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Tro 4 aa Vig O IMPERIO GRECO- ROMANO io dt fausiro + Cr Pe ee ee os 3 caAriruca 1 <. Oqueeraum ~"2° imperador romano?!"-* = © regime dos césares era muito diferente das monarquias com que estamos Ji} sais famiiarizados, ou sea, a realeza medieval e moderna; nio fosse pela ausén- =~! cia de uma verdadeira hereditariedade femniliar do trono, pensariamos antes no Império Otomano. Um rei do Antigo Regime era propriettio, por heranca, de ‘um reino que constituia seu patrimdnio familiar; afiogdo da familia ed heranga era aceita pacificamente e perpetuou-se com assombrosa facilidade. O impera : dor romano, por sua vez, exercia um cargo de alto risco: ocupava 0 tron0 no . como proprietéri, mas como mandatério da coletividade, e era por esta encarre- * sgado de dicigira Republica — do mesmo modo como, dizem-me,? os caifas eram. os mandatirios da comunidade de creates, enfrentendo os mesmos confitos san- AG guinirios a cada alterndncia de reinado. Claro que a coletividade que delegava 7 | __ poder ao imperador nao passava de urna fce20, de uma ideologia, mas bastava a existencia dessa fc¢Z0 para impedir que seu suposto representante tvesse @ ‘ legitimidade de um rei, uma legitimidade vinculada a sua pessoa inviolével 1 te © poder imperial é, portanto, uma delegeco, uma missio confiada a um in- dividuo pretensamente eseclhido ou eceito pelo povo romano. Assim, a sucesso Ge ceseres seria, em tese, uma “cideia perpétus de delegactes'? Por conseguin- te, ocorre insttucionalmente ums descontinuidade entre os imperadares, como 2 entre magistrados que se suceder no mesmo cargo. Em principio, as medidas 2” tomedas por um principe s6 continuariam vilides apés a sue morte se confirma das por seu sucessor; nesse sentido, conchui Mommsen,* 0 imperador no é um rei. A descontinuidade entre soberanos sucessivos era tal que, em qualquer con- sideragio pelo principio monirquico, o nivel de serilismo da linguagem useda para referi-se a um imperador reinente 56 se igualava ao grau de desprezo ou. rancor com que se podia falar (impunemnente) dele no dia seguinte 4 sua morte ~ basta comparar o que Marcial escreveu de Domiciano vivo e de Domiciano imrto, Digdosc a Taan, Pino menciona a falas de seus predecesores € corajoso Libiaio elogia Licinio e chama * Alem cise, spestr da pritica coment de sacesto Au I de fantoche de fot “As nots de rfertncias deta obra esto disponives no ste de editors: worw.cempus.cor.br. de maneira automitica, por direito ‘posse € explicitamente investido® ‘uma passagem categorica ~° ‘pode ser comparado a uma sucessio de grandes pateiotas que assumem os negdcios piblicos ¢ 05 transnitem naturalmente a sew suposto herdeiro, ou ainda con- quistam, 20 fim de ferrenho em Império Romano”, Essa descrig decénios do século IIL, mas po: _ dos primérdios de nossa era: “Com a idade de 19 ai propria e com meus proprios recursos, reuni um exército e libertei a Repablica.” Quel- quer cidadao dedicado, visando ao bem comum, podi desde ie se impusesse ~ e que se tratasse de um sena de origém grega, nem, mais tarde, germénica.! Essa doutring Império Bizantino nao era muito mais que ura fi pretenso consenso universal nascido quando vité mente, um ar de leitimidade ao eandidato vitorioso 20 trond; por outro lado, nao deixava de significar que este nfo era propriedade nem de um individuo nem mesmo de urna dinestia (pelo menos até o sécilo IV). Esse € 0 motivo da célebre aversio dos romanos & palevra ‘rei’: 0s escravos de um senher, do contrétio dos poves gregos e orientais que conguista- desse sistema a cada mudanga de reinadbo, surgia 0 risco de iodes de tranqiilidade, assim como a idade de ouro do século ‘muito mais ums excega0 do que uma regra. Houve casos em que o Império necessitava de candidatos a0 papel de salvador assist imperadores, sinados, e uns 40 usurp pretendentes condenados & morte scomerciais deveram sua ruina a dsputas pelo tone. malsucedidos que era do Império, Lyon e Pal 2 Qual a razto de tanto derrarnamento de sangue? Isso ocorria porque o principe ‘8 considerado 0 mandatério do povo ~ 0 que nao passava de ideologia, de uma ficsio, uma ver.que, na realidade, es -sucedera seu pai ou se apossara da purpura, ¢ veremos quem era seu © que nio era ideologia era 0 fato de que jamais se conseguiu esta regra automitica de ascensio 30 trono que impusesse a excolha do sucesor: semelhante norma constituria uma ‘ofensa a idéia todo-poderosa de soberania popular~ e faria de Roma um reino. Ne- ‘huma alterativa restava, entio, ao povo ¢ 20 Senado, senio legitimar os golpes que um descendente do principe reinante sucedesse o pai ou parente em seu ; “suporta-se de melhor grado cescolhido".'* Em conteapartida, patriménio hereditirio, © seus bretudlo a guarde imperial) feziam o mesmo! ica do poder,” a escotha menes passi- yal poucos pretendentes ousaiam se ‘por, seria designar seu flho (asim, Cémodo sucedeu a Marco Aurelio e dois prin- cipes ainda Griangas, a Teodosio)* ou adotar um ~a adogio era ‘ quanto a consangtinidade. (o curso de um dos piores vil em que os pretendentes se enfrentariam de armas em punho. Foi exatamente o que ocorreu em 193, depois do assassinato de Comodo, que nio deixou herdeiros~ e pode-se até supor que alguns dos rivais «que disputaram o trono entio teriam sido os mesmos que se confrontariam em 3b o Antigo Regime, a superstigéo dinistica que convertia o trono em uma propriedade de determinada familia, sempre # mes- thon, provocou iniimeras guerra cvs. io & come membre de wa famulia que se destacava ent |__tum de seus descendentes, concepgbes € simples: suck

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