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Petrografia de Arenitos/Werner Truckenbrodt

ELEMENTOS ARQUITETURAIS DE ARENITOS

Os componentes volumétricos ou elementos arquiteturais de arenitos incluem:


1) Grãos de arcabouço (framework grains),
2) Grãos detríticos de matriz (detrital matrix grains),
3) Espaço poroso e
4) Cimento.
Portanto, há componentes primários – são aqueles que existem no tempo de deposição, e
componentes secundários – componentes modificados ou gerados pela diagênese.
O limite granulométrico entre grãos de arcabouço e matriz é colocado a 30µm. Embora este valor seja
algo arbitrário, ele é, em parte, justificado, pois grãos maiores que 30µm são geralmente transportados em
tração enquanto grãos menores se movem como carga de suspensão.

1) Grãos de arcabouço: Partículas detríticas, principalmente de tamanho areia, que se autosustentam no


tempo de deposição.
Os grãos mais abundantes são quartzo, feldspato e fragmentos de rocha. Os fragmentos mais comuns
incluem: a) grupo argiloso (folhelho, ardósia, filito, xisto), b) rochas vulcânicas incluindo vidro e c) grupo
de sílica com quartzo e silex. Menos importante são fragmentos de rochas carbonáticas. - Estes três tipos de
grãos (big three) são a base para a maioria das classificações de arenitos e podem informar sobre o tipo de
rocha mãe, paleoclima e ambiente tectônico. Servem também para fazer previsões relativas a compactação
ou eventos de cimentação.
Além dos tipos principáis de grãos (big three), ocorrem minerais acessórios que incluem
principalmente os minerais pesados, como zircão, turmalina, estaurolita, cianita, etc. Os minerais pesados
são indicadores sensíveis de proveniência, processos de intemperismo, transporte, deposição e diagênese
(Morton 1985).

2) Matriz detrítica: Partículas menores que 30µm mecanicamente transportadas em suspensão.


Os grãos mais importantes são os argilominerais; todavia, quartzo e feldspato são também comuns. As
partículas de matriz normalmente não são depositadas junto com a fração areia. Isto também vale para a
maioria dos finos nos turbiditos depositados a partir de correntes de turbidez.
Um grande problema é reconhecer a origem de materiais finos nos arenitos. Segundo De Ros & De
Cesero (1986) há oito processos ou combinações de processos que geram e introduzem argila intersticial:
1) deposição simultânea (matriz verdadeiramente sindeposicional), 2) fluxo fluidificado, 3) bioturbação, 4)
infiltração mecânica (introdução pós-deposicional), 5) alteração e substituição de grãos, 6) processos
pedogenéticos, 7) deformação de clastos dúcteis (formação de pseudomatriz) e 8) cimentação por
argilominerais.
O termo matriz envolve, portanto, uma grande complexidade genética de processos que devem ser
discriminados para o estabelecimento de adequadas interpretações paleoambientais, paleogeológicas,
paleotectônicas ou petrológicas. Segundo McBride (1985), o termo matriz é usado para material < 30µm,
de origem incerta ou não especificada; matriz detrítica é aplicada para material fino transportado e
pseudomatriz se refere a fragmentos pelíticos esmagados. Segundo muitos pesquisadores, a matriz em
greywackes é, em grande parte, de origem diagenética.
Obs.: Muitos pesquisadores não usam mais o termo greywacke.

3) Espaço poroso: Vazios na rocha ocupados por fluidos que incluem ar, água (soluções aquosas),
hidrocarbonetos e misturas de hidrocarbonetos-água.
Os fluidos podem ser quimicamente inertes, podem precipitar cimento ou reagir com grãos de
arcabouço, matriz ou cimento. A porosidade de areia varia de 55% (porosidade máxima inicial) até quase
zero em arenitos compactados e cimentados. Entretanto mesmo em arenitos densos ou "fechados", existem
ainda aproximadamente 2% de porosidade irredutível.
Os poros podem ser classificados segundo a) sua origem (poros primários, poros secundários), b) seu
tamanho (macroporos, microporos), e c) seu modo de ocorrência (poros intergranulares, poros
intragranulares). Muitos poros intergranulares em arenitos de grande soterramento são secundários.
Entretanto, nem sempre é possível determinar se o poro é de origem primário ou secundária. Os poros
intergranulares , se primários ou secundários, produzem geralmente a melhor permeabilidade ao contrário
de poros intragranulares e microporos. Estes são gerados tipicamente por cimentos de argilominerais e
também pela dissolução incompleta de feldspatos e fragmentos de rocha.
Petrografia de Arenitos/Werner Truckenbrodt

Porosidade total: Todo o vazio na rocha.


Porosidade efetiva: Espaço poroso que confere permeabilidade à rocha.
Microporosidde: porosidade menos desejável, embora tenda a aumentar a saturação de água irredutível
(poros normalmente preenchidos por água capilar).

4) Cimento: Material mineral precipitado quimicamente a partir de fluidos intersticiais.


Cimentos comuns são calcita, calcita ferrosa, quartzo, argilominerais, anidrita, dolomita, dolomita
ferrosa, ankerita, siderita, zeólitas, hematita, feldspato, gipsita e barita. Entretanto, a grande maioria de
cimentos em arenitos inclui a) várias formas de sílica, b) minerais carbonáticos e c) argilominerais
autigênicos. A maioria dos arenitos contém mais do que uma geração de cimento.

Códigos de quantificar os componentes volumétricos e a composição (tipos principais de grãos de


arcabouço) de arenitos:
a) Componentes volumétricos. Exemplo: F60 M0 C10 P30
F = grãos de arcabouço, M = matriz, C = cimento, P = porosidade.
b) Composição referente aos 3 tipos principais de grãos (usados para a classificação). Exemplo: Q 70 F20
R10
Q= quartzo, F= feldspato, R= fragmento de rocha.
Q +F +R = 100%

Referências
DE ROS, L.F. & DE CESERO, P. 1986. Argila em arenitos - bases para a interpretação petrogenética.
Anais XXXIV Congr. Bras. Geol., Goiânia, 4: 1663-1670.
McBRIDE, E.F. 1985. Sandstone diagenesis. AAPG, Short course, 33 p.

PETROGRAFIA E ORIGEM DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ARENITO

Os quatro tipos comuns de arenito são quartzo-arenito, arcóseo, litarenito e greywacke . Embora sejam
típicos de certos ambientes deposicionais, não são restritos a um ambiente específico já que a composição
dos arenitos é controlada principalmente pela proveniência.

Quartzo-arenito
Contém > 95% de grãos de quartzo, geralmente bem selecionados e bem arredondados (arenito
supermaturo). Nos grãos de quartzo, predomina o tipo monocristalino com extinção reta; grãos
policristalinos, que são menos estáveis, são fortemente reduzidos. Os minerais pesados são caracterizados
por assembléias ultraestáveis com rutilo, turmalina, zircão, ilmenita, etc. Os cimentos mais comuns são
quartzo, em forma de sobrecrescimento homoaxial, e calcita exibindo freqüentemente textura
poiquilotópica. Contatos retilíneos abundantes entre o quartzo são geralmente contatos de compromisso
(contatos entre sobrecrescimentos).
Os fatores de enriquecimento de quartzo são: clima úmido, relevo baixo, grande tempo de residência
no sítio de intemperismo, retrabalhamento em ambientes praiais e desérticos, reciclagem e diagênese.
A ambientação tectônica (tectonic setting) inclui principalmente cráton estável e margem continental
passiva.

Arcóseo (arenito feldspático, feldspar sandstone)


Contém > 25% de grãos de feldspato, bastante quartzo e geralmente alguns fragmentos de líticos.
Além disso, ocorrem muitas vezes micas detríticas e pouca matriz. O feldspato é predominantemente
potássico (microclíneo, ortoclásio) e parte dele pode ser alterada (caulinita, sericita). São comuns quartzo
policristalino e fragmentos de quartzo/feldspato. A cor de arcóseo é geralmente rósea a avermelhada
(causas: cor própria do feldspato, presença de hematita), embora outras cores também possam aparecer.
A textura de arcóseos apresenta seleção pobre a boa, grãos angulosos a subarredondados dependendo
do grau de transporte. Os cimentos mais comuns são calcita, quartzo e argilominerais (p.e. caulinita).
Origem: Estes arenitos são oriundos de rochas ricas em feldspatos (granitos, gnaisses). Além da
geologia da área-fonte, clima e relevo são fatores importantes. Climas semi-áridos (quente, frio) favorecem
a formação de arcóseos embora detrito arcoseano possa ser produzido também sob condições climáticas
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úmidas (relevo acentuado da área-fonte). Muitos arcóseos são depositados em ambientes fluviais e leques
aluviais.

Litarenito (rock-fragment sandstone)


Contêm mais fragmentos líticos do que grãos de feldspato; geralmente têm composição bastante
variável. Os fragmentos de rocha são muitas vezes pelitos, ardósias, filitos e vulcanitos. Os demais
componentes incluem micas, bastante quartzo e pouca matriz primária. Entre os cimentos encontram-se
calcita, quartzo e, sobretudo, argilominerais.
Origem: A composição imatura implica em taxas altas de produção de sedimentos a partir de fontes
supracrustais e distâncias curtas de transporte. Muitos arenitos fluviais e deltaicos são litarenitos que são
depósitos comuns na molassa alpina = bacia de ante-pais (foreland basin). Molassa = formação sedimentar
pós-orogênica depositada em etapa subsequente à fase diastrófica principal.

Greywacke (arenito argiloso, argillaceous sandstone)


A feição característica das greywackes é a matriz abundante constituída, geralmente, de clorita,
sericita, quartzo e feldspato intercrescidos. Os grãos do arcabouço, o quartzo domina sobre fragmentos
líticos e feldspato. Os fragmentos líticos são variáveis, mas em muitos casos predominam rochas
sedimentares e metasedimentares de granulação fina. Fragmentos de rochas ígneas (extrusivas ácidas e
andesíticas) são comuns em algumas greywackes. O feldspato é principalmente plagioclásio sódico. A cor
das greywackes vaia de cinza até preta (confusões possíveis com rochas vulcânicas).
O problema principal das greywackes é a origem da matriz (greywacke problem). Existem duas
possibilidades: a) a matriz é deposicional = deposição junto com os grãos do arcabouço e b) a matriz é
diagenética = principalmente alteração diagenética dos fragmentos líticos instáveis. Evidências contra a)
Turbiditos modernos não contêm muita matriz já que durante o transporte e a sedimentação por correntes
de turbidez material fino e areia são separados. Evidências em favor de b) Presença local de calcita
eogenética que evita o desenvolvimento de matriz; podem ser observados vários estágios de preservação de
fragmentos líticos até grãos que se confundem com a matriz. Há um consenso que grande parte da matriz
de greywackes é diagenética, mas alguma matriz pode ser detrítica.
A composição química das greywackes é relativamente uniforme. Comparada com os arcóseos, as
greywackes têm teores mais altos de Al 2O3 , Fe total, MgO e Na2O. Os valores altos de MgO e FeO
refletem a matriz clorítica e Na 2O elevado é devido à presença de plagioclásio albítico. A albitização de
plagioclásios intermediários e de feldspato potássico é um processo comum nas greywackes.
Origem: Muitas greywackes foram depositadas por correntes de turbidez em bacias do tipo backarc e
forearc, em associação com rochas vulcânicas. As greywackes podem apresentar todas as feições típicas de
turbiditos (seqüência de Bouma) . Muitas greywackes são sinorogênicas e associadas com seqüências de
flysch.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE QUARTZO-ARENITO, ARCÓSEO E GREYWACKE

Quartzo-arenito Arcóseo Greywacke


SiO2 95,4 77,1 66,7
Al2O3 1,1 8,7 13,5
Fe2O3 0,4 1,5 1,6
FeO 0,2 0,7 3,5
MgO 0,1 0,5 2,1
CaO 1,6 2,7 2,5
Na2O 0,1 1,5 2,9
K2O 0,2 2,8 2,0
TiO2 0,2 0,3 0,6
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EXEMPLO DE DESCRIÇÃO DE UMA LÂMINA DELGADA (QUARTZO-ARENITO)

O arenito Kyrock, de granulação fina a média (0,4 a 0,7 phi), é moderadamente selecionado,
com grãos subangulosos a subarredondados. Representa um quartzo-arenito poroso (Q95 L5) que
contém dispersos grânulos e seixos arredondados e bem arredondados principalmente de quartzo.
Agregados tanto de caulinita (4%) como de ilita (7%) estão presentes na matriz. Parte do material
identificado como ilita pode provir de fragmentos de rocha intensamente alterada.
O quartzo é subanguloso a subarredondado e consiste em aproximadamente 7% de quartzo
policristalino e 77% de quartzo monocristalino. Os fragmentos de rocha (fração areia),
principalmente argilosos, são geralmente subarredondados e deformados, e são comumente
manchados por goethita e hematita; parte deles contém quartzo de tamanho silte. A distinção entre
os fragmentos de rocha intensamente alterados e a matriz detrítica é difícil. O tingimento e a
análise de raios X em uma amostra indicam que qualquer tipo de feldspato é raro. Somente alguns
grãos de muscovita estão presentes. A argila intersticial inclui agregados fracamente translúcidas
de caulinita que atingem tamanho de 18 a 40 e aparecem preenchendo o espaço poroso. Não
foram observados pseudomorfos de caulinita a partir de feldspato. Os agregados consistem,
tipicamente, em cristais em mosaico de aproximadamente 8 a 10 de diâmetro. Também está
presente algum material argiloso bastante alterado que talvez represente matriz deposicional. Este
material acastanhado e fracamente translúcido ocorre entre grãos como massa irregular; é
freqüentemente manchado por ferro, e comumente contém cristais provavelmente de hematita ou
“limonita” de 2 a 3 . Os principais minerais pesados tranparentes são zircão e turmalina.
Os minerais argilosos do arenito Kirock são principalmente caulinita, ilita e alguma clorita. A
caulinita é bem melhor cristalizada e mais abundante no arenito do que nos folhelhos.
Os grânulos de Kyrock foram estudados em seções delgadas; foram montadas 4 a 6 grânulos
com diâmetro de 2 a 4mm por lâmina delgada. A classificação dos grânulos reconheceu cinco
variedades de quartzo, além de arenito, siltito e silex. Três tipos de quartzo policristalino foram
identificados: a) grãos policristalinos com unidades de tamanho bimodal; b) grãos policristalinos
com unidades alongadas, geralmente com contatos fortemente saturados; e c) grãos policristalinos
constituídos de um mosaico de unidades anedrais bem selecionadas, de uma única classe modal. O
quartzo monocristalino está presente em dois tipos: a) grânulos com extinção uniforme e b)
grânulos com um padrão de pseudo-fraturas.
Os grânulos de arenito geralmente são pobremente selecionados, subangulosos a angulosos,
de granulometria média, fortemente empacotados e contêm alguma matriz argilosa. Estes grânulos
tem porosidade mínima. Os grânulos de siltito são similares aos de arenito, com exceção de uma
pequena parte que apresenta uma fábrica totalmente metamórfica de grãos anedrais,
recristalizados.
Entre os grânulos, os de quartzo são predominantes e suas variedades policristalinas são duas
vezes mais abundantes que as monocristalinas. Grânulos de arenito e siltito formam apenas 9% do
total. Como traços ocorrem grânulos de silex.

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