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CADERNO DE DIREITO CIVIL VIII – SUCESSÕES

PROFESSORA: ELISA CRUZ


ALUNA: LUÍSA CABRAL CARVALHO

AULA 1 - DIA 09/08

O direito brasileiro tem preferência pela sucessão testamentária em detrimento da sucessão


legal. (Art. 1778)
No direito brasileiro não tem a valorização da propriedade no direito de sucessões. O direito
sucessório vai ter fundamento no Art. 5º, XXII e XXX (assegura o direito a propriedade e a
herança).

O direito sucessório é majoritariamente imobiliário, mas também existem direitos e interesses


que não são materializáveis.
O pressuposto do direito sucessório é que aconteça uma morte, que pode ser natural/biológica
que o CC não define.
Para definir a morte natural usamos a Lei 9434, Art. 3º. São vários os testes para detectar a
morte natural de alguém, mas basicamente esta é configurada com a morte encefálica.

 Existe também a situação de morte presumida, que pode ser sem declaração de
ausência (Art. 7º, CC) e com declaração de ausência (Art. 6º, segunda parte e 7 e 38,
CC).

A declaração de ausência ocorre quando acontece um fato em que seja provável ocorrer a morte
de alguém, não há corpo mas há uma situação que predispõe que ele morreu).
Mesmo com esses fatores, é preciso haver um processo para registro do óbito. É necessário o
dia e a hora mais precisa possível para determinar as sucessões.

Subregistro são pessoas que nunca tiveram certidão de nascimento, devendo ser criada uma
atribuindo uma data e uma hora para nascimento.

A morte com declaração de ausência existe quando o juiz declara aberta a sucessão definitiva.
Ausência é uma situação em que a pessoa se ausenta do seu domicílio habitual sem deixar
representante (Art. 21).

O juiz tem que vender o patrimônio e guardar o produto da venda e averiguar se a pessoa de
fato não está em algum outro lugar.
Chegando a conclusão de que a pessoa de fato não está lá, o juiz vai proferir uma sentença
deferindo a sucessão provisória, nomeando curador (Art. 740 e 744).
Em tese, 1 ano depois dessa sentença inicia-se a sentença definitiva, mas não é o que acontece,
o prazo é de 10 anos.

AULA 2 – dia 16/08

 Abertura da sucessão: > Delação ou devolução sucessória


> Aquisição do direito à herança.

Saisina/saisine - Art. 1784 (uma vez ocorrida a morte, ocorre a transferência do patrimônio).

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Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.

Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo
da abertura daquela.

 Sucessão (Art. 1786)

Pode ser legal, quando decorre da lei (Art. 1788/1789) ou testamentária, quando esta é regida
por um testamento (Art. 1789).
A sucessão legal legítima diz respeito aos herdeiros, já a sucessão testamentária diz respeito aos
herdeiros e legatários.
Como ele recebe algo individualizado, o legatário é chamado de sucessor a título singular.
O que vai definir herança ou legado é a forma como está escrita a cláusula.

Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos


herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem
compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento
caducar, ou for julgado nulo.

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da


metade da herança.

Herdeiro Legatário
Sucessão legal legítima Sucessão testamentária (sucessor a título
singular)
Herança Legado
Recebe a propriedade e posse imediata Recebe só a propriedade
Ação petitória e possessória Ação petitória
Recebe a posse imediatamente Só recebe a propriedade na etapa final do
inventário (pagamento de dívida)

Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa,


existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.

§ 1o Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário


entrar por autoridade própria.

§ 2o O legado de coisa certa existente na herança transfere também ao legatário


os frutos que produzir, desde a morte do testador, exceto se dependente de
condição suspensiva, ou de termo inicial.

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 A ordem de locação sucessória é primeiro observar os descendentes e depois
ascendentes. Não havendo nenhum dos dois vai para o cônjuge sobrevivente.

 O colateral só recebe a herança se não houver nenhum desses anteriores vivos, ou pode
também receber antes caso esteja disposto no testamento.

 A data que acontece a sucessão (data da morte) marca a lei que vai reger essa sucessão
e também quem tem legitimidade para suceder. Art. 1787 regula a sucessão e a
legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
Essa regra se conecta com a ideia de direito adquirido.

Ex: Cônjuge no CC/96 não era herdeiro necessário, tinha a sucessão bem restrita. Hoje é herdeiro
necessário e concorre com outros parentes.
Independente disso, deve ser aplicado o CC presente na data da morte e não o CC/02, mesmo
que seja mais benéfico para o réu.

Obs: Primo é parente de 4º grau.

 Qual é o objeto da sucessão? Como regra, é o patrimônio da pessoa falecida.

Relembrando conceito de patrimônio: Patrimônio é o conjunto de relações jurídicas que tem


conteúdo econômico.
Também se traduz com as relações jurídicas o conjunto de direitos e deveres (créditos e
débitos), é um todo unitário e tem natureza jurídica de universalidade de direitos.
Art. 88 e 91, CC.
Também pode ser tratada como imóvel por equiparação (Art. 80, II).

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por


determinação da lei ou por vontade das partes.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de


uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.


Direitos personalíssimos estão fora do conteúdo patrimonial, sendo assim, o
herdeiro não terá direito. Além disso, também não são transmitidos os direitos
a personalidade.

 Fato que acontece após a morte (Ex: Difamação)

Art. 20, pu, CC traz com que seja reconhecida a legitimidade do morto.
Problema: A proteção é da imagem do morto ou da imagem dos seus sucessores? A professora
acha que nesse caso a proteção é da imagem dos sucessores, portanto é transmitida.
A proteção na verdade é sobre a imagem que essas partes ficam, e não do morto.

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Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas


para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

 A ação em curso continua com a legitimidade dos familiares. Isso ocorre porque existe
um fenômeno de sucessão processual, que acontece quando a parte já manifesta
vontade de exercer aquela ação, de requerer aquele dano moral realizado contra ela
enquanto em vida.

 Fato que ocorre antes da morte e a pessoa não manifesta interesse em vida

Posicionamento da professora, que é o mesmo do Tepedino, aceitando a transmissão


desse direito de representar um morto numa ação: Uma vez ocorrida lesão a personalidade,
significa que existe um dano ao patrimônio, mesmo que seja um patrimônio imaterial que
precisa ser reparado, precisa ser compensado.
Como esse dano existe e há a necessidade de reparação, os herdeiros herdam essa possibilidade
de reparação. Analisa a questão do que foi lesionado e também a consequência dessa lesão
dentro da responsabilidade civil, chegando a conclusão de que aquela lesão tem caráter
econômico e indenizatório então deve ser reparado.

Entretanto, a maior parte da doutrina vai dizer que não é possível entrar com uma ação em
nome de uma pessoa que já morreu, sem ela ter manifestado vontade em vida, porque nesse
caso não há mais que se falar em direito da personalidade, pois não há mais personalidade
jurídica.

AULA 3 – DIA 23/08

 Local de abertura da sucessão

1) Vocação hereditária ou legitimidade para suceder

 Na sucessão legal - Art. 1798.

Questão controversa: E no caso de criança gestada após a morte dos seus pai (artificialmente)
ela será herdeira?
1ª corrente: Será filho, mas não herdeiro, fazendo uma interpretação literal do Art. 1798, CC.
2ª corrente: Será herdeiro, em decorrência do princípio da proteção das pessoas. Com relação
ao prazo para a petição da herança, este será de 10 anos do óbito do autor da herança, levando
em consideração o prazo geral prescricional. Já para os herdeiros prejudicados na sucessão o
prazo conta a partir do momento da concepção, pois já resguardamos o direito do nascituro.

 Na sucessão testamentária - Art. 1798, 1799 e 1800

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Em relação a pessoas não concebidas, teremos regras próprias. Art. 1799, I – Os filhos de
pessoas indicadas no testamento, desde que estas pessoas estejam vivas quando o testador
falecer.

Cominar com Art. 1800, caput – Os bens da herança pós partilha cabíveis à pessoa destinada
serão guardados por curador nomeado pelo juiz (Art. 1800, p. 1 - caberá aos pais ou pessoas
indicadas no Art. 1775, CC).
Essa curatela será regida pelos mesmos dispositivos da curatela de incapazes. (Art.
1800, p. 2).

Art. 1800, p. 3 – Nascendo o herdeiro, será aberta a sucessão.

Art. 1800, p. 4 – A criança deve ser concebida no prazo de 2 anos da morte do


testador. Se isso não ocorrer, essa parte caberá aos herdeiros legítimos. (volta a sucessão
legal).

Obs: Caio Mário fala que o testador pode aumentar ou diminuir esse prazo

 Fideicomisso

A (testador) >>> B (fideicomitente) >>> C (fideicomissório).

É mais uma hipótese de pessoa não concebida sendo herdeiros testamentários.


O testador deixa para alguém (B- fideicomitente), com a condição de que, implementado
um prazo colocado pelo testador ou, no silêncio dele, quando o fideicomitente morrer,
deverá entregar para C (fideicomissório).

Condição: O fideicomissório não pode estar concebido no momento de abertura da


sucessão.

O fideicomitente não pode usar/fruir do patrimônio, deve entregar em sua totalidade ao


fideicomissório.

 Pessoas jurídicas também podem ser herdeiros testamentários, com base no Art.
1700, II

O testador pode também, instituir uma fundação para receber parcela do patrimônio
testado (Art. 1700, III). Fundação é um conjunto de bens reunido para que se cumpra sua
finalidade.

Obs: Animais não podem ser herdeiros testamentários.

 Quando deixamos nossa herança para o filho de alguém, à princípio poderíamos


escolher para qual filho deixar (homem/mulher - 1º/2º filho). Apesar disso, Guilherme
Calmon entende que não é possível fazer isso (livro: herança ad tempus).
 Cônjuge, companheiro, ascendente de quem escreveu o testamento, para além da
pessoa que o escreveu, não podem ser herdeiros (Art. 1801, I, CC).
 As testemunhas do testamento também não podem ser herdeiros (Art. 1802, CC).

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 O testamento pode ser ordinário ou especial

Será ordinário quando for feito diante do tabelião.


Será especial quando há risco de morte – em aeronave, embarcação ou situação de guerra
– o tabelião responsável será o capitão da embarcação ou comandante da guerra.

 Não pode ser herdeiro testamentário o concubino do testador (Art. 1801, III, CC).
Concubino é a pessoa com quem se mantém relação de fato apesar de um impedimento
matrimonial (Art. 1723 c/c 1727).
Obs: Cuidado com o Art. 1801, III – Se tivermos uma união estável (com o testador separado
de fato), não existe prazo para a união estável (o prazo de 5 anos não será considerado).
Nesse caso, poderá ser herdeiro ou legatário.

Art. 1802 - São nulas as disposições testamentárias, mesmo as feitas a pessoas interpostas
(Art. 102, p. único - pessoas previstas nesse inciso serão consideradas interpostas.

AULA 4 – DIA 30/08

 Local de abertura da sucessão – Art. 1785, CC

 Vocação hereditária ou legitimidade para suceder

A) Na sucessão legal

B) Na sucessão testamentária
Pode-se deixar herança para pessoas ainda não concebidas.

Antigamente, se dizia que podia escolher qual filho ainda não concebido receberia a herança,
escolhendo o gênero, se seria o mais velho ou o mais novo, etc.
Mas o Prof. Guilherme Calmon disse que essa distinção não poderia ser feita em seu livro
Herança Ad Tempus, no qual fala sobre herança de crianças ainda não concebidas.
Professora diz que só não se poderia criar discriminações vedadas pela constituição.

Art. 1801, CC. Quem escreveu o testamento, seu cônjuge, seu companheiro, ascendentes e
irmãos, etc não podem ser herdeiros desde testamento.

Inciso II - As testemunhas do testamento também não podem receber herança.


Também não podem receber herança o tabelião (testamentos ordinários), comandantes da
aeronave, embarcação ou comandante de guerra (testamentos especiais).

Não pode ser herdeiro testamentário o concubino do testador.


Concubino é a pessoa com quem sem mantem uma relação de fato com impedimento para
casar. Art. 1723 + 1727, CC.
1801, III - O concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato
do cônjuge há mais de cinco anos;
Essa última parte é inconstitucional, visto que não se discute mais culpa e não há mais requisito
para constituição de união estável.

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Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a
suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante
interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos
e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.

AULA 5 – DIA 06/09

 Exclusão de sucessão

 Indigno (pré-morto) – Ação de


indignidade – Art. 1816, CC.

A pessoa vai participar da sucessão nem vai poder apresentar de qualquer forma o
patrimônio/usufruto, posse) – posse direta para seus descendentes.
Exemplo: Pessoa mata os pais – não vai ter direito à sucessão.

Inciso I:
O homicídio não pode ser culposo, somente doloso.
Ex: avião pilotado por Herbert Viana que sofreu um acidente e causou o homicídio da mulher.
Homicídio doloso: caso Suzane von Richthofen.

Segundo Maria Berenice, deve-se considerar todos os crimes dolosos contra a vida, ao ler
“homicídio doloso”.
Então, instigação ao suicídio e aborto também entrariam nesse rol – mas aborto é complicado,
pois o bebê teria que nascer pra abrir sucessão.

E se for um adolescente que cometeu o ato infracional doloso contra a vida?


É controverso, mas Caio Mario e Maria Berenice são a favor de configurar o adolescente como
indigno, por analogia.

Civil e penal correm em paralelo. A pessoa não precisa ser condenada no penal para ser
considerada indigna.
A indignidade precisa do processo cível para ser decretada.

Juiz cível que está julgando indignidade pode suspender o processo, com base no art. 303, I,
NCPC, mas isso não é obrigatório (!!!!), logo, alguém pode ser declarado indigno mesmo tendo
sido absolvido no criminal.
Arts. 65 a 68, CPP – coisa julgada no criminal faz efeito no cível.
No caso do tribunal do júri, pode ocorrer de ter havido crime (materialidade) e autoria, mas o
júri pode ter decidido absolver o acusado por diversos motivos.

Art. 1798, CC – Os não nascidos não tem legitimidade para suceder (descendente do indigno
deve estar nascido à época da sucessão).
Art. 1816, CC.

Herdeiros excluídos da sucessão (Art. 1814, CC).


A exclusão será declarada em sentença (Art. 1815). O direito de demandar a exclusão se extingue
em 4 anos (prazo decadencial).

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Caso o representante veio a falecer e o indigno entra com a ação, ele não pode herdar o que for
da sucessão indigna. Nesse caso, o patrimônio ficará blindado.

O indigno é considerado pré-morto ficticiamente para fins de resolver a sucessão do ascendente


(que não pode herdar) – deverá ser indicado um representante (geralmente descendente do
indigno).

Se o sucessor vivo for incapaz, o pai não pode exercer o usufruto do patrimônio, é preciso
nomear um curador para administrar aquela parte.

Art. 1816, p. Único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos
bens que a seus sucessores couber

Se o inventário começar antes da ação de indignidade que exclui alguém da sucessão. Se o


indigno receber aquele bem da partilha ele deve restituir in natura (todos os acréscimos e
frutos).
Se esse indigno dilapidar o patrimônio ele deve devolver o equivalente em dinheiro e perdas e
danos se for verificada a culpa dele.

Art. 1817, CC. Se vender a casa para um terceiro de boa fé, ele continua com a coisa e o terceiro
deve restituir o valor da coisa. Se estiver de má fé deve devolver o valor com perdas e danos,
pois houve violação de um padrão ético.
Esse terceiro é chamado de herdeiro aparente.

O indigno devolve para o espólio que irá fazer a sobrepartilha desses bens.

É possível que a vítima da indignidade perdoe esse indigno.


Pode ser chamado de perdão ou reabilitação. Só quem pode perdoar é o autor da herança. Caso
ocorra o perdão ele sempre terá a condição de herdeiro.
Tem que ser declarado de forma expressa e necessariamente num testamento (6 tipos) ou em
um outro documento autêntico (qualquer documento particular ou público que possa ter
certeza que for escrita pelo autor da herança, que tenha testemunhas, por exemplo). Art. 1818,
CC.
Esse perdão é irretratável, não pode revogar, ainda que o próprio testamento seja revogado ou
invalidado.

Ex: Se o cônjuge perdoar não produz os efeitos normais, só se o autor da herança perdoar. Se
for por homicídio já era, ele tem que estar vivo para perdoar.

Art. 1818, p.u, CC – O autor da herança, conhecendo o fato que enseja a indignidade, sem
perdoar, faz um testamento deixando alguma coisa para esse indigno (não é perdão tácito).
A lei permite que esse testamento contemplando o indigno seja cumprido.
Se os herdeiros fizerem, ele irá sofrer ação de indignidade, mas esse bem será resguardado.

 Aceitação e renúncia da herança

Uma vez ocorrida a abertura da sucessão pela saisina. Uma vez que os herdeiros concordam
com o recebimento daquela herança, ocorre a aceitação da herança, confirmam seu interesse
em herdar (confirmam a saisina).

A aceitação pode ser de 3 espécies:

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1. Expressa. Aceitação feita por declaração
escrita.
2. Tácita. Quando o herdeiro pratica atos
nessa qualidade, adotando condutas que são típicas de um herdeiro. Atos de conservação e
guarda não é considerado ato de aceitação.

Obs: Funeral não é atitude de um herdeiro, entretanto contratar um advogado para o inventário
é um ato típico (Art. 1805 trata de algumas questões de aceitação tácita e expressa). Copiar P. 1
desse art.
3. Aceitação presumida. O herdeiro não se
manifesta sozinho, mas o interessado em que o herdeiro declare, poderá requerer ao juiz prazo
razoável para se pronunciar o herdeiro. Se esse herdeiro não falar nada, presume-se que ele
aceitou a herança. Art. 1807, CC. A cessão pura e simples configura renúncia.

Obs: Quando o herdeiro renuncia a herança não significa ato de aceitação. Ninguém precisa
aceitar para depois renunciar, tendo em vista que não incide imposto (ITCMD – Imposto de
Transmissão Causa Mortis por Doação). Se um herdeiro renuncia, só há a transmissão para os
outros, então só haveria imposto de doação para os outros. Art. 1805, p.2, CC.

É possível dividir a aceitação entre direta e indireta. A aceitação direta é feita pelo próprio
herdeiro que tem o direito, já a aceitação indireta, que não será feita pelo herdeiro titular do
direito. Situação bem específica do Art. 1809, ele não tem tempo de dizer se aceita ou não, e
esse poder de aceitação passa para os herdeiros dele.
Existe uma transferência por transmissão do poder de aceitar ou não a herança.
Ex: Caso de alguém morrer antes de aceitar a herança. Nesse caso, seu sucessor pode aceitar a
herança somente do pós-morto, como também pode aceitar apenas a herança do seu
ascendente.

Obs: Se não aceitar a herança do pai, não consegue aceitar o dinheiro do primeiro, pois não
haveria nenhuma ligação dele com o primeiro morto. Ocorre uma falsa autonomia nesse caso.
Conclusão: Ele pode aceitar só o carro e o direito e o carro.

AULA 6 – DIA 13/09

1) Aceitação da herança

A) Características

 Personalíssima
 Indivisível
 Não sujeita a termo ou encargo
 Irretratável

2) Renúncia

A) Características

 Indivisível
 Irretratável

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 Ex tunc

B) Espécies
 Abdicativa
 Translativa

A causa mortis sempre incide ITB.


A cessão gratuita incide o ITB, se for onerosa será ITBI (imposto do município).

Art. 1813 – Tem como pressuposto a renúncia de um herdeiro, que entra em conflito com os
interesses dos próprios credores. Apesar de ter credores, renuncia a sua própria herança.
A lei permite que os credores aceitem a renúncia por ele. Os credores terão direito a recolher a
parte da herança em valor suficiente para quitar as dívidas.
Existe um prazo de 30 dias da renúncia para que os credores se manifestem.
É preciso pedir ao juiz para que ele conceda essa habilitação.

 ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA

Começa no Art. 1791, CC.


O direito a herança tem natureza de imóvel por determinação legal (Art. 80, II, CC).
Ocorreu a morte, há saisina, há transferência.

A) Princípio da exclusividade

Art. 1792, CC.


É chamado também de benefício do inventário. Os herdeiros respondem até os limites da
herança, a responsabilidade pelas dívidas pelo morto é limitada as forças da herança.

O espólio é o legitimado material e processual para responder pelas dividas do morto antes da
partilha.
O espólio é representado na figura do inventariante.
Quando termina o espólio (isso acontece na partilha, na sentença final do processo), cada
herdeiro já terá sua parte.
Quaisquer cobranças iniciadas depois da partilha devem ser direcionadas aos herdeiros, até o
limite da herança.

Caso esse credor venha em cima de apenas um dos herdeiros existem alguns meios de
compensa-lo. Além disso, é possível que esse herdeiro chame os outros herdeiros (fenômeno
do chamamento ao processo).

Inventário negativo é uma possibilidade que os herdeiros tem de antemão afirmar que o morto
não há patrimônio para pagar essas dívidas. É feito no cartório.
Nesse caso, os herdeiros já terão um documento para apresentar para os credores que eles não
serão pagos.

B) Administração provisória

Alguém precisa ficar responsável pela gestão daqueles bens que ainda não foram
processualizados.
O inventário tem 60 dias para ser iniciado, nos termos do CPC. Art. 611, CPC.

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Pode ser iniciado depois, mas existem consequências tributárias para esse atraso, existe uma
multa sobre o valor do tributo devido.

Enquanto não se inicia o processo, essa herança ficará sob a administração provisórias das
pessoas que estão no rol Art. 1797, CC, devendo fazer a guarda e conservação dessa herança.
Uma vez iniciado o inventário, essa administração passa para o inventariante.

C) Cessão de direitos hereditários

Poder que o herdeiro tem de transferir seu direito hereditário, o seu direito a herança.
Não é obrigado a esperar o fim do inventário para fazer a cessão dos direitos hereditários, mas
essa cessão não pode ser de bem individualizado, o herdeiro só pode ceder a cota que tem
direito.

É proibida a cessão de bens que compõem o patrimônio, é sempre a idéia de fração. Não precisa
ceder tudo, pode ceder apenas uma parte.
A doutrina faz uma ressalva no sentido de que quando todos os herdeiros cedem pode haver
cessão de todo o patrimônio.
Por lei isso não poderia, dependendo de autorização prévia do juiz (Art. 1793, p. 3).
Essa cessão deve ser feita obrigatoriamente por escritura pública. O direito a herança aberta
tem caráter imobiliário, e imóveis devem ser cedidos por escritura pública.

Direito de preferência – Art. 1794 e 1795. Um herdeiro que deseja ceder o seu quinhão ele deve
primeiro oferecer aos herdeiros para depois oferecer a uma pessoa estranha.
Se ninguém quiser, essa cota hereditária pode ser oferecida a uma pessoa estranha.
Se o direito de preferência não for cumprido o herdeiro prejudicado pode ajuizar uma ação de
anulabilidade no prazo decadencial de 180 dias a contar do conhecimento do negócio e reaver
a cota mediante o pagamento do preço.

A doutrina diz que o prazo para essa ação de anulabilidade de cessão conta a partir do
conhecimento do fato por esse herdeiro, e não a partir da cessão, como menciona o Art. 1795.

Pesquisar sobre a tutela da confiança.

AULA 7 – DIA 20/09

A gente só pode falar de herança em conjunto de cônjuge ou companheiro em alguns regimes.


Art. 1829, I, CC.

Se o casamento for celebrado no regime da comunhão universal ou da separação total não há


direito à herança ao cônjuge ou companheiro sobrevivente. Nesse caso, só os descendentes
herdam.

Na comunhão universal de bens, o legislador entende que o sobrevivente já vai ter parte do
patrimônio comum, então não precisaria da herança.
Na separação obrigatória/total o legislador exclui porque entende que não deve existir
nenhuma forma de transferência patrimonial.

Na separação convencional também não há transferência. Separação obrigatória não deveria


ser qualquer forma de separação.

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O primeiro entendimento jurisprudencial era de que nenhuma separação daria direito a
herança. Esse entendimento foi revogado.
A separação convencional dá direito a herança. Foi feita uma interpretação restrita dessa
separação obrigatória.

Art. 1829, I. Ambiguidade do ponto e vírgula. Qual era a condição para ter o direito a
sucessão?
Dois entendimentos: 1 - A comunhão parcial dá direito a herança de bens particulares. 2 -
Daria direito à herança se não houvesse bens particulares.

O cônjuge sobrevivente só herda os bens particulares no regime da comunhão parcial de bens.

 Benefício do inventário

Inventário negativo: faz para provar que a pessoa não possui patrimônio, assim herdeiros não
podem ser cobrados pela dívida do morto, não sendo então responsáveis por estas.
É como salvo conduto para quem não tem patrimônio, é homologado pelo juiz.
OBS: Às vezes há seguro em caso de morte para proteger a financeira, esta que deve cobrar a
seguradora para quitar as prestações do carro. Ver contrato para herdeiro não pagar.

 Administração Provisória

São as pessoas que estão no 1797, CC


Saisine – inventário. Alguém administrar, gerenciar, cuidar e fazer a concentração
Art. 1792
Lei Estadual 1427
Segue o CTN
Responsabilidade pelo pagamento do ITD é do herdeiro.
Art. 611, CPC
Prazo de 2 meses para abrir inventário
No CC ainda está 30 dias, mas foi revogado.
Caso não se faça o inventário em 60 dias, há multa tributária, dependendo do Estado da
federação. A responsabilidade de pagar as multas é dos herdeiros.
A propriedade/ o direito já é dos herdeiros (Art. 1797, CC)

3 – Cessão de direitos hereditários (art. 1793 a 1795, CC)


O herdeiro não precisa esperar o término o inventário para alienar o que tem direito.
O que é possível alienar é a quota hereditária/ quinhão. Em regra, não é possível alienar um bem
do acervo da herança.
Art. 1793, caput, CC.
Mediante autorização judicial, pode-se vender um bem individualizado.
Para Maria Berenice, é possível a cessão de um bem individualizado quando todos os herdeiros
concordam em ceder o bem.
A cessão deve ser feita por escritura pública, pois o direito à sucessão aberta é imóvel por
equiparação – art. 80, II.
Há direito de preferência. É obrigatório que o herdeiro que quer ceder a quota ofereça primeiro
aos demais co-herdeiros antes de ceder a uma pessoa estranha. Art. 1794.
Se esse direito de preferência não for respeitado, o co-herdeiro que se sentir prejudicado pode
entrar com ação anulatória no prazo decadencial de 180 dias, a contar do momento em que o
herdeiro prejudicado tomar conhecimento da cessão. Art. 1795, CC.
Entendimento doutrinário para evitar fraudes é o de que o prazo só conta a partir do
conhecimento da cessão, e não da mesma.

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Tudo o que vimos até agora se aplica à sucessão legal e testamentária. Agora vamos ver mais
especificamente.
Sucessão Legal
Ordem de Vocação Hereditária
Art. 1829
Ordem que a lei determina que será feita a sucessão.
Por lei, a ordem de sucessão é essa. Só se passa para a outra se esgotar essa.
1 – Descendentes + Cônjuge/ Companheiro
Todas as gerações: filhos, netos, bisnetos, etc.
Dentre os descendentes, os mais próximos excluem os mais remotos. Ex: os filhos excluem os
netos. Art. 1833, CC. Exceção: salvo direito de representação.
Dir de representação só existe quando houver pré morte ou indignidade, que é tratada como
pré morte.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem,
como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos
bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
A representação exclui o cônjuge, segundo a lei.

Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na
ascendente.
Como dividir o patrimônio entre os descendentes: por igual/ por cabeça. Art. 1835, CC. Quando
estão todos os filhos, netos ou bisnetos no mesmo grau, divide-se por cabeça.
Nas hipóteses em que terei direito de representação, os representantes recebem por estirpe,
pois seu grupo recebe a quota que o representado (pré morto ou indigno) receberia. Depois se
divide essa quota por igual.
2 – Ascendentes + Cônjuge/Companheiro
Herdam em concorrência com cônjuges e companheiros
3 – Só Cônjuge/ Companheiro
4 – Colaterais
Parentes até o quarto grau
Filhos dos seus primos não são parentes legalmente falando e não herdam.

AULA 8 - DIA 27/09

Observações faltantes antes de falar da concorrência do cônjuge com os concorrentes:

1) União estável: o companheiro/a vai


concorrer com os descendentes (1829,I, CC - essa inclusão se deu por força de uma decisão do
STF que julgou inconstitucional o art. 1790, CC). Antes do cc/02 a sucessão do companheiro era
trata em duas leis específicas: 8971/94 e lei 9278/96 (aplica a lei da data do óbito). Entre os anos
00 e 01, foram feitas adaptações, visto que o projeto do cc/02 não estava adaptado a nova
constituição, sendo necessárias revisões. Na ocasião, foi incluído e aprovado o art. 1790, que
regia as sucessões da união estável (sucessão do casamento 1829 - com diferentes regras).

Alguns autores defenderam, então, que a igualdade era violada ao tratar de forma diferente
instituições familiares que possuem o mesmo status constitucional. O STF, então, declarou o
1790 inconstitucional, transferindo para o 1829. Entretanto, para que o companheiro da união
estável herde, deve haver união estável até a data da morte.
Apesar desse entendimento da união estável, esse não é o entendimento aplicado para o
casamento, visto que há uma regra no art 1830, CC, que dita a necessidade de não separação

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judicial ou de fato há dois anos. Ou seja, o cônjuge mantem o direito a herança até dois anos
após a separação (judicial ou fato), mantendo o direito à herança sem prazo se o morto, nos
termos da lei, o morto foi culpado pelo término da relação.
Na jurisprudência existem 2 casos que aplicam esse artigo (o último ocorreu em junho desse
ano, em que a esposa estava separada há um ano). A doutrina critica o artigo, visto que é muito
subjetivo "quem dá causa". O artigo vai contra a própria finalidade do direito das sucessões,
visto que se a finalidade é a família e não há mais vontade de ter família, não há que se falar em
sucessões.
Ademais, o judiciário não deve intervir em "culpa" da separação. Portanto, houve separação,
deixa de haver o direito sucessório. (posição de Maria Berenice e Luis Carlos Vieira de Carvalho).

2) Descendentes em concorrência com


cônjuge ou companheiro: No 1829, I, o cônjuge ou companheiro sobrevivente tem direito à
herança apenas nas situações em que existirem bens particulares. A única exceção é a separação
obrigatória, em que há bens particulares, mas é totalmente excluída da sucessão.
Todos os outros regimes só permitem a herança no caso de haver bens particulares (conjuge na
comunhao universal não herda porque não há bem particular). A única exceção é, de fato, a
separação obrigatória.

3) Ascendentes em concorrência com o cônjuge e companheiro (art. 1829, II + 1836, caput): A


regra nessa sucessão não é a mesma dos descendentes, os mais próximos excluem os mais
remotos.
A segunda regra é que quando passo para o II, se eu tiver cônjuge ou companheiro, essa
sucessão independe do regime. Regime de casamento só importa no I, no II não. Todos os
cônjuges e todos os companheiros herdam, sobre tudo.
A partilha na sucessão dos ascendes é diferente, chamamos de sucessão por linha, linha materna
e paterna. Isso ocorre porque se eu tenho ascendentes no 1º grau, eles herdam, se tenho pai e
mãe divide por dois, se só um deles, a pessoa herda sozinha, afastando os demais e não tendo
direito de representação.

Se meus pais são mortos, mas tenho avos, pego metade do patrimônio e entrego para a linha
materna e metade para a paterna (depois divide entre os avós de cada linha). Portanto, atribui-
se uma cota para cada linha de parentes.
Se a pessoa que morreu tive união estável ou casamento (qualquer regime, qualquer hipótese?
Se houverem dois parentes no primeiro grau, recebe 1/3. Se tinha pai OU mãe, recebe 1/2 (art.
1836 e 1837); se não tiver pais, mas tiver avós, o cônjuge herda 1/2 e a outra metade por linha
(dividindo de acordo com o 1836). Resumindo, é uma divisão igualitária.

Sobre a multiparentalidade: Anderson Schriber entende que a divisão precisa ser revista nos
casos de multiparentalidade e deve ser feita de forma igualitária (ex.: entre duas mães e um pai
1/3). Pega a divisão de linhas e adapta para a multiparentalidade.

4) Se não houver descendentes ou ascendentes, o cônjuge ou companheiro herda sozinho todo


o patrimônio do falecido, art. 1829, III e 1838, cc.

As pessoas dos 3 primeiros incisos são classificadas como herdeiras necessárias (art. 1845), isso
quer dizer que elas tem direito minimamente à metade do patrimônio do de cujus, no mínimo.
Essas pessoas NÃO PODEM SER EXCLUÍDAS DA SUCESSÃO MEDIANTE A DISPOSIÇÃO EM
TESTAMENTO DE TODO O PATRIMÔNIO. Ou seja, não adianta distribuir para todos os melhores
amigos o patrimônio, o testamento tem vício, mas não é nulo (deve adequar no testamento a
reserva da legítima).

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Só exclui por indignidade e deserdação! Fora isso, elas têm direito à 50% do patrimônio.
O cálculo da legítima (esses 50%) é um saldo líquido, é o valor do patrimônio, abatidas dívidas e
despesas (art. 1847).
Se não existirem os herdeiros necessários, a quarta ordem é dos colaterais (são os parentes até
o 4º grau), podendo eles serem excluídos do testamento.

Assim como em todas as demais regras, aplica-se aos colaterais a ideia de que os mais próximos
excluem os mais remotos. Essa será última hipótese de direito de representação, mas é uma
representação restrita, em que os filhos dos irmãos podem representar os irmãos na sucessão.
Não existe direito de representação nenhum na sucessão dos colaterais, essa é a última.

Tios e sobrinhos (ambos são 3º grau), segundo a lei, primeiro vai para os sobrinhos, não
havendo, a herança passa para os tios. Se houver sobrinhos ou tios, o 4º grau não tem essa
classificação, entrega para todo mundo.
Os irmãos vão suceder, mas não tendo irmãos, vai para os sobrinhos.

OS IRMÃOS BILATERAIS HERDAM O DOBRO DO QUE OS UNILATERAIS, se houver os dois. Se só


tem unilaterais, herdam igual, se só bilaterais, herdam igual. O mesmo vale para os sobrinhos
(os filhos dos irmãos bilaterais ganham o dobro).

Os sobrinhos podem representar os irmãos na sucessão. Não vai existir direito de representação
na sucessão dos colaterais.

Se não houverem sobrinhos, a herança passa para tios.


Se não tiverem sobrinhos nem tios, tem que pegar todo mundo do 4 grau e dividir entre todo
mundo.

Os irmãos vão suceder. Não tendo irmãos será dos sobrinhos (só herdam se não tiver irmãos).
A forma de dividir é muito peculiar.
Os irmãos bilaterais herdam o dobro que os unilaterais herdam.
A mesma coisa vale para os sobrinhos. Os filhos dos irmãos bilaterais ganham o dobro dos
sobrinhos unilaterais.

A aula do dia 04/10 a professora estava adiantada na turma, portanto ficou conversando com
a turma sobre temas curiosos de Sucessões, como por exemplo herança de redes sociais, etc.

AULA 09 - DIA 11/10

 Direito real de habitação

Vale para o local em que a família residia, assegura um patrimônio mínimo ao viúvo/a.
O direito real de habitação é para morar, se a pessoa faça um comércio, embora não tenha
solução legal, a professora acha que o herdeiro tem legitimidade para pedir a extinção.

A condição é que tenha um imóvel que servia de residência a família, ainda que o residente
seja proprietário de outros imóveis. Ainda que o sobrevivente tenha patrimônio próprio, só
dele, ele mantem o direito real de habitação (STJ). Ler 1831, CC - a lei não condiciona, só da o
direito.
Muitas vezes, o direito real de habitação não é averbado no RGI.

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Caso: 11 irmãos compraram um terreno, os 11 construíram UMA casa nesse terreno. 10
permitiram que um deles morasse com sua esposa naquela casa do terreno que compraram
em conjunto. Esse irmão morreu (o que morava na casa). A cônjuge que sobrevive pede o
direito real de habitação. Ela não tem direito, não porque não era bem particular, mas esse
imóvel tem uma propriedade originária coletiva, ele é um condomínio originário. Se fosse dado
o direito real de habitação pra ela, interferiria no direito dos irmãos, que não estão
participando na sucessão (não atingiria apenas os herdeiros, mas também outras pessoas).
Assim, eles moravam na casa em comodato, com a morte do irmãos extinguiu o comodato e
ela não tinha mais motivo justo para ali permanecer.

Questão da prova da defensoria: Um casal de homens vivia em união estável (não havia pacto
ou qualquer doc), que tinha começado em 2010. Em 2015 Henrique compra um imóvel e
morre em 2015. Diante do falecimento, maria, irmã do Henrique, entra com reintegração de
posse alegando que ela era a única herdeira dele e, portanto, o imóvel era dela e Pedro teria
que sair. Sendo ADV de Pedro:

Tenho união estável, esse imóvel pertence a quem? É dos dois, visto que não tinha pacto,
então é comunhão parcial. Aplicando o 1660, I, metade do imóvel é do pedro, a oura metade é
do Henrique (meação). Mas ainda diante disso, se concluísse que a maria tem direito a pare do
henrique, haveria um condomínio e ninguém pode usar o bem assim.
Portanto, resta saber se a maria era herdeira. Não havia ascendentes ou descendentes, logo,
vai para cônjuge ou companheiro. Maria não é herdeira. (1990 inconstitucional).
Todavia, isso é para debater propriedade, a discussão é sobre a posse, não podendo contra
argumentar propriedade frente a posse, como proceder? Dizendo que ele é proprietário por
meação e por herança e, por ser herdeiro, tem posse direta e indireta (em razão da saisine e
da propriedade de herdeiro).
O gabarito oficial ainda dizia que ele tinha o direito real de habitação, colocando o direito real
de habitação sobre a irmã. A professora acha que essa última parte está errada, não tem quem
se sujeite a direito real de habitação, ele já é proprietário possuidor pelo direito sucessório.
Ademais, era necessário fazer ação de reconhecimento de união estável.
Outra discussão: não teria réu, porque não tem herdeiros. (Pedro em face de terceiros
desconhecidos) - Colocaram a irmã como herdeira para ser réu.

Dia 18/10 não teve aula devido a JIC.

AULA 10 - DIA 25/10

O testamento começa no Art. 1857, mas esse artigo não define o conceito.

1) Conceito e características do testamento


Conceito feito a partir das características que o testamento apresenta. É um negócio jurídico
unilateral, solene, em que uma pessoa dispõe do seu patrimônio para depois da sua morte.
Conceito dado pela doutrina.

A) Negócio jurídico
É um negócio jurídico porque ele constitui direitos. Criação de situações subjetivas. Tem que ter
a forma prescrita em lei.
O objeto tem que ser lícito e possível (física e juridicamente).

B) Unilateral

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Para ele se aperfeiçoar basta a vontade do testador, a outra parte não precisa manifestar sua
vontade.

C) Formal e solene
É formal e solene porque a sua validade depende do cumprimento de requisitos previstos em
lei. Não precisa ir num cartório para registrar.
Cada espécie tem requisitos próprios que precisam ser observados.

D) Eficácia pós morte


O testamento produz efeitos depois da morte, é condicionada ao evento morte.

Testamento vital – Diz respeito a cuidados médicos de pacientes em situação terminal. Quais
tratamentos médicos essa pessoa aceite ou não caso atinja um estágio de terminalidade da
doença em que ela não possa manifestar sua vontade.
É diferente da eutanásia, onde se antecipa a morte. Tem a ver com ortotanásia, que é a morte
em seu tempo certo.
Distanásia – Prolongação da vida.

E) Personalíssimo
Só pode ser feito pela própria pessoa, ela mesma rediz o que ela deseja. Art. 1858, CC.
Art. 1863, CC, complementa que o ato de testar é um ato individual, e tem que ser sempre
fruto da autonomia da vontade da pessoa. Proíbe o testamento conjuntivo, de que são
espécies o testamento simultâneo (Mãe e filha fazem um mesmo testamento simultâneo ,
recíproco (pode fazer um testamento beneficiando uma pessoa e ela o beneficiando de volta –
o que não pode ocorrer é condicionar a reciprocidade no testamento não pode ser fruto de
obrigatoriedade) e e co-respectivo (fazemos um testamento com uma condição captatória.
Testamos em favor de alguém como condição que a pessoa teste em favor de uma terceira
pessoa.

F) Revogável
É passível de alteração a qualquer momento.

2) Funções do testamento

 Patrimonial
É o principal fim do testamento. Dispor do patrimônio do de cujus após a morte.
 Não patrimonial (Art. 1857, p. 2)
“São válidas as disposições testamentárias de caráter patrimonial, ainda que a elas tenha se
limitado”. Pode ter apenas para questão não patrimonial.
Ex: Art. 1609 e 1610 existe a possibilidade de reconhecimento de filhos em testamento e não
dá para voltar atrás.
Ex2: Pais indicarem tutores aos seus filhos. Art. 1729, p.u
Ex3: Disciplinar o interesse ou não de realizar doação de órgãos.

3) Capacidade para testar

Art. 1860, p.u e 1861. Ele pode ser celebrado por pessoas a partir de 16 anos, pois é um ato
personalíssimo.
É essencial que essa pessoa tenha discernimento psíquico para testar.

EPD rompe a lógica de que pessoa com deficiência é incapaz para testar.
Será necessário um curador para esses casos.

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Por exigência do EPD, o juiz é obrigado a descrever como a capacidade está restrita.

A pessoa não poderá fazer testamento se o juiz disser que ela não tem capacidade para dispor
patrimonialmente. Nesses casos, o testamento será vetado.
Curatela só atinge os negócios patrimoniais.

A capacidade é sempre verificada na hora que faz o testamento. Na hora que ela fizer o
testamento ela tem que ser capaz. Art. 1861, CC.

4) Espécies:

Art. 1862, CC. Tem que observar exatamente os requisitos para cada tipo de testamento.

A) Ordinárias
 Público. Feito perante o tabelião em que ele vai registrar num livro público o conteúdo
daquele testamento.Para que o testamento público tenha validade precisamos
cumprir os requisitos do Art. 1864, CC. Tem que ser escrito pelo tabelião, deve ler para
o testador e duas testemunhas, depois de lido deve ser assinado pelo testador e pelas
testemunhas.

 Cerrado. Art. 1868 a 1875. Começa particular e termina público. O testador escreve
seu testamento (pode escrever em língua estrangeira). O tabelião faz um auto de
aprovação, é a parte pública do testamento. Ele lê o auto de aprovação para as duas
testemunhas e para o testador. O tabelião vai “costurar” o testamento e lacra, ficando
nos livros só o auto de aprovação. O testamento é entregue para o testador, que pode
fazer o que bem quiser com ele.
Se os danos no invólucro forem causados pelo testador ou a mando dele, o testamento se
torna ineficaz (caduca).
 Particular

B) Especiais (Militar, marítimo e aeronáutico). Podem ser substituídos pelo Art. 1879, CC.
O marítimo e o aeronáutico permitem que pessoas que estejam fazendo viagem pelo
mar ou de avião façam o testamento perante o condutor do navio ou da aeronave. Art.
1888 e 1892, CC tratam nos testamentos marítimos e aeronáuticos.
Esse testamento só é válido se a pessoa morrer na viagem. Se não for feito outro
testamento em até 90 dias, esse testamento perde a eficácia.
O testamento militar pode ser feito por quem seja militar ou quem esteja prestando
serviços as forças armadas e que se veja numa situação de guerra declarada. Tem os
mesmos efeitos de eficácia do marítimo e aeronáuticos. Art. 1893 a 1896, CC

AULA 11 - DIA 01/11

3) Codicilos

É usado para bens de pouco valor patrimonial, é usado para dispor de bem pessoal de pouco
valor econômico
Basta a sua assinatura.
Pode ser usado para doar esmolas ao pobres, Art. 1902, CC (instituições assistenciais que
atendem pessoas de baixa renda).

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Pode ser usado para nomear testamenteiro, que tem como função cumprir, defender o
testamento.
Também pode dizer como pode ser o seu funeral.

4) Disposições testamentárias

A) Quando à interpretação.
Quando houver dúvida eu preciso saber qual é a vontade do testador, e aplica-se a obrigação
que estiver coerente a vontade do testador. Art. 1899, CC.

B) Quanto à indicação de herdeiros e legatários.

 É possível nomear herdeiros e legatários de forma pura e simples sob condição,


sob encargo e modo, motivo ou fim.
Não pode termo (Art. 1797 e 1798, CC)
Se a pessoa não cumpre o encargo, existe dúvida sobre o que pode ser feito. Prevalece o
entendimento de que o testamento é válido e a pessoa herda a herança, mas ela pode ser
executada judicialmente para cumprir o encargo. Os outros sucessores, MP e o testamenteiro
seriam os legitimados para entrar com essa ação.
Se ele está doando por determinado motivo, essa cláusula cai, porque esse motivo é o
que vincula. É feita em erro, com vício de vontade, sendo portanto, inválida.

 O herdeiro ou legatário precisa ser determinado ou determinável


Pode ser um conceito determinável, não precisa dizer ao certo quem será o herdeiro. Art.
1900, incisos e Art. 1901, CC.
Se a pessoa errar a indicação de alguém, essa cláusula perde a eficácia, salvo se pela
interpretação do testamento eu conseguir identificar a verdadeira pessoa que queria
beneficiar (erro de designação).
Cabe ao testador dizer aquilo que está deixando (Art. 1900, IV).

 Sempre observo o que o testamento fixou de valor para cada herdeiro ou grupos de
herdeiros (se não for fixada uma cota específica divide por igual).
 Se houver substituto irá para este.

1 caso: “Deixo 70% da casa para João e 30% para Maria”.


Se um deles não puder ou não quiser ficar, deve ser procurado um substituto.
Se não houver substituto vai para a sucessão legal (descendente, ascendente,
cônjuge/companheiro ou colaterais).
A forma de dizer quanto vai para cada um é chamada de conjunção verbal ou verbis.

2 caso: “Deixo a casa para João e Maria”.


Nomeio de forma indistinta quanto quero deixar para cada um. O mais importante nesse caso
é que aquilo pertença a eles.
Se um desses herdeiros não pode ou não quer receber essa herança testamentária e não
houver substituto esse outro tem o direito de acrescer. A parte dela acresce a de João.
Essa forma de escrever se chama conjunção real ou re tantum.

3 caso: a) Deixo a casa para João


b) Deixo a casa para Maria
Nesse caso, divide-se de forma igual entre as duas pessoas.
Essa forma de escrever se chama conjunção mista ou re et verbis

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Art. 1904 e 1905, fala sobre a forma de escrita da fração exata e igualitário.
Art. 1906, 1907 e 1908 dizem que quando não for possível cumprir o testamento vai para
sucessão legal.
A parte do substituto está no Art. 1947 a Art. 1950.
O direito de acrescer está entre os Arts. 1941 e 1946.

Cláusula de inalienabilidade – O testador pode impor inalienabilidade no testamento, que


compreende impenhorabilidade e incomunicabilidade.
Tem que justificar a justa causa da inalienabilidade, por ser mais ampla que as outras. Se essa
cláusula for injustificável esse restrição pode ser anulada.
Essa cláusula não pode ser colocada na parte legítima, apenas na parte disponível.
Essa cláusula vai valer até a data da morte de quem recebeu. Art. 1911, CC.

O testamento pode ser nulo, anulável ou ineficaz.


- Nulo é quando deixa de cumprir os requisitos essenciais. O prazo para arguir a nulidade está
no Art. 1859, de 5 anos a contar do registro (quando o juiz manda cumprir é quando tem o
registro).
- A anulabilidade está no Art. 1809, que pode acontecer por erro, dolo ou coação. O prazo de
decadência é de 4 anos a contar do conhecimento do vício.
- Ineficaz (ou caducidade).

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