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Novo Plural – 10.

º ano

MATERIAIS PARA AVALIAÇÃO E TREINO

AOS PROFESSORES

Os materiais e atividades propostos têm como ponto de partida o livro O Japão É Um Lugar Estranho,
de Peter Carey (que integra o Projeto de Leitura do Novo Programa), mas não visam, naturalmente,
a leitura do livro. Poderemos mesmo dizer que o tópico principal é a cultura da manga, a banda
desenhada japonesa, tão apreciada pelos jovens de todo o mundo, associada ao tema da viagem.
Estes recursos destinam-se a um uso muito livre, adequado a cada turma e ao trabalho desenvolvido
por cada professor.
São recursos que podem ser usados:
- isoladamente, cada um de per si;
- em pequenos conjuntos;
- na totalidade.
Podem ainda ser usados para:
- avaliação oral e escrita;
- avaliação oral;
- avaliação escrita;
- treino na aula ou em casa.

Oralidade
A atividade inicial tem como objetivo a introdução ao tema e, sobretudo, uma aferição do
conhecimento dos alunos relativamente a uma realidade que é o núcleo temático das atividades.
Escolhemo-lo, justamente, por ser um tema do agrado dos alunos, que os adultos, em regra,
desvalorizam.
Leitura
Propõe-se um texto (Prefácio) com questionário de escolha múltipla, facilitador da correção sem, no
entanto, deixar de avaliar, a um nível de complexidade média e elevada, a capacidade de
interpretação do texto. (Pode ser distribuído, projetado ou lido pelo professor.)
Escrita
A síntese é uma atividade de escrita que deve ser muito treinada, na medida em que cumpre dois
objetivos fundamentais: obriga a ler o texto de forma crítica e organizada, e obriga a escrever com
rigor e fidelidade à compreensão do texto.
Gramática
Propomos atividades de gramática muito enquadradas e que se prendem com a viagem das palavras
e a geografia do português.

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NOME: __________________________________________ N.º: ___ TURMA: ___ ANO LETIVO: _____/_____

PROFESSOR: ______________________________________________________ DATA: _____/_____/_____

ORALIDADE

O texto que lerás a seguir é o Prefácio do jornalista Carlos Vaz Marques ao livro O Japão
É Um Lugar Estranho: viagem de um pai com o seu filho ao país da manga e do anime,
de Peter Carey.
1. Conheces, certamente, o significado de manga e anime.
1.1 Na tua opinião, parece-te relevante a importância destas duas expressões da
cultura popular japonesa no mundo ocidental? Justifica o teu ponto de vista.
1.2 És leitor/espectador deste tipo de literatura e cinema? Porquê?
1.3 Conheces as personagens representadas na imagem em baixo? Caracteriza, em
termos gerais, a sua fisionomia:
- rosto e postura;
- vestuário e adereços;
- tipo de desenho.

2. Regressemos ao livro O Japão É Um Lugar Estranho.


O que te sugere o título, na sua articulação com o subtítulo?
3. Vais agora ler o Prefácio e ver de que forma apresenta o livro.

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TEXTO

Prefácio
1 Há uma altura da vida em que os pais, julgando ainda ter muito para ensinar, começam a aperceber-se – por vezes
com espanto – de que também eles passaram a ter muito a aprender com os respetivos filhos. Não me refiro a
aprendizagens de ordem humana, emocional ou afetiva. Essas começaram ainda antes do parto, naturalmente. Estou
a falar de factos concretos: nomes, tendências, continentes culturais até aí totalmente ignorados e submersos.
5 Foi o que aconteceu ao escritor australiano Peter Carey e, se me permitem uma confissão pessoal, o que me
aconteceu a mim. É essa a dupla razão de ser deste livro. O Japão É Um Lugar Estranho não existiria sem o que o
autor aprendeu com o filho dele, nem existiria nesta edição sem o que eu aprendi com o meu.
Charley e Alexandre, pelas minhas contas, terão aproximadamente a mesma idade. Terá sido também pela mesma
altura que viram pela primeira vez O Verão de Kikujiro1, o filme de Takeshi Kitano, que é um comovente road
10 movie2 japonês de uma criança à procura da mãe. Na mesma fase da vida, por volta dos 12 anos, Charley e Alexandre
começaram a dedicar-se à manga e ao anime, apesar da insistência dos respetivos pais para que lessem literatura
«séria». Em ambos os casos, foram os filhos a arrastar os pais para um interesse pela cultura japonesa que os levaria
a planear uma viagem ao Japão.
Escrito com a destreza narrativa de um romancista de créditos firmados (um dos dois únicos autores a ganhar o
15 Booker Prize3 por duas vezes – o outro é o sul-africano e Nobel, J. M. Coetzee) –, este livro traz em si, também, a
urgência da reportagem e a capacidade de observação do melhor jornalismo.
Revela-nos, antes de mais, aquilo a que muita gente ainda não terá dado a atenção necessária: que há uma nova
geração de adolescentes ocidentais a crescer, nesta primeira década do século XXI, sob a influência direta da cultura
popular japonesa. A hegemonia da cultura pop norte-americana – absoluta na segunda metade do século XX –
20 passou a ter um concorrente direto junto das gerações mais novas.
A propósito desta presença crescente da cultura japonesa no imaginário ocidental, há já quem se refira a um
fenómeno de m.a.s.s. culture4: manga, anime, sushi e sashimi5. A viagem que este livro nos propõe é uma tentativa
de descoberta da fonte desse fascínio.
Peter Carey conduz o filho e é conduzido (levando-nos a nós também nessa viagem) pelos labirintos de uma
25 cultura cheia de códigos mais ou menos impenetráveis para um estrangeiro. Uma cultura bem mais transparente
para um adolescente familiarizado com os universos da manga e do anime do que para um adulto à procura de uma
chave que se revela quase sempre «lost in translation»6.
O Japão é um lugar estranho, de facto.

Carlos Vaz Marques,


Prefácio a O Japão é Um Lugar Estranho: viagem de um pai com o seu filho ao país da manga e do anime,
Peter Carey, Edições Tinta da China, 2009

1. O Verão de Kikujiro, de Takeshi Kitano: conhecido filme japonês, nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1999. 2. Filme de
estrada: corresponde a um género de filme cuja ação se desenrola durante uma viagem. 3. O mais prestigiado prémio literário de língua inglesa. 4. Cultura
de massas, difundida pelos grandes meios de comunicação social. 5. Comida japonesa popularizada no ocidente, sobretudo entre os jovens, e que utiliza,
basicamente, peixe cru. 6. Expressão americana que traduz a dificuldade de nos fazermos compreender completamente no estrangeiro, devido à parte
cultural e idiomática das palavras que é intraduzível. Lost in Translation é também o título de um filme de Sofia Coppola, passado no Japão, e que reflete,
precisamente, sobre a dificuldade de comunicação entre as pessoas (O Amor É um Lugar Estranho é o título em português).

Nota: O livro de Peter Carey tem o título original de Wrong About Japan.

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LEITURA

1. Para responderes a cada um dos itens, seleciona a opção que não completa adequadamente a afirmação, de
acordo com o sentido do texto.
1.1 O 1.º parágrafo do texto pode ser considerado a Introdução, pois o seu autor
a. apresenta o tema que vai expor no texto.
b. expõe um ponto de vista que terá continuidade no desenvolvimento.
c. apresenta um exemplo que o conduzirá ao tema.
d. introduz o tema do livro que está a prefaciar.
1.2 No 2.º parágrafo, o autor do Prefácio
a. estabelece um paralelo entre a sua situação parental e a situação do autor do livro.
b. contextualiza a sua ligação ao autor do livro.
c. compara as relações de aprendizagem de dois pais com os respetivos filhos.
d. mostra que a escrita do livro e a sua publicação em português se devem à descoberta que dois pais fizeram
de que tinham aprendido muito com os filhos.
1.3 No 3.º parágrafo, as afinidades entre o filho do autor do livro e o filho do prefaciador
a. são sobretudo relacionadas com o Japão.
b. são relacionadas com a sua idade e a preferência pela arte japonesa de contar histórias.
c. remetem para um universo gráfico nipónico.
d. caracterizam-se, fundamentalmente, por um desejo de afirmação face aos pais.
1.4 A partir do 4.º parágrafo, o prefaciador inicia uma nova etapa no seu texto, pois passa a
a. debruçar-se sobre o conteúdo do livro.
b. fazer uma apreciação crítica ao livro.
c. traçar o perfil biográfico do autor do livro.
d. apresentar criticamente os aspetos essenciais do livro.

2. Dos aspetos a seguir referenciados sobre o livro, aponta aquele que o autor do prefácio não refere.
a. A dimensão jornalística de reportagem e de observação do real.
b. A hábil construção da narrativa.
c. A descrição das características fundamentais da manga e do anime.
d. O testemunho da influência nipónica sobre os adolescentes ocidentais e a pesquisa das razões dessa influência.
e. A revelação de uma cultura mais facilmente entendida pelos estrangeiros jovens do que pelos adultos.
d. A aprendizagem intergeracional.

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ESCRITA

SÍNTESE
Faz a síntese escrita do «Prefácio», adotando os procedimentos a seguir enunciados.

Etapa 1 – Preparação / Planificação


1. Ler atentamente o texto.
2. Selecionar, criteriosamente, as informações relevantes.
3. Aglutinar as ideias particulares em ideias-chave.
4. Registar as ideias-chave em tópicos, organizando-os sequencialmente.
Etapa 2 – Textualização
1. Usar os tópicos registados para elaborar a síntese escrita, organizando o texto em:
- introdução (referência breve ao autor e à finalidade do texto: prefácio a um livro determinado);
- desenvolvimento (apresentação articulada das ideias anteriormente organizadas em tópicos);
- conclusão (parágrafo ou frase final de fecho).
2. O texto deve:
- evitar repetições e informações acessórias;
- usar a 3.ª pessoa, com possíveis referências ao autor do texto (ex.: segundo o autor…);
- corresponder a cerca de um terço do texto original.
Etapa 3 – Revisão e reescrita
1. Fazer a revisão do texto, tendo em atenção os seguintes aspetos:
- organização do texto, de preferência, em três parágrafos (introdução, desenvolvimento, conclusão);
- proporcionalidade dos parágrafos (introdução e conclusão breves, desenvolvimento mais extenso);
- encadeamento lógico das ideias, com uso dos conectores necessários;
- correção ortográfica, construção frásica correta e pontuação adequada.
2. Reescrever o texto, introduzindo as correções.

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GRAMÁTICA

A – GEOGRAFIA DO PORTUGUÊS: VARIEDADES BRASILEIRA E EUROPEIA


O texto a seguir transcrito corresponde a dois excertos da entrada da Wikipédia, versão brasileira, sobre a manga.

Manga (em japonês: 漫画, transl. manga, literalmente «história(s) em quadrinhos») é a palavra usada para
designar as histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês. No Japão, o termo designa quaisquer histórias
em quadrinhos. Sua origem está no Oricom Shohatsu (Teatro das Sombras), que na época feudal percorria
diversos vilarejos contando lendas por meio de fantoches. Essas lendas acabaram sendo escritas em rolos de
papel e ilustradas, dando origem às histórias em sequência, e consequentemente originando o mangá. Vários
mangás dão origem a animes para exibição na televisão, em vídeo ou em cinemas, mas também há o
processo inverso em que os animes tornam-se uma edição impressa de história em sequência ou de
ilustrações.
[…] Os mangás cresceram simultaneamente com seus leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um
público cada vez mais importante, tornando-se aceitos culturalmente. A edição de mangás representa hoje
mais de um terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos do mercado editorial em seu país de
origem. Tornaram-se um verdadeiro fenômeno ao alcançar todas as classes sociais e todas as gerações,
graças ao seu preço baixo e a diversificação de seus temas. De fato, como espelho social, abordam todos os
temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da
literatura japonesa e chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de
«como fazer», revelando assim suas funções pedagógicas.

1. Sublinha todas as ocorrências da variedade brasileira do português.

2. Substitui essas ocorrências pelas correspondentes palavras ou expressões do português europeu.

A – ETIMOLOGIA E LEXICOLOGIA
A palavra portuguesa alma provém do étimo latino anĭma (sopro, ar, alento, princípio da vida), passando a
designar, genericamente, a essência imaterial, capaz de entender, querer e sentir, e que, unida ao corpo,
forma a pessoa.
As palavras alma (anima) e ânimo (animus) têm a mesma raiz etimológica, tal como muitas outras palavras
que integram o léxico português.

1. Considerando a explicação etimológica da palavra alma, estabelece a relação semântica de alma, com
as seguintes palavras (todas provenientes do latim):
- ânimo: - anímico;
- animar; - animação;
- animador; - almejar

2. Escreve frases em que utilizes essas palavras (uma frase para cada palavra).

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A palavra anime, que designa os filmes de animação japoneses, terá tido origem na palavra inglesa animation ou na
francesa animation, ambas formadas com o étimo latino anima.

2. DERIVAÇÃO 3. TRUNCAÇÃO 4. NEOLOGISMO


1. LATIM
(inglês, francês, português…) (EMPRÉSTIMO no japonês) (EMPRÉSTIMO do japonês)
anima animation / animação animé anime

3. É, pois, interessante, esta viagem da palavra ANIME, que hoje usamos como neologismo vindo do Japão.
- Experimenta contar a história desta palavra, numa breve exposição oral. Como ajuda, se necessário, recorre a
uma gramática ou à internet.
- Se tiveres muito jeito para desenhar, conta a história à maneira da manga ou do anime.

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Soluções:
ORALIDADE
1. Esta breve atividade de oralidade tem como objetivo a introdução ao tema e a aferição dos conhecimentos que sobre ele
têm os alunos (muito provavelmente a maioria está bem informada). Será sobretudo interessante que seja feita alguma reflexão
sobre as razões do fascínio dos jovens pela manga e pelo anime (e mesmo por outros aspetos da cultura nipónica). Será
também interessante levá-los a verbalizar aquilo que apreciam neste género de desenho.
2. A segunda atividade de oralidade é essencial para uma completa compreensão do texto que será lido a seguir.

LEITURA
1.1 a.
1.2 b.
1.3 d.
1.4 c.
2. c.

ESCRITA
(original: 467 palavras; síntese: 154 palavras)
Carlos Vaz Marques prefacia o romance O Japão É um Lugar Estranho, de Peter Carey, chamando a atenção para algumas
das suas linhas fundamentais.
O prefaciador começa por refletir sobre o interessante tema do muito que hoje os pais têm a aprender com os filhos, a propósito
da génese do romance. Peter Carey escreveu este romance para compreender o fascínio do filho pela cultura do anime e da
manga, situação paralela à do prefaciador: ambos têm filhos adolescentes com os quais viajaram ao Japão para
compreenderem aquele fascínio juvenil. Quanto ao romance, o prefaciador não poupa elogios, relevando a destreza narrativa,
a veia de reportagem e observação do real, a importância atribuída à crescente e nem sempre valorizada influência nipónica
sobre os adolescentes ocidentais, acompanhada da pesquisa das razões dessa influência.
Conclui ser esta uma realidade codificada e, por isso, de difícil acesso, muito mais facilmente entendida pelos estrangeiros
jovens do que pelos adultos.

GRAMÁTICA
A.
Manga (em japonês: 漫画, transl. manga, literalmente «história(s) em quadradinhos») é a palavra usada para designar as
histórias em quadradinhos feitas no estilo japonês. No Japão, o termo designa quaisquer histórias em quadradinhos. A sua
origem está no Oricom Shohatsu (Teatro das Sombras), que na época feudal percorria diversas aldeias contando lendas através
de fantoches. Essas lendas acabaram por ser escritas em rolos de papel e ilustradas, dando origem às histórias em sequência,
e consequentemente originando o mangá. Vários mangás dão origem a animes para exibição na televisão, em vídeo ou no
cinema, mas também há o processo inverso em que os animes se tornam uma edição impressa de história em sequência ou
de ilustrações.
Os mangás cresceram simultaneamente com os seus leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um público cada vez
mais importante, tornando-se aceites culturalmente. A edição de mangás representa hoje mais de um terço da tiragem e mais
de um quarto dos rendimentos do mercado editorial no seu país de origem. Tornaram-se um verdadeiro fenómeno ao alcançar
todas as classes sociais e todas as gerações, graças ao seu preço baixo e à diversificação dos seus temas. De facto, como
espelho social, abordam todos os temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os desportos, o amor, a guerra, o medo,
séries tiradas da literatura japonesa e chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de
«como fazer», revelando assim as suas funções pedagógicas.

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B.
1. Todas as palavras referidas contêm uma clara relação com alma (anima), no sentido etimológico de alento, energia vital.
(Algumas foram formadas por derivação ainda no latim, como poderá confirmar-se consultando um dicionário.)
- ânimo: força interior que dá vitalidade emocional para a ação;
- animar: que dá ânimo, dá vida, dá força que permite o impulso, a ação;
- animador: aquele que anima, retirando a energia negativa e impulsionando à ação;
- anímico: força interior, energia que impulsiona;
- animação: ato de dar vida, tornar animado o que está inerte; pode também significar a alegria e a vivacidade resultantes da
força interior;
- almejar: desejar com a alma, com a força interior.
2. O objetivo desta atividade é simplesmente a tomada de consciência do movimento imparável das palavras, num mundo
crescentemente globalizado. A palavra ANIME é um excelente exemplo desse movimento.

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