Sie sind auf Seite 1von 28

INTRODUÇÃO A ATUÁRIA

CONTABILIDADE ATUARIAL

Conceito: é a ciência que estuda, auxilia, dimensiona e quantifica os riscos.


O atuário tem como função quantificar as incertezas do futuro desenvolvendo modelos
matemáticos capazes de avaliar a implicação financeira de eventos que venha a ocorrer no
futuro.
Os conhecimentos atuariais são indispensáveis na avaliação dos eventos que venham a
ocorrer aleatoriamente.
Portanto, a ciência atuarial tem por princípio dedicar-se ao estudo de eventos econômico-
sociais envolvendo riscos e incertezas. Assim o atuário com base em observação e em sua
experiência, constrói modelos para auxiliar na avaliação das consequências associadas a
determinado fenômeno.
Segundo Bernstein (1997, p.2),
“a administração do risco nos guia por uma ampla gama de tomada de decisões, da
alocação da riqueza à salvaguarda da saúde pública, da condução da guerra ao
planejamento familiar, do pagamento de prêmios de seguros ao uso de cinto de
segurança, da plantação de milho à venda de flocos de milho”.

SEGUROS

Em 1347, Gênova, Itália – foi criado o primeiro contrato de seguro marítimo com emissão
de apólice.
Em 1684, Londres, foi criado o primeiro contrato de seguro de incêndio do mundo.
O seguro de vida também surgiu na Inglaterra, onde foram criadas as primeiras sociedades
seguradoras nos moldes que conhecemos nos dias atuais.
Em 1690, era fundada a inglesa Lloyd’s, a mais tradicional companhia de seguros do mundo,
originária de uma taberna e de um jornal dedicado aos marítimos.
Em 1789, foi criado e publicado o primeiro “Código Uniforme de Seguros”.

SEGURO NO BRASIL
Em 1808, foi constituída a primeira Companhia de Seguros Boa Fé. Nesta época todas as
seguradoras subordinavam-se as regras da casa de seguros de Lisboa.
Em 1901, era criada a Superintendência Geral de Seguros.
No ano de 1917, Código Civil Brasileiro, estabeleceu normas gerais de seguros e definiu as
obrigações do segurado e do segurador.
Em 1935, criado seguro acidente do trabalho (Vargas).
Em 1937, com o surgimento do Estado Novo (Vargas), criou-se a tarifa mínima oficial para os
seguros terrestres e marítimos. A partir daí, as seguradoras foram obrigadas a submeter suas
tarifas à aprovação do governo.
Em 1939, foi fundado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).
O decreto-lei nº 73, de 1966, cria o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP).
Em 1970, intercâmbio internacional de seguro.
Em 1986, o CNSP limitou em 50% o teto de participação do capital estrangeiro em empresas
nacionais (revogado em 1996).
Com o fim do monopólio do resseguro pelo IRB, várias companhias resseguradoras de
renome internacional instalaram seus escritórios nas principais cidades do país. Sendo assim,
com mais resseguradoras no país, o risco da operação de seguros pode diminuir,
proporcionando as seguradoras a possibilidade de redução do preço da apólice.
Apesar das inovações introduzidas pela abertura do mercado, os seguros ainda estão
concentrados basicamente nos ramos tradicionais, ou seja, automóveis, saúde e vida, que
correspondem a cerca de três quartos do total.
INFLUÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO
A globalização e o crescimento da competitividade no mundo não é, uma característica
unicamente do setor de seguros. Buscar maior eficiência e eficácia operacional tornou-se uma
questão de sobrevivência das empresas. Estima-se que pelo menos metade das seguradoras
existentes no Brasil, principalmente das peq uenas, desaparecerão nos próximos anos, vítimas
do processo de globalização, concentração e profissionalização do mercado.
O acirramento da concorrência está na abertura do mercado ao capital estrangeiro, a quebra
do monopólio do IRB e a liberação das tarifas, por parte da SUSEP no início dos anos 1990.
O Plano Real foi muito importante para a explosão dos seguros no Brasil. Consumidores antes
esquecidos e com baixo poder aquisitivo (compra), principalmente no que se refere a um
produto intangível como o seguro, foram trazidos pela estabilidade econômica para o mercado
de seguros, assim como ,muitos outros. Isto gerou um incremento significativo no faturamento
do setor e uma nova cultura de consumo e poupança no país, trazendo de volta a oportunidade
de investir a médio e longo prazo.

CONCEITO DE SEGURO

É uma operação que toma forma jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador)
se obriga para com a outra (segurado ou beneficiário), mediante o recebimento de uma
importância estabelecida (prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro),
resultante de um evento futuro, possível e incerto (risco) e indicado no contrato. (Souza, 2007,
p.23)
SEGURO PÚBLICO versus SEGURO PRIVADO
O seguro público caracteriza-se por ter o risco segurado por pessoa jurídica de direito público,
sem fins lucrativos. Exemplo: os seguros cujo monopólio pertence ao estado: o Seguro Crédito
à Exportação e a Previdência Social.
O seguro privado ocorre quando o risco segurado é assumido por pessoa jurídica de direito
privado comercial, com fins lucrativos. Nesses casos, o contrato é regulado pelo Código Civil
ou Comercial, obedecendo também as leis específicas e regulamentações suplementares.

SEGURADOR

São obrigatoriamente entidades jurídicas constituídas sob a forma de sociedades anônimas. É


ele quem emite a apólice e, no caso da ocorrência de sinistro e de posse do pagamento do
prêmio, será o responsável por indenizar o segurado ou seus beneficiários de acordo com as
coberturas contidas na apólice. Exceto os seguros agrícolas que podem ser assumidos por
cooperativas.
O segurado é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido e,
conforme as circunstâncias, o valor total da coisa segura.

SEGURADO

Podem ser pessoas físicas ou jurídicas em nome de quem se faz o seguro. Ele transfere para a
seguradora, mediante pagamento do prêmio, o risco de um evento aleatório atingir o bem de
seu interesse. Caso o segurado não pague o prêmio previsto, ele perde os direitos à
indenização prevista no contrato.
Contrato por meio de proposta, exceto bilhete de seguro.
Não podem contratar mais de um seguro para o mesmo bem. Para casos de complemento de
um seguro é obrigatória a declaração da existência do outro seguro na apólice.
As obrigações do segurado, previstas no Código Civil (artigo 1.449 ao artigo 1.457), são pagar
o prêmio do seguro; abster-se de tudo que possa aumentar os riscos, enquanto vigorar o
contrato; comunicar ao segurador todo incidente que, de qualquer modo, possa agravar o risco
e, verificado o sinistro, comunicar ao segurador, logo que o saiba.

BENEFICIÁRIO
É a pessoa que o segurador reconhece o direito de receber a indenização, ou parte dela,
prevista na apólice de seguro.
INDENIZAÇÃO
Corresponde ao que a seguradora paga ao segurado pelos prejuízos decorrentes de um
sinistro. Ela nunca será superior a importância segurada.

PRÊMIO
É o preço ou custo do seguro, especificado no contrato, ou seja, a soma e m dinheiro paga
pelo segurado para que a seguradora assuma a responsabilidade por um determinado risco.
Seu valor depende:
 Do prazo do seguro;
 Importância segurada; e
 Exposição ao risco.
O prêmio é utilizado pela seguradora para:
 Cobrir indenizações;
 Despesas administrativas;
 Comissões; e
 Gerar lucros paras as seguradoras.
Franquia – é o limite de participação do segurado nos prejuízos resultantes de cada sinistro.
Quanto maior a franquia, menor o prêmio. Além disso, como o segurado tem que arcar com
seu valor cada vez que o sinistro ocorrer, ela acaba evitando que o seguro seja acionado em
casos mais simples, cujos valores são inferiores ou semelhantes a franquia.

SINISTRO
É a realização do risco previsto no contrato de seguro, resultando em perdas para o segurado
ou seus beneficiários. Ele é total quando causa a destruição ou o desaparecimento por
completo d o objeto segurado e parcial quando atinge somente uma parte do objeto segurado.

RISCO

Representa a possibilidade de um evento inesperado ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade


econômica ou danos materiais e pessoais. Tendo como características:
 Incerto
 Aleatório
 Possível
 Real
 Lícito
 Fortuito
MUTUALISMO E PROBABILIDADE
Mutualismo é a repartição do prejuízo de alguns pelo total de participantes do grupo.
Segundo Santos (1959, p. 9) a aplicação do mutualismo é que permite a repartição do risco
entre um grande número de pessoas, diminuindo, desse modo, o prejuízo que a realização do
risco poderia trazer.
A soma dos riscos aceitos pelo segurador é menor que os riscos individuais suportados pelo
segurado e que o propósito do seguro é reduzir a incerteza do segurado frente aos riscos.
Por meio do cálculo das probabilidades, com base em dados estatísticos, pode-se prevenir a
ocorrência de um risco.
O cálculo das probabilidades torna possível fixar com antecedência, quanto cada participante
do seguro precisa pagar para fazer frente aos eventos previstos.

A REPARTIÇÃO DO PREJUÍZO (MUTUALISMO)


Exemplo: Suponha o seguro feito informalmente – sem a constituição de uma empresa de
seguros - por um grupo de 1.000 estudantes de uma instituição de ensino, conforme detalhes
a seguir:
 Objeto do seguro: notebook

 Riscos cobertos: roubo ou furto

 Grupo segurado (acordo informal entre todos os participantes): 1.000 estudantes

 Valor de cada equipamento: R$ 2.500,00


Resolução
Prejuízo por sinistro: 2.500/1000= R$ 2,50
Se durante o ano a quantidade de sinistros ocorridos for 40, cada estudante teria que pagar:
Participação de cada estudante: 40 X 2,50= R$ 100,00
ou
Prejuízo total de cada estudante (segurado): 40 X 2.500/1.000= R$ 100,00
Esse valor seria o preço do seguro, correspondente à divisão dos sinistros ocorridos com o
grupo durante um ano de seguro.
Cálculo da taxa do seguro:
Taxa= soma dos prejuízos/soma dos valores registrados
Taxa= 100.000/2.500.000= 0,04 ou 4%
A taxa que calculamos é chamada de taxa de risco ou de taxa estatística.

CONTRATO DE SEGURO

É a formalização do seguro através de um documento chamado de APÓLICE. Na apólice


constam direitos e deveres do segurado e da seguradora.
O contrato do seguro deve ser:
a) BILATERAL
Expressa as vontades das partes contratantes; o segurado, a princípio chamado
proponente, manifesta, através da proposta do seguro, seu desejo de transferir riscos para a
seguradora, a qual, se aceitar, emite a apólice de seguro.
b) ALEATÓRIO
A ocorrência do risco é incerta, isto é, pode ou não, efetivar-se.
c) ONEROSO
O segurado tem por obrigação pagar o prêmio; o segurador, a indenização, se ocorrer o
risco coberto pela apólice.

CORRETAGEM DE SEGUROS E AGENCIAMENTO

Corretagem de seguros é o valor a pagar pela seguradora ao corretor de seguros, pessoa


física ou jurídica, pela intermediação de contrato de seguros.
Agenciamento é o valor a pagar pela seguradora ao agenciador que promove a adesão de
pessoas ao seguro de vida em grupo e/ou de acidentes pessoais.

RISCO

Segundo Vilanova (1969, p.15), risco é o acontecimento aleatório em sua realização, na


época de sua realização e, ainda, no grau em que se realiza, mas nem todos os riscos são
objeto de seguro, somente os seguráveis. Assim, o risco segurável é como todo
acontecimento futuro e incerto que independe da vontade humana e que não obedece a
nenhuma lei conhecida.
As características de risco segurável são:
a) Afetar por igual a todos os componentes do grupo, podendo atingir alguns, mas não a
todos simultaneamente;
b) Ocasionar uma necessidade econômica em sua realização;
c) Ressarcir tão somente os prejuízos sofridos, não devendo constituir-se em lucro.
Mendes(1977, p.13) relaciona as seguintes condições de segurabilidade de um risco:
a) Ser possível: o risco tem de ter probabilidade de acontecer, caso contrário não se
justificaria ser segurado;
b) Ser futuro: para ser segurado, o risco não pode ter já acontecido;
c) Ser incerto: é a aleatoriedade (pode ou não acontecer);
d) Ser independentes das partes contratantes;
e) Ser causador de um prejuízo de natureza econômica
f) Ser quantitativamente mensurável.

SINISTRO E INDENIZAÇÃO

Sinistro é a ocorrência de um risco segurado, ou seja, a concretização de um evento coberto


pelo seguro.
Indenização é o pagamento que a seguradora faz ao segurado em decorrência do sinistro.
Alguns confundem sinistro ou indenização com prêmio, uma vez que o segurado recebe da
seguradora um pagamento em decorrência da realização de evento coberto pelo contrato de
seguro.

PRÊMIO

Na área de seguros, Prêmio é o preço, isto é, o valor pago pelo segurado ao segurador para
que este assuma o risco.
Prêmio é o preço a ser pago pelos segurados ao segurador pelos serviços que este presta
àqueles e que, como todo preço, tem de ser remunerador para um e justo e exequível para o
outro.
Entre o prêmio e o risco existe uma correlação íntima. O prêmio puro (considera-se aqui o
prêmio estatístico com carregamento estatístico de segurança) é calculado em função do
risco. É a parte do preço correspondente aos sinistros esperados.
Enumeração do que deve ser considerado e dimensionado para a formação dos preços:
 Valor esperado do sinistro;

 Despesas de comercialização a ser pagas;

 Despesas administrativas esperadas;

 Lucro a ser atingido;

 Impostos;
 Resultado financeiro esperado;

 Oscilação do risco.
O prêmio efetivamente pago pelo segurado é chamado prêmio comercial (sem IOF – imposto
sobre operações financeiras e sem custo de apólice).

FORMAÇÃO DO PREÇO – CÁLCULO DE TAXAS E PRÊMIOS

Prêmio estatístico ou prêmio de risco


Normalmente com base em uma experiência estatística (observações), pode-se calcular o
prêmio estatístico, que nada mais é do que a simples repartição dos prejuízos entre os
participantes do seguro.
NSO= número de sinistros ocorridos
NER= número de expostos ao risco
F= frequência de sinistro
MSO= montante de sinistros ocorridos
VM= valor médio do sinistro ou severidade
PE= prêmio estatístico ou PR= prêmio de risco
F= NSO/NER
VM= MSO/NSO
PE= F x VM ou
PE= MSO/NER
Exemplo (1):
Número de expostos ao risco (NER) = 1.000
Número de sinistros ocorridos (NSO): 40
Montante de sinistros ocorridos (MSO): R$ 200.000,00
Importância segurada exposta (ISE): R$ 5.000.000,00

F= 40/1.000= 0,04 ou 4%
VM= 200.000/40= R$ 5.000,00
PE= 0,04 x 5.000 = 200 ou PE= 200.000/1.000= 200
Exemplo (2):
Número de expostos ao risco (NER): 100.000
Número de sinistros ocorridos (NSO): 4.000
Montante de sinistros ocorridos (MSO): R$ 10.000.000,00
Importância segurada exposta (ISE): R$ 8.000.000,00

F= 4.000/100.000 = 0,04 ou 4%
VM= 10.0000.000/ 4.000 = R$ 2.500
PE= 0,04 x 2.500 = 100 ou PE= 10.000.000/100.000 = 100

TAXA ESTATÍSTICA
Se o montante de sinistros ocorridos for relacionado com o valor que estava segurado
(importância segurada exposta), tem-se a razão, chamada de taxa estatística (TE) ou taxa de
risco (TR).

TE= MSO/ISE
Exemplo do notebook
TE= 200.000/ 5.000.000 = 0,04 ou 4%

Exercício
1. Uma seguradora teve a seguinte experiência em determinada carteira de seguro:
Número de itens segurados no período de estudo: 10.000
Número de itens expostos no período de estudo: 9.250
Importância segurada dos seguros emitidos no período: R$ 500.000.000,00
Importância segurada exposta no período: R$ 462.500.000,00
Prêmio total dos seguros emitidos no período: R$ 1.100.000,00
Prêmio ganho no período: R$ 1.017.500,00
Comissão total dos seguros emitidos no período: R$ 220.000,00
Comissão de competência no período: R$ 203.500,00
Número de sinistros avisados no período de estudo: 1.000
Número de sinistros ocorridos no período de estudo: 900
Valor total dos sinistros avisados: R$ 900.000,00
Valor total dos sinistros ocorridos: R$ 750.000,00

Calcule:
a) Frequência de sinistros
b) Custo médio dos sinistros
c) Prêmio de risco (prêmio estatístico)
d) Taxa de risco ou taxa estatística de experiência.
F= 900/9250=0,0972
VM= 750.000/900=833,33
PE=0.0972x833,33=80,99
TR=750.000/462.500.000=0,0016

PRÊMIO PURO

O prêmio puro é o prêmio necessário para cobrir, com determinada probabilidade, os sinistros
futuros. O mais usual é determinar a taxa pura para calcular o prêmio puro, que será
apresentada na fórmula da taxa, baseada na teoria do risco coletivo.
Da mesma forma que o prêmio puro, a taxa pura é a taxa estatística com carregamento
estatístico de segurança.

PRÊMIO COMERCIAL

O preço de um seguro, é chamado de prêmio, mais precisamente de prêmio comercial, é o


valor que a seguradora cobra do segurado para assumir riscos de acordo com o contrato de
seguro.
O prêmio comercial é composto das seguintes variáveis:
 Prêmio puro

 Despesas de comercialização

 Despesas administrativas (DA)

 Remuneração do capital empregado na empresa


O prêmio puro (prêmio destinado a cobrir os sinistros esperados) será a base para a formação
do preço. Os outros itens serão chamados de carregamentos, simbolizados pela letra c.
Nas despesas administrativas estão incluídos os impostos, taxas e contribuições. O IOF e o
custo de apólice são adicionados ao prêmio comercial para encontrar-se o prêmio total do
seguro.

CÁLCULO DO PRÊMIO COMERCIAL

A forma mais utilizada para se calcular o prêmio (ou taxa) comercial é acrescentar ao prêmio
puro (ou taxa pura) os carregamentos sobre o próprio prêmio (ou taxa) comercial. É o
carregamento por dentro, isto é, sobre o próprio prêmio (ou taxa) comercial.
PC= PP + c x PC
PC = prêmio comercial
PP= prêmio puro
c= carregamento, sempre expresso na forma unitário

CÁLCULO DO PRÊMIO OU TAXA COMERCIAL

PC = PP/ 1 – c
TC = TP / 1 – c
TC = taxa comercial
TP = taxa pura
Os carregamentos são aplicados sobre o prêmio puro ou taxa pura.
Para calcular o prêmio comercial:
PC = PP/ 1 – c ou PC = PP x 1/1-c
Para calcular taxa comercial
TC = TP/ 1 – c ou TC = TP x 1/1 – c
Exemplo:
Calcular o seguro de um automóvel de R$ 50.000,00, com uma taxa pura de 5%, com os
seguintes carregamentos:
Despesas administrativas: 20%
Comissão de corretagem: 25%
Remuneração de capital: 5%
Total de carregamento: 50%
Total de carregamentos, expressos na forma unitária: 0,5
Portanto, o prêmio comercial pode ser calculado de duas formas:
1º carregando a taxa pura para, então, aplicar a taxa comercial à importância segurada:
TC = TP/ 1-c ou TC = 0,05 / 1 – 0,50 = 0,10 ou 10%
O prêmio comercial é calculado aplicando-se a taxa comercial ao valor segurado:
PC = TC x valor segurado ou PC = 0,10 x 50.000 = R$ 5.000,00
2º calcula-se o prêmio puro, para depois carrega-lo:
PP = TP x valor segurado ou PP = 0,05 x 50.000 = R$ 2.500,00
O prêmio comercial é calculado utilizando-se a fórmula:
PC = PP/ 1 – c ou PC = 2.500/ 1 – 0,50 = 5.000

COMPOSIÇÃO DO PRÊMIO:

Carregamento Cálculo R$
Prêmio comercial 5.000
Prêmio puro (sinistros) (2.500)
Comissão de carretagem 25% x 5.000 (1.250)
Despesas administrativas 20% x 5.000 (1.000)
= lucro esperado 5% x 5.000 250

Observação: não foi considerado o imposto sobre operações financeiras nem o custo de
apólice.

EXERCÍCIOS
1 – A taxa comercial de um determinado seguro é de 0,5%. Qual é a taxa pura, sabend o-se
que a comissão de corretagem é de 30% e que as despesas administrativas (com o lucro
esperado) são de 25%?
2 - A taxa comercial de um determinado seguro é de 3,8%. Nessa taxa estão incluídos os
carregamentos comerciais (comissão de corretagem de 20%) e os administrativos (DA e lucro
de 18%). Considerando-se uma importância segurada de R$ 30.000,00, qual é a parte do
prêmio relativa a sinistros (PP)?
3 - Os dados abaixo são de um produto da Seguradora Tranquilidade S.A.:
 Número de expostos ao risco: 25.000
 Importância segurada exposta: R$ 95.000.000,00

 Número de sinistros ocorridos: 500

 Valor médio dos sinistros: R$ 3.800,00

 Prêmio puro: R$ 12.000,00

 Valor segurado: R$ 104.000,00


Considerando a comissão de corretagem de 30% e as despesas administrativas e lucro de
20%, calcular:
a) Qual é a taxa estatística?
b) Qual é a taxa pura?
c) Qual é a taxa comercial?
4 – Os dados abaixo são de um produto da Seguradora Sossego S.A.:
 Número de expostos ao risco: 25.000

 Importância segurada exposta: R$ 95.000.000,00

 Número de sinistros ocorridos: 500

 Montante de sinistros ocorridos: R$ 1.900.000,00

 Prêmio puro: R$ 9.500,00

 Valor segurado: R$ 89.000,00

Sabendo-se que as despesas comerciais foi 23% e as despesas administrativas de 22% e o


lucro de 3%.

a) Qual é a taxa estatística?


b) Qual é a taxa pura?
c) Qual é a taxa comercial?

TIPOS DE SEGUROS

De acordo com a natureza dos riscos os seguros podem ser classificados em:
 Seguros de pessoas

 Danos patrimoniais – seguro de não-pessoas


 Prestação de serviços – seguro de não-pessoas
Seguros de pessoas:
 O prêmio é fixo e definido pelo segurado;

 A variável mais importante é a duração da vida.


Seguros de não-pessoas:
 Depende do grau de dano provocado ao bem;

 A variável é o tempo e a probabilidade de ocorrência do evento que contam.


Seguros de pessoas: o pagamento da indenização não tem relação com o valor do dano
produzido pela ocorrência do sinistro e sim com o valor da cobertura contratada pelo segurado.
Exemplos:
 Seguro de vida individual

 Seguro de vida em grupo

 Seguro de acidentes pessoais

 Seguro de saúde

 Seguro educação
Seguro de vida individual – é a modalidade de seguro que cobre a morte ou a sobrevivência de
um único segurado.
Pode ter mais de uma pessoa, ou seja, um casal (marido e mulher) ou de sócios de uma firma
– são conhecidos como seguro em conjunto ou de duas ou mais cabeças.
Existem três modalidades deste seguro:
 Seguro de vida ordinário: enquanto viver o segurado paga prêmios anuais ao segurador.
 Seguro de vida de pagamentos limitados: ele só paga os prêmios durante um período de
tempo determinado no contrato e após sua morte o beneficiário recebe a indenização
devida;

 Seguro de vida dotal: o segurado paga os prêmios anualmente durante determinado


período, depois, a indenização é paga ao beneficiário.

 Seguro de vida em grupo: ao contrário do individual, tem como premissa um conjunto de


pessoas dividindo uma mesma apólice de seguro de vida, válido para mais de uma
pessoa. Ex. funcionários de uma empresa.
 Seguro de acidentes pessoais: cobre o segurado em casos de acidentes previstos no
contrato que causem morte ou invalidez permanente, total ou parcial. Em caso de morte
os beneficiários indicados recebem pecúlio.

 Seguro Saúde: garante o pagamento em dinheiro ou reembolso de despesas com


cirurgias, estadas em hospitais, tratamentos e consultas médicas feitas pelo segurado e
previstas no contrato.

 Seguro educação: garante, na falta do segurado, a educação das pessoas indicadas por
ele.

 Seguros de danos patrimoniais: tem como principal finalidade reparar ao segurado, a


perda financeira ocasionada pelo sinistro. Os danos patrimoniais estão divididos em
grandes grupos. Exemplos: - seguro DPVAT; seguro de automóveis, aeronaves e
embarcações; seguro de cargas; seguro incêndio e outros seguros.

 Seguro DPVAT: é o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos


automóveis de vias terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não. Criado
pela lei nº 6.194/74, alterado pela lei nº 8.441/92, 11.482/07 e 11.945/09, com a
finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional,
não importando de quem seja a culpa. A seguradora efetuará o pagamento das
indenizações a seguir especificadas, por pessoa vitimada: morte; invalidez permanente;
despesas de assistência médica e suplementares.

 Seguro de automóveis: é o mais popular seguro no Brasil, tem como função cobrir
perdas ou danos dos veículos terrestres de propulsão a motor e seus reboques, desde
que não trafeguem sobre trilhos. O seguro pode cobrir: colisão, incêndio e roubo. A
cobrança do prêmio leva em consideração: a periculosidade da cidade, tipo de veículo,
perfil do motorista.

 Seguro de aeronaves: abrange os riscos a que estão expostas as pessoas e as coisas


quando transportadas por via aérea. Assim, no caso de um acidente, além de reposição
do avião, o seguro de aeronave cobre as despesas médicas dos passageiros
acidentados e em caso de morte, ainda funciona como seguro de vida. O valor da
indenização leva em consideração o perfil socioeconômico das pessoas.

 Seguro de cargas: também conhecido como seguro transporte, garante ao segurado


uma indenização pelos prejuízos causados ao objeto segurado durante seu transporte.

 Seguro incêndio: cobre perdas e danos materiais causados por incêndios, queda de
raios e explosão de gás de aparelhos de uso domésticos ou usados em iluminação.
 Seguros de prestação de serviços: o segurado busca a proteção e o ressarcimento dos
gastos referentes à prestação de serviços, tais como: assistência médica, cirúrgica e
hospitalar e assessoria jurídica.

RESSEGURO
O resseguro é o seguro do seguro. É a transferência de um risco técnico, parcial ou total, da
seguradora para a resseguradora.
OBJETIVO E FUNÇÕES
 Diluir o risco da seguradora

 Aumentar a capacidade de aceitação da seguradora

 Diminuir a necessidade de capital da seguradora

 Homogeneizar e estabilizar a carteira e resultados da seguradora

 Otimizar a saúde financeira da seguradora

 Proteger a seguradora contra riscos catastróficos (acumulação de risco da seguradora)

 Transferência de know-how da resseguradora para a seguradora

FORMA DE CONTRATAÇÃO
 Facultativo: forma onde a seguradora negocia caso a caso com a resseguradora.

 Contrato de resseguro: forma em que se estabelece um contrato entre seguradora e


resseguradora para que haja automaticidade de cobertura.
RESSEGUROS PROPORCIONAIS
 Compartilhamento do risco: participação proporcional do ressegurador nas
responsabilidades, prêmios e sinistros. Nesse tipo de resseguro, o ressegurador segue a
sorte da seguradora.

 Cota-parte: caracterizada pelo percentual fixo do acordo entre as partes em cada risco.
Em todos os riscos o ressegurador participará com determinada proporção, não
importando o tamanho de cada risco. Assim, a resseguradora também participará de
riscos menores.
VANTAGENS
 Sua vantagem principal é a simplicidade operacional. A cada período de contas, a
cedente repassa na mesma proporção os prêmios e os sinistros para a resseguradora.
 Permite que o ressegurador transfira know-how para o segurador em produtos em que
este não tem experiência.
DESVANTAGENS
 Trata-se da perda de prêmio que a cedente sofre ao passar para o ressegurador prêmio
de riscos pequenos que poderiam ficar retidos por ela.

 Amplamente favorável para o ressegurador, que recebe participação igual para riscos
bons e ruins.

RESSEGUROS NÃO PROPORCIONAIS


O cedente e o ressegurador estipulam como será o compartilhamento do sinistro, sem
nenhuma proporcionalidade com o prêmio.
EXCESSO DE DANOS
 A seguradora estabelece um limite de retenção em cada risco envolvido em um sinistro;

 A seguradora pode utilizar a retenção em todos os riscos envolvidos no mesmo sinistro.

PREVIDÊNCIA PRIVADA
Segundo Moreira e Lustosa (1977, p.15),
“ a Previdência é, entre nós, como na maior parte das nações, o complexo orgânico de
expressão mais relevante, que se vai até agigantando à medida que evolui na direção da
SEGURIDADE SOCIAL. E por seguridade social se há de entender, conforme síntese de
eminentes doutrinadores, o conjunto de medidas obrigatórias, cujo objeto é proteger,
indistintamente, a todo indivíduo, e sua família, das conseguências de uma inevitável
calamidade socioeconômica, como implícito na Declaração Universal dos Direitos do
Homem”.

HISTÓRIA
 Desconfiança da população brasileira
 Após a reforma da previdência social o mercado de previdência privada tornou-se
atraente.

 Os bancos funcionam como principais seguradores.


CARACTERÍSTICAS:
 É uma aposentadoria independente e complementar a da previdência social;
 Tem como característica ser opcional e voluntária;

 É utilizada para preservar um determinado padrão de vida.


CONCEITOS:
 Proponente: pessoa que contrata o seguro;

 Beneficiários: são as pessoas indicadas na proposta;

 Benefício: é o pagamento que os beneficiários recebem em função do evento gerado;

 Evento gerador: sobrevivência (aposentadoria), morte, invalidez;

 Período de carência: é o lapso de tempo em que os beneficiários não terão direito ao


benefício.

PESSOA FÍSICA
Proponente: é a pessoa física interessada em contratar a cobertura individual ou aderir a
contratação sob a forma coletiva.

PESSOA JURÍDICA
Averbadora: a pessoa jurídica não participa do custeio.
Instituidora: a pessoa jurídica tem participação total ou parcialmente do custeio.
Consignante: a pessoa jurídica é responsável pelos descontos na folha de pagamento dos
funcionários.

CUSTOS
Taxa de carregamento: é o percentual incidente sobre as contratações pagas pelo participante,
para fazer face as despesas administrativas e corretagem. Essa taxa varia entre 3% à 5%.
Taxa de administração: é cobrado anualmente sobre o valor total da aplicação acumulada, e
varia de 1,5% à 2%.

REGIME FINANCEIRO
Capitalização: a contribuição do contratante financia o benefício futuro deste mesmo
contratante.
Repartições simples (Previdência Social): é onde os atuais participantes (trabalhadores da
ativa) custeiam com suas contribuições os atuais beneficiários.
COBERTURA
Período de cobertura: é o prazo durante o qual, na ocorrência do fato gerador, os beneficiários
farão jus ao benefício: vitalícia ou prazo determinado.
PROVISÕES
Para garantir o pagamento dos benefícios a SUSEP obriga a constituição de provisões:
 Provisão matemática de benefícios a conceder: são compromissos relativos aos
benefícios a conceder.

 Provisão matemática de benefícios concedidos: ocorre quando os benefícios


começam efetivamente a serem pagos.

TIPOS BÁSICOS DE BENEFÍCIO


 Renda por sobrevivência: renda ser paga ao participante do plano que sobreviver ao
prazo de diferimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria.

 Renda por invalidez: renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez
total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o
período de carência estabelecido no plano.

 Pensão por morte: renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de
inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período contratual
e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

 Pecúlio por morte: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s)
indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida
durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido
no plano.

 Pecúlio por invalidez: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio


participante, em decorrência de sua invalidez total ou permanente ocorrida durante o
período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

PREVIDÊNCIA PRIVADA
Resgate: restituição ao participante do montante acumulado na provisão matemática de
benefícios a conceder, pela desistência do segurado.
Saldamento: é a interrupção definitiva do pagamento das contribuições ao plano, mantendo-se
o direito à percepção proporcional do benefício originalmente contratado.
TIPOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA
 Previdência privada aberta

 Previdência privada fechada


Previdência privada aberta é composta por planos de benefícios por seguradoras autorizadas a
operar exclusivamente no ramo de seguro de pessoas.

TIPOS DE PLANOS
PGBL (plano gerador de benefícios livres) – é um plano de previdência complementar que
permite a acumulação de recursos e a contratação de renda para recebimento a partir de uma
data escolhida para o participante.

O PGBL é mais atraente para quem declara Imposto de Renda completo, podendo aproveitar
do abatimento da Renda Bruta anual na fase de contribuição. O abatimento das contribuições
no IR (até o limite estabelecido pela receita) durante o período de acumulação. Sobre os
valores de resgate e rendas haverá a incidência de tributação conforme alíquota da tabela do
Imposto de Renda Pessoa Física.

Opções de benefícios:
 Renda vitalícia

 Temporária com prazo mínimo garantido

 Renda vitalícia ao beneficiário indicado

 Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores

 Renda certa

VGBL (vida gerador de benefícios livres) é um plano com possibilidade de acumulação de


recursos para o futuro, os quais podem ser resgatados na forma de renda mensal ou
pagamento único a partir de uma data escolhida pelo participante. O VGBL é mais indicado
para quem é isento, declara imposto de renda simplificado.

Durante o período de acumulação, os recursos aplicados estão isentos de tributação sobre os


rendimentos. Somente no montante do recebimento de renda ou resgate haverá a incidência
de IR, apenas sobre os rendimentos auferidos.
Opções de benefícios:
 Renda vitalícia

 Temporária com prazo mínimo garantido

 Renda vitalícia ao beneficiário indicado

 Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores

 Renda certa

PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA

É destinada a empresas ou associações, onde o grupo de funcionários ou associados, contribui


para formação de um fundo de pensão, gerado por entidades sem fins lucrativos.

São fiscalizados pela Superintendência de Previdência Privada (Previc), que é subordinada a


previdência social.

Em linhas gerais, o trabalhador contribui com uma parte mensal do salário e a empresa banca
o restante, valor que normalmente é dividido em partes iguais. Outras empresas, essas mais
raras, bancam toda a contribuição.

MATEMÁTICA FINANCEIRA

Antes de trabalharmos com a matemática atuarial, devemos fazer uma revisão sobre alguns
itens da matemática financeira, tais como: juros compostos e séries de pagamento ou de
recebimentos de prestações.

No regime de capitalização composta, a taxa incide sobre o capital aplicado já acrescido dos
juros produzidos nos períodos anteriores de capitalização, isto é, há a incidência de um sobre o
outro.
CÁLCULO DO MONTANTE
Período Capital inicial Juros anuais Montante no fim do ano
1 10.000 10.000 x 0,1 = 1.000 11.000
2 11.000 11.000 x 0,1 =1.100 12.100
3 12.100 12.100 x 0,1= 1.210 13.310
4 13.310 13.310 x 0,1= 1.331 14.641

S = P ( 1+i )n ou P = S/ ( 1+i )n

P = valor presente; S = valor futuro; i = taxa de juro; n= período


O fator de desconto é aplicado ao valor futuro para se retirarem os juros embutidos. O fator de
desconto é sempre inferior a 1.

O fator de desconto é: 1/ ( 1+i )n = Vn ( V elevado a n)

P = S x V(fator financeiro de desconto)


Exercícios:
1 – Qual é o fator financeiro de desconto (V) para o prazo de 25 anos e uma taxa de juros de
4% ao ano?
2 – Qual é o fator financeiro de desconto (V) para o prazo de 25 ano e uma taxa de juros de 6%
ao ano?
3 – Um montante de R$ 1.000.000,00 será pago daqui a 35 anos. Considerando-se uma taxa
de juros de 4% ao ano, qual é o seu valor atual?
4 – Qual é o valor atual de um montante de R$ 800.000,00, pagável daqui a 25 anos,
considerando-se uma taxa de juros de 6% ao ano?
5 – Aplicando-se hoje R$ 250.000,00 quanto uma pessoa irá resgatar daqui a 25 anos, se o
dinheiro render juros de 6% ao ano?

MATEMÁTICA ATUARIAL

A estrutura usada na matemática atuarial é a mesma da matemática financeira. A única


diferença é a necessidade de se considerar a probabilidade de sobrevivência juntamente com a
taxa de juros.
O fator financeiro de desconto (v) é agregado ao fator da probabilidade de sobrevivência.
Sendo assim, o fator atuarial de desconto é agregado ao fator de probabilidade de
sobrevivência.
v . n p x (na matemática financeira era somente v). n p x = l x + n/ l x
Esse fator é simbolizado por: n Ex=v.npx
n E x – esperança matemática de um pagamento.
Assim, o valor atual de um capital pagável a uma pessoa com idade x, se ela estiver viva na
idade x + n é igual a:
P = S . n E x ( n E x – é a esperança matemática de um pagamento)
O valor presente (ou prêmio único puro) desse capital é chamado atualmente de prêmio único
puro. Único porque se paga de uma única vez ao contratar o seguro e puro porque não
considera os gastos de operação. Esse prêmio depende, portanto:
 Do capital segurado;
 Da taxa de juros;
 Da probabilidade de sobrevivência.
Exercício
Um montante de R$ 1.000.000,00 será pago daqui a 35 anos, desde que uma pessoa, hoje
com 25 anos de idade, esteja viva. Qual é o seu valor atual, considerando-se a taxa de juros de
4% ao ano?

P = 1.000.000 . 35E25
35p25 = 25 + 35/ 25 35p25 = 60/ 25; l 25 = 986.374 e l 60 = 910.110
35p25 = 910.110/ 986.374; 35P25 = 0.922682471
v = 1/ 1 + 0,04) = 0,25341547
35E25 = v . 35p25; 35E25 = 0,25341547 . 0,922682471 = 0,23382201
Assim, o valor atual é igual a:
P = 1.000.000 x 0,23382201 = 233.822,01
Observação: os prêmios das pessoas do grupo que falecerem ficarão para as pessoas do
grupo sobrevivente. Estando assim, de acordo com a ideia do seguro, que é o mutualismo.
Exercícios:
1 – Qual é o fator atuarial de desconto, considerando-se um homem de 46 anos de idade e um
prazo de 14 anos? Utilize para cálculo as taxas de juros de 4% e 6% ao ano.
2 – Qual o valor atual ou prêmio único puro de um montante de R$ 1.000.000,00, pagável
daqui a 14 anos, desde que a pessoa (mulher), hoje com 46 anos, esteja viva? Utilize as taxas
de 4% e 6% ao ano.
3 – O sr. José resolveu investir $ 325.750 e espera retirar o montante daqui a 27 anos.
Atualmente sua idade é 45 anos. A taxa de aplicação é de 4 % ao ano.
4 – O sr. Patinhas espera receber a quantia de $ 2.250.000 no prazo de 36 anos. Sabendo-se
que o mesmo tem hoje 31 anos de idade e que esse valor estará aplicado a taxa de 6% ao
ano. Calcular o valor a ser aplicado.
5 – A sra. Mônica resolveu aplicar $ 325.000 no prazo de 30 anos. Sabendo-se que a mesma
tem hoje 25 anos de idade. A taxa de aplicação é de 4% ao ano. Qual é o montante a receber?

CÁLCULO DO VALOR PRESENTE DE UMA RENDA

Cálculo do valor presente de uma renda certa

Para calcular o valor presente é necessário utilizar um fator de desconto financeiro para cada
um dos valores do fluxo.

v = 1/ ( 1+i )n

Para a taxa de juros de 6% ao ano e n igual a 4 períodos, teremos o fator de desconto


financeiro:

v = 1/ ( 1+0,06 )n n=1, portanto V = 0,943396

v = 1/ ( 1+0,06 )n n=2, portanto V = 0,889996

v = 1/ ( 1+0,06 )n n=3, portanto V = 0,839619

v = 1/ ( 1+0,06 )n n=4, portanto V = 0,792094

Assim,
A = 2.000 x V1 + 2.000 x V2 + 2.000 x V3 + 2.000 x V4
Ou seja,
A = 2.000x0,943396+ 2.000x0,889996 + 2.000x0,839619 + 2.000x0,792094

A = 6.930,21
Observação: com R$ 6.930,21 pode-se pagar uma renda certa anual de R$ 2.000,00 durante 4
períodos a uma taxa de juros de 6% ao ano. A probabilidade de pagar é igual a 100%, pois
mesmo que o investidor faleça, alguém, herdeiro e/ou outro titular, irá receber o valor.
CÁLCULO DO VALOR PRESENTE PARA RENDA ALEATÓRIA
Vamos supor a mesma renda condicionada à pessoa estar viva para o recebimento. É preciso,
então, calcular a probabilidade de uma pessoa de idade x chegar viva a idade x + 1 para
receber o primeiro pagamento (postecipado – fim do primeiro período) de R$ 2.000,00, depois
chegar viva a idade seguinte para receber a seguinte parcela e assim por diante.
A seguir temos px, ou seja, a probabilidade de uma pessoa de idade x sobreviver até a idade x
+ 1, ou a probabilidade de uma pessoa de 40 anos sobreviver até a idade 41. A seguinte, 2 p40
é a probabilidade de uma pessoa de 40 anos sobreviver 2 ou até a idade 42 etc.
Então, para se calcular o valor atual, é necessário considerar, além do fator financeiro de
desconto (v), a probabilidade de a pessoa estar viva por ocasião do recebimento da renda, isto
é, devemos ter o fator atuarial de desconto para cada ano.
|-------|--------|--------|--------|----
40 41 42 43 44
41 = v1x 1p40; 42= v2 x 2p40; 43= v3 x 3p40; 44= v4 x 4p40
A = 2.000 x ( v 1p40+v2 x 2p40 + v3 x 3p40 + v4 x 4p40)
Ou
A= 2.000 x ( 1E40 + 2E40+ 3E40 + 4E40)
No momento presente (momento zero do fluxo de caixa), a pessoa tem 40 anos de idade. É
necessário escolher uma tábua de mortalidade, para se calcular a probabilidade. Vamos usar a
Tábua AT-2000-Male.

Tábua de comutação AT-2000- Male com taxa de juros de 6% ao ano


x lx Dx
40 974.761 94.768,3651
41 973.744 89.310,8695
42 972.607 84.157,1268
43 971.321 79.288,5576
44 969.859 74.687,9513
45 968.196 70.339,4919
46 966.310 66.228,7458
47 964.186 62.342,6180
48 961.811 58.668,9322
49 959.176 55.196,3956
50 956.271 51.914,3971

Sabemos que:

n E x = Dx+n/ Dx

1E40 = D 41/D 40 = 89.310,8695 / 94.768,3651 = 0,942412


2E40 = D 42/D 40 = 84.157,1268 / 94.768,3651 = 0,888030
3E40 = D 43/D 40 = 79.288,5576 / 94.768,3651 = 0,836656
4E40 = D 44/D 40 = 74.687,9513 / 94.768,3651 = 0,788111
Assim, tem-se:

A = 2.000 x (0,942412+0,888030+0,836656+0,788111)
A = 2.000 x 3,455208
A = 6.910,42
A renda só é recebida se a pessoa estiver viva.

CÁLCULO DO VALOR DA PRESTAÇÃO


A expressão do valor atual de uma renda unitária imediata e postecipada de n termos é:
A = R x Fator financeiro de atualização

a = (1+i)n-1/ (1+i)n x i
o valor da prestação pode ser calculado:
R = A/ fator financeiro de atualização

Exemplo: calcular o valor atual de uma renda certa anual postecipada de R$ 10.000,00
a uma taxa de 4% ao ano., paga durante cinco anos para uma pessoa de 60 anos.
Não há neste caso qualquer restrição de pagamento, isto é, é uma renda certa que independe
da sobrevivência do investidor( e também independe da idade em que ele se encontra. É uma
operação exclusivamente financeira.
A = R x fator financeiro de atualização
A = 10.000 x 4,451822
A = 44.518,22
Obs: se uma pessoa aplicar R$ 44.518,22ª uma taxa de 4% ao ano, ela (ou outra pessoa)
receberá 5 parcelas anuais no valor de R$ 10.000,00 cada com a primeira daqui a um ano
(renda postecipada).

Exemplo 2: se uma pessoa de 60 anos formar um fundo de R$ 500.000,00 qual será a renda
anual que ela receberá por um prazo certo (independentemente de estar viva ou não, a renda
será paga) de 20 anos, considerando-se uma taxa de juros de 4% ao ano.

R = A/ fator financeiro de atualização

Das könnte Ihnen auch gefallen