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PRIMEIROS SOCORROS
Setembro 2018
DUO/DFP.058.00
Manual da UFCD 3564
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Manual da UFCD 3564
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................. 3
Conteúdos Programáticos...............................................................................................................................................4
Serviço Nacional de Proteção Civil..................................................................................................................................5
Tipos de Acidentes........................................................................................................................................................13
Alerta dos Serviços de Socorro Público.........................................................................................................................14
Exame do Sinistrado......................................................................................................................................................15
Socorros de Urgência....................................................................................................................................................17
Primeiros Socorros e conselhos de prevenção nos diferentes casos de dificuldade respiratória..................................19
A Posição Lateral de Segurança.....................................................................................................................................21
Obstrução da Via Aérea.................................................................................................................................................23
Reanimação Cardiorrespiratória....................................................................................................................................25
Suporte Básico de Vida - Adulto....................................................................................................................................26
Segurança e Riscos para o Reanimador.........................................................................................................33
Traumatismos dos Tecidos Moles......................................................................................................................35
Fraturas das Extremidades..................................................................................................................................41
Intoxicações..............................................................................................................................................................47
Acidentes Inerentes à Profissão....................................................................................................................................49
Queimaduras.................................................................................................................................................................49
Hemorragias.................................................................................................................................................................. 53
Esterilização dos Instrumentos..........................................................................................................................55
Prevenção dos Acidentes de Trabalho, Supressão de Risco, Protecção Colectiva, Protecção Individual, Sinalização....56
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................................65
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INTRODUÇÃO
A aprendizagem é um processo que acompanha toda a vida de um indivíduo. Desde o início
até ao fim da vida estamos em constante aprendizagem, sendo as aprendizagens contínuas e
continuadas que nos permitem estar onde estamos e ser o que somos. Na formação
profissional é fundamental que esta aprendizagem se vá realizando através de ações
promovidas pelas entidades competentes pois só assim se pode tender para a otimização do
trabalho e a qualificação de todos os colaboradores. Baseado nesta premissa concebeu-se o
presente manual como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração nº
3564 – Primeiros socorros, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
Identificar os diferentes tipos de acidentes
Reconhecer o Serviço Nacional de Proteção Civil
Reconhecer a importância da prevenção de acidentes e de doenças profissionais.
O presente manual, que pretende ser um documento de apoio à realização da formação que
vai ser realizada e ficando, esperamos, mais tarde como documento de apoio para consulta
quando tal se revelar necessário.
Aristóteles
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Conteúdos Programáticos
Tipos de acidente
Comportamento perante o sinistrado
*Prevenção do agravamento do acidente
*Alerta dos serviços de socorro público
*Exame do sinistrado
*Socorros de urgência - Primeiros socorros e conselhos de prevenção nos diferentes casos de
dificuldade respiratória
*Dificuldades respiratórias – descrição
*Socorros de urgência -Reanimação cardiorrespiratória
*Feridas, fraturas, acidentes respiratórios, acidentes digestivos, acidentes pelos agentes
físicos, envelhecimento
Acidentes inerentes à profissão
*Queimadura- Por corrente elétrica
*Hemorragia externa por ferimento (corte) - Comportamento a seguir
*Esterilização dos instrumentos
*Prevenção dos acidentes de trabalho, supressão de risco, proteção coletiva, proteção
individual, sinalização
Serviço Nacional de Proteção Civil
*O socorrismo e realidade
A profissão confrontada com a doença
*Prevenção de acidentes e doenças profissionais
*Higiene do profissional –
*Higiene do meio ambiente
*Revisão de atuação em diferentes casos –
*Revisão dos efeitos tardios em certos acidentes
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através do Número Europeu de Socorro ou seja, têm por função receber e encaminhar para a
entidade adequada todos os pedidos de socorro que envolvem as mais variadas situações:
Segurança, geridas e/ou encaminhadas para a Polícia
Fogo, encaminhadas para os Bombeiros
Saúde, sempre que possível, encaminhadas para os CODU.
Os CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes) são centrais rádio e telefónicas
coordenadas por um médico e que, dentro da área da saúde, fazem a gestão dos pedidos de
ajuda e dos meios de socorro disponíveis em cada momento na sua zona de actuação.
Fundamentalmente, compete ao CODU prestar, em tempo útil, orientação e apoio médico
necessário ao eficiente socorro do doente, na área da sua responsabilidade, quer em
situações de emergência médica quer de doença súbita ou acidentes. Nomeadamente,
compete aos CODU:
Proceder ao atendimento e triagem da situação de emergência médica
Proceder ao aconselhamento médico sobre a atitude a tomar pelo utente
Acionar, sempre que necessário, o transporte das vítimas para os serviços de saúde
adequados, utilizando meios próprios ou de outras entidades
Enviar uma equipa médica, tendo em conta a disponibilidade de meios e quando a
situação o justifique
Identificar e promover em conjunto com os centros de Formação credenciados a
formação de pessoal de emergência médica na sua área de influência
Coordenar os meios de socorro de emergência médica dentro da área da sua
responsabilidade, isto num espírito de cooperação e de uma forma concertada com
outras entidades e centrais.
Pré - Socorro Esta fase corresponde ao aconselhamento feito no momento do contacto com
o médico, actualmente apenas possível no CODU. Vimos então que os CODU são centrais
coordenadas por médicos, logo dentro da área da saúde, fazendo com que estas centrais se
encontrem devidamente habilitadas a proporcionar a ajuda adequada a cada situação de
doença, dentro dos meios disponíveis, sendo o objectivo principal o início do tratamento no
local e o encaminhamento posterior para o local mais adequado.
Para que tal seja possível estas centrais encontram-se dotadas de meios humanos e técnicos
Médico 24 horas por dia que, para além da sua formação base, recebe um curso
direccionado para a triagem, aconselhamento e atendimento telefónico e gestão de
meios de Socorro
Operadores, pessoal formado na área do atendimento rádio e telefónico
Protocolos de atendimento e triage
Protocolos de actuação específicos para cada situação
Meios de gestão de comunicações, meios de telefone fixos e móveis, radio
telecomunicações para conversação com meios de socorro da sua área de influencia,
possibilidade de ligação a outras centrais de emergência na área do fogo e/ ou
segurança, unidades hospitalares, etc.
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Socorro Os meios ao dispor na área da saúde para serem accionados pelos CODU são de três
tipos
Meios INEM - Meios Reserva - Meios não INEM.
Meios INEM Os CODU têm à sua disposição diversos meios de comunicação e de actuação no
terreno, com sejam as Ambulâncias INEM, os Motociclos de Emergência, as VMER, as Viaturas
de Intervenção em Catástrofe (VIC) e os Helicópteros de Emergência Médica.
Ambulâncias INEM, também conhecidas por Ambulâncias de Socorro, destinadas à
estabilização e transporte de doentes que necessitem de assistência no local e durante o
transporte, cujo a tripulação e equipamento permitem providenciar a abordagem inicial em
trauma, emergências médicas e Suporte Básico de Vida. Estas Ambulâncias estão sediadas
em vários pontos do País, quer associadas às diversas Delegações do INEM quer em corpos de
Bombeiros.
Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) são veículos de Base Hospitalar
cuja filosofia de funcionamento é servirem como extensão do Serviço de Urgência para a
comunidade ou seja é um “Serviço de Urgência Hospitalar sem paredes”. Estes veículos são
tripulados por um Médico e um Enfermeiro ou um Tripulante de Ambulância de Socorro. Além
daquilo que se espera de uma Ambulância INEM, podem executar manobras de Suporte
Avançado de Vida e Suporte Avançado de Trauma.
Helicópteros de Emergência Médica permitem um rápido acesso às Unidades de Saúde e
consequentemente, uma intervenção em tempo útil, mesmo a longas distâncias. Se a isto
juntarmos a agilidade e a versatilidade que vai desde o transporte de doentes, pessoal ou
equipamento, rapidamente percebemos a vantagem deste meio na Emergência Médica. Não
é possível ter equipas médicas em todo o lado, mas é possível ter equipas diferenciadas
dotadas de uma grande mobilidade. Os Helicópteros funcionam ao nível das unidades de
cuidados intensivos e intervêm tanto no transporte primário (do local de ocorrência para a
unidade de saúde) como no transporte secundário (entre unidades de saúde
progressivamente mais diferenciadas).
Motociclos de Emergência (ME), que com a sua agilidade quando comparada com a de
uma ambulância no meio do trânsito citadino, permite a chegada mais rápida do primeiro
socorro junto de quem dele necessita. Reside aqui a sua principal vantagem relativamente
aos meios de socorro tradicionais. A carga da moto dispõe de equipamento que permite ao
Tripulante a adoçam das medidas iniciais, necessárias à estabilização da vítima até que
estejam reunidas as condições ideais para o seu eventual transporte.
Viaturas de Intervenção em Catástrofe (VIC) - É um veículo que se destina a dar apoio
aos operacionais destacados para as situações de excepção. Permite transportar e apoiar o
Posto Médico Avançado (PMA), garantir a iluminação do local, transportar material específico
e garantir as telecomunicações. O seu principal material é: macas, gerador, coluna de
iluminação, tenda e material para o PMA, material diverso e o centro de telecomunicações.
São os meios de socorro habitualmente denominados por
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Meios não INEM É o conjunto de meios que pode ser utilizado no socorro de vítimas e que
não pertencem ao INEM. Assim temos:
Ambulâncias não INEM, (Bombeiros, Cruz Vermelha) pertencentes às corporações que
não são PEM ou reserva mas que, mediante critério médico do CODU, poderão ser
accionadas sendo o valor deste ato da responsabilidade do INEM. Na prática, por vezes
intervêm no socorro mas carecem de enquadramento reconhecido no SIEM.
Helicópteros da Força Aérea Portuguesa.
Helicópteros do Serviço Nacional de Bombeiros.
Na fase de Socorro prestam-se os primeiros cuidados de saúde, ainda no local de ocorrência,
às vítimas de doença súbita ou acidente. Esta actuação pode englobar todas as áreas da
emergência médica, dependendo dos meios de socorro envolvidos:
Suporte Básico de Vida.
Suporte Avançado de Vida.
Suporte Imediato de Vida
Abordagem do traumatizado.
Emergências médicas.
Emergências obstétricas.
Emergências pediátricas.
Situações de excepção.
Transporte Nesta fase, após a estabilização do doente, o médico responsável (no CODU ou
no local) toma a decisão do transporte. Pretende-se que a filosofia presente seja “o doente
certo no sítio certo”. Assim, o doente pode ser encaminhado para a unidade de saúde que
mais se adequa à sua situação clínica. O doente poderá ser encaminhado para os Serviços de
Urgência Hospitalares; salas de Reanimação ou Trauma, Unidades Cuidados Intensivos,
Serviços de Atendimento permanente, entre outros.
Nesta fase torna-se igualmente importante ponderar o transporte: o meio de transporte certo
com o equipamento e pessoal certo garantem o nível de cuidados de emergência até ao
destino.
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O Símbolo do SIEM
A estrela da vida, símbolo internacional
da emergência médica, “nasceu” nos EUA,
e cada um dos seus braços tem um
significado bem concreto, tal como
qualquer dos membros que a integram.
A sua utilização, entre nós ou no âmbito
internacional, obedece a normas
internacionais importantes que devemos
ter sempre presentes
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Significado do Símbolo A estrela da vida é composta por seis faixas, tendo localizada no
seu centro, ao alto, um bastão com uma serpente enrolada. Porquê seis faixas e não outro
número qualquer? Pois bem, ela tem seis faixas, de acordo com as fases que constituem o
ciclo completo de acções em termos de emergência médica. Com efeito, enunciando-as de
cima para baixo e segundo o movimento dos ponteiros do relógio teremos:
Deteção
Alerta
Pré Socorro
Socorro
Transporte ao Hospital de referência
Tratamento hospitalar.
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Tipos de Acidentes
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Perante uma ocorrência da qual tenha resultado uma vítima o socorrista deve ter em
consideração uma sequência de procedimentos a tomar, segundo uma ordem específica.
Estes procedimentos visam manter a integridade do socorrista, permitindo a prestação de
primeiros socorros de uma forma rápida e eficaz, com activação atempada dos meios de
ajuda diferenciada adequados.
Assim sendo, os princípios básicos de actuação perante uma vítima são:
1º - Garantir a segurança do socorrista
2º - Garantir a segurança da vítima
3º - Solicitar ajuda dos circulantes
4º - Determinar prioridades
5º - Pedir Ajuda Diferenciada
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Desligue o telefone apenas quando lhe for indicado e esteja preparado para ser
contactado posteriormente para algum esclarecimento adicional.
Exame do Sinistrado
Antes de iniciar qualquer procedimento o socorrista deve avaliar o sinistrado com o
intuito de identificar as lesões sofridas e desta forma definir as prioridades da sua atuação.
Até que possa realizar uma avaliação adequada da ocorrência deve mover o mínimo possível
o sinistrado.
A avaliação da vítima divide-se em duas partes:
Avaliação Primária e Avaliação Secundária.
As prioridades durante a avaliação de uma vítima são as seguintes:
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Socorros de Urgência
Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns
são atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios,
tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou atendimento
de pessoas que passem mal: traição, apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos,
convulsões, etc. Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o
atendimento especializado. Como já se refriu anteriormente, ao informar as autoridades,
deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência. Mais
adiante abordaremos os cuidados de urgência inerentes a diversas situações...
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Entretanto existe uma situação que se nos depara com relativa frequência, a qual nos
provoca algum tipo de stress e cujo socorro de urgência é relativamente simples e pode evitar
uma deslocação aos serviços de saúde mais diferenciados que é a Perda de Consciência
(Sincope). Geralmente não dura mais do que uns minutos e é causada por uma redução
momentânea do fluxo sanguíneo que irriga o cérebro.
O restabelecimento é normalmente rápido e completo. Pode ser uma reação nervosa à
dor ou ao susto, o resultado de uma perturbação emocional, exaustão, fraqueza alimentar, ou
até o resultado de uma quebra de tensão.
O desmaio é frequente depois de grandes períodos de inatividade física, em que a
concentração de sangue nos membros inferiores, reduz a concentração no resto do
organismo.
Os desmaios podem acontecer, especialmente, em saunas ou mesmo nos banhos
turcos e por norma só duram uns segundos e o paciente recupera normalmente a sua lucidez.
Como prevenção aconselha-se, a todas as profissionais, que tenham no seu gabinete
um esfigmomanómetro, a fim de tomar as providências necessárias antes de proceder ao
início do tratamento.
Sintomas:
Fraqueza, sensação de desmaio, ansiedade e inquietação
Náuseas ou vómitos
Sede
Pele fria, húmida e pálida
Pulsação lenta e fraca
Pode sobrevir o estado de inconsciência.
Ação
Posicione a vítima de forma que a gravidade faça fluir o sangue ao cérebro. Se a vítima
sentir falta de equilíbrio, ajude-a a sentar-se e a inclinar-se para a frente com a cabeça entre
os joelhos
Aconselhe-a a inspirar profundamente. Se a vítima ficar inconsciente, mas respirar
normalmente, deite-a com as pernas levantadas e, se não recuperar logo, coloque-a em
posição lateral de segurança. Mantenha as vias respiratórias desobstruídas;
Desaperte quaisquer peças de roupas justas no pescoço, peito e cintura, para auxiliar a
circulação e a ventilação;
Certifique-se que a vítima tem bastante ar fresco para respirar. Dê-lhe água com uma
colher ou um pacote de açúcar, pois os desmaios podem ocorrer por baixo nível de açúcar no
sangue
Sossegue a vítima quando esta recuperar a consciência. Levante-a gradualmente até a
sentar. Examine a vítima e socorra qualquer lesão que possa ter feito ao cair
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Asma
Câncer de pulmão.
Problemas com as vias aéreas que levam aos pulmões
Engasgar-se com algo preso nas vias aéreas Epiglotite.
Problemas com o coração
Enfarte Agudo do Miocárdio
Angina de Peito
Doença cardíaca congênita
Insuficiência cardíaca
Arritmia cardíaca.
Outros problemas
Alergias (como o mofo, pelos de animais ou pólen)
Escalar até altas altitudes, onde há menos oxigênio no ar
Compressão da parede torácica
Poeira no ambiente
Obesidade
Ataques de pânico.
Dificuldade Respiratória Agudizada – Cuidados
Os cuidados de socorros passam pelos passos descritos a seguir.
Exame da vítima:
Verificar o estado de consciência. Os estados de sonolência são geralmente indicativos
de maior gravidade
Verificar o comportamento e posicionamento da vítima. Nas crises ligeiras, geralmente
preferem estar sentadas, nos ataques graves apresentar-se-á exausta e fazendo
esforço para ventilar, podendo estar confusa, prostrada ou agitada
Verificar a presença de cianose ao nível das mucosas e pele
Distensão venosa (veias do pescoço sobressaídas)
Observar os movimentos do tórax procurando sinais de esforço ventilatório
Verificar a existência de estridor
Saber se tem febre, secreções ou tem história de doença arrastada ou recente (aponta
mais para uma bronquite agudizada)
Saber se tem histórias de alergias e a quê.
Atuação:
Manter uma atitude calma e confiante de modo a acalmar a vítima e os familiares
Remover a vítima do local onde se encontra, no caso de suspeitar da existência de
substâncias alergénicas e desencadeadoras da asma
Administrar O2 a 10 lit./ min, tendo o cuidado de obter a sua colaboração pois se for
contra sua vontade existe a probabilidade de se agravar a função respiratória
Despistar a febre e, caso exista, atuar em conformidade; Transportar ao hospital e/ ou
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inferior
Colocar o braço da vítima, mais próximo de si, dobrado a nível do cotovelo, de forma a
fazer um ângulo reto com o corpo da vítima ao nível do ombro e com a palma da mão
virada para cima
Vigiar regularmente. Se a vítima tiver que permanecer em PLS por um longo período de
tempo, recomenda-se que ao fim de 30 minutos seja colocada sobre o lado oposto,
para diminuir o risco de lesões resultantes da compressão sobre o ombro.
Se a vítima deixar de respirar espontaneamente é necessário voltar a colocá-la em decúbito
dorsal.
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Reanimação Cardiorrespiratória
Cadeia de Sobrevivência
Não será improvável que no nosso quotidiano nos deparemos com pessoas em situação
de paragem cardiorrespiratória. A nossa atuação precoce, perante essa situação pode ser um
pequeno, mas vital, contributo para salvar uma vida.
À luz do conhecimento atual, considera-se que há três atitudes que modificam os
resultados no socorro às vítimas de paragem cardiorrespiratória:
Reconhecer uma situação de paragem (PCR) / Pedir ajuda 112
Iniciar de imediato manobras de SBV
Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível,
Suporte Avançado de Vida Precoce
Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma cadeia
de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o seguinte. Surge assim o
conceito de cadeia de sobrevivência composta por quatro elos, ou ações, em que o
funcionamento adequado de cada elo e a articulação eficaz entre os vários elos é vital para
que o resultado final possa ser uma vida salva.
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essenciais em SBV, com o propósito de evitar lesões por insuficiente oxigenação dos órgãos
nobres, em particular do cérebro.
4. AVALIAR RESPIRAÇÃO
Mantendo a VA permeável, verificar se a vítima respira normalmente, realizando
VOS até 10 segundos
Ver os movimentos torácicos
Ouvir os sons respiratórios saídos da
boca/ nariz
Sentir o ar expirado na face do
reanimador
5. LIGAR 112
Se a vítima não responde e não tem respiração
normal ative de imediato o serviço de emergência
médica, ligando 112
Quando liga 112 deve estar preparado para
responder às questões:
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No decurso da PCR o sangue que se encontra retido nos pulmões e no sistema arterial
permanece oxigenado por alguns minutos. São as compressões torácicas que mantêm o fluxo
de sangue para o coração, o cérebro e outros órgãos vitais, pelo que é prioritário o início de
compressões torácicas, ao invés de iniciar insuflações.
Para que as compressões torácicas sejam corretamente realizadas, deverá
Posicionar-se ao lado da vítima
Certificar-se que a vítima está deitada de costas, sobre uma superfície firme e plana
Afastar/remover as roupas que cobrem o tórax da vítima
Posicionar-se verticalmente acima do tórax da vítima
Colocar a base de uma mão no centro do tórax (sobre a metade inferior do esterno)
Colocar a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos
Manter os braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos
Aplicar pressão sobre o esterno, deprimindo-o 5-6 cm a cada compressão (as
compressões torácicas superficiais podem não produzir um fluxo sanguíneo adequado)
Aplicar 30 compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo menos 100 por
minuto, mas não mais do que 120 por minuto (ajuda se contar as compressões em voz
alta)
No final de cada compressão garantir a descompressão total do tórax sem remover as
mãos
Nunca interromper as compressões mais do que 10 segundos (com o coração parado,
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7. REALIZAR INSUFLAÇÕES
Após 30 compressões efetuar 2 insuflações
A insuflação quando eficaz provoca elevação do tórax (semelhante à respiração
normal), devendo ter a duração de apenas 1 segundo
Evitar insuflações rápidas e forçadas
A posição incorreta da cabeça pode impedir a insuflação adequada por obstrução da
via aérea
Na impossibilidade de utilizar um dispositivo na via aérea (máscara de bolso ou
insuflador manual), a insuflação “boca a boca” é uma maneira rápida e eficaz de fornecer
oxigénio à vítima. O ar exalado pelo reanimador contém aproximadamente 17% de oxigénio
e 4% de dióxido de carbono o que é suficiente para suprir as necessidades da vítima.
Insuflações.boca-a-boca:
Posicionar-se ao lado da vítima
Permeabilizar a Via Aérea (VA)
Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo
a VA permeável
Comprima as narinas usando o dedo
indicador e o polegar da mão que colocou
na testa
Permita que a boca se abra, mas
mantenha a elevação do queixo
Inspire normalmente e coloque os seus
lábios em torno da boca da vítima,
certificando-se que não há fugas
Sopre a uma velocidade regular e controlada para a boca da vítima enquanto observa a
elevação do tórax (deve durar cerca de 1 segundo, tal como na respiração normal)
Mantendo a inclinação da cabeça e o queixo elevado, afaste-se da boca da vítima e
observe o tórax a baixar quando o ar sai
Inspire novamente e volte a soprar na boca da vítima para conseguir um total de duas
insuflações
Se não se sentir capaz ou tiver relutância em fazer insuflações, faça apenas
compressões torácicas
Se apenas fizer compressões, estas devem ser contínuas, cerca de 100 - 120 por
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9. ALGORITMO DE SBV
Condições de segurança
Estado de consciência
Ligar 112
30 Compressões
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2 Insuflações Página 33 | 66
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Transmissão de doenças
A possibilidade de transmissão de doenças durante as manobras de reanimação,
apesar de diminuta, é real. Estão descritos alguns casos de transmissão de infeções durante a
realização de insuflação boca-a-boca (nomeadamente casos de tuberculose).
O risco aumenta se houver contacto com sangue infetado ou com uma superfície
cutânea com soluções de continuidade (feridas).
Durante a reanimação deve evitar o contacto com sangue ou outros fluidos corporais
como: secreções respiratórias, secreções nasais, suor, lágrimas, vómito e outros. O dispositivo
“barreira” mais utilizado é a máscara de bolso, devendo existir o cuidado de minimizar as
pausas entre compressões ao mínimo indispensável, aquando da sua utilização.
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As lesões fechadas são lesões internas em que a pele se mantém intacta e normalmente
estão associadas a uma hemorragia interna. Este tipo de lesões é, na maior parte dos casos,
originado por impacto, mas pode surgir também em determinadas situações de doença
Tipos de lesões fechadas
Classificam-se como lesões fechadas, aquelas em que a pele se encontra intacta. Podem ser
hematomas ou equimoses.
Hematoma
O hematoma surge aquando do rompimento de vasos sanguíneos
de um calibre considerável, provocando o acumular de sangue nos
tecidos.
Em muitos casos pode estar associado a outros traumatismos,
como fraturas. Este acumular de sangue vai dar origem a um
inchaço doloroso de cor escura.
Equimose
Equimose, normalmente conhecida por nódoa negra, é o resultado
do rompimento de vasos capilares, levando a uma acumulação de
sangue em pequena quantidade nos tecidos.
Actuação
Os cuidados de emergência são iguais para ambos os tipos de lesão, mas é preciso lembrar
que este tipo de lesão pode estar associado a outras mais graves. Por isso, deve se sempre
efectuado o exame do doente.
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Actuação Geral
Controlar a hemorragia;
Lavar a ferida com soro ou água;
Colocar penso compressivo com compressas esterilizadas.
Nas feridas das extremidades, elevar os membros.
Amputação
Evisceração
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Traumatismo dos olhos - Podem ir de simples corpo estranho, contusão das pálpebras,
hemorragia da cavidade ocular, laceração do globo ocular, até à saída do olho.
Corpo estranho
Sinais e sintomas
Dor
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ENTORSE E DISTENSÕES
Uma entorse constitui uma lesão das estruturas ligamentares ao redor de uma articulação,
geralmente ocasionada por uma torção violenta.
Entorse Distensão
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LUXAÇÕES
A luxação é uma lesão na qual as superfícies articulares dos ossos que formam a articulação
perdem o seu contacto anatómico (os ossos estão fora da articulação).
Sintomatologia:
Dor
Deformidade
Alterações no comprimento da extremidade
Perda da mobilidade normal
Alteração do eixo dos ossos deslocados
Tratamento imediato:
Imobilizar, elevar e repousar a parte afectada;
Encaminhar o mais rápido possível para uma unidade de saúde.
Fracturas complicadas - Aquelas em que embora existindo uma ferida no local da fractura,
não permite o contacto dos topos ósseos com o exterior
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Conceitos Gerais
Os cuidados de emergência das fracturas, passam pela imobilização provisória, a qual deve
ser a mais correcta possível. Não esquecer:
1. Numa fractura não imobilizada ou incorrectamente imobilizada, as perdas
hemorrágicas são muito maiores
2. A dor, provocada pelo roçar dos topos ósseos nos tecidos e entre si, é tanto mais
intensa quanto mais incorrecta for a imobilização da fractura
3. A dor e a hemorragia, quando não controladas podem agravar a situação da vítima
4. Uma fractura ou suspeita deve ser sempre imobilizada, independentemente da
distância do hospital
5. Nas fracturas dos ossos longos deve-se imobilizar sempre a articulação acima e
abaixo da fractura
6. Nas fracturas articulares, imobilizar os ossos longos acima e abaixo
7. Não tentar corrigir as deformações, mas sim imobilizar e transportar
8. A sequência de imobilização de uma fractura passa pela tracção prévia da mesma
segundo o eixo em que se encontra o membro, seguida de alinhamento e finalmente
imobilização;
9. Quando o traumatismo é articular, a tracção a exercer deve ser mínima e feita com a
participação activa do doente, devendo ser imobilizada na posição em que se
encontra caso se determine a existência de resistência;
10. A imobilização deve ser feita com talas almofadadas, tendo-se sempre atenção à
circulação;
11. Avaliar dor, pulso Distal à fractura, temperatura e sensibilidade da extremidade do
membro imobilizado;
12. Comparar os parâmetros encontrados no membro afectado com o outro membro e
avaliar simetrias, pois a fractura ou a própria imobilização pode comprometer a
circulação ou o sistema nervoso;
13. Na presença de fracturas expostas, a lavagem abundante com soro fisiológico e
protecção com compressas esterilizadas são fundamentais no combate as infecções.
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Sinais e Sintomas
Dor - que diminui à tracção e imobilização (constitui o sintoma mais fiel);
Impotência funcional - impossibilidade de efectuar o movimento normal. Por vezes é
possível o movimento mas com dor e limitado;
Deformidade - resulta da angulação dos topos ósseos ou do encurtamento do membro;
Crepitação - sensação da mobilidade anormal que se pode ouvir e sentir. Não deve ser
pesquisada pois é dolorosa e pode agravar a situação;
Edema;
Equimoses ou hematomas. Quando presentes na região perineal e escroto estão
habitualmente associados a fracturas mais ou menos graves da bacia;
Exposição dos topos ósseos - significa grande violência traumática.
Actuação
Atuação Geral
Manter uma atitude calma e segura
Controlar a hemorragia por compressão manual directa desde que o local da
hemorragia não corresponda ao local do foco de fractura, caso contrário utilizar outro
método
Lavar as fracturas expostas
Evitar a reentrada do osso durante as manobras de alinhamento do membro,
principalmente se estiverem muito conspurcadas
Proceder a imobilização de acordo com a sequência: tracção- alinhamento-
imobilização,
Sempre que possível imobilizar individualmente cada fractura. Caso contrário,
imobilizar como um todo em maca de vácuo
Despistar o choque e actuar em conformidade
Recolher o máximo de informação- CHAMU
Avaliar os sinais vitais
Pesquisar lesões associadas
Não dar nada a beber ou comer
Manter a temperatura corporal
Transportar com condução calma evitando trepidação
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Nota:
Não imobilizar com talas insufláveis na medida em que podem ocasionar isquemia
do membro.
Usar talas de madeira ou arame ou vácuo.
Actuação específica
Fracturas do Úmero
Carecem de muito cuidado na manipulação, uma
vez que pode haver lesões vasculares e nervosas
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Fracturas do Antebraço
Imobilizar a mão e o úmero, com o braço flectido
Suspender o membro.
Elevação da mão.
Imobilizar a perna e pé
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Fracturas do pé
Imobilizar a perna e o pé
Intoxicações
As intoxicações podem essencialmente ter três origens: acidental, voluntária ou profissional,
sendo a mais frequente a intoxicação acidental e normalmente por uso ou acondicionamento
incorrecto dos produtos.
O agente tóxico pode entrar no organismo humano por uma das seguintes vias:
Via digestiva
É a mais frequente, normalmente associada a ingestão de alimentos deteriorados ou a
ingestão de medicamentos
Via respiratória
Resulta da inalação de gases, fumos ou vapores, ocorrendo na maioria dos casos em
situações de incêndio ou de uma deficiência nas instalações de gás para uso doméstico
Via cutânea
Quando o produto entra em contacto com o organismo através da pele
Via ocular
Surge geralmente por acidente, quando um jato de um produto atinge os olhos
Por injecção via parentérica
Acontece com mais frequência nos toxicodependentes ou num caso de erro terapêutico, quer
ao nível da dose quer ao nível da própria substância
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Picada de animal
Em Portugal as mais frequentes devem-se às picadas do escorpião, alguns insectos, víboras e
peixes
Via rectal ou vaginal
São situações raras, que podem surgir em alguns casos de tentativas de aborto com recurso
a substâncias químicas ou pela utilização de alguns medicamentos.
Quando se estiver perante uma intoxicação importa lembrar que, em muitos casos, o melhor
socorro é não intervir, devendo ter sempre presente que, em caso de dúvida, deve ser
contactado o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) ou ligar para o número europeu de
socorro 112.
Em relação ao tóxico:
Identificar o tóxico – Nome do produto – Cor – Cheiro – Tipo de embalagem
Antes de se actuar, verificar se o local é seguro e arejado. Caso seja possível abordar o
doente em segurança, retirá-lo do local para uma zona arejada, se possível administrar
oxigénio e contactar os meios de socorro.
Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção do conteúdo
gástrico através da indução do vómito, no entanto, a sua realização está dependente do
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tempo decorrido e do produto em causa. Assim, somente deve ser efectuada quando lhe for
dada indicação pelo CIAV ou pelo operador da central 112.
Nestes casos, remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o tóxico e lavar
a zona atingida durante pelo menos 15 minutos. Logo que possível contactar o CIAV.
Nestes casos, lavar o olho atingido, com recurso a água. A lavagem deve ser efectuada do
canto interno do olho para o canto externo e deve ser mantida durante 15 minutos. Assim que
possível contactar o CIAV – 112.
Os restantes casos, devido a sua especificidade, poderão apenas ser socorridos com
intervenção médica. Assim, devem ser accionados os meios de socorro o mais precocemente
possível.
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A extensão da queimadura
Esta classificação baseia-se no cálculo da superfície corporal atingida, sendo a regra
universalmente mais aceite para proceder ao cálculo da área atingida, a denominada Regra
dos Nove. Esta regra varia consoante a idade do indivíduo queimado.
A profundidade da Queimadura
A classificação das queimaduras quanto à profundidade faz-se por graus. Assim temos:
1º Grau. São as menos graves pois envolvem apenas a epiderme. Sinais e sintomas:
rubor, calor,
dor.
2º Grau. Envolvem a primeira e segunda camadas da pele, respectivamente a
epiderme e a derme. Localmente é possível visualizar pequenas bolhas com líquido –
flictenas – situadas à superfície da pele e que resultam da tentativa do organismo para
proteger e arrefecer a área queimada. Sinais e sintomas: dor intensa, flictenas.
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Nas queimaduras não deve remover a roupa que se encontra aderente, de forma a não
agravar as lesões
Nas queimaduras eléctricas deve sempre pesquisar a porta de entrada, a porta de
saída e estar desperto para as lesões ocultas no trajecto entre as duas portas
Após a irrigação, para parar o processo de queimadura, as áreas queimadas devem ser
cobertas com compressas humedecidas em Soro Fisiológico, se a área corporal
queimada for inferior a 10%.
Se a área corporal queimada for superior a 10% cobrir queimaduras com compressas
humedecidas ou lençol esterilizado.
Hemorragias
Sempre que o sangue sai do espaço vascular estamos perante uma hemorragia. As
hemorragias sendo uma emergência necessitam de um socorro rápido e imediato. É
imperioso que a equipa de socorro actue de forma rápida e eficaz.
A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que pode rapidamente
causar a morte. As hemorragias externas podem ser observadas e são facilmente
reconhecidas.
As hemorragias internas são de difícil reconhecimento e identificação. É necessário pensar na
hipótese e despistar a situação pelos sinais e sintomas indirectos.
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Comportamento a Seguir
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Administrar oxigénio
Garantir oximetria ≥ 95% (se grávida ≥ 97%; se DPOC entre 88-92%)
Choque e Hemorragia graves: 10 L/min
Outras hemorragias: 3L/min
Se a vítima apresentar compromisso ventilatório (frequência respiratória inferior a 8 ou
superior a 35) iniciar ventilação assistida, com insuflador manual, 10 a 12 ciclos por minuto
(para melhorar a quantidade de ar disponível para as trocas gasosas)
As infecções continuam a ter um papel relevante em todo o mundo, não só pela morbilidade
que representam ao nível das populações, como também pelos gastos exorbitantes que
determinam no sistema de saúde.
Deve-se recorrer a métodos e técnicas de trabalho que visem impedir o circuito da
contaminação cruzada. Isto consegue-se pela adopção de normas e regras de trabalho que
tenham por objectivo eliminar o risco de contaminação, como também pelo manuseio
adequado de equipamentos e materiais, sua limpeza e desinfecção.
A contaminação pode definir-se como a presença de microrganismos patogénicos ou
potencialmente nocivos sobre pessoas e/ou animais.
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Limpeza
Entende-se por limpeza o processo de remoção de sujidade que inclui a remoção e alguma
destruição de microrganismos, através da utilização de água e um detergente.
A limpeza deverá ser efectuada com água quente e um detergente, adequado à área a
limpar. Devese utilizar um detergente de diluições recentes e secar com papel limpo e seco.
Os detergentes não devem ser abrasivos e não se devem misturar com desinfectantes.
É importante reter que a limpeza é um método de descontaminação que remove os
microrganismos mecanicamente, ou seja, não destrói mas remove-os pelo seu arrastamento
junto com água e o detergente.
Desinfecção
É um conjunto de medidas que procuram conseguir a remoção e destruição de
microrganismos potencialmente patogénicos.
O desinfectante é todo e qualquer agente, químico ou biológico, que consegue destruir os
microrganismos patogénicos ou pelo menos atenuar a sua virulência (capacidade de invadir o
organismo hospedeiro), impedir a sua multiplicação e propagação.
No entanto, para que sejam verdadeiramente eficazes, é essencial que as superfícies a
desinfectar tenham sido previamente lavadas, pois o desinfectante apenas desinfecta a
superfície após a remoção completa das matérias orgânicas como secreções ou sangue.
Assim, se houver necessidade de desinfectar uma área, deve-se utilizar:
Lixívia a 0,1% (1 litro de água para 1 cc de lixívia), quando pretendemos desinfectar
equipamentos e superfícies que estiveram em contacto
Lixívia a 1% (1 litro de água para 10cc de lixívia), quando pretendemos desinfectar
equipamentos e materiais conspurcados com sangue ou fluidos orgânicos.
Os equipamentos devem permanecer mergulhados nesta diluição, aproximadamente 30
minutos, após o que devem ser passados por água corrente e bem secos
Outro desinfectante bem conhecido é o álcool a 70º. Este não destrói os
microrganismos mas reduz significativamente a sua virulência. Para além do seu custo,
tem contra-indicações quando o pretendemos utilizar em equipamentos que estiveram
em contacto directo com o fluido orgânico do doente.
Esterilização
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Acidentes de Trabalho
O que é acidente?
Como já vimos “Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento, dano,
estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc...”
Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais
se destacam as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os acidentes não
escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas
enumeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, no nosso quotidiano.
Quanto aos acidentes de trabalho, o que se pode dizer é que a grande maioria deles
ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.
Segundo a definição dada pelo Dec. Lei 100/97 DE 13/09 – “É acidente de trabalho
aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de
trabalho ou de ganho, ou a morte”
Lesão Corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um corte num dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por
exemplo a perda de visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.
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As prioridades são:
Neutralização do Risco: o risco existe, mas está controlado (protecções em partes móveis
de máquinas)
Sinalização do risco: medida a ser tomada quando não se consegue eliminar ou neutralizar
(Ex. Máquinas em manutenção devem estar sinalizadas; locais onde é proibido fumar devem
ser devidamente sinalizados)
Exemplos
Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a
protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem utilizar-se os
equipamentos de protecção individuais (EPI – Todos os de uso individual do trabalhador),
destinados a proteger a integridade física e saúde do trabalhador.
Os EPI’s não evitam acidentes, como acontece, de forma eficaz, com a protecção colectiva.
Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.
Olhos: Óculos contra impactos, que evita cegueira total ou parcial, a conjuntivite, entre
outros.
Vias respiratórias: Protector respiratório, que previne problemas pulmonares, das vias
respiratórias bem como transmissão de infecções
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Mãos e Braços: Luvas de protecção contra os mais variados problemas, quer do trabalhador
como dos equipamentos que manipula, ou ainda das pessoas que cuida ou trata;
Sinalização e Segurança
No interior e exterior das instalações das empresas, devem existir formas de aviso e
informação rápida, que possam auxiliar os elementos da empresa a actuar em conformidade
com os procedimentos de segurança. Com este objectivo existe um conjunto de símbolos e
sinais especificamente criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos
procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de
uma empresa ou em lugares públicos.
Alguns exemplos:
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BIBLIOGRAFIA
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