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Pensamento e
discurso:
a linguagem
História e Filosofia
Meta da aula
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
Pré-requisito
Para que você encontre maior facilidade na compreensão desta aula, é importante
ter em mãos um bom dicionário da língua portuguesa. Um dicionário é um excelente
instrumento para que você compreenda o significado de expressões e termos novos
que surgirão ao longo da aula.
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Aula 2 – Pensamento e discurso: a linguagem
INTRODUÇÃO
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1. Atende ao objetivo 1
Há algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas
falsas opiniões como verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei em princípios
tão mal assegurados que não podia ser senão duvidoso e incerto, de modo que me
era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as
opiniões a que até então dera crédito e começar tudo novamente desde os fundamentos
(DESCARTES, 1988).
Não se deve agir e falar como os que estão dormindo (HERÁCLITO, fr. 73).
1. Por que podemos dizer que o senso comum é um terreno fértil para o desenvolvimento
de preconceitos e falsas crenças?
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3. Por que podemos, como Heráclito, dizer que as pessoas que vivem segundo o senso
comum agem e falam como os que estão dormindo?
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Respostas comentadas
A filosofia busca o pensamento crítico e recusa a doxa. Como o senso comum padece da
falta de fundamentação crítica, é presa fácil do dogmatismo, pois é adquirido sem uma base
crítica. No senso comum, os modos da consciência se encontram pouco desenvolvidos, de tal
modo que suas noções se caracterizam por uma aglutinação acrítica de juízos e crenças, que,
por falta da crítica, são considerados verdadeiros e absolutos, quando, de fato, são parciais.
Por isso, podemos dizer que as pessoas que vivem no senso comum não são conscientes,
estão dormindo, como disse Heráclito.
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tons das coisas são suas cores ou seus sons? Neste ponto, ainda
podemos remeter ao nosso universo sensível, pois sons e cores são
percepções apreensíveis através dos sentidos. Pois é, começamos a
pensar sempre do início, como se a cada dia voltássemos à infância,
porque naquilo que concerne ao pensamento e ao saber, estamos
sempre e novamente de fraldas diante do mundo...
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Categorias aristotélicas
Categorias do pensamento segundo Aristóteles:
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2. Atende ao objetivo 2
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Resposta comentada
Nas palavras de Agostinho, vemos, em um exemplo ilustrativo, o percurso de um filósofo que
nos conta que foi por meio do conhecimento sensível que ele compreendeu o processo de
constituição da linguagem e da fala. Ele começa por observar o comportamento dos seres
humanos e por imaginar quais seriam os elementos essenciais da sua comunicação, o que
se poderia depreender daquilo que se podia ver. Nos gestos e expressões, ele encontra os
elementos fundamentais constituintes das idéias, do pensamento e das palavras, descrevendo
depois, com o próprio exemplo, o processo de designação, de nomeação, de ideação, de
formação de signos em substituição aos objetos perceptíveis, de combinação dos signos e
da formação de significados, expressos através de conceitos complexos, as frases.
A linguagem
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Sociedade dos poetas mortos (1989). Apesar de seu enredo ser bastante
previsível, o filme aborda um problema fundamental da nossa sociedade, marcada
por um utilitarismo que busca fins e objetos “úteis” como o ganho econômico, os
bens de consumo e o status. O problema é: como podemos salvaguardar algum
espaço e tempo para bens que não “inúteis” economicamente, como a poesia, a arte, a
filosofia, mas que são os bens que dão expressão ao que há de melhor no ser humano?
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Os gregos cunharam O Evangelho de João, livro aceito pela maioria dos cristãos
esta palavra, Bíblia como um texto canônico da sua Bíblia, tem início com o seguinte
para se referirem parágrafo:
àquilo que chamamos
de “livro”. Este nome,
No princípio, era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o
bíblia, é derivado do
nome de uma cidade Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio
fenícia, Biblos, que dele e sem ele nada se fez de tudo que foi feito. Nele
na antigüidade era
estava a vida e a vida era a luz dos homens.
famosa pela produção
e exportação de livros
para o mundo todo. Chamamos a atenção para o fato de que este livro foi escrito
originalmente em língua grega e que “verbo” é a tradução latina
para logos, linguagem ou discurso.
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3. Atende ao objetivo 2
Resposta comentada
As categorias aristotélicas utilizadas são substância, qualidade, quantidade, lugar, tempo,
situação, relação, ação. O trecho descreve a árvore com suas características intrínsecas,
formais, sensíveis e a insere em um contexto físico, um local e um tempo determinado, o de
floração, e refere-se ao seu perfume quando sopra a aragem, compara as flores com outro
objeto, aspecto este que não é intrínseco à árvore, mas pertence à imaginação do sujeito
que fala. Se analisarmos as suas características segundo as categorias kantianas, poderemos
distinguir, no que concerne à acácia, todas as quatro. É uma entre muitas e a totalidade
é a floresta. A acácia existe, mas tem limitações de lugar onde crescer. Alguns elementos
descritos não são perenes, ocorrem só em um tempo limitado. A sua substância são seus
elementos formais e aspectos sensíveis, alguns mutáveis, causados por determinadas condições
ambientais, que, vez ou outra, agem sobre a árvore. Sua existência é possível e é casual,
contingente, e assim por diante.
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Foto: P. Horvat
Figura 2.2.a: Escultura de Picasso, Touro, 1944. Figura 2.2.b: Escultura de touro em Estocolmo.
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Resposta comentada
A principal característica desses dois grupos de representações é a simplicidade em resolver o
problema de expressar uma idéia complexa. Os violinos e os touros não são violinos e touros, são
representações e existem como tais somente na nossa imaginação, como signos de remetimento
a objetos que conhecemos, sobre os quais nosso pensamento opera pela semelhança. Existem
também como figuras indiciárias, como ícones e como símbolos. Além do remetimento a uma
figura do mundo concreto, da apresentação figurativa de coisas que, de fato, não existem
com esta aparência na natureza; as representações trazem em seu bojo a carga emotiva com
que o artista reveste estes signos, não só no seu âmbito individual, como no que tange à sua
inserção no mundo. O modo de apresentação das imagens tem, em cada uma, um significado
específico, que faz com que só possam ser representadas assim. Mude-se um traço, um elemento
da composição, e o significado se transforma. Man Ray e Picasso apresentam, com humor,
as suas figuras, delineando suas formas esquematicamente, aproveitando-se de outros objetos
reais, que deixam de ser eles mesmos para adotar um novo sentido e significado. A mulher que
se torna o violino, o assento e guidão de bicicleta que se tornam o touro. As quatro figuras são
objetos conceituais colocados subitamente num lugar a que não pertencem, são deslocados: a
mulher que se sobrepõe ao violino, ou vice-versa, confundindo-se com ele em um momento de
lirismo; o violino que se dilui como suas notas; os dois touros, seres da natureza, feitos de restos
da cultura industrial, um nos olhando bobamente e sem destino e o outro refugando, reagindo
eternamente sem sucesso, senão para o entendimento do espectador.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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