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Resumo
Cada vez mais, a área hospitalar toma espaço em diversas áreas de estudos. Isso permite
uma gestão mais eficiente, principalmente sob a ótica da competitividade derivada da
excelência organizacional no desempenho de atividades, sendo um desafio frente à
singularidade dos serviços prestados e à diversificação dos materiais e medicamentos
envolvidos. A logística, no processo de aquisição de materiais, tem se tornado função
essencial para o fornecimento de serviços hospitalares. Um erro de gerenciamento nas
compras farmacêuticas pode causar sérios transtornos na promoção da saúde dos clientes
internos dessas organizações. Nesse contexto, o objetivo geral deste estudo foi apresentar o
processo de compras no ambiente hospitalar, com a utilização do software ERP Tasy,
demonstrando suas funcionalidades. Para tanto, fez-se pesquisa bibliográfica amparada por
uma abordagem teórica de caráter exploratório, buscando estimular o pensamento livre por
meio da observação e vivência profissional. Concluiu-se que é necessário que os hospitais se
adéquem às constantes transformações, revendo seus processos e modernizando seus
modelos de gestão, para que consigam alcançar resultados positivos que garantam maior
qualidade e continuidade na prestação dos serviços ao mercado.
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de uma maior organização das informações, aliada à constante busca por
uma vantagem competitiva e sustentável no mercado, fez com que as transformações
ocorridas no cenário das organizações em geral se tornassem um desafio no sentido de possuir
uma gestão adequada de produtos e serviços que possibilite competir e aproveitar as
oportunidades do mercado.
O desempenho competitivo mencionado, de acordo com Pettigrew e Whipp (1993),
depende não apenas de características atribuídas a empresas, como economia ou tecnologia,
mas também de uma série de fatores e habilidades combinados, tais como os padrões internos
e culturais da sociedade presentes nas organizações e no ambiente em que atuam. Assim, a
competição organizacional não é somente econômica: é também técnica e organizacional.
Para exemplificar, podem-se citar os hospitais que, nos últimos anos, vêm sentindo
necessidade de modernização para se adequar a essa nova realidade referida por Pettigrew e
Whipp (1993). No caso, a complexidade de sua organização reúne – simultaneamente – vários
serviços e situações, pois hospital abrange hotelaria, lavanderia, serviços médicos, limpeza,
vigilância, restaurante, recursos humanos e relacionamento com o paciente e consumidor.
Nesse contexto, defende-se que o uso de softwares, além de ser auxiliar no conhecimento,
possa possibilitar melhor produtividade e abrangência para as diversas áreas.
Na direção apontada, destaca-se que a sociedade se tornou rápida e otimizada, sendo que
a ponte entre a informação e a qualidade na prestação dos serviços passou a ser um
diferencial, bem como uma necessidade buscada e aprimorada, com o tempo, pelas empresas.
Assim, entre as melhorias trazidas pelos softwares às organizações, estão a agilidade, a
organização e a segurança dos dados. Em se tratando da área da saúde, são benefícios
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Pós-graduando em Engenharia de Suprimentos. Pós-Graduação SOCIESC. E-mail:
germano.demathe@gmail.com
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Administrador, Engenheiro e Professor nos cursos de Graduação e Pós-Graduação da SOCIESC. E-mail:
carlos.afsouza@hotmail.com
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importantes, devido ao fato de essa área trabalhar diretamente com pessoas que, muitas vezes,
se encontram em situações delicadas. O sistema fornece informações uniformes e precisas
auxiliando no rápido atendimento.
A utilização de softwares, como o Enterprise Resource Planning (ERP) Tasy, na área
hospitalar assegura o abastecimento e o uso de mecanismos que garantem a eficácia e a
rapidez no processo de informações. Além disso, se torna um diferencial, pois assegura que o
processo de compras e estoques se torne mais eficiente, assim garantindo o fluxo de
informações de produtos ou insumos para a organização.
Tendo em vista que a qualidade dos atendimentos prestados está ligada a sistemas de
informatização bem estruturados e implantados adequadamente, o aperfeiçoamento dos
sistemas operacionais é o reflexo de uma gestão organizacional eficiente que busca evitar o
retrabalho e o desperdício de recursos da empresa. (CUNHA e SILVA, 2005).
Conforme descreve Moura (1999), por meio do uso do software de organizações de
saúde, o profissional pode proporcionar um melhor atendimento, o que diminui erros
operacionais e ocasiona menores custos por erros que podem trazer desperdício de matérias e
recursos. Em síntese, o software traz ganho para a organização, sendo possível perceber que,
por meio do sistema, as informações obtidas têm maior nível de confiabilidade tanto para a
equipe operacional quanto para a clínica.
A partir do contexto exposto, realizou-se a pesquisa ora apresentada, a qual se
caracterizou como pesquisa bibliográfica amparada por uma abordagem teórica de caráter
exploratório, buscando estimular o pensamento livre, por meio da observação e vivência
profissional.
Apresenta-se a pesquisa neste artigo, o qual se encontra estruturado em 4 seções,
incluindo a Introdução e as Considerações Finais. Na seção 2, apresentam-se os objetivos e,
na 3, faz-se uma abordagem sobre a gestão da cadeia de suprimentos hospitalares, a qual
abrange conceitos dos sistemas ERP, processos de compras hospitalares, o software Tasy no
Processo de Compras, visando, atingir os objetivos geral e específicos apresentados a seguir.
2 OBJETIVOS
a) Classe A: abriga o grupo de itens mais importantes, que devem receber uma atenção
especial da administração, correspondendo a um pequeno número de medicamentos,
cerca de 20% dos itens físicos em estoque os quais representam cerca de 80% do valor
total de compra. Esses itens devem receber do administrador um controle mais
rigoroso e são, individualmente, responsáveis pelo maior faturamento organizacional.
b) Classe B: representa um grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e
C. Seu controle pode ser menos rigoroso. Representam um valor intermediário no
faturamento das empresas.
c) Classe C: engloba itens menos importantes os quais justificam pouca atenção da
administração. Agrupa cerca de 70% dos itens, cuja importância em valor é pequena,
representando cerca de 20% do valor do estoque. Nesse grupo, não é necessário
considerar cada item individualmente, pois são produtos de pouca importância no
faturamento das instituições.
Cabe ressaltar que o estabelecimento da divisão em três classes (A, B e C) é uma questão
de conveniência. É possível estabelecer tantas classes quanto necessárias para os controles
que se deseja alcançar.
Por meio do ressuprimento de estoques, são eliminadas as requisições de reposição de
estoques e as solicitações de compra de itens de estoque. Igualmente é obtida uma
significativa diminuição dos estoques em detrimento dos cálculos baseados na real
necessidade da instituição. É o intervalo de dias entre uma entrega e outra ou entre um pedido
e outro. Estabeleceu-se como critério, para este estudo, especificamente para apresentar as
funcionalidades do software ERP Tasy no módulo de compras, quarto objetivo específico, a
curva ABC, com os seguintes intervalos: 7 dias para os itens da classe “A”; 15 dias, para os
itens “B”; e 30 dias, para os itens “C”.
Após a classificação dos produtos e adotados os critérios operacionais, é importante a
utilização de indicadores para o acompanhamento dos resultados.
No ambiente hospitalar, a farmácia comporta-se como uma unidade de negócios, diante
do contato com os fabricantes, laboratórios, distribuidores e representantes. Gerir a cadeia de
suprimentos hospitalares de medicamentos e materiais é encontrar uma grande variedade de
insumos e produtos que, em média, chegam a cinco mil itens diferentes que se encontram à
disposição com o compromisso de não permitir a ocorrência de stockout, ou seja, do fracasso
organizacional (PORTELA, 2001).
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Ribeiro (2005) descreve a logística hospitalar como um dos maiores desafios da
administração no âmbito da saúde, principalmente, se avaliar o tamanho da sua importância
em atender às necessidades de uma organização hospitalar, seja em processos de higiene e
limpeza, manutenção, lavanderia, serviços de apoio ou auxiliares de diagnósticos, dos centros
de hemodiálise, centro cirúrgico, banco de sangue, especialidades médicas etc.
É comum, em um hospital, o uso contínuo de uma infinidade de materiais de uso técnico
específico. Caso o responsável por essa atividade não possua um amplo conhecimento sobre o
manuseio e gerenciamento desses itens, podem ser criados problemas não só para quem
trabalha diretamente com os materiais, como para quem se utiliza dos serviços prestados
(FRANCHETTI, 2002).
O ambiente hospitalar, segundo Farouk et al. (2011), é um sistema complexo, com grande
fluxo físico (medicamentos, materiais, pacientes e documentos), grande fluxo de informações
(prescrição médica, prontuários de pacientes e registros médicos) e grande fluxo financeiro
(contas de pacientes, transações financeiras de recebimento e pagamento). Ainda em relação a
essa complexidade, Wolf (2002) destaca que a atual cadeia de abastecimento da saúde é um
sistema complexo com múltiplas camadas de organizações e processos com vários
intermediários entre o fabricante e o consumidor final (paciente).
As organizações hospitalares têm buscado seus processos de gestão, aumentando a
competitividade, por meio da eficiência e redução de custos, metas cada vez mais buscadas
pelos administradores hospitalares. Vale ressaltar que a redução de custos deve ser feita sem
que a qualidade dos serviços prestados seja perdida (CHERUBIN; SANTOS, 2002).
As vantagens de se usar esse tipo de sistema são ilimitadas: possui cunho estratégico,
apresenta flexibilidade e gera informação mais rapidamente, ocasionando vantagem sobre o
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concorrente, assim permitindo um controle de custos.
Para Turban; Ranier; Potter (2005), os benefícios da integração dos sistemas podem ser
tangíveis e intangíveis. Os benefícios tangíveis abrangem redução de estoques, redução de
pessoal, aumento da produtividade, melhor gerenciamento de pedidos, redução de custos de
Tecnologia de Informação (TI), aumento da receita, entre outros. Quanto aos intangíveis,
abarcam: visibilidade das informações, processos novos e aprimorados, melhor reação do
consumidor, padronização, flexibilidade, globalização e desempenho do negócio.
Uma vantagem operacional dos sistemas ERP consiste em diminuir o retrabalho e o
número de fornecedores, o que implica na redução do número de papéis e na melhora da
consulta ao banco de dados (COLANGELO FILHO, 2001). Esse autor também menciona o
amparo tecnológico, representado pela atualização do sistema dos equipamentos e
globalização das informações. Explica, por outro lado, que o custo de implantação é alto e que
sua implantação é em longo prazo, ocasionando baixa produtividade. Os sistemas ERP
abarcam “as diferentes maneiras pelas quais cada empresa conduz seu negócio, seja
disponibilizando informações ou incluindo ferramentas personalizadas que viabilizam atingir
aquilo que era apenas uma aspiração e obter uma sintonização do que já é compatível”
(STAIR; REYNOLDS, 2002, p. 265).
Entre os benefícios proporcionados aos clientes do Philips Tasy, podem ser citados:
a) Integração, controle e otimização dos processos.
b) Segurança, rastreabilidade e integração das informações.
c) Garantia de confiabilidade do sistema, pela consistência das regras de negócio.
d) Facilidade de gestão com o uso de um sistema de informação gerencial (EIS)
e) Melhoria de resultados, em suprimentos, faturamento, finanças e controladoria.
f) Integrado a vários produtos do portfólio de soluções Philips.
g) Diferenciação da empresa no seu mercado de atuação, em virtude dos benefícios
proporcionados pela tecnologia.
VANTAGENS DESVANTAGENS
ERP Possibilita integração de informações Custo elevado de implantação
Padronização de processos podendo haver Controle excessivo pode causar
aumento da eficiência desmotivação e resistência
Agrupamento de banco de dados Pode ocasionar investimento em Tecnologia.
Customização para processos Pode acarretar custos elevados
Integração com diversas plataformas, Palm, Investimento em Tecnologia, e capital
Mobile etc. humano.
Visão em longo prazo Deve haver estruturação e saúde financeira
Parametrização Custos de hora extras e treinamento
Cultura organizacional Resistencia a mudanças
Fonte: do Autor
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Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
As aprovações das solicitações de compra são realizadas pelos gestores de cada área da
instituição hospitalar. O setor de compras também é acionado para antecipação de entregas,
quando necessário para permitir o abastecimento normal das áreas consumidoras, ou para o
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cancelamento de itens a receber (sempre que a análise de estoque versus consumo identificar
materiais com excesso de consumo e materiais sem consumo).
Conforme regra de aprovação parametrizada no sistema, quando a solicitação for
liberada, automaticamente ficará com status de “P” (Pendente), aguardando aprovação do
usuário responsável, conforme se pode observar na Figura 3.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor
Fonte: do autor
Fonte: do autor.
Uma vez emitidas as Ordens de Compra, é necessário que o setor de compras analise,
diariamente, as Ordens com entregas pendentes e tome providências junto aos fornecedores.
O objetivo é conseguir que a entrega seja feita ou cancelar o pedido e encaminhá-lo para outro
fornecedor, pedindo ao solicitante que informe a existência de alguma dificuldade para
cumprir o fornecimento.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BARBIERI, J.C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Saraiva
2006. 326 p.
BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística Hospitalar: Teoria e Prática. 2. Ed. São Paulo:
Saraiva 2009.
DIAS, M.A.P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. Ed. São Paulo:
Atlas, 1993. P. 399
LONGENECKER, J.; MOORE, C.; PETTY, J.W. Administração de pequenas empresas. São
Paulo: Makron Books, 1997.
Increasingly, the hospital area takes up space in several areas of study. This allows a more
efficient management, mainly from the point of view of the competitiveness derived from the
organizational excellence in the performance of activities, being a challenge to the singularity
of the services provided and the diversification of the materials and medicines involved.
Logistics, in the process of acquiring materials, has become an essential function for the
provision of hospital services. A management error in pharmaceutical purchases can cause
serious inconveniences in promoting the health of the internal customers of these
organizations. In this context, the overall objective of this study was to present the purchasing
process in the hospital environment, using the Tasy ERP software, demonstrating its
functionalities. For this, a bibliographic research was carried out supported by a theoretical
approach of exploratory character, seeking to stimulate the free thought through the
observation and professional experience. It was concluded that it is necessary for hospitals to
adhere to the constant transformations, reviewing their processes and modernizing their
management models, so that they can achieve positive results that guarantee greater quality
and continuity in the provision of services to the market.