Macroeconomia

Intermédia
Exercícios 1

Ano Letivo 2018/2019

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Este caderno de exercícios contém indicações/sugestões de solução no final.
Macroeconomia Intermédia – 2018 / 2019 Exercícios

Capítulo 10 - Alguns factos sobre o desemprego

1. Considere a seguinte figura que ilustra um determinado mercado de trabalho.

W/P MRS
A

B MPL

L L´´ L´ L
a) Explique por que é que a curva da produtividade marginal do trabalho (MPL) é decrescente.
Assuma que as empresas tomam o salário e o nível de preços como dados. Mostre que a curva
MPL é coincidente com a curva da procura de trabalho. Qual será a procura de trabalho se o
salário em vigor for w?

b) Assuma que os trabalhadores tomam o salário e o nível de preços como dados. Explique por
que é que a curva da taxa marginal de substituição do trabalho (MRS) é crescente e mostre que
é idêntica à curva da oferta de trabalho. Admitindo que o salário real é estabelecido ao nível w,
indique a oferta de trabalho correspondente.

c) Continue a assumir que as empresas tomam o salário nominal como um dado, mas agora
assuma que a maximização dos lucros conduz a que o nível de preços seja fixado acima do custo
marginal, através da imposição de um factor mark-up m: P = m(W/MPL), com m>1 (concorrência
imperfeita). Mostre que, para que esteja em conformidade com o comportamento de
maximização do lucro pelas empresas, a combinação de salário real e emprego deve ser tal que
se verifique a condição W/P = MPL/m. Trace a curva da procura de trabalho correspondente a
esta situação de concorrência imperfeita de modo que a procura de trabalho para o salário w
seja L.

d) Que valores poderá assumir o nível de emprego quando existe desemprego involuntário?

e) Porque é que a situação em que existe desemprego involuntário e as empresas maximizam o

lucro envolve um custo social? Indique na figura a dimensão desse custo nas situações em que
o nível de emprego é L e L’’. Onde é maior?

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2. Assuma que, devido à normal rotação de empregos, todos os meses 2% dos trabalhadores
perdem os seus empregos, porque se despedem ou são despedidos. Assuma ainda que as
tradicionais fricções do mercado de trabalho são a única razão por que os trabalhadores que se
separam dos seus empregos não encontram imediatamente outro emprego. Deste modo, todo
o desemprego é friccional e estas fricções são tais que todos os trabalhadores que entram no
desemprego num mês iniciam o seu novo emprego no primeiro dia do mês seguinte. Calcule a
taxa de desemprego friccional nestas circunstâncias. Repita os cálculos admitindo os seguintes
valores alternativos para a percentagem dos trabalhadores separados dos seus empregos em
cada mês (s) e a percentagem dos desempregados num mês que encontram emprego no mês
seguinte (f): 1%, 2.9% e 90%, 80%, 50%, respectivamente. Explique, com base nos seus cálculos,
por que razão se acredita que nem todo o desemprego estrutural é do tipo friccional.

3. Apresente as principais ideias discutidas no seguinte artigo, em particular a respeito do

desemprego estrutural em Portugal, e à luz do que aprendeu no cap. 10:

Costa, C. S. (2014). “O desafio da absorção do desemprego estrutural em Portugal”. Conferência

da ACEGE: Uma reflexão Cristã sobre o Trabalho e o Emprego em Portugal, 25 de janeiro de
2014. Disponível em: https://www.bportugal.pt/pt-PT/.../Lists/.../intervpub20140125.pdf

Também pode consultar “Labour Market Reform in Portugal 2011-15: a preliminar

assessment”, OCDE, a que pode aceder em: http://www.keepeek.com/Digital-Asset-
Management/oecd/employment/labour-market-reforms-in-portugal-2011-
15_9789264269576-en#page88

Capítulo 11 - Salários de eficiência e desemprego

1. Considere as hipóteses e notações admitidas na secção 2 do capítulo 11 e uma empresa
~ , emprega L
~) L ] , que paga um salário real w
representativa com uma função de receita zR[a( w
trabalhadores e com a seguinte função de eficiência:

෥ ିఔ ఎ
௪
ܽ=ቀ ቁ , 0<η<1
ఔ
~ ≥ v, caso contrário a = 0.
se w

a) Escreva as condições de primeira ordem do problema de maximização do lucro em relação a

~ e L. Neste contexto, deduza a condição de Solow e a expressão para o salário óptimo, em
w
função de v e η.

b) Assuma que o rendimento alternativo é dado por v = (1 - u) w + ucw, 0 < c < 1, em que u é a
taxa de desemprego, c é o rácio de reposição e w é o nível geral de salário real. Utilize esta
expressão para escrever a expressão do salário óptimo em função de η, u, w e c. Depois use a
“condição de equilíbrio”, que o nível geral de salário que entra na expressão de v tem que igualar
o salário fixado pela empresa representativa, para deduzir a taxa de desemprego de equilíbrio,
u*. Como é que os parâmetros η e c afectam u*?
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c) Calcule a taxa de desemprego de equilíbrio u* para os seguintes valores de c e η:

c\η 0.01 0.02

0.8
0.5
0.2
0
Comente os seus resultados a respeito da seguinte afirmação: “Mesmo para valores
realisticamente baixos de η e para valores plausíveis do rácio de reposição, c, o modelo de
salários eficientes consegue explicar uma parte substancial da taxa de desemprego natural que
existe no mundo real”.

2. Admita que o rendimento alternativo é dado pela expressão v = (1 - u) w + ub, e o salário

ótimo da empresa por wi = v / (1 – η).

a) Deduza a expressão da curva do salário.

b) Represente-a graficamente e explique por que é decrescente.

c) Represente nesse gráfico um aumento de b e um aumento de η e interprete as respectivas

consequências.

d) Deduza a elasticidade do salário real, w, relativamente à taxa de desemprego, u. De acordo

com as estimativas esta elasticidade assume valores à volta de -0.1. Se admitirmos que a taxa
de desemprego assume valores no intervalo entre 5% e 10%, em que intervalo de valores pode
a elasticidade da produtividade em relação ao salário real, η, variar?

Y wi 
3. Considere a expressão do lucro real da empresa i, ∏ i = pi
−σ
 pi −  , escrito
n ( wi − ν )η 
em função dos preços e dos salários relativos.

a) Deduza a condição de primeira ordem que toma wi como dado, admitindo-o como escolhido
de forma óptima, e obtenha pi que maximiza o lucro real.
b) Tome o valor óptimo de pi que obteve, e deduza a curva do preço, admitindo que todas as
empresas fixam o mesmo salário e o mesmo preço (wi = w e pi = Pi / P = 1) e usando a expressão
do rendimento alternativo, ν = ub + (1 – u )w.
c) Represente diagramaticamente a solução da curva do preço com a variável taxa salarial, w,
no eixo das abcissas. Mostre como esta solução permite deduzir a curva do preço com a variável
emprego, e, no eixo das abcissas. Por que é esta curva decrescente?
d) Represente num diagrama com a variável emprego, e, no eixo das abcissas, as curvas do
salário e do preço. Mostre como as curvas se deslocam se aumentar o subsídio de desemprego.

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Capítulo 13 – Alguns factos sobre ciclos económicos e

análise de curto prazo

1. Todos os países incluídos na fig. 13.4 do livro passaram por recessões graves nos anos
70, no início dos anos 80, no início dos anos 90, 2001 e em 2007-08. Refaça os gráficos
do hiato do produto para os diferentes países utilizando os dados disponíveis para a
variável “Gap between actual GDP and trend GDP, percentage of trend GDP (AVGDGT)”
da base de dados AMECO (https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/indicators-
statistics/economic-databases/macro-economic-database-ameco/ameco-database_en ). Procure dar
uma explicação breve dos fatores e choques exógenos que terão provavelmente estado
na origem dessas contrações na atividade económica.

2. Aceda à página da disciplina no Inforestudante. Faça download do ficheiro XLS que

contém a série do PIB real português (Yt) entre 1960 e 2017 retirada da base de dados
AMECO (https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/indicators-statistics/economic-databases/macro-
economic-database-ameco/ameco-database_en ) em 3-09-2018.

a) Utilizando o programa GRETL (http://gretl.sourceforge.net/index.html ) transforme a série em

logaritmos naturais e utilize o filtro HP (Hodrick-Prescott) para estimar uma série para a
tendência do logaritmo do produto, ln Yt , e para o hiato do produto,
lnYt − ln Y t , escolhendo λ=100. Repita o procedimento escolhendo λ=1000. Represente
graficamente os valores observados e os valores estimados do produto para cada valor
de λ. Com base na análise do gráfico anterior e no gráfico com as duas séries do hiato
do produto que calculou, que diferenças encontra nas estimativas do hiato do produto
para os dois valores alternativos de λ?

(Sugestões: no GRETL deve 1 - abrir o ficheiro de dados – Menu Ficheiro->Abrir Dados->Ficheiro do utilizador->Selecionar o ficheiro disponibilizado
(atenção, o ficheiro tem extensão *.xlsx); 2 – transformar a série em logaritmos – botão direito do rato+acrescentar log; 3 – selecionar a variável em
logs->ir ao menu Variável->Filtro->Hodrick-Prescott->manter lambda 100 ou mudar para 1000->selecionar as opções Gravar a série alisada
como…(corresponde a ln Y t )+ Gravar componente cíclica como…(corresponde a lnYt − ln Y )->OK->Fechar (não se esqueça de atribuir nomes diferentes
t

às variáveis estimadas); 4 – Representar graficamente as séries do hiato do produto para os diferentes valores de λ: selecionar as variáveis
correspondentes ao hiato do produto->botão direito do rato->gráfico de série temporal->num único gráfico->OK)

b) Tendo por base a análise gráfica das séries estimadas para o hiato do produto, o
comportamento das mesmas está de acordo com as suas expectativas baseadas no seu
conhecimento da história económica recente do país?

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3. Com base nas leituras em baixo: a) Identifique e explique os pontos de mudança no

ciclo económico português dos períodos em análise. b) Discuta como a datação do ciclo
económico é vulnerável a fatores como, por exemplo, a escolha da metodologia e a
escolha dos indicadores.
• Castro, V. (2011). “The Portuguese Business Cycle: Chronology and Duration
Dependence”. Documentos de Trabalho – Working Papers Series. NIPE WP 11/2011.
Núcleo de Investigação em Políticas Económicas. Universidade do Minho. Secção 4.
o Disponível em http://www.nipe.eeg.uminho.pt/Uploads/WP_2011/NIPE_WP_11_2011.pdf
• Cerqueira, P., L. Nhung, M. Portela e S. Sousa. (2015). “Business Cycles, Labour Market
Entry and Inequality”.
o Disponível em: http://leed2015.tecnico.ulisboa.pt/program/pdfs/Cerqueira_Nhung_Portela_Sousa.pdf
• Rua, A. (2017) “Datação dos ciclos económicos em Portugal”, Revista de Estudos
Económicos, Vol 3, N.º1, pp. 47-63.
o Disponível em: https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/pdf-boletim/reev3n1_p.pdf
o Versão inglesa: https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/papers/ree201703_e.pdf

Capítulo 14 – Investimento e preço dos ativos

1. Suponha que não há incerteza quanto ao valor dos dividendos e que estes crescem à
taxa constante g. Suponha também que a taxa de juro é r e o prémio de risco é ε.

Dt
(a) Mostre que o valor fundamental das ações neste caso é Vt = . Para o efeito
r +ε − g
parta da expressão do valor fundamental da empresa deduzida nas aulas.
(Sugestão: recorde que Xt+n=Xt(1+g)n e que a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica é dada por
a1 (1 − R n ) , onde a1 é o primeiro termo da progressão e R a razão. Quando n->∞ e -1<R<1, a
Sn = S= 1 )
1− R 1− R

(b) Suponha que r = 3.4% e ε = 2.8%. Estes dados baseiam-se na realidade dos EUA no
período 1980-99, período em que o PIB real cresceu em média à taxa anual de 3%, sendo
Dt/Vt= 1.2% em 1999. De acordo com a fórmula anterior, qual era a taxa de crescimento
esperada para os dividendos? Estariam as ações norte-americanas em 1999 sobre ou
subavaliadas, face ao histórico de crescimento do PIB real?

(c) Será razoável admitir que g = 3% face ao histórico de crescimento do PIB real? Qual
seria o prémio de risco compatível com as hipóteses adotadas? Estará o resultado obtido
relacionado com a ideia de uma “Nova Economia”2?

2
“The new economy is the result of the transition from a manufacturing-based economy to a service-based economy. This particular use of the term
was popular during the dot-com bubble of the late 1990s. The high growth, low inflation and high employment of this period led to overly optimistic
predictions and many flawed business plans.” Ver https://en.wikipedia.org/wiki/New_economy .
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2. Sejam Πet , It, r e ε os lucros esperados, o investimento da empresa, a taxa de juro e o

prémio de risco, respetivamente. Suponha que os custos de instalação do novo capital
são dados por c( It ) = a I tη +1 , com η > 0, e que os dividendos são dados por Det = Πet −
η +1
It − c(It).
(a) A que será igual o q de Tobin em equilíbrio, considerando que cada empresa escolhe
o nível de investimento de forma a maximizar o valor fundamental da empresa?
Interprete a igualdade.
(b) De acordo com o modelo, será que a taxa de juro e a atividade económica
influenciam o investimento? Escreva a expressão da função investimento
correspondente à alínea a) e considere as seguintes hipóteses simplificadoras
Dte
consideradas na aula: Vt = ; Dte = θ ∏ t ; ∏t = α Yt .
r +ε
(c) Suponha que o stock de capital se deprecia à taxa δ e que, portanto, evolui de acordo
com Kt+1 = (1 − δ)Kt + It. Será It um valor bruto ou líquido?
(d) Deduza o comportamento de It supondo que os custos de ajustamento são
a
c( I t ) = ( I − δ Kt )η +1 .
η +1 t

3. Suponha que uma empresa não cotada na bolsa tem um stock de capital inicial (no
período 1) igual a K1 e que só terá atividade nos períodos 1 (“presente”) e 2 (“futuro”).
Durante o período 1 a empresa realiza investimento, I1, com o objetivo de manter e
aumentar o seu stock de capital. Suponha que o capital se depreciará à taxa δ, que o
capital existente no fim do período 2 será vendido e que não há custos de instalação.
Suponha ainda que a função de produção é Yt=AtKαtLβt, com
0< α < 1, 0 < β < 1, 0 < α+β ≤ 1. Seja wt o salário no período t e Lt a utilização do fator
trabalho.

(a) A empresa realiza investimento e emprega trabalhadores com o objetivo de

maximizar o valor atual, V, dos lucros/dividendos/cash flows, Π1 e Π2, realizados durante
os períodos 1 e 2, respetivamente, ou seja, a empresa quer maximizar:
Π1 Π2
V= + com Π1=Y1- w1L1-I1 e Π2=Y2- w2L2+(1- δ)K2.
1 + r + ε (1 + r + ε ) 2
Formalize matematicamente o problema do produtor em função de A1, A2, K1 , L1, L2, I1,
w1 e w2.
(b) Deduza a expressão que traduz o comportamento do investimento.
(c) Suponha que a empresa tem que pagar um imposto sobre os lucros/dividendos, à
taxa τ , sendo que no cálculo do lucro/dividendo tributável entram as receitas das
vendas, podendo deduzir as despesas com os salários e a depreciação do capital.
Deduza o comportamento do investimento nesta situação em que V corresponde ao
valor atual dos lucros líquidos de impostos. Explique de que forma um aumento de τ
afeta o investimento.

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Capítulo 15 – Consumo, rendimento e riqueza

1. O modelo do consumo com 2 períodos na perspetiva de um estudante
Considere o caso particular em que Φ= 0 e a utilidade instantânea é logarítmica,
u(Ct)=lnCt. Suponha que a taxa de juro é 5%. Este consumidor tem um perfil de recursos
típico de um estudante: suponha que a riqueza financeira inicial é V1 = 5000 e o perfil
de rendimento é Yd1=10000 e Yd2=100000.
a) Qual o valor da riqueza humana deste consumidor? Riqueza total?
b) Quanto é que este consumidor consome hoje e no futuro no seu perfil ótimo do
consumo?
c) Em quanto aumenta o consumo no presente se o rendimento disponível corrente
aumentar em 10000?
d) Em quanto aumenta o consumo no presente se o rendimento disponível futuro
aumentar em 10000? Por que razão esta resposta é diferente da que obteve na alínea
c)?
e) Se a taxa de juro aumentar para 10%, quais os novos valores da riqueza total e do
consumo presente?
f) O que acontecerá ao consumo presente se o consumidor enfrentar restrições ao
crédito e não conseguir um empréstimo no presente?

2. O modelo do consumo com 2 períodos na perspetiva de um trabalhador pré-reforma

Considere o caso particular em que Φ= 0 e a utilidade instantânea é logarítmica,
u(Ct)=lnCt. Suponha que a taxa de juro é 5%. Este consumidor tem um perfil de recursos
típico de um: trabalhador prestes a reformar-se: suponha que a riqueza financeira inicial
é V1 =50000 e o perfil de rendimento é Yd1= 100000 e Yd2= 10000.
a) Qual o valor da riqueza humana deste consumidor? Riqueza total?
b) Quanto é que este consumidor consome hoje e no futuro no seu perfil ótimo do
consumo? Quanto é que este indivíduo poupa no presente?
c) Se o rendimento disponível corrente aumentar em 20000, qual a variação da
poupança corrente?
d) Em quanto aumenta o consumo no presente se o rendimento disponível futuro
aumentar em 10000?
e) Se a taxa de juro aumentar para 10%, quais os novos valores da riqueza total e do
consumo presente? O que acontece à poupança corrente? Porque são estes efeitos
bastante inferiores aos do Exercício 4?

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3. Suponha que um consumidor vive dois períodos. No primeiro período, o consumidor

pode escolher a proporção de horas que trabalhará (0 < h < 1). No segundo período,
estará reformado. Sejam:
• w: salário horário
• Ct: consumo no período t
• Vt: riqueza não humana no início do período t
• r: taxa de rendibilidade da riqueza não humana
• U = ln(C1) + β ln(1 − h) + ln(C2)/(1+ φ ): função utilidade
(a) Comente a forma da função utilidade.
(b) Formalize matematicamente o problema do consumidor.
(c) A partir de agora suponha que o rendimento do trabalho está sujeito a um imposto
à taxa τ . Formalize matematicamente o problema do consumidor.
(d) Escreva a restrição orçamental intertemporal do consumidor tratando o lazer como
um bem.
(e) Encontre os valores ótimos de C1 e de F = 1 − h.
(f) Compare o comportamento de C1 com a função consumo discutida na aula teórica.
(g) No modelo acima, encontre a expressão da oferta de trabalho, h. Qual o efeito sobre
a oferta de trabalho de um aumento de τ ?

4. A teoria do consumo analisada no cap. 15 do manual de Macroeconomia Intermédia

defende que o consumo privado varia positivamente com a riqueza privada. Explique o
conceito de riqueza utilizado, incluindo o conceito de ‘riqueza humana’. Identifique os
fatores que determinam a propensão a consumir relativamente à riqueza corrente e
explique as relações em análise.

5. Explique as diferenças na relação entre a propensão média a consumir e o rendimento

disponível quando se consideram dados cross-section a nível microeconómico face à
mesma relação quando se consideram séries temporais a nível
agregado/macroeconómico. Explique como a teoria do consumo analisada no cap. 15
ajuda a perceber esta aparente contradição.

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Capítulo 16 - Política monetária e procura agregada

1. Reformule a condição de equilíbrio no mercado dos bens Y = D (Y, r, ε, G) + G, seguindo
os seguintes passos:
a) Faça uma aproximação linear de primeira ordem desta condição em torno do ponto
de coordenadas (Y , r , ε , G ) e resolva em ordem ao hiato do produto.

b) Escreva-a em termos de variações relativas de Y, G e ε.

c) Utilize a aproximação entre a variação relativa de uma variável e a variação no
x − x0
logaritmo dessa variável, 1 ≈ ln x1 − ln x0 e designe: y = ln Y , y = ln Y , g = ln G ,
x0
g = ln G .

2. Analise o papel do multiplicador keynesiano na expressão que deduziu no exercício

anterior.
a) Descreva o seu funcionamento numa ótica dinâmica.
b) Mostre como se exprime o efeito multiplicador de uma variação no consumo público,
quer em termos de desvio percentual face ao valor de equilíbrio de longo prazo, quer
em termos absolutos.
c) Explique em que medida o peso do Estado Social numa determinada economia pode
influenciar a amplitude das flutuações do nível de atividade.

3. Deduza a curva da procura agregada, admitindo as seguintes hipótese:

i) O BC fixa a sua taxa de juro de acordo com a seguinte regra de Taylor modificada:
i P = r * +π +e1 + h(π − π *) + b( y − y ) .

ii) Em tempos de crise financeira o BC não consegue controlar a taxa de juro de mercado
na perfeição, o que faz emergir um diferencial entre a taxa de juro de mercado nominal
(i) e a taxa de juro de intervenção do BC (iP), correspondente a um prémio de risco,
i = i P + ρ , que incorpora uma componente de LP e uma componente que traduz os
choques de curto prazo ao prémio de risco: ρ = ρ + ρˆ .

4. Considere a curva da procura agregada, AD, que deduziu no exercício anterior:

a) Represente-graficamente, calcule o seu declive, justifique-o e explique como depende
dos parâmetros da Regra de Taylor.
b) Analise os fatores que podem conduzir a deslocações da curva AD.

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Capítulo 17 - Inflação, desemprego e oferta agregada

1. Considere a seguinte curva de Phillips: π t = π te + α (u − u )

a) Represente diagramaticamente esta curva para o curto e o longo prazo e explique por
que razão e em que circunstâncias traduz uma relação inversa entre inflação e
desemprego.
b) Mostre por que razão a taxa natural de desemprego, u , é habitualmente designada
por NAIRU, admitindo expectativas estáticas e seguindo as seguintes abordagens:
i) Inspecione a expressão algébrica da Curva de Phillips.

ii) Partindo de uma situação com π = π e = 0 , admitindo que u*=7% e α=0.4, represente
os efeitos, ao longo do tempo, de uma política monetária expansionista que reduz o
desemprego para 5%.

c) Considere agora a curva de Phillips com choques da oferta: π = π e + α (u − u ) + ~

s.
Descreva os efeitos sobre esta curva de possíveis choques da oferta.

2. Deduza a curva SRAS a partir da expressão algébrica da Curva de Phillips.

Siga os seguintes passos:
i) Escreva a produção agregada em função do emprego agregado, usando a função de
produção e a definição de emprego em função da força de trabalho;
ii) Logaritmize essa expressão e use a aproximação ln(1 – u) ≈ -u para obter uma
expressão para a taxa de desemprego;
iii) Use a expressão obtida em i) para escrever o produto natural e, admitindo os mesmos
procedimentos descritos em i)-iii), escreva uma expressão para a taxa natural de
desemprego;
iv) Calcule o desvio da taxa de desemprego relativamente ao seu valor natural e
substitua-o na curva de Phillips aumentada das expectativas com choques da oferta;
v) Rearrange a expressão que obteve de forma a agregar os choques da oferta num só
parâmetro.

3. Analise a curva da oferta agregada, respondendo aos seguintes pedidos:

a) Represente-a diagramaticamente e justifique o seu declive.
b) Explique, justificando, a consequência sobre esta curva de (i) um aumento do poder
de monopólio dos sindicatos; (ii) um aumento do poder de monopólio das empresas;
(iii) um choque positivo da produtividade.
c) Dê exemplos de ocorrências ou políticas económicas com efeito sobre a curva,
nomeadamente através dos factores considerados na alínea anterior.
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Capítulo 18 – Explicação dos ciclos económicos

1. Considere o modelo AS-AD determinista, no qual vɶt e st são, respetivamente, as
variáveis que traduzem os choques da procura e da oferta:
yt − y = −α 2 ( rt − r ) + vɶt , vɶt = vt + α1( gt − g )
rt = itP − π te+1 itP = r + π te+1 + h(π t − π *) + b( yt − y )
πt = πte + γ ( yt − y ) + st πte = πt−1
(a) Encontre a equação da curva AD e represente-a conjuntamente com as curvas SRAS
e LRAS identificando a situação de equilíbrio de longo prazo, para a qual πt=πt-1=π*.
(b) Suponha que a economia se encontra inicialmente, no período 0, na situação de
equilíbrio de longo prazo. Mostre graficamente e explique os efeitos de curto e longo
prazo de um choque temporário da oferta com sinal positivo (st>0) que ocorre no
período 1.
(c) Se o valor de b aumentar, o que acontecerá aos efeitos imediatos, no período 1, sobre
a inflação e o produto desse mesmo choque? Ilustre graficamente a sua resposta.

2. Utilize o modelo AS-AD determinista com expectativas estáticas para realizar uma
análise gráfica dos efeitos de um choque positivo da procura que tem a duração de um
período. Suponha que a economia se encontra inicialmente, no período 0, na situação
de equilíbrio de longo prazo e que o choque temporário ocorre no período 1. Explique
os efeitos de curto prazo, bem como os mecanismos subjacentes à evolução do produto
e da inflação ao longo do tempo.

3. Suponha que a economia é atingida por um choque da procura negativo permanente,

por exemplo, porque a reforma de um imposto aumenta de forma permanente a
propensão a poupar do setor privado. Considere que: a economia está em equilíbrio de
longo prazo no período 0; o choque da procura negativo permanente atinge a economia
do período de 1 em diante; e a economia é descrita pelo modelo AS-AD determinista
dado por:
yt − y0 = vɶt − α 2 ( rt − r0 ) , vɶt ≡ vt + α1 ( g t − g )
πt = πt −1 + γ ( yt − y0 ) + st
a) Mostre graficamente que tal choque vai levar a uma violação permanente (no longo
prazo) da meta para a inflação, se o banco central não ajustar a sua estimativa da taxa
de juro real de equilíbrio de longo prazo/natural, r .
b) Suponha que o banco central demora apenas um período para perceber que o choque
é permanente. A partir do período 2 em diante, o banco central revê assim a sua
estimativa da taxa de juro real de equilíbrio do nível original para o novo nível dado pela
νɶ
equação r1 = r0 + . Analise graficamente como esses desenvolvimentos deslocam a
α2
curva AD nos períodos 1 e 2 em diante.

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Indicações/sugestões para a resolução dos exercícios propostos

Nota prévia: estas sugestões devem ser utilizadas apenas como referência em termos do resultado final
a que se pretende que cheguem em cada exercício proposto. Não são respostas completas nem propostas
de resolução. Em contexto de provas escritas, os estudantes devem explicar de forma clara todos os
elementos do seu raciocínio necessários para alcançarem o resultado final apresentado.

Capítulo 10 - Alguns factos e teoria introdutória sobre o desempego

1. Leia os diapositivos 4-9.
2. Leias os diapositivos 26-27 e o capítulo 10- secção 5.
3. Prepare uma apresentação em powerpoint (máx. 30 minutos).

Capítulo 11 – Salários de eficiência e desemprego

1. (a) Deduza as condições de primeira ordem e a condição de Solow como no slide 5 e
na página 304; em seguida, substitua a função de eficiência e sua derivada na condição
de Solow para derivar a expressão do salário ótimo.
1. (b) Substitua a expressão do rendimento alternativo na expressão do salário ideal, use
w~ = w e resolva em ordem a u. Leia o slide 21 e a parte inferior da página 318.

1. (c) Use a expressão obtida no exercício anterior para calcular os valores exigidos e leia
o início da página 319.
2. (a) Substitua a expressão do rendimento alternativo na expressão do salário ideal, use
wi = w e resolva para w. Leia a página 315.
2. (b) Leia as páginas 315-316.
2. (c) Leia o slide 16 e a página 316.
∂w u
2. (d) Derive ∈w,u ≡ , admita que assume valores em torno de -0.1 e que u ∈ [0.05;
∂u w
0.1], e calcule o intervalo de valores para η.
3. (a) Leia o slide 12 e a página 314.
3. (b) Leia o slide 17 e as páginas 316 a 317.
3. (c) Leia os slides 18-19 e as páginas 317-318.
3. (d) Leia os slides 20 e 23 e as páginas 318-320.

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Macroeconomia Intermédia – 2018 / 2019 Exercícios

Capítulo 13 – Alguns factos sobre ciclos económicos e análise de curto prazo

1. Consulte o capítulo relevante do manual.

Sugestão adicional: pesquise também no Google. Possíveis palavras-chave: economic

recession 1970s/1980s/1990s/2001/2007-08.

Na resposta a esta questão sugere-se a elaboração de uma pequena apresentação em

PPT, incluindo a reprodução dos gráficos para identificação nos mesmos dos factos em
análise.

2. a) Sugestão: compare o sinal e magnitude do hiato do produto para os diferentes

valores de λ. Utilize os gráficos respetivos para o efeito.

Explique como o valor escolhido para o parâmetro λ determina o perfil mais ou menos
linear do produto tendencial estimado tendo por base a expressão do filtro de Hodrick-
Prescott (HP):
T T −1
2
Filtro HP: min   ( yt − g t ) + λ  ( g t +1 − g t ) − ( g t − g t −1 )  
2

gt
 t =1 t =2 

b) Sugestão: analise as recessões e recorde episódios como a instabilidade política de

1974, choques petrolíferos, intervenções do FMI, … Ver também os textos sugeridos no
exercício 3.

3. Sugestão 1: Castro (2011): ver tabelas 4+6+8 e respetiva explicação.

Cerqueira, Nhung, Portela e Sousa. (2015): ver secção 4.
Ruas (2017): ver tabelas e figuras e respetiva explicação.
Sugestão 2: para cada texto, verificar que metodologias e/ou variáveis diferentes
conduzem a resultados (ligeiramente) diferentes no que respeita à datação do ciclo
económico em Portugal. Dar exemplos. Sistematizar de forma comparada.

Na resposta a esta questão sugere-se a elaboração de uma pequena apresentação em

PPT.

Capítulo 14 – Investimento e preço dos ativos

1. (b) g=5% (c) ε=0.8%

1
 q − 1 η
2. (a) qt = 1 + aI tη (b) I t =  t  …
 a 

13
Macroeconomia Intermédia – 2018 / 2019 Exercícios

1
 q − 1 η
(c) K t +1 = K t + I t − δ K t (d) I t =  t  + δ Kt
 a 

3.
α
A1 K1α L1β − w1 L1 − I1 A2 [ (1 − δ ) K1 + I1 ] L2 − w2 L2 − (1 − δ ) [ (1 − δ ) K1 + I1 ]
β
(a) V = +
1+ r + ε (1 + r + ε ) 2

(b) I1 = αY2 (c) I1 = (1 − τ )αY2 ∂I

− (1 − δ ) K1 − (1 − δ ) K1 ; 1 < 0
(r + ε + δ ) r + ε + (1 − τ )δ ∂τ

Capítulo 15 – Consumo, rendimento e riqueza

1. a) Riqueza humana= 105 238; Riqueza total = 110238.

b) C1= 55119; C2= 57875.

c) O consumo presente aumenta em 5000.

d) O consumo presente aumenta em 4762.

e) A riqueza total é 105909. O consumo presente é 52955.

f) Ver pp. 429; 443-4 do manual (2010).

2. a) Riqueza humana = 109 524; Riqueza total = 159 524.

b) C1= 79762; C2= 83750. Poupança presente é 70238.

c) Poupança presente aumenta em 10000.

d) Consumo presente aumenta em 4762.

e) Riqueza total é 159909. Consumo presente é 79545. Poupança presente é 70455.

3.

(a) Explicar argumentos da função e parâmetros.

(b) Apresentar o problema de maximização do consumidor: função a maximizar e

restrições.

(c) Apresentar o problema de maximização do consumidor: função a maximizar e

restrições.

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Macroeconomia Intermédia – 2018 / 2019 Exercícios

(d) Escrever a restrição orçamental intertemporal do consumidor colocando o valor do

lazer em conjunto com o valor atual do consumo de bens (no mesmo lado da restrição).

(e) Substitua na função utilidade ao longo da vida C2 em função de C1 e F, a partir da r.o.

intertemporal, e determine as duas condições de primeira ordem para a maximização
∂U ∂U
de U, =0 e = 0.
∂C1 ∂F

β C1 (1 + φ )
F= ; C1 = θɶ [V1 + w(1 − τ ) ] com θɶ = , 0<θɶ <1
w(1 − τ ) 1 + (1 + φ )(1 + β )

(f) Apresentar a expressão da função consumo corrente da aula e comparar com a nova
função. Comparar influência de: rendimento? Propensão a consumir? Taxa de juro? β?

β (1 + φ )  V1  ∂h
(g) h = 1 −  + 1 ; =?
[1 + (1 + φ )(1 + β )]  w(1 − τ )  ∂τ

4. Consultar pp. 433+435-437 do manual, edição de 2010.

5. Consultar páginas 434-435 do manual, edição de 2010.

Capítulo 16 - Política monetária e procura agregada

1. Leia os slides 6-7 e a página 456.
2. Leia a página 457.
3. Leia os slides 21-22 e as páginas 470-471.
4. Leia os slides 23-24 e as páginas 471-472.

Capítulo 17 - Inflação, desemprego e oferta agregada

1. (a, b) Leia os slides 13-15 e as páginas 485-487.
1. (c) Leia os slides 18-19 e as páginas 494-495.
2. Leia os slides 22-23 e a página 503.
3. Leia os slides 24-25 e as páginas 504-505.

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Macroeconomia Intermédia – 2018 / 2019 Exercícios

Capítulo 18 – Explicação dos ciclos económicos

1.

(a) Curva AD: 1 αh vɶ

πt = π * − [( yt − y ) − zt ] com α= 2 ; zt =
α 1 + α 2b ( 1 + α 2b )

Representação gráfica de AD, SRAS e LRAS no plano (y,π) e identificação da situação em

que πt-1=π*.

(b) Representação gráfica de AD, SRAS e LRAS no plano (y,π) na situação inicial,
identificar o impacto imediato após o choque da oferta com sinal positivo e representar
e explicar o ajustamento em direção ao equilíbrio de longo prazo após o choque
temporário da oferta com sinal positivo (st>0).

(c) Representação gráfica de AD para b alto e AD para b baixo, SRAS e LRAS no plano
(y,π) na situação inicial e comparar impacto imediato com AD para b alto vs. AD para b
baixo após o choque temporário da oferta com sinal positivo (st>0).

2.

Representação gráfica de AD, SRAS e LRAS no plano (y,π) na situação inicial, identificar
o impacto imediato após o choque da procura com sinal positivo e representar e explicar
o ajustamento em direção ao equilíbrio de longo prazo.

3.

a) Representação gráfica das curvas AD e da curva LRAS no plano (y,π) na situação inicial
e representar e explicar o impacto sobre o equilíbrio de longo prazo do choque da
procura com sinal negativo quando o Banco Central não ajusta a sua estimativa da taxa
de juro real de equilíbrio.

b) Apresentar a expressão algébrica das curvas AD nos períodos 0, 1 e 2 em diante.

Representação gráfica das curvas AD e da curva LRAS no plano (y,π) na situação inicial e
representar e explicar o impacto sobre o equilíbrio de longo prazo do choque da procura
com sinal negativo quando o Banco Central ajusta a sua estimativa da taxa de juro real
de equilíbrio.

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