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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO –

CAMPUS JACAREÍ

EMANUEL CESAR SIMOES

FRACASSO ESCOLAR E POLITICA NAS ESCOLAS

Licenciatura em Pedagogia

JACAREÍ/SP

2018

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO –


CAMPUS JACAREÍ
EMANUEL CESAR SIMOES

FRACASSO ESCOLAR E POLITICA NAS ESCOLAS

Licenciatura em Pedagogia

Projeto de Pesquisa apresentado na disciplina:


Pratica como componente curricular no Instituto
Federal de São Paulo – Campus Jacareí, como
exigência parcial na avaliação da disciplina.

JACAREÍ/SP

2018
“...Indo pra aula, molecada uniformizada, achando cápsula de 45 deflagrada,
Uns já fuma cigarro, perderam a inocência.
Só vão pra escola porque tem merenda.
O professor não tem salário nem estímulo,
Carteira quebrada, falta de giz, livros, completam o ciclo
Na porta, o traficante alicia o menor
Pra depois esquarteja se não pagar o pó...”
Facção central – Observando o rio de sangue - Direto do Campo de Extermínio.2003.

Problema:
Analisar a carreira de docente, de maneira ampla e completa, buscando as raízes de seus
problemas cotidianos, suas frustrações como profissional, e levando em consideração suas
motivações para a escolha do magistério, e sua formação.
Objetivo geral
Esta pesquisa tem como objetivo compreender a profissão de professor, e sua problemática e
importância.

Objetivo especifico
Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre políticas públicas relacionadas a educação,
analisar a educação e sua função política e estratégica dentro dos sistemas econômicos e que
impacto essa segmentação educacional causa na vida das pessoas e da sociedade.

Justificativa:
A escolha deste tema possui caráter pessoal e acadêmico, analisando se as motivações que
levaram a escolha do magistério interferem no trabalho do professor, para verificar se isto
afeta no comprometimento com a educação e em sua atuação em sala de aula. A decisão de
escolha de trabalhar com o fracasso escolar me levou a leituras que explicam a sociedade e
sua história, seus fatos e consequência de nosso cotidiano. E ao repensar essas questões
analisaremos a conjuntura do problema.

Metodologia:
A metodologia utilizada consiste em três passos, primeiro será realizado uma pesquisa através
de artigos acadêmicos e livros que relatam sobre o fracosso escolar, depois uma entrevista
com o docente, onde as perguntas serão relacionadas a sua vida acadêmica e suas motivações
que o levaram a escolher o magistério como profissão e perguntas relacionadas ao fracasso
escolar; terceiro será a tabulação e à comparação dos dados da entrevista e da observação.
Cronograma

Novembro
Tarefas/Mês 1° 2° 3° 4° 5°
Semana Semana Semana Semana Semana
Levantamento X
Seleção de leituras X
Elaboração de
X X
instrumentos
Aplicação X

Tabulação X

Redação X X

Revisão Geral X X

Transcrição da entrevista

No dia 21, quarta-feira, faltei a faculdade para realizar a entrevista com os professores, fui na

Escola Municipal Ruth Nunes da Trindade, localizada no


bairro parque Interlagos, cheguei a escola por volta das
10: 00 horas da manhã, quem me concedeu a
entrevista foi a professora Maria* 25 anos de profissão,
formada pela univap em historia em 1993, depois pela
faculdade Maria Augusta em 2002 pedagogia e em 2013
se formou em filosofia pela UNAR, a professora me
tratou muito bem, e logo começamos a conversa, ela me
informou que é coordenadora pedagógica na escola
Ruth Nunes e da aula de filosofia na rede Estadual
também. Logo de inicio perguntei o que ela fazia antes
de se formar, e porque escolheu ser docente.
Respondeu-me que trabalhava na Panasonic, como
auxiliar de cobrança, e que desde de muito pequena
queria ser professora; pois tinha o desejo de melhorar a
vida das pessoas, atuando na educação. Quando
questionei sobre sua formação e o que achou do seu
curso; ela respondeu que gostou, porem faltou uma
didática, uma matéria, ou alguma instrução mais
completa, ou um treinamento, e essas foram suas
palavras, de como atuar em sala de aula, e logo em
seguida eu a pedi para que explicasse mais sobre o
assunto pois não havia entendido, e ela começou a
relatar:
- Quando me formei e comecei a dar aula, parece que
fui jogada na sala de aula. E não tinha experiência para
lidar com aquela situação, eu tinha conteúdo a ser
passado, mas não conseguia obter a atenção da sala,
os alunos estavam sempre muitos dispersos e em
alguns casos eu perdia totalmente o controle da sala,
acho que deveria existir alguma matéria que preparasse
os professores para lidar com essas situações.
E então eu perguntei por qual motivo ela achava que
isso ocorria e porque as coisas eram ou estavam
daquela maneira:
- Porque acho que as pessoas não valorizam a escola,
eles acreditam que a escola e um lugar que cuida de
seus filhos e os alimenta, somente. A maioria dos pais e
mães não acompanham a vida escolar dos filhos, não
aparecem nas reuniões, não acompanham o caderno
escolar, e quando aparecem e só para reclamar. E
difícil, por que o professor não detém a atenção dos
alunos, eles ficam ali com seus celulares, ficam
conversando sobre outros assuntos, e não dão a
mínima para que o professor está dizendo ou tentando
ensinar. Porque para eles não tem valor. Eles estão
sendo educados pelos youtubers.
Continuei a conversa perguntando então como ela acha
que um bom professor deveria se portar nessas
condições, considerando a experiência que ela tem
hoje:
- Um bom professor tem que preparar a aula antes. Ter
um plano A e um plano B. O que vemos hoje em dia é
cada vez mais, são professores desanimados com a
profissão. E que grande parte desse sentimento, tem
como origem a sua formação de Educador. Aqui, por
exemplo em nossa escola, se tratando de alfabetização,
temos ainda uma defasagem que não estamos
conseguindo suprir; falta profissionais qualificados, o
professor que trabalha na alfabetização tem que ser um
professor “diferenciado”, ele tem que identificar os
problemas dos alunos, ter a percepção para entender
em que fase alfabética o aluno está. Imagine então, a
situação dos alunos do sétimo ano. É muito difícil
manter a atenção desses alunos no Professor, e no
conteúdo. Acho que é isso que faltou em meu curso:
Uma matéria sobre gestão em sala de aula.
Comecei então, a relatar para a professora as leituras
que fiz; de Luiza Cortezão, Hannah Arendt, e Adorno.
Ela ouviu o meu relato e o texto que havia trazido.
Concordou com as ideias e pontos de vistas, desses
autores; porém não consegui extrair muito dela nesse
contexto, e então entrou outra professora na sala
especialista em alfabetização e começamos a conversar
sobre os problemas de alfabetização, onde ela estava
relatando alguns fatos ocorridos naquela unidade. Mas a
conversa não demorou muito e achei melhor finalizar a
entrevista pois as mesmas se mostravam ali cheias de
trabalho.

Analise

Ao início desse projeto, fiquei em dúvida quais leituras fazer,


e como pesquisar sobre o assunto “Fracasso Escolar”. Durante
longos anos sempre me vi perguntando porque, certas
profissões no brasil são tão desvalorizadas, porém não obtinha
respostas. Hoje após essas leituras, posso dizer que tenho um
entendimento maior acerca do assunto, e quando conseguimos
entender a problemática e suas raízes; pode-se então pensar
em meios e maneiras eficazes de se buscar soluções para esse
problema. Em minha pesquisa, deparei com o livro de Luiza
Cortezão, “SER PROFESSOR UM OFICIO EM
EXTINÇÃO?” Uma obra de cunho fundamental para
pedagogos, de maneira geral. Cortezão expõe que, em
sistemas econômicos neoliberais a desigualdade construída, é
uma das principais fontes de “enriquecimento” dos
empresários que estrategicamente o financiam. Sendo assim, é
imprescindível, que se tenha uma educação voltada para gerar
riqueza, comenta Cortezão. Como complemento, estudos de
Louis Althusser traz o conceito de Escola, como um aparelho
Ideológico do Estado; Também Foucault vem mostrar em suas
obras a Escola como importante ferramenta para controle de
massas e de corpos. Esse espaço denominado Escola, onde os
saberes da humanidade e os conhecimentos científicos
deveriam ser ensinados com o objetivo da emancipação,
autonomia do ser humano, que criariam através da crítica, da
reflexão, da reconstrução de uma sociedade evoluída, mais
humana e igualitária num sentido de oportunidades e justiça,
próspera, sem as mazelas que nos causam sofrimento.
Cortesão mostra que em Portugal, ela constatou, através de
seus registros históricos, em diversos países, que aderiram o
pensamento neoliberal, ocorre uma crise econômica, que
muitas vezes criada, essa estratégia muito utilizada pelas
grandes corporações, juntos aos governos, para um controle
maior da população os professores sempre foram “bodes-
expiatórios”, culpados do fracasso da sociedade por não
ensinarem um ensino voltado para o mercado, para indústria e
demanda local, o que geraria o desemprego e os déficits na
economia. De acordo com Cortesão existem sempre os “gurus
da educação” que sempre de alguma forma ou meio
introduzem na sociedade esses conceitos de que a educação
deve ensinar para o trabalho, o que no texto a autora utiliza um
termo de Paulo Freire “Educação Bancaria”, essa educação
utiliza uma metodologia de cunho técnico e ignora os saberes
da humanidade por completo, é uma metodologia voltada para
um caráter de instrução, e prescritivo, desconsiderando muitas
vezes a realidade do aluno e o cunho social que o mesmo está
inserido. Para isso o governo adota um currículo único,
heterogêneo onde o processor precisa seguir suas diretrizes.
Quais resultados dessa pedagogia? Quais resultados implicam
na sociedade com essa tipologia de ensino? Uma sociedade
mais alienada, mais conservadora e, portanto, reprodutora das
desigualdades sociais. O resultado é o que vemos hoje salas de
aula em que o professor não tem autoridade e muito menos
autonomia, e sua profissão é cada vez mais desvalorizada. A
escola pública então que deveria ser a redentora da
humanidade, educando a população para a equidade, justiça e
paz e desenvolvimento, se torna então um veículo para a
manipulação, para a redução do pensamento, para a
reprodução de valores capitalistas, de consumo e para a
manutenção das classes.
Ao refletir sobre essas potencialidades que a escola vem
reproduzindo durante anos no brasil, praticamente desde de
seu descobrimento me veio a leitura e a pesquisa na obra de
Hanna Arendt, e seu pensamento sobre a “Banalidade do Mal”
( Eichmann em Jerusalém.1963, editora:Viking Press) o
conceito de banalidade do mal, é uma temática que relaciono
com o texto de cortezão quando ela identifica os motivos por
detrás dessas “educação bancaria”, pois a classe dominante
preocupada em manter sua riqueza e poder, utilizando de
estratégias para a redução do ser humano, resulta em fatores
que vimos por exemplo na segunda guerra mundial,
atrocidades em massa, holocausto e barbáries em níveis
mundiais.
pois o conhecimento técnico é necessário para as suas áreas de
importância, assim como a inteligência emocional é para com
suas finalidades.

REFERÊNCIAS

BLEGER, José. A entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e na investigação. In:


BLEGER, José. Temas de psicologia: entrevista em grupo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
p. 1-5.
RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Educação e reprodução social"; Brasil Escola.
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/educacao-reproducao-social.htm>.
Acesso em 24 de outubro de 2018.
MICHEL DE CERTAU. A Invenção do cotidiano, nova edição, estabelecida e apresentada por
Luce Giard.

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