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Construtivismo
Sendo assim, a questão de gênero aparece como um dos assuntos que têm
despertado o interesse social, logo é interessante tratá-lo sobre a vertente
Construtivista. Partindo da premissa que os Estados sofrem a influência social e
cultural na tomada de decisões e medidas, o aumento de mulheres na diplomacia
pode ser tido como um efeito dessa influência sobre o governo brasileiro. Por fim, o
crescente desenvolvimento de projetos que visam à diminuição da desigualdade de
gênero, como a campanha “#maismulheresdiplomatas” do Ministério das Relações
Exteriores, reforçam a concepção construtivista de que o Estado parte da cultura e
idéias sociais nas suas ações.
Marxismo
Com o capitalismo, a “nova” definição de poder político e público faz com que o
Estado moderno, os quais são em sua maior parte capitalistas, sobreponha-se aos
interesses das classes, favorecendo as classes que comandam o capital e deixando
à margem de suas decisões a base do capitalismo, ou seja, o povo.
Ainda que hajam investimentos internacionais por parte de OIs, ONGs e até
mesmo campanhas domésticas para o apoio ao direito das mulheres e seu
crescimento dentro do mercado de trabalho, o capitalismo não é capaz de quebrar
de fato a estrutura da desigualdade de gênero por necessidade da competição e
hierarquia das relações sociais. “O Capitalismo via uma postura blasé, de
indiferença (...) de contradições, explorações de classe, (...) sem nomear poderes e
privilégios de classe ou de raça.” (GARCIA CASTRO, pp. 101)
Individualismo Metodológico
O Individualismo Metodológico é uma vertente da teoria liberal, a qual consiste
que os interesses da sociedade são conquistados unicamente por conta dos
interesses individuais. “Individuals turn to the state to achieve goals that private
behavior is unable to achieve efficiently” (MORAVCSKI, pp.518). É o interesse
próprio é o fim de toda ação humana. “A comunidade era uma abstração, já que ela
é tão-somente a soma de indivíduos.” (ÁVILA; LOPES, pp. 6)
Ao abordar a desigualdade de gênero, o Individualismo Metodológico é utilizado a
partir da análise econômica dentro da família e de cada indivíduo participante desta.
O “chefe da casa” é geralmente visto como um indivíduo homem que sustenta a
casa e toma todas as decisões econômicas. Ao homem compete a característica de
prover, ser altruísta e “zela pelo bem-estar da família” (BECKER, 1981). Já a mulher
da família, a “dona de casa”, terá como características a inclinação ao trabalho
doméstico, a sensibilidade física e psicológica que a põe submissa do homem e a
competência de repassar aos filhos as posturas sociais sobre o mundo, “as
desigualdades na distribuição do trabalho doméstico e as assimetrias na divisão do
trabalho são explicadas como consequência das escolhas que maximizam a
utilidade individual.” (BENERIA, 1995). Entretanto, é perceptível a esteriotipação do
gênero quando a estrutura tradicional da família é analisada individualmente.
Logo, pode-se concluir que a baixa inclusão das mulheres em profissões que
exijam racionalidade e força psicológica, como a profissão de diplomata, por
exemplo, é causada por conta da influência do esteriótipo de cada indivíduo. “(...) as
mulheres estarão sempre em posição de desvantagem, seja dentro de suas casas
ou no mercado de trabalho.” (TEIXEIRA, 2017, pp. 90)
Referências Bibliográficas