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Aula 1: Seguridade Social....................................................................................................... 8
Introdução ............................................................................................................................. 8
Conteúdo................................................................................................................................ 9
Noções históricas .............................................................................................................. 9
Conceito de seguridade social ...................................................................................... 12
Os três ramos da seguridade social ............................................................................. 14
Aprenda Mais....................................................................................................................... 15
Referências........................................................................................................................... 15
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 16
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 19
Aula 2: Regime geral de previdência ................................................................................ 20
Introdução ........................................................................................................................... 20
Conteúdo.............................................................................................................................. 21
Regime Previdenciário (conceito e benefícios essenciais) ...................................... 21
Recapitulando................................................................................................................... 21
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência ................................................ 22
Regime Geral de Previdência Social............................................................................. 22
Regimes Próprios de Previdência Social ..................................................................... 23
Espécies de aposentadoria no serviço público, no âmbito do Regime Próprio .. 31
Aposentadoria por invalidez permanente .................................................................. 37
A Relação Jurídica Previdenciária e os Sujeitos Protegidos .................................... 38
Segurado obrigatório ...................................................................................................... 38
Empregado (Artigo 11 I, Lei nº 8.213) ........................................................................... 39
Empregado doméstico (Artigo 11 II, Lei nº 8.213) ..................................................... 41
Contribuinte individual ................................................................................................... 41
IV. Trabalhador avulso .................................................................................................... 42
V. Segurado especial ....................................................................................................... 43
Dependentes..................................................................................................................... 46
Dependentes de cada uma das classes ....................................................................... 47
Relação jurídica previdenciária ..................................................................................... 53
Filiação ao regime geral de previdência social .......................................................... 54
Carência: benefícios com e sem carência. ................................................................. 54
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 1
Manutenção e perda da qualidade do segurado ....................................................... 55
Os dependentes ............................................................................................................... 56
Aprenda Mais....................................................................................................................... 61
Referências........................................................................................................................... 61
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 62
Notas ........................................................................................................................................... 66
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 66
Aula 3: Aposentadoria e desaposentação ....................................................................... 68
Introdução ........................................................................................................................... 68
Conteúdo.............................................................................................................................. 69
Aposentadoria e direito à desaposentação ................................................................ 69
Artigo 201, § 7º, da Constituição da República .......................................................... 69
Irreversíveis e irrenunciáveis ......................................................................................... 70
Exemplo ............................................................................................................................. 70
Pecúlio ............................................................................................................................... 70
Sistema previdenciário na sua globalidade ................................................................ 72
Fator previdenciário ........................................................................................................ 73
Derrogação ....................................................................................................................... 73
Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social............................................. 74
Desaposentação defendida pelo STJ ........................................................................... 75
Informativo nº 535 .......................................................................................................... 78
Despensão ......................................................................................................................... 79
Caráter personalíssimo ................................................................................................... 80
TRF da 4ª Região .............................................................................................................. 81
Aposentadoria e vinculo de emprego ......................................................................... 82
Congresso Nacional rejeita em 14/04/1994 a Medida Provisória 446 ................... 83
Atividade proposta .......................................................................................................... 83
Aprenda Mais....................................................................................................................... 94
Referências........................................................................................................................... 95
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 96
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 99
Aula 4: Aposentadoria por tempo de contribuição .................................................... 101
Introdução ......................................................................................................................... 101
Atividade proposta ........................................................................................................ 102
Aposentadoria por tempo de contribuição .............................................................. 106
Qualidade de segurado - Lei nº 10.666, de 2003 .................................................... 107
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 2
Artigo 18, da Lei nº 8.213 .............................................................................................. 109
Para o professor ............................................................................................................. 111
Renda Mensal Inicial- RMI ............................................................................................ 111
Salário de benefício ....................................................................................................... 112
Fator previdenciário ...................................................................................................... 114
Tempo de contribuição para fins previdenciários .................................................. 118
Prova material ................................................................................................................ 119
Aposentadoria e certidão de tempo de serviço como aluno-aprendiz .............. 121
Contagem recíproca do tempo de contribuição .................................................... 122
Justificação administrativa .......................................................................................... 123
Cabimento da ação declaratória para reconhecimento de tempo de
contribuição.................................................................................................................... 123
Referências......................................................................................................................... 124
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 125
Chaves de resposta ................................................................................................................... 127
Aula 5: Aposentadorias especiais .................................................................................... 128
Introdução ......................................................................................................................... 128
Conteúdo............................................................................................................................ 129
Aposentadorias diferenciadas ..................................................................................... 129
Aposentadoria especial, mais informações .............................................................. 130
Reconhecimento do tempo especial ......................................................................... 131
Lei nº 9.528/97................................................................................................................ 133
Aposentadoria constitucional diferenciada do professor ...................................... 139
Professores ...................................................................................................................... 141
Ato normativo ................................................................................................................ 141
Aposentadoria da pessoa com deficiência ............................................................... 142
O Decreto 3.048 ............................................................................................................. 144
Por tempo de contribuição.......................................................................................... 145
Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência............................................. 145
Aposentadoria por idade .............................................................................................. 148
Aposentadoria por idade urbana ................................................................................ 148
Qualidade de segurado ................................................................................................ 149
Aposentadoria por idade rural .................................................................................... 149
Mais informações sobre aposentadoria por idade rural ........................................ 150
Aposentadoria por invalidez - requisitos necessários ............................................ 152
Aposentadoria por invalidez ........................................................................................ 152
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 3
Auxílio-doença ............................................................................................................... 155
Auxílio-doença - Mais informações ........................................................................... 159
Atividade proposta ........................................................................................................ 162
Referências......................................................................................................................... 162
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 164
Chaves de resposta ................................................................................................................... 168
Aula 6: Pensão por morte e benefícios .......................................................................... 170
Introdução ......................................................................................................................... 170
Conteúdo............................................................................................................................ 171
Pensão por morte .......................................................................................................... 171
Correntes, visão de alguns pensadores ..................................................................... 172
Óbito ................................................................................................................................ 174
Quanto à prova de ser dependente ........................................................................... 175
Cônjuge divorciado ou separado ............................................................................... 176
Se o dependente for incapaz....................................................................................... 180
Renda Mensal Inicial (RMI) ........................................................................................... 180
Legislação........................................................................................................................ 181
STJ .................................................................................................................................... 184
Auxílio-reclusão ............................................................................................................. 185
Salário-família ................................................................................................................. 186
Salário-família - renda mensal .................................................................................... 187
Salário-maternidade ...................................................................................................... 188
Salário-maternidade - mais informações ................................................................. 190
Renda mensal do benefício ......................................................................................... 194
Empregos concomitantes ou de atividade simultânea .......................................... 194
Renda mensal do benefício - mais informações ..................................................... 196
Atividade proposta ........................................................................................................ 196
Referências......................................................................................................................... 197
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 199
Chaves de resposta ................................................................................................................... 203
Aula 7: Custeio da seguridade social .............................................................................. 205
Introdução ......................................................................................................................... 205
Conteúdo............................................................................................................................ 206
Sistemas de custeio ....................................................................................................... 206
Sistemas de custeio ....................................................................................................... 207
Regra importante ........................................................................................................... 208
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 4
Tripartite .......................................................................................................................... 209
Natureza jurídica............................................................................................................ 212
Contribuições sociais destinadas à Previdência Social .......................................... 214
Lei nº 8.212/91 ................................................................................................................ 215
Cota patronal previdenciária da empresa ................................................................. 220
Prazo para recolhimento .............................................................................................. 220
Adicional das instituições financeiras ........................................................................ 222
Cooperativas de trabalho ............................................................................................. 223
Empregador doméstico ................................................................................................ 224
Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de-contribuição
........................................................................................................................................... 224
Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico .................................... 225
Incidência das alíquotas ............................................................................................... 225
O empregador é diretamente responsável ............................................................... 227
Parte da jurisprudência ................................................................................................. 228
Contribuinte individual e segurado facultativo ....................................................... 228
Segurado especial .......................................................................................................... 229
Atividade proposta ........................................................................................................ 231
Referências......................................................................................................................... 231
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 232
Chaves de resposta ................................................................................................................... 235
Aula 8: Acidente de trabalho ............................................................................................ 236
Introdução ......................................................................................................................... 236
Conteúdo............................................................................................................................ 237
Atividade proposta ........................................................................................................ 237
Acidente de trabalho – conceito ................................................................................ 238
Caracterização do acidente de trabalho ................................................................... 239
Doenças profissionais e do trabalho .......................................................................... 240
Artigo 20 .......................................................................................................................... 241
Nexo causal e concausalidade .................................................................................... 242
Perícia médica do INSS ................................................................................................. 242
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário ......................................................... 243
Comunicação da empresa ........................................................................................... 244
Lei nº 8.213...................................................................................................................... 245
CAT ................................................................................................................................... 246
Acidente de trabalho ..................................................................................................... 247
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 5
Auxílio-doença Acidentário (B-91) ............................................................................. 249
Cessação do benefício .................................................................................................. 251
Auxílio-acidente (B-94) ................................................................................................. 252
Regra importante ........................................................................................................... 253
Artigo 86 da Lei nº 8.213/1991 ..................................................................................... 254
Requisitos de concessão .............................................................................................. 255
Suspensão e cessação do benefício........................................................................... 255
Atividade proposta ........................................................................................................ 256
Aprenda Mais..................................................................................................................... 258
Referências......................................................................................................................... 258
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 259
Notas ......................................................................................................................................... 261
Chaves de resposta ................................................................................................................... 261
Conteudista ........................................................................................................................... 263
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 6
Nesta disciplina, analisaremos a legislação sobre o Regime Geral de Previdência
Social, bem como os elementos dos Regimes Próprios dos servidores públicos,
sob um filtro constitucional.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 7
Introdução
A Pós-Graduação da Estácio tem galgado posição de destaque, para o que tem
sido fundamental a peculiaridade de manter parceria com Harvard Business
School, uma das mais prestigiadas universidades do mundo, o que resulta em
incalculáveis benefícios ao corpo discente em um ambiente cada vez mais
globalizado.
Objetivos:
1. Analisar os aspectos: histórico, conceitual e principiológico da seguridade
social. E seus ramos: saúde, assistência social e previdência social;
2. Conhecer o benefício assistencial. (Lei nº 8742/93 – Lei Orgânica de
Assistência Social – LOAS).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 8
Conteúdo
Noções históricas
A humanidade tem uma preocupação constante com os infortúnios da vida,
desde os tempos remotos o homem procura reduzir os efeitos das adversidades
com as quais se depara, como fome, doenças, velhice, dentre outras. O que
pode ser visto como algo inerente ao instinto de sobrevivência, a exemplo do
que ocorre com os outros animais, que guardam alimentos para épocas de
escassez.
Mas, em razão de nem todas as pessoas serem agraciadas com essa proteção
familiar, que, em muitos casos, também se apresentava precária, surgiu o
auxílio externo e voluntário de terceiros, prática esta muito incentivada pela
igreja.
Tinha-se incentivo à caridade e a pobreza era tratada como algo benefício, pois
se traduzia em desapego as coisas materiais e, por conseguinte, em posterior
acolhimento no reino do céu. A indigência, por sua vez, era vista como uma
punição divina.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 9
Atenção
Somente no séc. XVII, com a edição da lei dos pobres (poor Laws)
na Inglaterra e Gales, o Estado assumiu alguma responsabilidade
para com o social, até chegar a um sistema estatal securitário.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 10
absorver toda essa mão de obra.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11
estranhos. Disponível em:
<http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1919/3724.htm>
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 12
dos Poderes Públicos e da sociedade, com o fim de garantir direitos inerentes à
saúde, à previdência social e à assistência social (art. 194).
Artigo XXV
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a
sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em
caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - DUDH
<http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf> Acesso em:
05 Ago 2015.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 13
Com a mesma finalidade de tutela de direitos, a Organização Internacional
do Trabalho - OIT, na Convenção 102, de 1952, a qual foi ratificada pelo
Estado brasileiro em 15/06/2009, por meio do Decreto-Legislativo nº269/08,
prevê a seguridade social como, a proteção que a sociedade oferece aos
seus membros mediante uma série de medidas públicas contra as
privações econômicas e sociais que, de outra forma, derivam do
desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência, como consequência
de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade
profissional, desemprego, invalidez, velhice e também a proteção em forma de
assistência médica e ajuda às famílias com filhos. (ARAÚJO, Francisco Carlos da
Silva. Seguridade social. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n.
1272, 25 dez. 2006. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/9311> Acesso
em: 19 ago 2015.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 14
geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo
de vida digna.
Aprenda Mais
Material complementar
Para saber mais sobre INSS, autarquia federal especializada na matéria previdenciária,
leia a Reclamação 4.374 Pernambuco de 18 de abril de 2013, disponível em nossa
biblioteca virtual.
Referências
IBRAHIM, Zambitte Fábio. Curso de Direito Previdenciário. Niterói:
Impetus, 2015.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e assistência social: Legitimação
e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
Martinez, Wladimir Novaes. Curso de Direito Previdenciário, São Paulo, Ed.
Ltr
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 15
Exercícios de fixação
Questão 1
Igor, portador de alienação mental, acarretando impedimento de longo prazo,
ajuíza ação em face do INSS pleiteando a concessão de benefício assistencial
com base no Artigo 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Alega
que mora com sua mãe, desempregada, e seu pai, já idoso, que recebe
aposentadoria do INSS no valor de um salário mínimo, porém, tal valor é
insuficiente para seu pai arcar com despesas de remédios e da manutenção da
família. Para fins de concessão do benefício de prestação continuada LOAS,
assinale a alternativa correta.
a) Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do
salário mínimo. Esse critério, de acordo com entendimento recente do STF, não
é absoluto, podendo ser conjugado com outros fatores indicativos do estado de
miserabilidade do indivíduo e de sua família.
b) Igor, além de ser incapaz, precisa comprovar a idade mínima de 65 anos para
fazer jus ao benefício assistencial LOAS.
c) O requisito da miserabilidade não pode ser comprovado por exclusivamente
prova testemunhal.
Questão 2
Américo está tetraplégico, exigindo cuidados permanentes da mulher. Seus dois
filhos, maiores de idade, moram com eles, trabalham na cidade, e cada um
ganha um salário mínimo mensal. Nessa situação, por estar incapacitado para o
trabalho, Américo procura seu advogado para saber se tem direito a receber o
benefício de prestação continuada previsto na LOAS. Marque a opção correta.
a) Américo tem direito a receber LOAS por ser a incapacidade para o trabalho
requisito único para concessão do benefício assistencial.
b) A renda de seus filhos maiores deve ser excluída do conceito de renda familiar
por expressa disposição legal.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 16
c) Américo não tem direito ao benefício assistencial LOAS, porque precisa recolher
contribuições sociais, já que a assistência social depende de contribuição direta
do beneficiário.
d) Américo, ainda que tetraplégico, deve comprovar que possui impedimento de
longo prazo a fim de cumprir o requisito subjetivo.
Questão 3
Jurema, idosa, ex-exposa de Jorge, ao saber do óbito deste, procura um
escritório de advocacia para saber sobre a possibilidade de buscar, junto ao
INSS, pensão por morte. Na consulta, é informada que é beneficiária do LOAS e
recebe valor de um salário mínimo. Marque a opção correta.
a) Não há possibilidade de ser concedida pensão por morte à Jurema, haja vista
existir regra vedando a acumulação na percepção de LOAS com pensão por
morte.
b) Há possibilidade de receber conjuntamente LOAS e pensão por morte, pois
ambos têm natureza jurídica diversa.
c) Sendo o LOAS benefício pago a qualquer idoso, conforme Estatuto do Idoso,
não há impedimento para a percepção da pensão por morte.
Questão 4
Jorge, menor impúbere e portador de Síndrome de Down, necessita de
cuidados constantes de sua mãe, que não trabalha para cuidar do menino. Seu
pai, João, trabalha como pedreiro e aufere a renda bruta de R$ 642,88, valor
este que, com os descontos de contribuição previdenciária e sindical, decresce
para R$ 572,81. Os três moram num imóvel não próprio, sendo que João
custeia despesas fixas de aluguel (contrato de locação), suprimento de água e
energia elétrica, além das despesas com o sustento da esposa e do filho,
ressaltando que este se submete a um tratamento especial em razão da doença
de que é portador. Marque a opção correta.
a) A realidade do núcleo familiar do requerente permite que se conclua pelo
atendimento do requisito da hipossuficiência financeira, haja vista que se trata
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 17
de família de 03 (três) pessoas, em que somente o cônjuge varão exerce
atividade laborativa, havendo presunção absoluta de miserabilidade.
b) A renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo gera presunção absoluta
de miserabilidade, sendo critério absoluto, de forma que a renda superior a
esse patamar afasta o direito ao benefício.
c) A despeito de o núcleo familiar não se encontrar na linha de extrema pobreza,
os sinais de condições socioeconômicas do requerente afiguram-se insuficientes
para afastar a presunção de risco social (estado de miserabilidade,
hipossuficiência econômica ou situação de desamparo) delineada pelo
legislador.
Questão 5
Juanita recebe benefício assistencial por ser idosa e miserável. No segundo
semestre de 2013, conhece Mário e com ele se casa no dia 02/01/2014. Em lua
de mel, proporcionada por amigos de Mário, Juanita sofre um acidente e vem a
falecer. Juanita deixou dois filhos maiores de pai desconhecido. Marque a
alternativa correta.
a) O benefício de Juanita se transmite a Mário pela inexistência de filhos menores.
b) O benefício de Juanita é intransferível.
c) O benefício de Juanita é intransferível, porque não foi realizado testamento.
d) O benefício de Juanita é transferível somente para os filhos,
independentemente da idade.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 18
Aula 1
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa: STF, Reclamação nº 4.374-PE.
Questão 2 - D
Justificativa: Artigo 20, caput, e Artigo 2º da Lei nº 8.742.
Questão 3 - A
Justificativa: Artigo 20, § 4º, da Lei nº 8.742 – O benefício de que trata este
artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito
da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e
da pensão especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011).
Questão 4 - C
Justificativa: TRF2 – 201302010002159 - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL
CIVIL. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – LOAS. MENOR
IMPÚBERE COM SÍNDROME DE DOWN QUE NECESSITA DE CUIDADOS
CONSTANTES. INCONTROVÉRSIA EM RELAÇÃO À INCAPACIDADE. CONDIÇÕES
SOCIOECONÔMICAS DO NÚCLEO FAMILIAR QUE CONFIRMAM A NECESSIDADE
DO BENEFÍCIO.
Questão 5 - B
Justificativa: Conforme Artigo 48, II, do Decreto nº 6.214, de 2007, o
pagamento do benefício cessa em caso de morte do beneficiário.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 19
Introdução
Hoje é a nossa segunda aula! O Direito Previdenciário é uma matéria
interessante e vocês perceberão, no decorrer do curso, que é muito importante
conhecermos tal disciplina, pois em muitas relações jurídicas do dia a dia
precisaremos do Direito Previdenciário!
Objetivo:
Identificar os sujeitos protegidos na relação jurídica previdenciária do regime
geral de previdência social.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 20
Conteúdo
Recapitulando
No conceito, vimos que são benefícios essenciais a aposentadoria e a pensão
por morte. Por quê? Vamos voltar ao que foi dito na aula passada sobre os
princípios. Vimos que o Estado deve garantir o mínimo existencial por conta
do postulado da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil (CF, Artigo 1º, III).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 21
Assegurada essa configuração mínima (mínimo existencial), da qual o Estado
não pode se furtar, a proteção perde o caráter de fundamentalidade e passa a
ser merecedora de proteção na medida das possibilidades orçamentárias do
Estado.
Artigo 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
à:
I. Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II. Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III. Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22
IV. Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda;
V. Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2o.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 23
Artigo 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 24
garantidas serão reajustadas na mesma época e pelos mesmos índices
aplicados às remunerações dos funcionários ativos (paridade). A matéria foi
regulamentada pela Lei 10.887, de 18.06-2004, no art. 1º:
§ 1o As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos
terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral
do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no
cálculo dos benefícios do regime geral de previdência social.
§ 2o A base de cálculo dos proventos será a remuneração do servidor no cargo
efetivo nas competências a partir de julho de 1994 em que não tenha havido
contribuição para regime próprio.
§ 3o Os valores das remunerações a serem utilizadas no cálculo de que trata
este artigo serão comprovados mediante documento fornecido pelos órgãos e
entidades gestoras dos regimes de previdência aos quais o servidor esteve
vinculado ou por outro documento público, na forma do regulamento.
§ 4o Para os fins deste artigo, as remunerações consideradas no cálculo da
aposentadoria, atualizadas na forma do § 1o deste artigo, não poderão ser:
I. Inferiores ao valor do salário-mínimo;
II. Superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos
meses em que o servidor esteve vinculado ao regime geral de previdência
social.
§ 5o Os proventos, calculados de acordo com o caput deste artigo, por ocasião
de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do salário-mínimo nem
exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu
a aposentadoria. Portanto, também no tocante ao valor da aposentadoria, as
regras da EC. 41, de 2003, limitam o seu valor máximo à remuneração do cargo
efetivo do próprio servidor requerente (art. 40 § 2º).
Regras importantes
Se o servidor público ocupante de cargo efetivo (procurador federal) exerce
atividade paralelamente na iniciativa privada (professor da Estácio), sujeita-se à
filiação em dois regimes de previdência social, pois há filiação obrigatória em
relação a cada uma das atividades desempenhadas.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 25
Artigo 201. § 5o. É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência.
Artigo 1º. A contribuição social do servidor público civil, ativo e inativo, e dos
pensionistas dos três poderes da União, para a manutenção do regime de
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 26
previdência social dos seus servidores, será de onze por cento, incidente sobre
a totalidade da remuneração de contribuição, do provento ou da pensão.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 27
Surgiu então a matriz constitucional dando respaldo para que a legislação
ordinária instituísse a contribuição previdenciária sobre inativos e pensionistas.
Só que como já analisamos, o art. 1º da lei 9.783 já continha vicio de origem.
E aí veio a lei 10.887, de 2004 trazendo o respaldo legal para a cobrança,
porém obedecendo ao previsto no art. 40, § 12 da CF (Ao regime de
previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência
social), institui a contribuição previdenciária sobre o valor da parcela dos
proventos de aposentadorias e pensões que supere o limite máximo (teto)
imposto pelo RGPS.
Art. 5o Os aposentados e os pensionistas de qualquer dos Poderes da União,
incluídas suas autarquias e fundações, contribuirão com 11% (onze por cento),
incidentes sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões
concedidas de acordo com os critérios estabelecidos no art. 40 da Constituição
Federal e nos arts. 2o e 6o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de
dezembro de 2003, que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social. O fato é que:
A cobrança de contribuição dos já aposentados e pensionistas não agride a
regra constitucional da irredutibilidade de remuneração (art. 37, XV), tendo em
vista que a proteção somente resguarda o valor bruto do estipêndio, que não
será alterado (irredutibilidade nominal)
Tampouco há desrespeito a eventual direito adquirido (art. 5º, XXXVI),
porquanto não há garantia à manutenção de determinado regime jurídico
contra incidência nova de tributo cuja cobrança é permitida pela Constituição.
O STF, com base nesses argumentos, julgou constitucional a cobrança da
contribuição previdenciária sobre proventos de aposentadorias e pensões
concedidas no regime próprio de previdência, conforme ementas das Adins
3105 e 3128.
“1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos.
Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição
previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 28
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional
nº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos
geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte.
Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e
§ 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico
vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição
jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar
direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos
respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou
ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras,
não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como
efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e
as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer
que seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito
adquirido com o aposentamento. 2. Inconstitucionalidade. Ação direta.
Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e
pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária, por força de
Emenda Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. Não
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária.
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa.
Instrumento de atuação do Estado na área da previdência social. Obediência
aos princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como
aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de
participação no custeio e diversidade da base de financiamento. Ação julgada
improcedente em relação ao art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. Votos vencidos.
Aplicação dos arts. 149, caput, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, e 201,
caput, da CF. Não é inconstitucional o art. 4º, caput, da Emenda Constitucional
nº 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu contribuição previdenciária
sobre os proventos de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações. 3. Inconstitucionalidade. Ação direta. Emenda
Constitucional (EC nº 41/2003, art. 4º, § único, I e II). Servidor público.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 29
Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de
contribuição previdenciária. Bases de cálculo diferenciadas. Arbitrariedade.
Tratamento discriminatório entre servidores e pensionistas da União, de um
lado, e servidores e pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, de outro. Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária,
que é particularização do princípio fundamental da igualdade. Ação julgada
procedente para declarar inconstitucionais as expressões "cinquenta por cento
do" e "sessenta por cento do", constante do art. 4º, § único, I e II, da EC nº
41/2003. Aplicação dos arts. 145, § 1º, e 150, II, cc. art. 5º, caput e § 1º, e 60,
§ 4º, IV, da CF, com restabelecimento do caráter geral da regra do art. 40, §
18. São inconstitucionais as expressões "cinqüenta por cento do" e "sessenta
por cento do", constantes do § único, incisos I e II, do art. 4º da Emenda
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e tal pronúncia restabelece o
caráter geral da regra do art. 40, § 18, da Constituição da República, com a
redação dada por essa mesma Emenda”
(ADC 8 MC / DF - DISTRITO FEDERAL, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO,
Julgamento: 13/10/1999, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação DJ 04-
04-2003). Artigo 40 da CF, com a redação da EC.20, de 16-12-2008.
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 30
inverso). A lei continuou existindo, porque o Poder Judiciário não
tem competência para revogar lei, pois somente uma outra lei
poderia revogá-la. O Artigo 1º nasceu inconstitucional, é vício de
origem, vício que não pode ser convalidado nem se vier um
artigo da CF permitindo tal contribuição. E aí veio a EC. 41, de
31-12-2003, trazendo o princípio da solidariedade e colocando
expressamente a contribuição para inativos e pensionistas.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 31
pelo servidor no exercício do cargo, e o sofrido no percurso da residência para
o trabalho e vice-versa.
EC/88, DE 08/05/2015
Com o advento da Emenda Constitucional 88, publicada em 08/05/2015, a
aposentadoria compulsória sofreu profunda alteração e pode ser assim
sintetizada:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 32
Regra atual: aposentadoria compulsória aos 70 anos, para os servidores
públicos, de qualquer ente da federação, inclusive os magistrados de tribunais
de segunda instância.
Exceções:
1ª. Por força da atual redação do inciso II, do §1º, do artigo 40, CF, lei
complementar poderá estabelecer para todos os cargos ou alguns deles, a
extensão da compulsoriedade para os servidores que completarem 75 anos de
idade. Vejam que se trata de norma constitucional de eficácia limitada, isto é,
que depende de lei para produzir todos os seus efeitos. E a lei, neste caso,
deve ser lida como lei complementar de âmbito nacional, como tem se
consolidado a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
2 ª. A EC 88/15 acrescentou o artigo 100 no ADCT da CF/88, o qual prevê que
a aposentaria compulsória para os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores
(STJ, TST, TSE, STM) e do Tribunal de Contas da União é aos 75 anos de idade,
nas condições do art. 52 da Constituição Federal. Tem-se norma de eficácia
plena.
Assim, os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do
TCU são detentores do direito de se aposentadoria compulsoriamente somente
aos 75 anos, independente de nova sabatina e aprovação do Senado Federal.
O STF, ao analisar a situação de juízes e desembargadores, também decidiu
que o art. 100 do ADCT da CF/88 não pode ser estendido a outros agentes
públicos, até que seja editada a Lei Complementar Nacional a que se refere o
art. 40, § 1º, inciso II, da CF/88.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33
sua interpretação literal resultaria na obrigatoriedade de submissão de
magistrados vitalícios a uma nova sabatina perante o Senado Federal e nova
nomeação por parte da Presidência da República.
O pedido liminar nessa ADI foi deferido pelo relator, Min. Luiz Fux, para
suspender a aplicação da expressão “nas condições do artigo 52 da
Constituição Federal”, contida no final do art. 100 do ADCT. E o plenário, por
maioria, deferiu o pedido de medida cautelar.
Assim, os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do
TCU são detentores do direito de se aposentadoria compulsoriamente
somente aos 75 anos, independente de nova sabatina e aprovação do Senado
Federal.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 34
a tramitação de todos os processos que envolvessem a aplicação a magistrados
do art. 40, § 1º, II, da CF e do art. 100 do ADCT, até o julgamento definitivo
da ação direta em comento; e d) declarar sem efeito todo e qualquer
pronunciamento judicial ou administrativo que afastasse, ampliasse ou
reduzisse a literalidade do comando previsto no art. 100 do ADCT e, com base
neste fundamento, assegurasse a qualquer outro agente público o exercício das
funções relativas a cargo efetivo após ter completado 70 anos de idade.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 35
Aposentadorias especiais
Até a presente data não foi editada a lei complementar a que alude o texto
constitucional, havendo um estado de inércia legislativa. O tema chegou ao STF
por mandado de injunção em casos de servidores públicos trabalhando na área
de saúde.
Aposentadoria Especial:
Em razão de não ter sido editada a lei complementar a que alude o texto
constitucional e em virtude dessa falta de regulamentação, trabalhadores de
algumas categorias profissionais, que desempenham atividades de risco ou
insalubres, não podiam exercer seu direito à aposentadoria especial. Por isso,
inúmeros Mandados de Injunção foram impetrados, requerendo a
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 36
regulamentação da aposentadoria especial. O STF, reconhecendo a ausência de
norma específica para tratar do tema, passou a aplicar analogicamente os
dispositivos relativos à aposentadoria especial do regime geral da previdência,
objeto da Lei nº 8.213, como forma de suprir a mora legislativa.
1. Não há como considerar taxativo o rol descrito no Artigo 186, I, § 1º, da Lei
nº 8.112/90, haja vista a impossibilidade de a norma alcançar todas as doenças
consideradas pela medicina como graves, contagiosas e incuráveis, sob pena de
negar o conteúdo valorativo da norma inserta no inciso I, do Artigo 40, da
Constituição Federal.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 37
186, I, § 1º, da Lei nº 8.112/90, e também insuscetível de cura, mas não
contemplado pelo dispositivo de regência, implica em tratamento ofensivo aos
princípios insculpidos na Carta Constitucional, dentre os quais está o da
isonomia.
Segurado obrigatório
Segurado obrigatório é aquele que se filia de forma compulsória à
Previdência Social, em razão de exercer atividade remunerada, efetiva ou
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 38
eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título
precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, ou por já ter
exercido alguma atividade das mencionadas acima, no período imediatamente
anterior ao chamado período de graça.
Pressupostos:
Ser pessoa física;
Exercer atividade laborativa remunerada e lícita.
Classificação dos Segurados Obrigatórios:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 39
Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como
diretor empregado (definição do Artigo 3º CLT);
Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em
legislação específica, presta serviço para atender à necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de
serviços de outras empresas;
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 40
O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social;) (O Plenário do Supremo
Tribunal Federal, no julgamento do RE 351.717/PR, rel. Min. Carlos
Velloso, unânime, declarou a inconstitucionalidade do Artigo 13, § 1º,
da Lei nº 9.506/97).
Contribuinte individual
A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a
qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a
quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro
módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 41
por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste
artigo;
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 42
com intermediação obrigatória do órgão gestor de Mão de obra (Lei nº 8.630,
de 25-02-1993).
Características:
V. Segurado especial
A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural
próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
Produtor
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 43
Atenção
Dona de casa
Estudante
Pode contribuir como segurado facultativo a partir de 14 anos (Artigo 14, da Lei
nº 8.212), sendo que Marcelo Leonardo Tavares coloca 16 anos como idade
mínima apoiando-se no Artigo 7º, XXIII da CF, com a redação dada pela EC.
20, de 1998.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 44
filiação é compulsória), não há porque seguir a idade de 16 anos estabelecida
pela Constituição para o menor trabalhador.
Estagiário
A lei citada como a de regência do Estágio – Lei 6.494/74, foi revogada pela Lei
11.788/2008, devendo haver esta substituição pela lei atual.
Menor
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 45
- contribuinte individual.
Dependentes
São as pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei
de Benefícios elenca como possíveis beneficiários do RGPS, fazendo jus às
seguintes prestações:
Classe 2: os pais;
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 46
Classe 3: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte
e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente.
Para que alguém seja considerado dependente, deve constar do rol listado no
Artigo 16, da Lei 8.213, e ter dependência econômica do segurado.
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 47
Cônjuge, companheiro ou companheira.
Segundo dispõe a Constituição Federal no Artigo 201, caput, e V, a previdência
social atenderá, nos termos da lei, a pensão por morte do segurado, homem ou
mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 48
separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex-marido, comprovada a necessidade financeira superveniente”.
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 49
ARTIGO 1.521 DO CC.
União homoafetiva: união civil entre pessoas do mesmo sexo. Conforme decidiu
o STF (RE 477554 AgR), há LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO
RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR, pois O AFETO É VALOR
JURÍDICO IMPREGNADO DE NATUREZA CONSTITUCIONAL. Além
disso, O DIREITO À BUSCA DA FELICIDADE é VERDADEIRO
POSTULADO CONSTITUCIONAL IMPLÍCITO E EXPRESSÃO DE UMA
IDEIA-FORÇA QUE DERIVA DO PRINCÍPIO DA ESSENCIAL DIGNIDADE
DA PESSOA HUMANA. Portaria do Ministério da Previdência Social
nº513/2010, de 10/12/2010, segundo a qual “no âmbito do Regime Geral de
Previdência Social a união estável abrange pessoas do mesmo sexo”.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 50
ocorridos entre o advento da Constituição de 1988 e a Lei 8.213/91 regem-se,
direta e imediatamente, pelo disposto no Artigo 201, inciso V, da Constituição
Federal, que, sem recepcionar a parte discriminatória da legislação anterior,
equiparou homens e mulheres para efeito de pensão por morte. (RE 607907).
ARTIGO 76 § 2º.
Filho
A. Não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos;
B. Artigo 37 TNU: A pensão por morte, devido ao filho, até os 21 anos de
idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário. Vide
STJ, AgRg no Ag 1076512 / BA DJ;
C. Inválido;
D. Deficiente intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 51
Irmão
A) Não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos;
B) Inválido;
C) Deficiente intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente.
Uma vez que o óbito do segurado instituidor, fato gerador do benefício, ocorreu
em 4/5/1999 (fl. 90), vale dizer, após a modificação legislativa que excluiu o
menor sob guarda do rol de dependentes de segurado da Previdência Social,
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 52
incabível a concessão da pensão. A questão voltou a ser debatida no
Informativo nº 422 do STJ: Questão de Ordem nos Embargos de Divergência
no Recurso Especial 727.716, no qual a 3ª Seção, por unanimidade, acolheu
preliminar de inconstitucionalidade do Artigo 16, § 2º, da Lei 8.213, J. 10-02-
2010. O caso ainda não foi julgado, então acompanhem pelo número acima no
site do STJ (consulta<jurisprudência). A primeira seção do STJ, em processo
referente ao Regime Próprio de Previdência, em marcante julgamento realizado
no dia 26/02/2014 (RMS 36034/MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves),
reformulando sua orientação jurisprudencial a respeito do direito do menor sob
guarda à pensão por morte. O entendimento agora é no sentido de que o
Estatuto da Criança e do Adolescente deve prevalecer, assegurando-se o
benefício ao menor sob guarda.
Por fim, temos o Inciso IV, do Artigo 16, da Lei 8.213 (já revogado),
que trazia a pessoa designada menor de 21 anos ou maior de 60 anos.
Esse inciso foi revogado pela Lei 9.032, de 1995, aplicando-se aqui o
mesmo entendimento quanto ao menor sob guarda, ou seja, devemos
verificar se na época do óbito a pessoa, embora designada pelo
falecido como sua dependente em determinado momento, ainda
esteja arrolada na legislação vigente como dependente, pois se aplica
o princípio tempus regit actum.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e
a das demais deve ser comprovada.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 53
pessoa jurídica com atribuição para concessão de benefícios e
serviços.
Filiação e inscrição
Para o segurado obrigatório, nasce a relação de seguro social no primeiro dia
de trabalho, porque é nesta data que se dá sua filiação ao RGPS.
Para o segurado facultativo, a relação se inicia no dia em que ocorre sua
inscrição no RGPS, ou seja, com sua manifestação de vontade de filiar-se ao
sistema, a partir da primeira contribuição vertida, pois não há exercício de
atividade remunerada (Artigo 20, parágrafo único do Decreto 3.048-99).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 54
Salário-maternidade – 10 meses para seguradas contribuinte individual e
facultativa, não havendo carência para a empregada, empregada doméstica e
avulsa.
Pensão por Morte, Sem carência: Vinte e quatro contribuições mensais, salvo
nos casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez, e nos casos de acidente do trabalho e doença
profissional ou do trabalho; (nova redação do Artigo 25, IV, da lei 8.213 dada
pela MPV n.º 664/2014)
Auxílio-reclusão, Sem carência: Vinte e quatro contribuições mensais.
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 55
o enquadre como segurado obrigatório, nem contribuir mensalmente como
segurado facultativo.
Os dependentes
Os dependentes perdem essa qualidade:
Os dependentes em geral:
Pela cessação da invalidez;
Pelo falecimento (não há pensão deixada por pensionista, somente deixada
pelo segurado).
Os cônjuges:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 56
Pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a
prestação de alimentos;
Pela anulação do casamento;
Por sentença judicial transitada em julgado.
Os companheiros:
Pela cessação da união estável ou da união homoafetiva com o segurado,
enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos.
O filho e o irmão:
Ao completar 21 anos, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha
ocorrido antes (de complementarem 21 anos, do casamento, do início de
exercício de emprego público efetivo, constituição de estabelecimento civil ou
comercial ou da existência de relação de emprego desde que em função deles o
menor de dezesseis anos completos tenha economia própria.
Atenção
Irmão
b) Inválido
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 57
guarda!
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 58
3. A Lei 8.069/90 representa política pública de proteção à
criança e ao adolescente, verdadeiro cumprimento da ordem
constitucional, haja vista o artigo 227 da Constituição
Federal de 1988 dispor que é dever do Estado assegurar com
absoluta prioridade à criança e ao adolescente o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 59
7. Recurso ordinário provido.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 60
Aprenda Mais
Material complementar
Para saber mais, sobre seguro especial, leia o artigo “OAB questiona lei que excluiu
menor sob guarda da condição de beneficiário de pensão” disponível em nossa
biblioteca virtual.
Para saber mais sobre direito previdenciário, leia o artigo “Direito da criança ou
adolescente sob guarda à pensão por morte” disponível em nossa biblioteca virtual.
Referências
IBRAHIM, Faio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2013. p. 206.
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. São
Paulo: Saraiva, 2012. p. 150.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 61
Exercícios de fixação
Questão 1
Jorge, desempregado há mais de cinco anos, foi eleito síndico de um
condomínio na Barra da Tijuca, onde também reside. Em assembleia ordinária,
ficou decidido pela maioria dos condôminos presentes que Jorge teria isenção
do pagamento do condomínio. Analise as alternativas e marque a correta.
a) Jorge, na qualidade de síndico, é segurado obrigatório, como empregado.
b) Jorge, mesmo exercendo a qualidade de síndico, não pode se filiar ao Regime
Geral da Previdência Social.
c) Jorge, mesmo desempregado, é segurado obrigatório, pois um dia exerceu
atividade remunerada e está no período de graça.
d) Jorge, sendo síndico, é segurado obrigatório, como contribuinte individual.
Questão 2
Caio, muito estudioso, prestou vários concursos públicos. Porém, nunca obteve
êxito. Em razão de notório saber jurídico, foi indicado para assumir cargo de
chefia no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, estando lá trabalhando desde
julho de 1999 até os dias atuais. Assinale a alternativa correta.
I. Caio é segurado obrigatório do RGPS, mas se continuasse estudando e
aprimorando seus conhecimentos, sem contudo, exercer atividade remunerada,
poderia se filiar ao RGPS como segurado facultativo.
II. Caio, ao assumir cargo de chefia, passa a ser segurado facultativo do
Regime Próprio de Previdência Social, pois não prestou concurso público.
III. Caio, embora muito estudioso, não pode se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social, pois este regime só aceita filiação de pessoas como
segurados obrigatórios.
IV. Caio, ainda que não passe em nenhum concurso público, pode se filar ao
Regime Próprio de Previdência como segurado facultativo.
V. Caio, se um dia passar num concurso público e assumir cargo efetivo no
serviço público como juiz federal, será denominado segurado obrigatório
empregado da Justiça Federal.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 62
a) A opção I é a correta
b) A opção II é a correta
c) A opção III é a correta
d) A opção IV é a correta
e) A opção V é a correta
Questão 3
A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/91), no Artigo 11, elenca
como segurados obrigatórios da Previdência Social na condição de empregado,
entre outros, as seguintes pessoas físicas, exceto:
I. Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como
diretor empregado.
II. Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em
legislação específica, presta serviço para atender à necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de
serviço de outras empresas.
III. O empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em
funcionamento no Brasil, ainda que coberto por regime próprio de previdência
social.
IV. O exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que
não vinculado a regime próprio de previdência social.
V. O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital
votante pertença a empresa brasileira de capital nacional.
a) A opção I é a correta
b) A opção II é a correta
c) A opção III é a correta
d) A opção IV é a correta
e) A opção V é a correta
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 63
Questão 4
Não é filiado obrigatório ao RGPS, na qualidade de segurado empregado:
a) Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter
não eventual, com subordinação e mediante remuneração.
b) O contratado em caráter permanente em Conselho, Ordem ou autarquia de
fiscalização do exercício de atividade profissional.
c) O menor aprendiz, com idade de quatorze a dezoito anos, sujeito a formação
técnica-profissional metódica.
d) O carregador de bagagem em porto, que presta serviços sem subordinação
nem horário fixo, mas sob remuneração, a diversos, com a intermediação
obrigatória do sindicato da categoria ou OGMO.
Questão 5
A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/91), no Artigo 11, elenca
como segurados obrigatórios da Previdência Social na condição de contribuinte
individual, entre outros, as seguintes pessoas físicas, exceto:
I. O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional
do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado, e contratado, e
que coberto por regime próprio de previdência social.
II. A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração
mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por
intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a
qualquer título, ainda que de forma não contínua.
III. O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.
IV. Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a
uma ou mais empresas, sem relação de emprego.
V. A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou
pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por
intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer
título, ainda que de forma não contínua.
a) A opção I é a correta
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 64
b) A opção II é a correta
c) A opção III é a correta
d) A opção IV é a correta
e) A opção V é a correta
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 65
Relação Jurídica Previdenciária: É aquela em que o credor é o indivíduo
filiado ao RGPS ou seus dependentes, e devedor o Estado, através do INSS
que é a autarquia responsável pela concessão de benefícios e serviços.
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
Justificativa: Para a doutrina (Fabio Zambitte Ibrahim e Marisa Ferreira dos
Santos), bem como a jurisprudência do STJ (RESP 411.832), a isenção da taxa
de condomínio equivale a uma remuneração, razão pela qual o síndico é um
segurado obrigatório e será enquadrado como contribuinte individual e não
como empregado, pois não preenche os requisitos do Artigo 3º da CLT.
Questão 2 - A
Justificativa: Artigo 40 da CF.
Questão 3 - C
Justificativa: A alternativa “III” é a única que não traz exemplo de segurado
empregado do RGPS, pois, de acordo com o texto do Artigo 11, I, i, da Lei
8.213/91, é empregado do RGPS “o empregado de organismo oficial
internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social”. Note-se que o texto do item “III”
desta questão fala em “ainda que coberto por regime próprio de previdência
social”, contrariando a letra da lei.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 66
Questão 4 - C
Justificativa: O item “e” apresenta um dos tipos de trabalhador avulso, que se
encontra descrito no Artigo 9º, VI, g, do Regulamento da Previdência Social. É,
pois, a letra que deve ser marcada pelo estudante.
Questão 5 - A
Justificativa: A alternativa correta é a “I”. O brasileiro civil que trabalha no
exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
ainda que lá domiciliado, e contratado, salvo quando coberto por RPPS (Regime
Próprio de Previdência Social).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 67
Introdução
Na presente aula trataremos da aposentadoria no RGPS e do direito à
desaposentação, dando ênfase a este instituto em razão de sua relevância no
meio jurídico e social.
Objetivo:
Conhecer o instituto da desaposentação.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 68
Conteúdo
Para dar inicio a esta aula, reflita: você sabe o que é a aposentadoria?
A aposentadoria é a prestação por excelência da Previdência Social, juntamente
com a pensão por morte.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 69
Irreversíveis e irrenunciáveis
Conforme o Artigo 181-B do Decreto 3.048, as aposentadorias por idade,
tempo de contribuição e especial concedidas pela previdência social, na forma
desse regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis.
Exemplo
Vamos supor que um vizinho vá até sua casa e diga a você que se aposentou
por tempo de serviço, mas que voltou a exercer atividade abrangida pela
previdência social por necessidade financeira.
No entanto, ele diz ter conversado com uns amigos sobre a possibilidade de
requerer uma outra aposentadoria em razão de sua nova atividade.
Pecúlio
Bem, existia há um tempo atrás um benefício previdenciário denominado
pecúlio. O pecúlio era uma prestação única paga pela Previdência Social
correspondente à devolução daquilo que tivesse sido pago pelo segurado a
título de contribuição previdenciária, nas hipóteses previstas no Artigo 81 da Lei
nº 8.213 de 1991.
Dentre elas tínhamos o caso do segurado aposentado por idade ou por tempo
de serviço pelo RGPS que voltasse a exercer atividade abrangida por ele,
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 70
quando dele se tivesse afastado. Ocorre que esse beneficio foi extinto em
16/04/1994 pela Lei nº 8.870 de 15/04/1994.
Atenção
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 71
Por meio da desaposentação, o ato de concessão do benefício de aposentadoria
é desfeito com a finalidade de aproveitamento do respectivo tempo de
contribuição no mesmo ou em outro regime previdenciário. (João Ernesto
Aragonés Vianna, Curso de Direito Previdenciário, 2014).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 72
A própria EC 20/1998, ao extinguir a aposentadoria proporcional (restou a
aplicação da regra de transição e ressalvados os direitos adquiridos), constituiu-
se em mais um mecanismo de desestímulo ou vedação à aposentadoria
precoce.
Fator previdenciário
Em seguida, veio o fator previdenciário estabelecido pela Lei nº 9.876/1999.
Cuida-se de um coeficiente de cálculo abrangente, que engloba variáveis como:
Derrogação
Tendo em conta tais elementos, eventual decisão judicial que legitime a
pretensão da parte autora (chamada por muitos de “desaposentação”)
significaria a derrogação de todo esse bloco normativo a que nos referimos.
Ou seja, a legislação prevê mecanismos para que o segurado que tivesse direito
à aposentadoria proporcional pelo coeficiente de 70 % ou pelo fator
previdenciário de 0,7, por exemplo, sentisse-se estimulado a não se aposentar
e a continuar no mercado de trabalho.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 73
Durante esse período de continuidade no mercado de trabalho, esse segurado
não significaria despesa para o sistema de previdência e, além disso,
continuaria a trabalhar e a contribuir para o sistema. Em contrapartida, o
sistema lhe oferece um benefício de aposentadoria maior (com coeficiente de
100 % ou fator previdenciário igual a um ou superior), mais tarde.
Conforme visto anteriormente, cabe concluir, nesse tema, que o Artigo 18, §
2º, da Lei nº 8.213/1991 deve ser interpretado considerando que, dentre as
prestações que não podem ser geradas em razão do período de contribuição
após a aposentadoria, está também uma nova aposentadoria baseada no
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 74
tempo total trabalhado ou uma revisão da aposentadoria anterior pelo tempo
trabalhado posteriormente (cuida-se aqui de mera diferença de discurso):
“o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que permanecer
em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação
alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 75
confronto com o art. 201, § 11, da CF (“§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a
qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária
e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.”), haja vista
que, mesmo contribuindo como segurada obrigatória na qualidade de empregada, teria
direito apenas às prestações de salário-família e de reabilitação profissional.
[Destaques em negrito, nossos]
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 76
arremate, afirmou que ao trabalhador que, aposentado, retorna à atividade caberia o
ônus alusivo à contribuição, devendo-se a ele a contrapartida, os benefícios próprios,
mais precisamente a consideração das novas contribuições para, voltando ao ócio com
dignidade, calcular-se, ante o retorno e as novas contribuições e presentes os
requisitos legais, o valor a que tem jus sob o ângulo da aposentadoria. Registrou, por
fim, que essa conclusão não resultaria na necessidade de se declarar a
inconstitucionalidade do § 2º do art. 18 da Lei 8.213/91, mas de lhe emprestar alcance
consentâneo com a Constituição, ou seja, no sentido de afastar a duplicidade de
beneficio, porém não o novo cálculo de parcela previdenciária que deva ser satisfeita.
Após, pediu vista o Min. Dias Toffoli. [Destaques em negrito, nossos]
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 77
dos Mins. Dias Toffoli e Teori Zavascki. Agora, com pedido de vista da Min.
Rosa Weber.
Informativo nº 535
O pedido de desaposentação é uma renúncia, contudo o STJ recentemente se
posicionou compreendendo não se tratar de verdadeiro pedido de revisão de
aposentadoria; portanto, não é possível aplicar o prazo decadencial decenal
previsto no Artigo 103 da Lei nº 8.213/1991 aos casos de desaposentação,
conforme julgado da 1ª Seção Informativo nº 535:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 78
CPC E RES. 8/2008-STJ). Não é possível aplicar o prazo decadencial decenal
previsto no Artigo 103 da Lei nº 8.213/1991 aos casos de desaposentação.”.
“Com efeito, o referido dispositivo legal dispõe ser de dez anos o prazo para a
revisão de ato de concessão ou de indeferimento de benefício, não sendo
aplicável ao caso de desaposentação, que indica o exercício do direito de
renúncia ao benefício em manutenção a fim de desconstituir o ato original e,
por conseguinte, obter uma nova aposentadoria, incrementada com as
contribuições vertidas pelo segurado após o primeiro jubilamento.“.
Despensão
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 79
A principal discussão em torno desse novo instituto é quanto à legitimidade do
pensionista no que se refere ao direito de requerer a desaposentação do
segurado falecido.
Caráter personalíssimo
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região (10ª Turma, e-DJF3 Judicial
1 DATA: 12/06/2013) entende pela ilegitimidade ativa ad causam do
pensionista, haja vista que o pedido de desaposentação tem caráter
personalíssimo:
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 80
vedado pleitear, em nome próprio, direito alheio, nos termos dos arts. 6º e 12
do CPC.” (AC 200538000026223, TRF 1ª, 2ª T., Rel. Des. Fed. Francisco de
Assis Betti, J. 01.12.2010, DJ 20.01.2011, p. 76).
TRF da 4ª Região
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 81
“(...) O espólio da pensionista da dependente habilitada à pensão por morte
tem legitimidade ativa para propor ação em nome próprio a fim de pleitear
determinada forma de reajuste da aposentadoria por tempo de serviço
pertencente ao segurado finado, com reflexos da pensão da mãe falecida, visto
que tal direito integra-se ao patrimônio do morto e transfere-se aos sucessores,
por seu caráter econômico e não personalíssimo.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 82
São duas relações jurídicas:
Atividade proposta
Reflita sobre o texto: “Mais algumas reflexões sobre a desaposentação”
(ARAUJO JUNIOR, 2012).
INTRODUÇÃO
O tema da desaposentação segue despertando acirrados debates no
âmbito da Justiça Federal, notadamente em razão das posições antagônicas
sustentadas, de um lado, pelo Superior Tribunal de Justiça e alguns Tribunais
Regionais Federais (como o da 2ª Região), e, de outro, pelo Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais e outros
tribunais (como o da 3ª Região).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 83
O presente artigo tem por objetivo pôr em relevo alguns pontos
normalmente esquecidos sobre o assunto, bem como rebater certos lugares-
comuns propagados pelos mais ferrenhos críticos da desaposentação.
1. DA EXTINÇÃO DO PECÚLIO, DA SITUAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES
VERTIDAS APÓS A APOSENTADORIA E DA NECESSIDADE DE CONTRIBUIR
MESMO APÓS A APOSENTADORIA
A Lei nº 8.213/91, em sua redação original, previa o pagamento de
pecúlio ao segurado que voltasse a exercer atividade laborativa vinculada ao
RGPS, consistindo o benefício no pagamento único de valor correspondente à
soma das importâncias relativas às contribuições do segurado no exercício da
nova atividade laboral desenvolvida após a aposentadoria:
“Art. 81. São devidos pecúlios:
......
II – ao segurado aposentado por idade ou por tempo de serviço pelo
Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida
pelo mesmo, quando dela se afastar:
.....
Art. 82. No caso dos incisos I e II do artigo 81, o pecúlio consistirá em
pagamento único de valor correspondente à soma das importâncias relativas às
contribuições do segurado, remuneradas de acordo com o índice de
remuneração básica dos depósitos de poupança com data de aniversário no dia
primeiro”.
O pecúlio consistia essencialmente no benefício previdenciário que
justificava a cobrança de contribuições previdenciárias referentes ao novo
exercício de atividade laboral pelos aposentados (observe-se que não se trata
de tributação de aposentadoria ou pensão, mas sim de contribuição incidente
sobre a remuneração auferida na nova atividade desenvolvida),
estabelecendo vínculo jurídico novo entre o trabalhador e a
previdência.
Além deste benefício, era possível o gozo do auxílio-acidente, a
prestação da reabilitação profissional e a transformação da aposentadoria em
aposentadoria acidentária.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 84
Em outras palavras, quando o trabalhador voltava a exercer nova
atividade laboral, após a aposentadoria, estabelecia-se nova filiação junto ao
RGPS, distinta da anterior que proporcionara a inatividade, oportunidade em
que se colocava a sua disposição para fruição, caso preenchidos os requisitos
legais, o pecúlio, o auxílio-acidente, a reabilitação profissional e a
transformação da aposentadoria em acidentária.
Nesse sentido, deve ser citado o art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91:
“O aposentado pelo Regime Geral da previdência Social que permanecer
em atividade sujeita a este regime, ou a ele retornar, somente tem direito a
reabilitação profissional, ao auxílio-acidente e aos pecúlios, não fazendo jus a
outras prestações, salvo as decorrentes de sua condição de aposentado,
observado o disposto no art. 122 desta Lei.”
A Lei n.º 8.870/94 extinguiu o pecúlio e isentou os aposentados do
pagamento de contribuição. Contudo, a partir da entrada em vigor da Lei no.
9.032/95, voltaram os jubilados a figurar como segurados obrigatórios, desta
feita sem direito a pecúlio.
Com a revogação dos artigos 81 a 85 da Lei n.º 8.213/91 (RGPS) e a
adição do § 4º ao art. 12 da Lei nº 8.212/91 (plano de custeio da seguridade
social) ficou explícita a cobrança da contribuição anteriormente prevista
genericamente na mesma lei, tendo sido também alterado o art. 18, § 2º:
“Art. 12....
Parágrafo 4º O aposentado pelo regime Geral de Previdência Social (RGPS)
que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este
regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata esta lei, para fins de custeio da Seguridade Social.”
“Art. 18....
Parágrafo 2º, O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social
(RGPS) que permanecer em atividade sujeita a este regime, ou a ela retornar,
não fará jus a prestação alguma de Previdência Social em decorrência do
exercício dessa atividade, exceto ao salário-família, à reabilitação profissional e
ao auxílio-acidente, quando empregado.”
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 85
Por fim, a Lei n.º 9.528/97 excluiu o auxílio-acidente do rol de
benefícios admitidos após a aposentação.
Depreende-se da evolução legislativa que, a despeito da
manutenção da contribuição após a aposentadoria, foram substituídos
o pagamento do auxílio-acidente e a completa devolução dos valores
vertidos pelos simbólicos salário-família e o salário-maternidade,
hipóteses raras na prática em face da idade avançada das aposentadas que em
tese poderiam voltar a trabalhar.
Sobre o assunto, relevante citar os esclarecimentos do juiz federal
Marcelo Leonardo Tavares:
“A norma, além de possuir caráter extremamente injusto, desrespeita o
princípio da contraprestação relativo às contribuições devidas pelos segurados,
tendo em vista que as prestações oferecidas ao aposentado que retorna à
atividade são insignificantes, diante dos valores recolhidos. Pode-se afirmar,
inclusive, que pela natureza das prestações oferecidas (salário-família,
reabilitação profissional e salário-maternidade), não haveria filiação a
regime previdenciário; pois a lei não admite nova aposentação do segurado,
recálculo da aposentadoria anterior ou prevê o pagamento de pecúlio – as
novas prestações vertidas não garantem as espécies mínimas de
benefícios para que se tenha um regime previdenciário: nova
aposentadoria ou nova pensão. O salário-família, benefício pago somente a
segurados de baixa renda empregados e avulsos, provavelmente não será
devido ao idoso, e praticamente já seria em casos de aposentadoria sem novo
exercício de atividade; os demais segurados não farão jus, de qualquer forma.
O salário maternidade, provavelmente, não será fruído pela aposentada; de
qualquer forma, os segurados homens não poderão fruí-lo. A reabilitação
profissional é um serviço, não envolvendo qualquer tipo de retorno pecuniário
ao utilizador que, uma vez aposentado, não terá, obrigatoriamente, desejo de
se submeter a este tipo de tratamento”. (grifei)[1]
É neste cenário que se insere a discussão em torno da possibilidade de
o segurado aposentado valer-se de contribuições posteriores para obter uma
aposentadoria mais vantajosa.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 86
2. DO CARÁTER FUNDAMENTAL DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO
CARÁTER PATRIMONIAL DE SUAS PRESTAÇÕES
O direito à aposentadoria, por materializar o direito social à previdência
social previsto no art. 6º da Constituição Federal, é dotado de caráter
fundamental, de modo que a indisponibilidade se apresenta como uma
característica que lhe é inerente.
A percepção patrimonial das parcelas do benefício, contudo, é
disponível, podendo sofrer renúncia pelo aposentado, na medida em que as
prestações mensais estão relacionadas a um aspecto meramente financeiro do
benefício, notadamente quando se pretende uma concretização mais efetiva
desse direito por meio da obtenção de aposentadoria mais vantajosa.
Nesse ponto, cabe observar que, ao contrário do direito fundamental
social à aposentadoria, o benefício de aposentadoria em si apresenta cunho
patrimonial e disponível, de manifestação unilateral pelo beneficiário, de modo
que nada impede que o segurado renuncie expressamente ao benefício já
concedido. Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA. DIREITO DE
RENÚNCIA. CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE CERTIDÃO DE
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVA APOSENTADORIA. NECESSIDADE DE
DEVOLUÇÃO DE VALORES PAGOS PELO INSS. FALTA DE INTERESSE.
1. Esta Corte firmou compreensão de que a aposentadoria, direito
patrimonial disponível, pode ser objeto de renúncia, revelando-se
possível, nesses casos, a contagem do respectivo tempo de serviço
para a obtenção de nova aposentadoria, ainda que por outro regime
de previdência.
2. No que tange à restituição dos valores pagos pelo INSS a título de
aposentadoria, o Tribunal decidiu no mesmo sentido do pleito recursal,
mostrando-se evidente a falta de interesse em recorrer quanto ao tema.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1232336/SC, Rel. Ministro Haroldo Rodrigues
(Desembargador Convocado do TJ/CE), Sexta Turma, julgado em 05/04/2011,
DJe 16/05/2011) (grifei)
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 87
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA.
DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. RENÚNCIA. POSSIBILIDADE.
1. É firme a compreensão desta Corte Superior de Justiça que,
sendo a aposentadoria direito patrimonial disponível, é cabível a
renúncia a tal benefício, não havendo, ainda, impedimento para que o
segurado que continue a contribuir para o sistema formule novo
pedido de aposentação que lhe seja mais vantajoso. Precedentes.
2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no
REsp 1121427/SC, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, julgado em
23/11/2010, DJe 13/12/2010) (grifei)
Esta é a premissa básica para analisar a possibilidade de
desconstituição do ato administrativo que concede a aposentadoria. A partir do
momento em que o segurado tem reconhecida a prerrogativa de deixar de
receber parcelas do benefício, ainda que o direito à sua concessão seja
indisponível, não há qualquer óbice jurídico à sua admissão no ordenamento
jurídico.
3. DA DESAPOSENTAÇÃO
Não existe previsão legal expressa que autoriza a desaposentação no
ordenamento jurídico brasileiro. Não existe, tampouco, norma proibitiva. A
suposta proibição decorrente de previsão contida em decreto regulamentar (art.
181-B Dec. 3.048/99) não pode ser encarada como restrição a tal instituto, uma
vez que o ato infralegal extrapola sua órbita de incidência ao pretender inovar no
ordenamento, prevendo norma não contida na Lei 8.213/91.
Diante disso, a ausência de dispositivo legal que proíba a renúncia a
benefício previdenciário deve ser vista como permissão para tal medida, e não
o contrário, haja vista a garantia constitucional assegurada no art. 5º, II, da
Magna Carta, de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo
senão em virtude de lei.
Por conseguinte, a previsão contida no art. 18, 2º da Lei 8.213/91,
segundo a qual “o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que
permanecer em atividade sujeita a esse regime ou a ele retornar, não fará jus a
prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 88
atividade, exceto ao salário família e à reabilitação profissional, quando
empregado” deve ser compreendida como regra que veda a percepção
simultânea de dois benefícios, mas não como norma que impede que o
segurado tenha uma contrapartida em relação às novas contribuições que
verteu.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região compartilha do mesmo
entendimento:
“PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
DESAPOSENTAÇÃO. ART. 18, §2º, DA LEI Nº 8.213/91. PROIBIÇÃO À
CUMULATIVIDADE DE BENEFÍCIOS E NÃO À DESAPOSENTAÇÃO. VEDAÇÃO
CONTIDA NO DECRETO 3.048/99 NÃO TEM FORÇA PARA CRIAR, EXTINGUIR
OU MODIFICAR DIREITOS. NATUREZA MERAMENTE REGULAMENTADORA. I-
Os embargos de declaração são cabíveis quando verificada a ocorrência, no
julgamento impugnado, de qualquer dos vícios constantes dos incisos I e II, do
artigo 535, do CPC (obscuridade, contradição, omissão e, por construção
pretoriana integrativa, a hipótese de erro material), ou quando for omitido
ponto sobre o qual deveria pronunciar-se o juiz ou tribunal, não sendo este
recurso meio hábil ao reexame da causa. II- O art. 18, § 2º, da Lei nº.
8.213/91 deve ser interpretado de forma sistemática com o art. 124,
II da mencionada Lei, no sentido de tão somente proibir a concessão
de nova aposentadoria ao segurado já aposentado, que permanece ou
retorna à atividade profissional, se redundar em cumulatividade de
benefícios, não impedindo a renúncia de aposentadoria. Deste modo,
ocorrendo a renúncia, tem-se por afastada a vedação legal, por não
mais se tratar da situação disciplinada pela norma. III- Somente o
Decreto nº. 3.048/99, com redação dada pelo Decreto nº. 3.265/99,
estabelece que os benefícios concedidos pela Previdência Social são
irreversíveis (ato jurídico perfeito) e irrenunciáveis (dado o seu
caráter alimentar). Entretanto, não vislumbro óbice legal ao exercício
do direito de renúncia, vez que vedação emanada do Decreto nº
3.048/99 (art. 181-B) não tem força para criar, extinguir ou modificar
direito, dada sua natureza meramente regulamentadora, pelo que tal
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 89
impedimento só seria possível mediante lei no sentido formal.
Ademais, esta vedação foi instituída com a finalidade de preservar o
interesse do segurado e não de obstar a opção por outro benefício
mais vantajoso. IV- Quanto aos demais argumentos expendidos, verifica-se
que o intuito não é outro senão o de rediscutir o julgado; sendo certo que não
se acolhem Embargos de Declaração que, sob pretexto de corrigir
obscuridades, contradições ou omissões, almejam o reexame de matéria
analisada no decisório embargado. Note-se que somente em hipóteses
excepcionais pode-se atribuir efeitos infringentes aos embargos de declaração,
não sendo este o caso dos autos. V- Embargos de Declaração parcialmente
providos para esclarecer os pontos suscitados, sem, contudo, atribuir efeitos
infringentes ao recurso. (TRF2, AC 201051018045574, Rel. Aluisio Gonçalves de
Castro Mendes, Primeira Turma, e-DJF2R 06/05/2011, p. 214) (grifei)
Imprescindível salientar, mais uma vez, o caráter protetivo da
previdência social, a qual se destina a socorrer seus segurados, contribuindo
para a formação plena do indivíduo, constituindo o seu patrimônio mínimo. A
previdência social integra o rol dos direitos fundamentais, relacionando-se
diretamente com o princípio da dignidade da pessoa humana, vetor
axiológico de um Estado Democrático e pluralista.
Nesse contexto, o magistrado deve ter papel ativo na implementação
do texto constitucional, impondo-se à sua atuação um compromisso com a
proteção dos direitos fundamentais sociais em mesmo grau de efetividade que
a dos direitos fundamentais de caráter negativo.
Tendo isso como parâmetro, a realidade social deve pautar a atuação
do julgador. Não se pode esquecer que o trabalhador brasileiro aguarda o
momento da aposentadoria por toda a vida. O benefício previdenciário mostra-
se, sobretudo para as camadas mais pobres da população, como uma garantia
ao indivíduo, que possui o conforto de saber que, após árduo período
contributivo, fará jus ao benefício previdenciário.
Ressalto, nessa esteira, que a volta do segurado ao mercado de
trabalho mesmo após a aposentadoria é algo que não se planeja e, ao mesmo
tempo, constitui um prêmio, porque traz, consigo, um ganho econômico e
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 90
profissional. Assim, o recolhimento de novas contribuições após a
aposentadoria está longe de ser um mero “jogo de sorte” ou uma
busca do “melhor dos dois mundos”. Não se trata de uma busca
desenfreada pela capitalização de recursos, afinal é sabido que o próprio INSS
dá de ombros aos pedidos que batem à sua porta. O que o segurado quer é ver
reconhecido um novo tempo contributivo que arduamente conseguiu
acrescentar ao seu histórico laboral, e não obter rendimentos decorrentes de
um investimento a fundo perdido. Sem qualquer contraprestação – decorrente
da extinção do pecúlio, como visto acima -, as suas contribuições deixam de
oferecer-lhe qualquer benefício.
Cabe sublinhar, ainda, que, numa realidade como a brasileira, não só a
aposentadoria, mas também manter-se inserido no mercado de trabalho, são
conquistas a serem prestigiadas - e não subestimadas - pelo nosso
ordenamento.
Da mesma forma, não há violação ao princípio da isonomia. Trata-se de
reconhecimento que pode ser estendido a todos que se encontram na mesma
situação, de modo que o ato de renunciar ao benefício é uma escolha de cada
segurado da Previdência, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas
existentes.
Por outro lado, não procedeo argumento de que a desaposentação
representaria desequilíbrio atuarial ou financeiro ao sistema protetivo. Existindo
posterior contribuição após a aposentadoria, torna-se ausente o
impedimento atuarial ou financeiro para a revisão do valor do benefício. A
nova cotização após a aposentadoria gera excedente atuarialmente imprevisto,
o qual pode ser utilizado para a obtenção do novo benefício, sem prejuízo ao
RGPS.
É muito fácil impor o discurso fiscalista de “acerto de caixa”
aos segurados da Previdência Social quando vinte por cento das
receitas da União sequer chegam a ingressar na conta da seguridade
social, por meio da Desvinculação de Receitas da União - DRU. A efetivação de
um direito social pressupõe desembolso de recursos pelo Estado, os quais estão
relacionados às suas finalidades e não buscam um mero equilíbrio financeiro,
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 91
superávit primário ou ajustes fiscais com o fim de prestigiar credores
privilegiados em detrimento do trabalhador.
Por fim, cumpre observar que, no âmbito do serviço público, já se
admite o retorno ao trabalho com possibilidade de aposentadoria nova em
momento posterior, por meio da reversão, instituto previsto no art. 25 da Lei nº
8.112/91.
Em resumo, se o segurado quer renunciar à sua aposentadoria, porque
continuou trabalhando, com o objetivo de que, no futuro, obtenha uma nova
aposentadoria, mais vantajosa porque superior, não pode haver obstáculos à
sua pretensão.
4. DA DESNECESSIDADE DE DEVOLUÇÃO DAS PRESTAÇÕES RECEBIDAS
Reconhecido o direito à desaposentação, importante salientar a
natureza alimentar das verbas já recebidas, porquanto foram destinadas à
subsistência do segurado.
A desaposentação possui natureza desconstitutiva, cujos efeitos são
ex nunc, ou seja, uma aposentadoria tem fim em razão da renúncia pelo
segurado, momento a partir do qual outra será concedida, sem qualquer
cumulação de benefícios.
Deve-se, ainda, ressaltar a natureza alimentar das verbas recebidas
que, por se destinarem a manter a subsistência do segurado, são amparadas
pelo princípio da irrepetibilidade.
Sobre a desnecessidade de devolver os valores recebidos em razão da
aposentadoria renunciada, o Superior Tribunal de Justiça reiteradamente se
pronunciou:
“PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DE
VALORES. DESNECESSIDADE.
1. A renúncia à aposentadoria, para fins de aproveitamento do
tempo de contribuição e concessão de novo benefício, seja no mesmo
regime ou em regime diverso, não importa em devolução dos valores
percebidos, "pois enquanto perdurou a aposentadoria pelo regime
geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eram indiscutivelmente
devidos" (REsp 692.628/DF, Sexta Turma, Relator o Ministro Nilson Naves,
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 92
DJU de 5.9.2005). Precedentes de ambas as Turmas componentes da Terceira
Seção.
2. Recurso especial provido.” (grifei)
(REsp 1113682/SC, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/
Acórdão Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 23/02/2010, DJe
26/04/2010)
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MANTIDA POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA.
DIREITO DE RENÚNCIA. CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE
CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVA APOSENTADORIA.
DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS NA VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO
ANTERIOR. EFEITOS EX NUNC.
DESNECESSIDADE.
1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir os
fundamentos da decisão atacada.
2. O entendimento desta Corte Superior de Justiça é no sentido de se
admitir a renúncia à aposentadoria objetivando o aproveitamento do tempo de
contribuição e posterior concessão de novo benefício, independentemente do
regime previdenciário que se encontra o segurado.
3. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o ato de renunciar
ao benefício tem efeitos ex nunc e não envolve a obrigação de
devolução das parcelas recebidas, pois, enquanto aposentado, o
segurado fez jus aos proventos.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg nos EDcl no REsp 1243825/SC, Rel. Ministro Haroldo Rodrigues
(Desembargador Convocado do TJ/CE), Sexta Turma, julgado em 17/05/2011,
DJe 15/06/2011)
CONCLUSÃO
Posto isso, a fim de que não se esvazie o instituto, não basta o
reconhecimento da desaposentação, mostrando-se igualmente necessária, para
a sua concretização, a não restituição das parcelas recebidas, a qual pressupõe
o legítimo recebimento pelo segurado da aposentadoria anterior, concedida em
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 93
razão do reconhecimento de um direito fundamental adquirido. Só assim estará
concretizada a manifestação do direito fundamental à Previdência Social.
NOTAS
[1] Direito Previdenciário, ed. Lumen Juris, 2ª ed., 2000, p. 58/59
Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/21126/mais-algumas-reflexoes-
sobre-a-desaposentacao> Acesso em: 06 out 2015.
Aprenda Mais
Material complementar
Para saber mais sobre as decisões do STF em relação à desaposentadoria, leia o artigo
“STF deve decidir neste ano sobre a possibilidade de desaposentação”.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 94
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói:
Impetus, 2015.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus. 2011.
VIANA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário. Ed. Atlas,
2014.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 95
Exercícios de fixação
Questão 1
Maria, empregada doméstica, se aposentou por invalidez no dia 01/01/1997,
uma vez que estava incapacitada de exercer sua atividade habitual por
problemas sérios na coluna vertebral. Em 2000, reiniciou seus estudos, de
forma que, em 2005, se formou em Direito, exercendo desde então a advocacia
e recolhendo mês a mês duas contribuições previdenciárias (qualidade de
contribuinte individual). Marque a alternativa correta sobre o caso:
a) Maria não faz jus à desaposentação porque ocorreu decadência.
b) Maria faz jus à desaposentação e não ocorreu decadência porque o STJ decidiu
que o Artigo 103 da Lei nº 8.213/1991 não deve ser interpretado de forma
ampliativa.
c) Maria faz jus à desaposentação e não ocorreu decadência porque o STF,
guardião da Constituição, decidiu que o Artigo 103 da Lei nº 8.213/1991 não
deve ser interpretado de forma ampliativa.
d) Maria faz jus à desaposentação, mas, segundo recente posição do STJ, terá que
devolver os valores recebidos da aposentadoria a que deseja preterir para a
concessão de novo e posterior jubilamento.
Questão 2
Claudia é aposentada pelo RGPS e retornou à atividade na qualidade de
empregada, razão pela qual passou a sujeitar-se novamente às contribuições
previdenciárias. Marque a alternativa correta sobre o caso:
a) Apesar de voltar a contribuir, Claudia não terá direito ao auxílio-doença, se
manifestar incapacidade temporária para o trabalho.
b) Apesar de voltar a contribuir, Claudia não terá direito ao salário-maternidade
c) Voltando a contribuir, poderá ter direito à uma segunda aposentadoria.
d) Voltando a contribuir, fará jus ao benefício do pecúlio.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 96
Questão 3
Carlos, pedreiro, sempre contribuiu para a Previdência Social e se aposentou
por tempo de contribuição em 2008. Posteriormente, matriculou-se em uma
universidade em Cabo Frio, onde passou a estudar Direito. Em determinada
aula sobre desaposentação, perguntou ao seu professor se, quando se formar,
poderia trabalhar e depois ter uma outra aposentadoria como advogado. Qual
deve ser a resposta do professor, levando em conta a jurisprudência atual do
STJ?
a) Não pode haver desaposentação.
b) Pode Carlos renunciar à primeira aposentadoria e pleitear uma segunda, mas
terá que devolver tudo que recebeu na primeira aposentadoria.
c) A desaposentação é uma garantia prevista na Constituição e pode ser requerida
a qualquer momento.
d) Pode Carlos renunciar à primeira aposentadoria e pleitear uma segunda, e não
terá que devolver tudo que recebeu na primeira aposentadoria.
Questão 4
Manuel é aposentado pelo RGPS e retornou à atividade na qualidade de
contribuinte individual, razão pela qual passou a sujeitar-se novamente às
contribuições previdenciárias. Marque a alternativa correta sobre o caso:
a) Voltando a contribuir, Manuel terá direito ao auxílio-doença, se manifestar
incapacidade temporária para o trabalho.
b) Apesar de voltar a contribuir, Manuel não terá direito à reabilitação profissional.
c) Voltando a contribuir, poderá ter direito à uma segunda aposentadoria.
d) Voltando a contribuir, poderá se desaposentar a qualquer momento.
Questão 5
João, já aposentado por idade, foi empregado como empacotador em um
supermercado – na qualidade de segurado-empregado. Quando ele for ao seu
escritório a fim de saber se pode pedir revisão de aposentadoria para aumentar
o valor que recebe mensalmente, qual orientação você deve oferecer?
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 97
a) Não é possível aumentar o valor da aposentadoria porque é ato jurídico
perfeito.
b) Não é possível aumentar o valor da aposentadoria porque o INSS não admite o
pedido de qualquer revisão de aposentadoria.
c) Pode requerer desaposentação, mas não precisa respeitar o prazo decadencial
do Artigo 103 da Lei nº 8.213/1991.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 98
Aula 3
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Justificativa: O STJ se posicionou, em dezembro de 2013 (AgRg no REsp
1261041), defendendo a desaposentação não se tratar de verdadeiro pedido de
revisão de aposentadoria, e, portanto, ser insuscetível à decadência.
Questão 2 - A
Justificativa: Artigo 18, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, o aposentado pelo Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) que permanecer em atividade sujeita a esse
regime, ou a ele retornar, não fará jus à prestação alguma da Previdência
Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à
reabilitação profissional, quando empregado.
Questão 3 - D
Justificativa: Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis,
suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da devolução
dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para a
concessão de novo e posterior jubilamento (STJ Resp 1334.448).
Questão 4 - D
Justificativa: O STJ (AgRg no REsp 1261041) se posicionou instruindo sobre a
desaposentação não ser considerada revisão de aposentadoria, sendo,
portanto, insuscetível à decadência e podendo ser requerida a qualquer
momento.
Questão 5 - C
Justificativa: O STJ (AgRg no REsp 1261041) se posicionou instruindo sobre a
desaposentação não ser considerada revisão de aposentadoria, sendo,
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 99
portanto, insuscetível à decadência e podendo ser requerida a qualquer
momento.
Objetivos:
1. Conhecer as provas sobre tempo de contribuição;
2. Sedimentar estudo sobre a aposentadoria por tempo de contribuição e
conhecer algumas peculiaridades inerentes à mesma, como tempo de
contribuição, fator previdenciário, contagem do tempo de contribuição, efeitos
das decisões trabalhistas, dentre outras coisas.
O período reconhecido por sentença trabalhista não consta do CNIS, sendo que
a anotação na CTPS é extemporânea, realizada pela Secretaria de Vara
Trabalhista, em razão da sentença.
Atenção
Atenção
Para o professor
A Constituição, no Artigo 201, §8º, prevê que “Os requisitos a que se refere o
inciso I (do Artigo 201, § 7) serão reduzidos em cinco anos para o professor
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio”.
Salário de benefício
Um pouco sobre o salário de benefício.
Artigo 28
Regra geral
Atenção
Porém, até o advento da CF1988, não era assim, pois não eram
corrigidos todos, mas SOMENTE os 12 mais recentes. Tal regra,
em época de inflação, acarretava muita redução no valor da RMI
em relação ao último salário da atividade.
Artigo 29
Atenção
Artigo 201
Fator previdenciário
O fator previdenciário leva em conta o tempo de contribuição, a idade na data
da aposentadoria e o prazo durante o qual o benefício será pago, ou seja, a
expectativa de sobrevida do segurado. Esta expectativa é definida a partir de
tábua completa de mortalidade para o total da população brasileira, que
compete ao IBGE publicar (Decreto 3.266, de 29-12-1999).
F - fator previdenciário
TC - tempo de contribuição
ID - idade no momento da aposentadoria
A - alíquota de contribuição até o momento da aposentadoria
ES - expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria
A RMI, segundo o Artigo 33 da Lei nº 8.213, não terá valor inferior ao salário
mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário de contribuição,
ressalvado Artigo 45 (que trata do acréscimo de 25% no caso do aposentado
por invalidez necessitar de assistência permanente de outra pessoa).
Posição da jurisprudência:
A questão foi decidida seguindo o rito dos recursos repetitivos, quando ações
com a mesma tese ficam suspensas nas instâncias ordinárias e no próprio STJ
até uma decisão definitiva, que guiará as demais.
Prova material
O segurado entrou com ação contra o INSS para ter reconhecido tempo de
serviço anterior à certidão de casamento, prova documental mais antiga
juntada aos autos, levando em consideração testemunhos de outros
trabalhadores rurais.
Ajustes necessários
D – Aluno-Aprendiz
Súmula 32 do TRF2 - Conta-se como tempo de serviço, para fins
previdenciários, o período de atividade como aluno-aprendiz em escola técnica,
exercida sob a vigência do decreto 4.073, de 1942, desde que tenha havido
retribuição pecuniária, admitindo-se como tão o recebimento de alimentação,
vestuário, moradia, material escolar e parcela de renda auferida com a
execução de encomendas para terceiros, à conta do orçamento da União,
independente de descontos previdenciários.
Justificação administrativa
A justificação administrativa é o meio utilizado para suprir a falta ou
insuficiência de documentos ou produzir prova de fato ou circunstância de
interesse dos beneficiários perante a Previdência Social e que eles não
conseguem demonstrar completar através de documentos (Artigo 108, da Lei
nº 8.213).
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2015.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus, 2011.
VIANA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário. Ed. Atlas, 2014.
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213compilado.htm"target>
Acesso em: 23 ago 2015
Questão 2
Lúcia possuía, em dezembro de 1998, 21 (vinte e um) anos de contribuição
para a Previdência Social, e continuou trabalhando até julho de 2008, quando
completou 48 (quarenta e oito) anos de idade, sendo 10 anos como empregada
doméstica. Nessa situação, Luciana terá direito a:
a) Aposentadoria por tempo de contribuição
b) Aposentadoria especial
c) Aposentadoria por idade urbana
d) Aposentadoria por invalidez
Questão 3
José trabalhou como empregado na empresa Lojas Brasileiras, no período de
01/09/2000 a 01/09/2010, quando a mesma fechou o estabelecimento, levando
consigo todos os documentos de empregados. Nessa situação, José procurou
um advogado, que descobriu que nunca houve recolhimento de tributos pela
empresa, e ajuizou ação para reconhecimento de tempo de serviço.
Questão 4
Karina ajuizou ação buscando reconhecer tempo de serviço rural. Nessa
situação, a jurisprudência dominante do STJ não admite:
a) Prova exclusivamente testemunhal
b) Prova exclusivamente documental
c) Prova exclusivamente pericial
d) Somente inspeção judicial
Questão 5
Caio, com o objetivo de comprovar tempo de serviço, junta aos autos do
processo judicial uma certidão de tempo de serviço expedida por escola técnica
em que trabalhou como aluno-aprendiz. Nessa situação:
a) Tal documento basta para reconhecimento de tempo de serviço se, à época dos
fatos, Caio recebeu ensino e alimentação como forma de retribuição.
b) Tal documento basta para reconhecimento de tempo de serviço, ainda que não
haja prova de remuneração à época dos fatos.
c) Tal documento só pode servir de início de prova material, se houver também
prova testemunhal comprovando o fato ali reconhecido.
d) Tal documento só pode servir de início de prova material, se houver também
prova pericial comprovando o fato ali reconhecido, como forma de
remuneração, o ensino e a alimentação.
Questão 2 - A
Justificativa: Artigo 201, §7º da CF: Há direito à aposentadoria por tempo de
contribuição para a mulher que possui 30 anos de contribuição.
Questão 3 - C
Justificativa: Artigo 55 § 3º, da Lei 8.213, de 1991: A lei veda expressamente
que a prova do tempo de serviço seja feita por prova exclusivamente
testemunhal.
Questão 4 - A
Justificativa: Conforme súmula 149 do STJ, a prova exclusivamente
testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da
obtenção de benefício previdenciário.
Questão 5 - A
Justificativa: No MS 28399 AgR/DF (Inf 667 do STF), entendeu-se que há
legalidade do cômputo desse período quando o segurado junta nos autos do
processo certidão de tempo de serviço expedida por escola técnica, na qual
anotada a quantidade de dias trabalhados como aluno-aprendiz, oportunidade
em que teria recebido, como forma de remuneração, o ensino e a alimentação.
Objetivo:
1. Conhecer as aposentadorias diferenciadas, a aposentadoria por idade e os
benefícios por incapacidade.
Respaldo legal
Finalidade
OBS: Não necessita ter qualidade de segurado, pois segundo a Lei nº 10.666,
de 2003, em seu artigo 3º, a perda da qualidade de segurado não será
considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e
especial.
Início do benefício
Lei nº 9.032/95
Lei nº 9.528/97
Por fim, a Lei nº 9.528/97 operou nova alteração da Lei nº 8.213/91, conforme
leitura do Artigo 58:
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos
agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou
que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com
o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no Artigo 133 desta lei.
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997).
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico (PPP)
abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este,
quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997).
Conclusão:
1)se o PPP for apresentado isoladamente, sem laudo pericial, deve ser
considerado prova eficaz se assinado por médico ou engenheiro do trabalho.
2) se o PPP for apresentado isoladamente, mas não seja assinado por médico
ou engenheiro do trabalho, ainda assim tem eficácia probatória, tanto em
relação a períodos anteriores quanto em relação a períodos posteriores a 01 de
janeiro de 2004, pois o objetivo da instituição do PPP foi justamente tornar
mais simplificada a prova dos agentes nocivos, mantendo-se íntegra a
obrigação do INSS em fiscalizar a elaboração e atualização do PPP.
Em relação ao uso de EPIs, o INSS alega que não seria devida a contagem
majorada no caso de utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual),
posto que ao neutralizar ou atenuar os efeitos da exposição, não mais haveria
exposição, já rechaçada pela jurisprudência.
Atenção
Professores
A jurisprudência do STF vinha sendo restritiva quanto ao conceito de “atividade
de magistério”, interpretando a expressão “exclusivamente” da seguinte forma:
“para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo
de serviço prestado fora da sala de aula” (súmula 726).
Ato normativo
A partir da edição do referido ato normativo, as atividades de direção, de
coordenação e assessoramento pedagógico passaram a ser equiparadas à
atividade típica de professor para o fim de aposentadoria por tempo de
contribuição.
Atenção
Conforme bem acentua Fabio Zambite, “a deficiência não tem relação com a
habitualidade do trabalho”.
O Decreto 3.048
O Decreto 3.048, com as modificações trazidas pelo Decreto 8.145, de 03 de
dezembro de 2013, apresenta a regulamentação da aposentadoria por
tempo de contribuição ou na aposentadoria por idade.
Atenção
Idade: No que se refere ao requisito idade, temos que para o homem a idade
é de 65 anos, e para mulher 60 anos.
Qualidade de segurado
Cabe mencionar agora a questão da qualidade de segurado, que segundo o
Artigo 3, § 1ª, da Lei nº 10.666, de 2003, não será considerada para fins
de concessão de aposentadoria por idade.
Ex: segurado que tenha contribuído por 25 anos requer aposentadoria por
idade aos 65 anos no ano de 2002.
1º requisito: carência – 126 contribuições.
2º requisito: idade – 65 anos.
RMI: 70% + 25% = 95%
Início do benefício:
• Para os segurados empregados, na data do desligamento do emprego;
• Para os demais segurados, na data do requerimento.
RMI: o valor da renda mensal inicial será igual ao valor mínimo do salário-de-
benefício, ou seja, um salário mínimo mensal. Todavia, quando o segurado
contribua na condição de contribuinte individual, sua renda será calculada na
forma do Artigo 39, II, da lei de benefícios c/c Artigo 29, II, da mesma lei, ou
Artigo 26, II, e 151, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei nº 13.135, de
2015. Exceções:
Cessação do benefício
Cessação do benefício:
Se o aposentado retornar voluntariamente à atividade, terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada desde o retorno (Artigo 46, da Lei nº 8.213).
Se a perícia concluir pela recuperação do segurado, o benefício será cancelado.
OBS. Agora o segurado aposentado por invalidez está dispensado de submeter-
se a perícia médica a partir dos 60 anos, valendo o mesmo para o pensionista
inválido (Artigo 101 da lei 8.213/91);
Atenção
Auxílio-doença
O auxílio-doença exige que a incapacidade seja relativa ou temporária,
porém sempre total. A incapacidade deve ser ou relativa, porque não impede o
exercício de toda e qualquer atividade laboral, mas apenas o exercício do
Artigo 26, II, da Lei nº 8.213/91, com redação dada pela Lei nº 13.135, de
2015. REGRA: 12 contribuições mensais (Lei 8.213/91, art. 25, I).
EXCEÇÕES:
Nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional
ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS,
for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada
3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,
deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado. (Artigo 26, II, da lei 8.213/91, com
redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015).
Atenção
Segundo Zambitte, a regra do Artigo 24, parágrafo único da Lei nº 8.213, diz
sobre a necessidade de completar um terço do período de carência antes da
incapacidade, mas sim da necessidade da incapacidade tomar lugar após a
filiação, sob pena de fraude ao sistema previdenciário (Artigo 59, parágrafo
único, da Lei nº 8.213 e Artigo 71, § 1º, do Decreto 3.048). Somente quando a
data de início de incapacidade é fixada em data anterior à filiação é que o
benefício não poderia ser concedido.
Lei nº 8.213/91
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais
Artigo 60
§ 5o Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão
ou setor próprio competente, assim como de efetiva incapacidade física ou
técnica de implementação das atividades e de atendimento adequado à
clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus para os segurados,
celebrar, nos termos do regulamento, convênios, termos de execução
descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos
ou acordos de cooperação técnica para realização de perícia médica, por
delegação ou simples cooperação técnica, sob sua coordenação e supervisão,
com: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Atenção
Duração do benefício:
A lei não mais prevê prazo máximo ao auxílio-doença, cabendo ao INSS avaliar
cada caso concreto, mas sem prejudicar o segurado.
Chave de resposta:
Leandro não possui incapacidade total para o trabalho, mas o juiz deve analisar
as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria
por invalidez, conforme súmula 47 da TNU.
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2015.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Aposentadoria especial. 2ª edição. LTR.
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional.14ª
ed., rev. e atual.- São Paulo: Saraiva, 2013).
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus.2011.
Questão 2
Mario trabalhou como eletricista numa empresa e ficou exposto ao agente
eletricidade no período de 1990 a 2000. Requer junto ao INSS a contagem do
tempo como especial e o INSS nega a conversão de todo o período, alegando
que, a partir de 1997, a legislação não mais contempla a eletricidade como
agente nocivo. Marque a alternativa correta.
I. O segurado exposto ao agente eletricidade aproveita o respectivo período
como atividade especial para os efeitos da contagem de tempo de serviço,
mesmo após a vigência do Decreto 2.172, de 5.5.1997, cujo rol tem caráter
exemplificativo.
Questão 3
Carlos, contribuinte individual, trabalha como pedreiro como prestador de
serviço a uma universidade. Comparece a seu escritório alegando que tem
direito a aposentadoria especial, porque esteve exposto a cimento durante toda
a sua vida laborativa, e que considera ser um agente nocivo à sua saúde.
Marque a alternativa correta no que se refere à aposentadoria especial.
a) Não há impedimento legal para Carlos obter concessão de aposentadoria
especial.
b) Há impedimento legal para Carlos obter concessão de aposentadoria especial.
c) Não há impedimento na jurisprudência para Carlos obter concessão de
aposentadoria especial.
d) Há impedimento na jurisprudência para Carlos obter concessão de
aposentadoria especial.
Questão 5
João se inscreve na Previdência Social como contribuinte individual (autônomo)
comprovando o exercício de atividade remunerada nos últimos 5 anos e
recolhendo as respectivas contribuições retroativamente. Menos de 1 mês
depois da inscrição, é acometido de doença incapacitante. Nessas
circunstâncias, João:
a) Não faz jus ao benefício por incapacidade em qualquer hipótese.
b) Faz jus ao benefício por incapacidade em qualquer hipótese, a auxílio-doença,
se a incapacidade for temporária, e à aposentadoria por invalidez, se a
incapacidade for permanente.
c) Por falta de carência, não faz jus a benefício por incapacidade a não ser que a
doença o enquadre no rol das enfermidades que a dispensam.
Questão 2 - D
Justificativa: No AgRg no REsp 1307818, DJ 10-03-2014, o STJ, em sede de
recurso repetitivo, entendeu que é possível o reconhecimento de tempo
especial do trabalho prestado com exposição ao agente físico eletricidade após
o período de 5.3.1997, desde que o laudo técnico comprove a efetiva
nocividade da atividade realizada de forma permanente.
Questão 3 - D
Justificativa: Conforme Súmula 71 TNU, o mero contato do pedreiro com o
cimento não caracteriza condição especial de trabalho para fins previdenciários.
Questão 4 - D
Justificativa: Conforme Artigo 48 e parágrafos da Lei 8.213, Maria não preenche
os requisitos para a aposentadoria por idade rural e nem para a aposentadoria
híbrida. Ver a respeito do tema acórdão do TRF4 (APELAÇÃO CÍVEL Nº
0014935-23.2010.404.9999/RS, DJ 25-11-2011) e STJ (Pet 7476, 3ª seção, DJ
25-04-2011).
Objetivo:
Conhecer os benefícios devidos aos dependentes do segurado, diferenciando-os
dos benefícios devidos aos segurados em razão da existência de dependentes.
Qualidade de segurado
Primeira corrente
Para uma primeira corrente (Carlos Alberto Pereira de Castro, João Lazzari e
TRF 4ª Região), se houve trabalho remunerado, mas não houve recolhimento
das contribuições, existe a situação de mora tributária, permanecendo a
qualidade de segurado.
Segunda corrente
Atenção
Óbito
Quanto ao óbito, pode ser real ou presumido.
Para Marcelo Leonardo Tavares, tal ação seguirá o rito especial de jurisdição
voluntária, pois dela não resulta condenação direta da autarquia no pagamento
da pensão, sendo legitimado passivo o INSS, o único interessado conhecido.
Haverá citação da autarquia e expedição de edital para citação dos interessados
desconhecidos, razão pela qual o feito não pode tramitar no Juizado Especial
Federal, e sim nas Varas Previdenciárias.
Súmula 340 STJ: A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por
morte é aquela vigente na data do óbito do segurado. (princípio tempus
regit actum)
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada
pela Lei nº 9.528, de 1997)
I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Incluído pela Lei
nº 9.528, de 1997)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído pela Lei nº
9.528, de 1997)
Art. 74, §1º, Lei nº8.213/91 - Perde o direito à pensão por morte, após o
trânsito em julgado, o condenado pela prática de crime de que tenha
dolosamente resultado a morte do segurado.
Art. 74, §2º, Lei 8.213/91 – Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o
companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação
ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o
fim exclusivo de constituir benefício previdenciário.
Ex.: se Paulo, aposentado recebe R$3.000,00, falece, sua esposa terá direito a
receber R$3.000,00 de pensão por morte.
A MP 664/2014 tentou reduzir esse valor, mas a proposta não foi aprovada pelo
Congresso Nacional.
O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da
aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se
estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o
disposto no art. 33, desta lei. (Art. 75, Lei 8.213/91)
Legislação
Atenção
Nesse contexto, ainda que o juízo federal tenha de enfrentar o tema referente à
caracterização da união estável, não haverá usurpação da competência da
Justiça Estadual, pois esse ponto somente será apreciado como questão
prejudicial, possuindo a demanda natureza nitidamente previdenciária. CC
126.489-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/4/2013.
Considerações relevantes:
a) equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado com
idade entre 16 e 18 anos que tenha sido internado em estabelecimento
educacional ou congênere, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude.
b) a cada três meses deverá ser apresentado nova declaração de cárcere,
emitida pela unidade prisional.
c) assim que o segurado preso for posto em liberdade, o dependente ou
responsável deverá apresentar imediatamente o alvará de soltura, para que não
ocorra recebimento indevido do benefício.
d) em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão
albergue ou cumprimento da pena em regime aberto, o dependente ou
responsável também deverá procurar a Agência da Previdência Social para
solicitar cessação imediata do benefício e no caso de nova prisão posterior,
deverá requerer um novo benefício, mesmo nos casos de fuga com posterior
recaptura.
e) o valor a que se refere o art. 13, da EC 20/98, vem sendo atualizado
através de portarias ao longo dos anos. Para o ano de 2015, foi editada Portaria
Salário-família
Trata-se de benefício previdenciário pago mensalmente pela empresa ou pelo
INSS aos segurados de baixa renda, na proporção do respectivo número de
filhos ou equiparados até 14 anos, ou inválidos (Artigo 201, IV, da CF, Artigo
18, I, “f”, e Artigos 65 a 70, da Lei nº 8.213, e Artigos 81 a 92, do Decreto
3.048).
Beneficiários
Salário-maternidade
Atenção
Exceções:
1 - Caso haja interrupção não criminosa antes da 23ª semana, o
saláriomaternidade terá duração de duas semanas.
2 - Em situações de risco para a vida do feto, ou criança, ou da mãe, é possível
que o salário-maternidade seja pago por mais de 120 dias, mediante atestado
específico, aumentando-se até duas semanas os períodos de repouso anterior e
posterior ao parto. Tais situações são de risco para a vida do feto, ou criança,
ou da mãe, devendo o atestado médico ser apreciado pela perícia do INSS,
exceto nos casos de segurada empregada, que é pago diretamente pela
empresa.
3 – Salário-maternidade em caso de adoção (controvérsia). Salário-
maternidade em caso de adoção: o período variava de acordo com a idade do
adotado, conforme redação antiga do Artigo 71-A, da Lei 8.213. Esse artigo era
Na doutrina, temos Frederico Amado que entende que esta instrução, nesta
parte, ilegal, deve o INSS pagar dois salários-maternidade, se mantida a
qualidade de segurada, pois durante o período de graça a segurada conservará
todos os direitos perante a Previdência Social, conforme Artigo 15, § 3º, da Lei
nº 8.213.
Atenção
Atividade proposta
Eduarda, aposentada por invalidez no valor de R$3.000,00, procura seu
escritório para saber se tem direito a algum benefício previdenciário, pois
escutou na TV que os dependentes de preso poderiam pleitear junto ao INSS o
tal do “auxílio-reclusão”.
Informa que seu esposo, Cláudio, está preso desde setembro de 1997, com
base em decisão transitada em julgado da Justiça Federal por crime de lavagem
de dinheiro. Informa que tudo não passou de injustiça, já que seu marido era
trabalhador, inclusive com carteira assinada, como advogado do banco
empresta $ a juros baixos, conforme fl. 6 da CTPS, anotada com salário de R$.
1.500,00.
Por fim, mostra uma declaração expedida pela Secretaria de Segurança Pública,
no dia 30-11-2011, esclarecendo que Cláudio está preso na Penitenciária Bangu
I, desde setembro de 1997 até os dias atuais. Eduarda faz jus ao benefício?
Por fim, mostra uma declaração expedida pela Secretaria de Segurança Pública,
no dia 30-11-2011, esclarecendo que Cláudio está preso na Penitenciária Bangu
I, desde setembro de 1997 até os dias atuais. Eduarda faz jus ao benefício?
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2015.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus, 2011.
VIANA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário. Ed. Atlas, 2014.
< <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213compilado.htm>
Acesso em 23 ago 2015.
Instruções normativas
<http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/38/inss-pres/2015/77.htm>
Acesso em 26 ago 2015.
Questão 3
Acerca do benefício de auxílio-reclusão, assinale a opção correta.
a) O auxílio-reclusão é devido a qualquer segurado recolhido à prisão.
b) Ainda que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença, lhe é devida a
concessão de auxílio-reclusão.
c) Para sua concessão, a legislação exige um período de carência de doze
contribuições mensais.
d) O auxílio-reclusão, tal como o salário-família, tem como requisito o segurado
possuir baixa renda.
e) O auxílio-reclusão, também denominado Bolsa-Preso, tem valor fixo de R$
1025, 81.
Questão 5
Sobre o auxílio-reclusão, marque a alternativa correta.
a) A condição essencial para o recebimento do auxílio-reclusão é que o recluso
não perceba remuneração da empresa nem esteja aposentado ou recebendo
abono de permanência em serviço, podendo, tão somente, estar gozando o
auxílio-doença.
b) A carência do auxílio-reclusão é de 12 meses.
c) A renda mensal inicial do auxílio-reclusão é de 90 % (noventa por cento) do
valor do salário-de-benefício.
d) Em relação ao tipo de prisão, o requisito para a concessão do auxílio-reclusão
está no fato de o segurado estar preso, independente de ser a prisão arbitrária,
cautelar, provisória, definitiva ou domiciliar.
e) O direito ao auxílio-reclusão independe da condição de baixa renda do segurado
e de seus dependentes.
Questão 2 - B
Justificativa: Súmula 37 da TNU: “A pensão por morte, devida ao filho até 21
anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário”.
Questão 3 - D
Justificativa: Artigo 201, IV, da Constituição Federal.“Artigo 201. A previdência
social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: IV - salário-família e auxílio-reclusão
para os dependentes dos segurados de baixa renda.”
Questão 4 - B
Justificativa: Artigo 117, § 2º, do Decreto 3049, de 1999: “No caso de fuga, o
benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido
Questão 5 - D
Justificativa: A razão do auxílio-reclusão é garantir à família do preso a sua
subsistência, em função do princípio da solidariedade social. Ainda que o
Decreto 3.048 faça menção à prisão privativa de liberdade em regime aberto ou
regime semiaberto, o fato é que a prisão, seja definitiva ou provisória, dá
ensejo ao recebimento de auxílio-reclusão pelos dependentes de segurado de
baixa renda. Para Marcelo Leonardo Tavares, o auxílio-reclusão é incompatível
com a prisão processual civil. Destaca o autor que: “como esta modalidade de
prisão somente deve ser utilizada se a pessoa, podendo, não cumpre a
obrigação alimentar ou de depositário, ficaria sem sentido, em relação ao
caráter coercitivo, manter o pagamento de benefício para os dependentes, o
que, em alguns casos, poderia servir de incentivo ao próprio descumprimento
da obrigação”. (In: Direito.)
Objetivo:
Conhecer as contribuições previdenciárias.
Sistema contributivo
O sistema contributivo adota em seu regulamento que a arrecadação dos
recursos financeiros para a ação na esfera do seguro social não se dá por meio
de aportes diferenciados dos tributos em geral, de modo que as pessoas
especificadas na legislação própria ficam obrigadas a contribuir para o
regime (contribuintes identificáveis).
Tal sistema se embasa nas contribuições sociais.
Atenção
Sistemas de custeio
Separam-se os sistemas em relação ao custeio, entre outros classificações, de
acordo com a fonte de arrecadação da receita necessária ao desempenho
da política de proteção social. Dessa forma, temos os sistemas contributivo e o
não contributivo.
Sistema contributivo
O sistema contributivo adota em seu regulamento que a arrecadação dos
recursos financeiros para a ação na esfera do seguro social não se dá por meio
de aportes diferenciados dos tributos em geral, de modo que as pessoas
especificadas na legislação própria ficam obrigadas a contribuir para o
regime (contribuintes identificáveis).
Tal sistema se embasa nas contribuições sociais.
Regra importante
Outra regra importante é a que veda a utilização dos recursos provenientes das
contribuições sociais de que trata o Artigo 195, I, a, e II, para a realização de
despesas distintas do pagamento de benefícios do RGPS (Regime Geral de
Previdência Social) tratados no Artigo 201. Em razão disso, o Artigo 18 da Lei
nº 8.212 não foi recepcionado:
Tripartite
Natureza jurídica
A Constituição de 1988 utiliza, para todas as contribuições previstas pelo Artigo
195, o termo “contribuições para a seguridade social”, ficando reservado o
termo “contribuições previdenciárias” somente para os tributos do Artigo 195, I,
a, e II. Em se tratando da natureza jurídica, existem três teorias:
Natureza jurídica
A contribuição para a seguridade social não tem natureza fiscal nem parafiscal,
tratando-se de uma imposição estatal atípica prevista na CF e na legislação
ordinária, cuja natureza jurídica é especial.
Observação: Frederico Marques aponta uma ressalva no que concerne à
contribuição previdenciária dos segurados facultativos, entendendo-a pela sua
natureza não fiscal e tendo em conta o seu caráter facultativo.
Lei nº 8.212/91
“Artigo 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
Atenção
Cooperativas de trabalho
A empresa contratante (tomadora do serviço), quando contrata prestação de
serviços na qual a cedente de mão de obra é cooperativa de trabalho, retém
contribuição no valor de 15 % sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de
serviços.
Porém, em nada mudou a redação do art. 33, V, dessa mesma lei. Então,
persistirá a divergência acerca da presunção de recolhimento em favor do
empregado doméstico.
Atenção
Parte da jurisprudência
Parte da doutrina (Fabio Zambitte, Frederico Amado e Joao Lazzari) e parte da
jurisprudência entende que tal exclusão do empregado doméstico é
inconstitucional, por violar a isonomia, não podendo somente o empregado
doméstico, que é tão segurado quanto o empregado, ter esse ônus.
Não há qualquer razoabilidade nessa distinção de tratamento. Para essa
corrente, descabe atribuir as consequências ao segurado pela ausência ou
atraso nos recolhimentos das contribuições.
Atenção
Segurado especial
O segurado especial tem forma especial de contribuição. O Artigo 195, § 8º, da
CF prevê que esse segurado contribui com percentual incidente sobre o valor
da comercialização de sua produção rural.
Atenção
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2015.
PAULSEN, Leandro. Contribuições Custeio da Seguridade Social. Porto Alegre.
Livraria do Advogado Editora. 2007. P. 34.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus, 2011.
VIANA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário. Ed. Atlas, 2014.
CARDOSO, Oscar Valente. Contribuições sociais: natureza jurídica e aspectos
controvertidos . Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2812, 14 mar.
2011. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/18663> Acesso em: 8 jun.
2015.
Questão 2
Conforme a CF, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, e de
determinadas contribuições. As contribuições sociais constitucionalmente
previstas incluem a contribuição:
a) Sobre o domínio econômico incidente sobre a venda de petróleo e derivados.
b) Do exportador de serviços para o exterior.
c) Da pensionista de trabalhador falecido que se tenha aposentado pelo RGPS.
d) Da entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o
faturamento.
Questão 4
Na reclamação trabalhista proposta por Carlos José em face de sua ex-
empregadora, a empresa “A”, foi proferida sentença de mérito julgando a
reclamação parcialmente procedente. Em liquidação de sentença, foi apurado o
valor da condenação determinado em sentença em R$ 100.000,00. As partes,
após o trânsito em julgado da sentença e a sua regular liquidação, celebraram
acordo no valor de R$ 40.000,00. Nesse caso, de acordo com a Lei nº
8.212/91, a contribuição previdenciária será calculada com base em:
a) R$ 40.000,00 acrescido de 10 %
b) R$ 100.000,00
c) R$ 50.000,00
d) R$ 40.000,00
Questão 5
Joana, recém-casada, contratou Madalena para laborar em sua residência na
qualidade de empregada doméstica. Joana procedeu ao devido registro na
CTPS de Madalena, mas, ao final do primeiro mês de labor, ficou com dúvidas
sobre a alíquota de recolhimento da contribuição previdenciária devida em
razão do contrato de trabalho da referida empregada doméstica e ligou para
Questão 2 - D
Justificativa: O Artigo 195, I, b, da CF dispõe sobre contribuição paga pela
entidade equiparada à empresa, na forma da lei, incidente sobre o
faturamento.
Questão 3 - B
Justificativa: Conforme o Artigo 21, § 2º, II, b, da Lei 8.212/91, o segurado
facultativo, sem renda própria, que se dedique exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência pode contribuir de forma diferenciada.
Questão 4 - D
Justificativa: Artigo 43, § 5º, da Lei nº 8.212/91: a contribuição previdenciária
incide sobre o valor do acordo.
Questão 5 - D
Justificativa: Artigo 24 da Lei nº 8.212/91 prevê que o percentual devido pelo
empregador doméstico é 12 % do salário-de-contribuição do empregado
doméstico a seu serviço.
Objetivo:
Estudar o benefício de auxílio-acidente e conhecer os requisitos para sua
concessão.
Após ter sofrido um escorregão na cozinha ao fazer a faxina do dia, Marilene foi
afastada do trabalho em virtude de incapacidade temporária para as atividades
habituais; por isso, passou a receber auxílio-doença. Cessada a incapacidade,
Marilene retorna ao trabalho; no entanto, foram constatadas algumas sequelas
pela perícia médica do INSS, que implicaram na redução da capacidade para o
trabalho que ela habitualmente exercia.
Pergunta-se: Marilene faria jus ao auxílio-acidente? Fundamente sua resposta.
Para Carlos Alberto P. Castro e João Lazzari, tal conceito da lei define quem são
os beneficiários da proteção previdenciária, mas não traz a noção adequada do
que de fato seja acidente de trabalho. Para tais autores, o conceito do chamado
acidente típico é o acontecimento, em geral, súbito, violento e fortuito,
vinculado ao serviço prestado a outrem pela vítima que lhe determina lesão
corporal.
Significa que o acidente é causado por um agente externo, o mal que atinge o
individuo não lhe é congênito, nem se trata de enfermidade preexistente. Aqui,
importante ressaltar que essa característica (exterioridade) não impossibilita
que o fato tenha sido provocado pela vítima.
Isso porque a prestação previdenciária é devida em razão do risco social, que
independe de dolo ou culpa da vítima. Então, mesmo que a vítima tenha agido
com a intenção de produzir resultado danoso à sua integridade física, ainda
assim fará jus à percepção do seguro social, por conta da aplicação da teoria do
risco social.
A violência
Subtaneidade
Doenças profissionais
Doenças do trabalho
Artigo 20
Artigo 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo
anterior, as seguintes entidades mórbidas:
Atenção
Comunicação da empresa
Segundo o art. 22, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei Complementar
150/15, é obrigação da empresa ou empregador doméstico comunicar o
acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao
da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob
pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de
contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada
pela Previdência Social. Em que pese o artigo 336, do Decreto 3048/99 registre
a ausência de obrigação de comunicado de acidente de trabalho, no que se
refere ao empregado doméstico, este disposto deve ser lido em conformidade
com a nova redação dos arts. 18, §1º e 19, da Lei nº 8.213/91, que, por força
da LC 150/15, a partir de 01/06/15, incluem o empregado doméstico, dentre os
beneficiários do auxílio-acidente.
Atenção
Tal comunicação (CAT) pode ser feita até pela internet. Mas é
comum que muitos empregadores deixem de elaborar esse
documento, buscando, com isso, evitar possíveis
responsabilizações civis e, ainda, excluir o direito do
segurado à estabilidade provisória quando do retorno
(Artigo 118 da Lei nº 8.213 e Artigo 346 do Decreto nº 3.048).
Lei nº 8.213
Artigo 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de
Decreto nº 3.048
Artigo 346. O segurado que sofreu o acidente a que se refere o Artigo 336
tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção
do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.
CAT
Embora a CAT tenha finalidade estatística e epidemiológica, conforme dispõe o
Decreto 3.048, era frequentemente demandada pelo INSS com prerrequisito ao
benefício previdenciário. De modo a atenuar essa questão, o Ministério da
Previdência Social deu importante passo ao criar o NTEP (Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário), que é o vínculo da Classificação Internacional
das Doenças (CID), obtida a partir da perícia médica, com a atividade
desempenhada pelo empregador, reconhecendo-se o benefício como
acidentário, mesmo sem a CAT.
Essa nova realidade foi criada pela Resolução nº 1.236 do Conselho Nacional da
Previdência Social (CNPS), publicado em 10 de maio de 2004. Esse novo
procedimento é de especial importância para as doenças ocupacionais, nas
quais há grande resistência à emissão de CAT.
Cessação do benefício
Veja os recursos que fazem parte da cessação do benefício:
Atenção
Auxílio-acidente (B-94)
O auxílio-acidente é um benefício previdenciário pago mensalmente ao
segurado acidentado como forma de indenização, sem caráter substitutivo do
salário, pois é percebido cumulativamente com este, quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza –
não somente de acidentes de trabalho – resultarem sequelas que impliquem
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia – Lei nº
8.213, Artigo 86, caput.
Regra importante
Justamente por ter caráter indenizatório, sem caráter substitutivo do salário, o
auxílio-acidente pode ter valor inferior ao salário mínimo (CF, Artigo 201, §2º –
Atenção
Atividade proposta
Considere o caso hipotético de Cacilda.
Do lar e viúva, mãe de José, Cacilda busca seu escritório para ajuizar ação de
concessão por pensão por morte de seu único filho José, empregado da Light
Serviços S. A., ocorrida em 05 de abril de 2011, quando ele caiu de um poste
de luz em que estava fazendo manutenção após o temporal sofrido pela
cidade naqueles últimos dias. Em qual juízo você distribuiria essa ação?
Chave de resposta:
“É muito comum confundir-se a competência para julgamento de ação
previdenciária ajuizada contra o INSS em que se pretende prestação
(previdenciária) decorrente de acidente do trabalho – ou, como se refere mais
comumente, ação acidentária que visa benefício previdenciário - com a ação
ajuizada pelo trabalhador contra o tomador do serviço em que aquele pretende
a indenização por danos morais e patrimoniais, decorrentes de acidente de
trabalho.
Aprenda Mais
Material complementar
Para saber mais sobre acidente de trabalho, leia o artigo “À luz da Emenda
Constitucional nº 72. Considerações sobre auxílio-acidente.” disponível em nossa
biblioteca virtual.
Referências
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: Impetus,
2015. TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 13. Ed. Niterói, RJ:
Impetus.2011. VIANA, João Ernesto Aragonés. Curso de Direito Previdenciário.
Ed. Atlas, 2014.
Questão 2
Maria, aposentada em razão de invalidez por acidente de trabalho, procura seu
escritório com dúvidas acerca do beneficio auxílio-acidente. Dentre as
alternativas abaixo, marque a resposta incorreta acerca do aludido benefício.
a) O auxílio-acidente, quando devido, será pago mesmo que o beneficiário volte a
trabalhar.
b) É vedado pela Lei Previdenciária, ao segurado que recebe o auxílio-acidente, a
percepção de remuneração decorrente de nova relação de emprego.
c) O trabalhador avulso, que presta serviços de natureza urbana a duas ou mais
empresas, sem vínculo empregatício, tem direito ao auxílio-acidente.
d) A acumulação de auxílio-acidente com aposentadoria é permitida pela
legislação em qualquer hipótese.
Questão 3
Durante o trajeto de ida para o trabalho, Caio, empregado da Cervejaria
Itaipava, foi atropelado em 1º de fevereiro de 2014. De posse do atestado
médico fornecido pelo hospital (dando conta de que deveria ficar afastado do
Questão 4
Carlos Augusto, empregado da Marcenaria MPP por dois anos, em 26 de janeiro
de 2010, ao manusear uma máquina de corte, sofreu fratura na mão esquerda.
Após ter sido socorrido na enfermaria da empresa, foi encaminhado a um
hospital e ficou afastado por três meses, período em que recebeu prestação
previdenciária de auxílio-doença acidentário. Em razão do acidente, houve
necessidade de intervenção cirúrgica. Nesta situação, Carlos Augusto ainda terá
direito ao benefício previdenciário de:
a) Aposentadoria especial, em razão do acidente típico de trabalho sofrido.
b) Auxílio-acidente, se, após consolidadas as lesões, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
c) Aposentadoria por invalidez, caso tenha havido redução parcial da capacidade
de trabalho, mas suscetível de reabilitação.
d) Auxílio-acidente em razão do acidente de trabalho, mesmo que não tenha
havido nenhuma sequela.
e) Pecúlio por acidente típico de trabalho, uma vez que se acidentou no local de
trabalho.
Aula 8
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa: Artigo 86, §2º, da Lei nº 8.213.
Questão 2 - D
Justificativa: Artigo 86, §2º, da Lei nº 8.213 e Súmula nº 507 do STJ.
Questão 3 - C
Justificativa: Tendo em vista que o afastamento do trabalho foi prescrito por
apenas 20 dias, a incapacidade é de natureza temporária. Havendo qualidade
de segurado e incapacidade temporária, Caio faz jus à percepção de auxílio-
doença, não havendo que se falar no requisito de carência (acidente de
qualquer natureza). Haja vista o disposto no Artigo 86, §2º, Lei nº 8.213, não é
possível cumular auxílio-doença com auxílio-acidente:
“Artigo 86, §2º O auxílio‑acidente será devido a partir do dia seguinte ao da
cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou
rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer
aposentadoria”.
Questão 4 - B
Justificativa: “Artigo 86, caput, da Lei nº 8.213: O auxílio-acidente será
concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia”.
Questão 5 - C
Justificativa: “TRF 4 – Apelação Cível 5002239-70.2011.404.7108: Não há
informações de que o acidente tenha sido de trabalho, caso em que a
competência é da Justiça Federal para processar e julgar o feito”.