14 | QUINTA-FEIRA, 17 de janeiro de 2019
Editor: Elder Ogliari
Editor assistente: Danton Júnior
Expectativa de boa
produtividade na safra
Abertura oficial da
colheita, maior que a
de anos anteriores,
está marcada para a
semana que vem
N
os próximos dias 24 e 25
de janeiro, a Agropecuá-
ria Moreno, em Sossego,
distrito de Santo Ângelo,
vai sediar a Abertura Oficial da
Colheita do Milho no Rio Grande
do Sul. A projeção para a safra de
milho 2018/2019 não é unânime
entre as entidades que represen-
tam os produtores. Enquanto a Fe-
deração das Cooperativas Agrope-
cuárias do Rio Grande do Sul (Fe-
coagro) acredita em alta produtivi-
dade nos cerca de 753,9 mil hecta-
res plantados, a Associação dos
Produtores de Milho (Apromi-
lho/RS) não descarta uma quebra
de 10% a 15% em lavouras de se-
queiro do Noroeste.
O presidente da Apromilho, Ri-
cardo Meneghetti, lembra que fal-
tou chuva naquela região do final
de novembro até o Natal de 2018,
RURAL
MILHO
Estimativa é que cada hectare plantado no Estado renda 7,4 toneladas do grão
o que deve comprometer o volume
da colheita. Meneghetti reconhece,
entretanto, que as áreas irrigadas
devem atingir uma produtividade
acima dos 200 sacos por hectare.
Paulo Pires, presidente da Fe-
coagro, diz que a expectativa das
cooperativas é de uma produtivi-
dade significativa tanto nas áreas
irrigadas como nas de sequeiro.
Segundo o dirigente, o produtor
de milho tem apostado na tecnolo-
gia nos últimos anos, não apenas
com o uso de pivôs, mas também
de cultivares e insumos de quali-
rural@correiodopovo.com.br
PAULO PIRES / DIVULGAÇÃO / CP
dade. “A cultura tem experimenta-
do um aumento de produção”, des-
taca Pires.
No ano passado, o Rio Grande
do Sul plantou 728 mil hectares
de milho e colheu 4,82 milhões de
toneladas. Na safra 2018/2019,
com mais 25 mil hectares de área,
a produção estimada pela Conab
é de 5,63 milhões de toneladas. A
produtividade da safra passada
foi de 6,6 toneladas por hectares.
A estimativa para o ciclo atual,
que vai até o final de fevereiro, é
de 7,4 toneladas por hectare.
ARROZ
Metodologia do preço
mínimo será avaliada
Técnicos da Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab) vi-
rão ao Rio Grande do Sul em feve-
reiro para coletar dados que aju-
dem o órgão a consolidar ou a revi-
sar a atual metodologia de forma-
ção do preço mínimo do arroz. On-
tem, em Brasília, o presidente da
Federarroz, Henrique Dornelles, e
o economista-chefe da Farsul, An-
tônio da Luz, acompanhados do
presidente do Irga, Guinter
Frantz, expuseram à Conab e ao
Ministério da Agricultura as fa-
lhas do cálculo que estariam ge-
ENCHENTE
Prejuízo de R$ 57 milhões
A Secretaria de Agricultura de
Alegrete reuniu produtores rurais
do município para avaliar os da-
nos causados pela enchente. De
acordo com o secretário Daniel
Gindri, Alegrete contabiliza um
prejuízo de R$ 57 milhões na agro-
pecuária, incluindo lavouras e
criações. Somente as plantações
de arroz, que ontem estavam com
4,9 mil hectares submersos, conta-
bilizam quebra de R$ 39 milhões.
Gringi explica que a prefeitura
de Alegrete pretende auxiliar os
produtores possibilitando o escoa-
COTAÇÕES*
SOJA GRÃO — BOLSA DE CHICAGO
16/Jan/19
US$ BUSHELL
Variação
Mar/19 +0,01¼l
Mai/19 +0,01¼l
Jul/19 +0,01l
Ago/19 +0,00¾l
Set/19
Nov/19
+0,00¾l
- 9,37½
Jan/20 - 9,49¼
BOVINO GORDO EM PÉ/KG
Semana de 14/Jan/2019 a 18/Jan/2019
Boi Vaca
Mínimo R$ 4,75 R$ 3,80
Médio (*) R$ 5,05
Máximo R$ 5,30
(*) Média ponderada obtida entre as praças consultadas
SOJA
Intacta 2 é mostrada no RS
A segunda geração de soja In-
tacta, a Intacta 2 Xtend, está
sendo apresentada a produtores
gaúchos no evento Gigantes da
Soja, promovido pela Bayer, que
começou terça-feira e segue até
esta sexta-feira em uma área ex-
perimental, em Passo Fundo.
A principal característica da
nova tecnologia é a resistência
ao dicamba, herbicida apontado
como alternativa para o contro-
le de invasoras de folhas largas
resistentes ao glifosato. O produ-
to é visto como estratégico para
o controle de plantas resisten-
tes, de difícil controle e multiflu-
xos. “O dicamba vai complemen-
tar o que o glifosato já faz”, ex-
plica o líder de lançamento da
nova tecnologia na Bayer, Fábio
Passos. O dicamba já é utilizado
há cerca de 30 anos em diversos
CORREIO DO POVO
rando um preço mínimo desconec-
tado da realidade. Para a safra
2018/2019, o mínimo foi calculado
em R$ 36,44, enquanto que deve-
ria estar próximo dos R$ 40, se-
gundo Da Luz.
Para a Federarroz, não estão
considerados adequadamente os
custos de manutenção de maqui-
nário, salário dos funcionários, pa-
gamento da secagem dos grãos,
energia elétrica e arrendamentos.
Dornelles acredita ser “difícil, mas
não impossível”, a revisão do pre-
ço mínimo para a atual safra.
mento da safra que em breve co-
meça a ser colhida e oferecendo
aos governos do Estado e federal
um levantamento consistente das
perdas, para facilitar o acesso ao
seguro.
Fátima Marchezan, presidente
da Associação dos Arrozeiros de
Alegrete, entidade que congrega
120 produtores de arroz da re-
gião, afirma que mais de 60% dos
associados pegaram crédito em in-
sumos, para pagamento com a co-
lheita. “Estes não vão ter qual-
quer ressarcimento”, avalia.
AGROTÓXICOS
Encontro em
Fechamento
busca de acordo
8,94½
9,08 Representantes dos produto-
9,20¾ res, Ministério Público Estadual
9,26 e Secretaria da Agricultura po-
9,29½ dem começar a discutir uma pro-
posta de regulamentação para a
aplicação terrestre dos agrotóxi-
cos no Rio Grande do Sul, hoje,
na Farsul. O encontro busca se-
lar um acordo entre os produto-
R$ 4,31 res que utilizam o herbicida
R$ 4,70 2,4-D e os que tiveram perdas
nos parreirais e olivais em fun-
Fonte: Emater ção da deriva do agrotóxico.
países, como Estados Unidos e
Argentina.
A estimativa é de que a tecno-
logia seja disponibilizada comer-
cialmente em 2021, após aprova-
ção da China, principal importa-
dor da oleaginosa brasileira.
Até lá, a nova variedade será
adotada em formato de testes
por cerca de 300 agricultores
em todo o país. Nos Estados Uni-
dos, a tecnologia foi disponibili-
zada há três safras e hoje está
em 55% da produção daquele
país. A expectativa é que evolu-
ção semelhante ocorra no Bra-
sil, onde a Intacta levou três sa-
fras para alcançar 50% do mer-
cado. A Bayer pretende ainda
trabalhar a capacitação do pro-
dutor de modo a evitar proble-
mas de deriva, que têm sido re-
gistrados nos Estados Unidos.