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Vozes da Educação
VOZES DA EDUCAÇÃO
Volume VIII
Ivanio Dickmann
(organizador)
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Vozes da Educação
CONSELHO EDITORIAL
FICHA CATALOGRÁFICA
p. 174
CDD 370.11
EDITORA DIALOGAR
dialogar.contato@gmail.com
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Vozes da Educação
Ivanio Dickmann
(organizador)
VOZES DA EDUCAÇÃO
Volume VIII
Dialogar
São Paulo – SP
2018
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Vozes da Educação
APRESENTAÇÃO
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Vozes da Educação
Ivanio Dickmann
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Vozes da Educação
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
RESUMO
Este texto defende a ideia de que a mediação da leitura leva ao
enleituramento. Para isso, lança mão de pesquisa bibliográfica e reflexões
sobre a prática docente da autora, tomando como base autores como
Freire, Orlandi e Macedo. Concordando com Freire, o enleituramento
diferencia leitura superficial – decodificação do código linguístico – e a
produção de leitura – aquela que considera a relação dialógica entre as
condições de produção dos sujeitos da interação, quais sejam: sujeito
autor, sujeito leitor, sem hierarquias – e estabelece que seu foco seja o
encaminhamento que é dado a essa ação, particularmente feita pela (o)
docente, no sentido de mediar o processo de diálogo entre o sujeito
leitor e o sujeito autor.
Palavras-chave: leitura, mediação docente, enleituramento
ABSTRACT
This text defends the idea that mediation of reading leads to
underreading. In order to do this, it uses bibliographical research and
reflections on the author's teaching practice, based on authors such as
Freire, Orlandi and Macedo. In agreement with Freire, the underreading
differentiates superficial reading - decoding of the linguistic code - and
the production of reading - the one that considers the dialogical relation
between the production conditions of the subjects of the interaction,
which are: subject author, subject reader, without hierarchies - and
establishes that its focus is the referral that is given to this action,
particularly made by the teacher, in order to mediate the process of
dialogue between the reader and the author.
Keywords: Reading, teather mediation, underreading
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aqueles a que não havia se dado conta e que são apontados no percurso.
Assim, os sentidos das leituras são ampliados pelas vivências culturais,
pessoais, sociais, profissionais que leitores e leitoras trazem consigo ao
ler o texto. Na sala de aula, pensar o enleituramento é pensar que o texto
não é constituído em partes, ele é um todo de sentidos e é como um
todo, um corpo inserido num contexto de acontecimento que precisa ser
considerado. O diferencial da escola é exatamente as mediações que lá
ocorrem, trazendo a ampliação do conhecimento de mundo e do
funcionamento da língua, promovendo a produção de leitura que
culmina primordialmente nesse contexto em inferências e interferências.
A leitura que nos constitui enquanto leitores, pois cada leitura acaba nos
transformando de várias maneiras, provocando mais enleituramentos.
Mas, para que o tipo de leitura aqui proposta ocorra é preciso a
assunção de um posicionamento político diante da educação, de sujeito
de seu fazer pedagógico e produtor de conhecimento, abandonando a
“prolaterização do ensino” como denuncia Giroux (1987, p. 10),
incentivando uma prática docente que vise à autonomia. Sendo assim,
esses profissionais precisam fugir aos silenciamentos a que são expostos
durante seu fazer pedagógico, através de livros didáticos com respostas
prontas e únicas, com projetos elaborados por outrem que nem sequer
conhecem os/as estudantes que os colocarão em prática. Nesse ponto,
faz-se necessário esclarecer sobre a ideia de silenciamento aqui posta.
O termo silenciamento é derivado da política de silêncio,
descrita por Orlandi (2007), a qual foi desmembrada em: silêncio
constitutivo – para dizer é preciso não-dizer ou uma palavra apaga
necessariamente as “outras” palavras; e o silêncio local, referente à
censura propriamente dita – aquilo que é proibido dizer em certa
conjuntura. O silenciamento é, pois, uma categoria linguística que pode
ser considerada tanto como retórica da dominação (a da opressão – no
sentido de calar, evitando o que não se quer discutir, questionar), quanto
à retórica do oprimido (a da resistência – no sentido de calar quando o
outro quer ouvir, ou, até mesmo, trazer outras falas indesejadas).
Nesse sentido, o que precisa haver para o fomento do
enleituramento é o não silenciamento na mediação, isto é, uma ruptura
do discurso pedagógico autoritário, no qual, segundo nos ensina Orlandi
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6Trato de forma mais a miúde desse assunto no livro: OLIVEIRA, Rosemary Lapa. (in)disciplina:
um modo de ser e estar na escola. Curitiba: CRV, 2017.
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modo, tem servido na escola para cumprir rituais: para fazer a prova. A
leitura é superficial, pois a discussão sobre a materialidade do texto não
se mostra, portanto podemos entender que o reassujeitamento não
ocorre, daí que a leitura não se dá.
Sendo assim, embora as discussões sobre o desejo sejam
sempre bastante fecundas, constituir leitores precisa centra-se em
apresentar possibilidades e entender que o desejo de aprender, de se
integrar, de interagir, são fontes de desejo para o enleituramento. Então,
ao se constituir em sujeitos leitores e sujeitos de leitura, vendo na leitura
fonte de aprendizagem, de integração e interação, o desejo de ler, o gosto
em ler, o prazer em ler, afloram.
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Referências bibliográficas
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RESUMO
Os cursos de Engenharia no Brasil nas suas diversas modalidades sempre
foram e são necessários para formação de mão de obra qualificada de
nível superior e para o desenvolvimento sustentável do País. Estes
cursos assim como os demais da área tecnológica precisam ser bem
estruturados pedagogicamente com atualização constante de currículo,
bons investimentos em laboratórios específicos e/ou simuladores. O
leitor encontrará aqui diversas leituras realizadas facilitando o
entendimento do tema proposto. Este artigo delimita o tema trabalhado,
apresenta o objetivo geral: Mostrar que é possível Engenharia a distância
e tem como objetivo específico: Pesquisar cursos que já existem
efetivamente na região Norte do Brasil, afirmando a possibilidade de
cursos de engenharia nas demais regiões, respeitando o meio ambiente
em que será inserido. Mostrar a necessidade deste curso no Brasil e a
importância de investimento em laboratórios adequados e/ou
simuladores para que existam cursos com qualidade. O estudo foi
realizado mediante consultas bibliográficas e internet para apoio teórico.
Nas considerações finais, encontrará conclusão realizada depois de um
diálogo com coordenador em curso iniciado a distância no ano de 2015,
no Brasil, na região norte, com alguns resultados, mostrando que é
possível Engenharia em EAD.
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ABSTRACT
The Engineering courses in Brazil in its various modalities have always
been and are necessary for the formation of a qualified upper level
workforce and for the sustainable development of the Country. These
courses as well as the others in the technological area need to be well
structured pedagogically with constant updating good investments in
specific laboratories and / or simulators. The reader will find here
several readings made facilitating the understanding of the proposed
theme. This article delimits the theme worked, presents the general
objective: To show that it is possible to do Distance Engineering and has
as specific objective: To search for courses that already exist effectively
in the Northern region of Brazil, affirming the possibility of engineering
courses in other regions, respecting the environment in which it will be
inserted. Show the need for this course in Brazil and the importance of
investing in suitable laboratories and / or simulators so that there are
quality courses. The study was carried out through bibliographical
consultations and internet for theoretical support. In the final
considerations, you will find a conclusion made after a dialogue with
ongoing coordinator initiated in the year 2015 in Brazil, in the northern
region, with some results, showing that Engineering in Distance
Learning is possible.
Introdução
No Brasil, segundo Borba (2007), a EAD pode ser visualizada
em três gerações. A primeira delas surgiu em 1904, com o ensino por
correspondência, com ênfase na educação profissional em áreas técnicas,
como formação em marcenaria, cursos comerciais radiofônicos, entre
outros. A segunda geração da EAD foi demarcada pelo surgimento dos
cursos supletivos, nas décadas de 70 e 80, em que as aulas aconteciam
usualmente por satélite, e os alunos recebiam material impresso para o
estudo. Entre os recursos usados para a comunicação, encontravam-se o
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Considerações finais
Os diferentes sujeitos do processo de ensino aprendizagem
devem apropriar-se dos materiais produzidos ao longo do curso de
EAD, não apenas como fonte de informação, mas também como
mediações construídas escolhidas e negociadas ao longo do processo, de
acordo com Corrêa (2007, p. 18), encurtando distanciamentos e
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Referências bibliográficas
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Vozes da Educação
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www.unicap.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=542
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Rosinei Ramos8
Gláucio Camargos9
RESUMO
Esse artigo aborda as diferentes concepções de formação moral e social
do ser humano e sua articulação com o sistema educacional. Tenta
responder como a escola pode contribuir de forma positiva ou negativa
nesse processo. Assim, buscamos entender como o sujeito se
desenvolve e como a sociedade com seus costumes, crenças e valores
influencia esse desenvolvimento, muitas vezes impossibilitando o alcance
de uma autonomia desse indivíduo em relação aos seus próprios desejos.
ABSTRACT
This article approaches the different conceptions of moral and social
formation of human beings and its articulation with the educational
system. It tries to answer how the school can contribute positively or
negatively in this process. Thus, we seek to understand how the human
beings develops and how the society with their customs, beliefs and
values influences development, often making it impossible to achieve
autonomy of this individual in relation to his own desires.
8Formanda do curso de Pedagogia da União das Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO);
rosiramos@outlook.com.br.
9Psicanalista, Mestrando em Psicologia e Saúde. Pedagogo, Especialista em Libras – Língua
Brasileira de Sinais. Docente dos cursos de Licenciatura da União das Faculdades dos Grandes
Lagos – (UNILAGO)glaucio.camargos@hotmail.com
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Introdução
O presente projeto representa um grande interesse de nossa
parte em compreender de que forma a criança percebe e absorve as
instruções recebidas pelo meio social em que está inserida e qual o
impacto gerado por elas no processo de descoberta e desenvolvimento
dessa criança. Nos interessamos muito em compreender como os
conceitos de respeito, empatia, dignidade e tantos outros essenciais à
nossa existência são repassados para o sujeito desde a infância.
Acreditamos que compreender como esse processo se organiza pode ser
de grande valia para os inúmeros desafios enfrentados pelos pedagogos e
professores no ambiente escolar.
Na busca pela compreensão desses processos tentaremos
encontrar respostas para as seguintes questões: O pedagogo como agente
de formação não apenas acadêmica, mas também moral e social pode
contribuir para a formação de pessoas conscientes, empatas, solidárias e
mais justas? Como colaborar para que o aluno possa se desenvolver com
autonomia e possibilidades de ser quem realmente é, sem
necessariamente se encaixar em padrões estabelecidos pela sociedade?
Acreditamos que esse é o caminho para a formação de pessoas
mais justas, livres e verdadeiramente conscientes. Afinal o sujeito
somente é capaz de alcançar seu auto conhecimento quando tem a
possibilidade de ser e agir de acordo com sua essência e somente assim
ele será capaz de constituir uma sociedade evoluída e que caminhe em
busca do conhecimento.
Mas será que os moldes do sistema de ensino educacional nos
permite avançar nesse aspecto? Como podemos promover discussões e
reflexões em torno de temas relacionados à ética e moral quando temos
todo um conteúdo acadêmico a ser transmitido?
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caso não exista essa fiscalização ele seja capaz de agir de forma
totalmente contrária ao que ele próprio diz.
A construção da moral
Em seu livro O juízo moral na criança (1994), Piaget traz uma
afirmação muito importante no processo de aquisição da moral de um
indivíduo, “toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de
toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire
por essas regras”.
Para entender melhor esses processos vamos recorrer à teoria
do autor sobre os estados de desenvolvimento do sujeito e como a
escola pode contribuir de forma positiva com esse processo.
A criança nos seus primeiros anos de vida se encontra na fase
da anomia, onde ainda não é capaz de respeitar e compreender o sentido
das regras, age de acordo com suas vontades e necessidades e não se vê
como parte de uma sociedade, mas sim como o centro dela, é o que
chamamos de egocentrismo. À medida que essa criança vai se
desenvolvendo e convivendo em sociedade, vai percebendo que precisa
respeitar algumas normas e entendendo que a desobediência às mesmas
pode trazer consequências negativas e punições. Nesse momento a
criança se encontra na fase da heteronomia, em que o respeito às normas
se dá somente pela coação.
É nesse momento que se faz tão importante a mediação do
adulto para o sucesso na passagem dessa fase para a seguinte. No
ambiente familiar os responsáveis precisam se atentar às suas atitudes
para que essa criança em formação possa por meio de exemplos,
compreender o verdadeiro sentido das regras, caso contrário o que
ocorrerá é a estagnação nessa fase, onde o indivíduo não é capaz de
respeitar os membros de sua sociedade e age de acordo com sua
conveniência e seus interesses.
Alguns exemplos muito comuns de contribuição para a
paralisação do indivíduo no estado da heteronomia se encontram no
ambiente familiar em situações que a criança apresenta um
comportamento inadequado e os responsáveis na intenção de modificar
essas atitudes, oferecem um estímulo positivo ou negativo que pode ser
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Considerações finais
Aqui não tivemos a intenção de determinar o que é melhor ou
pior dentro do contexto escolar, antes, buscamos promover uma
reflexão em relação à importância do ato de educar e do papel do
professor na sociedade, nesse e em outros tempos. O objetivo é refletir
sobre as dificuldades encontradas em sala de aula no que diz respeito ao
comportamento apresentado pelos alunos desde os anos iniciais e como
muitas vezes essa dificuldade se estende à vida adulta.
Compreender os estágios de desenvolvimento moral da criança
descritos por Piaget com base em suas pesquisas contribui de forma
muito efetiva na compreensão desses processos.
Porém quando trazemos à tona as reflexões do filósofo
Nietzsche em torno dessa moral, levantamos questionamentos
pertinentes a essa prática de estipular desde muito cedo ao indivíduo o
conceito de certo e errado sobre tudo o que o cerca, afinal, de uma
forma ou de outra é isso que os valores morais nos impõem e
consequentemente padronizam um comportamento em busca de um
bom convívio em sociedade.
De forma alguma buscamos desqualificar os conceitos de moral
enquanto orientadores de um bom convívio em sociedade. Sabemos o
quanto eles são importantes e também o quanto as pessoas tem
dificuldade em compreendê-los, respeitá-los e acima de tudo colocá-los
em prática e é essa dificuldade que nos fez buscar novos olhares em
torno desses conceitos. Acreditamos que precisamos entender melhor a
natureza do ser humano, suas vontades e necessidades verdadeiras. Para
isso recorremos ao filósofo Nietzsche que dedicou-se a compreender
essas necessidades, opondo-se à sociedade por suas ideias tão divergentes
dos padrões de sua época, para nos ajudar a entender porque mesmo
sendo apresentado ao sujeito desde muito cedo, esses valores não são
verdadeiramente praticados por ele. Nietzsche nos mostra que tudo que
é externo ao indivíduo, tem grandes chances de não fazer sentido a ele, e
como muitas vezes é algo imposto, não é capaz de promover um senso
crítico e a capacidade de fazer escolhas de acordo com seus verdadeiros
desejos. Quando dizemos que as pessoas devem ser capazes de fazer
escolhas de acordo com suas verdadeiras vontades, não significa que elas
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Referências bibliográfica
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RESUMO
Este artigo é resultado de um trabalho desenvolvido durante o Mestrado, para
composição do trabalho final, dissertação. O trabalho tem como meta explanar
teoricamente discussões recentes na área da Educação do Campo. Pesquisas
apontam a importância de fomentar nos processos de ensino e aprendizagem
o protagonismo dos educandos por meio de situações didáticas. Quando os
sujeitos vivenciam uma aprendizagem com significados social e culturalmente
contextualizados da Matemática amplia-se uma reflexão crítica, de modo a
favorecer o entendimento de conteúdos e de sua aplicabilidade na vida
cotidiana.
Palavras-chave: Educação do Campo; Ensino e Aprendizagem; Matemática.
ABSTRACT
This chapter is the result of a work developed during the Masters, for
composition of the final work, dissertation. The work aims to explain
theoretically recent discussions in the area of Field Education. Researches point
out the importance of promoting in the teaching and learning processes the
protagonism of learners through didactic situations. When the subjects
experience a learning with socially and culturally contextualized meanings of
Mathematics a critical reflection is extended, in order to favor the understanding
of contents and their applicability in daily life.
Keywords: Field Education; Teaching and Learning; Mathematics.
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Introdução
A Educação do Campo é um processo histórico, fruto de lutas
e mobilizações dos movimentos sociais do campo por condições
concretas de subsistência no seu próprio espaço. Acrescentamos que a
Educação do Campo, como prática dos movimentos sociais camponeses,
segundo o dicionário da Educação do Campo (CALDART et al., 2012),
busca conjugar a luta pelo acesso à educação pública contra a tutela
política e pedagógica do Estado.
A Constituição de 1998 e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação n. 9.394/96 muito contribuíram para novas perspectivas ao
processo de construção de políticas públicas de educação direcionadas
para essa modalidade. Com efeito, essas leis abriram procedentes legais,
jurídicos e políticos que viabilizam uma educação que respeita a
identidade do sujeito do campo.
O movimento da Educação do Campo é propiciado pela
Pedagogia da Alternância, em que a aprendizagem dos educandos é
mediada por momentos de estudos ao longo do Tempo Escola e Tempo
Comunidade. Essa metodologia teve iniciativa por camponeses da
França em 1935. Já no Brasil, a iniciativa chegou com os jesuítas.
Assim, a alternância tem como objetivo garantir uma atuação
pedagógica mediada pela teoria e prática, de forma a relacionar os
processos de aprendizagem tanto para a aquisição de conhecimentos
necessários à vida cotidiana quanto para a qualificação profissional.
Trata-se de uma práxis educativa.
Podemos afirmar que esse movimento nasce tomando posição
em relação à valorização do saber popular produzido no campo. Nesse
contexto, a educação assume um papel relevante. Como nos diz Freire
(2015), o povo se educa no enfretamento das condições de opressão.
Viver, perceber e enfrentar a situação em que vive, e não aceitar
silenciosamente a dominação social.
Olhar para a história, para o significado político e pedagógico
dos movimentos, põe em ação a luta pela transformação da sociedade e
dos sujeitos nela inseridos, e nos leva ao encontro da Pedagogia do
Oprimido, que destaca coragem e luta dos que acreditam na força da luta
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Etnomatemática
Nesta secção, são apresentadas reflexões sobre o processo de
ensino e aprendizagem numa perspectiva Etnomatemática. É importante
ressaltar que cada sujeito é portador de um conhecimento prévio que
está ligado às suas raízes culturais. Porém, se sabe que na maioria das
vezes os saberes desses sujeitos não costumam ser considerados ou
incorporados ao Ensino de Matemática. A proposta da Etnomatemática
é interligar a disciplina com situações reais.
Para D’Ambrosio (2011, p. 76), contextualizar a Matemática é
essencial para todos. Freire (2015, p. 116), na obra Pedagogia do
Oprimido, enfatiza que “uma educação autêntica, não se faz de A para B
ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo”. O que
implica pontuar que o educador em essência é um intelectual orgânico
que atua na transformação social dos oprimidos.
A Etnomatemática é uma das tendências que busca a instalação
de um processo de valorização dos saberes matemáticos nos diferentes
contextos socioculturais. Para D’Ambrosio (2008), a Etnomatemática
tende a considerar o fazer de grupo cultural através de sua própria
vivência.
Discutindo e analisando atentamente como vem se
apresentando o processo de Ensino de Matemática nos contextos da
Educação do Campo, percebemos uma articulação com a vertente
denominada Etnomatemática.
A Etnomatemática passou a fazer parte de discussões de
pensadores e estudiosos na década de 1970. O termo foi constituído pelo
professor Ubiratan D’ Ambrosio. Conforme esse autor, a referida
expressão significa que há várias maneiras, técnicas, habilidades de
explicar, de entender, de lidar e de conviver com distintos contextos
naturais e socioeconômicos da realidade.
A Educação do Campo é uma perspectiva de formação que leva
em conta essa vivência da realidade sociocultural do aluno, entre os
quais: o ambiente em que ele vive e o conhecimento que ele traz de casa.
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Ghiradelli (2012, p. 23) em sua obra “As lições de Paulo Freire: filosofia, educação e política”
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enfatiza que a expressão bancária adotada por Freire, significa basicamente, implica um
professor que deposita informações para os estudantes, os quais por sua vez guardam-nas “no
cofre” da memória.
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Referências bibliográficas
ARROYO, Miguel G; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica
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D’ AMBROSIO, Ubiratan. Etonomatemática: elo entre as tradições e a
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KNIJNIK, Gelsa. Educação matemática, culturas e conhecimento na
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ABSTRACT
This article has the objective to present the results from a research realized in the
coast from Paraná, this research investigate the challenges from the public
currently enrolled in Educação de Jovens e Adultos (EJA) in the transition
process to the public higher education. Based on the aplication of questionnaires
and interviews, we examined this group path of life, the abandonment cases, the
return to the school life and in particular the admission in higher education and
those students difficulties to stay studying.The analysis starts with the
problematising about the last decade acess expansion to higher education in
Brazil and in parallel the limits to assure that the entering students finish their
studies.
Keywords: EJA, higher education, admission, stay.
(UNICAMP).
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Introdução
Este artigo discute o processo de transição e permanência de
alunos egressos da modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
para se inserir em cursos de nível superior. A pesquisa foi desenvolvida
em uma instituição de nível superior no litoral do Paraná, com alunos de
quatro cursos superiores. O interesse pelo tema em questão surgiu a
partir da própria realidade, como uma egressa da Educação de Jovens e
Adultos, que migrou para o ensino superior, e vivenciou as dificuldades,
o que fez com que surgisse o interesse pela pesquisa aqui apresentada.
No desenvolvimento da pesquisa utilizamos métodos
quantitativos e qualitativos, respaldada em Haguette (2010). Foram
utilizados inicialmente, como forma de coleta de dados questionários
semiestruturado, aplicado para quatro cursos superiores da instituição.
A opção por aplicar os questionários para todos/as os/as estudantes foi
de traçar um panorama geral dos/as acadêmicos/as, como também uma
forma de localizar os egressos da EJA. Após a análise dos questionários,
foi elaborado um roteiro aberto de entrevistas, que foram realizadas
especificamente com o público foco da pesquisa.
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FREQUENTOU O EJA
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94%
Sim Não
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Feminino
1%
44% Masculino
55%
Outros
Egressos da EJA
0% Feminino
40% Masculino
60%
Outros
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O cotidiano acadêmico
A chegada à universidade é a descoberta de um mundo, no
qual, antes de qualquer coisa, é preciso se situar, Coulon (2008)
argumenta que o público adulto quando migra para a universidade
descobre uma realidade de um mundo no qual ele não imaginava, o
currículo acadêmico, as cobranças, os novos companheiros de turma,
além de outros problemas enfrentado por esses alunos na universidade.
Sendo assim:
Segundo os estudantes este mundo se manifesta de várias
maneiras(...) para se tornarem estudantes competentes, os estudantes
devem realizar certo número de novas aprendizagens: algumas
dependem da afiliação institucional, outras, de caráter cognitivo,
podem ser agrupadas sob a expressão de afiliação intelectual.
(Coulon 2008 p.144)
O autor reforça que para o público adulto a entrada na
universidade marca uma ruptura com o domínio de seus hábitos, é a
descoberta de outro mundo, e para muitos esses momentos parecem ser
desestabilizador. Tal instabilidade, no caso de nossa pesquisa, se
manifesta ao longo do curso nos momentos em que os estudantes
pensam em desistir, conforme relataram 67 % dos entrevistados.
A questão da desistência nos remete ao questionamento sobre
situações que, na perspectiva de estudantes, dificultam a permanência no
curso, um dos aspectos centrais para a nossa pesquisa. Apresentamos no
questionário duas questões que se complementavam- a 1ª sobre as
dificuldades que a respondente enfrentava ao longo do curso - os itens
destacados foram de aprendizagem e de relacionamento com docentes,
ambos em um índice de 20%. A 2ª questão era sobre a opinião das
mesmas sobre o que dificultava a permanência de estudantes de um
modo geral:
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Município de Pontal do Paraná e Paranaguá, em um percurso médio de uma hora custa R$ 5.20,
ou seja, a estudante deverá dispor de no mínimo R$ 10.40 diários para chegar até a Instituição.
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Considerações finais
Com esse trabalho buscamos identificar, analisar e discutir
sobre as dificuldades encontradas no ensino superior pelo público da
EJA. Tanto nas entrevistas quanto na aplicação de questionários
encontramos diversas situações no que se refere as dificuldades
vivenciadas pelo aluno oriundo da EJA no ensino superior, não apenas
de ingresso nessa modalidade de ensino, mas também para se manter.
No âmbito externo, questões como mobilidade, atribuições de
gênero, questões de classe social, ou até mesmo desinteresse pela área do
curso interferem na permanência dos estudantes no curso. A situação
econômica, condição social, a ausência de um capital cultural, o
preconceito racial, bullying, entre outras dificuldades vivenciadas na fase
de escolarização, refletem no ensino superior.
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Vozes da Educação
Referências bibliográficas
ARROYO, M.G. Operários e Educadores se identificam: que rumos
tomará a educação brasileira? Educação e sociedade. São Paulo. 1980
BRASIL. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases
para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 12 ago. 1971.
BERNARDIM, M. L. Educação e Trabalho na perspectiva de egressos
do ensino médio e estudantes universitários. São Paulo. 2013
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
RESUMO
Fatores Neurotróficos Derivados da Glia (GNDF) e Fatores
Neurotróficos Derivados do Cérebro (GNDF) são proteínas secretadas
pelas células gliais que “amolecem” células ou organismos mortos. Sua
remoção é feita pelas Micróglias, células da glia responsáveis pela limpeza
dessa matéria inerte, abrindo espaço para a neurogênese e a renovação
natural das células da glia. A ética não permite a manipulação dos Fatores
qualitativamente deficientes, mas um ambiente agradável e
desestressante, aliado à apresentação de figuras, aumenta sua produção,
compensando a baixa qualidade com a alta quantidade. O aumento da
produção melhora o aprendizado.
Palavras-chave: apoptose, fatores neurotróficos, aprendizado
ABSTRACT
Glia Derived Neurotrophic Factors (GNDF) and Brain Derived
Neurotrophic Factors (GNDF) are proteins secreted by glial cells that
"soften" dead cells or organisms. Its removal is done by microglia, glial
cells responsible for cleaning this inert matter, making room for
neurogenesis and natural renewal of glial cells. Ethics does not allow the
manipulation of qualitatively deficient Factors, but a pleasant and
stressful environment, combined with the presentation of figures,
increases its production, compensating the low quality with the high
quantity. Increased production improves learning.
Keywords: apoptosis, neurotrophic factors, learning
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Vozes da Educação
Introdução
A neurociência atua como contribuição para a educação no
sentido de reunir conteúdos que são úteis para a estimulação do cérebro.
Ou seja, permite que o professor melhore seu desempenho em sala de
aula com informações que lhe vão facilitar, de forma simples, organizar
sua maneira de ensinar.
A neurociência é uma ciência nova que estuda o sistema
nervoso central e sua complexidade. Contribui com a pedagogia quando
nos permite entender o funcionamento cerebral e explicita que cada
sujeito é um sujeito único. Ela traz para a educação a contribuição do
conhecimento da memória, do esquecimento, do movimento, dos
sentidos e da linguagem, contribuindo para a ação pedagógica.
Trazendo o aluno como sujeito cerebral com sua singularidade
dentro de uma pluralidade que é a sala de aula, desperta no professor a
importância do diálogo no processo de ensino-aprendizagem.
Os nossos cérebros são únicos e sofrem alterações na medida
em que aprendemos. Quando nós, professores, entendemos as
dimensões do sujeito e das suas necessidades, capacidades e limitações,
percebemos como é complexo o processo de aprender.
A relação entre o desenvolvimento humano e a aprendizagem é
inegável, e determinam-se mutuamente.
De acordo com Tavares & Alarcão (2005) “o desenvolvimento
humano é um aperfeiçoamento progressivo da estrutura do sujeito,
sendo a aprendizagem um processo de construção interna que
gradualmente leva o sujeito a adquirir aptidões e competências”. Dessa
forma o desenvolvimento humano potencializa a aprendizagem.
Nosso cérebro é uma máquina poderosa que realiza várias
funções. Desde o controle da temperatura corporal, pressão arterial,
frequência cardíaca, respiração, processa milhares de informações vindas
da audição, da visão, do olfato e ainda controla todos os nossos
movimentos, nos faz sonhar, pensar e sentir emoções.
O cérebro das crianças é uma máquina formidável de aprender.
Cada dia que vão para a escola ocorre uma quantidade infinita de
sinapses. Suas preferências mudam, novas estratégias aparecem, redes
novas se formam.
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Vozes da Educação
O cérebro
O cérebro realiza várias funções. Vamos falar um pouco das
estruturas do Sistema Nervoso Central e o que cada uma delas faz.
A - Os neurônios
As células nervosas que compõem o nosso cérebro são
chamadas neurônios e são mais ou menos em torno de 100 bilhões. Elas
transmitem sinais eletroquímicos como se fossem entradas e saídas de
uma grande rede de computadores. Esse aspecto eletroquímico faz com
que os neurônios transmitam sinais e mensagens a longa distância, de um
para outro.
Possuem três partes básicas: corpo celular, axônio e dentritos.
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http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/nervoso2.php
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Modelo do Sociograma
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Conclusão
É de suma importância o conhecimento das descobertas das
neurociências por nós, educadores. Esse conhecimento facilita o nosso
trabalho na sala de aula, reconhecendo nos nossos estudantes sujeitos
cerebrais, cada um com suas especificidades e modelos de aprendizagem.
Através deste conhecimento é que foi possível chegar aos
estudos avançados das Neurociências e descobrir como os fatores
neurotróficos ajudam na aprendizagem. Com esse novo conhecimento
melhoramos nossa didática e damos oportunidades a todos os estudantes
de aprenderem.
Referências bibliográficas
DEHANE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a
nossa capacidade de ler. Tradução: Leonor Scliar-Cabral.-Porto
Alegre:Penso, 2012.
GIL, Manuel Vázquez. O dom do autismo. Contagem, Quicelê, 2015
MAIA, Heber org. Neurociências e desenvolvimento cognitivo. Rio de
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TAVARES, José. ALARCÃO, Isabel.Psicologia do Desenvolvimento e
de Aprendizagem. São Paulo:Ed:Almedina Brasil, 2005.
https://www.todamateria.com.br/neuronios/
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/nervoso2.p
hp
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Vozes da Educação
RESUMO
O artigo retrata como o Brasil reproduz inúmeras intolerâncias e violências
contra a população LGBTTQI no campo da educação. Por meio da Teoria
Queer, propõe-se uma reflexão sobre os pilares da democratização da educação,
da invisibilidade da questão nos currículos, da ocupação do espaço escolar, da
diminuição progressiva de acesso aos níveis mais elevados de ensino, bem como,
a subnotificação dos números sobre acesso e evasão e da violência no interior
das escolas. Esses aspectos tornam o segmento invisível diante das lentes das
pesquisas censitárias e da proteção do Estado. O artigo aponta uma perspectiva
crítica de análise diante da organização escolar e do cotidiano das práticas
educativas.
Palavras-chave: LGBTTQI; Teoria Queer; Democratização da educação;
Currículo.
ABSTRACT
The article shows how Brazil reproduces various intolerances and violence
against the LGBTTQI population in the field of education. Through the Queer
Theory, a reflection was proposed on the pillars of the democratization of
education, the invisibility of the issue in the curricula, the occupation of the
school space, the progressive reduction of access to higher levels of education, as
well as underreporting of numbers on avoidance and violence in schools. These
aspects make the segment invisible to statistical research and state protection.
The article points out a critical perspective of analysis before the school
organization and the day to day of educational practices.
Keywords: LGBTTQI; Queer Theory; Democratization of education;
Curriculum.
17Profa Doutora pelo Programa de Educação e Saúde pela UNIFESP. Pedagoga; Especialista
em Educação Sexual, Direito Educacional e Gestão de Ensino. Docente no curso de Pedagogia
e Formação de Professores em EaD.
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Introdução
Quando alguém é afetado em seus Direitos Humanos todos os
humanos são afetados em seus direitos.
Essa frase pretende mostrar que a concepção de educação
como direito humano, e no Brasil, também como direito fundamental,
não pode ser lida sem uma visão crítica e ampla de que ninguém pode
ser privado do acesso ao conhecimento.
No entanto, o que a priori pode parecer uma verdade
inquestionável, esconde mecanismos sutis de exclusão e cerceamento de
direitos. Uma análise superficial pode contribuir para a invisibilidade de
populações cujas identidades são usadas como pontos de
vulnerabilidade.
Nesse sentido, seguiremos o caminho de desconstruir um
campo da educação que parece estar solidificado em uma inércia política
– a democratização da educação.
Para iniciar, democratização para quem?
Democratização da educação
A democratização da educação compreende três aspectos
fundamentais nos quais a escola foi fundamentalmente afetada. Os
Pioneiros da Educação Nova elencaram em meados de 1932 uma grande
campanha pela democratização da educação. Definiram como ponto
crucial uma política de Estado que garantisse – obrigatoriedade,
gratuidade e laicidade na educação.
Nesse processo, a democratização se constituiu primeiro como
garantia no direito ao acesso – escola para todos com obrigatoriedade de
matrícula pelas famílias e oferta pelo Estado. Nesse momento crianças e
jovens de todas as classes, configurações familiares, idade, raça/etnia e
classe social tiveram o direito de matrícula assegurado. Com tantas
diferenças na escola, escassa formação de professores e concepções de
educação ainda excludentes, o acesso (escola para todos) passa a não ser
sinônimo de aprendizagem. Os níveis de repetência e evasão crescem e
se mostram por meio de uma dura realidade de exclusão das classes
menos favorecidas.
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Apesar de menos usual, o termo escolarização diz respeito ao tempo que o sujeito passa na
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escola, ou seja, o termo se refere mais à relação entre sujeito/tempo de vida/instituição escolar
que ao processo de ensino-aprendizagem e formação (escolaridade).
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Teoria Queer
O que é uma teoria? Para Minayo (1994, p. 18) as teorias são
articulações entre ver e saber. “A teoria é construída para explicar ou
compreender um fenômeno, um processo ou um conjunto de
fenômenos e processos”. No entanto, a autora destaca que são
explicações parciais, já que nenhuma teoria é capaz de explicar todos os
fenômenos e seus processos. “Chamamos teoria a um conjunto intrer-
relacionado de princípios de definições que servem para dar organização
lógica a aspectos selecionados de uma realidade empírica” (MINAYO,
2002, p. 91). Exige-se, portanto, da figura do investigador uma busca
cada vez mais profunda de significados e interconexões entre ideias,
sobretudo, quando o objeto estudado ainda é não familiar.
Assim, a busca pela compreensão é um aspecto fundamental da
existência humana, pois o encontro com o não-familiar sempre
exige a tentativa de fazer sentido, compreender. Todavia, o mesmo
ocorre com o familiar. Na verdade, como o estudo de textos
geralmente conhecidos, acabamos descobrindo que às vezes o
familiar pode ser visto como o mais estranho. Logo, não é de se
surpreender que até mesmo os chamados textos objetivos das
pesquisas qualitativas são interpretações, e não descrições livres de
valores (KINCHELOE e MCLAREN, 2007, p. 28).
Minayo (1994, p. 19) afirma que “[...] a teoria é um
conhecimento de que nos servimos no processo de investigação como
um sistema organizado de proposições, que orientam a obtenção de
dados e a análise dos mesmos, e de conceitos, que se veiculam seu
sentido”.
O que é Queer? O Queer como afirma Miskolci (2015) tanto em
termos político como teórico surgiu das inúmeras críticas à ordem sexual
dos movimentos sociais emergentes na década de 1960, como dos
movimentos pelos direitos civis de negros do Sul dos EUA, do ideário
produzido pela segunda onda do movimento feminista e o movimento
homossexual. Na tradução para a língua portuguesa significa ‘estranho’.
A definição de um estatuto teórico se deu a partir de elementos dispersos
advindos dos movimentos sociais organizados, dos primeiros estudos
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20Optamos por utilizar as siglas que mais pudessem representar segmentos identitários de
forma que o mal estar causado sobre o “sinta reconhecido nesse termo” fosse o menor possível.
Transgênero também pode dizer respeito a alguns aspectos da expressão andrógina que nada
se relaciona com identidade de gênero ou orientação sexual.
21Pansexualidade é a atração afetiva e ou sexual pela pessoa independente de sua identidade
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22Usaremos conforme a ONU o termo homofóbico de forma generalizada para transfobia, bifobia,
lesbofobia e outras formas de violência que atinge as inúmeras identidades, expressões e
orientações sexuais.
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In(segurança):
• 60% se sentiam inseguros/as na escola no último ano por causa de sua
orientação sexual.
• 43% se sentiam inseguros/as por causa de sua identidade/expressão de
gênero.
Comentários Pejorativos: Muito/as estudantes ouviram
comentários pejorativos sobre pessoas LGBT
48% ouviram com frequência comentários LGBTfóbicos feitos por seus
pares.
55% afirmaram ter ouvido comentários negativos especificamente a
respeito de pessoas trans.
Agressão / violência:
• 73% foram agredidos/as verbalmente por causa de sua orientação
sexual.
• 68% foram agredidos/as verbalmente na escola por causa de sua
identidade/expressão de gênero.
• 27% dos/das estudantes LGBT foram agredidos/as fisicamente por
causa de sua orientação sexual.
• 25% foram agredidos/as fisicamente na escola por causa de sua
identidade/expressão de gênero.
• 56% dos/das estudantes LGBT foram assediados/as sexualmente na
escola.
Resposta da escola / da família:
• 36% dos/das respondentes acreditaram que foi “ineficaz” a resposta
dos/das profissionais para impedir as agressões.
• 39% afirmaram que nenhum membro da família falou com alguém da
equipe de profissionais da escola quando o/a estudante sofreu agressão
ou violência.
Faltas:
Os/as estudantes tinham duas vezes mais probabilidade de ter faltado à
escola no ultimo mês se sofreram níveis mais elevados de agressão
relacionada à sua orientação sexual (58,9% comparados com 23,7% entre
os/as que sofreram menos agressão) ou expressão de gênero (51,9%
comparados com 25,5%).
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Bem-estar:
Os/as estudantes LGBT que vivenciaram níveis mais elevados de
agressão verbal por causa da orientação sexual ou expressão de gênero
(frequentemente ou quase sempre) tinham 1,5 vezes mais probabilidade
de relatar níveis mais elevados de depressão (73,7% comparados com
43,6% [que sofreram menos agressão] no caso da orientação sexual;
67,0% comparados com 45,3% no caso da identidade/expressão de
gênero),
Acolhimento de estudantes LGBT:
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Considerações finais
Ao longo do texto os principais conceitos de democratização
da educação, da educação como direito ou privilégio foram apresentados
para dar suporte a ideia de que é preciso desnaturalizar a leitura sobre
dados censitários e da disseminação de respostas superficiais à demandas
complexas da sociedade.
Se a democratização da educação – acesso, permanência e
qualidade de ensino - falha em alguns desses elementos há direitos sendo
afetados. Uma visão meritocrática, simplista e ingênua pode transferir
essa realidade aos próprios sujeitos violados.
A Teoria Queer e sua capacidade de produção subversiva em
desconstruir ‘verdades’ sobre corpos e identidades, mostra que é preciso
apontar o invisível para ver que a população LGBTTTQI é altamente
prejudicada em sua trajetória acadêmica.
Da mesma forma, uma visão crítica e pós-critica de currículo
desvela que o silêncio sobre temas cujo impacto afetam o segmento
LGBTTQI não são negados por acaso. Não há neutralidade quando não
se traduz em sala de aula a realidade e os conflitos da vida cotidiana de
professores e alunos, afinal, educar para a liberdade deve estar
intimamente ligado à educar como fenômeno da vida coletiva.
Subverter a ordem com que vemos, explicamos e discursamos
sobre as políticas educacionais pode ser uma saída inclusiva para dar voz
e vez a quem pertence ao todo do tecido social. Parece-me que as
primeiras reflexões que devemos fazer estão ligadas a dois conceitos
fundamentais nas quais uma Cultura de Paz e uma concepção ampla de
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Vozes da Educação
Referências bibliográficas
ABGLT. Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil -
2016. Disponível em: <
http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2016/08/IAE-Brasil-Web-3-
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BALIEIRO, Fernando de Figueiredo. O queer e o conceito de gênero.
Disponível em <http://www.usfcar.br/cis/2011>. Acesso em: 15mai
2013.
BRASIL SEDH. Mediar conflitos: você é capaz?. Its Brasil, 2010.
Disponível em
http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/mediar_conflitos/curso_m_co
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BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Nacionais para a
Educação em Direitos Humanos. Brasília (DF), 2012. Disponível em
http://www.sdh.gov.br/assuntos/direito-para-
todos/pdf/ParecerhomologadoDiretrizesNacionaisEDH.pdf>. Acesso
em: 24 jul 2015.
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
millions_of_children_worldwide_from_fulfilling_their_academic_potent
ial/#.VbO1tPlViko. Acesso em 24 jul 2015.
WOORDWARD, Katrhrin. Identidade e diferença: uma introdução
teórica conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e
diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 14 ed. Trad. Tomaz
Tadeu da Silva. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
ZANATTA, Luiz Fabiano et al . Gender equality: why is Brazil moving
backwards?. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 32 (8), 2016.
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Vozes da Educação
RESUMO
Concepção de currículo construído coletivamente na formação dos
professores e relato de experiência na gestão curricular de uma escola
pública de educação infantil, princípios e metodologia utilizados na
construção coletiva do currículo. Trago três exemplos de práticas do
cotidiano da escola que priorizam um currículo construído
democraticamente: um trabalho com literatura infantil, uma contação de
história simultânea com todas as turmas da escola, onde a criança escolhe a
história que quer ouvir; atividades matemáticas de jogos desafiadores e o
self-service na hora das refeições. Os desafios e tentativas na formação de
educadores para alcançar um currículo mais reflexivo.
Palavras-chave: currículo, tempos, espaços, formação.
ABSTRACT
Concepcion de currículo built collectively in the formation and report of
experience in the curricular management of public school of child
education. I bring three examples of evereday practices that priorize a
democratically constructed curriculum: a work with children’s literature,
ludic mathematical activities and the self-service at mealtime. Challenges
and attempts to train educators to achieve a more thoughtful curriculum.
Keywords: curriculum, times, spaces, training.
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saberes de forma natural. Fui diretora de escola por onze anos e o relato
que trago aqui é a respeito de um trabalho que desenvolvi nos últimos
nove anos de direção, de como era projetada a organização curricular.
Período esse que fiquei numa escola municipal de educação infantil da
cidade de São Paulo. Esse trabalho que vou relatar foi realizado em equipe,
portanto vou usar o plural, algumas vezes, para descrevê-lo.
Para organizar o currículo dessa escola a equipe gestora partia de
uma reflexão sobre a prática, do diálogo, de leituras e estudos, e dos
registros diversos.
Quando me deparei com a organização curricular do ensino
infantil fui me encantando. O grande foco para nossa equipe gestora era
oferecer um leque de linguagens para a criança através de experimentações
do dia a dia. Sempre permeada pelas brincadeiras e pelo lúdico....
O que eu vinha procurando encontrei na educação infantil, a
verdadeira integração dos conhecimentos. O cerne da construção do
conhecimento não é a disciplina e sim as diferentes linguagens organizadas
através de experimentações.
Texto da professora Elvira de Souza Lima sobre linguagem que
norteou nosso trabalho:
As linguagens da criança são dirigidas a si mesma, às outras crianças,
aos brinquedos, a seus companheiros ‘imaginários’, aos adultos, aos
seres da natureza, às personagens dos contos, lendas e histórias da
tradição oral e da literatura, às entidades e figuras do folclore e da
cultura. As linguagens da criança são exercícios do processo de
desenvolvimento humano. Cada uma das linguagens cumpre objetivos
distintos e é elaborada, também de acordo com o interlocutor.
Partindo das colocações da professora Elvira percebemos que o
importante era oferecer no currículo um leque com diferentes linguagens
para as crianças, além de partir das linguagens que a criança traz também;
já que as mesmas são infinitas.
Na sociedade atual, a escola não pode ficar alheia à interação
com diferentes linguagens e códigos. Os diferentes sujeitos dentro da
escola precisam estar conectados com o contexto social e o currículo é o
mediador dessa conexão. É preciso estabelecer pontos de contato entre o
currículo de Educação Infantil e a possibilidade de construir símbolos
que diversifiquem a comunicação, esses sempre influenciados pela
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acordo com o projeto daquele ano. Os materiais usados são bolas, cones,
cordas.... Valorização de brincadeiras tradicionais também como
amarelinha, corre-cotia, queimada, percurso, pé-de-lata, lenço-atrás, dono-
da-rua...e por aí vai...brincar, mas com intencionalidade.
Outro espaço muito importante na escola é o parque livre com
tanque de areia. Nesse parque as crianças brincam livremente e as
brincadeiras são espontâneas. No tanque de areia sempre priorizei o uso de
sucatas, como potes reutilizáveis, esse espaço é sempre muito procurado,
também nunca fica vazio.
Além desses dois espaços, a quadra e o parque com tanque de
areia, priorizei também uma casinha de boneca, onde aconteciam as
brincadeiras simbólicas, com fantasias e utensílios de casa, além de bonecas
e diversos brinquedos. A equipe sempre orientou a utilização de
brinquedos não estruturados, porém nem sempre foi ouvida.
Um quarto espaço lúdico e também muito importante, é o
parque das árvores, pelo fato de ter muitas árvores recebeu esse nome, é
um lugar com brinquedos de tronco de madeira, o que combina bem com
as árvores; esse parque sempre necessita de brincadeiras dirigidas, pois é
bem acidentado por conta das raízes e troncos de árvores, sempre dispensa
mais atenção dos professores para evitar acidentes com as crianças.
Nesses diferentes espaços lúdicos, planejados para oferecer às
crianças diferentes desafios e também diversão, sempre permanecia apenas
uma turma da escola, já que cada turma tem trinta e cinco crianças e mais
do que esse número sempre representava um perigo. No caso dessa escola
de educação infantil que tem até hoje 2018, seis turmas, pode-se organizar
a rotina de forma que sempre é possível ter quatro turmas em parques. Por
que essa preocupação? Como as crianças atendidas são de quatro a seis
anos elas precisam explorar muito o corpo e as brincadeiras, sendo assim, a
rotina delas priorizava as atividades externas do prédio, fora da sala de aula.
Atividades próximas da natureza e atividades em áreas abertas, onde essas
crianças pudessem correr, pular, conviver com árvores, folhas, pedras,
areia e terra, explorando sempre esses recursos. Quando cheguei na escola
sofri uma resistência de alguns profissionais e também até de alguns pais.
Alguns professores tinham mais segurança com o trabalho em sala de aula,
uma vez que, em sala as crianças estão num espaço limitado e restrito,
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- Jogos matemáticos;
- Campo dirigido;
- Parque livre;
- Linguagem artística ou midiática;
Higiene; o cuidar e o educar na educação infantil;
- Alimentação, desenvolvendo o self-service, incentivo a autonomia
e a alimentação saudável;
- Hora da saída, com uma atividade lúdica ou artística para evitar
período de espera para a criança.
Essa rotina como foi citada, é um exemplo de um dia comum
para a criança. A criança na escola fica seis horas, por isso a necessidade de
olhar para esse período de forma que dê um equilíbrio nas atividades.
Até aqui contei um pouco sobre a organização dos espaços,
tempos e recursos materiais. De alguma forma esses itens citados nos
falam muito sobre o currículo da escola. E também sobre a concepção e
princípios que norteiam os trabalhos escolares.
Vou contar sobre três atividades permanentes da escola que
considero transgressora de uma educação tradicional e conservadora e que
também possibilita diferentes ações na perspectiva de uma pedagogia com
a participação de todos. As atividades são: Projeto Entorno de contação de
histórias simultâneas, Jogos Matemáticos que promovem o desafio, o
lúdico e o trabalho com materiais de sucatas e ainda o Projeto de
Alimentação Saudável através do self-service com as crianças.
Sobre o Projeto Entorno, trabalho curricular muito interessante
que desenvolvia na escola, atividade essa que sempre incentivei para que
ela se tornasse uma atividade permanente e semanal, mas sai sem conseguir
essa façanha, pois ela ocorria, mas não de maneira natural e incorporada
pelo grupo. Fato esse que avalio como normal, já que a atividade é
realmente transgressora em vários aspectos da educação tradicional,
bancária e conservadora, que acredita que todos devem fazer a mesma
coisa no mesmo tempo...em salas de aula organizadas com carteiras
enfileiradas e o professor na frente expondo algo que ele domina de forma
exemplar e, assim sendo, vai conseguir colocar dentro das cabeças dos
alunos, tudo aquilo que ele sabe e esse aluno, por sua vez, recebe tudo por
não saber nada, ou saber muito pouco. Mas sabemos hoje que isso não
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Vozes da Educação
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atual transição paradigmática no contexto escolar/ Silvia Teixeira
Cardenuto; orientação de Elydio dos Santos Neto. São Bernardo do
Campo: UMESP. 2002.
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Técnica. Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e
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Educação- São Paulo: SME/DOT.2007
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação Diretoria de Orientação
Técnica. Currículo integrador da infância paulistana. São Paulo:
SME/DOT.2015
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Vozes da Educação
Simone Rosler24
Dieison Prestes da Silveira25
RESUMO
A Feira de Ciências aconteceu no Instituto Federal Farroupilha– Campus
Júlio de Castilhos, no segundo semestre do ano de 2017, a qual contou
com a participação de licenciandos em Ciências Biológicas. A professora
da disciplina de PeCC VI (Prática enquanto Componente Curricular) que
tem como tema a elaboração de uma Feira de Ciências, auxiliou os
acadêmicos na construção de saberes através de artigos científicos,
imagens e diálogos. Em seguida os mesmos foram designados a orientar
os alunos. Participaram do evento as turmas dos Cursos Técnicos
Integrados.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Componente curricular.
Interdisciplinar.
ABSTRACT
The Science Fair was held at the Farroupilha Federal Institute - Júlio de
Castilhos Campus, in the second half of 2017, which included the
participation of graduates in Biological Sciences. The teacher of the
discipline of PeCC VI (Practice as a Curricular Component), whose
theme is the elaboration of a Science Fair, assisted academics in the
construction of knowledge through scientific articles, images and
dialogues. Then they were assigned to guide the students. The classes of
the Integrated Technical Courses took part of the event.
Keyword: Teaching-learning. Curricular component. Interdisciplinary
138
Vozes da Educação
Introdução
O ensino superior, oriundo de instituições formadoras de
profissões demonstra-se um ambiente conteudista, auxiliando os
acadêmicos na busca de conhecimentos. Tendo em vista isso,
componentes curriculares com caráter diferenciado do método
tradicional de ensino, presente nas instituições, tem demonstrado
interesse pelos acadêmicos, no que tange o processo de ensino-
aprendizagem.
A utilização de maquetes, jogos lúdicos, cartazes, atividades
práticas são umas das possibilidades de metodologias que galgam tanto o
ensino quanto a aprendizagem dos alunos e dos professores nos
diferentes níveis de ensino: inicial, fundamental, médio e superior.
Piaget (1976) relata que a atividade lúdica é o berço obrigatório
das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de
desafogo ou entreterimento para gastar energia das crianças, mas meios
que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício
sensório motor e de simbolismo, uma assimilação do real à realidade
própria, fornecendo a este seu alimento necessário e transformando
o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os
métodos ativos da educação das crianças exigem todos que se
forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando,
elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso,
permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p.
160).
Em sala de aula, a didática diferenciada abordada pelo docente,
visa provocar o pensar crítico dos alunos, perfazendo a identidade
docente. Cada professor apresenta sua identidade, oriunda dos cursos de
formação inicial e continuada, portanto, o processo de formação de um
professor contribui com suas metodologias em sala de aula e sua
didática.
Visando superar as dificuldades deixadas pelo ensino
tradicional, os estudiosos em ensino, de um modo geral, vêm cada vez
mais explorando novas metodologias para facilitar e auxiliar o professor
no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, valorizando a utilização
de diversos recursos didáticos. Assim,
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
Metodologia
A PeCC IV (Prática enquanto Componente Curricular) – Feira
de Ciências, aconteceu no Instituto Federal Farroupilha – Campus Júlio
de Castilhos, no segundo semestre do ano de 2017. Haja vista que a Feira
de Ciências está intrínseca ao componente curricular do curso, ela
contou com a participação dos licenciandos do quarto semestre do
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e as turmas dos cursos
integrados ao ensino médio da presente instituição mencionada, Curso:
Técnico em Informática e Técnico em Agropecuária.
Semanalmente, no horário da disciplina de PeCC VI, a
professora regente da turma explanava assunto relativos a construção de
Feira de Ciências através de artigos científicos, imagens e diálogos. Com
isso os acadêmicos garantiam um embasamento teórico preparatório
para a organização da Feira, bem como a explanação das turmas
participantes do evento.
Do ponto de vista metodológico, as feiras de ciências podem ser
utilizadas para repetição de experiências realizadas em sala de aula;
montagem de exposições com fins demonstrativos; como estímulo
para aprofundar estudos e busca de novos conhecimentos;
oportunidade de proximidade com a comunidade científica; espaço
para iniciação científica; desenvolvimento do espírito criativo;
141
Vozes da Educação
Resultados e discussão
A Feira de Ciências proporcionou aos alunos a oportunidade de
divulgarem os trabalhos elaborados no decorrer do ano e/ou semestre
letivo, ainda a elaboração de inovações tecnológicas pelos participantes.
Os grupos de alunos foram orientados pelos acadêmicos do quarto
semestre. Foi disponibilizado aos alunos salas de informática com
computadores que os auxiliavam em pesquisas para a construção dos
experimentos. Definindo o conceito de Feira de Ciências, tem-se a
seguinte definição:
A Feira de Ciências é um empreendimento técnico-científico-
cultural que se destina a estabelecer o inter-relacionamento entre a
escola e a comunidade. Oportuniza aos alunos demonstrarem, por
meio de projetos planejados e executados por eles, a sua
criatividade, o seu raciocínio lógico, a sua capacidade de pesquisa e
seus conhecimentos científicos. (MORAES, 1986, p. 20).
As análises das pesquisas eram realizadas pelos professores e
orientadores, cujos eram acadêmicos do Curso de Ciência Biológicas,
intentando não ocorrer repetições de experimentos. No decorrer das
orientações em sala de aula, foi criado um grupo numa rede social
visando a troca de saberes entre os participantes.
A Feira de Ciências aconteceu durante a tarde e os avaliadores
foram os servidores do Instituto Federal Farroupilha. Estavam presentes
os alunos das Ciências Biológicas e de outras escolas dos municípios de
Júlio de Castilhos e Tupanciretã que foram convidados a prestigiarem o
evento, promovendo a divulgação científica e tecnológica entre a
comunidade.
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Vozes da Educação
Conclusões
Atividade como essa é fundamental para o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos, pois propicia a busca pelo aprendizado
gerando novos saberes, novas perspectivas e auxilia na interação aluno-
professor e aluno-aluno.
Para as instituições de nível Superior (IES) é importante o
desenvolvimento de projetos e eventos que interelacionem com o
público que as frequentam.
Conforme relato de alguns alunos, a Feira de Ciências foi
satisfatória, pois estava presente um público relevante para prestigiarem
o evento. Foi notável o empenho dos trabalhos dos alunos sendo que
haviam trabalhos inéditos o que garantiu sustentação científica e
inovação tecnológica.
Quando o professor tem uma visão holística frente aos alunos
pode-se contornar situações desafiadoras e promover o êxito final das
atividades E deste modo, o professor cria ideias para trabalhar com
conteúdo diferenciado, tendo em vista o aprendizado e a criatividade do
aluno.
Quando é instigado e incentivado o discente a pensar, a
descobrir suas habilidades, seus potenciais constroem-se o ambiente de
aprendizado. E através deste agregado, o desenvolvimento de novos
conhecimentos desenvolvendo novas práticas e conceitos pelo aluno.
As feiras de ciências, portanto, são um desafio acerca do papel
do professor orientar e acompanhar o aluno. Há um estímulo de
transformar a teoria em prática perfazendo as práxis. Nesta Feira de
143
Vozes da Educação
Referências bibliográfica
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Vozes da Educação
RESUMO
O presente trabalho pretende apresentar uma ampla discussão e
verificação de teorias já apresentadas e aceitas pela Pedagogia e
Psicologia, porém vinculá-las a Neuroaprendizagem e suas contribuições
para o entendimento do processo de ensino aprendizagem. Para isso,
pesquisaram-se trabalhos anteriores sobre o tema com enfoque em
renomados pensadores da Educação, Vygotisky, Piaget, Wallon, e
Montessori, vinculando-os as pesquisas de autores que dissertam sobre a
neurociência. Nesta mesma proposta pretende-se apresentar uma linha
de pensamento claro e objetivo, inspirando a quem o lê, o pensar e o
repensar das práticas pedagógicas na visão da Neuroaprendizagem. Com
exemplos de metodologias já conhecidas, mas com o enfoque da
Neuroaprendizagem, inclusive, especificando as fases do
desenvolvimento humano, pesquisou-se como o cérebro responde aos
estímulos por meio das atividades propostas. Não é de agora as
preocupações dos envolvidos na Educação quanto ao desenvolvimento
do ser humano na sociedade. Diversos trabalhos vêm discutindo a
temática de como o ser humano aprende e como o cérebro está
envolvido neste processo. A Neurociência entra neste cenário como
auxiliadoras nesta vinculação de aprendizagem e na busca por uma
educação de qualidade e de integração real do indivíduo na sociedade,
hoje, globalizada.
Palavras-chave: Neuroaprendizagem. Cérebro. Aprender.
ABSTRACT
The present work intends to present a broad discussion and verification
of theories already presented and accepted by Pedagogy and Psychology,
but to link them to Neurolearning and its contributions to the
understanding of the teaching-learning process. For this, previous work
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Vozes da Educação
Introdução
Esta pesquisa tem como objetos de estudos questionamentos
pertinentes ao aprender e como se explica a aprendizagem vinculada a
Neuroaprendizagem. È de suma importância que os profissionais da
educação entendam como a neurociência está implícita no que se refere
ao conhecimento, como se aprende, como se desenvolvem as habilidades
motoras, cognitivas e sociais. Neste sentido é necessário conhecer a
criança e mediá-la para que haja a aprendizagem, é preciso mostrar o
mundo, dar oportunidade para que ela explore, trabalhar em grupo com
foco no individual, percebendo a aprendizagem, e as interfaces dela.
Nesta mediação, em outro momento temos as Metodologias de
Ensino envolvidas no processo da aprendizagem, o que deve ser
minuciosamente definida incorporando-a a Neuroaprendizagem. Para
isso o entendimento de como funciona o cérebro no aprender é
significativo neste processo, pois as atividades quando planejadas de
forma a apresentar os conteúdos garantem o aprendizado e o
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dessa estrada e para uns poucos- por que não admitir outros tantos?-
ela foi por causa disso bloqueada.
Destarte, compreendemos que isso se configura, no mundo atual,
num grande desafio à educação e ao educador. Desse modo refere-
se à formação profissional do professor, a qual deve estar atualizada
à luz das novas concepções, decorrentes do desenvolvimento do
campo da Ciência e da filosofia, ocorrido no século XX.
Cabe ressaltar que desde muito tempo o homem se questiona
sobre a convivência do aprendiz com seu tutor, sua vinculação afetiva
faz a diferença na aprendizagem e no resultado do sujeito.
A questão é: quais as metodologias e estratégias que podem ser
utilizadas para um aprendizado efetivo de cada fase, que fortaleça o
próximo aprendizado na próxima fase e a verificação desta efetivação ,
com possibilidade de perceber as dificuldades e distúrbios das
deficiências de aprendizagem e se necessário, retornar ou retificar em
tempo hábil o aprendizado? Oliveira ( 2011, p. 8 ) diz que a educação
ganha quando é comprovado que as estratégias pedagógicas são
eficientes no processo de ensino aprendizagem e reorganizam o sistema
nervoso em desenvolvimento produzindo novos comportamentos.
No entanto, dentro desta perspectiva, uma questão importante
a verificar é sobre o que é necessário para o educador saber em relação
ao cérebro e suas fases de desenvolvimento na criança? Assim também
Oliveira ( 2011, p. 39) disserta que dentre os profissionais envolvidos e
interessados na neurociências o educador tem percebido a necessidade
de compreender tais eventos biológicos que se relacionam com o
desenvolvimento e a aprendizagem. Portanto, é muito importante que
tais conhecimentos sejam apontados nas pesquisas sobre o tema para
que dêem um norte ao educador.
Mas que bom seria para os educadores se os cérebros infantis
fossem iguais? Conhecer cada fase do desenvolvimento da criança para
ensinar facilitaria o trabalho do educador e principalmente como o
cérebro se desenvolve neste processo de aprendizagem. Relvas (2012)
em entrevista fala deste importante órgão que permeia a vida humana na
aprendizagem:
A forma de aprender está relacionada ao recebimento de estímulos
que são captados pelos sentidos, considerados fiéis escudeiros e
selecionadores, chamados canais sensoriais. Esses estímulos
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Jean Piaget
Psicólogo e filósofo suíço Jean Piaget nasceu na Suíça em 1896
e morreu em 1980. Suas idéias auxiliam os profissionais da educação
principalmente da educação infantil. Um apaixonado pelas questões do
cognitivo e da inteligência. Teve suas maiores investigações voltadas aos
estágios de desenvolvimento da criança e ao Construtivismo, explicando
que o conhecimento se constrói da interação entre o indivíduo e a
realidade que está inserido. Preste e Moro (2010, p. 248) dissertam que
Piaget considerava a inteligência como uma condição de vida e que todo
organismo vivo era para ele um organismo inteligente e para manter-se
vivo precisa adaptar-se ao seu meio, autorregulando-se, reconstruindo-se
internamente e realizando as trocas que lhes são vitais.
Oliveira (2011, p. 90) explica o Construtivismo de Piaget
dizendo que o conhecimento são construídos pela interação dos
homens, e que estes herdam uma forma de funcionamento que
compartilha com outros organismos vivos adaptando-se ao meio
organizando condutas e a realidade exterior.
Na mesma linha de resumo das teorias de Piaget temos ainda
conforme Shaffer ( 2005) apud Chiaratti ( 2013) a perspectiva de Jean
Piaget enfatizando os aspectos da Teoria Construtivista e Cognitiva onde
o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças,
em que o indivíduo constrói e reconstrói as estruturas que os torna cada
vez mais apto ao equilíbrio. Dentro disto seus pressupostos estão
pautados nos Estágios de desenvolvimentos: Estágio sensório motor (o-
2 anos), Pré-operatório (2-7 anos), operatório concreto (7 a 11 anos) e
operatório formal (12 anos em diante). Shaffer (2005) apud Chiaratti
(2013, p. 131) cita ainda que o processo de desenvolvimento é
influenciado por fatores de maturação ( crescimento biológico dos
órgãos) exercitação ( funcionamento dos esquemas e órgãos que implica
a formação de hábitos), aprendizagem social ( valores, costumes,
linguagem, padrões culturais e sociais) e equilibração ( autorregulação
interna do organismo/busca sucessiva de reequilíbrio após cada
desequilíbrio sofrido), e, os processos cognitivos permitem à criança
conhecer o mundo e interagir com ele, bem como atuar sobre ele.
Continuando com os pressupostos, Shaffer (2005) apud Chiaratti (2013)
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Chiarratti ( 2013) acima descrito. Cabe lembrar que Sales ( 2013) teve
seu estudo voltado a neuroplasticidade na Reabilitação, no entanto suas
pesquisas se encaixam na teoria da Neuroaprendizagem.
Chiaratti (2013, p.128-130) disserta que Piaget tem sua teoria
de adaptação vinculada na assimilação e acomodação e ela ocorre através
destas fases. O professor entra então como o desequilibrador deste
esquema onde o indivíduo recebe novas informações e desafios sendo
necessário readaptar-se no mesmo esquema, e assim sucessivamente.
Nesta afirmação pode-se citar um exemplo na Psicomotricidade com
Patel et. al ( 2012, p. 32) fala que a primeira reação da criança ao ser
apresentada ao espelho é de surpresa quando vê sua imagem refletida,
umas choram, outras riem, outras tentam pegar seu reflexo e nem
imaginam que é sua própria imagem, mas que aos poucos passa a
brincar, dar beijos, fazer caretas e percebe que seu corpo sente o mesmo
que ela observa no espelho.
O adulto interferiu no estado de equilíbrio e o esquema de
assimilação, acomodação e o reequilíbrio se renova, pronto um novo
conhecimento esta inserido no processo de ensino. Novamente pode-se
visualizar a neuroplasticidade cerebral agindo na aprendizagem. Reafirma
Oliveira (2011, p.43): “Esta permanente plasticidade do cérebro sugere
que ele foi concebido para a aprendizagem e adaptações, que podem
provocar modificações em sua estrutura diante de novos desafios.”
Maria Montessori
Maria Montessori nasceu em 1870 na cidade Chiaravalle, na
Itália. Formou-se médica e pedagoga e faleceu em 1952, nos Países
Baixos. Ficou conhecida pela sua teoria de que a aprendizagem é algo
que podemos adquirir sozinhos, bastando ter os incentivos e condições
corretas. Têm seu marco na História da Educação quando se interessou
por crianças com problemas mentais, percebendo que estas com
estímulos podiam ser ensinadas.
Ferrari (2011):
Ela percebeu que aqueles meninos e meninas proscritos da
sociedade por serem considerados ineducáveis respondiam com
rapidez e entusiasmo aos estímulos para realizar trabalhos
domésticos, exercitando as habilidades motoras e experimentando
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26Pesquisador da época que estudou durante trinta anos pessoas com necessidades especiais-
termo da época: “deficientes e anormais”.
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Henri Wallon
Henri Wallon tem seus estudos voltados a psicogenética no
campo do desenvolvimento humano vinculado ao desenvolvimento
cognitivo, emocional e social. Nascido em 1879 em Paris na França e
falecido em 1962 também e Paris. Considerava o ser humano como um
ser total, ou seja, não fragmentado, por isso seus estudos se baseavam na
contextualização das crianças.
Moro e Prestes ( 2010, p. 208) dissertam sobre Wallon:
Para Wallon as abordagens psicológicas que existiam na época
(aproximadamente 1920) eram insuficientes ara explicar a natureza
humana.: a psicologia introspectiva, idealista, considerava o sujeito à
parte do mundo material e objetivo; a psicologia de base biológica,
organicista, na qual o sujeito é visto exclusivamente como produto
do cérebro e, ainda a psicologia positivista, em que o sujeito é
considerado somente nas suas reações ao meio. Com isso ele buscou
o materialismo dialético tanto o fundamento epistemológico, como
o método de análise da sua teoria.
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Brincadeiras
Nesta metodologia do brincar podem-se citar diversas
atividades: na psicomotricidade (brincadeiras e correr ,salta, pular, parar,
lateralidade, entre outras). Patel et.al ( 2012 p. 56- 57) diz que:
O educador tem que estar preparado para receber a criança, escutá-
la saber considerar suas vivências, ações e comportamentos, assim
como acolher suas produções, acompanhando a partir delas seu
processo de maturação.
[...]
Toda prática psicomotora tem que estar ligada a uma concepção
lúdica, em que a criança possa interagir praticando brincadeiras,
expressões corporais, através do movimento de forma muito
prazerosa.
Continuando nesta mesma linha das brincadeiras, referindo-se a
faixa etária das crianças, pode afirmar que todos os estágios que a criança
passa pode ser inserida a metodologia do brincar para o processo de
ensino aprendizagem. Melo (2011, p. 17) diz que além da diversão as
brincadeiras proporcionam o desenvolvimento da criança, construindo o
simbólico, auxiliando na estrutura do pensamento, estimulando a
linguagem, a coordenação motora ,interagindo com seus medos e
angustias, compreendendo a realidade vivenciada, reconstruindo
significados etc. Neurologicamente temos Bianchi (2015):
Então, estamos diante do simbolismo e imaginação da criança, que
nas etapas de maturação cerebral, terão seu significado e significante,
transformando signos, e estes se relacionando com aprendizado
pelas brincadeiras, jogos, brinquedos e relação do outro (adulto ou
criança), e vivenciaremos o aprendizado simbólico adaptado às
múltiplas habilidades funcionais do córtex cerebral.
Jogos
Para Melo (2011, p. 25-33) Piaget já mencionava os jogos
sensório- motores nos primeiros meses de vida das crianças, que consistia no
surgimento do reflexo através da repetição com gestos e movimentos
simples. Continuando Melo (2011) destaca ainda os jogos simbólicos,
dentro do estágio pré-operatório, com o mundo do faz de conta, onde é
interessante observar as crianças, com os objetos estas reproduzem seu
dia a dia e demonstram através das brincadeiras como elas vivem. Wallon
entra nesta perspectiva com a afetividade nas interações sociais, onde é
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Considerações finais
Aprender então está diretamente ligado ao cérebro, desde a
fecundação este órgão do ser humano se desenvolve preparando-se para
adaptar-se ao mundo externo. Aprender é a adaptação ao meio que se
está inserido à medida que o indivíduo se desenvolve, é a mudança de
comportamento.
Conhecer como se dá o aprender é fundamental para os
profissionais da Educação. E a busca do entendimento da
Neuroaprendizagem pode ser uma ferramenta eficaz para o trabalho
pedagógico. É a fixação de informações que poderão auxiliá-lo nas
resoluções de problemas dentro da sua práxis pedagógica, é interar-se
com o outro nas relações sociais, é a busca da sobrevivência por isso é
um processo contínuo.
O ser humano então é um ser que se constitui a partir da
aprendizagem e absorção de conhecimentos, vinculados a diversos
fatores genéticos, ambientais, culturais, e sociais que se entrelaçam para o
aprender.
O cérebro entra neste contexto como um órgão organizador e
vital que interfere diretamente nas aprendizagens. No entanto, se a
aprendizagem pode constituir o ser humano e os diversos fatores estão
dentro deste processo, estímulos, motivação, afetividade são primordiais
para o desenvolvimento saudável do indivíduo. O vínculo correto entre
o cérebro e o aprender traz para a Educação uma linha de trabalho
coerente, prática e efetiva.
Verificou-se as teorias de renomados pensadores do séc.XX
percussores do desenvolvimento humano que até os dias atuais se
identificam com os educadores e pesquisadores da educação. Neste
estudo observou-se que todos os citados defendem a teoria de que o
meio que o individuo está inserido tem influência considerável na
aprendizagem e atinge diretamente as funções cerebrais. Cada um deles
com seus conceitos, mas outro ponto que concordam é que de uma
maneira ou outra o indivíduo precisa de um “mediador” no processo da
aprendizagem. Com isso, a figura do professor/ educador ainda torna-se
essencial à Educação.
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Susiéli Casonatto27
Tanara Terezinha Fogaça Zatti28
RESUMO
Este artigo parte das discussões propostas pelos componentes
curriculares do Mestrado Profissional em Educação e objetiva refletir
dialogicamente a formação continuada proposta pelo Pacto Nacional
pelo Fortalecimento do Ensino Médio enquanto reflexão da práxis,
fortalecimento do coletivo, autoria docente, o olhar para os sujeitos do
Ensino Médio e o retrocesso com a Reforma do Ensino Médio. Logo,
contextualizamos esse espaço de formação de professores como forma
de resistência a esse conservadorismo que vem se instalando na
sociedade, assim como a necessidade da retomada dos pressupostos da
Educação Libertadora.
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Introdução
O Ensino Médio, nos últimos anos tem ocupado lugar de
destaque nas discussões da educação, tanto nos debates educacionais
quanto nas pesquisas acadêmicas, evidenciando que a forma que está
organizado não atende mais as demandas desses novos sujeitos. Sujeitos
esses, oriundos do mais diversos contextos sociais, filhos de
trabalhadores e na maioria das vezes o jovem é o próprio trabalhador.
Este texto parte das reflexões iniciadas no curso de Mestrado
Profissional em Educação, da Universidade Federal da Fronteira Sul –
Campus Erechim, onde refletimos a respeito das temáticas de pesquisas
e discutimos a possibilidade de pensar o Ensino Médio e a formação de
professores, no contexto articulado pelo Pacto de fortalecimento do
Ensino Médio. Assim retomamos essas considerações frente ao novo
cenário instaurado de forma adversa pela Lei 13. 415 de fevereiro de
2017 que altera a Lei de Diretrizes e Bases, ressaltando a necessidade de
revisitar Paulo Freire, nesse momento de renascimento de ideias e
posturas conservadoras e neoliberais.
Metodologia
O ingresso no curso de Mestrado Profissional em Educação da
UFFS-Campus Erechim, nos aproxima de profissionais apaixonados pela
perspectiva freiriana, nos incentivam a buscar aprofundamento em sua
obra para dialogarmos diferentes aspectos de nossa realidade, entre elas,
a nossa própria formação e a de nossos pares. Nessa perspectiva, este
trabalho refere-se a um estudo bibliográfico e participação da formação
continuada proporcionada pelo Pacto, onde a partir de nossas discussões
e indagações, buscamos em Freire o aporte teórico para refletirmos o
fazer pedagógico frente a um cenário tão adverso que se instaura no país
em relação ao Ensino Médio.
Relacionamos assim, aspectos como formação docente,
alienação e atuação libertadora, norteadas pelas obras de Paulo Freire,
dos documentos legais (norteadores do Pacto e a Lei 13. 415/2017) e de
autores que dialogam sobre as problemáticas relacionadas Ciavatta
(2012), Freitas (2016), Carrano (2017).
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Considerações
O Pacto apesar de seus aspectos contraditórios foi uma
formação importante para os professores do Ensino Médio. Muitos
professores a partir dessa formação despertaram para outras leituras,
para o repensar das práticas pedagógicas, para o planejamento numa
perspectiva coletiva.
Em Medo e Ousadia, Freire faz uma contextualização de como
o golpe de 1964, o tornou consciente dos limites da educação na
transformação política da sociedade (FREIRE e SHOR, 2011, p. 59).
Concordamos que embora os golpes não sejam benéficos, nesse
momento, demonstram a necessidade de contextualizar a política
econômica que regulamenta as demais concepções, e embasadas nessa
consciência buscarmos dialogar as possibilidades de articulação de uma
nova perspectiva educacional.
Na educação, parece que estamos sempre recomeçando; as
formações precisam ser contínuas, acontecer de forma que o professor
queira estar nesse espaço e principalmente sentir-se parte da luta por
uma educação para todos de qualidade e que supere os padrões de uma
escola elitista.
Freire (2014), faz um alerta para os discursos ideológicos que
nos anestesiam, confundem a curiosidade e distorcem a percepção dos
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Referências bibliográficas
BRASIL. Emenda Constitucional nº 59/2009, de 11 de novembro de
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59.htm. Acessado: 19 de nov. 2015.
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RESUMO
Este artigo apresenta parte de um estudo sobre a linguagem teatral na
educação infantil. Ao longo da pesquisa, buscou-se refletir sobre a
linguagem teatral nessa etapa da educação. O artigo traz a pioneira dos
jogos teatrais, Viola Spolin, cujo princípio é o de que todos são capazes
de atuar. Apesar de apresentar esta técnica de improvisação, o presente
estudo não se detém exclusivamente nela, utilizando também a
concepção dos jogos dramáticos infantis explorados a partir de desafios
de dramatização às crianças, mas sem a preocupação com o acabamento
e com o produto final.
Palavras-chave: Linguagem teatral. Educação Infantil.
ABSTRACT
This article presents a study about the theatrical language in early
childhood education. Throughout the survey, the aim was to ponder on
the theatrical language at this stage of basic education. The article brings
the pioneer of theater games, Viola Spolin, whose principle is that
everyone is able to act. Despite presenting this improvisation technique,
the present study does not dwell exclusively on it, but uses the
conception of children's theater games exploited from dramatization
challenges to children, without worrying about its finishing and the final
product.
Keywords: Theatrical Language. Childhood education.
pedagógica da Prefeitura Municipal de São Paulo em uma escola de educação infantil e tutora
em EAD no Centro Universitário São Camilo. talita.mestradoeducacao@gmail.com
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ABSTRACT
This text reveals the need for new perspectives on how to teach the adult
during literacy in Youth and Adult Education (EJA) rooms raising
questions that cause students to reflect on why they are learning and how
this can be used for their own benefit. The objective of this research is to
show the andragógico model presented by Malcolm Knowles. In the
investigation we also present the necessary distinction between concepts
of Pedagogy and Andragogy. The innovative conception of which we are
referring is intrinsically associated with the idea of changes in the
teaching-learning process of the EJA scenario.
Keywords: Youth and Adult Education. Andragogy. Horizontality.
Dialogicity.
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Introdução
Este artigo pretende destacar a importância de um ensino
direcionado ao aluno adulto, não só pelo fato de adultos e crianças
aprenderem de formas diferentes, mas principalmente pelas mudanças
ocorridas nos últimos dois séculos e que revolucionaram a forma de o
indivíduo interagir com o entorno.
Tem como objetivo geral apresentar uma reflexão sobre a
andragogia, visando contribuir para o ensino de adultos, respeitando e
aproveitando os conhecimentos prévios adquiridos ao longo da vida do
sujeito, a fim de valorizar o aprendizado, transformando o aprendiz de
objeto a sujeito da educação, justificando-se pela necessidade de trazer à
tona, novas discussões sobre a educação, dentro dos princípios
andragógicos.
Faremos uma breve abordagem sobre a questão da educação de
adultos, da necessidade urgente de aprofundamento o conhecimento
relacionado a esta nova ciência “Andragogia”, baseada em alguns
teóricos e a necessidade em quebrar paradigmas existente e enraizado na
educação, com se todos, crianças e adultos aprendessem da mesma
forma.
O professor deve aprender que os adultos preferem que lhes
ajude a compreender a importância prática do assunto a ser estudado,
preferem experimentar a sensação de que cada conhecimento fará
diferença em suas vidas.
Em relação aos procedimentos metodológicos utilizados nesta
pesquisa foi inteiramente bibliográfico, pois a aplicabilidade da
Andragogia ainda é um espaço a ser ocupado. Onde é possível
vislumbrar a possibilidade de uma metodologia que ainda se encontra
adormecida e que pode e deve ser direcionada ao Jovem e Adulto.
A pesquisa de revisão bibliográfica caracteriza-se em estudar um
tema pouco explorado, embasado em conceitos descritivos nas
bibliografias existentes e tem como objetivo descrever de modo
sistêmico a necessidade de repensar a educação, não só através de
conhecimentos pedagógico pré-existentes, mas também apoiar e
incentivar os conhecimentos oferecidos através da Andragogia.
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seja, por meio da humildade, que também significa que ambos estão
abertos a aceitar as contribuições do outro, e compreenderem-se
mutuamente.
Esse sentimento de humildade, quando visto no campo da
Educação de Adultos, tem a aprendizagem centrada no aluno, e o
professor não é o detentor de todo o conhecimento, mas o aluno possui
saberes próprio e único, os quais são frutos de sua construção histórica,
social e cultural; estes conhecimentos são valorizados pelo professor.
3. A fé nos homens: Para Freire (2006, p. 93) a fé nesse contexto
se refere a “fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e de recriar.
Fé na sua vocação de Ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos,
mas direito dos homens”. Assim, o autor se refere à capacidade de
professores e alunos em sempre aprender mais, de estarem sempre aptos
a aprender, a reaprender, a criar e recriar. O professor interage com os
alunos, desconsiderando as inferioridades, em que todos são dotados da
mesma capacidade de aprender e interagir, ambos participantes do
processo de ensino e aprendizagem.
4. A esperança: é o que move as pessoas e o mundo; Paulo Freire
era um homem esperançoso ao extremo, sempre acreditava que era
possível mudar o mundo por meio da educação; assim, a esperança se
encarrega de tirar o aluno da estagnação, do estado mórbido, e lhe dar
vida, criatividade e esperança; a esperança, pois move o mundo, as
pessoas e o processo de ensino e aprendizagem.
5. O pensar crítico é um requisito indispensável à educação
dialógica. Os indivíduos envolvidos no diálogo devem exercitar uma
reflexão sobre a realidade que os cerca em uma atitude de não
conformidade. De acordo com Freire (2006), essa postura crítica consiste
em uma atitude de perceber a realidade como processo dinâmico e não
como um produto, algo acabado.
Paulo Freire foi um defensor ávido do diálogo, da interação
entre as pessoas, da troca de experiências, do amor, humildade, da luta
pela conscientização dos homens como forma de libertação.
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Modelo andragógico
O modelo pedagógico atribui ao professor total
responsabilidade por tomar todas as decisões sobre o que será
aprendido, como isso será aprendido, quando e se foi aprendido. Essa é
a educação dirigida pelo professor, que concede ao aluno apenas o papel
submisso de seguir as instruções definidas por ele.
No modelo andragógico, a aprendizagem é de responsabilidade
compartilhada entre professor e aluno. A andragogia fundamenta-se no
“aprender fazendo”.
O método andragógico é de fundamental importância no
processo de educação do adulto, por se tratar de pessoa já dotada de uma
consciência formada, com hábitos de vida e situações de trabalho que
não podem ser arbitrariamente modificados.
Segundo Aquino (2007), a andragogia, inicialmente definida
como a arte de ajudar os adultos a aprender, apresenta-se atualmente
como uma alternativa à pedagogia e refere-se à educação centrada no
aprendiz para pessoas de todas as idades.
Ainda segundo Perissé (2008), os conceitos andragógicos
devem ser aplicados na formação do professor, uma vez que é adulto e
necessita ver e tratar seus alunos adultos como pessoas verdadeiramente
livres e responsáveis. Esta é a motivação das motivações -ser tratado
como um ser inteligente, capaz de acertar na vida. Muito além das notas,
os alunos maduros anseiam ver como a realidade acadêmica concorrerá
de fato para que sua realidade pessoal seja dinâmica, produtiva. Os
professores de alunos adultos, pressionados por problemas que a
pedagogia só em parte pode solucionar, precisam estudar Andragogia. O
adulto aprendiz é quem melhor ensinará como ensinar.
Sobre a discussão acerca da pedagogia e da andragogia na
educação de jovens e adultos, podemos considerar o que aponta
DeAquino (2007 p. 13) apud Carvalho et.al (2010, p.83) que:
A grande discussão hoje existente nos meios universitários e de
educação continuada é se a pedagogia é uma forma adequada para o
ensino e aprendizagem de adultos ou se a andragogia, uma
abordagem que considera a postura crítica e a necessidade da
experimentação, seria capaz de trazer resultados melhores para esse
grupo particular d aprendizes.Nosso entendimento é de que existe
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Fatores significado
Ser espontâneo, sincero, expressá-lo que se sente, não inibir a
conduta.
AUTENTICIDADE pensante e emotiva. Permite critica-a e
autocrítica construtiva. Fator essencial para a manutenção harmônica das
opiniões.
RESPEITO MÚTUO relacionamentos durante o
desenvolvimento das diferentes atividades de aprendizagem. É
necessário praticar a lealdade e companheirismo desinteressados,
COMPORTAMENTO reconhecer os méritos e valores de os demais.
Ser respeitoso das condutas de o outro, ser autênticos.
EMPATIA A empatia é possível sobre a base de um
conhecimento sincero da conduta própria e alheia.
Considerações finais
Ao iniciar esta pesquisa, sabia-se das dificuldades que seriam
enfrentadas, por tratar-se de um tema, um tanto quanto desconhecido no
meio da comunidade escolar, diante da necessidade em demonstrar a
importância da Andragogia e sua aplicabilidade na EJA, procurou-se
fundamentação na bibliografia existente, uma forma de comprovar que a
educação não é feita somente da Pedagogia, e que existe um enorme
espaço ainda a ser ocupado pela aplicação da Andragogia.
A andragogia, apesar de pouco conhecida, é uma ciência que
vem provocando discussões ao longo do tempo: Galileu Galilei (1564-
1642) já dizia. “não se pode ensinar coisa alguma a alguém, pode-se
apenas auxiliá-lo a descobrir por si só”. Kaufmann (2000), afirma que a
andragogia oferece as diretrizes de aprendizagem para pessoas que
tenham tendência à autonomia e a autoinstrução.
O estudo aqui desenvolvido, permite verificar que o ensino
realizado sob o foco da andragogia será capaz de desenvolver nos
adultos toda sua capacidade, permitindo assim que suas habilidades
sejam devidamente afloradas, assim como a continuidade da utilização de
métodos que já haviam sido considerados eficientes pelo próprio sujeito.
Portanto, é preciso reconhecê-los como sujeito de direito e
realizar um levantamento das suas necessidades e expectativas, conhecer
219
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Referências bibliográficas
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Trad. Teresa de Araújo Pena. Petrópolis: Ed. Vozes Limitada, 1974.
224p.
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ABSTRACT
To describe the movement of EPS on Health Models and its imbrication with
the National Health Promotion Policy, with professionals from the ESF of a
municipality of Rio Grande do Sul. Report of experience on the practice of
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Permanent Education in the ambit of the PHC. Two meetings, lasting four hours
each, were held with 10 professionals. The proposal brought great enthusiasm to
the professionals, since it was tried to problematize the reality of the team related
to the health-disease process. Experience has proved to be important in
professional improvement, technical qualification and commitment are essential
to work in PHC.
Introdução
Em 2004, o Ministério da Saúde (MS) instituiu a Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), compreendida
como aprendizagem no trabalho, na qual o aprender e o ensinar são
incorporados ao cotidiano das organizações e do trabalho. A Política
também abarca, conceitualmente, o referencial construtivista que
compreende a educação como prática libertadora. Dessa forma, tem
como objetivo transformar as práticas nos serviços de saúde, por meio
de um processo de aprendizagem significativa, a partir da análise coletiva
dos processos de trabalho com a participação das equipes
multidisciplinares.
A PNEPS foi alterada posteriormente, em 2007, pela Portaria
1.996/07, mantendo como objetivo principal a formação e
desenvolvimento dos trabalhadores para o setor da saúde, com
constantes processos educativos voltados à realidade de trabalho e ao
contexto social destes sujeitos. Em 2009, com o Decreto 7508/2011 são
criadas Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES),
que participam da formulação, execução, acompanhamento e avaliação
de ações da Educação Permanente em Saúde (EPS), em nível regional.
Nesse contexto da saúde e da EPS, tem-se a Estratégia Saúde
da Família (ESF), como proposta de reorientação da Atenção Primaria
à Saúde (APS), abrangendo outras políticas públicas, como a Política
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), que busca promover a
saúde nas comunidades ao garantir aos cidadãos os direitos de acesso
equânime e integral á esses serviços, de acordo com a Constituição
Federal de 1988. A ESF é uma estratégia do MS de intervenção em nível
comunitário que se caracteriza pela existência de uma equipe
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Metodologia
Trata-se de um relato da experiência sobre uma prática de EPS
no âmbito da APS, especificamente na ESF. Para tanto, foram realizados
encontros no mês de outubro de 2017, com duração de
aproximadamente quatro horas cada um, com a equipe da ESF de um
município da região noroeste do estado do RS. Participaram os seguintes
profissionais: Médico, Dentista, Técnica de Enfermagem, Auxiliar de
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Considerações finais
Constata-se que a EPS possibilita o compartilhamento das
vivências entre os profissionais da ESF, uma vez que se utilizam desse
momento para expor os problemas e dificuldades que enfrentam no dia a
dia de trabalho na APS. Por outro lado, percebe-se o compartilhamento
de estratégias individuais que utilizam para resolver ou minimar as
situações desfavoráveis à saúde da comunidade, oportunizando a trocas
de saberes entre os profissionais da equipe. Essa prática, por si, já se
configura como um potencial movimento de EPS.
A prática possibilitou a reflexão sobre a importância da
Promoção da Saúde, na sua dimensão pedagógica e política, com vistas
ao fortalecimento da APS. Nesse sentido, a inter-relação entre propostas
de EPS e de PS com a ESF revelou-se como uma proposição bastante
profícua e que, em certa medida, vem acontecendo no cotidiano das
equipes.
Ao final dessa experiência de EPS, observa-se a importância de
promover momentos de aprendizado e aprimoramento profissional em
saúde às equipes de ESF, visto que os profissionais da APS necessitam
235
Vozes da Educação
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RESUMO
A pesquisa analisa a participação da juventude rural no processo produtivo e
tomada de decisão familiar, em um grupo de famílias camponesas, localizada
no assentamento Padre Ezequiel em Mirante da Serra/RO. As famílias
analisadas são produtoras/es agroecológicos, assentados e vem
desenvolvendo uma agricultura para sustento familiar. O maior desafio para
permanência dos jovens no campo gira em torno da geração de renda. As
unidades produtivas são pequenas, reduzidas a produção de leite e alguns
grãos, com pouca renda financeira, não satisfazendo as demandas da
juventude, indo a mesma procurar remuneração na cidade.
Palavras-Chave: Juventude rural, Agroecologia, geração de renda.
ABSTRACT
The research analyzes the participation of rural youth in the productive
process and family decision making, in a group of peasant families, located in
the Padre Ezequiel settlement in Mirante da Serra / RO. The analyzed
families are agroecological producers, settlers and have been developing an
agriculture for family sustenance. The greatest challenge for young people to
stay in the field revolves around income generation. The productive units are
small, reduced to the production of milk and some grain, with little financial
income, not satisfying the demands of the youth, going to the same look for
remuneration in the city.
Keywords: Rural youth, Agroecology, income generation.
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Introdução
A pesquisa aqui realizada tem como foco a vivência da
juventude do assentamento Padre Ezequiel, município de Mirante da
Serra/RO, cujas famílias, ao receber a terra, definiram trabalhar de forma
responsável com o solo. Essas famílias produzem alimentos para
abastecer o mercado local e buscam o sustento da casa. A proposta da
pesquisa é conhecer as relações que se estabelecem entre essas famílias
com a juventude e saber como isso impacta na decisão de sair ou
permanecer no campo. Todo o histórico organizativo das politicas
públicas do Brasil nos leva a perceber que a saída da juventude do campo
é um resultado, e não um processo desconectado do que acontece na
sociedade.
O período compreendido como juventude, assim como os
demais períodos da vida possui muitas particularidades, é feito de
desejos, vontades e ações que são próprias desta fase. No Brasil, há
poucas e frágeis politicas públicas pensadas para melhorar a vidas dos
jovens, principalmente nas áreas rurais, faltam condições para geração de
renda, lazer, formação, enfim, condições para a juventude se estabelecer
no campo com qualidade.
O momento em que vivemos permite ao jovem estabelecer uma
conexão com o resto do mundo, as redes sociais ampliaram
sistematicamente o lugar. Pensar políticas públicas em pleno Século XXI,
para este segmento social, requer considerar esta realidade de ampliação
das interações e relações dos jovens com o entorno e em como articular
com a vida no campo.
O processo de ocupação das terras produtivas pelo agronegócio
no Brasil gera um deslocamento das famílias camponesas, que foram
obrigadas a deixar suas comunidades de origem, muitas foram para as
áreas urbanas virar força de trabalho barata, cumprindo o propósito das
politicas capitalistas, outras, atraídas pela propaganda do governo que,
querendo ocupar o território Amazônico, criou condições para que
famílias sem espaço nas regiões mais desenvolvidas aventurassem para o
território novo, enfrentando doenças e animais, e também conflitos com
indígenas, ribeirinhos e seringueiros que já ocupavam esse território.
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Materiais método
Para a obtenção das informações, compreensão e reflexão do
tema em questão, a pesquisa se caracteriza pela abordagem qualitativa.
Na coleta das informações, prioriza-se a pesquisa de campo e entrevistas
semi-estruturadas, complementada com pesquisa bibliográfica e
observações do pesquisador.
A produção e execução da pesquisa se deram em todo primeiro
semestre do ano de 2017, foram realizadas entrevistas com oito famílias,
sendo quatro jovens, dois dirigentes e dois técnicos que realizaram
assistência técnica no assentamento em períodos recentes.
Utilizou se como critério para selecionar essas famílias o
sistema de produção praticado por elas, sua participação na feira de
agroecologia do município de Mirante da Serra, e o fato de estarem
morando no Assentamento e terem filhos presentes ou não na unidade
produtiva. Todas as famílias pesquisadas passaram pelo processo de
acampamento e de diversas atividades de formação política, além disso,
são dirigentes em suas igrejas, associações, cooperativas, times de futebol
e da Feira de Agroecologia do município. Os dirigentes foram escolhidos
de acordo com sua atuação no assentamento, desde o processo de
acampamento até os dias atuais e os técnicos de acordo com o trabalho
que desenvolvem no assentamento juntos as famílias.
A metodologia foi baseada em: Pesquisa bibliográfica, consulta nos
autores que tratam do tema relacionado à pesquisa, dialogou-se e debateu
com as principais obras com cuidado de interpretar bem o que os
autores querem passar para melhorar suas contribuições na dissertação; e
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para ter uma vida melhor, ganhar bem, e não ter que enfrentar o sol
quente diariamente.
O ser jovem rural nos dias atuais vai para além da vontade de
permanecer no campo. O valor financeiro da terra para aquisição
praticamente inviabiliza o acesso por parte dos jovens de famílias de
baixa renda. A renda da terra não mudou muito nos últimos anos, os
preços dos produtos agrícolas, tem aumentos insignificantes,
comprometendo o ganho familiar. Precisa discutir com a juventude
projetos de vida para o campo, construir algo que seja viável, tanto
financeiramente quanto ambientalmente, só assim, aliando produção
com preservação, conseguirá dar continuidade aos trabalhos na unidade
produtiva, e será possível discutir sucessão rural.
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Considerações finais
As conclusões tiradas a partir das reflexões acerca das temáticas
que sustentam a pesquisa aqui descrita aprofundaram um pouco mais a
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40No inicio dos anos 70, o INCRA deu início à implantação de Projetos Integrados de
Colonização- PIC, com investimentos de valores para a demarcação e distribuição de lotes de
terras rurais, abertura de estradas, construção de pontes, implantação de infra-estrutura básica e
atendimento aos colonos, com recursos do POLONOROESTE. “Os núcleos agrícolas foram
organizados com lotes de 25 hectares, sendo 500m de frente por 500m de extensão,
constituindo minifúndios voltados para culturas anuais: arroz, feijão, milho e mandioca. O objetivo
declarado era o enraizamento do colono (seringueiros, soldados e os índios “civilizados”) por
meio da pequena propriedade” (SOUZA, 2002, p.38).
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municipal, que precisa manter o tráfego dos ônibus para levar os alunos
até os colégios urbanos nos três turnos de aula. As escolas se tornaram
outro problematizador no que se refere à manutenção dos jovens no
assentamento, a interação das escolas com o assentamento não existe.
Segundo os pais, não há nenhum evento escolar no assentamento, as
reuniões tem uma participação pequena das famílias, aumentando
sempre mais as distancias entre as comunidades do assentamento e a
escola.
Os movimentos sociais em que as famílias estão envolvidas
criam espaço para a juventude, incentivam a participação em suas
atividades e procuram envolver os jovens em suas instancias, acreditando
na rebeldia da juventude como motivador para lutar por direitos, porém
essas ações não tem dado conta de manter uma aproximação efetiva dos
jovens que, ao atingir maior idade afastam-se para cuidar de seus
afazeres.
Os jovens do assentamento tem acesso a mídias sociais, a
proximidade da cidade, permite acesso à internet no celular em quase
todo o assentamento, facilitando o acesso, muitas famílias possui wifi em
casa, o que coloca os jovens em contato permanente com jovens de fora
do assentamento, esse contato contribui com o distanciamento dos
jovens com a comunidade local, as redes sociais é o contato mais fácil
que as famílias possuem para falar com as pessoas distantes haja vista, a
dificuldade com a cobertura das operadoras de celular.
Por ser um município pequeno, a rádio local é uma ferramenta
muito forte de interação entre as famílias e o comercio, a participação
das pessoas tanto pedindo música, quando mandando recado na rádio é
muito grande. Observa-se que durante o dia, principalmente pela manhã,
nas casas visitadas, todas as famílias estão escutando o programa da rádio
local.
Do ponto de vista da produção agrícola, as famílias que
produzem sem uso de produtos químicos, são conscientes dos benefícios
de uma alimentação saudável, e a prática de uma forma que venha
contribuir com a comunidade e o entorno. Praticam a produção de
alimentos básicos e sabem do compromisso de oferecer às demais
famílias do município produtos que venham a acrescentar na saúde.
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259
Vozes da Educação
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Vozes da Educação
RESUMO
O objetivo deste artigo é refletir sobre a Ficha de Comunicação de Aluno
Infrequente – FICAI, instrumento criado com o objetivo de dar efetividade
ao artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e artigo 5º, §
1o da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Para que de fato a FICAI, seja
um instrumento eficaz e cumpra os objetivos propostos, o trabalho com a
rede de proteção torna-se necessário. Manter a criança e o adolescente na
escola é dever de todos e a sua permanência envolve muitos desafios e olhar
atento para as situações de violações dos direitos fundamentais que
necessitam de intervenções dos órgãos do Sistema de Garantia de Direitos,
bem como das diversas políticas públicas.
Palavras-chave: Rede de proteção, políticas públicas, direitos fundamentais.
ABSTRACT
This article aims to discuss about the Ficha de Comunicação de Aluno
Infrequente - FICAI, an instrument created with the aim to make the article
56 from 'Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)' and the article artigo
5º, § 1o from 'Lei de Diretrizes e Bases da Educação' more effective. In order
for FICAI to be an effective tool and fulfill the proposed objectives, working
with the safety network becomes necessary. Keeping children and
adolescents at school is everyone's duty and their permanence there involves
many challenges and a careful look at situations of fundamental rights
violations, which require interventions by the organs of the Rights
Guarantee System as well as public policies.
Keywords: Safety network, public policies, fundamental rights.
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Vozes da Educação
Introdução
Segundo Rizzini, a primeira iniciativa de política pública voltada
para a infância no Brasil surge em 1901, através do Instituto de Proteção
e Assistência à Infância, replicado em diversos países. Em 1919, foi
criado o Departamento da Creança que previa o atendimento à família
pobre, ofertando cursos educativos voltados aos cuidados com as
crianças, realização de campanhas de vigilância sanitária nas escolas e
organização de congressos voltados à higiene infantil e puericultura 42.
Ao final do século XIX, identificava-se a criança, filha da
pobreza – material e moralmente abandonada – como um problema
social gravíssimo, objeto de uma magna causa, a demandar urgente ação
(RIZZINI, 2011).
Infelizmente surge nesse período, o termo “menor” a toda
criança proveniente de família pobre, justificando a criação de um
aparato médico-jurídico-assistencial que tinha como objetivo a
prevenção, a educação, a recuperação e a repressão de crianças e
adolescentes. O foco era vigiar, moldar, reabilitar, através do trabalho e
da “instrução” e caso fosse necessário, a repressão ao menor
delinqüente43, em nome da paz, da ordem e do futuro da nação. Educar
a criança era cuidar da nação; moralizá-la, civilizá-la. Cuidar da criança e
vigiar sua formação moral era salvar a nação (RIZZINI, 2011, 27).
O discurso da elite letrada que dominava a arena política da
época estava centrado na proteção a infância, evitando assim danos à
sociedade no futuro. Tal argumento contribuiu para implementação de
estabelecidas.
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Vozes da Educação
políticas públicas que impunham a tutela aos filhos dos pobres pelo
Estado, cerceando direitos e mantendo-os à margem da sociedade. Em
situações em que a família se mostrasse incapaz de educar e vigiar seus
filhos tinha o seu direito cassado.
Em 1926 foi aprovado no Brasil, o Decreto que instituía o
Código de Menores e em 1927, foram consolidadas as leis de assistência
e proteção aos menores, através do Decreto nº 17.973 – A, contendo
231 artigos que privilegiavam formas de contenção e repressão extrema
da população infanto-juvenil, proveniente de famílias pobres, em
detrimento de uma educação de qualidade, diferentemente dada às
crianças e adolescentes das classes ricas.
No livro, A escola e a República, a autora Marta Maria Chagas,
salienta que a educação nos primeiros anos do período republicano, era
vista como uma “arma perigosa” e a proposta educacional da época não
tinha a presença da União. Na época as escolas eram consideradas: (...)
casas sem luz, meninos sem livros, livros sem método, escolas sem disciplina, mestres
tratados como párias”44 (CARVALHO, 1989:24).
Desde o processo de colonização e especialmente, no contexto
da constituição histórica dos estados nacionais latino-americanos, os
sistemas educacionais foram se desenvolvendo em velocidades
diferentes.
A proclamada unidade dos sistemas nacionais de educação sempre
foi, na América Latina, muito mais um anseio do que uma realidade.
Circuitos educacionais altamente segmentados e diferenciados (no
tipo de população que atendem, nas condições de infraestrutura e de
exercício da função docente, etc), foram definindo um
conglomerado educacional no qual a norma tem sido, quase sempre,
a de oferecer educação pobre aos pobres, permitindo apenas às
elites a possibilidade de acesso a uma educação de excelência.
Circuitos diferenciados nos quais o direito à educação de qualidade,
longe de se fundamentar em um princípio de igualdade, foi se
constituindo em um caro privilégio daqueles que têm condições de
pagar por ele (GENTILI e ALENCAR, 2003: 36).
No campo educacional é nítida a falta de investimento público,
bem como a redução dos recursos nas áreas sociais, ameaçando a
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em nível municipal, estadual ou federal, e/ou entidades da sociedade civil e organizações não
governamentais. Mais especificamente, significa articulação entre os órgãos do sistema de
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Considerações finais
Mészaros, 2008, enfatiza que o papel da educação é soberano,
tanto para elaboração de estratégias apropriadas e adequadas para mudar
as condições objetivas de reprodução, como para a automudança consciente
dos indivíduos chamados a concretizar a criação de uma ordem social
radicalmente diferente.
Constata-se, porém que este desafio não é tarefa de poucos,
mas de todos os atores que compõem a rede de proteção. Torna-se
necessário a construção de um projeto comum com uma visão crítica da
realidade.
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Referências bibliográficas
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275
Vozes da Educação
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo principal analisar a concepção que
o educador apresenta sobre a temática da sexualidade infantil,
considerando as abordagens sociológicos acerca da criança, bem como a
contribuição desses conceitos para a compreensão da infância na
sociedade contemporânea. Por fim, os resultados apontaram que para
alguns profissionais da educação, a sexualidade infantil ainda soa como
um objeto desconhecido, e por isso se faz necessário ampliar a discussão
em torno do assunto, a fim de dar melhor condição para que a escola
seja de fato um lugar de desenvolvimento da criança em toda a sua
plenitude.
Palavras-chave: Infância. Criança. Sexualidade. Escola.
ABSTRACT
The main objective of this study is to analyze the conception that the
educator presents on the theme of child sexuality, considering the
sociological approaches about the child, as well as the contribution of
these concepts to the understanding of childhood in contemporary
society. Finally, the results pointed out that for some education
professionals, child sexuality still sounds like an unknown object, and
therefore it is necessary to broaden the discussion around the subject, in
order to give a better condition for the school to be in fact a place of
development of the child in all its fullness.
Keywords: Childhood. Child. Sexuality. School.
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Introdução
Sendo a sexualidade parte integrante do indivíduo, vale ressaltar
a importância do tema se fazer presente no contexto escolar, a fim de
que os educadores possam ajudar a criança a entender melhor o seu
corpo e as mudanças que nele ocorrem. Logo, responder a possíveis
questionamentos sem levar as crianças a um amadurecimento precoce,
evitar constrangimentos e frustrações que poderão comprometer o
desenvolvimento das mesmas, considerar a curiosidade, para que elas
não se inclinem a buscar respostas para sanar a esta curiosidade através
de mídias sociais sem que antes tenham recebido as orientações
necessárias.
A escola é, portanto, um espaço, cuja função é a formação do
indivíduo. Considerando que é este, o espaço onde a criança passa
grande parte do seu tempo, as instituições educacionais devem preparar
os seus profissionais a fim de ajudá-los a lidar e a intervirem de maneira
positiva nas diversas situações de comportamentos que a criança poderá
apresentar no que diz respeito à sexualidade.
De pronto, acontece muitas vezes, que a criança é vista pelo
grupo de pertencimento, como um ser assexual, inocente e incapaz de
compreender determinados assuntos, apesar de existir a erótica na
criança desde a sua infância, como afirma Freud (1905). Em decorrência
disso, os adultos se limitam a falar principalmente sobre questões
referentes ao corpo e à sexualidade, por associar a infância à inocência, à
ingenuidade [...] como destaca Bujes (2001).
Partindo desse princípio o presente trabalho, busca discorrer
sobre a sociologia da infância e os limites da sexualidade infantil no
cotidiano escolar. Justifica-se pela necessidade de compreender as
diferentes concepções em torno da criança e da infância considerando o
tempo/espaço em que ocorrem e a relação dos aspectos sociais e
culturais para o desenvolvimento sexual da criança. Por isso busca em
seu objetivo principal analisar a concepção que o educador apresenta
sobre a temática da sexualidade infantil.
O presente artigo é dividido da seguinte forma: A Metodologia
da Pesquisa que descreve a abordagem, o método, os instrumentos
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Metodologia da pesquisa
A pesquisa se caracteriza como uma forma de investigação que
se utiliza de observações e análises com o propósito de responder
perguntas e resolver problemas. Desse modo, contribui com possíveis
mudanças e melhorias da realidade estudada. “Na condição de princípio
científico, a pesquisa apresenta-se como a instrumentação teórico
metodológica para construir conhecimento” (DEMO, 2000, p.33). O
estudo realizado se apoia nos suportes paradigmáticos: descritivo e
exploratório, utilizados para entender a natureza das ciências sociais. A
natureza dessa pesquisa é, pois, qualitativa.
É apoiada no paradigma descritivo porque “tem como objetivo
primordial a descrição de características de determinada população ou
fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 1999,
p.44). O método utilizado na pesquisa é o fenomenológico que tem
como fim a busca de significado da experiência. Poderá buscar uma
compreensão idealista a fim de alcançar a essência ou uma compreensão
mundana no mais alto grau de criticidade, sem a pretensão de encontrar
respostas definidas do fenômeno observado. É de caráter descritivo e
visa apresentar os fatos tal qual eles são apresentados.
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Perda do sono
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Considerações finais
Conforme apontaram as discussões, a concepção que se tem da
infância hoje, é fruto de um processo histórico construído cultural e
socialmente. Em cada tempo era atribuído um sentimento. A princípio,
observe-se que a criança, no contexto pesquisado por Ariès, era vista
como um adulto em miniatura, participando de todas as atividades
inclusive das relacionadas à sexualidade e ao sexo.
Com o surgimento das instituições de ensino, a formação era
voltada para o preparo profissional pensando a criança como um sujeito
que viria a ser. A infância por sua vez, deixava de ser analisada como
uma fase presente na vida da criança, na perspectiva de ser um momento
preparatório para a fase adulta. No contexto da contemporaneidade, a
infância ganha uma conotação diferente e a criança passa a ser então um
sujeito de direitos, tendo desse modo a sua integridade preservada.
Enquanto espaço social, a escola precisa estar preparada para a
formação do sujeito em todos os seus aspectos. Entretanto, o que se
percebe por meio deste estudo é que quando se trata do
desenvolvimento da sexualidade da criança ainda há um despreparo por
meio dos profissionais diretamente ligados à educação para lidar com
questões afins.
290
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291
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Referências bibliográficas
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Vanessa Galoni48
RESUMO
Buscou-se neste estudo relatar e refletir sobre aspectos do
desenvolvimento infantil necessários à formação de professores da
Educação Infantil. As crianças que inspiraram este estudo e que
estiveram presentes durante a investigação tinham idade entre três e
cinco anos. Procurou-se compreender o valor da brincadeira na
Educação Infantil em seu papel mediador do conhecimento sobre si e
sobre o mundo para as crianças desse nível de ensino, além de refletir
sobre a brincadeira e a imaginação como funções constitutivas do
psiquismo da criança.
Palavras-chave: Educação infantil. Desenvolvimento infantil. Formação
de professores. O brincar na educação infantil.
ABSTRACT
This research is about the aspects of child development which are
necessary for teacher training of early childhood education. Children
aged between 3 - 5 years have inspired this research and have
participated in the investigation. The research has provided the
understanding about the play’s importance and also the play’s role as a
mediator of knowledge about themselves and about the world for
children who are in this education level, and it was made reflections
about play and imagination as constitutive functions of the child psyche.
Keywords: Early childhood education; Development childhood;
Teacher training; Playing in childhood education.
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49Dos estudos de Milton Santos (2007) depreende-se que o conceito de periferia é relacional:
pressupõe a existência de um centro e concentra relações de poder e tensões, transformando-se
no tempo e no espaço. A partir dos anos 1960-1970, com a metropolização, a periferia passa a
ser um espaço de exclusão por excelência, de acesso precário aos direitos de pertencimento às
cidades.
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Considerações finais
Que este estudo possa contribuir para a formação de
professores de Educação Infantil no que se refere ao desenvolvimento
infantil e ao brincar, visando a participação efetiva do professor,
compreendendo seu papel de mediador que significa e dá significado às
manifestações de afeto, aos desenhos, aos gestos, às narrativas, ao riso,
ao choro, ao medo, às brincadeiras de faz de conta das crianças.
O que gostaria de enfatizar é que a teoria e a prática caminham
juntas sempre, o professor precisa estar sempre se atualizando e
estudando, o professor de Educação Infantil, principalmente, precisa
compreender o quanto ele é importante nos anos iniciais de vida das
crianças, para tanto, o professor necessita aprender mais sobre o
desenvolvimento infantil, e é esta uma das contribuições que gostaria de
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313
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Referências bibliográficas
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314
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RESUMO
Esse trabalho tem como objetivo analisar a implantação da Educação de
Surdos e suas implicações pedagógicas na cidade de Porto Seguro BA.
Para tal, foi preciso identificar e estudar documentos escritos,
fotográficos e testemunhos; foi feito um levantamento dessa clientela
caracterizando sua real situação educacional quanto à escolaridade,
evasão escolar, trabalho e apropriação - tanto da Língua Brasileira de
Sinais como da Língua Portuguesa. Registra-se, nesse estudo, o
preconceito que os mesmos têm passado por falta da oralização e do
Português escrito. Da parte da pessoa surda sentem-se indecisos entre os
dois mundos: da surdez e do ouvinte.
Palavras Chave: Surdez; Cultura Surda; LIBRAS; Bilinguismo.
ABSTRACT
This essay aims to annalyse the implantation of Deaf Students’
Education and its pedagogical implications in the city of Porto Seguro
BA. For that, it was necessary to identify and study written documents,
photos and testimonials; it was made a survey of this group
characterizing their real educational situation regarding their scholarity,
school dropout, work and appropriation - of both Brazilian Sign
Language and Portuguese. It registers, in this study, the prejudice they
have been through due to the lack of oralization and the written
Portuguese. From the part of the deaf person they feel undecided
between two worlds: of the deafness and the hearing one.
Keywords: Deafness, Deaf Culture, LIBRAS, Bilingualism.
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também tem contribuído com essa situação, uma vez que, durante
séculos manteve os surdos subordinados aos ouvintes.
(SILVA, 2011; p.1)
A relação entre sociedade e surdez é realmente muito
excludente. A pessoa com surdez é vista como doente e incapaz de
escolher escola e trabalho. A subordinação do ouvinte mostra-se claro
quando a presença do intérprete é solicitada em bancos, médicos e
outros espaços. No ano de 2013, em Porto Seguro BA, foram coletados
relatos de professores de escolas regulares sobre a inclusão de alunos
surdos. Foi unânime a opinião de que é necessária a inclusão da pessoa
com surdez na escola; entretanto todos esperam que ele seja reabilitado
de forma oral para que consiga conviver com outras pessoas. Colocando
nessa fala responsabilidade da pessoa surda se for capaz de comunicação,
desconsiderando que a escola e as pessoas precisam modificar atitudes e
os espaços modificados A maioria dos professores não sabem ainda
como fazer a inclusão do aluno surdo deixando sobe a responsabilidade
do intérprete percebe-se pouca mobilização para aprender Libras e a
educação do surdo e aguardam apenas a mediação da língua através do
intérprete. Nesse contexto o aluno surdo não se sente incluído de fato e
anseia por uma educação bilíngue onde a língua prioritária seja libras.
Apesar de parecer um retorno ao modelo antigo onde a Educação de
surdos ocorria em Escola Especial. Esse foi o início da Educação de
surdos no Brasil em 1855, com a vinda do francês Hernest Huet,
professor surdo e ex-diretor de instituição de surdos na França. Sua
vinda para o Brasil não estava associado à valorização da pessoa surda
brasileira e sim para atender ao próprio império. Segundo Ramos (2000;
p.6), o filho da princesa Isabel era surdo e seu marido o Conde D’Eu era
parcialmente surdo. Foi criado, então, o Instituto Imperial de Surdos
Mudos, para atender meninos surdos de várias localidades. Com o tempo
o Instituto sofreu uma evolução que culminou com a reformulação com
o nome de Instituto de Educação de Surdos (INES) e funciona como
escola de aplicação, formação, produção de material e assistência ao
surdo através de vários programas; inaugurada em 26 de setembro, data
em que é comemorada o Dia Nacional do Surdo.
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língua dominante na escola não é a mesma que o aluno traz; uma vez que
o aluno, filho de pais ouvintes, não pratica a língua de sinais em família,
ele não se apropria dela de forma natural ainda que em contato com
outros surdos e, por isso, precisa ser ensinada a partir da escola e do
atendimento especializado; a língua de sinais só é aceita na escola na
forma visual, ou seja, a modalidade escrita só pode ser o português para
que a pessoa seja considerada alfabetizada. Desse modo, o aluno surdo
vai para a escola, não domina a sua língua (LIBRAS) e tem que aprender
outra simultaneamente: o Português escrito. Outra questão relevante
sobre a surdez são as barreiras. A barreira arquitetônica não tem
importância porque a pessoa surda não tem problema de locomoção; a
dificuldade são as barreiras atitudinais, o desconhecimento sobre a
surdez, a falta de compreensão da surdez como cultura diferente e não
deficiência. Para a maioria das pessoas é ainda considera-os como alguém
que deva ser ajudada por um mero ato de filantropia, o que implica a
família se acomodar no fato de este ser o “coitadinho” que será ajudado
pela sociedade. Os alunos surdos na realidade de Porto Seguro na década
de 2000 passaram pela experiência de Escola Especial na APAE,
vivenciaram Sala Especial dentro de escola regular junto colegas com
deficiências e passam a conviver em sala especial só de surdos e quando
foi avaliado pela escola que os mesmos haviam se apropriado da sua
língua, Libras e mesmo sem estarem ainda com conhecimento do
Português escrito foram incluídos nas classes regulares na mesma escola.
Nos anos seguintes pela vontade e comodidade dos pais foram incluídos
em escolas próximos das suas residências. No período da sala especial foi
avaliado pela professora regente o pouco conhecimento de Libras e
nenhum conhecimento do Português, passam a ter os primeiros contatos
com a Língua com uma professora que aprendia também a Libras tendo
como base um curso de formação continuada. Buscou-se apoio com a
professora da Escola Estadual, que era na época a única pessoa com
conhecimento de Libras. O contato com Libras na escola não modificou
a realidade no espaço familiar. Sem conhecimento da língua de sinais e
com a comunicação através de gestos os alunos conviveram com esses
dois mundos que os distanciavam da comunicação com a família, na
medida em que iam se apropriando da língua de sinais Apesar dessa
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51 Espaço de Ensino e Aprendizagem para alunos de diferentes séries numa mesma sala.
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52 Atividade não fixa, mas rotativa, cada dia em uma escola diferente.
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54Municípios onde encontram o refúgio e berçário das baleias jubarte: Prado, Alcobaça,
Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri.
55Salas com mobiliário, recursos didáticos, computadores, impressoras, scanner, para o AEE dos
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Considerações finais
O movimento inclusivo tem como diretriz principal a Educação
Para Todos. Com base nas pesquisas realizadas, percebe-se que essa não
é a realidade para as pessoas com surdez. Em 2018 até o mês de março,
apenas 20 alunos estão inseridos na educação Básica em Porto Seguro.
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Referências Bibliográficas
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RESUMO
O ensino de Física carece de metodologias que conduzam o educando a uma
aprendizagem significativa. Para amenizar esse problema é imprescindível que
novas formas de ensinar sejam postas em ação. Assim, o objetivo desse trabalho
foi de proporcionar ao educando, do primeiro ano do ensino médio, uma
maneira diferente de aprender o conceito de velocidade escalar média pela
observação da natureza e associação ao seu cotidiano. Em face das atividades
desenvolvidas eles puderam notar o quão importante é o ato de medir e como
eles podem interferir no resultado. O desfecho evidencia a necessidade de que
mais ações como essas aconteçam.
Palavras-Chave: Ensino; Aprendizagem; Observação; Velocidade escalar média.
ABSTRACT
Physics teaching lacks methodologies that lead the learner to meaningful learning.
To mitigate this problem it is imperative that new ways of teaching are put into
action. Thus, the objective of this work was to provide the learner, from the first
year of high school, a different way of learning the concept of average scalar
velocity by observing nature and associating with their daily life. In the face of
the activities developed they could see how important the act of measuring and
how they can interfere in the result. The outcome evidences the need for more
actions like these to happen.
Keywords: Teaching; Learning; Note; Average scalar velocity.
57Este trabalho é parte de uma pesquisa desenvolvida durante o Mestrado Nacional Profissional
em Ensino de Física, entre os anos de 2016 e 2017, no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará, Campus Sobral, com dados apresentados na dissertação do próprio autor,
Farias (2018).
58Professor de Física no ensino médio do quadro efetivo da rede pública do Estado do Ceará;
59Docente/pesquisador do Departamento de Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e
339
Vozes da Educação
Introdução
O modelo clássico em que o professor ministra aulas, o aluno
transcreve e memoriza para aplicação em provas, ainda é bastante
praticado nas escolas, instigando uma aprendizagem mecânica
(MOREIRA, 2017). O objetivo desse trabalho foi proporcionar ao
educando, do primeiro ano do ensino médio, uma maneira diferente de
aprender o conceito de velocidade escalar média pela observação da
natureza e associação ao seu cotidiano, aliado à aula teórica e resolução
de atividades.
Esse tema normalmente é trabalhado em duas aulas no
currículo do ensino médio, razão pela qual procurou-se manter esse
tempo. Muitas vezes o professor procura inovar sua prática, mas se perde
no gerenciamento das tarefas em meio a desenvoltura e limitações dos
estudantes. “É comum a preocupação do professor com a atividade a ser
realizada, contudo, nem sempre há a mesma inquietação com a maneira
como a interação com os alunos vai se estabelecer” (MONTEIRO et al,
2012, p. 1009). Diante do número de aula reduzido, que a disciplina de
Física ocupa nessa modalidade de ensino, é imprescindível que o
professor tenha esse cuidado sem deixar de lado a qualidade.
Trazer o cotidiano do estudante para o espaço onde a
aprendizagem se desenvolve, proporciona uma melhor aceitação a
respeito da matéria de ensino. A natureza sempre fascinou o homem
desde a sua existência, os primeiros cientistas “aplicaram a razão ao que
viam em volta deles e chegaram a teorias para explicar suas observações”
(ROONEY, 2013, p. 17). Nessa mesma linha, propor observação na
natureza é sem dúvida uma ação instigadora, que desperta a curiosidade
do indivíduo.
A teoria de aprendizagem em destaque foi a aprendizagem
significativa de David Ausubel, posto que o professor, ao iniciar esse
trabalho, deveria se deter a diagnosticar os conhecimentos prévios dos
estudantes, para então passar a direcionar suas explanações tendo como
base aquilo que o estudante já detém de informação. Ausubel chamou
isso de subsunçores e Moreira (2015) destacou que na falta desses a
aprendizagem mecânica passa a ser necessária. Ela atua até que algumas
partes do conhecimento existam na estrutura cognitiva de forma
340
Vozes da Educação
Material e métodos
Este trabalho foi desenvolvido em duas aulas de 50 minutos
cada. Nos primeiros 25 minutos da aula foi investigado por meio do
diálogo quais os conhecimentos prévios os estudantes apresentavam
sobre o tema velocidade média e concomitantemente foi apresentado aos
mesmos o conceito de velocidade escalar média com as resoluções de
duas questões relativas ao tema (Quadro 1). Em seguida, os estudantes,
em grupos de quatro, foram orientados a procurar nas proximidades da
escola corpos em movimento, para que eles pudessem estimar suas
velocidades escalares médias. Para tanto, foi feito uso dos seguintes
materiais: cronômetros, fitas métricas e blocos de anotações.
Quadro 1 – Questões trabalhadas em sala pelo professor.
341
Vozes da Educação
342
Vozes da Educação
2. O professor de Física aplicou um projeto sobre velocidade escalar média aos seus
alunos. Um dos objetivos era encontrar, no entorno da escola, algo dotado de
movimento para que eles pudessem estimar a velocidade escalar média do que foi
observado. Na prática, uma equipe de estudant es notou que uma formiga percorreu
60,0 cm em 9,0 s. Outra equipe verificou que uma lagarta percorreu 40,0 cm em 7,0 s.
Do observado, a mais rápida ao longo do trajeto foi:
(A) A lagarta, com velocidade escalar média de 6,7 cm/s.
(B) A lagarta, com velocidade escalar média de 5,7 cm/s.
(C) A formiga, com velocidade escalar média de 6,7 cm/s.
(D) A formiga, com velocidade escalar média de 5,7 cm/s.
(E) Ambos apresentam a mesma velocidade escalar média.
3. A viagem entre Cruz e Sobral, cidades do Ceará separadas por uma distância de
120,0 km por rodovias, normalmente é feita de carro no tempo de 1h e 40min.
Entretanto, Hangel adicionou a esse tempo 20,0min, devido a um incidente que o fez
parar. Assim, considerando esses tempos como os praticados por Hangel, qual foi a
velocidade escalar média empregada nesse trajeto? Expresse esse valor em m/s e em
km/h.
Fonte: FARIAS (2018, p.60-62).
343
Vozes da Educação
Resultados e discussão
A abordagem sobre velocidade escalar média em sala pelo
professor proporcionou aos estudantes a sintonia entre a teoria e a
prática sugerida em seguida. A busca por objetos em movimento levou
os estudantes a indagações repletas de revelações típica da ciência, como
a constatação de que o ato de medir não é uma tarefa tão simples. Ao
longo das duas aulas, os estudantes foram supervisionados pelo
professor, figura indispensável no processo de ensino e aprendizagem.
Alguns grupos revelaram dificuldades para efetuarem as
medições, devido a maioria dos objetos encontrados ter apresentado
movimentos com trajetórias não-lineares, o que levaram os estudantes a
tomarem decisões adequadas acerca do método utilizado, como o uso de
um barbante esticado para auxiliar na determinação do espaço percorrido
por uma formiga.
Ao estimar o tempo necessário para percorrer a distância entre
a Escola de Ensino Médio São Francisco da Cruz até a Escola Estadual
de Educação Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa, alguns grupos
divergiram bastante em seus resultados para essa segunda atividade,
encontrando valor superior a 3 horas (quando o esperado era em torno
de 2 horas), entretanto, a maioria dos grupos conseguiram apresentar
valores adequados. O fato de propor locais da região onde vivem os
estudantes agrega sentido para a atividade.
Na segunda aula, os estudantes compartilharam suas
experiências e oportunizaram condições para que o professor, tido como
facilitador, pudesse verificar a satisfação da proposta de trabalho e seu
alcance. O uso da linguagem nesse processo facilita o dinamismo da
aprendizagem. Os discursos dão o suporte para que os estudantes se
expressem e coloquem suas limitações, necessidades e entendimentos,
344
Vozes da Educação
4,3
2ª aplicação
5,8
5,6
1ª aplicação
6,3
345
Vozes da Educação
NÃO 54,0%
23,2%
PARCIALMENTE 25,5%
33,8%
SIM 20,4%
43,0%
346
Vozes da Educação
NÃO 45,2%
18,3%
PARCIALMENTE 23,4%
19,7%
SIM 31,4%
62,0%
Considerações finais
Em face das observações os estudantes puderam notar o quão
importante é o ato de medir, como ele pode interferir no resultado
obtido e como a persistência em repetir um experimento deve fazer parte
desse processo. O estímulo em participar de uma aula em que eles
possam perceber como a experimentação acontece, proporcionou aos
envolvidos uma compreensão de como a observação é importante para a
ciência. Além disso, a quantidade de estudantes que passaram a interagir
nessa atividade, com perguntas e empenho na realização da tarefa, foi
notoriamente maior quando comparada a aulas tradicionais, em que o
estudante pouco interage demonstrando desinteresse nas atividades
sugeridas. Tal comparação foi feita a partir da análise das atividades
realizadas nas diferentes turmas, utilizando da metodologia tradicional e
da proposta neste trabalho.
Para um trabalho promissor com destaque é necessário
planejamento que leve em consideração os conhecimentos prévios dos
estudantes, suas vivências e aptidões, ainda mais quando essa
restruturação se edifica na diversidade da metodologia empregada, onde,
mesmo em apenas duas aulas, foi possível fazer uso de diversas
ferramentas para proporcionar a aprendizagem a um maior número de
estudantes, tendo em vista que nem todos aprendem com a mesma
forma e facilidade.
347
Vozes da Educação
Referências bibliográficas
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educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
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de professores de Ciências: tendências e inovações. 10. ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
FARIAS, Wanglêsio Silveira de. Projetos Educacionais no Ensino de
Física aliados à diversidade metodológica. 2018. Dissertação (Mestrado
Profissional em Ensino de Física) – Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará, Sobral, 2018.
MONTEIRO, Marco Aurélio Alvarenga; MONTEIRO, Isabel Cristina
de Castro; GASPAR, Alberto; VILLANI, Alberto. A influência do
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ROONEY, Anne. A História da Física. São Paulo: M. Books do Brasil,
2013.
348
Vozes da Educação
ABSTRACT
This article is the result of the master's research aimed to analyze the generating
causes of indiscipline by high school students in a public school, from the
perspective of teachers and what they have done to minimize them in the
teaching-learning process. Regarding the analysis, discourse analysis was used.
The data collected indicated that the generating causes of indiscipline by high
school students, were: lack of interest, cellphone use in class time, parallel
conversations. How to make the teachers to minimize these generating causes of
indiscipline in the teaching-learning process has been in isolation, each acting in
its own way in the classroom.
Keywords : Learning, teaching high school, indiscipline
UFRPE
63Doutora em Ciências da Educação, Professora da Educação Superior na Faculdade de Ciências Humanas e
349
Vozes da Educação
Introdução
Este artigo é resultado da pesquisa realizada para a dissertação
de mestrado que aborda sobre as causas geradoras de indisciplina e o
fazer do professor para minimizá-la no processo ensino-aprendizagem.
A problemática da indisciplina, em sala de aula, é algo que vem
ocorrendo nos níveis da educação básica em nível superior, de forma que
vem comprometendo as Redes de Ensino e incitando àqueles que
trabalham com educação à investigação a este respeito em busca de
respostas a atitudes descomedidas dos estudantes.
Então, com o intuito de atender ao objetivo proposto, analisar
as causas que geram a indisciplina dos estudantes do Ensino Médio
numa escola estadual do município do Cabo de Santo Agostinho na
perspectiva dos professores e o que estes têm feito para minimizá-las no
processo de ensino-aprendizagem, fez-se necessário desenvolver uma
metodologia com análise descritiva e de abordagem qualitativa, tendo
como método o estudo de caso e como referencial teórico analítico a
Análise de Discurso (AD). Como instrumento para a coleta de dados foi
construído um roteiro resultante da técnica de observação estruturada
em duas turmas de 1º ano do Ensino Médio e entrevistas
semiestruturadas com professores das referidas turmas.
Os motivos que integram e direcionam este estudo estão
relacionados ao período em que uma das pesquisadoras exercia a função
de Gerente de Ensino na Secretaria de Educação no município do Cabo
de Santo Agostinho/PE, Brasil, período em que uma inquietude sempre
pairava no ar. Uma vez que nesse momento, houve a oportunidade de
receber vários professores e gestores apreensivos quanto à indisciplina
em sala de aula nas escolas em que exerciam suas funções educativas.
Colocavam-se como impotentes diante da realidade e se questionavam a
respeito do rendimento escolar daqueles estudantes.
Diante desta realidade em que se encontra a escola, fizeram-se
necessários novos estudos sobre as causas da indisciplina levando em
consideração a perspectiva dos educadores e as possíveis interferências
no processo ensino-aprendizagem no Ensino Médio, a fim de que estes
estudos sejam suportes na abertura de novos horizontes no trabalho dos
educadores.
350
Vozes da Educação
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Vozes da Educação
352
Vozes da Educação
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Vozes da Educação
A indisciplina na escola
O que a escola pode fazer para enfrentar a indisciplina diante da
realidade que está posta e que, muitas vezes, os educadores se sentem
impotentes para solucioná-la? Aquino (2003), tratando da temática
indisciplina e fazendo um contraponto com escolas democráticas, coloca
como alternativa, que a saída para tais problemas deve estar nas
estratégias que serão traçadas, de forma democrática, para solucionar o
problema em questão. Que a escola precisa mudar a sua postura de
detentora do saber e poder, atribuindo ao aluno, esta responsabilidade de
coparticipante, não só na construção do conhecimento, mas da solução
de problema no interior da escola.
Segundo o mesmo autor, a indisciplina percebida, com muita
frequência, nas escolas, afetando consequentemente o processo ensino-
aprendizagem, deve-se à falta de normas que tenham sido construídas
pelas classes interessadas e que estas, ao serem estabelecidas, sejam
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Vozes da Educação
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Vozes da Educação
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Resultados e discussões
Nos discursos produzidos nas entrevistas realizadas com os
professores, foi possível delinear a partir das Formações Discursivas
(FD), quais as causas geradoras da indisciplina em sala de aula e o que os
professores têm feito para minimizá-las no processo ensino-
aprendizagem.
No momento em que se procedia as entrevistas e os
questionamentos sobre a explicitação dos tipos de indisciplina que é
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Vozes da Educação
Considerações finais
Diante dos resultados pode-se concluir que as causas geradoras
de indisciplina se deve a metodologia adotada por alguns professores
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Vozes da Educação
para ministrarem suas aulas não atendendo aos interesses dos estudantes;
a ausência do professor no espaço da sala de aula contribui para essa
indisciplina, uma vez que, aquele professor que está na escola, busca
atender ao mesmo tempo duas turmas; a falta de regras disciplinares em
que na sua construção ocorra a participação do aluno e professor.
A respeitodos tipos de indisciplina dos estudantes foi desvelado
o seguinte comportamento: desinteresse, uso de celular, fone no ouvido
no momento em que o professor ministrava a aula, conversas paralelas,
gritos entre outros. E quanto ao que tem feito o professor para resolver a
indisciplina, foi comprovado que cada um trabalha de forma isolada para
resolver o problema da indisciplina. E por fim, ficou explícito que a
indisciplina em sala de aula contribui para o pouco aproveitamento no
processo ensino-aprendizagem dos estudantes do ensino médio.
Referências bibliográficas
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ANTUNES, Celso. Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da
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BECHARA, Evanildo. Minidicionário da língua portuguesa. S ed. Rio de
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Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
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