaptada) Considere a


seguinte situação hipotética. Houve omissão no dever de prestar contas quanto à
aplicação de recursos municipais repassados, mediante convênio, pela Secretaria
Municipal de Educação à Associação dos Voluntários do Rio de Janeiro. Nessa
situação, pode a administração municipal instaurar tomada de contas especial.
Comentário: O quesito está correto. A omissão no dever de prestar contas é
uma das hipóteses que determinam a instauração de tomada de contas especial.
Na questão, a autoridade administrativa competente para instaurar o feito é a
Secretaria Municipal de Educação, órgão do Governo Municipal que repassou
recursos públicos, mediante convênio, para uma associação de natureza
privada.
Gabarito: Certo

SANÇÕES

As sanções que podem ser aplicadas pelo TCM-RJ não estão previstas
na sua Lei Orgânica, e sim na Lei 3.174/2003.
Segundo a referida lei, o TCM-RJ, no exercício de suas atribuições,
poderá aplicar as seguintes sanções:
➢ Multa
➢ Afastamento de servidor do exercício de cargo em comissão
➢ Arresto judicial de bens

Vamos estudar cada uma delas.

Multa

Em processos de contas, inclusive tomada de contas especial, quando


as contas do responsável forem julgadas irregulares com débito, o
Tribunal poderá, ainda, aplicar-lhe multa de até 100% do valor
atualizado do dano causado ao erário.
A multa proporcional ao débito não é obrigatoriamente imposta. O
texto da lei afirma que o Tribunal “poderá” aplicar a multa. O débito, sim,
deve ser sempre cobrado, mas a multa não é obrigatória. Veja:

Art. 2º Quando as contas forem julgadas irregulares, havendo débito, o Tribunal


condenará o responsável ao pagamento da dívida atualizada monetariamente,
acrescida dos juros de mora devidos, podendo ainda aplicar-lhe multa de até cem por
cento do valor atualizado do dano causado ao erário.

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Isso porque a multa busca penalizar a conduta do agente. Embora


incomum, é admissível que comportamento pautado pela boa-fé e não
condenado pelo ordenamento jurídico acarrete dano aos cofres públicos.
Nesse caso, a conduta do responsável não é reprovável e, por isso, a multa
não é cabível, devendo apenas ser cobrado o ressarcimento do prejuízo.
Ademais, para o julgamento pela irregularidade com débito, é irrelevante o
ato ter sido praticado com dolo ou com culpa (se o dano foi causado, deve
ser cobrado!). Essa valoração é feita apenas para cominar a multa.

O débito deve ser sempre cobrado; a multa


proporcional ao débito, por sua vez, não é obrigatória,
sendo aplicada apenas quando a conduta do agente for
reprovável.

Outra observação importante é em relação à gradação da pena. A multa


não é necessariamente de 100% do valor atualizado do dano causado ao
erário. Esse é o limite máximo. O Tribunal define o valor da multa com
base na reprovabilidade da conduta do agente. Atente, ainda, que a multa
de até 100% é calculada sobre o valor atualizado do dano, ou seja,
corrigido monetariamente desde a data em que o prejuízo foi provocado até
a data do Acórdão condenatório.
Mas o TCM-RJ não aplica multa apenas quando há dano ao erário, em
valor proporcional ao dano. Nesse sentido, o art. 3º da Lei 3.714/2003,
preceitua que o Tribunal de Contas poderá aplicar multa de
até R$ 28.612,803, nas seguintes hipóteses:
▪ Contas julgadas irregulares de que não resulte débito, quando
comprovada qualquer das seguintes ocorrências: a) grave infração a norma
legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional ou patrimonial; ou b) injustificado dano ao erário, decorrente de
ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico;

▪ Ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de


natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
▪ Ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, inclusive decorrente de editais de
licitação, de que resulte ou possa resultar dano ao erário;
▪ Não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, à diligência ou
decisão do Tribunal;

3 O valor de R$ 28.612,80 é o mais atualizado da multa, que está no Regimento Interno. O valor que consta na
Lei 3.174/2003 é o valor original, de R$ 20 mil. A diferença é porque esse valor é atualizado, periodicamente,
por ato da presidência do Tribunal, com base na variação do índice utilizado para atualização dos créditos
tributários do Município (art. 3º, §3º da Lei 3.174/2003).

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▪ Obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determinadas;


ou
▪ Sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou
auditorias realizadas pelo Tribunal.

O Tribunal de Contas, na gradação e na fixação de multas, deve levar


em conta, entre outras condições, as de exercício da função, a relevância da
falta, o grau de instrução do servidor e sua qualificação funcional, bem
assim se agiu com dolo ou culpa.
Na hipótese de reincidência, o valor da multa poderá ser acrescido
de até um terço ao valor que seria aplicado na hipótese de primeira
infração. Ressalte-se, contudo, que mesmo com esse acréscimo, o valor da
multa não pode extrapolar o limite fixado de R$ 28.612,80.

Afastamento de servidor do exercício de cargo em comissão

O TCM-RJ poderá recomendar o afastamento do servidor,


responsável pela prática dos atos irregulares, do exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública Municipal, respeitado o princípio de harmonia e independência
entre os poderes.
Note que a lei fala em “recomendar”, ou seja, não se trata de uma
medida impositiva, de modo que ela não possui verdadeiramente o caráter
de uma sanção imposta pelo Tribunal.
Detalhe importante é que, para recomendar o afastamento de servidor,
o Tribunal deve deliberar por maioria absoluta de seus membros.
Outro detalhe é que o afastamento do servidor pode ser recomendado
cumulativamente ou não, com a aplicação de multa. Em outras palavras,
o Tribunal pode multar o servidor e, ainda, recomendar o seu afastamento
do cargo em comissão ou função de confiança.

Arresto de bens

O TCM-RJ, ouvida a sua Procuradoria Especial, poderá solicitar à


Procuradoria-Geral do Município ou, conforme o caso, aos dirigentes das
entidades que lhe sejam jurisdicionadas, as medidas necessárias ao arresto
judicial dos bens dos responsáveis julgados em débito.
O arresto de bens consiste na apreensão de bens do devedor,
determinada pelo Poder Judiciário, para garantia da futura execução. Para
tanto, há necessidade de que a dívida seja líquida e certa. Dessa forma, o

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arresto de bens é solicitado pelo TCM-RJ somente após o responsável ser


julgado em débito. Nesse caso, o arresto tem por fim assegurar a
efetividade da execução judicial da dívida, com vistas ao ressarcimento dos
cofres públicos.

O arresto de bens é uma medida judicial. Ademais, ele


não pode ser utilizado para garantir a execução judicial
de multas, mas apenas de débito.

Da mesma forma que não pertence ao TCM-RJ a titularidade para


promover a cobrança judicial das dívidas constituídas por suas decisões, o
ajuizamento das ações relativas ao arresto de bens também não compete à
Corte de Contas, mas sim aos órgãos próprios do ente destinatário dos
valores devidos.
Assim, cabe à Procuradoria-Geral do Município promover as ações
judiciais com vistas ao arresto de bens dos responsáveis vinculados à
administração direta. No caso de entidade que possua procuradoria própria -
como as empresas públicas e as sociedades de economia mista municipais -
recairá sobre esse órgão de representação judicial a atribuição de deflagrar
a respectiva ação de arresto.
Por fim, vale ressaltar que é obrigatória a oitiva do TCM-RJ quanto à
liberação e restituição dos bens arrestados.

25. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe, adaptada) A CF


outorgou aos TCs medidas sancionatórias à prática de irregularidades, remetendo a
matéria ao legislador infraconstitucional. A Lei Orgânica do TCM-RJ é pródiga em
disposições acerca desse assunto. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) O dano ao erário por ato de gestão antieconômica, no caso de não haver débito, é
punível com valor proporcional ao dano.
b) No caso de contas julgadas irregulares, a decisão definitiva, publicada no Diário
Oficial do Município, constituirá título executivo suficiente para a cobrança judicial do
débito que não seja recolhido no prazo determinado.
c) No caso de ilegalidade de ato administrativo, se não atendido no prazo fixado, o TC
anulará o ato correspondente.
d) A Procuradoria Especial junto ao TC poderá arrestar os bens dos responsáveis em
débito.

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e) A multa aplicável pelo TCM-RJ é atualizada com base no índice oficial de inflação.
Comentário: Vejamos cada alternativa:
(a) Errado, pois, em caso de dano erário não quantificável e não atribuível
ao responsável, ou seja, não havendo débito, a multa aplicável não possui valor
proporcional ao dano, e sim um valor máximo atualizado periodicamente em ato
da Presidência do Tribunal (atualmente o valor é de R$ 28.612,80);
(b) Certo, nos termos do art. 63, III, “b”, da LO/TCM-RJ:
Art. 63 – A decisão definitiva será formalizada por acórdão, contendo os requisitos
indicados no art. 3º, § 5º, nos termos estabelecidos no Regimento Interno ou em ato
próprio, e sua publicação sucinta no Diário Oficial do Município constituirá
I - no caso de contas regulares, certificado de quitação plena do responsável para com o
erário;
II - no caso de contas regulares com ressalva, certificado de quitação com determinação,
nos termos do art. 49; ou
III - no caso de contas irregulares:
a) obrigação de o responsável, no prazo estabelecido no Regimento Interno, comprovar
perante o Tribunal que recolheu aos cofres públicos a quantia correspondente ao débito
que lhe tiver sido imputado ou da multa cominada, na forma prevista no art. 50 e no art.
3º da Lei nº 3.714/03;
b) título executivo bastante para cobrança judicial da dívida decorrente do débito
ou da multa, se não recolhida no prazo pelo responsável; e
c) fundamento para que a autoridade competente proceda à efetivação das sanções
previstas nos arts. 6º e 7º da Lei nº 3.714/03.
(c) Errado, pois no caso de ilegalidade do ato administrativo em execução,
se não atendido no prazo fixado, o TCM-RJ sustará a execução do ato
impugnado (LO/TCM-RJ, art. 3º, IX). A anulação do ato apenas pode ser
realizada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário;
(d) Errado, pois o arresto de bens é medida judicial. Quando for o caso, o
TCM-RJ, ouvida a Procuradoria Especial, apenas solicita à Procuradoria-Geral
do Município ou aos dirigentes das entidades jurisdicionadas as medidas
necessárias ao ajuizamento da ação de arresto;
(e) Errado, pois, nos termos do art. 3º, §3º da Lei 3.174/2003, o valor da
multa é atualizado, periodicamente, por ato da presidência do Tribunal, com
base na variação do índice utilizado para atualização dos créditos tributários do
Município.
Gabarito: alternativa “b”

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26. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) Considere a seguinte situação


hipotética. Em decorrência de inspeção, o TCU constatou que uma entidade da União
celebrou contrato sem licitação, em hipótese não autorizada pela Lei de Licitações.
Constatou-se também que o contrato ainda se encontrava em execução. Diante dessa
situação, somente depois de ouvir o contratado, o Tribunal poderá determinar que a
entidade anule o contrato.
Comentário: Sobre a anulação de contratos a partir de determinação do
TCU, vale conhecer a decisão do STF no MS 23.550:
EMENTA: I. Tribunal de Contas: competência: contratos administrativos (CF, art. 71, IX e
§§ 1º e 2º). O Tribunal de Contas da União - embora não tenha poder para anular ou
sustar contratos administrativos - tem competência, conforme o art. 71, IX, para
determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se
for o caso, da licitação de que se originou.

Assim, conforme a decisão da Suprema Corte, quando o TCU entender que


a forma mais eficaz de se conseguir sanar a ilegalidade é por meio da anulação
do contrato, pode assinar prazo para que o órgão adote essa providência.
Nesse mesmo julgado, o STF fixou a orientação de que o TCU só pode
determinar a algum órgão que anule contrato administrativo após conceder à
empresa contratada a oportunidade de ampla defesa e contraditório. Isso porque
a anulação do contrato pode redundar em situação desfavorável à empresa,
devendo, portanto, ser-lhe concedido o direito de se pronunciar a respeito.
Ressalte-se que o mesmo entendimento se aplica ao TCM-RJ.
Gabarito: Certo

*****
É isso. Terminamos aqui o nosso curso. Espero que tenham aproveitado
e aprendido a matéria!
Qualquer dúvida, poste lá no fórum, ok?

As dificuldades são passageiras, e somente alcança o sucesso


quem persiste confiante até o fim. Treinamento difícil, combate fácil!

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Definitiva:
▪ Regulares: as contas expressam de forma clara e objetiva a exatidão dos demonstrativos contábeis, a
legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável. Quitação plena.
▪ Regulares com ressalva: falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário; Quitação
▪ Irregulares:
1. Grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;

2. Injustificado dano ao erário, decorrente de ato ilegal, ilegítimos ou Responsabilidade solidária do


antieconômico; agente público e do terceiro e
3. Desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos remessa ao Ministério Público

Terminativa: ordena o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis

➢ Contas iliquidáveis: caso fortuito ou de força maior, alheio à vontade do responsável, que torne impossível o
julgamento de mérito. Podem ser desarquivadas no prazo de 5 anos, à vista de novos elementos.
➢ Ao ser adotada decisão terminativa, as contas são arquivadas sem julgamento de mérito.

▪ Multa:
o Quando há débito: até 100% do valor do dano;
o Quando não há débito: até R$ 28.612,80 (valor atualizado por ato da presidência do TCM)

Sanções ▪ Afastamento do exercício de cargo em comissão: o TCM recomenda; necessário quórum de


maioria absoluta;
▪ Arresto de bens: medida judicial; TCM apenas solicita, ouvida a Procuradoria Especial; a ação
deve ser proposta pela Procuradoria-Geral do Município ou pelas entidades com
representação judicial própria.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (TCE/RO – Analista 2013 – Cespe) O modelo federal de organização, composição e


fiscalização do tribunal de contas, fixado pela CF, é de observância obrigatória pelos estados.
2. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe) Considerando a jurisprudência do STF referente aos
tribunais de contas e em particular ao TCDF, julgue o item a seguir: o TCDF compõe-se de
sete conselheiros, que deverão atender às exigências fixadas na Lei Orgânica do Tribunal.
Quatro conselheiros são escolhidos pela Câmara Legislativa e três, pelo governador. No caso
dos conselheiros a serem escolhidos pelo governador, um será de sua livre escolha, um será
escolhido entre os auditores e um entre os representantes do Ministério Público que atuam
junto ao TCDF.

3. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional escolher


dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União, além de aprovar, por voto secreto, a
escolha dos ministros do TCU indicados pelo Presidente da República.

4. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) Os conselheiros do TCM-RJ, além de


terem as mesmas garantias, prerrogativas, direitos e impedimentos, deverão seguir a mesma
forma de investidura dos desembargadores do Tribunal de Justiça de RJ.

5. (TCU – ACE 2004 – Cespe, adaptada) O presidente do TCM-RJ é nomeado pelo


Prefeito do Município, escolhido de uma lista tríplice constituída pelo tribunal, composta de
conselheiros do seu quadro, após aprovação pela Câmara Municipal.

6. (TCU – ACE 2004 – Cespe, adaptada) Em face da autonomia administrativa conferida


pela Constituição aos tribunais de contas, o TCM-RJ tem competência para fixar, por meio de
resolução do Plenário, a remuneração dos servidores de seu quadro de pessoal.

7. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Os conselheiros do TCM-RJ, por integrarem o


Poder Judiciário, detêm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
vantagens dos desembargadores Tribunal de Justiça do Estado.
8. (FGV – TCM/SP 2015, adaptada) Suponha que a União, por meio do Ministério da
Cultura, transfira voluntariamente, mediante convênio, recursos para a Secretaria Municipal de
Cultura do Rio de Janeiro para financiar um projeto na área de preservação da memória. O
município cofinancia a ação por meio do aporte de uma contrapartida de 10% do total do
ajuste. Quanto à jurisdição dos órgãos de controle externo, é correto afirmar que:
(A) compete exclusivamente ao Tribunal de Contas da União a fiscalização do ajuste, pois os
recursos são majoritariamente federais;
(B) há uma competência concorrente do Tribunal de Contas do Município e do Tribunal de
Contas da União, de forma autônoma e independente;
(C) compete ao Tribunal de Contas do Município fiscalizar somente a aplicação dos recursos
da contrapartida do ajuste;
(D) compete exclusivamente ao Tribunal de Contas do Município a fiscalização do ajuste, pois
os recursos têm como destino o orçamento do município;

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(E) o Tribunal de Contas do Município pode fiscalizar o ajuste desde que previamente
autorizado pelo Tribunal de Contas da União, mediante acordo de cooperação.

9. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) A jurisdição do TCM-RJ estende-se aos


sucessores de ex-dirigentes de entidades estatais que cometam irregularidades que resultem
em prejuízo para os cofres públicos, até o limite do prejuízo apurado e não ressarcido,
independentemente do patrimônio transferido.

10. (TCU – TCE 2007 – Cespe, adaptada) Considere que determinada organização civil de
interesse público, que atua na área de defesa e conservação do meio ambiente, tenha sido
contratada pela administração pública municipal, por meio de termo de parceria. Nessa
situação, mesmo sendo pessoa jurídica de direito privado, essa organização civil está sujeita à
jurisdição do TCM-RJ.

11. (TCU – TEFC 2012 – Cespe, adaptada) As empresas públicas municipais não estão
sujeitas à fiscalização do TCM-RJ, pois são pessoas jurídicas de direito privado.

12. (TCDF – Analista 2014 – Cespe, adaptada) Entidades dotadas de personalidade jurídica
de direito privado criadas com a finalidade de prestar serviço de interesse público estão
abrangidas, em razão de sua finalidade, pela jurisdição do TCM-RJ.
13. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) Caso tome conhecimento de que o chefe do Poder
Executivo estadual tenha cometido em determinado certame licitatório, graves irregularidades
relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa licitante poderá, nos termos da
Constituição Federal (CF), denunciar o fato diretamente ao tribunal de contas estadual.

14. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o STF, o TCU e, dado o princípio da
simetria, os tribunais de contas estaduais detêm legitimidade para requisitar, diretamente,
informações que impliquem a quebra de sigilo bancário.

15. (TCE/SE – Analista 2011 – FCC, adaptada) As decisões prolatadas pelo Tribunal de
Contas do Município do Rio de Janeiro em processos de consulta
(A) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto.
(B) têm caráter normativo e constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso
concreto.
(C) constituem prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto e não têm caráter
normativo.
(D) constituem prejulgamento da tese, do fato e caso concreto, mas não têm caráter normativo.
(E) têm caráter normativo, mas não constituem prejulgamento da tese, do fato nem do caso
concreto.
16. (TCU – AUFC 2010 – Cespe) Na prestação de contas, o administrador público deve
incluir somente os recursos orçamentários e os extra-orçamentários geridos pela sua unidade.

17. (TCU – AUFC 2013 – Cespe) No julgamento das contas regulares, exceto nos casos em
que haja ressalvas, o tribunal dará quitação ao responsável.

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18. (TCU – AUFC 2013 – Cespe, adaptada) Verificada irregularidade nas contas, havendo
débito, caberá ao Tribunal ordenar a citação do responsável para apresentar defesa.

19. (TCU – AUFC 2011 – Cespe, adaptada) Caso a documentação contábil de determinada
entidade seja roubada e seja impossível a sua recuperação ou a obtenção de informações
apropriadas e suficientes sobre as operações dessa entidade, suas contas deverão ser
consideradas iliquidáveis, e o processo correspondente, arquivado. A baixa da
responsabilidade do administrador, entretanto, somente poderá ser dada após cinco anos da
decisão terminativa do TCM-RJ.

20. (TCU – AUFC 2010 – Cespe, adaptada) As contas de um administrador que apresentem
falta de natureza formal da qual não resulte dano ao erário devem ser tratadas pelo TCM-RJ
como irregulares com ressalva.

21. (TCU – AUFC 2009 – Cespe, adaptada) Se o TCM-RJ, ao examinar um processo de


tomada de contas, julgar as contas como regulares, tal decisão será classificada como
terminativa.

22. (TCU – ACE 2005 – Cespe, adaptada) Considere que, instaurada tomada de contas
especial em razão de irregularidades verificadas em obra pública municipal, na qual se
detectou a existência de dano ao erário, o TCM-RJ constatou que toda a documentação
comprobatória da despesa fora destruída por violenta e inevitável inundação provocada por
eventos naturais. Diante disso, o Tribunal pode, em decisão terminativa, ordenar o trancamento
das contas, considerando-as iliquidáveis. Pode, também, julgar o mérito das contas, alguns
anos depois, caso estejam presentes os requisitos legais aplicáveis.

23. (TCU – ACE 2005 – Cespe, adaptada) Considere a seguinte situação hipotética.
Assegurada a ampla defesa, o TCM-RJ julgou irregulares as contas de Bento, imputou-lhe
débito no valor de R$ 100 mil e aplicou-lhe multa proporcional ao débito no valor de R$ 10 mil.
Pouco tempo depois, Bento, único responsável, faleceu. Nessa situação, os valores
correspondentes à multa não mais deverão ser cobrados, embora a quantia relativa ao débito
ainda possa ser cobrada, de modo a se promover o ressarcimento integral do dano.

24. (TCE/PE – Procurador Consultivo 2004 – Cespe, adaptada) Considere a seguinte


situação hipotética. Houve omissão no dever de prestar contas quanto à aplicação de recursos
municipais repassados, mediante convênio, pela Secretaria Municipal de Educação à
Associação dos Voluntários do Rio de Janeiro. Nessa situação, pode a administração municipal
instaurar tomada de contas especial.
25. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe, adaptada) A CF outorgou
aos TCs medidas sancionatórias à prática de irregularidades, remetendo a matéria ao
legislador infraconstitucional. A Lei Orgânica do TCM-RJ é pródiga em disposições acerca
desse assunto. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) O dano ao erário por ato de gestão antieconômica, no caso de não haver débito, é punível
com valor proporcional ao dano.

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b) No caso de contas julgadas irregulares, a decisão definitiva, publicada no Diário Oficial do


Município, constituirá título executivo suficiente para a cobrança judicial do débito que não seja
recolhido no prazo determinado.
c) No caso de ilegalidade de ato administrativo, se não atendido no prazo fixado, o TC anulará
o ato correspondente.
d) A Procuradoria Especial junto ao TC poderá arrestar os bens dos responsáveis em débito.
e) A multa aplicável pelo TCM-RJ é atualizada com base no índice oficial de inflação.

26. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe, adaptada) Considere a seguinte situação


hipotética. Em decorrência de inspeção, o TCU constatou que uma entidade da União celebrou
contrato sem licitação, em hipótese não autorizada pela Lei de Licitações. Constatou-se
também que o contrato ainda se encontrava em execução. Diante dessa situação, somente
depois de ouvir o contratado, o Tribunal poderá determinar que a entidade anule o contrato.

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GABARITO

2) C 3) E 4) E
1) C
6) E 7) E 8) b
5) E
10) C 11) E 12) E
9) E
14) E 15) b 16) E
13) C
18) C 19) C 20) E
17) E
22) C 23) C 24) C
21) E
26) C
25) b

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