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DAS AMÉRICAS
CADERNO DE
RESUMOS
RESISTÊNCIAS,CULTURAS
E PRÁTICAS POLÍTICAS
Realização: Grupo de Estudos: História das Américas e Departamento
de História, Instituto de Ciências Humanas,
Pontifícia Universidade Católica de Minas gerais
25 e 26 de outubro de 2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
ISBN.
Outros Organizadores: Bianca Rezende Godói, Bruna Carolina da Silva,
Bruno Leandro Anastacio Virgino, Carolina Fernandes del Rio Hamacek, Elma
Lopes Martins, Fernanda Mendes Santos, Fhilippe Ribeiro da Costa, Gabriele
Marina da Silva, Jacyra Antunes Parreira, Juliana de Souza Soares, Marcus
Vinícius Costa Lage, Mariana Brescia Cruz, Mariana Gonçalves Alves Vilela,
Mateus Gomes da Silva, Natalia Cristina Silva Morais, Paula de Souza Ribeiro,
Tiago Henrique Lopes Viana, Victoria Ballardin Santos
CDU: 97
Ficha catalográfica elaborada por Fernanda Paim Brito - CRB 6/2999
Caderno de Resumos – 1º Simpósio de História das Américas: resistências, culturas e práticas políticas.
25 e 26 de outubro – Belo Horizonte: Departamento de História – ICH/PUC Minas, 2018
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Andressa Lopes Gomes Marques Menezes, Bianca Rezende Godói, Bruna Carolina da
Silva, Bruno Leandro Anastacio Virgino, Carolina Fernandes del Rio Hamacek, Elma
Lopes Martins, Fernanda Mendes Santos, Fhilippe Ribeiro da Costa, Gabriele Marina
da Silva, Jacyra Antunes Parreira, Juliana de Souza Soares, Marcus Vinícius Costa
Lage, Mariana Brescia Cruz, Mariana Gonçalves Alves Vilela, Mateus Gomes da
Silva, Natalia Cristina Silva Morais, Paula de Souza Ribeiro, Tiago Henrique Lopes
Viana, Victoria Ballardin Santos (Org.)
1ª Edição
Belo Horizonte
PUC Minas
2018
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Belo Horizonte
Instituto de Ciências Humanas – PUC Minas
25 e 26 de outubro de 2018
Realização
Comissão Organizadora do 1º Simpósio de História das Américas
Departamento de História – PUC Minas
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Comissão Organizadora
Equipe de Apoio
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Equipe de Audiovisual
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Sumário
Apresentação............................................................................................................ 6
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APRESENTAÇÃO
Tenho dito Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver
norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora colocamos o mapa
ao contrário, e então já temos uma justa ideia de nossa posição, e não como querem
no resto do mundo. A ponta da América, desde já, prolongando-se, aponta
insistentemente para o Sul, nosso norte.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – ARTES VISUAIS E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
2. BUENO, Samuel Torres. A História do Tempo Presente em "O Botão de Pérola" (2015) de
Patricio Guzmán.
5. HAMACEK; Carolina Fernandes Del Rio; MENEZES, Andressa Lopes Gomes Marques.
A ditadura na Argentina: cinema como instrumento de resistência e memória.
8. SILVA, Pedro Henrique Pires Martins da; FERREIRA, Luís Filipe. Game "Papers,
Please" e a questão dos refugiados.
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O seguinte trabalho busca analisar o período da ditadura militar chilena, ocorrida entre
1973 a 1990, a partir de uma série muito popular no país, Los 80, más que una moda. O
programa procura representar aspectos do regime presidido por Pinochet a partir do cotidiano
de uma família típica de classe média chilena, configurada como patriarcal. A primeira
temporada - a analisada - mostra o ano de 1982, onde o Chile vivia um momento de milagre
econômico, após a adoção do neoliberalismo como projeto global. Nesse período houve no
país uma melhoria na economia, e isso dava um poder de compra maior a classe média. Esse
grupo vivia um momento de grande consumismo, demonstrado na série com a chegada da
televisão a cores, muito popular no país. Entretanto, no mesmo ano, há uma grave crise
econômica, e o grupo protagonista vai sofrer as consequências desse episódio que prejudica o
país. O pai perde o emprego, e a mãe, para suprir as necessidades da família, sai do âmbito
privado para trabalhar. Isso abala as estruturas da família, já que, em um país machista como
o Chile - e a família Herrera é coerente a essa realidade -, o marido não aceita que sua mulher
trabalhe. A primeira temporada demonstra, então, como essa família irá lidar com as
mudanças que a ditadura impõe, e essa é a temática que será abordada.
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Nos Estados Unidos dos anos 1970, a crítica de arte erigida por artistas e historiadoras
feministas como Judy Chicago, Miriam Schapiro, Linda Nochlin e Griselda Pollock, apontava
as lacunas discursivas das instituições da arte que mantinham a produção de artistas mulheres
marginalizadas do reconhecimento histórico e construíram de maneira negativa a categoria do
“trabalho feminino”, como sendo qualitativamente inferior à produção masculina dominante.
No âmbito latino-americano, artistas e coletivos de mulheres se dispuseram dos meios e
procedimentos têxteis – tais como a costura, o bordado, a tecelagem e a manipulação de
tecidos e linhas –, apropriando-se dos simbolismos e materialidades tradicionais das culturas
indígenas apagadas pelos processos violentos de colonização, organizando-se em prol de um
revisionismo histórico que abordasse as especificidades dos países que compõem a América
Latina. Simultaneamente, tais materialidades e procedimentos, usualmente vinculados à ideia
de subordinação e domesticação das mulheres, fora utilizado como suporte para a transgressão
das limitações impostas ao gênero feminino não só no âmbito artístico, como também no
plano social, tornando-se um meio expressivo da autenticidade da produção feminina
desviante dos modelos de representação e criação fundados pelos homens. Partindo de tais
premissas, este trabalho pretende apresentar a atuação de artistas como Miriam Medrez
(México), Cecilia Vicuña (Chile), Rosana Paulino (Brasil), Maria Magdalena Campos-Pons
(Cuba) e coletivos como as Arpilleras Chilenas e as Madres de Plaza de Mayo (Argentina),
apontando as principais contribuições de suas produções relativas às artes têxteis e sua
potência política para a criação de novas narrativas históricas que considerem a
representatividade e as representações femininas dentro de tal contexto, alinhadas à produção
teórica de pesquisadoras da história latino americana, tais como a ativista María Galíndo,
integrante do coletivo Mujeres Creando (Bolívia), a norte americana radicada no Chile, Nelly
Richard, e a historiadora Karen Cordero (México), revelando métodos e posicionamentos que
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criam alternativas possíveis de abordagem historiográfica frente à hegemonia masculinizada
da teoria e pesquisa das práticas artísticas.
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Desenvolvido por Lucas Pope e lançado em 2013 o jogo "Papers, Please" é um jogo
de estratégia desenvolvido inicialmente para Windows e OSX e que posteriormente em 2014
ganhou sua versão para Linux e iPad. Com um visual retrô e uma série de atividades para
serem feitas "Papers, Please" passa longe de ser um game convencional mas muito
interessante. Situado no período da Guerra Fria e se passando em um país fictício cujo o nome
é "Arstotzka". O jogo começa com o personagem sendo parabenizado por ter sido escolhido
para trabalhar na fronteira, mais exatamente no ministério de admissão de "Grestin Border
Checkpoint". Ao longo da história o jogador deve ir escolhendo suas ações para garantir a
segurança da fronteira, o grande objetivo é controlar quem entra e sai do país, pois o jogo é
situado em uma zona de guerra onde ambos os países envolvidos devem controlar os
refugiados, analisar seus documentos e descobrir se aquelas pessoas que estão passando ali
são refugiados, pessoas comuns que querem apenas passar pelo país ou se estão querendo
prejudicar o país vizinho. As ações do jogador refletem em seu salário, o qual pode ser
utilizado para ajudar a comprar coisas para sua família pra que a mesma possa ter um conforto
maior. Ao escolher esse jogo para analisar, pensamos que poderíamos relacionar com a
situação atual em que vivemos no mundo todo, onde em zonas de guerra as pessoas afetadas
ficam dependentes de outros países para que possam se refugiar dos horrores da guerra e ao
mesmo tempo como são retratados no jogo, os países que recebem essas pessoas refugiadas
devem se preocupar se as mesmas são vindas de fato fugindo da guerra ou se estão a fim de
entrar no país para prejudica-lo.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – EDUCAÇÃO E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
3. DORES, Francine Brandhuber Oliveira. Medal of Honor, Grand Theft Auto San Andreas,
Hatred: como e por que lançar mão de análises de jogos de videogames nas salas de aula?
6. LANA, Débora Maria de Souza; MESSIAS, Jordânia Aparecida Machado. O Teatro Negro
e Atitude e o seu potencial educativo.
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7. LANÇA, Luã Augusto da Silva. Livros de Psicologia recomendados para a formação de
professores na reforma educacional Francisco Campos - Mário Casassanta (1927).
12. ROCHA, Maria Aparecida Rodrigues da. O Professor Coordenador Pedagógico como
articulador da gestão democrática na Rede Municipal de Belo Horizonte.
13. SENA, Pedro Luiz Teixeira de. Um estudo sobre a inserção indígena na escola.
15. SOARES, Juliana de Souza. Políticas Públicas para a Educação Profissional: desafios
históricos.
16. VIEIRA, Rafael dos Santos. Ensino e representação cultural das Civilizações Pré-
Colombianas nos livros didáticos.
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2. Educação pública, democracia e República sempre de mãos dadas: a atuação política
da Sociedad de Amigos de la Educación Popular (SAEP) no Uruguai da segunda metade
do século XIX
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3. Medal of Honor, Grand Theft Auto San Andreas, Hatred: como e por que lançar mão
de análises de jogos de vídeogames nas salas de aula?
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são convidados na produção de tais obras de arte, sendo outra razão de reafirmar a análise.
Resumidamente, este trabalho visa compreender a importância de se trazer os jogos para o
ambiente escolar, partindo de uma análise nada leviana, mas embasada. Para além disso,
responde ao questionamento de diversos professores: como e por que fazer isso? Por meio da
breve análise de Medal of Honor, Grand Theft Auto San Andreas e Hatred busca-se responder
tais questionamentos.
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crianças do contexto analisado, situando o professor como importante ponte entre esses
sujeitos e a formação de seus valores.
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históricas que acometem a população negra, indo ao encontro das condições da maioria da
população daquela região. Em 2009, o TNA criou o Espaço Artístico Cultural Cor(tição) que
foi reconhecido como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura, visando além de
disseminar a cultura negra na localidade, fomentar e potencializar os profissionais, artistas e
grupos da região. A partir das análises, percebemos o potencial educativo da companhia e do
teatro negro como aliados de uma educação intercultural crítica e emancipadora na região de
Venda Nova, localidade que possui uma história rica e dinamicamente articulada à história de
Belo Horizonte e do país, vivida por sujeitos engajados em lutas reivindicatórias, marcadas
por um forte protagonismo.
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trabalham temas relacionados à Psicologia da época; verificando um panorama conjuntural de
como esta ciência foi se tornando parte do cotidiano dos agentes educacionais mineiros.
Utilizou-se como suporte teórico para a realização da análise, os conceitos de "estratégia" de
Michel de Certeau e de "coletivo de pensamento" e "estilo de pensamento" de Ludwik Fleck;
buscando compreender quais foram os grupos envolvidos no processo de seleção das
referências bibliográficas. Concluindo assim, que o governo mineiro por meio dos livros e
saberes da Psicologia, voltado para a formação de professores realiza uma estratégia política
visando escolher uma orientação psicológica para a educação no Estado; afirmando-se os
conhecimentos do Instituto Jean-Jacques Rousseau por meio de Helena Antipoff.
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Carolina Montuan
Graduanda pela PUC Minas
carolinamontuan@gmail.com
O Teatro Legislativo teve a sua gênese pautada sobre o viés político educacional. A
democratização da arte que visava a participatividade das camadas sociais marginalizadas
propiciou, no que tange o indivíduo enquanto principal agente da sua condição histórica,
conscientização e reflexão crítica acerca dos problemas populares. Durante o seu mandato
como vereador, Augusto Boal, em conjunto com as comunidades locais, conseguiu
desenvolver projetos de leis que abarcaram as demandas sociais. Nessa perspectiva do Teatro
Legislativo como ferramenta de mudança social, o trabalho busca desvelar os impactos
resultantes dessa formação cultural e política no período em que o projeto foi originado.
Atrelado a essa análise será feita, com finalidade reflexiva, uma correlação dessas questões
supracitadas com as tensões que assolam a conjuntura política do século XXI de forma que a
proposta intervencionista do teatro seja a principal mediadora de conflitos.
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O Estado de Direito permitiu o avanço do ideal de justiça, pois a sua principal
característica é o individuo, palavra que implica aquilo que não é dividido, onde os sujeitos
são únicos e têm direito a tudo, sem distinções em relação a outros grupos sociais
(BOBBIO,1992). Em contrapartida, as diretrizes para a ampliação deste Estado de Direito
estão de acordo com o modelo econômico e político adotado pelos governos, o qual, muitas
vezes, o direito é garantido por lei, como também o país é signatário das convenções e direitos
internacionais, mas essa constitucionalização e reconhecimentos, não constituem em princípio
a eficácia e a execução destes. (SARLET, 2001, p.38).
Em vista dos aspectos abordados, este resumo tem como objetivo apresentar os
avanços em torno da educação inclusiva, elucidando o papel do Estado, da sociedade e da
escola para a efetivação desta como também os retrocessos gerados muitas vezes pelas
barreiras impostas pelo capital. Para a realização deste foram consultados documentos
normativos como também autores como Bobbio (1992), Cury (2016), Souza (2014), Mazzota
(2005), Mantoan (2013) dentre outros.
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instituições. Os resultados apontam que embora a gestão escolar democrática tenha avançado
em muitos aspectos há ainda muitos fatores que emperram a construção efetiva desse
processo. Percebe-se que o PCP tem dificuldades para articular a realização do trabalho
coletivo dentro da escola, sendo que a participação dos alunos, dos pais e até mesmo dos
docentes nas decisões escolares ainda mostra-se deficitária em função de vários fatores.
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globalização, sociedade do conhecimento e neoliberalismo, falar de educação e formação
humana parece relativamente algo fora de contexto. O Estado, assume nesse cenário, uma
função mínima, onde sua visibilidade e suas ações são engessadas e ditadas pelo capitalismo e
por seus desdobramentos no campo político, social e econômico. A “sociedade em rede”,
constituída pelas transformações da Revolução das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no pós Segunda Guerra Mundial, agora assume uma nova economia,
denominada por Castells (1999), de global. “ Uma das transformações mais frequentemente
associadas à globalização é a compressão tempo-espaço, ou seja, o processo social pelo qual
os fenômenos se aceleram e se difundem pelo globo” (SANTOS,2001). Essa nova estrutura
social, política e econômica vem modificando tanto o habitus econômico, como político e
social. Na visão de Zygmunty Bauman (2015), estamos vivendo uma vida fragmentada,
marcada pelos modismos de época e por uma cultura agorista . As mudanças na comunicação,
a mercadorização dos modos de vida, o consumindo exacerbado estão levando a humanidade
para um caminho aonde a formação humana não tem valor. “Kant afirma que "o homem não
pode se tornar homem senão pela educação", pois a formação humana resulta de um ato
intencional, que transforma a criatura biológica em um novo ser, um ser de cultura. Esse ato
denomina-se Educação. ” (Kant apud RODIGUES,2001). Sobre as relações sociais que se dão
nesse cenário de um tempo e um espaço fragmentado, Bauman (2015) traz o termo
“comunicação líquida”. Esse conceito traduz bem os modos de vida que estamos sujeitos e
somos sujeitos. Ele também define essa modernidade, como “modernidade líquida”. Esse
adjetivo - líquida - que o filósofo atribui à comunicação e à modernidade nos leva a repensar a
instabilidade, as incertezas de nosso tempo, que agora se estrutura em fragmentos.
“Fragmentos são período de tempo com um começo e um fim, de modo que um fragmento
pode ser separado do outro” (BAUMAN,2015). Em tempos de “comunicação líquida” e
globalização, qual a importância da formação humana? Como podemos levantar essa bandeira
em um cenário que não é mais preciso estudar; expandir-se; basta comprar o produto certo
(BAUMAN,2015). Essa é uma questão complexa, pois tangencia as dificuldades da educação
em proporcionar uma formação sólida e crítica nesse contexto. A educação não poderá mais
ser vista como processo mecânico de desenvolvimento de potencialidades, ela precisa ser
processo de construção, uma prática mediante a qual os homens estão se construindo ao longo
do tempo. (SEVERINO,2000).
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Governo e as ações e omissões no exercício do poder” (CIAVATTA; FRIGOTTO; RAMOS,
2005, p.1088), sobretudo ao não promover a integração do ensino profissional.
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tempo histórico, e o Programa Nacional de Livro Didático, que em sua distribuição, torna-se
visível uma desigualdade, com base na territorialidade.
Cabe ressaltar que, retratar sobre História e Cultura Indígena nos espaços escolares,
não é simplesmente transmitir um conteúdo por intermédio dos livros didáticos, é desconstruir
estereótipos, mencionando suas origens culturais, e refletir sobre as suas contribuições para a
História do Brasil, no âmbito social, econômico e político.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – ESPORTE E POLÍTICA
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Comunicações
9. LAGE, Marcus Vinícius Costa. A disputa pelo “Nacional” nas páginas de América – o
“deca-campeão”.
10. LEMOS, Renata. O investimento municipal no futebol de Belo Horizonte entre 1904 e
1930.
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12. MOURA, André Bueno Corrêa; MOURA, Gustavo Bueno Corrêa. O lastro jurídico
como efeito das relações entre futebol e política.
13. OLIVEIRA, Pedro Henrique de Lima. A ditadura militar e sua relação com a Copa do
Mundo de 1970: um relato de experiência.
14. PEREIRA, Juliana da Silva. Futebol e imigração em Belo Horizonte na primeira metade
do século XX: o Palestra Itália como prática política dos imigrantes na cidade.
15. TONET, Vinicius Garzon. Lima Barreto e a exclusão do negro no futebol: o caso
"macaquitos".
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Durante a segunda metade do século XX, diversos países da América do Sul viveram
períodos políticos dramáticos e parecidos, com Ditaduras (Civil) Militares financiadas pelos
Estados Unidos da América e apoiadas no medo do Comunismo, muito presente neste período
de Guerra Fria. As Ditaduras mais conhecidas foram instaladas na Argentina, Bolívia, Brasil,
Chile, Paraguai, Uruguai (países que compuseram a aliança conhecida como “Operação
Condor”). Esses regimes de exceção, que foram derrotados nas décadas de 1980 e 1990,
tiveram como maior similitude a repressão contra grupos que lutavam pelo retorno da
Democracia.
A Argentina, país da América do Sul que teve maior número de mortos e
desaparecidos durante a Ditadura, contou com um dos eventos mais democráticos do planeta
durante o governo ditatorial, a Copa do Mundo de 1978, da qual se sagrou campeã. A ideia
dos ditadores ao levar a Copa do Mundo para a Argentina era justamente mascarar, tanto para
a comunidade internacional como para o povo argentino, os horrores que aconteciam no país.
Com diversas polêmicas envolvendo a escolha do país como sede para o evento,
envolvendo o então presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange, que também se
envolveu politicamente com as Ditaduras brasileiras e argentinas, a Copa do Mundo de 1978 é
a mais contestada de todas, sendo base para pesquisas até hoje, mostrando como de fato as
festas durante os jogos mascararam as torturas e mortes que ocorriam a menos de 1
quilômetro de alguns estádios.
Este trabalho mostrará como a Copa do Mundo de 1978 na Argentina é algo intrínseco
ao momento político vivido na época no país, e como o futebol pode também ser usado como
propaganda política, de acordo com o viés daqueles que estão no poder, por meio de relatos
de jogadores, dos ditadores e também de pessoas que sofreram nas mãos desse governo
autoritário.
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O trabalho tem o intento de apresentar a relação entre memória e futebol, nas escritas
da vida de ex-jogadores negros brasileiros. Em termos específicos, buscamos (1) analisar o
discurso memorialista formado a partir de obras biográficas sobre ex-jogadores negros; (2)
estudar as especificidades sociais e políticas apresentadas nas obras. Analisando as seguintes
biografias: Friedenreich: a saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro
(2012), de Luiz Carlos Duarte, Estrela solitária: um brasileiro chamado Garrincha (1995), de
Ruy Castro e Ronaldo: glória e drama no futebol globalizado (2002), de Jorge Caldeira. A
biografia é um gênero conflituoso, pois se encontra na fronteira da pretensão de representar o
real vivido e da reconstrução fictícia de um passado perdido. Segundo o historiador e filósofo
francês François Dosse, “[g]ênero híbrido, a biografia se situa em tensão constante entre a
vontade de reproduzir um vivido real do passado, segundo as regras da mimesis, e o polo
imaginativo do biógrafo que deve refazer um universo perdido segundo sua intuição e talento
criados” (DOSSE, 2009, p. 55). A ideia seria, pois, a de um biógrafo romancista, que não se
ocupa de fatos infrutuosos, distinguindo e valorizando os fatos significativos, combinando
bem o real e o imaginário em suas produções.
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pesquisa já vem se desdobrando em investigações mais profundas sobre a relação das próprias
forças armadas com a disciplina Educação Física, que pode ser um ponto central de uma
“cultura política militar”, especialmente nos períodos em que o Brasil esteve sob governos
ditatoriais – Estado Novo e Ditadura Militar. Investigar e questionar essas memórias oficiais
tem fundamental importância para a compreensão da nossa própria disciplina – a História.
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O projeto “Boleiras” tem como proposta investigar a realidade de mulheres que atuam
no futebol no estado de Minas Gerais, ajudando a quebrar preconceitos e a mostrar o espaço
que vem sendo conquistado por elas, de modo a motivar cada vez mais mulheres a se sentirem
confortáveis para adentrar esse universo. Assim, gênero é uma categoria analítica válida para
se analisar o futebol e sua inserção na sociedade na medida em que configura uma rede de
disputa de poder. Para além de uma investigação de dados, primordial ao desenvolvimento de
qualquer apuração, o “Boleiras” quis saber diretamente das mulheres do ramo como se dá sua
participação nele, e, dos homens, como enxergam a sua presença e como atuam na
manutenção desse acesso de mulheres ao universo do futebol. Onde estão as torcedoras? O
futebol feminino tem estrutura e apoio adequados? Existe equipe técnica formada por
mulheres, seja enquanto árbitras, treinadoras ou preparadoras físicas? Na cobertura midiática
dos jogos, com as jornalistas esportivas se posicionam? Elas estão em posição de igualdade
ou sequer são vistas ou ouvidas na locução? No esporte, as diferenças entre homens e
mulheres são justificadas biologicamente, de maneira essencialista, segundo aponta Silvana
Vilodre Goellner em seus artigos sobre mulheres no futebol (2007) e no esporte (2005). Um
dos gêneros é visto como frágil e delicado, enquanto o outro possui a predisposição para a
violência e a aventura. Portanto, apenas um pode competir livremente, enquanto o corpo do
outro, o da mulher, é visto como limitador dessas práticas. Na trajetória histórica do esporte as
mulheres conquistaram maior espaço a partir do início do século XX, quando da participação
do sexo feminino na segunda edição dos Jogos Olímpicos Modernos. Essa participação em
um território até então exclusivamente masculino gerava, desde então, preocupação de que a
ordem social pudesse sofrer alterações. O sucesso das mulheres nessa área “infringiria as leis
da natureza”. A prática esportiva incentivava, por exemplo, o uso de roupas menores e tecidos
mais finos, o que foi associado à vulgaridade e à prostituição. A tensão social no Brasil foi
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tanta que, em 1945, o Conselho Nacional de Desportos aprovou a Deliberação nº 7,
determinando que não seria permitida para a mulher a prática de esportes considerados
“violentos”, como lutas, pólo aquático, rugby, baseball, halterofilismo, futebol e futebol de
salão. Apenas em 1979 esta Deliberação foi revogada.
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Muito se diz que o futebol é uma das manifestações culturais de maior apelo popular
no Brasil. Em grande medida, essa popularidade do futebol no nosso país deve-se a um
conjunto restrito de clubes, comumente chamados de “grandes” clubes do futebol brasileiro,
capazes de despertar “grande” excitação nos torcedores e promover, com certa frequência,
“grandes” espetáculos esportivos no país. A conformação desse grupo, formado por pouco
mais de uma dezena de clubes, é resultado de um longo processo seletivo, enfrentado pelas
agremiações que o compõem, frente à popularização e profissionalização do futebol no país.
Dos vários marcos que compuseram esse processo, chama-se a atenção, aqui, para a
reordenação das competições de futebol realizadas nos anos 1960 e 1970, com a criação dos
campeonatos nacionais e sul-americanos de futebol interclubes. Em Belo Horizonte, por
exemplo, essa reordenação das competições, também chamada de reorganização dos circuitos
clubísticos, representou o momento em que o América passou a encontrar grandes
dificuldades em acompanhar Atlético e Cruzeiro como principais representantes mineiros nas
disputas nacionais e internacionais que se institucionalizavam, o que comprometeu,
consideravelmente, sua participação nesse restrito grupo dos “grandes” clubes brasileiros.
Apesar disso, através de intensas negociações político-institucionais iniciadas ainda em
meados dos anos 1960, o América conquistou o direito de participar da primeira edição do
Campeonato Brasileiro de futebol organizado pela Confederação Brasileira de Desportos em
1971. Os esforços nesse sentido, realizados pelos americanos, ficaram registrados nas páginas
da publicação América – o “deca-campeão”, uma mistura de livro de história com revista
institucional do clube, lançada entre 1971 e 1972. Mais do que isso, América – o “deca-
campeão” ficaria reconhecido entre o público leitor de futebol no Brasil como o primeiro
livro dedicado a narrar o passado americano. E, como diriam os teóricos da memória, esse
passado só pode ser compreendido levando-se em consideração seu contexto de publicação.
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Renata Lemos
Mestranda em História pela UFSJ
reaplemos@gmail.com
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levando ao afastamento do torcedor mais aguerrido, que dá suporte à clássica rivalidade entre
os times.
Há de se questionar também o novo perfil de torcedor dessas arenas, os altos preços
dos ingressos, nesse sentido, é definidor. Ainda em conformidade com Nascimento e Barreto
(2013), deverá haver uma substituição do torcedor de menor poder aquisitivo por uma elite
mais próxima ao perfil dos sócios e detentores de camarotes nos atuais estádios.
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12. O lastro jurídico como efeito das relações entre futebol e política
Toda e qualquer ação humana é política: torcer pelo seu time é um ato político, ir ao
estádio é um ato político. A negação da política, por sua vez, é uma forma de silenciamento
de um ou mais setores interessados na transformação dos espaços. Como pretendemos
demonstrar, o processo de elitização está intimamente ligado à mercantilização do futebol,
mas, além disso, tem viés claramente político-jurídico que se solidifica através da exclusão e
silenciamento do próprio torcedor.
A segregação que se opera contra o torcedor é fruto da atuação dos Poderes
Legislativo e Judiciário, lastreada por embates políticos e pela circulação do senso comum
com espaço na mídia e dentro dos próprios clubes de futebol. Quando se fala em
criminalização das torcidas temos, por um lado, a dimensão do espaço político propriamente
dito e, por outro lado, uma dimensão jurídica que se alimenta do aspecto político ao mesmo
tempo em que, direcionada por interesses determinados, também o alimenta.
O Estatuto do Torcedor passou por alterações substanciais desde sua publicação, em
2003, sobretudo no que diz respeito à definição de torcidas organizadas, suas formas de
responsabilização e limites de atuação. Esse movimento legislativo foi fruto de comoção
nacional, mas também de um pesado ativismo judicial empreendido desde, pelo menos, 2009,
concentrado no Ministério Público e Tribunais de Justiça de todo o país. O que se tem, hoje, é
uma forma de criminalização do torcedor que prescinde das garantias mínimas tanto penais
quanto constitucionais, de maneira que o controle desses grupos torna-se mais violento e mais
presente em nosso cotidiano.
Nesse sentido, o Estatuto do Torcedor tem sido utilizado para tolher manifestações em
todo o país, como visto na censura da faixa em homenagem a Marielle Franco no Mineirão.
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São muitos os movimentos que passaram a se aglutinar e resistir com pautas muito
bem definidas: contra a elitização dos estádios, democracia dentro dos clubes e o fim da
limitação à festa e ao direito de torcer, no que se poderia chamar de ‘europeização’ e
asseptização dos estádios brasileiros. Função importante desses movimentos, dentre os quais a
Resistência Azul Popular, é justamente criar o ambiente político necessário para que o debate
da democratização avance de forma transparente, honesta e com o envolvimento do maior
interessado - o torcedor.
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13. A ditadura militar e sua relação com a Copa do Mundo de 1970: um relato de
experiência
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14. Futebol e imigração em belo horizonte na primeira metade do século XX: o Palestra
Itália como prática política dos imigrantes na cidade
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – GÊNERO E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
2. COSTA, Ana Carolina Oliveira Dias; SOUZA, Lorena Santos. Silêncios da História: a
participação feminina nos processos de Independência na América Latina.
9. SANTOS, Igor Bruno Cavalcante dos. Longe de suas esposas, mas ainda em família: o
concubinato adulterino como condições para as mestiçagens (Sabará, séc. XVIII).
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Esse trabalho pretende pautar como a história de Bertha Lutz, mulher de elite
econômica e intelectual, vai além de seus estudos e carreira no ramo das Ciências Biológicas.
Dessa forma, é encarada aqui a difícil missão de “desmembrar” a Bertha Lutz cientista da
militante social que empregava, por volta do começo do século XX, suas ações em prol da
luta feminista no Brasil. Apesar da noção de que ciência, educação e militância social
caminham juntos na vida de Lutz, esse trabalho manterá seu foco nas influências feministas
sob a personagem histórica aqui estudada, e como tais influências resultam em uma série de
conquistas políticas-sociais em um país onde as mulheres estavam iniciando suas lutas
relacionadas ao sufrágio, culminando na conquista do direito ao voto em 1933.
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Este trabalho busca entender a inserção da figura feminista da mexicana Frida Kahlo
na cultura pop do seculo XXI, pensando segundo Bauman, no processo de mercantilização
das pessoas. Para isso, são inquiridos alguns pontos, tais como o feminismo como nicho de
mercado e o esvaziamento da ícone feminista ao ser inclusa na logica capitalista, para além
,são trabalhados os conceitos de cultura, midiatização, consumo e arte.
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Isabella Lyra
Graduanda em História pela PUC Minas
A apresentação será realizada pelas alunas Flávia Dias e Isabella Lyra, ambas do 6º
período do curso de História, na PUC Minas. É um trabalho que foi inicialmente apresentado
na disciplina de Educação para a diversidade, no segundo semestre de 2017. O objetivo da
apresentação é reconstruir a história dos gêneros tentando compreender em que contexto
surgiram as imposições de gênero justificadas pela ciência.
Com base nos autores SOUZA e CARRIERE é possível entender que a sociedade
apenas passou a entender a existências de dois gêneros a partir da imposição de ideais criadas
no Iluminismo, com o objetivo de criar um gênero para as mulheres e definir este como
inferior. Ou seja, pode-se afirmar que a ideia de gênero que possuímos hoje foi construída
com objetivos prévios e todos os estudos feitos após sua construção foram com o intuito de
legitimá-la.
A crítica feita pelo movimento feminista da década de 70 é muito importante pois traz
à tona uma discussão sobre a distinção do que é biológico e o que é cultural. A questão de
gênero vem sendo discutida desde a década de 60 e 70 com o movimento feminista, que se
pautava na forma de dominação e submissão nas relações entre homens e mulheres. REIS e
PINHO (2016, p.9).
Para entender as atuais correntes de pensamentos utilizadas pela sociedade, será
explicada a diferença entre identidade de gênero e sexualidade, conceituando todos os tópicos
que abordam ambos os temas, sendo eles cisgeneridade, transgeneridade, travestilidade,
binário, não-binário e fluido para a Identidade de Gênero e heterossexualidade, lesbianidade,
homossexualidade, bissexualidade, intersexualidade e assexualidade para a Sexualidade.
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Visa-se mostrar o quanto a questão biológica está desvinculada à identidade de gênero
que o indivíduo vem a se identificar, Maria Luiza Heilborn em seu livro “Dois é par: gênero e
identidade sexual em contexto igualitário” coloca a palavra gênero como:
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mulheres no mercado de trabalho. No caso brasileiro, Bruschini e Lombardi (2011)
analisaram os dados de estatísticas oficiais, a fim de apresentar as principais tendências da
inserção da mulher no mercado de trabalho. Essas autoras constataram que as brasileiras,
hoje, continuam (...) marcando presença em tradicionais ‘guetos’ femininos, como o
magistério e a enfermagem, têm adentrado também áreas profissionais de prestígio, como a
medicina, a advocacia, a arquitetura, e até mesmo a engenharia, tradicional reduto masculino.
(BRUSCHINI; LOMBARDI, 2011, p. 56). No estudo desenvolvido por Fonseca (2001), em
Portugal, a atuação das mulheres em empregos considerados femininos é marcante. Segundo
essa autora, elas têm salário inferior ao dos homens. Além disso, evidencia que as relações de
gênero são pautadas na ideologia e na família. Ao tratar da qualificação profissional da
mulher, Hirata (2013) destaca que a incompetência técnica do sexo feminino resulta, também,
de uma construção social. Para esta autora, o trabalho doméstico é desvalorizado e o que se
considera como qualificação é a conquista de habilidades técnicas, em instituições definidas,
tais como o SENAI e CEFETs, no Brasil. Dessa forma o presente trabalho objetiva
historicizar a participação das mulheres na educação profissional visando problematizar a
questão da predominância de um gênero/sexo na docência, na instituição pesquisada, e as
consequências desse fato, a saber: identificar a formação e experiência das docentes; conhecer
e analisar a trajetória das docentes na educação profissional; investigar a relação das
professoras com os(as) alunos(as) e com seus colegas, especificamente em turmas onde há
predominância de alunos do sexo masculino; identificara relação das professores e sua
atuação no mercado de trabalho para além da docência; Identificar e analisar a relação das
professoras como referencia para os alunos do sexo masculino.
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Este estudo foi elaborado sob a égide de uma vertente sociocultural da História e
utilizando como fontes de pesquisa as devassas eclesiásticas referentes à comarca de Sabará
no transcurso do século XVIII, mais especificamente correspondente à primeira metade dessa
centúria, tem como tema central a análise das uniões mistas constituídas sob a forma do
"concubinato adulterino". Ao analisar essas relações, busca-se pensá-las no contexto de
conformação da sociedade sabarense colonial e, nesse processo e sentido, em que medida tais
relações se apresentaram como resultados e resultantes do intenso e complexo processo das
mestiçagens físicas e, principalmente, culturais da referida comarca. Este estudo visa
contribuir com uma historiografia recente que investiga a história da família, escravidão e das
mestiçagens na América portuguesa.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – LITERATURA E POLÍTICA
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Comunicações
1. ALVES, Ruty Souza. O inca e o bom governo: o ‘buen gobierno’ na crônica de Felipe
Guaman Poma de Ayala (Peru, 1615).
3. DUARTE, Larissa Gouveia; ROMERO JUNIOR, João Carlos Marques. Teatro anarquista
rioplatense: uma análise de «Canillita», de Florencio Sánchez.
5. MARTINS, Bruno Viveiros. Um por todos, e todos por um: a amizade em Os Três
Mosqueteiros.
7. PAULA, Natália Kimberly Silva de. Literatura brasileira: diálogo histórico e social.
11. SOUSA, Pacelli Dias Alves de. Rama, Armand e Arenas : um debate sobre o exílio na
América Latina.
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menos, duas inferências que, a nosso ver, complementam a hipótese de Pesavento: a)
percepção de que a literatura é uma “expressão artística da sociedade”, i.e., literatura é uma
obra arte e, portanto, enquanto arte mimética, não se restringe a realidade; b) é uma arte que,
por estar num tempo, que é o seu, diz dele alguma coisa, ou seja, possui historicidade.
Não se trata de dizer aqui que a literatura, enquanto obra de arte, possui uma realidade
própria, desvinculada do mundo sensível, mas também não se resume ou se restringe a
dinâmica social, política, econômica etc. subjacente a ela. Assim, investigaremos as relações
entre a literatura, seu tempo histórico e as possibilidades que ela abre para o ofício do
historiador.
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A literatura não é apenas uma escrita artística, é também um documento que relata a
história. Tendo em vista esse aspecto a literatura brasileira, relata, denuncia e critica o passado
e o presente da vida dos brasileiros em um no sistema político nacional. O racismo e a
discriminação social ainda estão presentes. Conceição Evaristo em seu poema titulado: vozes-
mulheres, trará relatos das mulheres escravas de filhas e netas, que lutaram e lutam por voz e
liberdade na sociedade. O conto Rolézim do escritor Geovani Martins relata, critica e
denuncia :racismo , discriminações e luta pela sobrevivência. E também a brutalidade da
política de punição que jovens negros das favelas do rio de janeiro enfrentam na atualidade.
Do mesmo modo, Chico Buarque em sua música “As caravanas”, também critica, denuncia e
relata o racismo e sua brutalidade da discriminação na sociedade. Portanto, este trabalho tem
como objetivo apresentar o diálogo entre a literatura e política, e assim como os escritores
relatar, denunciar o passado e o presente da discriminação que está presente em um ambiente
histórico, político e social.
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9. A Revolta de Atlas
A literatura pode fornecer uma mensagem capaz de mudar as perspectivas dos leitores
e contribuir para transformações sociais e culturais, sendo política em si mesma. Em 1991, o
“Book of the Month Club” realizou uma pesquisa perguntando às pessoas qual o livro que
mais influenciou suas vidas. A Bíblia foi o mais citado e A Revolta de Atlas, de Ayn Rand, o
segundo. Desde sua publicação em 1957, já foram vendidos mais de 7 milhões de exemplares.
Sabe-se que por séculos os valores da liberdade e do individualismo sustentam o modo de
vida nos Estados Unidos da América. Tendo isso em vista, busca-se compreender os impactos
da leitura do romance na mentalidade norte-americana. O livro é ambientado em um futuro
não datado dos Estados Unidos da América no qual a sociedade está se desintegrando sob o
peso do coletivismo insustentável. Nesse cenário ocorre uma greve organizada por líderes
empresariais contra uma sociedade que exige a eles sacrifícios em prol do coletivo. O
romance termina com os grevistas planejando construir uma nova sociedade capitalista
baseada na filosofia da razão e do individualismo, com uma mínima intervenção estatal.
Podemos dizer que a principal defesa presente nessa obra ficcional é a da liberdade contra o
coletivismo, sendo uma grande conquista de Ayn Rand oferecer uma visão do capitalismo
como um ideal moral. A Revolta de Atlas retrata grandes empresários como pensadores
heroicos e produtivos, apontando o capitalismo como o único sistema social que deixa tais
mentes livres para criar e produzir. O romance desafia seus leitores a lutar por uma sociedade
onde prevaleçam as culturas da razão, onde a ciência é valorizada e respeitada, do
individualismo, no qual o governo deve ser protetor dos direitos dos indivíduos, e do
empreendedorismo. Assim, ainda hoje, Ayn Rand possui uma forte influência no campo
político e ideológico em grande parte da América, principalmente entre os liberais.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – MÍDIA E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
4. COSTA, Fhilippe Ribeiro da; SANTOS, Fernanda Mendes. Família Manson: construção
midiática ou reflexo de uma sociedade em colapso?
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10. SILVA, Bruna Carolina da; MORAIS, Natália Cristina Silva. Mídias e contracultura
estadunidense (1960 - 1978).
11. VAROTTO, Biannca Victtoria Leal. Imprensa nacionalista cubana no século XIX: o
legado de José Martí.
12. VIEIRA, Hugo Varejão; RIBEIRO, Sady Simões. A revista “ Correio da Unesco" e as
propostas dessa instituição para a América Latina ( décadas de 1950 e 1960).
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temporal. Foram excluídas as vídeo-reportagens e abordadas as notícias textuais disponíveis
no site do jornal. As notícias foram submetidas ao método da Análise de Conteúdo,
recomendável no tratamento da imprensa como fonte (ZICMAN, 1985), sendo agrupadas em
categorias analíticas, para entender por quais blocos sociais esses países são enquadrados pelo
filtro midiático do jornal G1, Rede Globo.
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Carolina Souza
Mestranda em Segurança Internacional pela Marinha do Brasil
trabalho tem por objetivo discutir os possíveis impactos do fenômeno da celebridade política
para as democracias sul-americanas, analisando seu principais líderes populistas. Para tal,
dividiremos o trabalho em três partes: na primeira, dissertaremos sobre os conceitos de
democracia, poliarquia e representação; na segunda, analisaremos o conceito de celebridade
política; e, por fim, discutiremos a relação entre democracia e celebridade política bem como
seus impactos no cenário político sul-americano.
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O presente trabalho almeja discutir alguns dos resultados da pesquisa de mestrado que
tinha como objetivo analisar as relações contraditórias entre o Estado e a região amazônica
durante o período da ditadura militar brasileira. Ao tomar o poder em 1964, as Forças
Armadas assumiram uma postura político-econômica desenvolvimentista baseada em
parcerias público-privadas e na criação de diversos organismos governamentais que tinham,
em tese, a função de executar e administrar as diversas empreitadas da ditadura nas várias
regiões do país. A Amazônia, considerada local estratégico dentro do território nacional, foi
alvo de muitos projetos que pretendiam “ocupar, colonizar, integrar e desenvolver” a região.
Contudo, muitas das ações da ditadura para a Amazônia foram permeadas por contradições,
imposições e violências que demonstram o caráter autoritário dessa presença governamental.
Certo é que esses projetos desenvolvimentistas para a região amazônica não surgiram com a
ditadura de 1964. No período republicano, já é perceptível o desejo de controle da Amazônia
com afinco por Getúlio Vargas, passando também por Juscelino Kubitschek. A ditadura dá
prosseguimento a essas empreitadas, aprofundando ainda mais a submissão da região a um
Plano Nacional que suprime as regionalidades e alteridades. Assim, através da análise de
propagandas, artigos e reportagens de jornais da grande imprensa (O Globo e o Jornal do
Commercio de Manaus) espero fomentar os debates em torno do tema da modernização
conflituosa e agressiva que foi imposta pela ditadura na Amazônia, tanto nos aspectos
sociocultural e ambiental, como também nos aspectos político e econômico.
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Este trabalho busca entender como se deu a cobertura jornalística alternativa sobre o
Golpe Civil-Militar de 1964 que instaurou a Ditadura no país, baseando-se no jornal Novos
Rumos. Para além, faremos um paralelo, com as devidas ressalvas, com o Golpe de 2016,
analisando a cobertura da rede descentralizada de mídia de esquerda do grupo denominado
"Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação", ou mais conhecido como Mídia NINJA.
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Daniel Rocha
Doutor em História pela UFMG
danielrochabh@yahoo.com.br
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O presente trabalho tem como objetivo analisar o discurso das mídias das Américas
em relação ao atentado que atingiu o jornal francês Charlie Hebdo em janeiro de 2015. Para
isso, pretendemos mostrar as principais diferenças que devem ser analisadas ao observar a
abordagem da mídia em relação a questões do mundo árabe e islâmico, como a distinção entre
os termos “árabe” e “muçulmano” e entre “muçulmano” e “terrorista”. Pretende-se, também,
mostrar como a abordagem da mídia ocidental reproduz um discurso preconceituoso e
eurocêntrico sobre a questão árabe.
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Entre os anos de 1933 e 1948 a revista Nuestra Raza, produzida por afro-uruguaios,
lutou pela inserção cultural, política e intelectual dos negros na sociedade uruguaia. O
periódico contrariava o discurso estabelecido de uma nação puramente branco-europeia, que
se construiu por tanto tempo. Essa construção começou a crescer em meados do século XIX
com a modernização do país, e se consolidou, principalmente, com a comemoração do
Centenário de Independência em 1930. Gerardo Caetano, importante historiador uruguaio,
analisa que o mítico Centenário foi um período de extrema importância para a consolidação
dos modelos de nação e cidadania que até hoje podem ser vistos no país. “El libro del
Centenario del Uruguay”, uma publicação patrocinada pelo Ministerio de Instrucción Pública,
em 1929, expressava que o “tipo nacional” era – dentre adjetivos como “inteligente” e
“valente” – de raça branca em quase sua totalidade, o que implicaria em uma “superioridade”
uruguaia sobre outros países da América cuja população era composta por índios, mestiços e
negros. Dentro desse cenário de exclusão da presença afro-uruguaia, a revista Nuestra Raza,
transitando entre o social, político e cultural, buscava um diálogo em contraposição ao
discurso empregado.
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americanas em dois eventos: a Guerra do Vietnã, e como as mesmas influenciaram, mesmo
que não totalmente, a opinião da população acerca da presença dos EUA na Ásia. E ainda a
temática do uso de drogas, em especial o LSD, amplamente divulgado nesses movimentos de
contracultura e quais os vários pontos de vistas sobre esse elemento que eram discutidos entre
1950-1971 nos EUA.
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A figura de José Martí para a história da Ilha cubana é importantíssima, toda sua
trajetória foi pautada pela presença do sentimento nacionalista e da percepção da importância
da libertação de Cuba sob a dominação estrangeira. Martí viveu no período em que a Ilha era
colônia da Espanha, por este motivo, assumiu a postura de resistência e luta em busca da
independência cubana. Para disseminar seu ideário de independência e soberania dos cubanos
em seu próprio território, José Martí irá recorrer a imprensa. Esta ferramenta de comunicação
já apresentava um forte legado em Cuba, figuras como a de Félix Varela, sobressaem e
contribuem para a formação de José Martí. Um ponto muito essencial de elo entre estes dois
personagens da história cubana, encontra-se no fato de ambos terem sido exilados no Estados
Unidos. Este período na vida de José Martí foi de extrema importância para sua produção
intelectual e fortalecimento do seu sentimento de nacionalismo. Compreender a presença de
personagens, como por exemplo, José Martí auxilia o entendimento do desejo revolucionário
e independência do povo cubano que neste momento da história mostrava-se embrionário,
mas que ao longo dos anos irá tomar mais força. Para realizar este estudo foi preciso buscar
artigos que relatassem a trajetória da imprensa em Cuba, a vida de José Martí e seu maior
influenciador Félix Varela.
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analisar a forma como a UNESCO representava e dialogava com a América Latina ou para
identificar os projetos políticos que atuaram sobre o nosso continente, a revista, que se
encontra digitalizada quase em sua completude, se mostra útil e surpreendentemente
subutilizada. Por fim, também elaboramos uma tabela do Excel que buscou, em seus devidos
recortes temporais e no que foi possível, mapear a América Latina na revista, com um sistema
de busca por tema; autor; ano e etc. – que nos dispomos a compartilhar com qualquer
interessado.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – MOVIMENTOS SOCIAIS E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
6. DINIZ, Ana Paula Santos. Os desafios dos movimentos sociais pela luta por moradia e a
aprovação do Plano Diretor de Belo Horizonte.
7. GOMIDE, Marina Vasconcelos; CAVALCANTI , Thiago José Bezerra. Gestão dos sítios
arqueológicos na Guatemala e a iniciativa da Lei dos lugares sagrados dos povos indígenas.
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9. MENDES, Lívia da Silva. Revolução cubana e sua influência sob o MST – Movimento dos
Sem Terra.
11. NASCIMENTO, Leonardo Henrique Alves de Lima; OLIVEIRA, Caroline Maria de.
Resistência peruana: o movimento de resistência Sendero Luminoso no Peru dos anos 1960 a
1990.
15. SANTOS, Ana Lídia de Paula. Sendero Luminoso: banditismo camponês na América
Latina.
16. SANTOS, Luis Filipe dos. Luta, paz, soberania popular: a batalha das FARC pelo
cumprimento dos acordos de Havana.
17. SOUSA, Mateus Moreira de; MORAIS, Saulo Lopes de. Pix(ação) - O grito de quem
não tem voz.
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para propor uma nova de sociedade, na qual o “politicamente correto” não condicione a
liberdade de expressão. Segundo o youtuber inglês Paul Joseph Watson – um dos
influenciadores deste pensamento – “o conservadorismo é a nova contracultura”, já que a
esquerda ascendeu ao poder e se tornou a cultura dominante, invertendo com a direita a
posição de controle político. Portanto, ser conservador é ser subversivo. Este trabalho tem
como objetivo evidenciar a tentativa de alguns grupos conservadores de se associar a um
movimento datado e vinculado às demandas específicas dos anos 1960 e 1970. Para pautar
sua resistência aos novos valores praticados pela sociedade contemporânea, esta parcela da
população opta por negligenciar as conquistas sociais adquiridas na história recente por
grupos tradicionalmente marginalizados, reduzindo suas ações afirmativas em práticas
preconceituosas e antiéticas.
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Télio Cravo
Doutor em Desenvolvimento Econômico (Unicamp)
teliocravo@yahoo.com.br
Este estudo tem por objetivo analisar interpretação de Florestan Fernandes sobre os
entraves estruturais das mudanças sociais na América Latina. Durante as décadas de 1960 e
1970, a crítica ao capitalismo, no sentido de repensar uma teoria original para a periferia
latino-americana, foi dificultada pela confusão com a crítica à ditadura. Assim, esta pesquisa
investiga a relação entre o pensamento crítico de Florestan Fernandes, a concepção de história
e os impeditivos sociais e culturais para a conciliação de desenvolvimento econômico,
democracia e soberania nacional. Na década de 1960, o modelo interpretativo da
“dependência” tomou o lugar do modelo “dualista”. Esse revisionismo encontrou ressonância
nas interpretações de Fernando Henrique Cardoso para o Brasil, Stavenhagen na Argentina,
Quijano no Peru, Oswaldo Sunkel no Chile. De acordo com esses novos teóricos, a
industrialização e a urbanização não produziriam os resultados que produziram nas nações
desenvolvidas. Convencidos de que a questão central era a dependência, os estudiosos
começaram a dedicar grande atenção à circulação de capital e às relações entre a economia
latino-americana e o mercado internacional, entre capitalistas nacionais e estrangeiros, entre
setores privados e governamentais. Embora Florestan considere a dependência econômica um
fator importante no desenvolvimento histórico brasileiro, ele conferiu maior atenção à
dinâmica interna da sociedade brasileira. A obra de Florestan procurou distinguir história e
estrutura. Por estrutura entende a configuração mais profunda da sociedade brasileira, a um
tempo capitalista e dependente. Assim, argumenta-se, neste estudo, que a história é o
privilegiado da análise de Florestan Fernandes, pois é através dela que essa estrutura se
concretiza. Nesse sentido, esta pesquisa em curso, procura desvendar qual seria o lugar dos
“de baixo” na história, segundo o pensamento de Florestan Fernandes, aspecto pouco
explorado pela historiografia.
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e atrocidades indiretas cometidas pelo estado com a população de Chiapas o que gerou uma
situação de solidariedade por diversos grupos simpatizantes ao Zapatismo o que proporcionou
o reconhecimento, apoio e acordos de paz. Esse apoio foi imprescindível na contribuição de
resistência ao grupo, uma vez que as origens maias persistiram aos ataques por tantos anos
reafirmando a ideia de uma guerrilha autônoma, mas sem a tomada do poder, a partir do
diálogo com o governo.
Em virtude dos fatos mencionados, depreende-se que o Exército Zapatista pode ser
considerado um grande exemplo de resistência, visto que os mesmos já resistem ao longo de
séculos de colonização e exploração, a partir de discursos, vestimentas, língua e ideias de
origem Maia. Portanto, o grupo demonstra que através da resistência é possível reverter o
cenário cruel em que se encontravam, através de um conflito ideológico, ou seja, sem a
presença em todo momento de confrontos armistícios, apenas no primeiro momento da
guerrilha, considerando, desta forma, que a tomada de poder não se faz necessária.
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6. Os desafios dos movimentos sociais pela luta por moradia e a aprovação do Plano
Diretor de Belo Horizonte
O objetivo deste trabalho é apresentar os desafios dos movimentos sociais pela luta
por moradia, em Belo Horizonte, que data de período anterior à Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. A luta pela moradia como direito e não assistencialismo tem seu
marco no início da década de 80, junto com a luta pelos direitos fundamentais. Pode-se dizer
que um dos maiores desafios foi o reconhecimento do direito pelo próprio sujeito. Isto porque,
prevaleciam ações de caráter caritativo e assistencialista que dificultavam a compreensão da
moradia como direito dentro da lógica do mercado capitalista imobiliário. No início dos anos
80, em São Paulo, pessoas vinculadas à Organização do Auxílio Fraterno, começaram a
questionar a natureza assistencialista do trabalho ofertado à população em situação de rua e às
famílias de baixa renda. Em 1987, em Belo Horizonte, a Pastoral de Rua começou a trabalhar
com esta mesma lógica, repensando as ações que eram realizadas. Nesta mesma época,
militantes de movimentos comunitários começaram a se reunir e organizar, junto ao
movimento nacional de luta pela moradia, a fim de elaborar pautas referentes às necessidades
urbanas e a criação de um plano diretor para a cidade. O primeiro Plano Diretor de Belo
Horizonte foi instituído em 1996, após uma década de luta e reivindicações. Este Plano
contemplava que futuras alterações em seu texto e na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso
do Solo (LPOUS), Lei 7.166/96 , seriam condicionadas à realização de Conferências
Municipais de Política Urbana. Com o Estatuto da Cidade, em 2001, novas demandas surgem
tanto para a cidade, quanto para os gestores. A partir de então, outras pautas reivindicativas se
fazem necessárias, inclusive a realização das conferências, com o objetivo de efetivar a
democratização da política urbana do município. Assim, por este trabalho, pretende-se
também, narrar a trajetória dos movimentos sociais na construção das políticas urbanas em
Belo Horizonte.
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Este trabalho tem como objetivo discutir as relações entre o protagonismo maya e a
política, levando em consideração a iniciativa de Lei dos Lugares Sagrados (n°3835) dos
povos indígenas na Guatemala, que está em discussão no congresso guatemalteco desde 2008.
Os chamados “Lugares Sagrados” são os locais cerimoniais, que podem ser espaços naturais
como cavernas, vales, montanhas, ou também ser construídos tais como os sítios
arqueológicos. A questão ambiental na Guatemala é marcada por uma relação de conflitos
intermitentes entre povos indígenas, em sua maioria povos mayas, e grandes empresas, quase
todas internacionais. Isto gera dificuldades para o estabelecimento de uma legislação
específica, que contemplaria, entre outras demandas, a gestão dos povos indígenas sobre seus
lugares sagrados. Tais lugares estão, em sua grande maioria, sobre jazidas naturais e recursos
de importante valor econômico. O trabalho contemplará eixos específicos para facilitar a
visão panorâmica desta questão: faremos uma introdução ao movimento intelectual maya,
seguida de uma contextualização histórica da atuação da Oxlajuj Ajpop, uma das principais
organizações que reúnem os chamados ajq'ijab' ou sacerdotes mayas contemporâneos,
principal instituição promotora e defensora do referido projeto de lei. No tópico seguinte
contemplaremos alguns exemplos específicos de territórios mayas em disputa com grandes
mineradoras, seguido, no próximo item, por algumas considerações tecidas sobre o projeto de
lei, que contemplará relatos de indivíduos que estavam envolvidos durante sua elaboração.
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A revista "Chiapas", nosso objeto de pesquisa, foi uma coedição produzida pelo
Instituto de Investigaciones Económicas (IIEC), da Universidad Nacional Autónoma de
México, em parceria com as Ediciones Era. A publicação acadêmica, que contou com a
direção da economista Ana Esther Ceceña, circulou no formato digital e impresso, tendo sua
duração compreendida entre os anos de 1995 e 2004. A sua criação foi motivada pela
insurreição do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), movimento social indígena
mexicano, que ocorreu em 1994. Os intelectuais que a produziam tinham como objetivo
inicial analisar a formação do movimento e como sua atuação afetava o estado de Chiapas e o
México como um todo, escopo que paulatinamente foi sendo ampliado. Para além de ser um
local de publicização do conhecimento, entendemos essa revista como um espaço de
sociabilidade e resistência intelectual. Entendemos essa revista como um projeto intelectual,
na medida em que professores universitários a utilizaram como um suporte material para
debater publicamente questões referentes ao México e à América Latina. Entender as críticas
referentes a alguns aspectos da política mexicana, a adoção do neoliberalismo em escala
continental, bem como analisar a problemática indígena trazida na publicação nos fará
compreender melhor os contornos da intelectualidade no México contemporâneo.
Utilizaremos da História Intelectual e dos Intelectuais como suporte teórico, bem como do uso
de revistas como fonte para o trabalho do historiador. Nossa ênfase se dará na análise das
ideias que circularam na revista e de que como essas dialogaram com a sociedade na qual
foram produzidas.
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9. Revolução cubana e sua influência sob o MST - Movimento dos Sem Terra
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Da efervescência do Rock’n Roll aos Memes; das gírias às ideologias, muita coisa
mudou. Para além dos artefatos culturais, neste estudo buscou-se evidenciar como as
diferentes juventudes, em seu tempo, participaram da política no Brasil. Com objetivo de
investigar as contribuições das juventudes para atual conjuntura política em que vivemos,
recorreu-se ao seu histórico de lutas, desde 11 de agosto de 1937, com a criação da União
Nacional dos Estudantes (UNE). De pronto, o engajamento e organização juvenil em causas
sociais e políticas, neste caso, durante a Ditadura (ou Regime; ou Era, se preferir) Vargas;
Com a redemocratização, a UNE se aproxima da União Democrática Nacional (UDN) e de
outros setores da direita brasileira, entre 1950 e 1955; Enquanto isso, muitos/as estudantes
também estavam envolvidos no debate político, se alinhando à Igreja Católica e ao Partido
Comunista Brasileiro, vindo a vencer a UDN em 1956 e retomando a direção da UNE. As
juventudes dos anos de chumbo estiveram ativas nas imprensas alternativas e clandestinas,
nas passeatas, nos combates; Entre os anos 60 e 80, o movimento estudantil, teve papel
fundamental na luta contra a ditadura, mas também existiram os jovens que seguiam carreira
militar, estes atuavam na repressão daqueles; As lutas pelas “diretas já!”, em 1983-84, e o
movimento dos “caraspintadas”, já em 1992, também apontam para o interesse dos jovens
pela política brasileira. O desejo do jovem em fazer história adentra o novo século, e produz
novas forças, como é o caso do Movimento Passe Livre (MPL) e, do aparentemente
oportunista, Movimento Brasil Livre (MBL). Novo milênio e com ele, as lutas dos estudantes
pelo passe-livre ou a meia tarifa do transporte coletivo; as manifestações de 2013 e 2014; os
protestos de 2015 e, também, os de 2016; as Ocupações dos Secundaristas; e as eleições
brasileiras de 2018. Para isto, contou-se com a pesquisa bibliográfica e documental,
analisando textos acadêmicos, vídeos disponíveis no YouTube e memes que circulam nas
redes sociais.Com foco no interstício de 2013 a 2018, foi possível identificar a ascensão do
candidato a Presidência, motivado principalmente pelos jovens brasileiros. Se nas décadas de
60 e 70 era crescente a quantidade de jovens que se rebelavam contra a direita por meio do
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Rock’n roll, atualmente, existem os/as jovens que utilizam os Memes, via redes sociais, para
apoiar e difundir interesses da direita.
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Este trabalho, realizado no segundo semestre de 2017, teve como objetivo analisar os
movimentos de resistência indígena na América Espanhola como formas de resistência à
colonização e meio pelo qual essas culturas nativas conseguiram, de alguma forma se manter.
Tal estudo culmina no estudo de caso do movimento de Tupac Amaru pelo ganho de direitos
indígenas e seu movimento anti-colonial, de forma que, através desse estudo pode-se perceber
a centralidade dos povos indígenas para os processos de independência das colônias
espanholas. Este trabalho se justifica pois, considerando o histórico de marginalização dos
indígenas, uma revisão historiográfica que os coloca como agentes históricos centrais para os
processos que viveram se faz importante para quebrar com paradigmas eurocêntricos que
guiam a muitos anos os estudos de história na américa latina.
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Fernanda Pequeno
Graduanda em História pela PUC Minas
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Este presente trabalho tem como objetivo analisar a formação do Sendero Luminoso e
o seu contexto de formação e origem. Nesse viés, discutir também sobre a base teórica
utilizada dentro desse movimento, visto que essa questão é pouco debatida dentro com campo
histórico.
Para a construção dessa análise, tem-se como recorte a questão do banditismo social
camponês, trabalhando a questão trazida por Eric Hobsbawm, acerca dos diferentes tipos de
banditismo e suas razões para a diferenciação. Dessa maneira, visa-se trazer uma discussão
sobre os movimentos revolucionários camponeses na América Latina durante todo o século
XX, e em que ponto esses se distanciam e aproximam uns dos outros e em que cenário a esse
continente está passando durante o momento de formação desses grupos revolucionários.
O conceito de banditismo social é de suma importância para trabalhar a perspectiva de
como o Sendero Luminoso é visto na sociedade Peruana ao longo de sua atuação e como
houve grande modificação acerca da imagem midiática do grupo e suas atuações contra o
Estado, por isso sempre discutido e questionado ao longo do desenvolvimento do presente
trabalho. Partindo desse conceito, traça-se então as diferenças entre o camponês e o proletário
dentro da chamada luta de classes e a indagação sobre a aplicabilidade ou não da teoria
marxista dentro desse movimento de guerrilha.
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25 e 26 de outubro – Belo Horizonte: Departamento de História – ICH/PUC Minas, 2018
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16. Luta, paz, soberania popular: a batalha das FARC pelo cumprimento dos acordos
de Havana
partido busca de todas as formas possíveis garantir a paz, e mas mais do que isso, sua
sobrevivência como organização política revolucionária. Apesar disso, vem sendo
sistematicamente massacrada pela narcodemocracia colombiana. Tendo em vista a
contextualização exposta até aqui, o presente trabalho busca a partir disso, demonstrar como
que as FARC são, ao contrário do que exposto pelas mídias tradicionais, a principal força
política comprometida com o cumprimento de todos os eixos expostos nos tratados de paz
assinados em Havana.
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histórico, a pixação torna-se um grito de todos aqueles que não têm voz, um instrumento de
luta contra a opressão sistêmica á quais as classes sociais inferiores estão expostas. Seu papel
artístico e revolucionário, de agressão à ótica da individualidade e conceito de propriedade,
restabelece novos vínculos dos indivíduos com as cidades. O pixo tonou-se um grito de quem
vê necessária uma intervenção no processo histórico, e que age conscientemente neste
processo a fim de transformá-lo.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO – MÚSICA E POLÍTICA
Coordenação
Comunicações
4. LIMA, Marcela Telles Elian de. Reis do gado, boias-frias e migrantes: canção sertaneja e
agroindústria.
8. VIANA, Tiago Henrique Lopes; GODOY, Bianca Rezende. Panteras Negras, a cultura
Hip Hop e os ecos de resistência.
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disso, é possível perceber que a música popular brasileira nos anos 60/70 teve uma grande
contribuição na construção indenitária da população, seja através do cunho político como nas
canções de protesto, seja através da tentativa de popularizar a cultura regional.
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O Clube da Esquina foi um movimento musical que surgiu em Minas Gerais durante a
década de 1960 até 1980. Tendo entre os integrantes Milton Nascimento, Lô Borges e Beto
Guedes, trouxe para o cenário da música popular brasileira certa mistura de ritmos que acabou
resultando em originalidade. O contexto presente, de restrições impostas pela ditadura militar
e a insatisfação advinda disto, aflorou um viés que não cabia estritamente nem ao movimento
da direita que apoiava os militares, nem ao movimento guerrilheiro da esquerda: a
Contracultura (CRUZ, 2011), no qual se enquadra tanto o movimento tratado anteriormente
quanto o famoso Tropicalismo. Um tanto quanto diferente do último, o Clube da Esquina
trazia em suas composições formas mais “sutis” de manifestação e, como fruto de seu
momento histórico, não pode deixar de ser analisado como algo que colocava em suas
criações parte também de seus pensamentos. O presente trabalho pretende, então, trazer à tona
de que maneira as ideias dos integrantes do movimento foram colocadas em suas músicas.
Como, “em meio a tantos gases lacrimogêneos”, ainda restava espaço para se colocar contra o
sistema vigente.
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As rebeliões dos Tupac´s é um trabalho que trás reflexões acerca dos posicionamentos
políticos e sociais de dois homens que deixaram marcas com suas rebeliões e tais marcas
trazem questionamentos que podemos linkar com o atual momento político-social do Brasil.
Quem foram esses homens: Tupac Amaru II, curaca peruano, que liderou uma rebelião contra
os abusos dos oficiais da coroa espanhola, na época da colonização na América e Tupac
Shakur, rapper estadunidense que criou o código Thug Life, salvando a vida de diversas
pessoas nos guetos de algumas cidades dos Estados Unidos. Ao ligarmos os pensamentos
desses dois atores podemos perceber o legado deixado por eles na cultura brasileira, por meio
do movimento Hip Hop, que procura denunciar mazelas, explorações e aflorar nos indivíduos
os mesmos sentimentos de libertação e indignação que Tupac Amaru II e Tupac Shakur
fizeram surgir nas pessoas que estiveram próximos a eles em suas rebeliões.
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