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Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA)

A Região Amazônica é tema incontornável nos debates internacionais


contemporâneos sobre recursos naturais, desenvolvimento sustentável, mudança
do clima e biodiversidade.

Com população de aproximadamente 38 milhões de pessoas, a Amazônia ocupa


40% do território sul-americano e abriga a maior floresta megadiversa do mundo,
habitat de 20% de todas as espécies de fauna e flora existentes. A Bacia
Amazônica contém cerca de 20% da água doce da superfície do planeta.

Por sua importância estratégica, a Amazônia apresenta aos países que fazem
parte deste ecossistema grandes desafios e ainda maiores oportunidades. A
conveniência de conjugar esforços para o desenvolvimento harmônico da
Amazônia, com equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do
meio ambiente, constitui princípio fundador da Organização do Tratado de
Cooperação Amazônica (OTCA), bloco socioambiental formado pelos Estados que
partilham o território Amazônico: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru,
Suriname e Venezuela.

As origens da organização remontam a 1978, quando, por iniciativa brasileira, os


oito países amazônicos assinaram, em Brasília, o Tratado de Cooperação
Amazônica (TCA), com o objetivo promover o desenvolvimento integral da região e
o bem-estar de suas populações, além de reforçar a soberania dos países sobre
seus territórios amazônicos. O fortalecimento da cooperação regional é o principal
meio para alcançar esses objetivos.

Vinte anos depois, em Caracas, os países firmaram Protocolo de Emenda ao


Tratado de Cooperação Amazônica, criando a OTCA, organização internacional
dotada de secretaria permanente e orçamento próprio. Em dezembro de 2002 foi
assinado, no Palácio do Planalto, Acordo de Sede entre o Governo brasileiro e a
OTCA, que estabeleceu em Brasília a sede da Secretaria Permanente da
Organização. Vale notar que, até hoje, a OTCA é a única organização
internacional multilateral sediada no Brasil.

A Reunião de Ministros das Relações Exteriores é o órgão deliberativo máximo da


Organização, responsável por fixar as diretrizes básicas da política comum, avaliar
iniciativas desenvolvidas e adotar decisões necessárias à consecução dos fins
propostos. O Conselho de Cooperação Amazônica (CCA), integrado por
representantes diplomáticos de alto nível dos países-membros, deve velar pelo
cumprimento dos objetivos do Tratado e das decisões adotadas pelos Ministros de
Relações Exteriores. O CCA é auxiliado pela Comissão de Coordenação do
Conselho de Cooperação Amazônica (CCOOR), órgão meramente consultivo.
No âmbito interno, cabe à Comissão Nacional Permanente do Tratado de
Cooperação Amazônica – constituída por representantes de treze Ministérios e
presidida pelo Itamaraty – coordenar as atividades relacionadas à aplicação, no
território brasileiro, das disposições do Tratado.

Nos últimos anos, a OTCA experimenta processo de relançamento e de


fortalecimento. Nessa nova fase, suas atividades são pautadas pelas diretrizes da
Nova Agenda Estratégica de Cooperação Amazônica, aprovada pelos Chanceleres
dos países-membros em 2010, que reflete as prioridades dos países amazônicos,
de acordo com a nova realidade política e social da região.

Ainda como parte da estratégia de dinamizar a organização, os países decidiram


incrementar o valor de suas contribuições anuais, dotando-a de maior capacidade
de financiamento de suas atividades. Em abril de 2013, o Brasil anunciou a doação
de terreno para a construção do novo edifício-sede da OTCA, contribuindo para
garantir a autonomia financeira da Organização.

Atualmente, estão em execução numerosos projetos em áreas como meio


ambiente, assuntos indígenas, ciência e tecnologia, saúde, turismo e inclusão
social. Entre eles, destaca-se o Projeto Monitoramento da Cobertura Florestal na
Região Amazônica, executado desde meados de 2011 em parceria com o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O objetivo do Projeto é contribuir para o
desenvolvimento regional da capacidade de monitoramento do desmatamento da
Floresta Amazônica, por meio de instalação de salas de observação nos países-
membros e de capacitação e intercâmbio de experiências em sistemas de
monitoramento. O projeto permitiu a elaboração pioneira de mapas regionais de
desmatamento da Amazônia, através da compilação dos dados nacionalmente
coletados.

Igualmente digno de nota é o projeto "Ação Regional na Área de Recursos


Hídricos" (Projeto Amazonas), coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA)
desde 2012, que contempla encontros técnicos regionais e cursos de capacitação
em gestão de recursos hídricos na bacia amazônica. Rede piloto de
monitoramento hidrometereológico está sendo instalada em pontos selecionados
de três países (Bolívia, Colômbia e Peru), a fim de prover informação precisa e em
tempo real sobre a situação dos rios amazônicos. O projeto teve sua primeira fase
recentemente concluída em junho de 2017.

O aniversário de 40 anos da assinatura do TCA, em 2018, coincidirá com a revisão


da Agenda Estratégica de Cooperação Amazônica, que delimitará os objetivos da
Organização para o próximo decênio.
Na realidade, não é a OTCA que completa quarenta anos de existência, mas, sim,
o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). É importante fazer a distinção, pois o
TCA foi celebrado em 1978, enquanto a OTCA só veio a ser criada vinte anos
depois, em 1998. Portanto, até podemos traçar um paralelo entre essa
organização e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cujas
origens vêm primeiro com o Instituto da Língua Portuguesa anos antes.
O Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) foi proposto pelo Brasil em 1977 e assinado por
Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Equador e Suriname, em 1978, com o
objetivo de reforçar a soberania destes sobre a região, em resposta a ameaças externas
percebidas pelo questionamento do padrão de desenvolvimento que esses países adotavam
nessa área. Na segunda metade da década de 80 e a partir da seguinte, o TCA sofreu
influências da crescente relevância do tema ambiental e da maior interdependência no mundo
internacional, assistindo, em decorrência das atividades desenvolvidas no âmbito de seus
órgãos, a uma transformação de seu objeto de cooperação, que era exclusivamente assegurar
a soberania sobre o território amazônico e passou, também, a se identificar com o
desenvolvimento sustentável. Para a compreensão do fato de que o objetivo que levou à
assinatura do Tratado foi garantir a primazia dos Países-Contratantes sobre seus respectivos
territórios amazônicos e que, posteriormente, o tema do desenvolvimento sustentável passou a
corresponder a sua principal área de cooperação (o que é constatado pelo número de projetos
executados e recursos aplicados ao longo de sua história), é importante analisar a constituição
histórica do TCA. É necessário olhar para além do texto do Tratado para observar os reais
interesses e condições dos países amazônicos à época de sua assinatura. Durante a década
de 90, o Tratado se desenvolveu institucionalmente, estabeleceu parcerias com países e
organizações internacionais e comprovou a inadequação de sua estrutura operacional aos
seus propósitos de cooperação, razão pela qual o mesmo foi extinto, por meio de um protocolo
de emenda assinado em 1998, que criou a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
(OTCA). Até meados da década de 80, o TCA permaneceu praticamente inoperante, como
reconhecido nas poucas obras que trataram desse tema. Essa afirmação, embora seja válida
no que toca à cooperação entre os países signatários, não pode ser feita em relação ao
objetivo que levou à sua assinatura. Mais ainda, a existência do Tratado e os conseqüentes
contatos diplomáticos estabelecidos entre o Brasil e os países amazônicos, nesse período,
permitiram a aproximação entre este país e aquele grupo, de modo a diminuir a desconfiança
histórica em relação aos interesses brasileiros na região

Ocupando cerca de 40% da América do Sul, a Amazônia constitui área de


óbvia importância estratégica da região para a segurança e o
desenvolvimento sul-americano, ainda que nem sempre tenha recebido a
devida atenção da política externa sul-americana.
Quadragésimo aniversário do Tratado de Cooperação Amazônica
ALOYSIO NUNES FERREIRA
Ministro das Relações Exteriores

O Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) chega, hoje, aos 40 anos. Com uma população de
cerca de 40 milhões de pessoas, 385 povos indígenas e cidades de centenas de milhares de
habitantes, a Amazônica ocupa 40% do território sul-americano. Contém 20% da água doce da
superfície do globo, abriga a maior floresta megadiversa do mundo e é o habitat de 20% de
todas as espécies de fauna e flora existentes no planeta.
Apesar desses números "amazônicos" e da óbvia importância estratégica da região para a
segurança e o desenvolvimento sul-americano, a área recebeu, historicamente, menos
atenção do que a devida. Isso começou a mudar na segunda metade do século XX. No caso do
Brasil, alguns marcos foram a criação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
em 1952; a ligação rodoviária Belém-Brasília; a criação, em 1966, da Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a revitalização econômica de Manaus por meio de
seu polo industrial.

Todos esses desdobramentos, e muitos outros, com seus custos e benefícios, suas implicações
positivas e negativas, levaram a uma maior integração da Amazônia ao Brasil. Também
consolidaram, paulatinamente, a convicção de que o desenvolvimento sustentável da região
amazônica é fundamental para todo o país.

A assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica em 1978 e a criação da Organização do


Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) em 1998, com sede em Brasília, fazem parte dessa
história de "redescoberta" e "revalorização" da Amazônia, para a qual tanto contribuíram
personalidades quanto o embaixador Rubens Ricúpero, o principal mentor do TCA.

Aqueles atos diplomáticos ajudaram os países amazônicos a entender que muitos dos desafios
e possibilidades próprios da região são compartilhados e, em muitos aspectos, somente
poderão ser devidamente equacionados se o forem conjuntamente. Isso explica a diversidade
dos temas objeto dos projetos de cooperação no âmbito da OTCA, tais como o monitoramento
da cobertura florestal, a gestão de recursos hídricos transfronteiriços, a prevenção de
epidemias, a proteção de povos indígenas, as políticas sociais e o estabelecimento de base de
dados para intercâmbio científico.

Nessa década que se avizinha, a relevância politica e prática do Tratado e da Organização será
ainda maior, já que deverá continuar crescendo a consciência da importância da Amazônia a
todos os títulos, em particular em matéria ambiental. Um óbvio exemplo é a mudança do
clima. Estudos recentes sugerem que a Amazônia deve ser uma das regiões mais expostas às
consequências do aquecimento global.

A disponibilidade de recursos hídricos é um dos determinantes de seus ecossistemas, e


mudanças nos níveis e padrões de precipitação, derivados de variações na temperatura global,
já estão afetando profundamente seu funcionamento. Isso é decisivo não só no que tange à
preservação da biodiversidade da região, mas também no tocante à prosperidade de boa parte
dos seus milhões de habitantes, cujos meios de vida dependem, em boa medida, da
disponibilidade de recursos hídricos.

O desafio da mudança do clima e seus impactos na Amazônia ilustram a centralidade do


conceito de sustentabilidade na ação dos Estados em favor do desenvolvimento da região. Não
por outra razão, a Agenda Estratégica de Cooperação Amazônica (AECA) 2019-2030, ora em
preparação, tem no desenvolvimento sustentável sua pedra angular. Seus objetivos e metas
estarão estreitamente alinhados à Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 e ao
Acordo de Paris.

Há, portanto, razões para celebrar o quadragésimo aniversário da firma do TCA e fundadas
razões para o otimismo quanto ao futuro da OTCA. Aos países amazônicos cabe a tarefa,
árdua, mas exequível, de transformar desafios comuns em oportunidades para todos. O Brasil,
que executa, com êxito, diversas politicas setoriais de particular relevância na e para a
Amazônia e que contribui com significativos recursos materiais e humanos para a cooperação
amazônica, seguirá fazendo a sua indispensável parte.

A partir de meados do século XX, o Brasil começou a desenvolver iniciativas


para integrar a área amazônica ao resto do país, como, por exemplo, a
ligação rodoviária Belém-Brasília

Em dezembro de 2017, realizou-se, no Equador, a XIII Reunião de Ministros de


Relações Exteriores dos Países Membros da OTCA, permitindo a renovação do
compromisso dos países com os objetivos do TCA.

Ao celebrar os 40 anos de existência, o aniversário do TCA coincidirá com a


revisão da Agenda Estratégica 2019-2030, que delimitará os objetivos da
organização para o próximo período.
Celebra-se hoje, 3 de julho, o quadragésimo aniversário da assinatura do Tratado de
Cooperação Amazônica (TCA) por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru,
Suriname e Venezuela.

Iniciativa do Brasil, o TCA foi, em 1978, e segue sendo, hoje, expressão da vontade conjunta
de colaboração entre os países com territórios na região amazônica em favor de seu
desenvolvimento sustentável.

Essa colaboração, facilitada pela criação da Organização do Tratado de Cooperação


Amazônica (OTCA) em 1998 e a instalação de sua sede em Brasília, é traduzida por um
conjunto importante de projetos comuns, em particular em temas ambientais de grande
relevância, como a mudança do clima.

Ao celebrar os quarenta anos do TCA, os países membros da OTCA miram também ao


futuro. A Agenda Estratégica 2019-2030, a ser adotada em novembro próximo, ajudará a
assegurar que os esforços da Organização estejam estreitamente articulados com os
compromissos internacionais de seus membros em matéria de desenvolvimento
sustentável.

Entre as iniciativas destinadas a comemorar o quadragésimo aniversário do tratado,


destaca-se a realização, em 12 de julho próximo, de seminário “Quarenta Anos do Tratado
de Cooperação Amazônica – Sustentabilidade: um paradigma para o desenvolvimento da
Amazônia”, organizado conjuntamente pela Câmara de Deputados, o Itamaraty e a
Secretaria Permanente da OTCA.
No âmbito da OTCA, atualmente, estão em execução numerosos projetos em
áreas como meio ambiente, assuntos indígenas, ciência e tecnologia, saúde,
turismo e inclusão social. Entre os referidos projetos, vale destacar o Projeto
Monitoramento da Cobertura Florestal na Região Amazônica, executado desde
meados de 2011 em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento regional da capacidade
de monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica. Além disso, o projeto
"Ação Regional na Área de Recursos Hídricos" (Projeto Amazonas), coordenado
pela Agência Nacional de Águas (ANA) desde 2012, contempla encontros técnicos
regionais e cursos de capacitação em gestão de recursos hídricos na bacia
amazônica.

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